Buscar

Limnologia - resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LIMNOLOGIA APLICADA – RESUMO
Limnologia: ciência que se dedica ao conhecimento ecológico e aplicado da estrutura e do funcionamento das águas doces (superficiais e subterrâneas).
Água subterrânea: toda a água que se encontra abaixo da superfície do solo, preenchendo os espaços vazios das rochas. Essas águas desempenham um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, dos lagos e brejos.
· Usos da água
- Consuntivo: quando a água retirada é consumida, parcial ou totalmente, no processo a que se destina, não retornando diretamente ao corpo d'água. Esse consumo pode ocorrer por evaporação, transpiração, incorporação em produtos e consumo pela biota. 
- Não consuntivo: não afetam diretamente a quantidade de água do local. São exemplos: navegação, a pesca, o turismo e o lazer.    
· Ciclo hidrológico: movido pela energia solar que incide na Terra, representado pelos processos de: 
· Evaporação: transformação da água líquida para a fase gasosa, sendo que a maior parte da evaporação ocorre nos oceanos - 84% 
· Precipitação: qualquer forma de deposição a partir da atmosfera, podendo se apresentar na forma líquida ou sólida;
· Evapotranspiração: vapor de água proveniente dos solos e das plantas.
· Infiltração: água absorvida pelo solo
· Percolação: água entra no solo e nas formações rochosas e alcança o lençol freático.
As precipitações que caem nos ecossistemas terrestres e não são infiltradas ou percoladas, formam o escoamento superficial, fluindo até um corpo hídrico receptor. 
· Disrupção do ciclo hidrológico
O ciclo da água e sua variabilidade nas diversas escalas (global, regional e local) é influenciado por vários processos e interações. A urbanização resulta em alterações nos processos naturais, na qualidade ambiental e no consumo de recursos naturais.
· Impermeabilização do solo decorrente da urbanização, diminui a porcentagem de água infiltrada e aumenta o escoamento superficial, podendo causar alagamentos.
· O desmatamento diminui a interceptação da água pela vegetação, deixando os solos expostos à ação das gotas de chuva e do escoamento superficial, que erodem o solo e carregam nutrientes e sedimentos para os corpos d’água.
O desenvolvimento urbano causa várias transformações no uso do solo induzindo mudanças no ciclo hidrológico como: 
· Redução da infiltração do solo pela impermeabilização (telhados, estradas, estacionamentos e calçadas) e redução da recarga de águas subterrâneas;
· Aumento do escoamento superficial em decorrência da construção de sistemas de drenagem (canalização/retificação de rios;
· Interceptação da chuva é reduzida devido à remoção de árvores, assim como a redução da evapotranspiração.
Outros problemas limnológicos causados pela alteração do ciclo hidrológico são:
· Aumento da erosão do solo e assoreamento dos rios pela aceleração do escoamento;
· Diminuição da qualidade da água dos mananciais superficiais e subterrâneos.
Efeitos da urbanização sobre o ciclo hidrológico: aumento das superfícies impermeáveis, redução da capacidade de infiltração, retenção e evapotranspiração e aumento da velocidade do escoamento das águas em regiões urbanas, aumento das vazões máximas.
AMBIENTES LÓTICOS
Um rio se forma pelo balanço positivo de água na forma de fluxo unidirecional que se move de uma altitude maior para outra inferior pela ação da gravidade e desaguando em corpos d'água maiores. Os rios são formados pela convergência do fluxo de águas superficiais e/ou subterrâneas na área mais baixa de um vale. A frequência e a duração do fluxo fluvial variam acentuadamente com a topografia, geologia e clima local.
A formação de um rio está diretamente relacionada com o ciclo hidrológico. Maior quantidade de água alcança a superfície terrestre na forma de precipitação; O excesso de precipitação favorece o aparecimento do fluxo fluvial pela formação do escoamento superficial. Outra possibilidade é quando as precipitações atingem a terra, e infiltram no solo percolando até os aquíferos, esse processo gera a recarga das águas subterrâneas que alimentam os rios. Quando encontrados em regiões úmidas, um ambiente lótico perene carrega água quase o ano todo (90% do tempo ou mais) em um canal geralmente bem definido. Em regiões áridas, um fluxo efêmero se forma por curtos períodos após chuva ou degelo e os canais por onde os rios se formam não são bem definidos. Os rios intermitentes são aqueles corpos de água lóticos que naturalmente não apresentam escoamento superficial por alguns períodos do ano.
