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De acordo com 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, publicada em 2016, Hipertensão arterial (HA) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM). O sistema circulatório está intrinsecamente envolvido com controle homeostático que regula o fluxo e a pressão sanguínea. O organismo dispõe de mecanismos reguladores no sistema cardiovascular, que são produzidos por alteração do débito cardíaco, modulação no diâmetro dos vasos sanguíneos e alteração da quantidade de sangue, ou seja, promove alteração de força e frequência cardíaca, modulação da resistência vascular periférica (principalmente das arteríolas) e controle do volume plasmático circulante. Quando as artérias se distanciam do coração, diminuem o seu calibre, transformando-se em arteríolas. Depois, as arteríolas diminuem tanto o seu tamanho que ficam menores que um fio de cabelo, daí serem chamadas capilares. As artérias e arteríolas apenas transportam o sangue, sendo que somente os vasos capilares são os responsáveis pelas trocas. No entanto, para o sangue chegar até as células, é necessário que o coração, por meio de sua força de contração, empurre-o ao longo do sistema circulatório. Para que as células possam ser abastecidas de nutrientes, água e oxigênio, além da remoção dos resíduos, é importante manter boa PA. O QUE É A PA é a força (pressão) exercida pelo sangue contra as paredes elásticas das artérias quando o coração se contrai. No entanto, quando o coração relaxa, o sangue continua a exercer força nas paredes das artérias, embora em menor intensidade em comparação com o momento da contração. Desse modo, quando ocorre a contração ventricular, cria-se a pressão arterial sistólica (PAS ou pressão máxima) e, durante o período de relaxamento, temos a pressão arterial diastólica (PAD). A PA é determinada pelo débito cardíaco, volume de sangue e resistência vascular. A PA é mais alta na aorta e nas grandes artérias sistêmicas; em um adulto jovem em repouso, a PA sobe para cerca de 110 mmHg durante a sístole (contração ventricular) e cai para cerca de 70 mmHg durante a diástole (relaxamento ventricular). Em geral, em indivíduos normotensos (com a PA normal), a pressão sistólica fica em torno de 120 mmHg e a pressão diastólica, em torno de 80 mmHg. Note que, mesmo no relaxamento, período da pressão diastólica, a pressão exercida é alta (80 mmHg) em comparação com o interior do ventrículo, em que chega a quase zero, como vimos no ciclo cardíaco. Isso ocorre devido à força exercida pelo sangue nas paredes das artérias, visto que estas têm a capacidade da elasticidade. A pressão pode ser expressa por meio de uma formula: PA = DC (sístole) x RP (diástole) Essa é uma relação diretamente proporcional, ou seja se o DC ou RP, aumentar ou diminuir a pressão ira aumentar ou diminuir. PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA: • É a contração ventricular. • Pressão máxima/maior pressão. PRESSÃO DIASTÓLICA: • É o relaxamento ventricular. • Pressão mínima/menor. • Essa pressão é elevada por é a força exercida pelo sangue no interior dos vasos, devido a sua elasticidade ocorre então o estiramento. • As fibras elásticas das artérias, acumulam a energia do estiramento e liberam essa força em formato de pulso, quando retornam ao tamanho normal. • Indivíduos normotensos, possuem uma pressão sistólica em torno de 120mmHg e uma pressão diastólica em torno de 80mmHg. PRESSÃO DIFERENCIAL OU PRESSÃO DE PULSO • É o resultado da equação: Pressão diferencial=Pressão Arterial Sistólica-Pressão Arterial Diastólica. • Na maior parte do tempo, o coração fica submetido a PAD, predominado o dobro do tempo. PD = PAS - PAD PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA: • Valor simbólico dado a pressão exercida pelo fluxo sanguíneo/ volume de sangue nas artérias. • A velocidade do sangue é maior nas aortas do que nos capilares. • Da mesma forma a pressão também sofre alterações ao longo do sistema respiratório. PAM = PAD + 1/3 PD GRANDES ARTÉRIAS: • A pressão fica em torno de 100 mmHg; ARTERÍOLAS: • A pressão fica em torno de 50 mmHg; CAPILARES: • A pressão fica em torno de 20 mmHg. VEIAS: • A pressão fica em torno de 4 mmHg. CAPILARES: • A velocidade do fluxo sanguíneo é menor nos capilares. • Baixa pressão, pois possibilitar a realização das trocas necessárias por esses vasos. • Os capilares são extremante frágeis e pequenos, por esse motivo a pressão em seu interior é menor, para não sofrer agressões, rompimento ou encher o seu interstício de liquido plasma ou água, provocando edema. FATORES QUE INFLUENCIAM A PRESSÃO: • Débito Cardíaco. • Resistência Periférica Débito Cardíaco O DC significa o volume de sangue ejetado pelo coração a cada minuto, que permite avaliar o coração como bomba ou a medida da performance (desempenho) cardíaca. DC= FC X VS • A volemia de um homem de 70 kg, ou seja, o volume de sangue corporal, é em torno de 5 l. • Em repouso, o coração consegue bombear todo sangue do corpo (volemia de 5 l) em apenas 1 min. DÉBITO SISTÓLICO E FREQUÊNCIA CARDÍACA A regulação do débito sistólico é feita por três fatores: 1. Pré-carga 2. Contratilidade 3. Pós-carga A regulação da frequência cardíaca é realizada pelo Sistema Nervoso autônomo simpático e parassimpático. O débito cardíaco consiste na quantidade de sangue que cada ventrículo lança na circulação, podendo ser sistêmica ou pulmonar, em uma unidade de tempo. O débito cardíaco é expresso em litro por minuto, ou seja o fluxo de sangue gerado pelo coração. O débito cardíaco é capacidade que coração tem de fornecer oxigênio através do sangue; sendo uma variável que influência no consumo e disponibilidade de O2. O débito cardíaco consiste no volume sistólico o volume ejetado pelos ventrículos, podendo ser o direto ou esquerdo, esse volume ira ser ejetar tanto na aorta ou na artéria pulmonar. O débito cardíaco consiste no volume sistólico, multiplicado pela frequência cardíaca, que é o batimento cardíaco por minuto. O debito sistólico