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RESUMO SCAPS

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RESUMO SCAPS
MEDICINA E DIREITOS HUMANOS
Princípios doutrinários:
Universalidade → direito ao acesso à saúde a todas as pessoas em território nacional
(estrangeiro também tem direito garantido)
Integralidade → conjunto de elementos que compõe uma pessoa, por meio de ações e
cuidados em saúde (campo da biomedicina); oferta de serviços; ter uma rede de serviços
para tomar conta do cuidado
Equidade → garantia de direitos e as diferentes necessidades da população (tratar o
diferente como indiferente)
Princípios organizativos:
Hierarquização/ regionalização → regiões da saúde (Rota dos bandeirantes - RRAS - 5)
as redes funcionam como conjunto de serviços, o que não tem no município, eles passam
para um hospital que tem ações na região
Descentralização → distribuir poderes, verba distribuída para o governo para prestar
serviço de qualidade
Participação social ou da comunidade → participação da população em espaços da área
da saúde, deve lutar pelos direitos públicos; proteção e melhoria do sistema
O que é direitos humanos?
O que é justo perante a lei. Elementos que apoiam a vida, condições que as pessoas
possam viver com dignidade (direito à vida, saúde, educação, alimentação). Um conjunto
mínimo de direitos necessário para assegurar uma vida do ser humano baseada na
liberdade, igualdade e na dignidade.
Lei 8080 → direito à saúde - proteção a direitos humanos
Artigo 1 - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade
Artigo 2 - 1 -Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,
sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
riqueza, nascimento, ou qua lquer outra condição
2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra
limitação de soberania
Artigo 6 - Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei
Artigo 14 - 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de
gozar asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de
perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários
aos objetivos e princípios das Nações Unidas
Artigo 22 - Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com
a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade
Artigo 25 - 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe,
e a sua família, saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm
direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do
matrimônio gozarão da mesma proteção social
Artigo 30 - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
liberdades aqui estabelecidos
Os Direitos Humanos na Formação do Profissional de Medicina
“compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da saúde integral
do ser humano’’. Em consonância com a educação em direitos humanos na área da saúde,
as Diretrizes ressaltam a responsabilização dos médicos no campo social, incluindo
comprometimento com a cidadania e a dignidade humana, bem como a sua qualidade
de promotor da saúde integral, o que, em outras palavras, expressa o
reconhecimento de que os médicos são agentes qualificados e privilegiados no
fomento dos direitos humanos. Assim, verifica-se que o perfil do profissional médico
que se pretende formar no Brasil demanda conhecimento sobre direitos humanos,
enquanto principal instrumento universal assegurador de cidadania e promotor do
direito à saúde. Nessa linha, a educação em direitos humanos para médicos há que ter
como escopo a disseminação de conhecimento com vista à formação de uma cultura
de cidadania e de respeito à dignidade humana.
➔ Ensino da Medicina Gradativamente este modelo biomédico convencional vem sendo
substituído
- Comunicação e empatia são habilidades que podem ser ensinadas e aprendidas
- Necessário desenvolver a compreensão da maneira pela qual as pessoas de
diversas culturas e crenças percebem a saúde e a doença
Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)
MCCP → método clínico que, por meio de uma escuta atenta e qualificada, objetiva um
entendimento integral da vivência individual daquele padecimento, a fim de construir
conjuntamente um plano terapêutico, estimulando a autonomia da pessoa como
protagonista em seu processo de saúde
- Maior satisfação das pessoas e médicos
- Melhora na aderência aos tratamentos
- Redução de preocupações e ansiedade
- Redução de sintomas
- Diminuição na utilização dos serviços de saúde
Envolve um ambiente no qual os indivíduos têm a liberdade de deliberar sobre as opções
de tratamento, quando existentes, contemplando suas necessidades físicas e
emocionais.
Materializa-se nos serviços de saúde, essencialmente, por meio da implementação de
consentimento informado do qual constam informações centrais para que o paciente
decida sobre seu tratamento.
