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TEORIA DO RESTAURO E DO PATRIMÔNIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir as recomendações internacionais e os instrumentos legais de proteção do patrimônio cultural no Brasil. > Descrever os instrumentos de proteção do patrimônio cultural brasileiro. > Reconhecer os quatro livros do tombo. Introdução As recomendações e os instrumentos legais de proteção ao patrimônio garantem a preservação, a conservação e a proteção de todo patrimônio cultural que esteja inscrito em um dos livros do tombo — mantidos pelo Instituto do Patrimônio His- tórico e Artístico Nacional (Iphan) —, bem como dos bens declarados patrimônios da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A preservação do patrimônio cultural é um importante meio de manutenção da memória e da identidade de uma sociedade, ao possibilitar que diferentes gerações tenham contato com bens materiais e imateriais que fizeram parte da história de um determinado lugar. Neste capítulo, você poderá compreender o que é um patrimônio cultural, conhecer quais são os órgãos responsáveis pela sua proteção e conservação, bem como identificar os instrumentos legais que garantem a sua preservação no Brasil. Em um segundo momento, serão descritos os instrumentos usados Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural Jaqueline Ramos Grabasck pelo Iphan para a proteção do patrimônio cultural brasileiro, como, por exemplo, o tombamento e os livros de registro. Por fim, apresentaremos os livros do tombo e exemplos de patrimônios culturais inscritos em cada um deles. Patrimônio cultural: conceitos gerais, recomendações internacionais e legislação brasileira Derivada do grego pater (“pai”, “paterno”), a palavra “patrimônio” está rela- cionada, em sua origem, àquilo que é deixado pelo pai aos seus filhos. Com o passar do tempo, sobretudo no século XIX, a partir da Revolução Francesa, ganhou força o entendimento de patrimônio também como “[...] um conjunto de bens materiais que estão intimamente relacionados com a identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade” (RESENDE; FRAZÃO, 2017, p. 197). Devido às novas interpretações que foram surgindo sobre espaço urbano, cultura e passado, a visão sobre o que se pode considerar patrimônio foi remodelada ao longo do século XX, e, hoje em dia, o patrimônio é classificado de acordo com duas categorias: patrimônio material e patrimônio imaterial. Mais antiga e tradicional, a noção de patrimônio material engloba “[...] cons- truções, obeliscos, esculturas, acervos documentais e museológicos”, assim como “[...] outros itens das belas-artes”; já o patrimônio imaterial compreende “[...] regiões, paisagens, comidas e bebidas típicas, danças, manifestações religiosas e festividades tradicionais” (RESENDE; FRAZÃO, 2017, p. 198). O órgão responsável por identificar, proteger e preservar o patrimônio cultural e natural considerado valioso para a humanidade é a Unesco, cujo trabalho é impulsionado “[...] pela Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural (1972), que reconhece que alguns lugares na Terra são de ‘valor universal excepcional’ e devem fazer parte do patrimônio comum da humanidade” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA, [20--], documento on-line). No Brasil, o primeiro documento oficial a organizar a proteção do patrimô- nio histórico e artístico nacional foi o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, que define o patrimônio histórico e artístico nacional como o conjunto de “[...] bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, biblio- gráfico ou artístico” (BRASIL, 1937, p. 24056). De acordo com o documento, para serem considerados parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, esses bens teriam de ser inscritos em um dos quatro livros do tombo. Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural2 Realizado pela União, pelos Estados e pelos Municípios, o tombamento é um instrumento de proteção do patrimônio, assim como também o são o registro e o inventário do patrimônio imaterial. O registro de bens culturais de natureza imaterial foi instituído pelo Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, que também criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Esse documento considera partes legítimas para provocar a instauração do pro- cesso de registro o Ministro de Estado da Cultura; as instituições vinculadas ao Ministério da Cultura; as Secretarias de Estado, de Municípios e do Distrito Federal; e as sociedades ou associações civis (BRASIL, 2000). Para a realização do registro, é necessário enviar as propostas, juntamente com a documentação técnica, ao presidente do Iphan, que as submeterá ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. O Iphan será responsável pela supervisão dos processos