é o volume de sangue ejetado na fase sistólica, ou seja na contração do ventrículo. O débito cardíaco em si de ser regulado de acordo com a necessidade, por exemplo no repouso, a necessidade de oxigênio é menor, já na prática de atividade física o débito cardíaco deve ser maior; utilizando então de ferramentas reguladoras e compensatória. O débito cardíaco, medido em repouso ou durante descarga do sistema nervoso simpático (como no exercício físico), constitui um parâmetro muito importante para avaliar o estado funcional do coração. Nos quadros de insuficiência cardíaca, por exemplo, é comum encontrar débito cardíaco baixo. Atletas, por outro lado, terão um desempenho aeróbico tanto melhor quanto maior o débito cardíaco que conseguirem atingir. Maior débito cardíaco, nesse caso, representa maior capacidade de ofertar O2 aos tecidos, principalmente para os músculos em atividade. Consequentemente, maior será a capacidade do indivíduo de suportar cargas mais elevadas de trabalho aeróbico. Dessa forma, a medida do débito cardíaco constitui elemento importante de avaliação do desempenho da bomba cardíaca. A frequência cardíaca aumentada, determina o maior débito cardíaco, porém não é tão simples; pois Quando há taquicardia, o intervalo entre os dois batimentos diminui, principalmente à custa de uma redução da duração da diástole. Como consequência, em frequências cardíacas muito elevadas, o tempo de enchimento ventriculardiminui e, consequentemente, o volume diastólico final do ventrículo assume também valores mais baixos. Mantendo- se fixa a fração de ejeção, o volume ejetado em cada batimento (débito sistólico) também irá diminuir. Assim, os estudos hemodinâmicos mostram que o débito cardíaco aumenta inicialmente com o aumento da frequência cardíaca, até atingir um valor máximo. A partir desse ponto, aumentos adicionais da frequência cardíaca são acompanhados de queda progressiva do débito. Retorno venoso (pré-carga): Quanto maior era a pressão de enchimento da câmara ventricular, maior era o volume de sangue ejetado em cada sístole. Contratilidade: É a contração do miocárdio, a fora realizada por ele em uma pré-carga, podendo ser influenciado por agentes intrópico positivo (aumento das contrações), noradrenalina e CÁ+; e negativo (diminui a contração). Retorno venoso (pós-carga): A pressão que precisa ser superada antes de que uma válvula semilunar possa abrir é denominada pós-carga. Um aumento da pós-carga faz com que o volume sistólico diminua, de modo que mais sangue permanece nos ventrículos no final da sístole. As condições que podem aumentar a pós-carga incluem a hipertensão. DÉBITO SISTÓLICO OU VOLUME DE EJEÇÃO Trata-se do volume de sangue ejetado a cada batimento, por ventrículo. Três fatores atuam diretamente em sua função: a pré-carga, a contratilidade e a pós-carga. A relação entre a PA e o DC é diretamente proporcional; ou seja, as alterações de aumento ou diminuição do DC e seus fatores resultam no aumento ou na diminuição da PA. 1. PRÉ – CARGA: Refere-se ao sangue que retorna ao coração, (o mesmo volume de sangue que chega deve sair). Se houver um aumento no retorno venoso, a pré- carga aumenta e assim aumentando o debito cardíaco. O retorno venoso pode ser aumentado devido a contrição das veias, por meio do SNS, com a liberação e epinefrinas e noraepinefrinas. Esse aumento pode ser devido ao maior retorno pela veia cava inferior. 2. CONTRATILIDADE: A contratilidade se refere ao processo de contração do miocárdio; quanto maior a contração, maior a quantidade de sangue ejetado, devido isso há o maior DC e PA. Um coração de atleta possui uma hipertrofia do miocárdio, o que proporciona uma maior força de ejeção, e como as grandezas são inversamente proporcionais, maior VS menor FC. A contratilidade é a força que as células musculares fazem. O ecocardiograma possibilita a determinação das dimensões das cavidades do coração, principalmente a espessura da musculatura ventricular. 3. PÓS – CARGA: A pós – carga tem relação direta com contratilidade. A pressão sistólica está relacionada com a força de contração necessária para realizar a abertura das valvas cardíacas semilunares e empurrar o sangue. No tronco pulmonar, a pressão deve ser superior a 20 mmHg. Na aorta a pressão deve ser superior a 80 mmHg. O aumento da pós-carga aumenta também o DC e a PA. A pós-carga é a força necessária para abrir as alvas semilunares. O retorno venoso – o sangue que retorna ao coração pelas veias – gera algum estiramento no músculo; ou seja, esse volume de sangue no ventrículo “cria um peso, força ou tensão” dentro da cavidade, e as fibras tendem a se estirar para acomodá-lo. Chamamos esse processo de pré-carga. A mesma quantidade de sangue que entrou tem de sair; assim, se o músculo cardíaco estirou(aumentou) para receber o sangue, o seu encurtamento (contração) será proporcional (efeito “estilingue”). Desse modo, se o sangue no ventrículo antes da sístole, o VDF, estiver aumentado, o DS ou o VE também será aumentado. Portanto, o retorno venoso é o principal determinante da pré-carga. O retorno venoso depende de dois fatores: contração da musculatura esquelética ebomba respiratória. CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA Quando contraímos a musculatura esquelética, apertamos as veias existentes, empurrando o sangue em sentido do coração, pois as valvas venosas evitam o refluxo. Os mecanismos de contração muscular é chamado de bomba muscular esquelética ou coração periférico. O principal músculo a realizar essa função o gastrocnêmio, impulsionando o sangue ladeira a cima. BOMBA RESPIRATÓRIA. Em relação a esse mecanismo estão envolvidos o processo de inspiração profunda e os músculos torácicos. Quando há uma inspiração profunda, a caixa torácica aumenta o volume e as veias principalmente a cava inferior, é espremida pela musculatura esquelética e pelos pulmões, empurrando o sangue de seu interior para o coração. O mecanismo criado pela forca da respiração, principalmente na inspiração, causa uma força