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04/09/2022 2º SIMULADO TACTICAL CONCURSOS PPMG 2 1 Uma frase de Mario Quintana nos fala sobre um dos papéis das reticências nas frases: “As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho.” Assinale a frase a seguir em que as reticências exercem exatamente essa função de deixar a imaginação do leitor completar a frase. (A) “Quanto ao seu pai... Às vezes penso... Asseguro-lhe que é verdade. Penso que ela esqueceu de tudo.” (B) “Você... tão sozinha... Não lhe ocorre, muitas vezes, que se um homem... Não tem vontade de casar-se?”. (C) “Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não...não vale a pena...”. (D) “Duas horas te esperei. Duas horas mais te esperaria. Se gostas de mim não sei...”. (E) “Isso também conta. As raízes... – Que raízes? – cortou José Paulino, bruscamente.” GABARITO: LETRA B Nas duas primeiras ocorrências, as reticências indicam hesitação na fala. Na terceira ocorrência, a pontuação deixa a frase incompleta: "Não lhe ocorre, muitas vezes, que se um homem...". "Se um homem" o quê?? Vejam que, em seguida, a pessoa faz uma pergunta à mulher ("Não tem vontade de casar-se?") e não completa o pensamento anterior, então esse complemento fica a cargo do leitor. Há margem para a imaginação. 2 Um pensador italiano disse: “Sou a favor da liberdade de pensamento, desde que não se transforme em palavras.” Assinale a afirmação correta sobre a ideia e os componentes desse pensamento. (A) A frase é um paradoxo, pois o pensamento se materializa em palavras. (B) A segunda oração indica uma consequência do que é afirmado na primeira. (C) O pensamento é uma ironia contra os que falam sem pensar. (D) A frase mostra uma estrutura argumentativa, com a apresentação de uma tese e de argumentos que a defendem. (E) A estruturação da frase mostra um pensamento de cunho universal, sem participação do autor. GABARITO: LETRA A O pensador italiano defende que as pessoas são livres para pensar, desde que não verbalizem, não transformem o pensamento em palavras. Isso significa que as pessoas podem pensar à vontade, mas não podem falar o que pensam. É a ideia defendida por ele. Notem que, para expressar essa ideia, ele precisou transformar o pensamento dele em palavras, e isso é exatamente o que ele defende que NÃO seja feito. Sendo assim, a frase representa um paradoxo, pois consiste numa contradição. O pensador defende que todos pensem livremente, desde que não transformem esses pensamentos em palavras. E como ele faz essa defesa? Transformando os pensamentos dele em palavras. 3 Em todos os pensamentos a seguir há a repetição de termos destacados; assinale a frase em que esses termos não mostram o mesmo significado. (A) Se não queres perder-te no esquecimento logo ao morrer, ou escreve coisas dignas de ler-se ou faze coisas dignas de escrever-se. (B) Você consegue muito mais com uma palavra amável e um revólver do que somente com uma palavra amável. (C) Entre duas palavras escolha sempre a mais simples. Entre duas palavras simples, escolha sempre a mais curta. (D) O mundo se divide em duas espécies de pessoas: aquelas que querem falar com você e aquelas com as quais você quer falar. (E) Um homem sério tem poucas ideias. Um homem de ideias nunca está sério. GABARITO: LETRA E Na primeira ocorrência, o termo "sério" possui sentido de "honesto; honrado; íntegro". na segundo ocorrência, o termo "sério" refere-se a alguém que não está sorrindo, que não demonstra alegria. É alguém que está com o semblante fechado, sisudo. 4 “O mais importante não é o número de ideias agrupadas em sua mente, mas o vínculo que as une.” Essa frase fala de uma característica do real conhecimento, que é construído (A) pela quantidade de ideias que você armazena. (B) pelas relações estabelecidas entre as ideias. (C) pela seleção qualitativa das ideias. (D) pela independência de cada ideia. (E) pela substituição progressiva das ideias. 3 GABARITO: LETRA B A segunda parte da frase afirma que o mais importante é o "vínculo" que une as ideias agrupadas em sua mente. O termo "vínculo" significa "relação", "conexão". Assim, é correto afirmar que o real conhecimento é construído pelas relações estabelecidas entre as ideias. 