de registro. A instrução dos processos fica a cargo do Iphan ou de entidade (pública ou privada) que detenha conhecimentos específicos para tal. Após ser ultimada a instrução, “[...] o Iphan emitirá parecer acerca da proposta de registro e enviará o processo ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, para deliberação”; esse parecer será, então, publi- cado “[...] no Diário Oficial da União, para eventuais manifestações sobre o registro, que deverão ser apresentadas ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural no prazo de até 30 dias, contados da data de publicação do parecer” (BRASIL, 2000, p. 2). Se a decisão for favorável, o bem será inscrito no livro correspondente e receberá o título de patrimônio cultural do Brasil. Pelo menos a cada 10 anos, o Iphan deverá fazer a reavaliação dos bens culturais registrados e a encaminhar ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que será responsável por definir a revalidação do título (BRASIL, 2000). Em relação aos monumentos arqueológicos e pré-históricos, eles são, de acordo com a Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961, os seguintes (BRASIL, 1961, p. 44): a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que representem teste- munhos de cultura dos paleoameríndios do Brasil, tais como sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais, jazigos, aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas aqui, mas de significado idêntico a juízo da autoridade competente; b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos paleo- ameríndios, tais como grutas, lapas e abrigos sob rocha; c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolonga- do ou de aldeamento, “estações” e “cerâmicos”, nos quais se encontram vestígios humanos de interesse arqueológico ou paleoetnográfico; d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de utensílios e outros vestígios de atividade de paleoameríndios. Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 3 A Lei nº 3.924/1961 proíbe o aproveitamento econômico, a destruição ou mutilação desses monumentos arqueológicos e pré-históricos, estabelecendo a penalização dos infratores. Ainda, o documento ressalta que os “[...] monu- mentos arqueológicos ou pré-históricos de qualquer natureza existentes no território nacional e todos os elementos que neles se encontram ficam sob a guarda e proteção do poder público” (BRASIL, 1961, p. 44). As recomendações para a proteção e a preservação do patrimônio cul- tural são apresentadas pelas chamadas “cartas patrimoniais”, documentos norteadores elaborados por especialistas. Essas cartas patrimoniais foram elaboradas em diferentes épocas e locais. No Quadro 1, apresentamos aquelas que foram desenvolvidas no Brasil. Quadro 1. Cartas patrimoniais e recomendações desenvolvidas no Brasil Identificação Data Descrição Compromisso de Brasília Abril de 1970 Fruto de um encontro entre governadores, secretários estaduais de cultura, prefeitos, presidentese representantes de instituições culturais, esse documento apresenta resoluções para a defesa do patrimônio histórico e artístico nacional. Anais do II Encontro de Governadores Outubro de 1971 O documento reforça a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro, dando origem ao Compromisso de Salvador. Compromisso de Salvador Outubro de 1971 Apresenta recomendações que complementam as do Compromisso de Brasília, indicando a necessidade da criação do Ministério da Cultura e de Secretarias em âmbito estadual. Carta de Petrópolis 1987 Aborda a preservação e a revitalização dos sítios históricos urbanos. Declaração de São Paulo 1989 Ressalta a importância da Carta de Veneza e da equivalência das nações. Carta do Rio Junho de 1992 Objetiva estabelecer uma aliança mundial nova e equitativa, com a cooperação de Estados, setores-chave da sociedade e pessoas em prol do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. (Continua) Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural4 Identificação Data Descrição Carta de Brasília 1995 Os países do Cone Sul reforçam a necessidade da autenticidade e identidade de seus patrimônios culturais. Declaração de São Paulo II Julho de 1996 Discute as mudanças sociais e o patrimônio cultural. Carta de Fortaleza Novembro de 1997 Objetiva o recolhimento de subsídios para a elaboração de diretrizes e instrumentos legais e administrativos para identificar, proteger, promover e fomentar os processos e bens patrimoniais, especialmente os relacionados com a cultura popular. Carta de Nova Olinda Dezembro de 2009 Avalia a atuação das primeiras Casas do Patrimônio e elabora diretrizes comuns ao seu funcionamento. I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural Março de 2010 Apresenta os relatórios e os resultados das primeiras análises sobre a realização do Fórum pelo