de pressão negativa na veia cava inferior, o que resulta na sucção de mais sangue das veias abdominais. O terceiro fator que influência na pré-carga/retorno venoso é devido a contrição das veias, por atividade autonômica simpática. CONTRATILIDADE É a capacidade de contração das células ou fibras musculares do coração; quando ocorre o estiramento da fibra, é gerado uma força ou tensão, e devido esse grau de encurtamento a contração será proporcional. Se chegar muito sangue no coração, maior será o estiramento das fibras e maior a força de contração, resultando em um maior volume ejetado. Algumas substâncias químicas aumentem ou diminuem a contratilidade cardíaca: ➢ Agentes inotrópicos positivos: • Aumentam a força de contração. • Exemplo, epinefrina, noraepinefrina e fármacos digitálicos. ➢ Agentes inotrópicos negativos: • Diminuem a contratilidade cardíaca. • Bloqueadores dos canais de cálcio, anestésicos, condição de acidose e anoxia. PÓS CARGA É a força que os ventrículos precisam realizar para abrir as valvas semilunares (aórtica e pulmonar), para ejetar o sangue. A pós-carga é a pressão exercida antes da valvas se abrirem, sendo o principal fator de influência a pressão arterial. Para as valvas se abrirem a pressão deve ultrapassar: ➢ TRONCO PULMONAR o 20mmHg. ➢ AORTA o 80mmHg. O coração de uma pessoa normal tem frequência de 70 a 80 bpm em repouso, e a de coração de uma atleta é em torno de 50 a 60 bpm. Além de a FC ser menor, outro fator, a RP, também influencia a manutenção da PA dentro da faixa de normalidade. FREQUÊNCIA CARDÍACA Crianças apresentam frequências cardíacas maiores que os adultos, assim como o estresse, a raiva ou a ansiedade podem aumentar muito a frequência cardíaca nas pessoas com esses problemas. O nó sinoatrial, é a estrutura responsável pelo ritmo cardíaco. O coração apesar do seu automatismo, recebe influência de dois ramos de inervação, um simpático e um parassimpático. ➢ PARASSIMPÁTICO • O ritmo normal é mantido pelo SNA Parassimpático. • O sistema parassimpático, secreta (produz) acetilcolina, que, quando se encaixa nos receptores muscarínicos do nó sinoatrial, diminui a FC. • O sistema parassimpático tem ação predominante no coração, e a maior parte do tempo estamos expostos aos seus efeitos. • Graças à acetilcolina, o sistema parassimpático mantém a FC para cerca de 70 a 80 bpm em repouso. Se essa atividade parassimpática aumentar muito, a FC diminui e a PA tem uma queda brusca. O maior problema desse efeito é que, com a pressão baixa, menos sangue chega ao encéfalo, provocando síncope ou desmaio. • Ao desmaiar, a pessoa passa para a posição deitada e não em pé, facilitando a chegada do sangue ao encéfalo, mesmo com a pressão baixa. Existem indivíduos que facilmente apresentam esse reflexo vasovagal. Um estímulo, como contato visual com sangue, cheiro de alguma substância ou estresse, pode desencadear grande atividade parassimpática, diminuindo a PA e levando ao desmaio. ➢ SIMPÁTICO • O ramo simpático libera substâncias químicas, chamadas de catecolaminas, tais como aepinefrina e a norepinefrina. As duas substâncias, quando se encaixam nos receptores do tipo beta 1 do nó sinoatrial, aumentam o ritmo de despolarização e, consequentemente, aumentam a FC. • O efeito da atividade simpática é antagônico; ou seja, contrário do parassimpático. Durante a atividade física, por exemplo, a FC pode chegar até 180 a 200 bpm. No entanto, o efeito da atividade simpática não é permanente, mas sim eventual, predominando sempre o sistema parassimpático como padrão de normalidade. • Pessoas muito estressadas, ansiosas, agitadas, com sentimento de raiva intenso, mantêm a atividade simpática por um tempo muito grande, o que provoca também elevação dos níveis de PA. O problema da manutenção da pressão alta durante muito tempo, aliada aos hábitos nocivos de beber e fumar, é o desenvolvimento de uma doença muito séria: a hipertensão arterial, que pode provocar graves acidentes vasculares. RESISTÊNCIA PERIFÉRICA Trata-se do papel exercido pelas arteríolas. Assim, podemos dizer resistência vascular periférica ou simplesmente arteriolar. Resistência se refere à dificuldade que o sangue tem ao passar das artérias de grandes calibres para as arteríolas de menores calibres. Existe um estreitamento das artérias quando elas se transformam em arteríolas e isso dificulta a passagem do sangue, visto que houve diminuição considerável do lúmen (tamanho ou calibre) do vaso. Com isso, cria-se uma pressão ou força nas artérias, provocando distensão destas. Debito cardíaco Principal fator que determina a pressão sistólica, ou pressão máxima. Resistência periférica Principal fator que determina a pressão mínima ou pressão diastólica. Resistência vascular periférica ou a ação das arteríolas As arteríolas, por serem menores que as artérias, dificultam a passagem do sangue, mas, ao mesmo tempo, regulam a chegada de sangue aos capilares, facilitando as trocas e o fornecimento de água e nutrientes para as células. Para que a PA possa cumprir a sua função, o fluxo sanguíneo (quantidade de sangue que passa em determinado local) deve ser equilibrado e relacionado entre o DC e a RP, como na fórmula PA = DC × RP. O DC corresponde ao fluxo de sangue ejetado para a aorta. Já a RP está relacionada com o fluxo sanguíneo de saída do sistema arterial em direção aos tecidos. ➢ Aumento da RP • Quando a resistência aumenta, maior dificuldade o sangue tem para passar. ➢ Diminuição da RP • Se a resistência diminui, maior a facilidade para o sangue passar; • As arteríolas devem acompanhar as alterações de DC e PA. • Maior bombeamento cardíaco , maior será o dc. • Nesse caso, as arteríolas devem diminuir sua resistência para o sangue fluir com maior facilidade. ➢ Se o DC aumentar e a RP não alterar, o sangue irá ficar acumulado nos vasos, o que ira ocasionar um aumento de PA. ➢ Se ao DC ficar constante a RP aumentar, a PA também irá aumentar. A Resistência periférica depende de 3 fatores para a sua regulação: 1. RAIO: • As arteríolas possuem capacidade de aumentar e diminuir o tamanho do seu lúmen. • Vasoconstrição, consiste na redução do espaço interno do vaso. • Vasodilatação, é o aumento do espaço interno do vaso. • Lei da 4 potência, se o raio do vaso dobrar, o fluxo de sangue aumente 16 vezes. 