Em suma, os cuidados em saúde devem abarcar uma perspectiva focada no paciente
como centro dos serviços de saúde e da prática médica
DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE / VULNERABILIDADES / POLÍTICAS DE
PROMOÇÃO DE EQUIDADE
Determinantes sociais de saúde:
- Fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus
fatores de risco na população
- Entendimento integral da saúde: uma estratégia que não somente preste serviços
de saúde, mas que também aborde os outros aspectos
2005 → OMS cria a Comissão sobre os Determinantes Sociais de Saúde
Objetivo: promover uma tomada de consciência sobre a importância dos DSS na
populações e situação de saúde de indivíduos e sobre a necessidade do combate às
iniquidades de saúde por eles geradas
2011 → OMS organiza a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde
(CMDSS)
Vulnerabilidade:
Estado de ser/estar em perigo ou exposto a potenciais danos em razão de uma
fragilidade atrelada à existência individual, eivada de contradições
- A vulnerabilidade não se trata apenas de uma condição natural que não permite
contestação: o estado de vulnerabilidade associa situações e contextos
individuais e, sobretudo, coletivos
- Década de 80: epidemia da AIDS
Fatores determinantes do risco:
Fatores biológicos e ambientais → Sexo, idade, etnia, peso, tabagismo, sedentarismo
Perspectiva social, econômica, cultural e política → Gênero, classe social, obesidade, cor
da pele
Vulnerabilidade em saúde:
- Grupo de risco
- Comportamento de risco
- Vulnerabilidade
3 eixos da vulnerabilidade:
Vulnerabilidade individual → compreendida como o grau e a qualidade das informações
de que dispõem as pessoas, a capacidade que têm de elaborar essas informações e
incorporá-las ao cotidiano e o interesse de aplicá-las na prática
Vulnerabilidade social → relacionada à obtenção de informação, ao conteúdo e ao
significado dessa informação, bem como à capacidade de colocá-la em prática.
Relaciona-se aos aspectosmateriais, culturais, políticos e morais que dizem respeito à
vida em sociedade
Vulnerabilidade programática → entendida como a análise da capacidade de resposta de
programas e instituições às condições socialmente dadas de vulnerabilidade
Fatores preponderantes de vulnerabilidade em saúde:
- preconceito
- estigma
- discriminação
Promoção da equidade:
- Políticas públicas voltadas para as pessoas que vivem em condições de
vulnerabilidades. Reduzir as desigualdades sociais é uma das prioridades do
governo federal, e o Ministério da Saúde reflete esse compromisso e objetivo
- "Garantir acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo
adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de
atenção básica e a atenção especializada"
Saúde da população negra
Saúde da população do campo e da floresta:
Saúde da população LGBT:
Saúde da população em situação de rua:
A população em situação de rua (PSR) é um grupo heterogêneo que se concentra nas
grandes cidades brasileiras e suas regiões metropolitanas; que tem na rua sua principal
fonte de sustento; e que possui em comum a pobreza, os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular. Esta
população faz dos logradouros públicos e das áreas degradadas espaço de moradia e
sustento, podendo utilizar-se de unidades de acolhimento para pernoite temporário ou
como moradia provisória.
Entre os agravos e doenças de maior incidência sobre o segmento, destacam-se: o
alcoolismo e a dependência a outras drogas; doenças mentais e diversas formas de
sofrimento psíquico, frequentemente gerados pela perda ou precarização dos laços
familiares e sociais e da própria identidade social; DST em geral, e a AIDS, em
particular; tuberculose e doenças dermatológicas.
O Ministério da Saúde (MS), visando reduzir as iniquidades em saúde e considerando as
condições de saúde desfavoráveis dessa população, instituiu o Comitê Técnico de Saúde
da População em Situação de Rua, com a finalidade de propor ações que promovam o
acesso à atenção à saúde e colaborar com a elaboração, o acompanhamento e a avaliação
de ações programáticas do MS voltadas a esta população. Esta iniciativa se insere na
dinâmica do SUS, considerando a importância da atuação de equipes interdisciplinares
que prestem serviços de forma contínua, enfatizando a promoção da saúde, a prevenção
e a atenção básica e especializada, inclusive as ações de urgência e emergência. Foram
definidas ações que poderão impactar a condição de saúde dessas populações, tais como
a ampliação da atenção básica (Consultórios na rua) por meio de equipes específicas para
a PSR; o controle e tratamento da tuberculose; as ações de saúde mental (CAPS, CAPS
AD; a formação e capacitação de profissionais, entre outras.
Saúde da população cigana:
O desconhecimento sobre os ciganos é certamente uma das causas da invisibilidade
dessa população. Os estudos e relatos não conseguem confirmar as variadas estimativas
sobre o número deles no Brasil, nem sobre sua distribuição geográfica. Com a criação da
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), o governo federal
iniciou um processo de reconhecimento oficial do contingente de ciganos no Brasil.