Iphan. Carta de Brasília Julho de 2010 Os jovens participantes do 1º Fórum Juvenil do Patrimônio Mundial comprometem-se com a preservação dos patrimônios natural e cultural, reforçando que eles são indissociáveis. Carta dos Jardins Históricos Brasileiros (Carta de Juiz de Fora) Outubro de 2010 Discute a preservação dos patrimônios cultural e natural, com foco na preservação e na gestão dos jardins históricos. Fonte: Adaptado de Encontro de Governadores, Prefeitos e Autoridades da Área Cultural (1970); Encontro de Governadores para a Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural do Brasil (1973); Encontro de Governadores para a Preservação do Patrimônio Histó- rico, Artístico, Arqueológico e Natural do Brasil (1971); Seminário Brasileiro para Preservação e Revitalização de Centros Históricos (1987); Jornada Comemorativa do 25. Aniversário da Carta de Veneza (1989); Conferência Geral das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvol- vimento (1992); Carta... (1995); Simpósio Internacional Mudanças Sociais e Patrimônio Cultural (1996); Seminário Patrimônio Imaterial: Estratégias e Formas de Proteção (1997); Seminário de Avaliação e Planejamento das Casas do Patrimônio (2009); Fórum Nacional do Patrimônio Cultural (2010); Fórum Juvenil do Patrimônio Mundial (2010); Encontro Nacional de Gestores de Jardins Históricos (2010). (Continuação) Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 5 Nesta seção, você pôde compreender que as recomendações e os instru- mentos legais definem princípios que devem ser seguidos para garantir a preservação do patrimônio histórico, bem como a sua conservação e, sempre que necessário, a sua restauração. Instrumentos de proteção ao patrimônio cultural brasileiro Visando à preservação dos bens de interesse cultural para o país, o Iphan lança mão de instrumentos legais para proteger os patrimônios materiais e imateriais. O patrimônio material conta com o tombamento, a valoração do patrimônio cultural ferroviário e a chancela da paisagem cultural como meios para protegê-lo legalmente. Já no caso do patrimônio imaterial, esses meios são o inventário, o registro e a vigilância. A seguir, detalharemos cada um desses instrumentos de proteção. Tombamento Mais antigo instrumento de proteção ao patrimônio cultural utilizado pelo Iphan, o tombamento foi instituído pelo Decreto-Lei nº 25/1937, que proíbe a destruição dos bens culturais tombados. O processo de tombamento é administrativo, sendo concluído com a inscrição do bem em um dos quatro livros do tombo, que são os seguintes (INSTRUMENTOS..., [20--]): � Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; � Livro do Tombo Histórico; � Livro do Tombo das Belas Artes; � Livro do Tombo das Artes Aplicadas. O uso da palavra “tombo” para se referir ao instrumento de proteção do patrimônio teve origem em Portugal, onde em uma torre chamada “Torre do Tombo”, localizada no Castelo de São Jorge, funcionou, entre 1378 e 1755, o Arquivo Central do Estado (RESENDE; FRAZÃO, 2017). Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural6 Ao ser tombado, o bem é inscrito em um livro público, o que o torna de interesse social e sujeito a regime especial, ficando protegido contra “[...] destruição, deterioração ou utilização inadequada” (RESENDE; FRAZÃO, 2017, p. 209). O tombamento pode acontecer de forma voluntária ou compul- sória. O tombamento voluntário ocorre quando o proprietário o solicita e o bem atende a todos os requisitos necessários para integrar o patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; ou quando o proprietário consen- tir, por escrito, com a solicitação feita a ele para a inscrição do bem em um dos livros do tombo. Por outro lado, se o proprietário não consentir com a inscrição do bem, ocorrerá o tombamento compulsório, que será feito da seguinte maneira (BRASIL, 1937): � o proprietário será notificado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para, dentro de 15 dias, aprovar o tombamento ou apresentar uma justificativa para a sua impugnação, se assim o desejar; � se, dentro do prazo estipulado, não houver impugnação, o bem será inscrito no competente livro do tombo; � se, dentro do prazo estipulado, a impugnação for apresentada, o Con- selho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional decidirá se o bem será inscrito como patrimônio ou não — após essa decisão, não haverá recurso de contestação. O tombamento do bem será considerado provisório ou definitivo, “[...] conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente livro do tombo” (BRASIL, 1937, p. 24056). Inventário O inventário consiste na identificação e no registro de determinado bem. Para tanto, são pesquisadas e levantadas as suas características e particularidades, adotando-se critérios técnicos objetivos, “[...] fundamentados em natureza