2. VISCOSIDADE DO SANGUE • O sangue possui maior viscosidade que a água pura, se a viscosidade do sangue aumenta, maior será a dificuldade para ser transportado. • Maior viscosidade, resulta em menor velocidade de transporte, exigindo mais esforço do coração para bombear. • O aumento do bombeamento cardíaco, aumente o DC e a PA. • Para empurrar o sangue mais “grosso”, o coração precisa fazer mais esforço, resultando na elevação da PA. é 3. COMPRIMENTO DOS VASOS • Em condições normais, a viscosidade e o comprimento dos vasos não se alteram. Por isso, o raio (vasoconstrição e vasodilatação) é o principal determinante da RP. • Contudo, se houver aumento do comprimento dos vasos, mais difícil será a passagem do sangue, além do aumento do trajeto percorrido, e o coração precisa trabalhar com mais força para dar conta dessa nova demanda, aumentando a PA. Um exemplo disso é o que acontece nos casos de obesidade. 4. VOLEMIA • A pressão sofre influência do volume de sangue, e sofremos alterações durante o dia, gerando e perdendo líquidos. • Ganhamos volemia por meio de ingestão de água e alimentos ou por hidratação intravenosa; e perdemos volemia por vômitos, urina, suor, diarreia e hemorragia. • Aumento da volemia, elevação da PA. • Diminuição da volemia, queda da PA. • Para manter a volemia constante o ser humano possui o controle homeostatico, controlado pelos rins, por mecanismos de equilíbrio entre a água e os eletrólitos. O sistema nervoso também pode a tua na regulação da volemia, com a distribuição de sangue entre os vasos arteriais e venosos. ➢ Controle Volêmico: a. EXCREÇÃO Jogar para fora do corpo todo o excesso de água e resíduos do metabolismo por meio de urina. b. REABSORÇÃO Reter água e eletrólitos no corpo, dessa forma os rins não liberam água para a produção de urina. Uma forma de controlar a pressão alta nas pessoas com hipertensão arterial é por meio de fármacos chamados diuréticos. Esses remédios agem nos rins, estimulando a produção de urina. Por causa da grande perda de urina, a volemia também é reduzida juntamente com a PA. Outro exemplo é quando nos sentimos mal com a queda da pressão devido à desidratação (perda do LEC). Em geral, nesses casos, ocorre mal-estar, fraqueza, sensação de pele fria e até desmaio. Para nos restabelecermos, utilizamos, nos casos simples, a hidratação com vários tipos de líquidos. É muito comum as pessoas usarem a ingestão de uma pitada de sal de cozinha junto com os líquidos. Isso ajuda a aumentar a volemia, pois o sal, além de provocar sede, faz com que os rins retenham mais líquido. Nos casos graves de desidratação, usamos a infusão intravenosa de soros enriquecidos com eletrólitos, como sódio e potássio. Os vasos vasos apresentam um volume sanguíneo de 60% e as artérias 11%, sendo as veias chamadas de reservatórios de sangue. Quando a pressão cai, o sistema nervoso simpático, por meio de substâncias químicas promove a vasoconstrição nas veias, que faz com que o sangue suba em direção ao coração, com o retorno venoso aumentado, aumenta-se o DC e a PA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL Várias áreas do encéfalo monitoram ininterruptamente a PA. Dentre as principais regiões do encéfalo, destacamos: a medula oblonga (de acordo com a terminologia anatômica, bulbo), o hipotálamo, o córtex e o sistema límbico como efetores de respostas rápidas e eficientes. O hipotálamo, além das muitas funções que tem, é o centro de comando principal do sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). Em uma eventual queda da PA, o sistema nervoso elabora, por meio de vários centros de comando, uma resposta rápida e efetiva para manter a PA estabilizada por meio da ação do sistema nervoso simpático. A grande descarga de epinefrina e norepinefrina causa, dentre tantos efeitos, constrição das artérias e das principais veias. MECANISMOS REFLEXOS PARA A MANUTENÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL O sistema nervoso tem vários mecanismos reflexos ou automáticos que agem sempre que preciso para controlar a PA. As principais ações automáticas são: 1. Reflexo barorreceptor 2. Reflexos atriais e da artéria pulmonar 3. Reflexo de volume 4. Reflexo de Bainbridge 5. Reflexo quimiorreceptor. Reflexo baroreceptor O baroreceptor é o principal controle homeostático da P.A Se a pressão cai, o reflexo barroreceptor aumenta a PA rapidamente e vice-versa. Nas paredes da aorta e das artérias carótidas, existemcorpos de neurônios sensíveis ao estiramento (aumento do comprimento do raio do vaso). Esses neurônios, chamados de barorreceptores, estão interligados, por meio de sua inervação, com o centro de controle da PA localizado na medula oblonga no encéfalo. Os barorreceptores monitoram, a todo momento, o grau de estiramento da aorta e das artérias carótidas, porque esses neurônios são do tipo mecanorreceptor e disparam os sinais elétricos, os potenciais de ação, quando a artéria se distende muito. A medula oblonga está localizada no tronco encefálico e faz a integração entre os barorreceptores que enviam sinais vindos do coração e das artérias e o sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), que leva sinais do encéfalo até o coração. Caso a PA aumente por algum motivo: • As artérias aumentam a sua distensão (aumento da pulsação) • Os barorreceptores aórticos e carotídeos são ativados e enviam potenciais de ação até a medula oblonga • A medula oblonga recebe esses sinais e interpreta como aumento da PA • Se a PA aumentou, para haver equilíbrio após esse aumento, a medula oblonga deve fazer com que a PA diminua • Para isso, a medula oblonga utiliza o sistema nervoso autônomo • O sistema nervoso simpático diminui sua atividade, liberando menos norepinefrina e epinefrina • Com atividade simpática