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ETIOLOGIA CRIMINAL

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FATORES CRIMINÓGENOS
 
 
1. INTRODUÇÃO: 
 
Fatores criminógenos são as causas que levam o indivíduo a delinquir. 
O fator criminógeno está relacionado com a etiologia criminal (criminogênese). 
A criminologia é uma ciência biopsicosocial. Assim, as causas que levam ao crime são de fundo biológico, psicológico e social. 
 
1.1 Diferenças entre fator criminógeno psicológico e criminógeno psiquiátrico: 
 
a) Fator criminógeno psicológico: Consiste em um distúrbio comportamental. 
b) Fator criminógeno psiquiátrico: Consiste em um transtorno mental. 
 
Um é distúrbio de comportamento, ao passo que outro se trata de uma patologia mental. 
Para a identificação de ambos, deve-se lembrar de que os fatores psiquiátricos vêm como “transtorno de” alguma coisa. 
 
1.2 Prevenção dos transtornos psiquiátricos e psicológicos: 
 
a) Transtorno psiquiátrico: É a doença mental. Só é tratada por remédio e acompanhamento psiquiátrico. 
 É escalonado, ou seja, progressivo, de modo que temos uma fase leve uma moderada e uma fase grave. Geralmente é diagnosticado na fase moderada. 
Não regride. No máximo vai estacionar. A cura não existe. 
 
b) Distúrbio psicológico: Aqui não estamos falando de doença. Aqui falamos de uma alteração de comportamento motivada por outras pessoas somadas ao caráter particular do indivíduo. 
Os fatores criminógenos podem vir com vários nomes, como: 
- Fator condicionante da criminalidade; 
- Fator desencadeante;
2. FATORES PSICOLÓGICOS: 
 
Também são chamados de psicocriminogênese. São as causas dos fatores psicológicos da criminalidade. 
Os fatores psicológicos consistem em um distúrbio comportamental, ou seja, uma alteração de comportamento, por influência de certas condições ou situações. 
Temos seis fatores psicológicos que motivam o comportamento criminoso: 
- Ego fraco; 
- Mimetismo; 
- Desejo de lucro imediato; 
- Necessidade de Status; 
- Insensibilidade moral; 
- Espírito de rebeldia. 
a) Ego fraco: Também é chamado de abulomania. Consiste na dificuldade do indivíduo em tomar decisões. Fator este que contribui para que seja altamente influenciável. Popularmente são conhecidos como “Maria vai com as outras”. 
Em suma, o indivíduo que é portador de abulomania é aquele que tem dificuldade de dizer não, sendo altamente influenciável. É o indivíduo que não possui a menor condição de ser mentor intelectual de nada, chegando apenas a um auxílio material. 
 
b) Mimetismo: Consiste na arte da imitação, cujo imitador se espelha num estilo de vida criminoso, delinquente e o adota para si. 
Na criminologia é um indivíduo que se espelha em uma vida criminosa, e deseja adotar a mesma para si, em virtude de uma fragilidade de comportamento. 
 
c) Desejo de lucro imediato: Caracterizado pelos indivíduos gananciosos e ambiciosos, os quais não suportam a espera para atingirem seu intento ou alcançar seu objetivo. 
Em suma, seria aquela pessoa que saber o que quer, mas só quer colher. Assim, busca a delinquência como um “caminho mais fácil”. Para esse indivíduo não há problema nenhum em dar golpe em outra pessoa. É a conduta dos estelionatários, que visam ganhar muito à custa de outras pessoas. 
 
d) Necessidade de Status ou notoriedade: Consiste na necessidade do indivíduo em estar em evidência. Chamar atenção dos outros é essencial para a satisfação do ego. 
 As pessoas com essa tendência fazem qualquer coisa para chamar a atenção. 
 A “Pirâmide de Maslow” estuda o comportamento motivacional do indivíduo. Afirma que nós temos prioridades básicas e essenciais na nossa vida. 
 