Dados do IBGE de 2009 confirmam que pelo menos 290 municípios brasileiros possuem
acampamentos ciganos. Os resultados deste estudo poderão servir para desenvolver
futuras estratégias de atuação em saúde para as populações ciganas.
POLÍTICA NACIONAL DE LGBTQIA+
A saúde sexual é um estado físico, emocional, mental e social de bem estar em relação à
sexualidade: Não é apenas a ausência de doenças, disfunções ou enfermidade
Requer uma abordagem positiva, respeitosa sobre sexualidade e relações sexuais, bem
como a possibilidade de ter prazer e experiencias seguras, livres de coerção,
discriminação, violência
Para a saúde sexual ser alcançada e mantida os direitos sexuais de todas as pessoas
devem ser respeitados, protegidos e cumpridos
A sexualidade é aspecto central do ser humano ao longo da vida, engloba sexo,
identidade e papeis de gênero, orientação, erotismo, prazer, intimidade e reprodução
Nomenclaturas:
L ESBICA
G AY
B ISSEXUAL
T RAVESTI
T RANSEXUAIS
Q UEER
I NTERSEXUAIS
A SSEXUADO
P ANSEXUAL + OUTRAS CONDIÇÕES DE IDENTIDADES OU BIOLOGICAS
Princípio de Yogyakarta:
Trata-se de um amplo espectro de normas de direitos humanos e de sua aplicação a
questões de orientação sexual e identidade de gênero.
Os princípios afirmam a obrigação primária dos ESTADOS de implementarem os
direitos humanos.
- 29 ou 38 princípios declarados no documento
- Temas → universalidade dos direitos humanos, direitos e liberdades
fundamentais (direito a vida, saude, trabalho, liberdade, segurança e
privacidade), a não discriminação, liberdade de expressão, o direito a migração e
asilo, o direito à participação e, por fim, a promoção dos direitos humanos
Direitos do princípio:
- direito da população LGBTQIAP+ ao gozo universal dos direitos humanos
- direito da população LGBTQIAP+ a igualdade e a nao discriminação
- direito ao reconhecimento da população LGBTQIAP+ perante a lei
- direito da população LGBTQIAP+ de constituir família
- direito da população LGBTQIAP+ a recursos jurídicos e medidas corretivas
eficazes
CID 9 - desvios e transtornos sexuais: homossexualismo
CID 10 - orientação sexual egodistônica: desconforto e sofrimento psíquico em
decorrência de questões sobre a aceitação da homossexualidade
- F64 - transtornos da identidade sexual
- F65 - transtornos de preferência sexual
- F66- transtornos psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento
sexual e a sua orientação
Política de saúde integral da população de LGBTs:
Déc 80 e 90 → movimento civil de gays, travestis, lésbicas e bissexuais no
enfrentamento da epidemia do HIV/Aids
2004 → ‘’Brasil sem homofobia - programa de combate a violência e a discriminação
contra GLTB e de promoção da cidadania homossexual’’
2006 → conquista de representação no conselho nacional de saúde - CNS
2007 → na 13° conferência nacional de saúde, a orientação sexual e a identidade de
gênero são incluídas na análise da determinação social da saúde
2008 → 1° conferência nacional de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
2009 → discussões legitimadas em uma política voltada à saúde LGBT
Marca: o reconhecimento os efeitos da discriminação e da exclusão no processo de
saúde doença da população LGBT.
Meta: redução das desigualdades relacionadas à saúde destes grupos sociais.
Objetivo geral: promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais, eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como
contribuindo para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS como sistema
universal, integral e equitativo.
Objetivos específicos:
1. instituir mecanismos de gestão para atingir maior equidade no SUS, com especial
atenção às demandas e necessidades em saúde da população LGBT, incluídas as
especificidades de raça, cor, etnia, territorial e outras congêneres
2. ampliar o acesso da população LGBT aos serviços de saúde do SUS, garantindo às
pessoas o respeito e a prestação de serviços de saúde com qualidade e resolução
de suas demandas e necessidades
3. qualificar a rede de serviços do SUS para atenção e o cuidado integral à saúde
da população LGBT
4. qualificar a informação em saúde no que tange à coleta, ao processamento e a
análise de dados específicos sobre a saúde da população LGBT, incluindo os
recortes etnico-racial e territorial
5. monitorizar, avaliar e difundir os indicadores de saúde e de serviços para a
população LGBT, incluindo os recortes étnicos racial e territorial
6. garantir acesso ao processo transexualizador na rede do SUS, nos moldes
regulamentados
Processo transexualizador:
Realizado pelo SUS, garante o atendimento integral de saúde a pessoas trans, incluindo
acolhimento, uso do nome social,hormonioterapia e cirurgia de adequação do corpo
biológico à identidade de gênero e social.