5 Todas as frases a seguir foram construídas de forma impessoal, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Por melhor que se fale, quando se fala muito, finaliza-se sempre por dizer tolices. (B) Hoje em dia não se sabe falar porque não se sabe escutar. (C) Analisa-se o homem para que ele seja conhecido. (D) Perguntar é ensinar. (E) Quem pensa bem se equivoca muito. GABARITO: LETRA C O "se" é pronome apassivador que forma a voz passiva sintética com o verbo transitivo direto "analisar". O que é analisado? O homem. A ideia é a seguinte: → O homem é analisado para que ele seja conhecido. O sujeito é "o homem", portanto não há ideia de generalização ou indefinição. Esse é um sujeito simples, e o sentido está especificado. Quem é analisado? O homem. 6 Observe o seguinte pensamento de Millôr Fernandes: “Eu acho, porque acho; os argumentos, arranjo depois.” Em termos argumentativos, Millôr Fernandes (A) procura argumentar da forma mais lógica possível. (B) considera que opiniões independem de argumentos. (C) mostra que as opiniões devem apoiar-se em argumentos. (D) indica que suas opiniões são testemunhos de autoridade. (E) demonstra que textos argumentativos devem partir de certezas. GABARITO: LETRA C Os argumentos são, de fato, importantes. E isso fica evidente quando o escritor sugere que faz questão de indicar os argumentos, mas não naquele exato momento. É algo que ele fará num momento posterior. Se os argumentos não fossem necessários, o escritor não se preocuparia com eles de forma alguma. Ficaria apenas no "achismo", mesmo. 7 Muitas frases se estruturam a partir de outros textos bastante conhecidos (intertextualidade). Assinale a opção que apresenta uma exceção desse tipo de estruturação. (A) Devemos falar como nos testamentos: quanto menos palavras, menos questões. (B) No princípio era o Verbo e no final blábláblá. (C) Palavras não pagam dívidas. (D) Escrevi o livro para tirar o pé da lama. (E) Gramática é um mal necessário. GABARITO: LETRA A Não contém intertextualidade. Essa frase não faz referência a outra obra conhecida. A frase compara o ato de falar e os testamentos: ambos devem envolver poucas palavras para evitar conflitos e polêmicas. 8 Todas as frases abaixo dizem respeito à comunicação humana; assinale aquela que fala de um tipo de comunicação diferente das demais. (A) Deixe uma série de pensamentos felizes correrem em sua mente. Eles vão transparecer em seu rosto. (B) O vestuário fala. Fala o fato de eu me apresentar no escritório de manhã com uma gravata normal de riscas ou com uma gravata psicodélica. (C) As palavras não conseguem expressar os pensamentos com precisão. (D) Estava com a saúde tão debilitada que tínhamos de descobrir suas vontades pelo simples movimento do olhar. (E) A simples apresentação da charge fazia com que todos rissem. GABARITO: LETRA C Uma única frase refere-se explicitamente à linguagem verbal, que pode ser falada ou escrita. É a linguagem que ocorre por meio das palavras. Essa frase está na alternativa "C", que é a correta: As palavras não conseguem expressar os pensamentos com precisão. Notem que a frase refere-se ao uso de palavras para expressarem os pensamentos. 4 9 A questão desta prova é elaborada a partir de pequenos textos e pretendem avaliar sua capacidade em interpretar e compreender textos, assim como em redigir de forma correta e adequada. Um conhecido jogador de futebol, negro, foi entrevistado na França onde lhe perguntaram se no Brasil havia racismo; sua resposta foi: “Não; no Brasil, onde preto não entra, branco pobre também nãoentra”. A frase demonstra haver no Brasil, segundo ele, (A) racismo. (B) preconceito linguístico. (C) homofobia. (D) preconceito social. (E) intolerância religiosa. GABARITO: LETRA D Questão que envolve compreensão textual. Precisamos indicar o que existe no Brasil, de acordo com o ponto de vista expresso na frase abaixo: Um conhecido jogador de futebol, negro, foi entrevistado na França onde lhe perguntaram se no Brasil havia racismo; sua resposta foi: “Não; no Brasil, onde preto não entra, branco pobre também não entra”. O jogador respondeu explicitamente que NÃO existe racismo no Brasil. Segundo ele, "onde preto não entra, branco pobre também não entra". O jogador critica o preconceito social (alternativa "D" - correta), ou seja, o preconceito contra os pobres (brancos e pretos). 10 Assinale a frase a seguir que é integralmente lógica na realidade que representa. (A) Diga ao cozinheiro para retirar a cebola do arroz. (B) Enfiou o chapéu na cabeça e saiu. (C) O noivo enfiou a aliança no dedo. (D) O projeto foi sancionado, já que era ilegal. (E) O cozinheiro provou e aprovou a comida. GABARITO: LETRA E São dois verbos com sentidos diferentes: provar: sentido de "experimentar"; aprovar: sentido de "considerar bom". 