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Hemostasia e coagulação sanguínea segunda-feira, 26 de setembro de 2022 09:10 Hemostasia e coagulação sanguínea Hemostasia • Prevenção da perda sanguínea quando um vaso sofre lesão, é importante para evitar alterações homeostáticas • Apresenta 3 eventos: ○ Vasoconstrição O trauma da própria parede vascular faz com que a musculatura lisa se contraia imediatamente após o ferimento, reduzindo de forma instantânea o fluxo de sangue pelo vaso lesado. Essa contração é desencadeada a partir de espasmos miogênicos locais (músculo liso vascular), reflexos nervosos e mecanismo bioquímico (liberação local de substâncias que produzem vasoconstrição ao serem liberadas, normalmente tromboxano e serotonina) Reflexos nervosos: desencadeados por impulsos nervosos dolorosos ou sensoriais, originados no vaso lesado ou em tecidos vizinhos Contração miogênica: maior grau de vasoconstrição, iniciada pela lesão direta da parede vascular Mecanismo bioquímico: liberação de vasoconstritores, como o tromboxano Quanto maior for a gravidade do trauma ao vaso, maior será o espasmo muscular ○ Formação do tronco plaquetário Quando as plaquetas entram em contato com a superfície lesada, começam a se dilatar e assumem formas irregulares com pseudópodos, suas proteínas contráteis se contraem e liberam fatores ativos, que se aderem ao colágeno dos tecidos e à proteína fator de Von Willebrand, que vaza do plasma para o tecido lesado e secreta grande quantidade de ADP e sua enzima vai formar o Tromboxano. O ADP e o Tromboxano vão atuar nas plaquetas vizinhas, ativando-as. Ou seja, em qualquer apertura da parede do vaso, a parede vascular lesionada ativa um número maior de plaquetas, que atraem mais plaquetas, formando p tampão plaquetário Se a apertura vascular for pequena, a perde de sangue será bloqueada No início esse tampão fica solto, mas será compacto após a formação de filamentos de fibrina. ○ Coágulo de fibrina Começa a se desenvolver entre 15 segundos e 2 minutos após o trauma, dependendo do grau da lesão. É iniciado com as sustâncias ativadoras produzidas pela parede vascular traumatizada Após alguns minutos, toda a abertura é ocupada pelo coágulo, que vai se retrair (devido ação das plaquetas) e fechar ainda mais o vaso Organização fibrosa/dissolução do coágulo Assim que o coágulo se forma, ele pode seguir dois cursos: 1- Ser invadido por fibroblastos, formando um tecido conjuntivo 2- Se dissolver Normalmente, coágulos formados por pequenos orifícios do vaso são invadidos por fibroblastos até a completa organização em tecido fibroso Quando uma quantidade excessiva de sangue vaza para os tecidos e os coágulos ocorrem em locais não necessários, substâncias no interior do próprio coágulo são ativadas e atuam como enzimas para a dissolução Coagulação Na corrente sanguínea há presença de anticoagulantes para que o sangue não coagule enquanto circula. Quando o vaso é rompido, pró-coagulantes são ativados na área da lesão e predominam sobre os anticoagulantes, desenvolvendo o coágulo A coagulação ocorre em 3 etapas: 1- ocorre a cascata de reações químicas em resposta a ruptura do vaso. Há participação de fatores coagulantes e como resultado há a formação do ativador de protrombina 2- o ativador de protrombina catalisa a conversão de protrombina em trombina 3- A trombina atua como enzima, convertendo fibrinogênio em fibras de fibrina, formando um emaranhado de plaquetas, células sanguíneas e plasma para formar o coágulo Fatores de coagulação -Fator 1: Fibrinogênio -Fator 2: Protrombina -Fator 3: fator tecidual, é o único que não se encontra no sangue , liberação de grande quantidade de fator 3 no manuseio de órgãos. -Fator 4: Cálcio, elemento importantíssimo para a coagulação (drogas quelantes – se ligam ao cálcio - de cálcio impedem coagulação) -Fator 5: Globulina Ac -Fator 3,5 e 8 funcionam mais como Cofatores. -Fatores 2,7,9 e 10 dependem da vitamina K para a sua formação -Fator 7: pró-convertina, fator estável -Trombina participa de quase tudo. -Fator 8: globulina anti-hemofílica = COFATORES 3,5,8. -Tromboplastina tecidual, pro-acerelina e -Fator 9: fator anti-hemofílico B -Fator 10: de stuartt -Fator 11: anti hemofílico C -Fator 12: Hageman -Fator 13: estabilizador de fibrina -Hemofilia A: falta da globulina anti-hemofílica, duração de atividade prolongada em virtude de sua ligação com o fator de ….. -Cininogênio de alto peso molecular -> funciona mais como um cofator Conversão de Protrombina em Trombina 1- A Protrombina é formada como resultado da ruptura do vasos 2- Em presença de grande quantidade de Ca++ há a conversão de Protrombina em