   A água corrente encontra seu caminho para as menores altitudes inicialmente como pequenos riachos e à correm para baixo, eles se fundem para formar rios maiores. Os rios acabam fluindo para os oceanos ou um outro ambiente aquático. 
Hierarquia fluvial: processo de classificação de um ambiente lótico ao se comparar com o conjunto total da bacia hidrográfica na qual está inserido. Os canais de primeira ordem não apresentam tributários, os de segunda ordem são a confluência de dois canais de primeira. Os de terceira ordem apresentam a junção de dois canais de segunda e assim sucessivamente.
     Os rios formam sistemas hídricos complexos que inclui:
· Talvegue: linha mais baixa de um vale ou espaço geomorfológico de escorrimento de água;
· Zona hiporreica: onde a água superficial e a água subterrânea interagem, sendo um ambiente muito dinâmico com interações entre os componentes bióticos e abióticos;
· Áreas adjacentes: onde o volume de água excedente decorrente das épocas de elevadas precipitações atmosféricas se acumula, formando várzeas. 
Varzeas: terras próximas ao fundo do vale de um curso d’água, inundadas quando o escoamento do curso d’água exceda a capacidade normal do canal.
Perfil longitudinal de um rio: relação entre seu comprimento e sua altimetria definindo um gradiente entre a nascente e a foz. O perfil típico é côncavo e define três cursos: 
· Curso alto: declive mais acentuado com zonas de maior erosão e a velocidade da água apesar de elevada tem influência do atrito em função dos substratos predominantes. Os riachos são muito estreitos e rasos com predomínio de mata ripária que forma um dossel e mantêm o sistema com matéria orgânica alóctone;
· Curso médio: declive intermediário com predomínio de uma zona de transporte de sedimentos. Os ambientes se alargam e o tamanho da carga do leito apresenta granulometria menor. É uma zona de transporte do material erodido no curso alto. Os rios apresentam maior tamanho e vazão com presenta de vegetação aquática aderida aos substratos de fundo;
· Curso baixo: diminuição do declive define uma zona de sedimentação, o rio se torna muito largo devido à grande quantidade de água e à grande quantidade de erosão que ocorreu ao longo de seu percurso e no tempo. O tamanho do substrato do leito é pequeno, como areia e silte. Nos remansos, devido ao fluxo de água menor, é possível observar a presença de macrófitas.
A diferenciação de zonas ou cursos em um rio considera diversas características, dentre essas: declividade, substratos predominantes, velocidade da água/Processos hidráulicos, metabolismo (produção primária (P)/respiração (R), vegetação predominante e ordem do rio principal. 
Os riachos apresentam uma sequência contínua de bancos de areia e seixos e com seções mais profundas e apresentam grande complexidade estrutural em relação a sequência de remansos e corredeiras.  Os remansos são formados no meio do rio, próximo à margem externa de uma curva do curso de água A profundidade é maior em relação as corredeiras, apresenta uma menor velocidade da água derivada do fluxo lento com uma superfície de água lisa. As corredeiras, por sua vez, ocorrem entre duas curvas, no centro do rio e geralmente possuem profundidade rasa, velocidade moderada a rápida da água, com correntes que formam uma superfície ondulada, mas contínua. 
A sequência contínua de corredeiras e remansos dentro de uma seção de rio, permite a formação de vários mesohabitats e modula a existência de variedade de vida adaptada em função do fluxo fluvial, sendo estasestruturas fundamental para a distribuição e diversidade dos organismos aquáticos e para a integridade ecológica dos riachos.
     Ao analisarmos a secção de um ambiente lótico, principalmente próxima a nascente temos como componentes estruturais: Zona ripária, regiões de  remanso (diminuição do fluxo de água) e corredeira (maior fluxo de água), margem, leito do rio, fluxo hidráulico e zona hiporreica. O fluxo de água pode ser:
· Laminar: quando a água é escoada ao longo de um canal ou trecho retilíneo a baixa velocidade e flui em camadas paralelas;
· Turbulento: uma variedade de movimentos e correntes por várias vezes contrárias ao fluxo do principal.