11 Assinale a frase a seguir gramaticalmente correta. (A) A aula começaria ao meio-dia e meio. (B) O restaurante fazia entregas a domicílio. (C) Os turistas dispenderam grandes quantias na loja. (D) Entre mim e ti não deve haver segredos. (E) O museu, sito á rua do Ouvidor, estava fechado. GABARITO: LETRA D Não usamos pronome reto após preposição, exceto quando ele exercer a função de sujeito! Assim, o correto realmente é "entre mim e ti" ("mim" = pronome oblíquo tônico de 1ª pessoa; "ti" = pronome oblíquo tônico de 2ª pessoa). Estaria incorreta a construção "entre tu e eu", por exemplo. 12 Assinale a frase a seguir em que a dupla possibilidade de construção proposta é errada. (A) Chegou / chegaram 1 milhão de doses de vacinas. (B) Um milhão de pessoas foi / foram à passeata. (C) A peça apresentava personagens novos / novas. (D) Os egípcios utilizavam hieróglifos / hieroglifos. (E) Ficou bêbedo / bêbado após a festa GABARITO: LETRA A Esta alternativa passa pela concordância verbal com sujeito formado por expressão partitiva, que é aquela que indica quantidade, geralmente não exata, usando artigos, numerais ou pronomes indefinidos. São exemplos de expressões partitivas: grande parte de, parte de, a grande maioria, metade de, o resto de, etc. Quando a expressão partitiva acompanha um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular (concordando com a expressão partitiva) ou no plural (concordando com o substantivo ou pronome). Essa regra também se aplica a sujeitos formados pelos termos milhão, bilhão, trilhão, etc. Nesse caso, porém, o sujeito vem DEPOIS do verbo, portanto a única construção correta é com o verbo no SINGULAR, concordando com o núcleo "milhão". Correção: Chegou 1 milhão de doses de vacinas. 5 13 Observe a seguinte frase humorística: “Era um deputado conservador. Seu único programa político era conservar sua cadeira na Câmara.” O humor é obtido, em muitos casos, pelo inesperado de algo; no caso dessa frase, o inesperado está (A) no fato de o programa do político não ter mais de um tópico. (B) na atribuição de um sentido diferente ao termo conservador. (C) na informação de que os conservadores nada fazem de útil. (D) na circunstância de alguns políticos não terem programas. (E) na referência a um parlamento antigo, em função da presença do termo cadeira. GABARITO: LETRA B Precisamos indicar que elemento inesperado promove o humor na frase. A primeira oração traz a expressão "deputado conservador", o que nos leva à ideia de conservadorismo enquanto ideologia política. Num primeiro momento, imaginamos que o deputado faz parte de um partido conservador, que, em linhas gerais, defende as tradições, a continuidade das instituições sociais, dos usos e costumes. Na segunda oração, vem a reviravolta: o deputado era conservador porque queria somente "conservar sua cadeira na Câmara". É aí que chegamos à conclusão de que o termo "conservador" não se refere a uma ideologia política, mas sim à ideia denotativa de "conservar", no sentido de manter-se no poder. Esse duplo sentido do termo "conservador" promove o humor na frase, portanto a alternativa "B" é a CORRETA: na atribuição de um sentido diferente ao termo conservador. O termo assume um significado inesperado, considerando o contexto. 14 Muitas vezes, na escrita, substantivamos algumas palavras; assinale a frase a seguir em que não ocorre nenhuma substantivação. (A) Há nas mudanças certo alívio, ainda que seja para pior. (B) Há apenas um dever: o de sermos felizes. (C) A felicidade é um agora sem nenhuma pressa. (D) Felicidade é um como, não um quê. (E) O confiar nos outros tem seus riscos. GABARITO: LETRA A Esta questão envolve a substantivação de algumas palavras, ou seja, a transformação em substantivos de termos de outras classes gramaticais. Isso geralmente ocorre por meio do uso de artigos. Precisamos indicar a frase em que NÃO ocorre substantivação, e ela está na alternativa "A": Há nas mudanças certo alívio, ainda que seja para pior. substantivos: mudanças, alívio. pronome indefinido: certo (sentido de "algum"). locução conjuntiva concessiva: ainda que. adjetivo: pior. 15 “Felicidade vem da capacidade de sentir profundamente, desfrutar com simplicidade, pensar com liberdade, arriscar e ser necessário.” (Storm Jameson) Sobre os componentes dessa frase, assinale a afirmativa correta. (A) Os termos mostram paralelismo