Trombina 3- A Trombina causa a polimerização das moléculas de fibrinogênio em fibras de fibrina O fator limitador da coagulação é a formação do ativador da protrombina As plaquetas possuem papel importante na conversão, visto que grande parte da protrombina se fixa aos receptores de protrombina nas plaquetas ligadas ao tecido Protrombina- proteína plasmática formada no fígado Trombina- composto menor da Protrombina (enzima proteica) Vitamina K- requerida pelo fígado para a ativação da Protrombina e para a ativação de outros fatores coagulantes A falta de Vitamina K e doenças hepáticas que impedem a formação normal de Protrombina podem diminuir a presença dessa proteína resultando em aumento do sangramento Conversão do Fibrinogênio em Fibrina (formação do coágulo) Fibrinogênio é uma proteína formada no fígado Devido a sua grande dimensão molecular, pouca quantidade de fibrinogênio sai dos vasos sanguíneos para os líquidos intersticiais, além disso, caso a permeabilidade dos capilares esteja elevada patologicamente, o fibrinogênio vaza para os líquidos teciduais, permitindo a coagulação desses líquidos (o plasma e o sangue total podem coagular) A trombina atua sobre o fibrinogênio removendo 4 peptídeos, formando um monômero de fibrina. Esses monômeros se polimerizam com outros, formando fibras de fibrina. Para essas fibras de fibrina se fortalecem, há a ativação do fator estabilizador de fibrina (através da trombina) presente em pequena quantidade no plasma e liberado pelas plaquetas retidas no coágulo. Esse fator atua como uma enzima criando fortes ligações entre os monômeros de fibrina Coágulo sanguíneo Composto por malhas de fibras de fibrina que retêm células sanguíneas, plaquetas e plasma Se adere a qualquer abertura vascular, impedindo a continuação da perda de sangue Retração do coágulo (soro) Após a formação do coágulo ele começa a se contrair e o soro é eliminado (líquido expelido do coágulo) Falha na retração do coágulo indica que o número de plaquetas no sangue está baixo A contração é ativada e acelerada pela trombina e pelos íons de cálcio Com a retração do coágulo, as bordas da abertura do vaso sanguíneo são tracionadas, contribuindo para a hemostasia Feedback positivo de formação do coágulo Assim que ele começa a se formar, se estende rapidamente para o sangue ao redor, formando um círculo vicioso para promover mais coagulação Assim que uma quantidade crítica de trombina é formada, o feedback positivo se desenvolve causando a coagulação sanguínea intensa e maior formação de trombina, consequentemente, o coágulo sanguíneo continua a crescer até que o vazamento de sangue seja interrompido. Desencadeamento da coagulação 1- trauma da parede vascular e dos tecidos adjacentes 2- trauma ao sangue 3- contato do sangue com as células endoteliais lesionadas Cada um desses três casos leva a formação de ativadores da protrombina (iniciando as etapas da coagulação) O ativador da protrombina é formado por duas vias (extrínseca, trauma na parede vascular e tecidos e intrínseca, começa no próprio sangue) Nas duas vias há fatores da coagulação sanguínea (proteínas) que em forma inativa, são enzimas proteolíticas e ao seremativadas causam reações em cascata na coagulação Via Extrínseca ○ Começa com o trauma na parede, que entram em contato com o sangue ○ É mais rápida e forma complexo ativador de protrombina ○ 1- Liberação do fator tecidual ○ 2- Ativação do fator X (o complexo lipoproteico do fator tecidual se combina com o Fator VII da coagulação sanguínea e, em presença de íons cálcio, atua enzimaticamente sobre o Fator X para formar o Fator X ativado) ○ 3- Efeito do fator X ativado para formar o ativador da protrombina Via intrínseca ○ Começa com o trauma ○ 1- ativação do fator 12 e liberação dos fosfolipídeos das plaquetas ○ 2- ativação do fator 11 (o fator 12 ativado anteriormente ativa enzimaticamente o fator 11) ○ 3- ativação do fator 9 pelo fator 11 ativado ○ 4- ativação do fator 10 ○ 5- ação do fator X ativado na formação do ativador de protrombina Na via intrínseca e extrínseca a etapa final é a mesma, o fator X ativado se combina com o fator 5 e com as plaquetas para formar o complexo ativador de protrombina, que desencadeia a clivagem da protrombina para a formação da trombina Na ausência dos íons cálcio, a coagulação sanguínea não ocorre em nenhuma das vias. Exceto pelas duas primeiras etapas da via intrínseca, eles são necessários para a aceleração de todas as reações na coagulação A coagulação ocorre de forma simultânea nas duas vias. O fator tecidual desencadeia a via extrínseca, enquanto o contato do Fator XII e das plaquetas com o colágeno na parede