histórica, artística, arquitetônica, sociológica, paisagística e antropológica, entre outros” (RESENDE; FRAZÃO, 2017, p. 213). Feitas essas pesquisas, os resultados obtidos são registrados em fichas que apresentam informações básicas sobre o bem cultural relativas à sua importância histórica, às suas características físicas, à sua delimitação, ao seu estado de conservação, ao seu proprietário, etc. Desse modo, o in- Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 7 ventário tem natureza de ato administrativo declaratório restritivo; isto é, a partir dele, o poder público reconhece a importância de determinado bem cultural, e daí passam a derivar outros efeitos jurídicos que visam à sua preservação (RESENDE; FRAZÃO, 2017). Registro O registro corresponde à identificação e à produção de conhecimento sobre o bem cultural pelos meios técnicos mais adequados, tornando possível amplo acesso ao público e, assim, dando continuidade a essa forma de patrimônio (RESENDE; FRAZÃO, 2017). Os bens culturais de natureza imaterial consideradospatrimônio cultural brasileiro serão registrados em um dos seguintes livros (BRASIL, 2000, p. 2): I - Livro de Registro dos Saberes, onde serão inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; II - Livro de Registro das Celebrações, onde serão inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; III - Livro de Registro das Formas de Expressão, onde serão inscritas manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; IV - Livro de Registro dos Lugares, onde serão inscritos mercados, feiras, san- tuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas. A inscrição nos livros de registro contribui para a continuidade histórica do bem, chancelando a sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira. Vigilância A vigilância é um instrumento de proteção do patrimônio cultural que permite ao poder público inspecionar o bem tombado, possibilitando a entrada no imóvel, contanto que sejam respeitados os limites legais. O Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, institui a desapropriação por utilidade pública quando for necessário preservar e conservar monumentos históricos e artís- ticos, estando esses isolados ou integrados em conjunto urbanos ou rurais. Além disso, esse documento estabelece as medidas necessárias para manter e realçar os aspectos mais valiosos ou característicos desses bens e, ainda, para proteger paisagens e locais particularmente dotados pela natureza (RESENDE; FRAZÃO, 2017; BRASIL, 1941). Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural8 Valoração do patrimônio cultural ferroviário O Iphan deve receber e administrar os bens móveis e imóveis com valor artís- tico, histórico e cultural advindos da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), realizando a guarda e a manutenção desses bens. O Iphan é responsável pelos bens não operacionais, ao passo que os bens operacionais estão sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) (INSTRUMENTOS..., [20--]). Chancela da paisagem cultural Instituída pela Portaria Iphan nº 127/2009, a chancela da paisagem cultural: [...] reconhece a importância cultural de porções peculiares do território nacional, representativas do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores. Pressupõe o estabelecimento de um pacto entre o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada, visando à gestão compartilhada da porção do território nacional assim reconhecida (INSTRUMENTOS..., [20--], documento on-line). Nesta seção, vimos que os instrumentos de proteção aos bens culturais são utilizados para lhes conferir a identificação de patrimônio histórico, tornando- -os, assim, bens protegidos pelos órgãos competentes. Com a inscrição de patrimônio histórico, esses bens são salvaguardados por instituições, órgãos governamentais e não governamentais, e a sociedade civil. Livros do tombo Como já mencionamos anteriormente, os bens históricos considerados pa- trimônio do Brasil são inscritos nos livros do tombo. Conforme a sua classifi- cação, esses bens são inseridos em um dos seguintes livros: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Livro do Tombo Histórico; Livro do Tombo das Belas Artes; e Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Cada um desses livros, que detalharemos a seguir, se encontra sob a tutela do Iphan, órgão responsável também pelos registros nos respectivos livros. Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico O Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico é onde são inscritos: Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 9 [...] os bens culturais em função do valor arqueológico, relacionado a vestígios da ocupação humana pré-histórica ou histórica; de valor etnográfico ou de referên- cia para determinados grupos sociais; e de valor paisagístico, englobando tanto áreas naturais, quanto lugares criados pelo homem aos quais é atribuído valor à sua configuração paisagística, a exemplo de jardins, mas também cidades ou conjuntos arquitetônicos que se destaquem por sua relação com o território onde estão implantados (LIVROS..., [20--], documento on-line). São exemplos de bens culturais inscritos nesse livro o Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no Piauí; a Serra da Barriga, localizada em União dos Palmares, Alagoas; e o patrimônio da cidade de Lençóis, na Bahia, localizada na encosta da Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina. O primeiro deles, o Parque Nacional da Serra da Capivara, foi criado para preservar os vestígios arqueológicos da presença mais remota de seres humanos na Amé- rica do Sul; nesse parque, há a maior concentração de sítios arqueológicos conhecida e um acervo imenso de pinturas rupestres. Já a Serra da Barriga foi tombada pelo seu valor etnográfico, uma vez que ali foi criado, entre os séculos XVII e XVIII, o Quilombo dos Palmares, um povoado de escravizados liderados por Zumbi. Os quilombolas foram exterminados nesse local, onde ainda estão conservadas as últimas pedras que compunham as trincheiras. Por fim, a cidade de Lençóis, fundada no período da exploração de diamante, teve seu conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo Iphan por con- servar muito das suas características originais. Dentre os bens tombados nessa cidade, destaca-se o Mercado Público Municipal (Figura 1), situado às margens do rio Lençóis (LIVRO..., [20--a]). Figura 1. Mercado Público Municipal de Lençóis (BA). Fonte: Livro..., ([20--a], documento on-line). Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural10 Livro do Tombo Histórico No Livro do Tombo Histórico são inscritos os bens móveis e imóveis localizados no Brasil cuja conservação seja de interesse público devido à sua vinculação com fatos memoráveis da história do país. São bens imóveis, por exemplo, edificações, fazendas, marcos, chafarizes, pontes e centros históricos. Por outro lado, fazem parte dos bens móveis imagens, mobiliário, quadros e xilogravuras, entre outras peças (LIVROS..., [20--]). Nesse livro estão inscritas, por exemplo, as cidades do Rio de Janeiro (RJ), de Ouro Preto (MG) e de Salvador (BA), dada a sua importância para a história da formação do Brasil. No Rio de Janeiro, além dos diversos bens culturais tombados, há a sua paisagem cultural, reconhecida pela Unesco como patri- mônio mundial. Já em Ouro Preto, há diversos bens históricos, como palácios, igrejas, fontes, pontes, casas comerciais e residenciais do período colonial. Em Salvador, por sua vez, o destaque fica por conta dos cerca de 3 mil edifícios construídos entre os séculos XVIII e XX (LIVRO..., [20--d]). Ainda, outro exemplo de cidade inscrita no Livro do Tombo Histórico é Lapa, situada no Paraná. O seu conjunto urbano é formado por imóveis de diversas correntes arquitetônicas, como a luso-brasileira, a arquitetura do imigrante e as edificações ecléticas. Dentre esses bens, destaca-se a Igreja Matriz de Santo Antônio, construída entre 1769 e 1787 (Figura 2) (LIVRO..., [20--d]). Figura 2. Igreja Matriz de Santo Antônio, em Lapa (PR). Fonte: Livro... ([20--d], documento on-line). Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 11 Ao ser tombado e inscrito no Livro do Tombo Histórico, o patrimônio passa a ser admitido como um representante da memória histórica nacional. Trata- -se de um processo que privilegia, aciona e recupera as memórias coletivas, além de contribuir para o processo de construção identitária e das percepções do social. Há nesse processo, portanto, uma disputa pela representação do passado e pela legitimação do presente (SILVA, 2017). Livro do Tombo das Belas Artes No Livro do Tombo das Belas Artes, estão reunidas as inscrições dos bens culturais em função do seu valor artístico. Convém ressaltar que “belas-artes”é um termo empregado para se referir “[...] às artes de caráter não utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes decorativas. Para a História da Arte, imitam a beleza natural e são consideradas diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade” (LIVROS..., [20--], documento on-line). Entre os bens históricos inscritos nesse livro, estão os azulejos apli- cados nas obras da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Esses azulejos decoravam o Solar Bom Gosto, também conhecido como “Palacete Aguiar”, que foi construído no século XIX e demolido em 1933. Os azulejos “[...] (em azul e branco) apresentam temas históricos, mitológicos e bíblicos” (LIVRO..., [20--c], documento on-line). Outro exemplo de patrimônio inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes é a imagem de Nossa Senhora da Conceição localizada na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na cidade de Viana, no Espírito Santo. Além da imagem, que é esculpida em madeira e conta com três cabeças de anjo aos seus pés, diversas outras peças do acervo dessa igreja também foram tombadas (LIVRO..., [20--c]). Também os 12 profetas esculpidos pelo artista brasileiro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, estão inscritos no Livro do Tombo das Belas Artes. Esse conjunto de estátuas (Figura 3) se encontra no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas (MG) (LIVRO..., [20--c]). Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural12 Figura 3. Os Profetas, de Aleijadinho. Fonte: Livro... ([20--c], documento on-line). Livro do Tombo das Artes Aplicadas No Livro do Tombo das Artes Aplicadas, estão inscritos os bens culturais em função do seu valor artístico, associado à sua função utilitária. Em oposição às belas-artes, as artes aplicadas se referem à produção artística destinada à criação de objetos, peças e construções utilitárias (p. ex.: alguns setores da arquitetura, das artes decorativas, do design, das artes gráficas e dos mobiliários). As artes aplicadas estão, desde o século XVI, presentes “[...] em bens de diferentes estilos arquitetônicos. No Brasil, as artes aplicadas se manifestam fortemente no Movimento Modernista de 1922, com pinturas, tapeçarias e objetos de vários artistas” (LIVROS..., [20--], documento on-line). São inúmeras as obras de arte inscritas no Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Como exemplos, podemos citar o Cristo, que compõe o acervo do Museu das Missões, em São Miguel das Missões (RS); a coleção de 16 imagens esculpidas em madeira representando a morte de Nossa Senhora, obras essas localizadas na Capela de São José, em Canguaretama (RN); e as imagens esculpidas em madeira da Madona da Conceição e de Jesus Ressuscitado, que estão em São José do Mipibu (RN). Ainda, cabe citar como exemplo o forro da capela-mor da Igreja Matriz de São José de Ribamar, construída no século XVIII. Essa é uma obra “[...] de grande relevância das artes aplicadas no Brasil Instrumentos legais de proteção ao patrimônio cultural 13 Colônia, formada por painéis que ocupam 78 m² em madeira trabalhada em folha de ouro e representam os principais episódios da vida de São José” (LIVRO..., [20--b], documento on-line). Nesta seção, você pôde conhecer os quatro livros do tombo, bem como exemplos de patrimônios inscritos em cada um deles. Como apresentamos neste capítulo, o reconhecimento de um bem histórico como patrimônio de- manda um processo de análise de dados e informações, a fim de comprovar a sua importância para a história da comunidade (podendo ser regional, estadual ou federal). Com a inscrição em um dos quatro livros do tombo, o patrimônio passa a ter a sua proteção garantida pelos órgãos e institui- ções responsáveis. Porém, cabe ressaltar que a proteção e a conservação do patrimônio são de responsabilidade não apenas de órgãos e instituições competentes, mas de toda a sociedade. Referências BRASIL. Decreto n. 3.551, de 4 de agosto de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 138, n. 151, seção 1, p. 2, 7 ago. 2000. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/ imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=07/08/2000&jornal=1&pagina=81&totalArqui vos=100. Acesso em: 26 abr. 2021. BRASIL. Decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, ano 66, n. 278, seção 1, p. 24056, 6 dez. 1937. Disponível em: https://legis.senado. leg.br/norma/522691. Acesso em: 26 abr. 2021. BRASIL. Decreto-lei n. 3.365, de 21 de junho de 1941. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, n. 165, seção 1, p. 14427, 18 jul. 1941. Disponível em: https://legis.senado.leg. br/norma/528452. Acesso em: 26 abr. 2021. BRASIL. Lei n. 3.924, de 26 de julho de 1961. Coleção de Leis do Brasil, Rio de Janeiro, v. 5, p. 44–48, 1961. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/ legislacao/colecao-anual-de-leis/Colecao8.html. Acesso em: 26 abr. 2021. CARTA de Brasília. Brasília, DF: Iphan, 1995. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/ uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20Brasilia%201995.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021. CONFERÊNCIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVI- MENTO, 1992, Rio de Janeiro. Carta do Rio. Brasília, DF: Iphan, 1995. (Cadernos de Do- cumentos, n. 3). Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/ Carta%20do%20Rio%201992.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021. ENCONTRO DE GOVERNADORES PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO E NATURAL DO BRASIL, 2., 1971. Anais [...]. In: PUBLICAÇÕES do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, 1973. v. 26. 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