sintático. (B) A locução com simplicidade poderia ser substituída por simplificadamente. (C) A locução com liberdade poderia ser substituída por libertariamente. (D) Após o termo capacidade, todos os segmentos servem de complemento desse termo. (E) O advérbio profundamente pode ser substituído pela locução com profundismo. GABARITO: LETRA D O complemento nominal é o termo que complementa o sentido de um nome (substantivo abstrato, adjetivo e alguns advérbios), aparece sempre preposicionado e pode ter sentido de passividade (sofre a ação). O segmento "de sentir profundamente, desfrutar com simplicidade, pensar com liberdade, arriscar e ser necessário" complementa o sentido do substantivo abstrato "capacidade". A preposição "de" está implícita antes de cada elemento. Vejamos: → Felicidade vem da capacidade: de sentir profundamente; de desfrutar com simplicidade; de pensar com liberdade; de arriscar; de ser necessário. 6 Texto 1 – Sem humanos, natureza prospera em Chernobyl Os seres humanos causam mais danos para a vida selvagem do que desastres nucleares. Essa é a conclusão de um estudo publicado ontem na revista científica “Current Biology”, que analisou dados populacionais de grande prazo na zona de exclusão de Chernobyl, na fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia. Em abril de 1986, a área de 4.200 quilômetros quadrados foi totalmente evacuada após a explosão, seguida de um incêndio, de um reator na Usina Nuclear de Chernobyl. Centenas de milhares de pessoas foram removidas de suas casas para nunca mais voltar. Três décadas depois, a região mais parece um parque de proteção ambiental que uma zona de desastre. Sem a presença humana, bandos de alces, veados, cervos, javalis e lobos são vistos perambulando livremente entre ruas e construções abandonadas. - É muito provável que o número de animais selvagens em Chernobyl seja bem maior agora do que antes do acidente – diz Jim Smith, professor da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, e coordenador da equipe internacional responsável pelo estudo. – Isso não significa que a radiação é boa para a vida selvagem, apenas que os efeitos da habitaçãohumana, incluindo caça, agricultura e desmatamento, são muito piores. (O Globo, 6/10/2015) 16 “Sem humanos, natureza prospera em Chernobyl”. A forma de reescrever essa frase - título para o texto 1 – que modifica o sentido original, tornando-a inadequada ao contexto, é: (A) porque está sem humanos, natureza prospera em Chernobyl; (B) embora esteja sem humanos, natureza prospera em Chernobyl; (C) após ficar sem humanos, natureza prospera em Chernobyl; (D) Chernobyl, tornando-se desabitada, vê sua natureza prosperar; (E) a natureza de Chernobyl, sem humanos, prospera. GABARITO: LETRA B Essa reescrita está inadequada ao contexto, pois dela se infere que, ainda que a natureza, regra geral, prospere por causa da presença dos seres humanos, excepcionalmente ela prospera em Chernobyl sem humanos. 17 Observem-se as seguintes passagens do texto 1: “Em abril de 1986, a área de 4.200 quilômetros quadrados foi totalmente evacuada” e “Centenas de milhares de pessoas foram removidas de suas casas para nunca mais voltar”. Nessas passagens emprega-se a voz passiva e essa estrutura tem a característica de: (A) indicar a violência das ações praticadas; (B) evitar a identificação dos agentes das ações; (C) localizar as ações num passado recente; (D) mostrar a necessidade de as ações serem praticadas; (E) identificar as ações como autoritárias. GABARITO: LETRA B A frase “Em abril de 1986, a área de 4.200 quilômetros quadrados foi totalmente evacuada” está na voz passiva, porque nela o sujeito "a área de 4.200 quilômetros quadrados" sofre a ação de ter sido totalmente evacuada (esvaziada). Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal praticada pelo agente da passiva. A frase acima não apresenta o agente da passiva, porque ela não identifica o agente da ação de evacuar a área de 4.200 quilômetros quadrados. A frase “Centenas de milhares de pessoas foram removidas de suas casas para nunca mais voltar” está na voz passiva, já que nela o sujeito "Centenas de milhares de pessoas" sofre a ação de terem sido removidas de suas casas. Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal praticada pelo agente da passiva. A frase acima não apresenta o agente da passiva, pois ela não identifica o agente da ação de remover centenas de milhares de pessoas de suas casas. 