A hidrodinâmica dos rios representa processos físicos que ocorrem ao longo de seu perfil longitudinal. Os processos sequenciais relacionados à hidrodinâmica são: 
· Erosão: desagregação e transporte das partículas sólidas do solo, subsolo e rocha pela ação das águas dos rios – nos ambientes lóticos se refere a erosão fluvial. Alguns mecanismos associados a erosão são:
i. ação hidráulica: impacto direto do fluxo de água sobre as rochas;
ii. corrosão: água decompõe quimicamente as rochas fazendo com que os elementos químicos que formam os minerais sejam solubilizados e transportados pela água;
iii. abrasão (ou corrasão): atrito/fricção (do silte, areia e cascalho levados pela corrente) sobre as rochas do leito e das margens.
Os rios constituem os agentes de transporte de sedimentos das regiões mais elevadas para as mais baixas como areia, silte e partes de rocha. Nos ambientes lóticos refere-se sempre ao trecho a jusante (i.e. em direção à foz). Jusante é o tributo altimétrico de um ponto em relação a outro que está acima (montante), em relação ao mesmo trecho de drenagem.
· Os processos de transporte de sedimentos são: 
i. saltação: partículas batem em obstáculos e saltam;
ii. tração: material sedimentar mais pesado é rolado (cascalhos);
iii. suspensão: partículas pequenas e leves são carregadas pelo fluxo de água;
iv. solução: água dos rios apresenta uma carga dissolvida (íons) solubilizados que são transportados pelo fluxo de água.
· Sedimentação: a velocidade do líquido se reduz ao ponto abaixo do qual o líquido consegue transportar o material, pode acontecer em um estuário quando o rio encontra o mar e fica mais lento, depositando sua carga, levando à formação de delta.
Os ambientes lóticos recebem continuamente compostos orgânicos biodegradáveis que sofrem a ação de mecanismos físicos e bioquímicos intrínsecos ao metabolismo dos rios. Assim, os ambientes lóticos tem a capacidade de autodepurar os poluentes que são lançados indevidamente em suas águas. A autodepuração: envolve fenômenos físicos, químicos e biológicos que promovem a restauração de um corpo d’água às condições existentes antes da ocorrência de alguma atividade antrópica. Depende de microrganismos, da transferência de oxigênio da atmosfera e da fotossíntese. Esse processo resulta em diferentes zonas:
· Zona de águas limpas: a qualidade da água está em condições adequadas para a manutenção da biota aeróbia com elevadas concentrações de dissolvido e baixa DBO;
· Zona de degradação: mistura do efluente com o ambiente lótico, com elevada concentração de matéria orgânica e água turva. Ocorre a mudança nas espécies pela alteração na qualidade da água e a decomposição da matéria orgânica implica no consumo de oxigênio dissolvido na água, aumentando a DBO;
· Zona de decomposição ativa: deficiência acentuada de oxigênio dissolvido pelo predomínio de organismos decompositores, como as bactérias.
· Zona de recuperação: se forma à medida que a matéria orgânica é assimilada nas zonas anteriores, redução do consumo de oxigênio dissolvido e diminuição da DBO. Com reoxigenação da água, há o aumento da diversidade de espécies. A fotossíntese prevalece pois as concentrações elevadas de nutrientes que foram liberadas durante a decomposição.
  O funcionamento de um ambiente lótico permite que suas águas sejam depuradas naturalmente. Porém, o aumento das descargas poluentes nos rios pode limitar sua capacidade de autodepuração. Várias teorias foram estabelecidas que se relacionam ao funcionamento dos ambientes lóticos e representam modelos que relacionam a estrutura com o funcionamento dos rios. Vários conceitos relacionados a ecologia dos rios foram desenvolvidos, baseadas na zonação e no fluxo de água, sendo as principais teorias: 
· Contínuo Fluvial: baseia-se na dimensão longitudinal de um rio e descreve as características das comunidades que habitam os riachos. Argumenta que os organismos adaptam suas características estruturais e funcionais em função das características abiótica que se modificam ao longo do gradiente contínuo desde a nascente até a foz;
· Teoria do Pulso de inundação: baseia na dimensão lateral de um rio e descreve os efeitos das inundações no canal do rio e em sua planície de inundação que forma um grande sistema conectado. Descreve os processos ecológicos desencadeados pelas inundações e secas periódicas.