Profissionais:
Acompanhamento clínico pré e pós operatório e da hormonioterapia deve ser realizado
por: médico psiquiatra, médico endocrinologista, médico clínico, enfermeiro, psicólogo e
assistente social.
Acompanhamento cirúrgico (pré e pós) deve ser realizado por: médico ginecologista
obstetra, médico cirurgião plástico, enfermeiro, psiquiatra, endocrinologista, urologista,
assistente social, psicólogo.
Tratamento hormonal:
- Idade: 18 a 75 anos
- Terapia medicamentosa hormonal disponibilizada mensalmente (estrógeno ou
testosterona)
- Modalidade ambulatorial de média complexidade
Redesignação sexual no sexo masculino:
1. tireoplastia → cirurgia de redução do Pomo de Adão com vistas à feminilização
da voz e/ou alongamento das cordas vocais no processo transexualizador
2. mastectomia → ressecção de ambas as mamas
3. orquiectomia bilateral com amputação do pênis e neocolpoplastia (construção de
neovagina)
4. histerectomia → ressecção do útero e ovários, com colpectomia
- serviço de alta complexidade realizado no ambiente hospitalar
- idade: 21 a 75 anos
Sexo biológico→ Característica biológica atribuída ao nascimento; HOMEM/MULHER
Orientação sexual → Capacidade da pessoa ter uma profunda atração emocional,
afetiva, ou sexual por indivíduos de sexo oposto ou não ou mais de um afim de te
relações intimas com essas pessoas
1. HETEROSSEXUAL
2. HOMOSSEXUAL
3. BISSEXUAL
Expressão de gênero → Manifestação pessoal pública por meio de nome, vestimenta, do
corte de cabelo, adereços, comportamento, ou características corporais e a maneira
como interage com o meio. DRAG QUEENS/CROSSDRESSER
Identidade de gênero → Experiência interna e individual do gênero de cada pessoa que
pode ou não corresponder ao sexo atribuído ao nascimento.
- CISGENERO
- TRANSGÉNERO
Homem trans → Nascimento com sexo biológico feminino com reconhecimento de
gênero masculino
- O, UM OS UNS, ELE, AQUELE, SENHOR
Mulher trans → Nascimento com sexo biológico masculino com reconhecimento de
gênero feminino
- A, UMA, UMAS, ELA, AQUELA, SENHORA
Travesti → São pessoas que vivenciam papéis de gênero feminino, mas sua identidade
foge da duplicidade de gênero, elas reconhecem nem homem ou mulher, mas sim, ao um
terceiro sexo
Queer → origem inglesa, “queer” significa “estranho” e deu a um lugar chamado Queer
Street onde as pessoas discriminadas pela sociedade eram alocadas. Embora fosse uma
expressão muito utilizada para ofender pessoas LGBTQIA+, ao contrário do que
esperavam, o grupo aderiu ao termo de forma a abraçar todos que não se encaixem
dentro da heterocisnormatividade, ou seja, héteros e cis, a parcela da população que se
identifica com seu sexo e gênero de nascença.
Interssexo → É um termo guarda-chuva que descreve a variada condição biológica de
pessoas que nascem com anatomia reprodutiva ou sexual e/ou com padrão cromossomo
que não podem ser classificados como tipicamente masculino ou feminino sendo que pode
ser visível ao nascimento ou tornar se ao longo da vida.
Problemas: expectativa de vida, trabalho, família, custo, violência
Como o médico deve agir?