18 Considerando-se a conclusão do estudo citado no texto 1: “Os seres humanos causam mais danos para a vida selvagem do que desastres nucleares”, pode- se inferir que: (A) desastres nucleares não são prejudiciais aos animais; (B) radiação nuclear incentiva a procriação animal; (C) os animais são afetados pela radiação de forma diferente; (D) os animais são afetados pela radiação por meio dos humanos; (E) os humanos, intencionalmente ou não, prejudicam a vida animal. GABARITO: LETRA E Da frase “Os seres humanos causam mais danos para a vida selvagem do que desastres nucleares”, pode-se inferir que os humanos prejudicam a vida animal tanto de maneira intencional quanto de não intencional (por meio de desastres nucleares). 7 19 Ao informar aos leitores que o estudo foi publicado numa revista científica de prestígio, o autor do texto 1 pretende: (A) indicar a necessidade urgente do estudo do tema; (B) demonstrar a qualidade científica da revista; (C) comprovar a qualidade da informação prestada; (D) valorizar o conhecimento científico na mídia impressa; (E) destacar um assunto de séria preocupação. GABARITO: LETRA C No trecho acima o autor informa aos leitores que o estudo foi publicado numa revista científica de prestígio (a Current Biology) para indicar a fonte da conclusão por ele apresentada no primeiro período do texto, segundo a qual "Os seres humanos causam mais danos para a vida selvagem do que desastres nucleares." Trata-se de um argumento de autoridade. Um argumento de autoridade é um recurso argumentativo baseado no emprego da opinião de especialistas no assunto, de dados de pesquisas científicas, dos trabalhos de institutos renomados, de revistas especializadas, de pessoas reconhecidamente destacadas como forma de transmitir maior peso, maior credibilidade ao ponto de vista do autor. 20 O texto 1 mostra uma enumeração dos animais cuja população cresceu em Chernobyl. Entre as formas de enumerar abaixo indicadas, aquela que tem seu valor corretamente apontado é: (A) alces, veados, cervos, javalis e lobos. / a enumeração abrange a parte mais importante dos animais; (B) alces, veados, cervos, javalis, lobos... / a enumeração indica a totalidade dos animais; (C) alces, além de veados, cervos, javalis e lobos. / a enumeração mostra os animais numa ordem de importância; (D) alces e veados e cervos e javalis e lobos. / a enumeração destaca a importância individual dos animais; (E) alces, veados, cervos, além de javalis e lobos. / a enumeração prioriza os últimos elementos citados. GABARITO: LETRA D A repetição da conjunção aditiva "e" destaca na enumeração a ênfase dada a cada um dos animais. Trata-se de uma figura de linguagem chamada polissíndeto, que é empregada para quando se deseja destacar cada um elementos de uma enumeração. 21 A discricionariedade administrativa refere-se à maneira pela qual a Administração Pública utiliza seu poder para exercer atos administrativos com a finalidade de atender ao interesse público. Em relação ao conceito de discricionariedade administrativa, assinale a afirmativa correta. (A) É a liberdade do administrador de tomar determinadas decisões, desde que esteja nos limites da lei. (B) É a expansão do ato administrativo por agentes putativos, em consonância com o arcabouço legal. (C) É a ação realizada com desrespeito à ordem jurídica vigente, em função de um viés pessoal. (D) É a permissão da execução de ato pela administração, sem recorrer ao Poder Judiciário. (E) É a vinculação de ato administrativo à lei, sem possibilidade de questionamento. GABARITO: LETRA A Atos discricionários são aqueles em que a Administração tem certa margem de liberdade para, de acordo com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, decidir quando e como o ato será praticado, definindo seu conteúdo, seus destinatários, seus motivos e o modo de sua prática. 