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Deontologia Professor Gustavo Bassetto INTRODUÇÃO O que é o SUS? O SUS, Sistema Único de Saúde, é composto pela saúde pública e saúde suplementar, ou seja, inclui a rede pública, mas também a rede privada. A saúde suplementar deve ser complementar a saúde pública através, por exemplo, da rede privada e da filantropia. Uma entidade filantrópica é uma pessoa jurídica que presta serviços à sociedade, principalmente às pessoas mais carentes, e que não possui como finalidade a obtenção de lucro. A fim de tal, essa entidade recebe incentivo fiscais, com a isenção de determinados impostos. No estado de São Paulo, aproximadamente 64% da rede pública é representada pela filantropia. O CFM, Conselho Federal de Medicina, não possui resoluções diferentes para o público e o privado. Elas normatizam o exercício médico, independente do financiamento. Deontologia Deontologia é a parte da Medicina Legal que se ocupa das normas éticas a que o médico está sujeito no exercício da profissão, abrangendo a responsabilidade profissional nas esferas penal, civil, ética e administrativa. Inclui a Bioética e seus princípios. (Hercules, 2008) A deontologia médica tem como princípio conduzir o facultativo sob uma orientação moral e jurídica, nas suas relações com os docentes, com os colegas e com a sociedade, e ao mesmo tempo tentar explicar uma forma de comportamento, tomando, como objeto de sua reflexão, a ética e a lei. Já a Diceologia médica estuda os direitos dos médicos, tais como os direitos de exercício da profissão, honorários profissionais, entre outros. (França, 2001) Ética médica é a disciplina que avalia os méritos, riscos e preocupações sociais das atividades no campo da Medicina, levando em consideração a moral vigente em determinado tempo e local. É um ramo da ética aplicada. Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo transdisciplinar entre Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Filosofia (Ética) e Direito (Biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, animal e ambiental. Considera, portanto, questões onde não existe consenso moral, como fertilização in vitro, aborto, clonagem, eutanásia, transgênicos e as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de cientistas em suas pesquisas e aplicações. REPRODUÇÃO ASSISTIDA A infertilidade humana é considerada quando os casais ou mulheres não conseguem gerar filhos após um ano de efetivas relações seuxais não protegidas. Para a infertilidade absoluta, somente as técnicas de reprodução humana assistida podem assegurar a procriação; quando a infertilidade é relativa, métodos tradicionais também podem levar à procriação. A Reprodução Humana Assistida (RHA) é, basicamente, a intervenção do homem no processo de procriação natural, com o objetivo de possibilitar que pessoas com problemas de infertilidade e esterilidade satisfaçam o desejo de alcançar a maternidade ou a paternidade. Principais técnicas de Reprodução assistida A. Com tubas saudáveis e pérvias: 1. Relação sexual programada 2. Inseminação Artificial Intra-uterina 3. Transferência de Gametas Intratubária (GIFT) 4. Fertilização in vitro com transferência de Zigoto (ZIFT) e/ou Embriões (TET) intratubária. B. Sem tubas saudáveis e/ou com tubas impérvias 1. Fertilização in vitro Convencional e Transferência Intra-uterina de Pré-embriões (FIV e TE). 2. Fertilização in vitro com Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI) REGULAÇÃO DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA Regulação jurídica A regulação jurídica acerca de reprodução assistida consta na Constituição Federal de 1988. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7° Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte das instituições oficiais ou privadas. ● Direito ao Planejamento Familiar: Reconhecido pelo STF no julgamento da ADI 3510 sobre pesquisas com células-tronco embrionárias. A Lei N° 9263/1996 regula o § 7° do art. 226 da Constituição Federal: Art. 1° O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto nesta Lei. Geovana Sanches - TXXIV Art. 2° Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Art. 9° Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. Por fim, a Portaria n° 426/2205, institui, no âmbito do SUS, a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Assistida. Art 3° Definir que a Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida, de que trata o artigo 1° desta Portaria, seja constituída a partir dos seguintes componentes fundamentais: III - Alta Complexidade: os serviços de referência de alta complexidade estarão habilitados a atender aos casos encaminhados pela média complexidade, estando capacitados para realizar todos os procedimentos de média complexidade, bem como a fertilização in vitro e a inseminação artificial. Regulação ética: Resolução CFM nº 2168/2017 Adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida - sempre em defesa do aperfeiçoamento das práticas e da observância dos princípios éticos e bioéticos que ajudam a trazer maior segurança e eficácia a tratamentos e procedimentos médicos - tornando-se o dispositivo deontológico a ser seguido pelos médicos brasileiros. Utilizadas