- Evite assumir a orientação sexual ou identidade de gênero pela aparência ou
outras características da pessoa; Esteja ciente de preconceitos e estereótipos
- Use uma linguagem neutra e inclusiva
- Permita que as pessoas se auto identifiquem e usem seu nome social. Não faça
julgamentos ou comentários morais
- Conserve uma linguagem corporal neutral; Normalize os antecedentes ou
comportamentos sexuais, perguntando-os para todos os seus pacientes
Panorama epidemiológico LGBTQIA+
Objetivo do programa Brasil sem homofobia:
Promover a cidadania de gays, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais a partir da
equiparação de direitos e do combate a violência e a discriminação homofóbicas,
respeitando a especificidade de cada um desses grupos populacionais.
Ações do programa:
1. apoio a projetos de fortalecimento de instiruições públicas e nao governamentais
que atuam na promoção da cidadania homossexual e/ou no combate a homofobia
2. capacitação de profissionais e representantes do movimento homossexual que
atuam na defesa de direitos humanos
3. disseminação de informações sobre os direitos, de promoção da auto estima
homossexual
4. incentivo a denúncia de violações dos direitos humanos do segmento LGBT
Princípios do programa:
- inclusão da perspectiva da nao discriminação por orientação sexual e de
promoção de direitos humanos de GLTB, nas politicas publicas e estratégias do
governo federal
- produção de conhecimento para subsidiar a elaboração, implantação e avaliação
das politicas publicas voltadas para o combate a violência e a discriminação por
orientação sexual
- combate a homofobia e a promoção dos direitos humanos de homossexuais é um
compromisso do Estado e de toda a sociedade brasileira
Programa de ações:
1. articulação da política de promoção dos direitos de homossexuais
2. legislação e justiça
3. cooperação internacional
4. direito à segurança: combate a violência e a impunidade
5. direito a educação: promovendo valores de respeito a paz e a não discriminação
por orientação sexual
6. direitos à saúde: consolidando um atendimento e tratamentos igualitários
7. direito ao trabalho garantindo uma política de acesso e de promoção da não
discriminação por orientação sexual
8. direito à cultura: construindo uma política de cultura de paz e valores de
promoção da diversidade humana
9. política para a juventude
10. política para as mulheres
11. política contra o racismo e a homofobia
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA – PNSIPN
O Ministério da Saúde reconhece que as condições de vida da PN são resultados de
injustos processos sociais, culturais e econômicos, presentes na história do Brasil,
contribuindo para o desigual acesso a direitos e oportunidades, inclusive na saúde, é
refletido no quadro epidemiológico, evidenciando as condições de vulnerabilidade desta
população.
Por que saúde da População Negra? É consenso na literatura científica a existência de
doenças de maior prevalência na população negra em virtude do condicionamento de
fatores genéticos, que atuariam em conjunto com fatores sociais e ambientais, e que
teriam efeito direto na morbidade e mortalidade.
Entre as doenças genéticas e hereditárias mais comuns, destacam-se:
- Hipertensão arterial sistêmica
- Diabete mellitus tipo II
- HIV/IST
- Doença falciforme
A partir da publicação dessa Política, o Ministério da Saúde reconhece e assume a
necessidade da instituição de mecanismos de promoção da saúde integral da população
negra e do enfrentamento ao racismo institucional no SUS, com vistas à superação das
barreiras estruturais e cotidianas que incide negativamente nos indicadores de saúde
dessa população – precocidade dos óbitos, altas taxas de mortalidade materna e infantil,
maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas e altos índices de violência.
Marca: Reconhecimento do racismo, das desigualdades étnico-raciais e do racismo
institucional como determinantes sociais das condições de saúde, com vistas à promoção
da equidade em saúde
Política:
A Política Nacional de Saúde integral da População negra define os princípios, a marca,
os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltados
para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de
cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão
participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento,
formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da
equidade em saúde da população negra.
- Esta Política está embasada nos princípios constitucionais de cidadania e
dignidade da pessoa humana, do repúdio ao racismo, e da igualdade.
Princípios:
- universalidade do acesso, compreendidocomo o “acesso garantido aos serviços de
saúde para toda população, em todos os níveis de assistência, sem preconceitos
ou privilégios de qualquer espécie’’
- integralidade da atenção, “entendida como um conjunto articulado e contínuo de
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigido para
cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema”
- igualdade da atenção à saúde
- descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de
governo
Objetivo geral: Promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das
desigualdades étnico raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e
serviços do sus.