22 O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, após regular processo licitatório, contratou a sociedade empresária Alfa para prestar serviços de jardinagem e paisagismo no canteiro existente ao redor do prédio do fórum central. Ocorre que a contratada deu causa à inexecução parcial do contrato. Após regular processo administrativo, o contratante aplicou-lhe a sanção administrativa da advertência, pois não se justificou a imposição de penalidade mais grave. Com base na doutrina de Direito Administrativo, o poder administrativo que embasou diretamente a aplicação da mencionada sanção é o poder: (A) hierárquico, que consiste na superioridade contratual da Administração Pública contratante em relação à sociedade contratada, em razão das cláusulas limitantes; (B) regulamentar, que consiste na possibilidade de a Administração Pública contratante impor unilateralmente penalidades, com base na supremacia do interesse público; (C) disciplinar, que consiste em um sistema punitivo interno a que se sujeita a contratada que tem um vínculo com a Administração Pública contratante; 8 (D) de polícia, que consiste na necessidade vinculante de a Administração Pública contratante condicionar e limitar a propriedade da sociedade contratada em prol do interesse público; (E) de justiça, que consiste na superioridade e na imperatividade das decisões jurisdicionais proferidas pela Administração Pública contratante em face da sociedade contratada, que deve se sujeitar às sanções impostas. GABARITO: LETRA C A Administração Pública, por meio do regular uso do poder disciplinar, apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplinaadministrativa. Esta disciplina administrativa, diversamente do poder de polícia, decorre de uma supremacia especial e de um vínculo jurídico especial entre a administração e as demais pessoas (contratante e contratada, por exemplo). 23 Armando, tinha interesse em compreender as teorias que dispõem sobre a responsabilidade civil extracontratual da Administração Pública. Após ampla pesquisa, identificou a teoria adotada no direito brasileiro para justificar a responsabilização objetiva da Administração Pública por atos praticados por seus servidores, constatando, ainda, que essa responsabilização pode ser afastada se houver culpa exclusiva da vítima. Trata-se da teoria: (A) dos atos de império, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque o dano decorreu de ato de outrem, não de ato de império; (B) da culpa administrativa, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque o dano não pode ser atribuído ao mau funcionamento do serviço; (C) do risco integral, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em razão da presença do elemento subjetivo culposo no agir da vítima; (D) do risco administrativo, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, em razão da ausência do nexo de causalidade entre o atuar estatal e o dano causado; (E) da culpa do serviço público, sendo a responsabilização afastada, na hipótese indicada, porque o mau funcionamento do serviço, ainda que tenha ocorrido, não foi preponderante. GABARITO: LETRA D Nota-se que para que haja a responsabilização do Estado, o ordenamento jurídico brasileiro exige conduta oficial, existência de dano (patrimonial, moral ou estético) e nexo causal e que não tenha ocorrido nenhuma excludente ou atenuante de culpa. Sendo assim, fica claro que a responsabilidade do Estado é objetiva e que fora adotada a teoria do risco administrativo. Logo, a alternativa correta a ser assinalada é a letra D. 24 Maria reuniu todos os documentos exigidos para se matricular em uma escola estadual do seu bairro. Para sua surpresa, o requerimento foi indeferido sem qualquer fundamentação. Considerando a manifesta ilegalidade do ato, bem como porque todos os elementos constitutivos do seu direito decorriam da prova documental, Maria procurou um advogado e solicitou o ajuizamento da medida judicial cabível. À luz da sistemática constitucional, essa medida é: (A) habeas corpus; (B) mandado de segurança; (C) mandado de injunção; (D) habeas data; (E) pedido de suspensão. GABARITO: LETRA B Consoante jurisprudência remansosa dos tribunais superiores e regionais: "A Constituição Federal assegura a todos o direito de petição aos Poderes Públicos, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5º, XXXIV). 2. É a hipótese dos autos, em que os documentos requisitados visam à defesa da impetrante contra as acusações que lhe são imputadas na mídia e administrativamente. 3. Não sendo o caso de habeas data, o mandado de segurança é o meio hábil a amparar sua pretensão". (TRF 1ª Região, REO 51469 MG 2000.01.00.051469-0, rel. Des. Daniel Paes Ribeiro, julg. 26/3/2004) Demais ações e remédios constitucionais incabíveis no caso em apreço. 25 John, de nacionalidade norte-americana, devidamente autorizado pela autoridade competente, reside há mais de vinte anos no território brasileiro. Interessado em obter a nacionalidade brasileira, procurou um(a) advogado(a) e o(a) questionou sobre os requisitos estabelecidos pela ordem constitucional para que isto viesse a ocorrer. O advogado respondeu, corretamente, que John (A) adquirirá tacitamente a nacionalidade brasileira pelo decurso do tempo. (B) ao completar vinte e cinco anos residindo no território brasileiro, terá reconhecida tacitamente a nacionalidade brasileira. 