Probabilidade de sucesso e não incorra em risco grave de saúde para paciente e possível descendente. Idade máxima para mulheres: 50 anos → poderá existir exceção ao limite de 50 anos, desde que haja fundamento técnico e científico e após esclarecimento dos riscos. Consentimento livre e esclarecido O termo de Consentimento livre e esclarecido é de suma importância e obrigatório. Deverá conter: ● Explicação detalhada da técnica de RA escolhida; ● Resultados obtidos naquela técnica proposta; ● As informações devem conter caráter biológico, jurídico e ético. Não poderá: ● Ser aplicada com intenção de selecionar o sexo ou qualquer outra característica biológica, exceto, evitar doenças no possível descendente. ● Fecundação com outra finalidade que não procriação humana. Condições para reprodução assistida ● Número máximo não superior a 4 ● Mulher até 35 anos: até 2 embriões ● Mulher entre 36 e 39 anos: até 3 embriões ● Mulher com mais de 40 anos: até 4 embriões ● Em caso de gravidez múltipla é proibida a redução embrionária. A redução consistiria no crime de aborto. Para a doação de óvulos e embriões, considerar a idade no momento da coleta de óvulos. Pacientes das técnicas ● Qualquer pessoa capaz, com indicação médica, e de acordo com riscos e gravidez múltiplas. ● Devidamente esclarecido (recomendação n° 1/2016 do CMF, artigos 22, 31, 34). ● É permitido para relacionamento homossexuais e pessoas solteiras, respeitando a objeção de consciência por parte do médico. Ou seja, é garantido ao médico, diante de situação eletiva, se recusar a iniciar a reprodução assistida em casais homossexuais. ● É permitida a gestação compartilhada em união feminina em que não exista infertilidade. Doação de gametas e embriões ● Não poderá ter caráter lucrativo ou comercial. ● Identidade preservada de ambos os lados. ● Idade limite doação de gametas: 35M e 50H. ● Poderá ser informado por questão de saúde, informações sobre doadores, mantendo o sigilo (não é permitido a identificação do doador). ● Registro permanente pelas clínicas, centros ou serviços onde é feito a doação. ● Limite de 1 mi de habitantes para duas gestações de crianças de sexos diferentes. ●Escolha dos doadores feita pelo médico assistente, com busca das características da receptora. ● Proibição aos médicos, funcionários e integrantes dos centros, participarem como doadores nos programas de RA. É permitido doação de voluntária de gametas masculinos e doação compartilhada de oócitos em RA, em que a doadora e a receptora que tenham problemas de reprodução compartilhem material biológico e os custos financeiros. Terá a doadora preferência sobre o material biológico que será produzido. Diagnóstico genético pré-implantação de embriões Geovana Sanches - TXXIV ● Poderá ser aplicado seleção de embriões e submetido a diagnóstico de alterações genéticas causadoras de doenças. ● Doação para pesquisa ou descartados os embriões com alterações genéticas. ● Seleção de embriões com Antígeno Leucocitário Humano - HLA, compatível com outro filho do casal, para tratamento efetivo por transplante de células-tronco. ● Tempo máximo de desenvolvimento de embriões = 14 dias. Gestação de substituição ● Doadora temporária do útero devem pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o 4° grau (1° = mãe; 2° = irmã/avó; 3°=tia; 4°= prima) e de descendentes filha e sobrinha; ● Sem caráter lucrativo: caráter lucrativo é diferente dos custos com a gestação, por exemplo, alimentação, transporte, etc. ● Todos os fatos sobre gestação de substituição deverão constar no prontuário. ● Termo de consentimento dos pacientes e da doadora temporária do útero, com esclarecimento da questão de filiação da criança. ● Aprovação do cônjuge ou companheiro, por escrito, se a doadora for casada ou viver em união estável. Reprodução assistida post-mortem ● Permitida desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para uso do material biológico criopreservado. ● A autorização para uso do material biológico deverá ser lavrado por instrumento público (Provimento n° 52/2016, do CNJ). Nova resolução No momento da criopreservação, os pacientes devem manifestar sua vontade, por escrito, quanto ao destino a ser dado aos embriões criopreservados em caso de divórcio ou dissolução de união estável, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los. Conselho Nacional de Justiça - CNJ → Provimento n° 52/ 2016 - dispõe sobre o registro de nascimento e emissão da respectiva certidão dos filhos havidos por reprodução assistida. Art 2°: É indispensável, para fins de registro e da emissão da certidão de nascimento, a apresentação dos seguintes documentos: II - declaração, com firma reconhecida, do diretor técnico da clínica, centro ou serviço de reprodução humana em que foi realizada a reprodução assistida, indicando a técnica adotada, o nome do doador ou da doadora, com registro de seus dados clínicos de caráter geral e características fenotípicas, assim como o nome dos seus benefícios. TESTAMENTO VITAL Morte digna. Direito à vida. Liberdade. Cuidados Paliativos. O direito à morte digna se apoia na reivindicação da liberdade e autodeterminação do indivíduo de decidir sobre sua própria existência, seja