1ª Necessidade: São as necessidades básicas, fisiológicas, como sexo, bebida, comida, descanso e trabalho. 
2ª Necessidade: Segurança, como casa própria, segurança afetiva como o casamento, um emprego fixo. 
3ª Necessidade: São as necessidades sociais, como os vínculos de amizade, o lazer, religião, em suma, todos os laços que unem os indivíduos em grupos. 
4ª Necessidade: Seria a autoconfiança. Aqui se subentende que o indivíduo já conseguiu todas as necessidades anteriores. 
5ª Necessidade: É a auto realização. É algo supérfluo que cada um tem dentro de si, após a satisfação de todas as necessidades anteriores. Geralmente é algo envolvido com o poder, com um desejo de endeusamento perante a sociedade. 
 
Na necessidade de status aqui estudada, subentende que já foram satisfeitas todas as necessidades, se encontrando o mesmo no último patamar da pirâmide. 
 
e) Insensibilidade moral: São indivíduos desprovidos de sentimentos altruístas, como a compaixão e a piedade com o próximo. 
Para Garófalo são criminosos irrecuperáveis devido à falha moral de caráter. 
 
f) Espírito de rebeldia: É a discrepância entre a maturidade psicológica e a idade biológica. São chamados também de “anômicos”, por terem dificuldade em respeitar a lei. Um de seus desdobramentos é a síndrome de Peter Pan. 
A síndrome de Peter Pan o indivíduo acha que é uma criança a vida inteira. É o caso de Michael Jackson. 
2.1 Psicopatia: 
 
A psicopatia não é uma doença. Trata-se de um transtorno de personalidade caracterizado por algumas características negativas e peculiares que o indivíduo ostenta. Possuem dificuldade em se socializar , entretanto não são loucos , tão pouco doentes, mas sim pessoas diferenciadas. 
Em suma, é um indivíduo formado por um conjunto de qualidades negativas. Não é louco e nem doente. 
Pode ter um vínculo hereditário ou não. Pode ser detectada na infância, adolescência ou idade adulta. 
Também é dividida em níveis de psicopatia. Tem também previsão no Código Internacional de Doenças – CID. Porém, esse registro serve apenas para fins de diagnóstico. 
 
 As características do psicopata são: 
 
- Pobreza afetiva: É a carência de sentimentos normais como remorso, arrependimento, medo insegurança. É a pessoa fria. 
Os crimes praticados pelos psicopatas são chamados de crimes perfeitos, pois o mesmo age racionalmente, de modo frio e sem remorso posterior. 
 
- Não aprende com a experiência: Assim, a ressocialização e reintegração não são possíveis com o psicopata, pois o mesmo tem uma personalidade diferenciada, não conseguindo fazer autocrítica. 
- Narcisista: São extremamente narcisistas, de modo que é muito comum o psicopata ser homossexual. 
 
- Egocêntricos: São egoístas, enxergando o mundo a partir de sua própria visão. 
 
- Comportamento egossintônico: É o oposto do comportamento egodistônico. Este último é o comportamento em que há uma reflexão posterior, em que o agente valora sua ação perante a sociedade e suas consequências. 
 No comportamento egossintônico o indivíduo sempre aceita a sua conduta como normal. 
 
- Manipuladores: É uma das características mais marcantes do psicopata, tendo o mesmo um poder de persuasão muito forte. 
 
- Atraentes: São muito atraentes e sedutores. 
 
- Inteligência potencial: Geralmente são mais inteligentes que a média normal
Já os SERIAL KILLERS, que são os assassinos em série, em regra, deixam uma assinatura no cadáver ou no local do crime, que é a forma de pela qual alcançam a satisfação emocional na execução do ato. O serial killer elege cuidadosamente suas vítimas, selecionando na maioria das vezes pessoas do mesmo tipo e características.
Entre os assassinos em série se distinguem dois tipos: os paranoicos e os psicopatas. O primeiro atua em consequência de seus delírios paranoides, quer dizer, ouve vozes ou tem alucinações que o induzem ao assassinato. Esse tipo não costuma ter juízo crítico de seus atos. Já o tipo psicopataé muito mais perigoso. Devido à capacidade de fingir emoções (dissimulação) e de se apresentar extremamente sedutor, quase sempre consegue enganar suas vítimas.
Os ASSASSINOS EM MASSA matam várias pessoas de uma só vez e sem se preocupar com a identidade destas.
 