9 (C) irá adquirir a nacionalidade brasileira quando preenchidos os demais requisitos objetivos previstos na Constituição Federal de 1988. (D) é brasileiro nato, desde que não tenha saído do território brasileiro nesse período e não tenha condenação penal. (E) pode requerer a nacionalidade brasileira, desde que não tenha condenação penal. GABARITO: LETRA E Ao definir as hipóteses vinculadas a caracterização de brasileiros naturalizados, a CF/88 incluiu tal possibilidade aos estrangeiros, desde que residentes na República Federativa do Brasil, há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, sendo necessário requerer a nacionalidade brasileira. Nesse sentido e conforme a situação apresentada pelo enunciado da questão, será concedido o direito a naturalização brasileira, desde que a requerente não possua condenação penal. CF/88 Art. 12. São brasileiros: II – naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 26 Com relação à punibilidade da tentativa, é correto afirmar que: (A) como regra, o Código Penal adotou a teoria subjetiva; (B) o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado é irrelevante; (C) a ausência de posse mansa e pacífica da coisa em crimes patrimoniais conduz à tentativa; (D) a pequena ofensividade da conduta impede a caracterização da tentativa; (E) quanto maior o iter criminis percorrido, menor a fração da causa de diminuição. GABARITO: LETRA E Conforme é sabido, a tentativa constitui-se em causa obrigatória de diminuição de pena (leia-se: minorante), que incide na terceira fase da dosimetria da pena privativa de liberdade. A liberdade do magistrado repousa no quantum da diminuição, balizando-se entre os limites legais, de 1 a 2/3, sendo o critério decisivo a maior ou menor proximidade da consumação, ou seja, a distância percorrida do iter criminis.xl 27 João, servidor público da Secretaria de Fazenda do Estado Alfa, no exercício da função, de forma dolosa, livre e consciente, exigiu tributo que sabia indevido. De acordo com o Código Penal, João, em tese, praticou crime de (A) concussão, cuja pena é de reclusão de dois a dez anos e multa. (B) excesso de exação, cuja pena é de reclusão de três a oito anos e multa. (C) emprego irregular de rendas públicas, cuja pena é de reclusão de um a quatro anos e multa. (D) peculato, cuja pena é de reclusão de dois a dez anos e multa. (E) corrupção ativa, cuja pena é de detenção de três a oito anos e multa. GABARITO: LETRA B De fato, a conduta de João se amolda ao crime de excesso de exação, com pena de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos e multa. nos termos do artigo 316, § 1º do Código Penal, a saber: Excesso de exação Art. 316. § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 28 Douglas, funcionário público com competência para ordenar a assunção de obrigação pela Administração, autorizou a realização de despesa no primeiro quadrimestre do último ano da legislatura. Ocorre que a despesa autorizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga no mesmo exercício financeiro e nem havia contrapartida suficiente em caixa para pagamento no exercício seguinte. Diante dessa situação, é correto afirmar que Douglas: (A) praticou crime de ordenação de despesa não autorizada; (B) não pode ser considerado funcionário público para fins penais; (C) não praticou crime contra finanças públicas previsto no Código Penal; (D) praticou crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura; 10 (E) praticou crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar. GABARITO: LETRA C Temos aqui o crime de Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura a ser analisado para vermos a possibilidade de coadunarmoso tipo penal com os fatos apontados no enunciado. Vamos analisar, então: Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Temos aqui a obrigação de responsabilizar o servidor pela assunção de obrigação realizada nos dois últimos quadrimestres. O enunciado perfila a situação ocorrida no primeiro quadrimestre. Esse enunciado foi muito bem elaborado, diga-se, porquanto prevê a obrigação assumida no último ano de legislatura, o que já se encontra previsto em lei. Depois aponta o primeiro quadrimestre, o