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Giardiase Giardia duodenalis ou Giardia lamblia Reino: Protista Filo: Sarcomastigophora – protozo- ários que se locomovem por meio de flagelos, cílios ou pseudópodes, possuem um ou mais núcleos Classe: Zoomastigophorea Ordem: Diplomanadida – seres com um a quatro flagelos e simetria bilateral Espécie: Giardia duodenalis (sinonímia – G. intestinalis e G. lamblia) Protozoário flagelado parasito do intestino delgado de mamíferos, aves, répteis e anfíbios O agente responsável pela infecção denominada giardí- ase Formas evolutivas (Giardia duodenalis): Cistos: possui parede muito espessa e com formato elípti- co, o cisto é a forma de resistência Trofozoítos: possui vários flagelos (4 pares), possui dois núcleos, o trofozoíta é a forma de vida, encontrado no intestino delgado, forma responsável pelas manifesta- ções clínicas da infecção Morfologia: organismo simples, eucariotos, possuem núcleos delimitados por membrana Morfologia – Trofozoítas 12 a 15 um de comprimento por 6 a 8 um (micrômetro) de largura e apresentando um achatamento dorso ventral Formato de pera Simetria bilateral Na superfície ventral possui um disco adesivo ou suctori- al (utiliza esse disco para aderir a parede intestinal. No citoplasma ocorre dois núcleos e dois feixes de fibras longitudinais (axóstilos). Ocorrência de quatro flagelos, dois corpos parabasais e ausência de mitocôndria Vivem no duodeno e primeiras porções do jejuno aderidas à mucosa pH favorável: 6.38 a 7.02 Reprodução: assexuada por divisão binária longitudinal Zoonose: 10 cistos de G. duodenalis inicia, uma infecção em seres humanos Um indivíduo pode expelir em suas fezes mais de 106 cistos por grama de fezes O cisto pode sobreviver até 2 meses em água potável Principais manifestações clínicas: Evacuações líquidas ou pastosas, diarreia, cólicas abdo- minais e perda de peso Muitos casos são assintomáticos ou aligo-sintomáticos (pequenos sintomas) Os discos suctoriais são possíveis ver após a coloração de fezes de Arreicas (as fezes de Arreicas possui mais trofozoítas do que cistos. As fezes já formadas possuem mais cistos do que trofozoitas) Morfologia - Cistos Formato elipsoide ou ovoide (7 a 10 um), 4 núcleos, axós- tilo e corpos parabasais Resistencia dos cistos no ambiente: 1 a 2 meses na água Desencistamento: pH 2, temperatura 37°C de 5 a 10 minutos Encistamento: alta concentração de sais biliares e pH neutro Forma responsável pela transmissão do parasito A parede cística torna os cistos resistentes a certas variações de temperatura, umidade e também à ação de produtos químicos empregados como desinfetante Ciclo biológico Monoxenico Começa com a ingestão (água ou comida contaminada) contendo cistos ou contato com pessoas contaminadas (contaminação oral fecal 10 a 100 cistos). Também pode ser transmitidos para as pessoas por via nosocomial (através do cuidado no hospital) Os cistos são expostos aos sucos gástrico e pancreático, tendo um desencistamento (quando o trofozoíta sai de dentro do cisto, o desencistamento tem início no meio ácido do estômago e completa-se no duodeno e jejuno) e adesão às criptas intestinais. Cada cisto maduro libera um exocitozoíto (forma oval, 8 flagelos, tetranucleada). Estes se dividem e formam quatro trofozoítos Multiplicação dos trofozoítas (divisão binária), coloni- zam e aderem na mucosa do intestino. Encistamento e eliminação (inconstante) nas fezes do hospedeiro (uma a duas semanas) Transmissão Ocorre pela via fecal-oral adquirida pela ingestão de cistos presentes na água, nos alimentos ou no ambiente contaminado com fezes. Pode ocorrer a transmissão direta de pessoa para pes- soa por meio das mãos contaminadas e entre homosse- xuais que se infectam pelo contato oral-anal Sintomatologia Infecções assintomáticas (maioria é assintomática) Infecções sintomáticos: - Infecções agudas: evacuações líquidas ou pastosas, aumento do transito intestinal e do número de evacuações, mal estar, desconforto e cólicas abdominais, flatulência, vômito, esteatorréia (fezes com muita quantidade de gordura) e perda de peso (auto limitante 3 a 4 semanas) - Infecções crônicas: distensão e desconforto abdominal, anorexia, flatulência e perda de peso. Em infecções severas pode ocorrer má absorção de nutrientes (vitamina A e B12, ácido fólico, glicose e galactose), anemia microcítica e perda de proteína - Fenômenos alérgicos: (incomum em protozoários) urticária, artralgia e hiperplasia nodular linfoide (imuno deficientes, inchamento nos glaglios linfoides). Influencia no crescimento e cognição em cri- anças Patogenia Muitos casos são assintomáticos e auto-limpantes Abundância de trofozoítas na mucosa: perturbação na absorção de gordura e de vitaminas, aparecimento de quadros diarreicos (esteatorréia), cólicas abdominais, evacuações frequentes e emagrecimento (quando ocor- re uma grande abundância de trofozoítos na parede do intestino, ele acaba colando na parede, virando um tapete de trofozoítos grudados na mucosa, fazendo com que o transito intestinal aumente muito, porque não consegue absorver gordura, água, o indivíduo acaba evacuando mais vezes) Não são demonstradas lesões anatomopatológicas na mucosa intestinal Fenômenos alérgicos ou hipersensibilidade podem estar associadas a uma síndrome da diarreica persistente Diagnóstico - Clínico: em crianças de oito meses a 10-12 anos diar- reia com esteatorreia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor abdominal - Microscopia: à fresco ou direto (trofozoítas), colora- ção com lugol, hematoxina férrica e tricômio - Microscopia a partir de métodos de concentração: Lutz (sedimentação espontânea), formol éter (Hitch), centrifugo-flutuação em sulfato de Zinco (Faust) - Imunológicos: imunofluorescência e ELISA – Enzyme- linked Immunosorbent Assay (antígenos fecais – imuno- globulinas ou antígenos conhecidos – GSA 65) - Moleculares: PCR Profilaxia Medidas de higiene pessoal, destino correto das fezes, proteção dos alimentos e tratamento da água. Cistos resistem à cloração da água, mas morrem em água fer- vente Controle rígido da água de abastecimento – técnicas para detecção Educação sanitária, particularmente em locais de alto risco (cheche, orfanatos, asilos) e em profissões especí- ficas (recreacionista, cozinheiras e enfermeiras) Vacina veterinária – redução da carga parasitária em cães, suprimindo em alguns casos as manifestações clínicas Controle em animais com potencial de reservatório (cão, gato, rato, etc) Tratamento Derivados de Nitroimidazólicos (Metronidazol, orni- dazol, tinidazol, secnidazol e nimorazol) Furazolidona Quinacrina Epidemiologia 200 milhões de pessoas com giardíase sintomática no mundo Os cistos excretados com as fezes do hospedeiro são capazes de permanecer viáveis por vários meses no ambiente com condições favoráveis (temperatura e umidade) A G. lambida é a única que infecta seres humanos Ocorre em climas temperados e tropicais Maior incidência em crianças, e moradores de áreas de baixa sanidade ambiental, em instiruições fechadas (asilos, creches e orfanatos)
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