em respeito à sua convicção religiosa, seja em decorrência de sua própria consciência. Aos defensores deste pensamento surge a possibilidade da eutanásia e da ortotanáisa. Os cuidados paliativos ou de fim de vida "são medidas tomadas quando já não é mais possível curar ou estender a vida do paciente. As prioridades passam a ser, então, o controle da dor e os confortos físico e psicológico do doente e de seus familiares". Lei "Mário Covas": garante o direito do paciente em optar onde gostaria de ter sua terminalidade, tendo em vista que o leito de um hospital é o ambiente mais frio possível para essa circunstância. Resolução 1995/2012 - Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontades dos pacientes Art 1° - Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamento que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. Exemplo: o paciente determina não querer realizar uma cirurgia ou ter uma reanimação seja necessário. Art. 2° - Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico levará em consideração suas diretrizes antecipadas de vontade. §1° Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas informações serão levadas em consideração pelo médico. ● Em um primeiro momento, em casos de emergência, deve-se estabilizar o paciente antes de analisar essas informações. § 2° O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica. ● O Código de Ética Médica proibe, por exemplo, a eutanásia e o ato de levar sofrimento e dor ao Geovana Sanches - TXXIV paciente. A ordem pelo paciente de não reanimação, por exemplo, pode ser respeitada. § 3° As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. ● Na diretiva, pode incluir, por exemplo: ordem de não reanimação e realização de procedimentos cirúrgicos. § 4° O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente. § 5° Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente. ● Devemos respeitar a vontade do paciente, mas antes garantir a legalidade da prática médica. PRONTUÁRIO MÉDICO O prontuário médico é um conjunto de documentos médicos padronizados e ordenados, destinados ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente pelos serviços de saúde pública ou privado. É um meio indispensável para manter um histórico clínico do assistido, aferir a assistência médica prestada, elemento valioso para o ensino, a pesquisa e os serviços de saúde pública. Por fim, é um elemento fundamental probatório servindo como instrumento de defesa legal. Vale ressaltar que o prontuário é um documento que pertence ao paciente e não ao médico. RESOLUÇÃO CFM n° 1.638/2002 Define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições de saúde. Diz que a responsabilidade pelo prontuário cabe ao médico assistente e aos demais profissionais de saúde que compartilham o atendimento. Definição Art. 1º - Definir prontuário médico como o documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e sintomas registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo. Requisitos Obrigatórios (artigo 5º) ● Identificação do paciente: nome completo, data de nasciment (dia, mês e ano com quatro dígitos), sexo, nome da mãe, naturalidade (indicando o município e o estado de nascimento), endereço completo; ● Anamnese, exame físico, exames complementares solicitados e seus respectivos resultados, hipóteses diagnósticas, diagnóstico definitivo e tratamento efetuado; ● Evolução diária do paciente, com data e hora, discriminação de todos os procedimentos aos quais o mesmo foi submetido e identificação dos profissionais que os realizaram, assinador eletronicamente quando elaborados e/ou armazenados em meio eletrônico; ● Nos prontuários em suporte de papel é obrigatória a legibilidade da letrado profissional que atendeu o paciente, bem como a identificação dos profissionais prestadores do atendimento. São também obrigatórias a assinatura e o respectivo número do CRM. ● Nos casos emergenciais, nos quais seja impossível a colheita da história clínica do paciente, deverá constar relato médico completo de todos os procedimentos realizados e que tenham possibilitado o diagnóstico e/ou remoção para outra unidade. ● Evoluções de enfermagem e outros profissionais assistentes; ● Exames laboratoriais, radiológicos e outros; ● Raciocínio médico; ● Hipótesis diagnósticas e diagnóstico definitivo; ● Conduta terapêutica; ● Prescrições médicas; ● Descrições cirúrgicas, fichas anestésicas; ● Resumo de alta; ● Fichas de atendimento ambulatorial e/ ou atendimento de urgência; ● Folhas de observação médica, boletins médicos; ● Laudos, biópsia, lâmina; ● Registros dos consentimentos esclarecido Responsabilidade Art. 2º Determinar que a responsabilidade pelo prontuário médico cabe: I. Ao médico assistente e aos demais profissionais que compartilham atendimento; II. À hierarquia médica da instituição, nas suas respectivas áreas de atuação, que tem como dever zelar pela quantidade da prática médica ali desenvolvida; Geovana Sanches - TXXIV III. À hierarquia médica constituída pelas chefias de equipe, chefias da Clínica, do setor até o diretor da Divisão Médica e/ou diretor técnico. Art. 5º Compete à Comissão de Revisão de Prontuários: I. Assegurar a responsabilidade do preenchimento, guarda e