· Espiralamento de nutrientes: descreve a ciclagem unidirecional dos nutrientes em um rio enquanto são transportados rio abaixo, ou seja, à medida que são assimilados a partir da água coluna pela biomassa bentônica, ficando temporariamente retida e sendo mineralizada de volta para a coluna de água.
· Teoria do sistema fluvial a quatro dimensões: as interações sentido montante e jusante constituem a dimensão longitudinal. A dimensão lateral inclui interações entre o corredor fluvial e o seu vale de cheia. A dimensão vertical é a interação entre o canal e as águas subterrâneas, ou seja, na zona hiporreica, o que define. A quarta dimensão fornece a escala temporal.
Na tomada de decisão para solucionar um problema, precisamos fazer uma análise de causa-efeito. O Tucano Ecologista está mostrando para a Nhoca as consequências de um problema limnológico muito comum nos ambientes lóticos mundialmente. O que você poderia indicar como uma possível causa? Ou mesmo uma solução?
As causas para a mortandade dos peixes e aumento da temperatura da água do ambiente lótico estão práticas que impulsionam aquecimento global como aumento de CO2 na atmosfera, desmatamento de matas ciliares e contaminação das águas por despejo de poluentes domésticos e industriais, atividades agrícolas e processos erosivos. As mudanças climáticas e a poluição dos ambientes lóticos diminuem a concentração de oxigênio na água, comprometendo assim, a existência dos peixes. Como solução é importante a conscientização das pessoas acerca aquecimento global e a adoção de práticas de reuso e/ou tratamento de despejos domésticos e industriais, restauração de matas ciliares, utilização de energia renováveis, planejamento de mobilidade urbana, reciclagem de lixo e mudança no uso da terra.Parte inferior do formulário
AMBIENTES LÊNTICOS
As principais zonas dos ecossistemas lênticos são: 
· Região litorânea: local de transição entre os ecossistemas terrestres e aquáticos e comporta grande número de nichos e cadeias tróficas. Essas cadeias alimentares são subsidiadas pelos produtores primários e pelos detritos. Apresenta todos os níveis tróficos, constituindo-se, praticamente, em um compartimento autônomo. Os organismos típicos dessa região são: plantas aquáticas (macroalgas, briófitas, pteridófitas e vegetais superiores), oligoquetos, moluscos, crustáceos e larvas de insetos.
· Região das águas abertas livres (região limnética): pode apresentar gradientes verticais de temperatura e de luz, deixando-a bastante heterogênea na distribuição de elementos, gases e organismos. As comunidades características dessa são: o plâncton e o nécton.
O plâncton se caracteriza pela capacidade de flutuar, sendo os fitoplâncton, zooplâncton e bacterioplâncton. Os organismos que compõem o nécton são caracterizados por possuírem movimentos próprios, formado quase que exclusivamente pelos peixes.
· Região bentônica (ou região profunda): pode estar incluída na zona eufótica ou afótica. A presença de luz tem papel importante na prevalência dos organismosda comunidade bentônica. Os táxons prevalentes nessa região são algas (perifíton e metafíton), macrófitas, bactérias, protozoários e insetos aquáticos. Quando se encontra na porção escura, as cadeias tróficas da região profunda apresentam ausência de organismos autotróficos, dependendo, portanto, da produção primária das regiões litorâneas e pelágicas. Possui importante papel nos processos biogeoquímicos dos ambientes aquáticos lênticos, pois abrigam a diagênese dos sedimentos.
· Interface ar-água: as comunidades características (nêuston e plêuston) flutuam na superfície devido à tensão superficial da água 
Nêuston: organismos microscópicos, tais como: bactérias, fungos e microalgas. Plêuston: organismos macroscópicos, tais como macrófitas e pequenos animais, tais como: as larvas de pernilongos (Culex) e insetos.
· Radiação solar:
· Principal fonte de energia para a os ambientes aquáticos. 