diminuída, as arteríolas promovem vasodilatação, o músculo cardíaco diminui a força de contração e o nó sinoatrial abaixa a FC. Todas essas ações fazem com que a PA reduza • Além disso, a atividade parassimpática aumenta. Chega mais acetilcolina ao nó sinoatrial, diminuindo, ainda mais, os batimentos cardíacos • Com a atividade simpática diminuída e a parassimpática aumentada, o resultado é a queda da PA • Em resumo: quando a PA aumenta, o reflexo barorreceptor faz com que ela diminua. Caso a PA diminua por algum motivo: • As artérias diminuem a pulsação • Os barorreceptores enviam sinais até a medula oblonga com a mensagem de que a PA diminuiu • A medula oblonga interpreta o sinal e utiliza o sistema nervoso autônomo para dar a resposta • A atividade simpática fica aumentada, liberando muita norepinefrina e epinefrina, provocando efeitos sistêmicos • As arteríolas se contraem. O músculo cardíaco aumenta a força de contração. O nó sinoatrial dispara os batimentos cardíacos. O resultado desses efeitos é o aumento da PA • Com a atividade simpática aumentada, o parassimpático diminui a sua atividade • Em resumo: quando a PA diminui, o reflexo barorreceptor faz com ela aumente. Reflexos atriais e da artéria pulmonar Nas artérias pulmonares e nos átrios, existem neurônios mecanorreceptores, sensíveis ao estiramento, chamados de receptores de baixa pressão. Esses receptores são semelhantes aos barorreceptores aórticos e carotídeos estudados anteriormente, e monitoram o aumento ou a diminuição do volume de sangue nessas áreas específicas. Reflexo de Bainbridge São reflexos atriais que controlam a FC. Quando aumenta a pressão atrial, devido à chegada de muito sangue aos átrios, o reflexo de Bainbridge é ativado e envia sinais para a medula oblonga. Isso ocorre devido ao estiramento das fibras cardíacas. A medula oblonga responde a esse reflexo ativando o sistema simpático, liberando mais norepinefrina e epinefrina, causando aumento da força de contração e, principalmente, da FC. Com esse reflexo, o coração evita acumular sangue nas veias, nos átrios e na circulação pulmonar. ► Reflexo quimiorreceptor Nas paredes da aorta e das artérias carótidas existem neurônios, os quimiorreceptores, que monitoram as concentrações de oxigênio, gás carbônico e íons hidrogênio no sangue arterial. Se a PA cair, ocorrem diminuição do oxigênio e aumento do gás carbônico e íons hidrogênio, disparando os sinais dos quimiorreceptores para a medula oblonga. Assim, o processo é igual ao dos barorreceptores. A medula oblonga ativa o sistema nervoso simpático, ocorre aumento da força de contração e da FC, elevando a PA. ALTERAÇÕES DA P.A 1. Alterações rápidas ou imediatas Essas reações ocorrem em segundos e são ativadas pelos seguintes mecanismos: reflexo barorreceptor, reflexo quimiorreceptor e ativação do sistema nervoso autônomo simpático. 2. Alterações em minutos O relaxamento dos vasos e o deslocamento de líquidos dos capilares ocorrem em minutos e conseguem alterar a PA. No entanto, aqui ocorre a ativação do sistema reninaangiotensina- aldosterona. Esse sistema é um dos mais complexos no organismo, envolvendo vários órgãos, hormônios e glândulas. O fígado produz constantemente um a proteína inativa chamada angiotensinogênio e a joga na corrente sanguínea. Quando a PA cai, as células justaglomerulares dos rins são estimuladas a produzir uma enzima chamada renina. Esta cai na corrente sanguínea e reage com o angiotensinogênio, transformando-o em angiotensina do tipo 1 ou ANG1. Ao encontrar a ECA (enzima conversora da angiotensina) no sangue, a ANG1 transforma-se em ANG2 (angiotensina 2). A ECA é produzida pelas células endoteliais (dos vasos), principalmente nos pulmões. A ANG2 no plasma causa vários efeitos corporais, cujo principal objetivo é a elevação da PA; além disso, a ANG2 causa constrição arteriolar. A vasoconstrição diminui o calibre do vaso e aumenta a PA. A ANG2 ativa o sistema nervoso simpático, o que aumenta a liberação de norepinefrina e epinefrina, causando aumento da força de contração do coração e aceleração dos batimentos cardíacos, aumentando a PA. No hipotálamo, a ANG2 aumenta a produção do hormônio ADH (antidiurético). Esse hormônio age nos rins, causando grande retenção de água no corpo, diminuindo a produção de urina. Com a retenção de água, aumenta o volume de plasma, aumentando a PA. Além do ADH, o hipotálamo, sob a influência da ANG2, aumenta a sensação de sede. Com isso, a pessoa passa a tomar mais líquidos, aumentando o volume e a PA. A ANG2 também age na glândula suprarrenal ou adrenal. Na porção periférica dessa glândula, ou na parte cortical, a adrenal é estimulada a produzir um hormônio chamado aldosterona. Esse hormônio age nos rins, aumentando a reabsorção de água, causando aumento da volemia e, consequentemente, da PA. 3. Alterações lentas em horas e dias O mecanismo mais demorado no controle da PA refere-se aos ajustes dos rins. O sistema renal, para controlar a PA, deve manter a osmolaridade – ou seja, a quantidade de solutos (os íons) dissolvidos no plasma – em uma concentração ótima, principalmente sem excesso de sódio. Se houver muito sódio no plasma, a osmolaridade aumenta e é necessário ter mais água para diminuir a osmolaridade ou diluir o sódio. Aumentando a água corporal, aumentam a volemia e a PA. Portanto, para regular a PA, os rins excretam (jogam fora) na urina o excesso de água e íons sódio. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA Esse é um sistema complexo, descreveremos passo a passo. 1. O figado produz constantemente uma proteína inativa chamada angiotensinogênio e a joga na corrente sanguínea. 2. Quando a PA cai, as células justaglomerulares dos rins são estimuladas a produzir uma enzima chamada renina. 3. A renina cai na corrente sanguínea e reage com o angiotensinogênio, transformando-o em ANG 1. 4. Ao encontrar a ECA (enzima conversora da angiotensina) no sangue, a ANG1 transforma-se em ANG2 (angiotensina 2). 5. A ECA é produzida pelas células endoteliais (dos vasos), principalmente nos pulmões. 