3. FATORES PSIQUIÁTRICOS: 
 
São caracterizados pelos transtornos mentais, pela patologia, ou perturbação mental. 
Há seis transtornos mais evidentes que influenciam no comportamento criminoso: 
- Esquizofrenia ou transtorno psicótico; 
- Transtorno de ânimo e humor; 
- Transtorno de ansiedade (neurose); 
- Toxicômanos; 
- Transtorno sexual; 
- Transtorno de controle de impulso. 
 
Deve-se lembrar que aqui os fatores psiquiátricos são graduais, sendo divididos em leves, moderados ou graves, não existindo cura. 
 
a) Esquizofrenia: Consiste no transtorno de realidade, cujo portador vive e interage com o mundo real e o mundo imaginário. 
A pessoa começa a desenvolver alucinações, delírios e sustos, passando a confundir o mundo real com o mundo imaginário . 
O esquizofrênico possui uma síndrome de perseguição, em regra, perseguição policial. 
É desenvolvida por diversos fatores. A pessoa que usa muita droga, que trabalha muito e é submetida a constantes situações de stress. 
 
b) Transtorno de humor: Caracterizada como uma doença bifásica, (fase maníaca eufórica, e fase bucólica depressiva). Denominada também bipolaridade. 
 
c) Transtorno de ansiedade: Chamado também de neurose, consiste numa perturbação leve, desencadeada por algum vício ou fanatismo. 
d) Toxicômanos: Consiste no grupo dos indivíduos dependentes químicos ou alcoólicos. Dos quais se encontram num estado avançado de dependência. Sendo considerados semi-imputáveis ou inimputáveis. Necessitam de tratamento, e não de reprimenda jurídica.
A fase de abstinência é uma fase posterior a uma fase amotivacional. A fase amotivacional é quando há cessação do uso. Na abstinência o indivíduo nada consegue fazer, ficando geralmente prostrado em uma cama.
Obs: O individuo geralmente comete crime na fase amotivacional, pois esta é uma fase de euforia pelo uso. 
e) Transtorno sexual: Caracterizado pela parafilia, isto é, os fetiches sexuais criminosos. 
Fetiches em geral todo mundo tem, porém, alguns fetiches são criminosos, estes são transtornos psiquiátricos de fundo sexual. 
f) Transtorno de impulso: São as compulsões de origem criminosa, sendo elas: 
- Cleptomania: Compulsão por furtar. A pessoa não quer para fins patrimoniais, mas pegar sem ser percebido. 
- Piromania: Compulsão por promover incêndio por diversão. 
- Ludopatia: Compulsão por jogo. 
- Oneomania: É a compulsão por comprar. 
 
4. FATORES BIOLÓGICOS: 
 
Pode aparecer na prova com o nome de biocriminogênese. Ou três nomes que também podem ser encontrados são: 
- Fator somático; 
- Fator físico; 
- Fator endógeno. 
Desmarcar
Aqui o problema não é doença mental ou problema comportamental ,mas é o corpo do indivíduo que traz um problema que o leva a delinquir. 
Há seis fatores genéricos, mais habituais que são de natureza biológica: 
- Antropometria; 
- Antropologia; 
- Biotipologia (Kretschmer e Sheldon); 
- Neurofisiologia; 
- Endocrinologia; 
- Genética. 
 
a) Antropometria: Consiste no conjunto de medidas corporais que associado à fotografia do indivíduo preso serve como instrumento de identificação criminal , técnica esta denominada “Bertilonagem”, em homenagem a Alphon se Bertillon, seu criador. 
São vários equipamentos usados para fazer medições de partes corporais. Consistem em 11 medidas corporais, como a altura, medidas da cabeça etc. 
Bertillon trabalhava no sistema penitenciário. Nessa época era muito comum a fuga de presos. O mesmo desenvolveu um método para inibir as fugas. Assim, seria tirada a foto de preso de perfil (foto sinalética), onde a parte inferior de uma planilha havia o trabalho de antropometria. Desse modo, se futuramente alguém fugisse, caso fosse capturado, poderia ser identificado com esses dados. 
 