· Radiações ultravioleta e visível promovem a foto-oxidação de compostos orgânicos dissolvidos e particulados;
· Pigmentos da fotossíntese: clorofilas a e b, os carotenóides e as ficobilinas;
· A intensidade e qualidade espectral da radiação incidente depende da: da composição atmosférica; das condições meteorológicas; da topografia do entorno;
Após ser refletida e refratada pelos anteparos físicos (montanhas, vapor d’água, gases e partículas da atmosfera) a radiação incidente pode variar de 8-100% da radiação total.
· A radiação que atinge a superfície da água é alterada pela reflexão da interface ar-água e pela refração. 
O efeito da refração é modificar a distribuição angular da radiação subaquática devido à redução de velocidade da luz ao penetrar no meio líquido. Esses dois processos dependem tanto do ângulo de incidência da luz quanto da superfície dos corpos d’água.
· Após a incidência da radiação solar no corpo d’água ocorre a dispersão, que desvia a trajetória original da radiação solar pelas substâncias dissolvidas e partículas suspensas na água, tais como os coloides. A dispersão ocorre a partir das substâncias dissolvidas, moléculas de água e partículas suspensas. A absorção, ocorre quando parte da energia solar é transformada em outra forma de energia (química pela fotossíntese e calor pelo aquecimento da água);
· Zona eufótica: camada iluminada da coluna d’água e sua extensão depende da capacidade do meio em atenuar a radiação subaquática. A profundidade depende da absorção pela água, das concentrações de substâncias orgânicas dissolvidas, das partículas e das quantidades de fitoplâncton e zooplâncton. 
A região iluminada pode variar de alguns centímetros até dezenas de metros e pode variar diariamente, por estação, eventos climatológicos (frentes frias), períodos de circulação e estabilidade térmica da coluna d’água. O limite inferior da zona eufótica é a profundidade na qual a intensidade luminosa corresponde a 1% da radiação que atinge a superfície, definida como ponto de compensação fótica (produção primária e respiração são equivalentes).
· Zona afótica: corresponde à porção sem luz da coluna d’água, predominando os processos de respiração e decomposição. Nessa região, as taxas de decomposição excedem as de produção primária. Assim, é comum a ocorrências de déficit de oxigênio dissolvido, tornando-a anaeróbia.
A diferenciação da temperatura promove a formação de camadas imiscíveis de água, estabelecendo um gradiente térmico da coluna d’água. As estratificações térmicas são importantes onde grande parte dos processos e mecanismos de funcionamento ocorre em tais gradientes verticais. A estratificação térmica promove o aparecimento do:
· Epilímnio: devido à ação dos ventos, as variações de temperatura são pequenas.
· Metalímnio: região em que a temp. cai pelo menos 1 ºC/m.
· Hipolímnio: variações de temperatura costumam ser baixas devido às restrições de circulação das massas de água.
     A energia dos movimentos dos lagos e reservatórios é proveniente do vento, da termodinâmica da superfície e da dinâmica das vazões de entrada. 
A estratificação térmica é definida pelas características morfométricas do ambiente aquático (comprimento, profundidade) e pelos fatores climáticos (radiação solar, temperatura do ar, UR e velocidade do vento) e limnológicos (vazão afluente, temperatura da água afluente). As ocorrências de estratificações térmicas definem os ambientes lênticos com três tipos de circulação das massas de água: 
· Lagos holomíticos: exibem em um determinado período, temperatura e densidade uniformes da superfície ao fundo, logo, as águas se misturem totalmente. Apresentam circulação completa com ou sem estratificação térmica ocasional.
· Lagos meromíticos: a circulação não alcança toda a coluna d’água (nunca tem circulação completa), possuindo uma camada permanentemente sem circulação. 
· Lagos amíticos: apresenta permanentemente gelo na superfície, ocorre em regiões de altitudes e latitudes elevadas (lagos andinos e siberianos).
O meio aquático leva um longo tempo para aquecer e para esfriar, logo, grandes e rápidas flutuações na temperatura do ar se transformam em lentas e pequenas mudanças na água (relativamente estável nas às mudanças de temperatura). Os processos comportamentais e fisiológicos como a respiração e a fotossíntese são dependentes da temperatura assim como as taxas das reações bioquímicas e a distribuição dos organismos.