Diretrizes gerais:
- Incluir os temas racismo e saúde na formação e educação permanente dos
trabalhadores e controle social da saúde
- Ampliar e fortalecer a participação do movimento negro nas instâncias de
controle social
- Incentivar a produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde da
população negra
- Promover o reconhecimento dos saberes e práticas populares de saúde, incluindo
os das religiões de matriz africana
- Implementar monitoramento e avaliação das ações de combate ao racismo e à
redução das desigualdades étnico-raciais na saúde
- Desenvolver processos de informação, comunicação e educação que reduzam
vulnerabilidades, desconstrua estigmas, preconceitos e fortaleça uma identidade
negra positiva
Desafios para a operacionalização da PNSIPN:
Problema → Dificuldade de acesso da população negra à atenção à saúde
1. Acesso da população negra nas redes de atenção à saúde
2. Promoção e vigilância em saúde
3. Educação permanente em saúde e produção do conhecimento em saúde da
população negra
4. Fortalecimento da participação e do controle social
5. Monitoramento e avaliação das ações de saúde para a população negra
Preconceito → É a ideia ou opinião preconcebida, formada sem maior conhecimento, sem
consideração dos argumentos ou dos sentimentos das pessoas que sofrem o preconceito.
No caso do preconceito racial no Brasil, ele pode ser exteriorizado como suspeita,
desconfiança, intolerância, medo, aversão, às vezes ódio a pessoas ou coletivos, sob
pretexto do aspecto ou das marcas físicas e/ou culturais, os identificam como de uma
raça ou etnia.
Discriminação → Refere a atitude e/ou conduta, por pessoas pelo julgamento e
explicitação de estereótipos de raça, sexo, idade, religião, ascendência nacional, origem
social, opinião política, entre outros motivos.
Significa “distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou
restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de
condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político econômico,
social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública”
Intolerância → É o não reconhecimento da possibilidade de outra verdade, outros
valores, outras preferências, sentimentos, gostos, expressões, (religiosas, artísticas,
culinárias), formas de falar, de se vestir que não sejam iguais ou similares aos próprios
Raça → Para Almeida (2018), raça como classificação dos seres humanos é uma noção
construída pela modernidade quando o homem se torna objeto científico da Biologia e da
Física. Essas duas grandes áreas constroem uma explicação que a partir das
características biológicas e geográficas das pessoas, definem-se as capacidades
intelectuais, morais e psicológicas existentes entre as diferentes raças. Embora a
inexistência de raças humanas tenha sido comprovada, a raça continua sendo uma
categoria política utilizada para justificar as desigualdades existentes.
Racismo → Para conceituar racismo, o autor recorre à categoria de discriminação racial
que se refere aos diferentes modos de tratamentos de pessoas pertencentes a grupos
raciais específicos. A prática da discriminação racial é fundamentada nas relações de
poder que determinados grupos detêm, usufruindo das vantagens que a categoria racial
oferece.
O racismo é efetivado através da discriminação racial estruturada, constituindo-se
como um processo pelo qual as circunstâncias de privilégios se difundem entre os grupos
raciais e se manifestam pelos espaços econômicos, políticos e institucionais. Almeida
(2018) classifica o conceito de racismo em individual, institucional e estrutural de
modo a tornar sua compreensão didática.
Concepção individual do racismo é considerada mediante uma ideia de “patologia” de
cunho individual ou coletivo atribuído a determinadas pessoas. O racismo individual
ocorre por meio da discriminação racial, considerado pelo autor como uma concepção
frágil e limitada, tendo em vista suas análises ausentes de contextos históricos e
reflexões sobre os reais efeitos para a sociedade.
Racismo individual → Patologia social, desarranjo individual (não é o Estado racista)
Concepção institucional de racismo é considerada por Almeida (2018) como um avanço
para os estudos das relações raciais, pois amplia a ideia existente de racismo como
comportamento individual. O racismo institucional diz respeito aos efeitos causados
pelos modos de funcionamento das instituições que concedem privilégios a determinados
grupos de acordo com a raça. Para o autor, as instituições estabelecem e regulamentam
as normas e os padrões que devem conduzir as práticas dos sujeitos, conformando seus
comportamentos, seus modos de pensar, suas concepções e preferências. Com base
nessa ideia, “as instituições são a materialização das determinações formais na vida
social” e derivam das relações de poder, conflitos e disputas entre os grupos que
desejam admitir o domínio da instituição (ALMEIDA, 2018, p. 30).