b) Antropologia criminal: Consiste no estudo da evolução do homem delinquente , em regra através das pesquisas lombrosianas . Para José Maria Marlet a idade, o sexo e a raça do indivíduo também são considerados fatores antropológicos que estimulam a criminalidade. 
Há estudos que afirmam que o adolescente comete muito mais crime que a pessoa na idade adulta. Assim é muito mais perigoso o adolescente. 
Há estudos também que afirmam que o homem comete muito mais crimes do que o a mulher, porém, esta quando comete crimes é mais cruel do que o homem. 
Quanto ao fator raça não há embasamento suficiente para afirmar que uma raça é mais propensa a delinquir do que outra. Porém, há estudos no estado de São Paulo que afirmam que a raça pura é mais propensa à delinquência do que a raça miscigenada. No entanto, ainda carece de comprovação científica mais concisa. 
 
c) Biotipologia (Kretschmer e Sheldon): É o estudo dos tipos constitutivos (estereótipo físico), relacionando tais estruturas como temperamento e a agressividade.
Dentro de pesquisas empíricas foi constatado que indivíduos com estrutura mais gorda seria menos propenso ao crime e à agressividade. O indivíduo com a estrutura física mais atlética seria mais violento, principalmente contra pessoas. 
O indivíduo mais magrinho seria o pior de todos, o mais violento do três. 
Deve-se ter em mente que isso é um padrão, mas não se trata de uma regra absoluta. 
- Físico gordinho: Endomorfo. É representado por um círculo. 
- Físico mediano: Mesomorfo. É representado por um triangulo invertido. 
- Físico magrinho: Ectomorfo. É representado por um retângulo. 
Essa classificação acima se chama de tipologia de Sheldon. 
 
Há uma segunda classificação, que é a de Kretschmer: 
- Físico gordinho: Pícnico; 
- Físico mediano: Atlético. 
- Físico magrinho: Leptossomático. 
 
d) Neurofisiologia: É o estudo do ritmo cerebral com a finalidade de mensurar a atividade elétrica do cérebro. É feito por meio do exame chamado eletroencefalograma EEG.
O indivíduo portador de algum distúrbio psiquiátrico possui a atividade cerebral irregular. 
É uma técnica muito segura, sendo utilizada muito hoje em dia. 
 
e) Endocrinologia criminal: Consiste no estudo da relação da disfunção hormonal com o temperamento e caráter do indivíduo , através da produção escassa ou excessiva de hormônios. 
Os níveis hormonais no ser humano devem ser medianos, pois a produção em excesso ou escassa gera problemas de comportamento. 
As teorias endocrinológicas diferenciam-se da teoria lombrosiana em três aspectos: 
a) não defendem a hereditariedade dos transtornos hormonais glandulares, salvo no caso dos crimes sexuais; 
b) viabilizam tratamento hormonal curativo;
c) afirmam que a influência criminógena não é direta, mas sim indireta.
Problemas na tireoide e com hormônios sexuais alteram consideravelmente o comportamento do indivíduo. 
 
f) Genética criminal: Relaciona a influência da carga hereditária do indivíduo em seu comportamento. Estudos demonstram que a transferência genética relacionada à criminalidade existe na mesma proporção que a transferência de genes vinculados às características físicas do indivíduo. 
FATORES SOCIOLÓGICOS: 
 
Também é chamado de sociocriminogênese. Pode aparecer também com outros nomes, como: 
- Fator ambiental; 
- Fator de entorno físico; 
- Fator mesológico; 
- Fator exógeno. 
 
É a influência externa que qualquer indivíduo está sub metido. Está relacionado com o meio ambiente que o indivíduo vive. 
Os fatores são: 
- Desestruturação familiar; 
- Reenculturação; 
- Promiscuidade; 
- Analfabetismo;- Fator econômico. 
 
a) Desestruturação familiar: Consiste na desorganização social evidenciada na falta de estrutura das relações intrafamiliares . Fator altamente criminógeno por comprometer a formação e desenvolvimento da personalidade. 
Este é um dos principais fatores sociais que levam à delinquência , pois a pessoa fica sem base, desenvolvendo em um ambiente altamente contaminado por falhas sociais. 
 
b) Reenculturação: Tratada dificuldade de adaptação do indivíduo a uma cultura diversa da sua. Geralmente ocorre nos processos d e migração , isto é, com a mudança do indivíduo de sua cidade natal para outro local, onde seu s valores muitas vezes são considerados criminosos. 
Ex.: Poligamia para habitantes originários do mundo árabe. 
 