Qual a diferenças entre o processamento da poluição ou contaminação entre um ambiente lótico e lêntico? O que acontece quando a poluição atinge esses dois sistemas? Como eles reagem à entrada de poluição/contaminação em suas águas?
Ambos ambientes são considerados sensíveis às ações antrópicas, entretanto, como ambiente lótico apresenta fluxo contínuo de água em sentido unidrecional com processos hidrodinâmicos e autodepuração ocorrendo ao longo do seu perfil longitudinal, sua recuperação em condições de poluição/contaminação é mais rápida em comparação ao ambiente lêntico. No entanto, a grande concentração de poluentes, compromete a autodepuração e o movimento das águas transporta essa poluição ao longo dos cursos d´água. Já o ambiente lêntico apresenta algumas dificuldades para a renovação/recuperação de suas águas, visto que a movimentação depende dos ventos, da termodinâmica da superfície e das vazões de entrada, logo a circulação é mais lenta e ocorre ao longo do perfil vertical. A poluição ocasiona a formações descontroladas de algas, vedação na água, reduzindo assim a concentração de oxigênio dissolvido e de luz disponível, acelerando o processo de eutrofização e ocasionando em desequilíbrio do ambiente e da teia trófica. 
· Poluição das águas continentais
· Poluição: qualquer substância ou energia que ocorre em um meio e que altera suas características originais;
· Principais cargas de poluição: pontuais (oriundas de fontes facilmente identificáveis como os efluentes industriais e esgotos domésticos e pluviais) ou difusas (não apresentam ponto de lançamento específico como pulverização de agrotóxicos);
· Podem ser inorgânicos (metais pesados) ou orgânicos (esgoto domeéstico) dependendo da sua composição química do poluente;
· Podem ser também persistentes (degradação lenta, permanecendo no ambiente por meses ou anos) e não persistentes (ficam no ambiente por dias ou semanas, sendo degradáveis química ou biologicamente e as consequências podem ser reversíveis); 
· Processos poluentes: contaminação, assoreamento, eutrofização, poluição por m.o; 
Contaminação: introdução de compostos na água que podem ou não ser nocivos a biota, entre essas substâncias podemos citar organismos patogênicos, agrotóxicos e metais pesados.
· Outros tipos: térmica, resíduos sólidos, surfactantes e acidificação do meio aquático por chuvas ácidas;
Índice de qualidade da água: combinação de variáveis limnológicas visando medir a qualidade da água, servindo como ferramenta comunicativa para a interpretação das informações aos usuários de um determinado ambiente. IQA: composto pelas variáveis: pH, temperatura da água, oxigênio dissolvido, turbidez, nitrogênio, fósforo,coliformes fecais, DBO5 e sólidos totais.
Faça uma reflexão sobre a poluição e a disponibilidade de água doce no planeta para esses usos.
Embora 71% da superfície terrestre seja coberta por água, cerca de 96,5%, do total é salgada, impossibilitando o consumo. Dos 2,5% de água doce, menos de 1,2% está presente como águas superficiais. Mesmo sendo considerada um recurso renovável, e de extrema importância para a vida humana e o equilíbrio ecológico, as atividades antrópicas têm tornado esse bem cada vez mais finito, reduzindo sua capacidade de renovação. O consumo exagerado, o crescimento populacional, urbanização, industrialização e a poluição dos corpos hídricos são alguns dos fatores que põem em risco não somente quantidade e a qualidade de água disponível, mas a manutenção de ciclo ecológico e hidrológico.