6. A ANG2 no plasma causa vários efeitos corporais, cujo principal objetivo é a elevação da PA. 7. A ANG2 causa constrição arteriolar. A vasoconstrição diminui o calibre do vaso e aumenta a PA. 8. A ANG2 ativa o sistema nervoso simpático, o que aumenta a liberação de norepinefrina e epinefrina, causando aumento da forçade contração do coração e aceleração dos batimentos cardíacos, aumentando a PA. 9. No hipotálamo, a ANG2 aumenta a produção do hormônio ADH (antidiurético). Esse hormônio age nos rins, causando grande retenção de água no corpo, diminuindo a produção de urina. Com a retenção de água, aumenta o volume de plasma, aumentando a PA. 10. Além do ADH, o hipotálamo, sob a influência da ANG2, aumenta a sensação de sede. Com isso, a pessoa passa a tomar mais líquidos, aumentando o volume e a PA. 11. A ANG2 também age na glândula suprarrenal ou adrenal. Na porção periférica dessa glândula, ou na parte cortical, a adrenal é estimulada a produzir um hormônio chamado aldosterona. A aldosterona age nos rins, aumentando a reabsorção de água, causando aumento da volemia e, consequentemente, da PA. ASPECTOS FARMACOLÓGICOS DA TERAPIA MEDICAMENTOSA ANTI-HIPERTENSIVA Os mecanismos farmacológicos utilizados para o manejo da hipertensão são baseados na inibição do tônus simpático (por meio do uso de fármacos simpatolíticos, por exemplo beta- bloqueadores), inibição da contração do músculo liso vascular (como vasodilatadores), inibição da formação da angiotensina II (inibidores da renina ou da ECA), ativação do receptor (antagonistas do receptor de angiotensina) e redução do volume sanguíneo (diuréticos) FARMACOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL Com base nas explicações sobre a PA, vários tipos de remédios são utilizados para o seu controle. A seguir, serão mostrados os principais medicamentos contra a pressão alta ou anti-hipertensivos. Diuréticos Atuam nos rins , promovendo a perda ativa de líquido. Causam a diminuição do volume sanguíneo e consequentemente da PA. Exemplo: Furosemida, Hidrocloratiazida e Clortalidona. Bloqueadores beta-adrenérgicos Atuam como anti-hipertensivos, reduzem a atividade simpática. Diminuem a liberação de epinefrina. Exemplo: Propanolol, Atenolol e Metoprolol. Bloqueadores de canais de cálcio Bloqueiam os canais de cálcio, para diminuir a contração muscular, e assim, reduzindo a PA. Exemplo: dihidropiridinas (p. ex., nifedipino; nitrendipino), fenilalquilamina (p. ex., verapamil), benzotiazepinas (p. ex., diltiazem) e tetralol (p. ex., mibefradil). Bloqueadores de eca Bloqueiam a ação da enzima conversora de angiotensina, provocando a menor conversão de angiotensina 2. Diminui a vasoconstrição e a estimulação dada aldosterona. Exemplo Captopril e Enalapril. Bloqueadores de ang2 Bloqueiam a angiotensina 2, impedindo o aumento da PA. Exemplo Losartana, Valsartana e Candersatana. Vasodilatadores Promovem a intensa dilatação arteriolar e consequentemente a queda da PA. São utilizados em situações emergenciais pela via sublingual. Exemplo: Isordil. CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL A pressão arterial pode ser controlada por diversos mecanismos de feedback negativo, com regulação neural e hormonal comandados pelos mecanorreceptores, quimiorreceptores, receptores cardiopulmonar e outros receptores cuja ativação determina alterações reflexas da CV e RV, do DC (FC × VS) e da RP, promovendo a translocação de sangue de um compartimento para outro; a pressão arterial é uma variável física, que expressa força/por unidade de área, que irá depender do voluma sanguíneo contido no leito arterial, essa variável determina o nível momentâneo da pressão arterial. A resposta neural é imediata corrigindo os desvios dos níveis basais da pressão arterial, por meio da mediação do sistema nervoso central, que interagindo com as informações provenientes de diferentes sensores do sistema cardiovascular, modula a atividade cardíaca e vascular, por meio dos nervos autônomos periféricos e liberação hormonal. A regulação neuro-hormonal da pressão arterial funciona como um arco reflexo: envolve receptores, aferências, centros de integração, eferências e efetores cardiovasculares, além de ações hormonais. . MECANISMO NEURAL O mecanismo de regulação neural atua com ajustes instantâneos, com a aplicação de funcionamento dos efetores do sistema cardiovascular, que são a FC, VS e DC, levando em conta também a RP. A FFC, pode ser alterada por receptores colinérgicos Muscalinicos ou adrenérgicos beta. Essa resposta ira atuar diretamente o nó sinoatrial, determinando a frequência da despolarização; a noradrenalina ira atuar no estimulo de contração e a acetilcolina no estimulo de relaxamento, sístole e diástole, polarização e despolarização. Esses mecanismos atuam na vasoconstrição ou vasodilatação das veias e artérias, atuando na presão sanguínea. Controle parassimpático O controle parassimpático do coração é realizado por meio dos nervos vagais, que são localizados no bulbo. As fibras colinérgicos atuam no nó sinoatrial, atrioventricular, átrios e ventrículos; por meios dos receptores de acetilcolina, a acetilcolina ira diminuir a velocidade de despolarização, ou seja ira atuar na diminuição da contração dos músculos cardíaco. Dessa forma ira atuar na pressão arterial. Controle simpático O controle simpático é ao contrário do sistema parassimpático, sendo controlado pelos nervos torácico- lombar, que estão ligados a medula espinhal. As fibras simpáticas irão atuar na liberação de noradrenalina pelas suprarrenais, esse neurotransmissor possui efeito constritor e aumento da velocidade de despolarização, ou seja ira elevar a quantidade de contrações por minuto. A atividade dos SPN e neurônios pós-ganglionares simpáticos, assim como a dos neurônios parassimpáticos, não é aleatória, mas condicionada por diferentes áreas encefálicas (bulbares e suprabulbares), que elaboram respostas apropriadas do tônus simpático e vagal em função de informações aferentes recebidas de diferentes receptores espalhados pelo sistema cardiovascular. RECEPTORES E AFERÊNCIAS São numerosos os receptores envolvidos no controle cardiovascular. Eles sinalizam, por meio de aferências específicas ao NTS, alterações nos diferentes parâmetros funcionais do sistema cardiovascular, fornecendo o substrato necessário à gênese da resposta pressora adequada a situações específicas e apropriada à demanda momentânea. Para facilidade de estudo os receptores envolvidos na regulação da pressão arterial são agrupados em classes, de acordo com a variável que sinalizam e/ou sua localização no sistema cardiovascular . São classificados como: 1. Mecanorreceptores arteriais, também conhecidos por barorreceptores ou pressorreceptores arteriais, que detectam as variações de pressão arterial nas grandes artérias. 