c) Promiscuidade: É a perda dos valores éticos morais tornando mais fácil o ingresso do indivíduo n a criminalidade, decorrência da ausência de probidade e honestidade em seu meio social. 
 
d) Analfabetismo: É a carência educacional , fator altamente criminógeno que por vezes diminui a oportunidade lícita de trabalho , haja vista a forte concorrência em termos de mão de obra qualificada. Indivíduo sem estudo é indivíduo discriminado e sem oportunidades no mercado de trabalho. 
e) Fator econômico: A riqueza e a pobreza são considerados fatores criminógenos de mesma relevância, ou seja, não há prevalência de um sobre o outro. Na primeira hipótese, ou seja, na riqueza o criminoso se deixa levar pela ganância e ambição em manter um alto padrão de vida, na pobreza, cede à criminalidade como forma de subsistência ou ainda por desestruturação social. 
 Deve-se ter em mente que nenhum desses fatores é absoluto, mas apenas são influentes. 
- Pobreza: As estatísticas criminais demonstram existir uma relação de proximidade entre a pobreza e a criminalidade. Não que a pobreza seja um fator condicionante extremo de criminalidade, tendo em vista a ocorrência dos chamados “crimes do colarinho branco”, geralmente praticados pelas camadas mais altas da sociedade.
Por outro lado, nos crimes contra o patrimônio, a imensa maioria dos assaltantes é semialfabetizada, pobre, quando não miserável, com formação moral inadequada. Percebe-se que nutrem ódio ou aversão àqueles que detêm posses e valores. Esses sentimentos fazem crescer uma tendência criminal violenta no indivíduo.
Nesse sentido, as causas da pobreza, conhecidas de todos – má distribuição de renda, desordem social, grandes latifúndios improdutivos etc. –, somente funcionam como fermento dos sentimentos de exclusão, revolta social e consequente criminalidade. 
- Meios de Comunicação em Massa/Habitação: Dentre os fatores sociais de criminalidade, destaca-se a ação dos meios
de comunicação em massa, sobretudo da televisão.
As condições desfavoráveis de habitação ou moradia, como ocorrem nos países em desenvolvimento ou emergentes, com a proliferação de favelas, cortiços, casas de tapera, de pau a pique etc., propiciam a promiscuidade, a perdição, o desaparecimento de valores, o desrespeito ao próximo e outros desvalores de comportamento, empurrando aqueles que vivem ou sobrevivem nessas situações à prostituição, ao tráfico de drogas, aos crimes contra o patrimônio e contra a vida.
- Crescimento Populacional: O crescimento populacional desordenado ou não planejado figura como fator delitógeno. O aumento das taxas criminais por áreas geográficas é proporcional ao crescimento da respectiva densidade demográfica populacional. 
Quanto mais fermento (pobreza), maior o tamanho do bolo (criminalidade), ocorrendo aquilo que se chama de “fermento social da criminalidade”.
- Educação: A educação e o ensino são fatores inibitórios de criminalidade. No entanto, sua carência ou defeitos podem contribuir para estabelecer um senso moral distorcido na primeira infância. Assim, a educação informal (família, sociedade) e a formal (escola) assumem relevância indisfarçável na modelagem da personalidade humana.
- Mal-vivência: Entende-se por mal-vivência, no dizer do douto Hilário Veiga de Carvalho (1973), um grupo polimorfo de indivíduos que vivem à margem da sociedade, em situação de parasitismo, sem aptidão para o trabalho, emrazão de causas endógenas e exógenas que representam um perigo social.
Contribuem para esse estado de patologia social dois tipos de fatores: biológicos e mesológicos.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS
Conceitos Iniciais
A sociedade mais atual é definitivamente diferente da sociedade estudada pelas escolas clássica e positiva, além das teorias sociais da criminologia. Neste sentido, é lógico pensar que o atual convívio entre as pessoas envolve comportamentos adaptados a um ambiente escolar, laboral, social e comunitário. Por isso, as formas