· Eutrofização:
Processo de enriquecimento das águas com nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio, que subsidiam o crescimento dos produtores primários (fitoplâncton e macrófitas aquáticas) e na situação em que o nitrogênio e o fósforo não se constituem em fatores limitantes, ocorre o crescimento excessivo da biomassa dos vegetais aquáticos. As consequências desse crescimento acentuado nos ambientes aquáticos são:
· Crescimento excessivo de plantas aquáticas;
· Efeitos sobre a saúde humana pela produção de cianotoxinas;
· Anoxia, e consequentemente a morte de organismos com respiração aeróbia;
· Concentrações elevadas de m.o. pela morte da biomassa de produtores primários;
· Restrição à pesca, navegação e atividades recreativas, devido ao excesso de biomassa de macrófitas aquáticas;
· Mudança na biodiversidade aquática e alteração na composição de espécies;
· Aumento no custo para o tratamento de água caso o sistema aquático seja utilizado para abastecimento;
· Diminuição da transparência da água com decréscimo da penetração de radiação;
· Mudanças amplas na variação de pH em função do aumento dos processos de decomposição e de fotossíntese
A eutrofização pode ser classificada em: 
· Natural: resulta da fertilização decorrente do envelhecimento do corpo de água, na escala geológica de tempo. Inicialmente um ambiente aquático apresenta águas oligotróficas (baixas concentrações de nutrientes), passa pelo estado mesotrófico (concentrações intermediárias de nutrientes) e ao envelhecer torna-se eutrófico;
· Acelerada ou cultural: rápido aumento do estado trófico de um corpo de água devido às ações antrópicas, tais como a urbanização e a industrialização.
As fontes de nutrientes podem ser classificadas em: 
· Difusas: originam-se de múltiplos pontos de descarga, abrangendo grandes áreas e geralmente associadas ao uso da terra;
· Pontuais: resultam da descarga de nutrientes em locais específicos que podem ser facilmente identificados, como por exemplo, esgotos domésticos e industriais.
· Saneamento básico:
Abastecimento de água potável: atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável (captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição).
Esgotamento sanitário: atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente.
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
Drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas: atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.   
Serviços de saneamento básico é prioritário, pois a ausência/deficiência na prestação de tais serviços pode ocasionar diversos impactos negativos.
     Todos os serviços de saneamento podem ser relacionados, direta ou indiretamente, a presença de doenças de veiculação hídrica. São enfermidades transmitidas pelo contato, ou ingestão de água contaminada ou por vetores que se procriam na água. Os serviços de saneamento básico têm papel crucial no controle da transmissão das doenças de veiculação hídrica. A gestão integrada em saúde, incluindo a universalização do acesso aos serviços básicos de saneamento e a melhoria das condições de salubridade ambiental, é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de qualquer sociedade.
· Monitoramento limnológico e legislação
Monitoramento: estudo e o acompanhamento contínuo e sistemático do comportamento de fenômenos, eventos e situações específicas, cujas condições se deseja identificar, avaliar e comparar. 
Estuda as tendências ao longo do tempo, verifica as condições presentes, projetando situações futuras. Fornece informações baseadas em diagnósticos da qualidade dos ambientes aquáticos e auxilia na identificação dos principais impactos que alteram a qualidade das águas
Principais objetivos das redes de monitoramento: avaliar a evolução da qualidade das águas doces; propiciar o levantamento das áreas prioritárias para o controle da poluição das águas; identificar trechos de rios onde a qualidade d'água possa estar mais degradada, possibilitando ações preventivas e de controle; subsidiar o diagnóstico da qualidade das águas doces utilizadas para o abastecimento público e outros usos. 
Indicadores: classificados em: 
· Variáveis físicas: cor e temperatura da água;
· Variáveis químicas: metais, condutividade elétrica e DBO;
· Variáveis microbiológicas: coliformes termotolerantes;
· Variáveis hidrobiológicas: clorofila-a;
· Variáveis toxicológicas: cianotoxinas.
      Assim, o monitoramento limnológico consiste em determinar periodicamente as características da água, a fim de inferir sua qualidade frente aos distintos usos e identificar as causas de eventuais degradações. 
CONAMA 357: estabeleceu condições de qualidade para o enquadramento dos corpos hídricos em território nacional de acordo com os seus usos preponderantes e lançamento de efluentes. Também 5 classes de qualidade, que representam o conjunto de condições e padrões de qualidade de água necessários ao atendimento dos usos atuais e futuros 
- Composição da água subterrânea: relacionada à qualidade e quantidade das águas de recarga, o tempo de contato da água com o meio e à poluição/contaminação causada pelo homem nas proximidades aos poços de captação. 
CONAMA 396: as águas subterrâneas como as águas de aquíferos, parcelas ou conjunto de aquíferos podem ser classificadas em cinco classes de acordo com seu nível de alteração de sua qualidade natural.

Continue navegando