manuseio dos prontuários, que cabem ao médico assistente, à chefia da equipe, à chefia da Clínica e à Direção técnica da unidade. Comissão de Revisão Art. 3º Tornar obrigatória a criação das Comissões de Revisão de Prontuários nos estabelecimentos e/ou instituições de saúde onde se presta assistência médica. Art. 4º - A Comissão de que trata o artigo anterior será criada por designação da Direção do estabelecimento, por eleição do Corpo Clínico ou por qualquer outro método que a instituição julgar adequado, devendo ser coordenada por um médico. Art. 6º - A Comissão de Revisão de prontuários deverá manter estreita relação com a Comissão de Ética Médica da unidade, com a qual deverão ser discutidos os resultados das avaliações realizadas. Guarda e Manuseio Resolução CFM Nº 1.821/2007: Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde. Art. 1º - Aprovar o Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, versão 3.0 e/ou outra versão aprovada pelo CFM, anexo e também disponível nos sites do CFM e Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS). Art. 2º - Autorizar a digitalização dos prontuários dos pacientes, desde que o modo de armazenamento dos documentos digitalizados obedeça a norma específica de digitalização contida nos parágrafos abaixo e, após análise obrigatória da Comissão de Revisão de Prontuários, as normas da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos da unidade médico-hospitalar geradora do arquivo. Art. 4º - Não autorizar a eliminação do papel quando da utilização somente do "Nível de garantia de segurança 1 (NGS1)", por falta de amparo legal. Art. 7º - Estabelecer a guarda permanente, considerando a evolução tecnológica, para prontuários dos pacientes arquivados eletronicamente em meio óptico, microfilmado ou digitalizado. Art. 8º - Estabelecer o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preservação dos prontuários dos pacientes em suporte de papel, que não foram arquivados eletronicamente, microfilmado ou digitalizado. Regulamentação CFM- Capítulo X: Documentos Médicos De acordo com o Código de Ética Médica é vedado ao médico: ● Artigo 80 - Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade ● Artigo 81 - Atestar como forma de obter vantagens ● Artigo 82 - Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada ● Artigo 83 - Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal ● Artigo 84 - Deixar de atestar óbito de paciente o qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. ● Artigo 85 - Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade. → Equipe de atendimento multiprofissional é obrigada ao sigilo. Membros da família, não. ● Artigo 86 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta ● Artigo 87 - Deixar de elaborar prontuário legível para cada cada paciente. §1° - O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico do Conselho regional de Medicina. §2° - O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste ao paciente. §3°- Cabe ao médico assistente ou a seu substituto elaborar e entregar o sumário de alta ao paciente ou, na sua impossibilidade, ao seu representante legal. ● Artigo 88 - Negar ao paciente ou, na sua impossibilidade, a seu representante legal, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando for solicitado, bem como deixar Geovana Sanches - TXXIV de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. ● Artigo 89 - Liberar cópias do prontuário sob guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa. §1° Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz. §2° Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional. ● Artigo 90 - Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina. ● Artigo 91 - Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal. Resolução CFM 1.605/2000 - dispõe sobre o médico não poder revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica, sem o consentimento do paciente O Ministério Público Federal ingressou com uma Ação Civil Pública. ● Declarar a nulidade do parecer CFM n°06/2010 e sua Nota Técnica do Setor Jurídico 002/2012 ● Declarar o direito de todo paciente ter acesso aos seus prontuários médicos, independentemente da autorização judicial ● Declarar o direito dos sucessores legítimos ao acesso direto e irrestrito a prontuários de pacientes falecidos ● Declarar que somente na hipótese de o paciente, enquanto vivo, expressamente opuser à liberação de seus prontuários médicos a seus sucessores legítimos, o sigilo de tais documentos se mantenha após sua morte Recomendação CMF n° 1/ 14 - Recomendar aos profissionais médicos e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar no sentido de: a. Fornecetem, quando solicitados pelo conjuge/ companheiro sobrevivente do paciente morte, e sucessivamente pelos sucessores legítimos do paciente em linha reta, ou colaterais até o quarto grau, os prontuários médicos do paciente falecido: desde que documentalmente comprovado o vínculo familiar e observada a ordem de vocação hereditária. b. Informarem aos pacientes acerca da necessidade de manifestação expressa da objeção à divulgação do seu prontuário médico após a sua morte. Geovana Sanches - TXXIV
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