de cometimento de crime relacionados a esse convívio, ao lado da evolução da tecnologia, exige um estudo mais aprofundado acerca de alguns temas.
Bullying
A palavra “Bully”, em inglês, significa opressão, valentia. Para Penteado-Filho, o fenômeno bullying significa o desejo CONSCIENTE e INTENCIONAL de maltratar uma pessoa ou deixá-la sob tensão, manifestando-se sobretudo no ambiente escolar. Trata-se de uma conduta imoral, mas não tipificada fielmente no nosso ordenamento jurídico como crime. É bem verdade que a prática de Bullying pode desencadear crimes, como recentemente divulgado nos Estados Unidos, em que um aluno executou a tiros os bulinadores.
Tal situação não deve ser confundida com as brincadeiras infantis. Em se falando de Brasil, tal conotação se resume a colocar apelidos pejorativos, agredir, perseguir ou até mesmo provocar.
Assédio Moral
“Assediar” significa perseguir com insistência (incomodar, molestar). O assédio moral, muitas vezes chamado de MANIPULAÇÃO PERVERSA ou TERRORISMO PSICOLÓGICO, consiste em uma contínua e ostensiva perseguição, o que culmina em alterações psicossomáticas e morais na vítima.
Em se tratando de tal assédio em sede de trabalho, o termo utilizado na Alemanha e na Itália é “mobbing”. Na Inglaterra, prefere-se o termo “bullying”. O objetivo deste comportamento é segregar a pessoal no ambiente laboral, o que muitas vezes é entendido pela vítima como um tipo de discriminação e pode gerar aSíndrome do Burnout (explosão).
Stalking
O Stalking é, na verdade, uma forma mais intensa e grave de assédio moral. Trata-se, muitas vezes, de um ilícito penal, como no caso de quebra de privacidade da vítima. O CP tipificou como crime (Art. 147-A, adicionado pela lei 14.132/2021) o ato de perseguição. A prática do Stalking, que quer dizer “Perseguidor”, devido aos atos de invasão de privacidade, sendo comum que a vítima se sinta retraída, o que pode ocasionar a alteração de hábitos rotineiros, na expectativa de se livrar o perseguidor. O estado emocional é flagelado, e pode culminar também em patologias psíquicas como a síndrome do pânico.
Exemplos de “Stalking”: ligações no celular volumosas, ramalhetes de flores, mensagens amorosas, e-mails indesejáveis, espera na saída do trabalho etc.
Assédio afetivo
Para a maioria das doutrinas (nessa vertente, Eduardo Viana), o assédio afetivo se mostra genericamente como uma forma de violência moral ou psíquica, a qual se manifesta de diversas forma:
1. CRONOFAGIA MALIGNA: consiste em destruir massivamente o tempo da vítima com assuntos descabidos, inoportunos e inconsistentes, que muitas vezes desagregam o ambiente laboral. A priori, a vítima sente receber muita atenção, mas a longo prazo, a rotina diária perde rendimento, o que pode ocasionar depressão;
2. CANIBALISMO AFETIVO: trata da uma carência constante, exagerada e permanente, o que se materializa por meio de palavras, presentes, gestos e contato direto com a vítima. Para a doutrina, trata-se de uma verdadeira forma de assédio. Novamente aqui o psique da vítima pode ser afetado, o que muitas vezes acaba em ajuda médica psiquiátrica;
3. FRAGILIDADE AFETIVA: constata-sepor meio de hábitos depressivos, tristes e lamentáveis decorrente do afastamento da vítima, a qual se revolta com a forma de assédio prestada. Imagine que um namorado, não aceitando o término, fique “atrás” da namorada, insistindo no relacionamento e constrangendo-a. Neste caso, ao enfrentar a questão, a namorada pede afastamento. Ora, a fragilidade afetiva decorre justamente desse ato, o que culmina muitas vezes em depressão e ansiedade.
4. CHANTAGEM AFETIVA: é caracterizada por extorsões ou verdadeiras ameaças à vítima caso os desejos do chantagista não sejam concretizados. Trata-se novamente de uma forma de assédio que
vincula a vítima à vontade o agressor. Por isso, normalmente se encontram traumas e perda de autoestima. A principal forma citada na literatura é a chantagem sexual.