Concepção estrutural de racismo que está intrinsecamente ligado ao racismo
institucional que determina suas regras a partir de uma ordem social estabelecida. O
racismo é uma decorrência da estrutura da sociedade que normaliza e concebe como
verdade padrões e regras baseadas em princípios discriminatórios de raça. O racismo é
parte de um processo social, histórico e político que elabora mecanismos para que
pessoas ou grupos sejam discriminados de maneira sistemática.
POLÍTICA NACIONAL DA POPULAÇÃO INDÍGENA
Indígena significa "originário, aquele que está ali antes dos outros" e valoriza a
diversidade de cada povo. Para se referir ao dia 19 de abril, a Secom adota o termo Dia
dos Povos Indígenas (com iniciais maiúsculas), em vez de Dia do Índio.
- A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas integra a Política
Nacional de Saúde, compatibilizando as determinações das Leis Orgânicas da
Saúde com as da Constituição Federal, que reconhecem aos povos indígenas suas
especificidades étnicas e culturais e seus direitos territoriais.
- A implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
requer a adoção de um modelo complementar e diferenciado de organização dos
serviços - voltados para a proteção, promoção e recuperação da saúde -, que
garanta aos índios o exercício de sua cidadania nesse campo.
- São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las,proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
1ª Conferência de Proteção á Saúde do Índio - 1986: “A saúde das populações
indígenas é resultante de alguns elementos fundamentais: acesso à posse da terra; grau
de contato com a sociedade nacional; liberdade para viver a sua singularidade (padrões
alimentares,de educação, de moradia e de trabalho); acesso à vacinação e serviços de
saúde”
- A população indígena brasileira é estimada em, aproximadamente, 370.000
pessoas, pertencentes a cerca de 210 povos, falantes de mais de 170 línguas
identificadas. Cada um destes povos tem sua própria maneira de entender e se
organizar diante do mundo, que se manifesta nas suasdiferentes formas de
organização social, política, econômica e de relação com o meio ambiente e
ocupação de seu território.
- Os povos indígenas enfrentam situações distintas de tensão social, ameaças e
vulnerabilidade. A expansão das frentes econômicas (extrativismo, trabalho
assalariado temporário, projetos de desenvolvimento) vem ameaçando a
integridade do ambiente nos seus territórios e também os seus saberes,
sistemas econômicos e organização social.
- Em relação à morbidade, verifica-se uma alta incidência de infecções
respiratórias e gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, doenças
sexualmente transmissíveis, desnutrição e doenças preveníveis por vacinas,
evidenciando um quadro sanitário caracterizado pela alta ocorrência de agravos
que poderiam ser significativamente reduzidos com o estabelecimento de ações
sistemáticas e continuadas de atenção básica à saúde no interior das áreas
indígenas.
- Sobre uma população de cerca de 60 mil indivíduos, foram registrados 466
óbitos, quase 50% deles entre menores de 5 anos de idade, tendo como causas
mais freqüentes as doenças transmissíveis, especialmente as infecções das vias
respiratórias e as parasitoses intestinais, a malária e a desnutrição.
Tuberculose e AIDS/HIV = agravos ***
Política:
Objetivo: garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo
com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade
social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos
fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior
magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua
medicina e o direito desses povos à sua cultura.
Diretrizes:
Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes, que devem
orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e
controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas:
- Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de
Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção
primária e os serviços de referência se situam
- Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural
- Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas; articulação dos
sistemas tradicionais indígenas de saúde
- Promoção do uso adequado e racional de medicamentos
- Promoção de ações específicas em situações especiais
- Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo
comunidades indígenas
- Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena
- Controle social
Distrito sanitário especial indígena:
O conceito utilizado nesta proposta define o Distrito Sanitário como um modelo de
organização de serviços - orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico,
populacional e administrativo bem delimitado -, que contempla um conjunto de atividades
técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo
a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades
administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com controle social
A definição territorial dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas deverá levar em
consideração os seguintes critérios:
- População, área geográfica e perfil epidemiológico
- Disponibilidade de serviços, recursos humanos e infra-estrutura
- Vias de acesso aos serviços instalados em nível local e à rede regional do SUS
- Relações sociais entre os diferentes povos indígenas do território e a sociedade
regional
- Distribuição demográfica tradicional dos povos indígenas, que não coincide
necessariamente com os limites de estados e municípios onde estão localizadas as
terras indígenas.