2. Quimiorreceptores arteriais, que detectam as variações da pressão parcial de O2, CO2 e do pH no sangue arterial. 3. Receptores cardiopulmonares, que englobam na realidade vários subtipos de receptores localizados nas câmaras cardíacas, ao longo das coronárias e na artéria pulmonar, sendo responsáveis pela detecção da pressão de enchimento das câmaras, pressão de perfusão coronária e estímulos químicos a afetar o funcionamento da bomba cardíaca . 4. Outros receptores presentes na circulação renal, na musculatura esquelética, na região cutânea etc. Como os mecanismos de regulação variam na dependência do tipo de receptor estimulado, a regulação neuro- hormonal da pressão arterial será descrita em função de cada receptor específico. REGULAÇÃO HORMONAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA Vários hormônios ajudam a regular a pressão arterial e o fluxo sanguíneo por meio da alteração no débito cardíaco, alteração da resistência vascular sistêmica ou ajuste do volume total de sangue: 1. Sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA): Quando o volume de sangue cai ou o fluxo sanguíneo para os rins diminui, as células justaglomerulares dos rins secretam renina na corrente sanguínea. Na sequência, a renina e a enzima conversorade angiotensina (ECA) atuam sobre seus substratos para produzir o hormônio ativo angiotensina II, que aumenta a pressão arterial de duas maneiras. Em primeiro lugar, a angiotensina II é um potente vasoconstritor; isso aumenta a pressão arterial ao aumentar a resistência vascular sistêmica. Em segundo lugar, estimula a secreção de aldosterona, a qual aumenta a reabsorção dos íons sódio (Na+) e água pelos rins. A reabsorção de água aumenta o volume sanguíneo total, o que eleva a pressão arterial. 2. Epinefrina e norepinefrina: Em resposta à estimulação simpática, a medula da glândula suprarrenal libera epinefrina e norepinefrina. Esses hormônios aumentam o débito cardíaco ao elevarem a velocidade e força das contrações cardíacas. Também causam constrição das arteríolas e veias na pele e órgãos abdominais e dilatação das arteríolas no músculo cardíaco e esquelético, o que ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para o músculo durante o exercício. 3. Hormônio antidiurético (HAD): O hormônio antidiurético (HAD) é produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuro- hipófise em resposta à desidratação ou à diminuição no volume sanguíneo. Entre outras ações, o HAD causa vasoconstrição, o que aumenta a pressão arterial. Por isso, o HAD é também chamado vasopressina. O HAD também promove o deslocamento de água do lúmen dos túbulos renais para a corrente sanguínea. Isso resulta em aumento no volume sanguíneo e diminuição na produção de urina. 4. Peptídio natriurético atrial (PNA): Liberado pelas células do átrio do coração, o PNA reduz a pressão arterial ao causar vasodilatação e promover a perda de sal e água na urina, o que reduz o volume sanguíneo. CASOS DE APLICAÇÃO 1. A ) O que é hipotensão ortostática (HO)? A hipotensão ortostática (postural) é a queda excessiva da pressão arterial (PA) quando se assume a posição ortostática. É a manifestação da regulação anormal da pressão arterial decorrente de várias condições e não constitui doença específica e é ocasionada por falha nos mecanismos neurais e/ou circulatórios de compensação da redução do retorno venoso e, consequentemente, do débito sistólico e da pressão arterial A definição consensual envolve queda da pressão sistólica > 20 mmHg, queda da pressão diastólica acima de 10 mmHg ou ambas no momento em que um indivíduo se move da posição supina (deitado) para a posição ortostática (em pé) ou dentro de 3 min após a ortostase. Os sintomas de desmaio, atordoamento, tontura, confusão ou visão turva surgem dentro de segundos a poucos minutos após levantar e regridem rapidamente após se deitar. Alguns pacientes sofrem quedas, síncope e mesmo convulsões generalizadas. O esforço e a alimentação copiosa podem exacerbar os sintomas. COMPLEMENTAR PARA ESTUDO: A hipotensão ortostática pode ser devido a diversos fatores: 1.Caso o organismo se encontre desidratado, como em casos de febre, vômitos, pouca ingestão de líquidos, diarreia grave e exercício extenuante com transpiração excessiva. 2.Caso haja alguns problemas cardíacos que podem levar à diminuição da pressão arterial, como baixa frequência cardíaca, problemas valvulares ou infarto do miocárdio. 3.Caso haja outros motivos de enfraquecimento cardíaco e insuficiência cardíaca, podendo causar hipotensão ortostática ao evitar que o organismo responda de forma rápida para bombear mais sangue, quando necessário. 4.Caso haja condições da tireoide, insuficiência adrenal ou baixa de açúcar no sangue. Em alguns casos o diabetes também pode provocar hipotensão ortostática. 5.Caso haja algum distúrbio do sistema nervoso que possa alterar o sistema de regulação de pressão arterial normal do corpo, provocando pressão baixa. 6.Algumas pessoas idosas experimentam pressão arterial baixa após as refeições, devido ao sequestro de sangue para as vísceras digestivas. 7.Em uma idade avançada, o efeito colateral de certos medicamentos, algumas doenças cardíacas, a exposição ao calor e o ficar na cama por um longo período de tempo aumentam o risco de hipotensão ortostática. 