5. AMEAÇA DE ABANDONO: trata-se novamente de uma forma de assédio, mas aqui a concretização se dá diante de chantagens abertas, imprecisas e obscuras. Veja o seguinte exemplo: um membro do casal exige constantemente que a(o) parceiro tenha uma vida mais leve, e que não encha o “saco”. Neste caso, “levar a vida mais leve” é termo
absolutamente amplo, fato em que a vítima pode se sentir temorizada ou constrangida por não saber exatamente como fazer isso, e por isso se sente abandonada. Tal conduta por parte do agente pode culminar em responsabilidade civil e penal, a depender do caso.
6. UTOPIA AFETIVA: difere-se das demais formas de assédio no sentido de uma utopia romântica (portanto, inatingível) por parte do prejudicado. Aqui existe a unilateralidade de sentimento, fazendo com que o acometido pratique condutas constrangedoras e graves para quem sequer sente o mesmo, o que piora toda a situação. Entende a doutrina que esse tipo de assédio deve ser imediatamente comunicado à Polícia.
FATORES BIOPSICOSOCIAIS DA CRIMINOLOGIA
Fator Criminógeno: é fator condicionante da criminalidade, Fator desencadeante da criminalidade.
FATORES BIOLÓGICOS (BIOCRIMINOGÊNESE, FATOR SOMÁTICO, FÍSICO OU ENDÓGENO)
Fatores biológicos que estudam a causa da criminalidade.
a) Antroprometria: conjunto de medidas corporais que comparados à fotografia e descrição física de alguém servem como documento de identificação criminal. Trata-se de uma técnica desenvolvida por Alphonse Bertillon, denominada “Bertilonagem”. Sua finalidade era combater e diminuir a evasão de presos.
Alphonse Bertillon desenvolveu o retrato falado. A partir daí, surge a famosa foto sinalética do preso para o seu prontuário, constituída por sua imagem de frente e de perfil.
b) Antropologia: técnica atrelada aos estudos lombromsianos em que se estuda a evolução do homem delinquente, caracterizado como um ser hipoevolutivo (pouco evolutivo) e atávico (herança dos ancestrais mais remotos do ser humano, como o macaco).
c) Biotipologia: (Kretschmer e Sheldon) – consiste no estudo dos tipos constitutivos dos seres humanos (biótipo), bem como o predomínio de um determinado órgão vital e sua relação com o temperamento do indivíduo. Atualmente, fala-se em tipologia de Sheldon e tipologia de Kretschmer.
Sheldon divide os biótipos do homem como:
* Magro (ectomorfo – cerebrotônico, segundo ele com desenvolvimento cerebral aguçado);
* Médio (mesomorfo – somatotônico, com predomínio da estrutura somática).
* Gordo (endomorfo, vicerotônico, com predomínio da função digestiva.).
Para Sheldon, o endomorfo não tem agressividade. O mesomorfo, por outro lado, é mais impulsivo e tem tendência a praticar crimes contra as pessoas. O ectomorfo, por sua vez, é o mais agressivo dos três, e tem tendência a crime patrimonial.
Segundo a terminologia de Kretschmer, o gordo é denominado como “picnico”, o médio como “atlético” e o magro como “leptossomático”.
d) Neurofisiologia: estudo do ritmo cerebral através do exame denominado eletroencefalograma (EEG). Sua finalidade é verificar a atividade cerebral para confrontá-la com padrões de sanidade e comportamento.
e) Endocrinologia criminal: consiste no estudo das disfunções hormonais e sua respectiva relação com o temperamento do indivíduo.
As disfunções hormonais são classificadas em: hiperfunções de determinada glândula, que poderão acarretar em agressividade, impulsividade e descontrole emocional e hipofunções de determinada glândula, que poderão acarretar em irritabilidade excessiva, preguiça, prostracismo e tendências suicidas.
f) Genética criminal: está relacionada à transmissão de carga hereditária contaminada, cujo indivíduo pode ou não ter maior probabilidade de delinquir.
José Maria Marlet aponta, ainda, outros fatores biológicos da criminalidade, sendo eles:
1-Idade;
2- sexo;
3-raça (pura comete mais crimes);