vascular desencadeia a via intrínseca Diferença especialmente importante entre as vias extrínseca e intrínseca é que a via extrínseca pode ser explosiva; uma vez iniciada, sua velocidade até a formação do coágulo final só é limitada pela quantidade de fator tecidual liberado por tecidos traumatizados e quantidades dos Fatores X, VII e V no sangue. Com trauma tecidual grave, a coagulação pode ocorrer em 15 segundos. A via intrínseca prossegue muito mais lentamente, em geral, necessitando de 1 a 6 minutos para causar a coagulação. Prevenção da coagulação Fatores de superfície endotelial 1- uniformidade da superfície das células endoteliais impedindo a ativação por contato do sistema intrínseco da coagulação 2- a camada do glicocálice do endotélio repele os fatores da coagulação e as plaquetas impedindo a ativação da coagulação 3- a ligação da trombina com a trombomodulina lentifica o processo e ativa a proteína C que atua como anticoagulante ao inativar os fatores 5 e 8 ativados Ação Antitrombina da Fibrina e da Antitrombina Os anticoagulantes mais importantes removem as trombinas do organismo 1- as fibras de fibrina, formadas durante a coagulação (aproximadamente 90% da trombina formada pela protrombina ficam absorvidoas às fibras de fibrina, o que ajuda a impedir a disseminação da trombina, prevenindo o crescimento excessivo do coágulo) 2- a alfa-globulina, chamado de antitrombina III ou cofator antitrombina-heparina (A trombina que não é absorvida nas fibras de fibrina se combina com a antitrombina III que bloqueia o efeito da trombina sobre o fibrinogênio e inativa-a durante alguns minutos) Heparina Potente anticoagulante quando combinado a antitrombina III e possui com baixa concentração no sangue Plasmina- lise dos coágulos sanguíneos Digere as fibras de fibrina e outras proteínas coagulantes, causando a lise do coágulo ○ Ativação do plasminogênio para formar plasmina Ao ser formado, quando quantidade de plasminogênio fica retido no coágulo junto com outras proteínas do plasma. O plasminogênio só vai se transformar em plasmina ou causar a lise do coágulo se for ativado Os tecidos lesados e o endotélio vascular liberam lentamente o ativador do plasminogênio tecidual que após o coágulo interromper o sangramento, converte o plasminogênio em plasma Condições que causam sangramento excessivo Deficiência de Vitamina K Essa vitamina é essencial para a carboxilase hepática, em que coloca um grupo carboxila a radicais de ácido glutâmico a 5 fatores de coagulação (protrombina, fatores 7, 9, 10 e proteína C), é oxidada e fica inativa até receber ação de uma enzima Na ausência da vitamina K ativa há insuficiência desses fatores de coagulação no sangue, podendo levar a tendências hemorrágicas É sintetizada no trato intestinal Problemas na liberação da bile pelo fígado impactam negativamente na coagulação pois causa deficiência na digestão e absorção de vitamina K Doenças hepáticas causam a diminuição da produção de protrombina e outros fatores da coagulação, como a vitamina K Hemofilia Doença hemorrágica quase exclusiva de homens Causada por deficiência do fator 8 (clássicas) ou fator 9 Trombocitopenia Concentrações baixas de plaquetas no sangue O sangramento ocorre em capilares ou vênulas, gerando pequenas hemorragias Condições tromboembólicas Trombo é um coágulo anormal que se desenvolve no vaso, quando ele se solta e começa a circular livremente é chamado de êmbolo 1- qualquer superfície endotelial áspera de um vaso 2-sangue coagula quando flui lentamente Trombose Venosa Femoral e Embolia Pulmonar A trombose venosa femoral, é normalmente causada em situações de pacientes acamados, em que a imobilidade causa a coagulação devido ao bloqueio do fluxo sanguíneo Se esse coágulo cresce e chega a veia ilíaca e cava inferior, chega ao coração e bloqueia as artérias, causando embolia pulmonar Anticoagulantes Heparina É um anticoagulante intravenoso Após o efeito o próprio corpo destroi Cumarínicos Degrada a protrombina ativa e outros fatores de coagulação Sistema Fibrinolítico Trombo removido após perda de função, reparação do dano vascular. Sua presença causa alteração no fluxo normal do tecido Composto pelo plasminogênio, produzido no fígado Plasminogêniose incorpora ao trombo Plasminogênio é convertido em plasmina Plasmina degrada fibrina e fibrinogênio, remove os resíduos do vaso. Plasminogênio é ativado pela proteína T-PA, ativador do plasminogênio tecidual. T-PA liberada em situações de estase sanguínea (lentidão de fluxo) , associada à presença anormal de coágulos. Plasmina, dissolução do trombo, normalizando o fluxo.
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