Organização do DSEI E CASAI:
- Cada distrito organizará uma rede de serviços de atenção básica de saúde dentro
das áreas indígenas, integrada e hierarquizada com complexidade crescente e
articulada com a rede do Sistema Único de Saúde. As Comissões Intergestores
Bipartites são importantes espaços de articulação para o eficaz funcionamento
dos distritos
- As equipes de saúde dos distritos deverão ser compostas por médicos,
enfermeiros, odontólogos, auxiliares de enfermagem e agentes indígenas de
saúde, contando com a participação sistemática de antropólogos, educadores,
engenheiros sanitaristas e outros especialistas e técnicos considerados
necessários
- O número, qualificação e perfil dos profissionais das equipes serão estabelecidos
de acordo com o planejamento detalhado de atividades, considerando: o número
de habitantes, a dispersão populacional, as condições de acesso, o perfil
epidemiológico, as necessidades específicas para o controle das principais
endemias e o Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde a ser
definido conforme a diretriz específica desta política
- Nas aldeias, a atenção básica será realizada por intermédio dos Agentes
Indígenas de Saúde, nos postos de saúde, e pelas equipes multidisciplinares
periodicamente, conforme planejamento das suas ações
- Na organização dos serviços de saúde, as comunidades terão uma outra instância
de atendimento, que serão os Pólos-Base. Os pólos são a primeira referência para
os agentes indígenas de saúde que atuam nas aldeias. Podem estar localizados
numa comunidade indígena ou num município de referência
- As demandas que não forem atendidas no grau de resolutividade dos Pólos-Base
deverão ser referenciadas para a rede de serviços do SUS, de acordo com a
realidade de cada Distrito Sanitário Especial Indígena. Essa rede já tem sua
localização geográfica definida e será articulada e incentivada a atender os
índios, levando em consideração a realidade socioeconômica e a cultura de cada
povo indígena, por intermédio de diferenciação de financiamento
- Com o objetivo de garantir o acesso à atenção de média e alta complexidades,
deverão ser definidos procedimentos de referência, contra-referência e
incentivo a unidades de saúde pela oferta de serviços diferenciados com
influência sobre o processo de recuperação e cura dos pacientes indígenas (como
os relativos a restrições/prescrições alimentares, acompanhamento por parentes
e/ou intérprete, visita de terapeutas tradicionais, instalação de redes, entre
outros) quando considerados necessários pelos próprios usuários e negociados
com o prestador de serviço
- Deverão ser oferecidos, ainda, serviços de apoio aos pacientes encaminhados à
rede do Sistema Único de Saúde. Tais serviços serão prestados pelas Casas de
Saúde Indígena, localizadas em municípios de referência dos distritos a partir da
readequação das Casas do Índio
Casas de Saúde → deverão estar em condições de receber, alojar e alimentar
pacientes encaminhados e acompanhantes, prestar assistência de enfermagem 24 horas
por dia, marcar consultas, exames complementares ou internação hospitalar,
providenciar o acompanhamento dos pacientes nessas ocasiões e o seu retorno às
comunidades de origem, acompanhados das informações sobre o caso.
Além disso, as Casas deverão ser adequadas para promover atividades de educação em
saúde, produção artesanal, lazer e demais atividades para os acompanhantes e mesmo
para os pacientes em condições para o exercício dessas atividades.
Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural:
- A formação e a capacitação de indígenas como agentes de saúde é uma
estratégia que visa favorecer a apropriação, pelos povos indígenas, de
conhecimentos e recursos técnicos da medicina ocidental, não de modo a
substituir, mas de somar ao acervo de terapias e outras práticas culturais
próprias, tradicionais ou não
- O Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde deverá ser concebido
como parte do processo de construção dos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas. Será desenvolvido em serviço e de forma continuada, sob a
responsabilidade de Instrutores/Supervisores,devidamente capacitados, com a
colaboração de outros profissionais de serviço de saúde e das lideranças e
organizações indígenas
- A capacitação dos recursos humanos para a saúde indígena deverá ser priorizada
como instrumento fundamental de adequação das ações dos profissionais e
serviços de saúde do SUS às especificidades da atenção à saúde dos povos
indígenas e às novas realidades técnicas, legais, políticas e de organização dos
serviços
Deverão ser promovidos cursos de atualização/aperfeiçoamento/especialização
para gestores, profissionais de saúde e assessores técnicos (indígenas e
não-indígenas) das várias instituições que atuam no sistema

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