4-rítimo cerebral;
5-genética.
FATORES SOCIAIS OU SOCIOLÓGICOS (SOCIOCRIMINOGÊNESE)
São as influências ambientais, de entorno físico, advindas do meio social em que vivemos. Os fatores sociais também são chamados de Mesológicos, ambiental, de entorno físico e exógenos.
a) Desestruturação familiar: é a falta de estrutura nas relações familiares, a qual compromete a formação da personalidade (crianças e adolescentes), bem como torna socialmente desorganizada a vida de um adulto.
b) Reencuturação: é a adaptação do indivíduo, frustrada em uma nova cultura. Está intimamente ligada à migração de um local para outro. O êxodo rural é um fator criminógeno dessa espécie.
c) Promiscuidade: é a perda dos valores éticos e morais, que consequentemente levam a delinquência. A prostituição é um fator criminógeno dessa espécie.
d) Analfabetismo: advindo, em sua grande maioria, pela falta de oportunidades.
e) Fator Econômico: deve ser interpretado como um fator criminógeno e não causa da criminalidade.
FATORES PSICOLÓGICOS (PSICOCRIMINOGÊNESE)
São causas psicológicas que levam alguém a delinquir. Exemplos:
a) Ego Fraco: indivíduos que possuem um distúrbio chamado “abulomania”. É submisso; tem dificuldade de tomar decisões. Pessoas altamente influenciáveis. Nunca é mentor de crime, mas sim partícipe.
b) Mimetismo: é a arte da imitação. Indivíduos que se inspiram em bandidos.
c) Desejo de lucro imediato: são pessoas ambiciosas. Ex. indivíduo que compra gabarito ao invés de estudar.
d) Necessidade de status: é a necessidade extrema de estar em posição de evidência. Para chamar a atenção pratica até crimes. Ex. assédio moral ameaça. É muitas vezes agressor de Bulling.
e) Insensibilidade moral: Indivíduos conhecidos como “loucos morais.” São pessoas desprovidas de sentimentos altruístas, de compaixão, de piedade. Portadores de uma maldade nata. Encontram-se aqui os psicopatas.
f) Espírito de rebeldia: também chamados de anômicos. Tem idade, mas não tem juízo. “síndrome de Peter Pan.”
PSICOPATIA
A Personalidade psicopática ou antissocial não se adapta a nenhum ambiente. A psicopatia é nata.
É uma formação de personalidade diferenciada cujo portador é pessoa de difícil socialização. Não possuem comprometimento com o próximo e ostentam características negativas peculiares.
Não é considerada uma doença; é um padrão de personalidade diferenciado. Tem, em verdade, a psicopatia um caráter sui generis – nem doente, nem com problema psicológico, nem fator biológico.
Conjunto de qualidades negativas:
a) Pobreza afetiva: falta de sentimentos (sem remorso, sem nervosismo). Só agem racionalmente.
b) Não aprendem com a experiência: não mudam. Não tem juízo de reflexão.
c) Narcisistas.
d) Egocêntricos.
e) Comportamento egossintônico: é a pessoa que está satisfeita com a suas condutas (Obs. no comportamento normal e egodistônico o agente reconhece que errou).
f) Manipuladores.
Sintomas Psiquiátricos
a) Esquizofrenia e transtorno psicótico: é caraterizada (o) pela distorção da realidade, cujo portador vive um mundo
real e um mundo imaginário. Pode ser transmitido geneticamente. Normalmente pessoas com QI genial desenvolvem a esquizofrenia.
b) Transtorno de Humor (bipolaridade): é uma doença fásica. Alterna entre a fase maníaca (euforia, tendência a crimes) e fase depressiva (angústia).
c) Transtorno de Ansiedade (neuroses): perturbação leve. Não é uma doença mental. Sãomanias ou fanatismo.
d) Toxicomanias: dependências de álcool ou de entorpecentes. O agente passa pela fase da adaptação, caminhando para a tolerância, chegando a dependência (toxicômano).
e) Transtorno Sexual: parafilias (fetiches criminosos). Ex. pigmalionismo (atração por estátuas, manequins, boneca inflável, etc.).
f) Transtorno de Impulso: são exemplos o impulso por comer ou comprar; a cleptomania (compulsão por furtar); a piromania (incendiar); e a ludopatia (jogar).
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