8.A gravidez e o uso de álcool também podem colaborar para a hipotensão ortostática. 1. b)Por que sintomas como tontura, borramento visual e queda, entre outros, são comuns para quem tem HO? Quando você está sentado ou deitado, o sangue das veias das pernas flui facilmente para o coração. Quando você se levanta, o sangue nas extremidades inferiores tem mais dificuldade para chegar ao coração. Há menos sangue disponível para o coração enviar aos órgãos e músculos. Como resultado, a pressão arterial cai temporariamente e essa queda da pressão diminui o fluxo sanguíneo cerebral e pode provocar sintomas como tontura, náusea e alterações visuais, pois não há condução de sangue a todos os tecidos e órgãos do corpo, ocasionando na alteração da homeostase. A baixa na perfusão cerebral. 1.c) Explique a relação existente entre envelhecimento, HO e barrorecptores? A PA é regulada pelo barorreflexo – um reflexo automático mediado de forma autônoma responsável por amortecer as alterações agudas da PA que podem ser induzidas por alteração postural, exercício, hemorragia ou outro estresse fisiológico. A resposta do corpo à ortostase ilustra bem isso. Quando uma pessoa saudável se levanta, 500-700 ml de sangue se acumulam na vasculatura sanguínea abdominal, pélvica e dos membros inferiores. A consequente redução do retorno venoso ao coração é percebida por barorreceptores sensíveis ao estiramento na artéria carótida e arco aórtico, e mecanorreceptores no coração e nos pulmões. Os impulsos neurais são transmitidos ao tronco encefálico por meio de neurônios aferentes e são integrados e processados na Rede Autônoma Central no cérebro – áreas interconectadas entre o tronco encefálico e o prosencéfalo responsáveis pelo controle dos impulsos autônomos. O fluxo de saída do sistema nervoso simpático (SNS) é então aumentado via neurônios autônomos pós-ganglionares eferentes que liberam noradrenalina. O barorreflexo torna-se menos sensível com o envelhecimento. Isso por si só é um fator de risco para desfechos cardiovasculares adversos. O aumento da idade resulta em uma redução no número, densidade e sensibilidade dos β-adrenoceptores no coração. E, na tentativa de possível compensação, há aumento do turnover de noradrenalina e diminuição da recaptação, resultando em níveis mais altos de noradrenalina circulante. Níveis mais altos de noradrenalina correlacionam-se com maior PA de repouso e menor sensibilidade barorreflexa A maior incidência em idosos decorre da diminuição da capacidade de resposta do barorreceptor, além da diminuição da complacência arterial. A diminuição da capacidade de resposta do barorreceptor atrasa a aceleração cardíaca e a vasoconstrição periférica em resposta ao ortostatismo. Os idosos também são portadores da diminuição do tônus parassimpático de repouso, de modo que a cardioaceleração decorrente da atenuação do reflexo vagal está reduzida. Por causa das mudanças fisiológicas relativas à idade no sistema cardiovascular e por uma brusca resposta do sistema simpático, os idosos tendem a ser mais vulneráveis ao estresse ortostático do que os jovens, já que por ter um barorreceptor menos sensível não detecta tão bem que a parede arterial está pouco estirada e continua a disparar sinais como se estivesse acontecendo o estiramento, e, portanto, a pressão arterial. O que faz o reflexo vagal: Movimentos respiratórios e constrição dos brônquios; Coordenação dos movimentos do esôfago e intestino, e aumento da secreção gástrica; Produção de suor. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/sintomas-de-doen%C3%A7as-cardiovasculares/s%C3%ADncope https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/transtornos-convulsivos/transtornos-convulsivos2. A ) Por que as pessoas com pressão sanguínea alta têm maior risco de ter um AVE hemorrágico (sangramento)? Os níveis de pressão sistólica e diastólica estão associados de forma exponencial com o risco para o desenvolvimento de doença coronariana e cerebrovascular. O AVE hemorrágico está embasado na ruptura de vasos intracanianos representados por aneurismas ou mal formações vasculares. O edema cerebral decorre da hipertensão intracraniana, o que aumenta a pressão arterial e reduz a frequência cardíaca. Por esse motivo, na maioria dos pacientes vítimas de AVE hemorrágicos, a pressão arterial é bastante elevada. A P.A elevada está associada ao sangramento ou manutenção do edema ao redor do hematoma. Dentre os fatores preditores para a ocorrência do AVE, estão a rigidez arterial, associada a maior morbidade e mortalidade em indivíduos hipertensos. O desequilíbrio causado pela resistência vascular sistêmica é representado por um descompasso no sistema renina-angiotensina- aldosterona, pela presença de agentes vasoconstritores circulantes. 2. B) Qual a justificativa para diminuir a ingestão de sal e tomar um diurético para controlar a hipertensão? Diuréticos são usados para tratar hipertensão e insuficiência renal e cardíaca, pois ajudam na eliminação de sódio. Os diuréticos são medicamentos que aumentam o volume de urina produzida e também faz com que os vasos sanguíneos se dilatem, por isso são capazes de aumentarem a excreção de água pelos rins em resposta a um aumento da eliminação de sal ou diminuição da sua reabsorção nos túbulos renais. Eles atuam no processo de filtração e aumentam a quantidade de urina produzida pelo organisno. Ao intensificar o fluxo urinário eliminam sódio. Assim, reduz a quantidade de líquido circulante na corrente sanguínea a pressão nas artérias. Na relação entre a PA e o sódio, estão envolvidos fatores hemodinâmicos e não hemodinâmicos, que induzem mecanismos cardiovasculares adversos. Evidências sugerem que o sal pode relacionar-se com hipertrofia de cardiomiócitos e acúmulo exagerado de colágeno dentro da matriz extracelular, pelo menos em parte, independentemente da carga hemodinâmica.
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