que torna a questão errada. Mas então, logo ao final, dá o golpe de misericórdia: menciona que a despesa não teria como ser realizada no exercício seguinte e isso, cá entre nós, nos deixa na dúvida... No entanto, meus amigos, o CP é bem claro, quando diz que RESTANDO PARCELA A SER PAGA NO EXERCÍCIO SEGUINTE, não a previsão de pagamento pro ano seguinte. Isso derruba a questão de vez, mas se o candidato não se atenta a isso, ignora totalmente o detalhe dos quadrimestres e aponta como verdadeira, quando, na realidade, está errada! Para este enunciado, apenas apontamos a assertiva C como certa. Isso decorre do fato de que simplesmente não existe previsão legal no rol de crimes contra o sistema financeiro para a situação em tela. Questão boa, meus amigos...muito boa, por sinal. Cuidado redobrado! 29 Com relação ao inquérito policial, assinale a opção correta. (A) É indispensável sua instauração e conclusão com indiciamento para o oferecimento da denúncia. (B) Não é admitida sua instauração em crime de ação penal pública condicionada a representação. (C) O delegado pode arquivar o inquérito policial quando não identificar o autor da infração penal. (D) O inquérito policial é um procedimento administrativo sigiloso que reúne informações para subsidiar a ação penal. (E) A instauração do inquérito policial, de ofício, pelo delegado é obrigatória em se tratando de crimes de ação penal privada. GABARITO: LETRA D Por natureza, o inquérito policial está sob a égide do segredo externo, nos termos do art. 20 do CPP, que dispõe que a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 30 Paulo praticou determinada conduta prevista como crime, prevendo a legislação então vigente que a ação respectiva ostenta a natureza privada. Três meses depois do ocorrido, em razão de mudança legislativa, o crime praticado por Paulo passou a ser de ação penal pública incondicionada. Um ano após os fatos criminosos, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Paulo em razão daquele comportamento, tendo em vista que o ofendido não havia proposto queixa em momento anterior. De acordo com a situação acima exposta, é correto afirmar que o juiz deve: (A) receber a denúncia, sendo o Ministério Público parte legítima, eis que a nova lei deve ser imediatamente aplicada;. (B) rejeitar a denúncia, eis que o Ministério Público não deflagrou a ação penal no prazo de seis meses; (C) rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo de ação penal privada, reconhecendo a prescrição; (D) rejeitar a denúncia, porque especificamente o delito praticado por Paulo, apesar da alteração legislativa, continua sendo de ação penal privada, reconhecendo a decadência; (E) receber a denúncia, porquanto, com a mudança legislativa, tanto o ofendido como o Ministério Público poderiam deflagrar a ação penal respectiva. GABARITO: LETRA D Conforme o inciso XL do artigo 5o da Constituição Federal: "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu". Assim, como a mudança da ação penal (que é matéria penal e processual penal) traria prejuízos ao acusado, a nova lei não pode se aplicar ao caso, devendo permanecer a regra anterior que previa ação penal privada. Ademais, como já se passaram mais de seis meses (art. 38, CPP), já se operou a decadência. Assim, só resta ao magistrado rejeitar a peça apresentada pelo Ministério Público. "Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia". 11 31 Em referência à aplicação dos Direitos Humanos pelos representantes da Segurança Pública, marque a alternativa INCORRETA: (A) Devem ser respeitados a qualquer custo, pois visam proteger a sociedade, assim como seus representantes. (B) As condutas dos aplicadores da lei devem estar em acordo com as leis e principalmente com a Constituição Federal. (C) Os direitos humanos visam, dentre outros, proteger as maiorias das minorias, pois apenas aquelas são objetos de proteção. (D) A lei, a ordem, a paz e a segurança são questões de responsabilidade do Estado. (E) Os direitos humanos devem ser objeto de aplicação diária dos policiais. GABARITO: LETRA C A alternativa C possui diversos erros. Contudo, limito-me ao erro principal: apenas um grupo é objeto de proteção. Os direitos e garantias fundamentais destinam-se, invariavelmente, a todo e qualquer indivíduo que goze da condição humana. 32 Partindo de uma denúncia anônima, em que se acusava o Sr. Alfredo de ter cometido lesões corporais contra o Sr. Demóstenes, dois policiais militares dirigiram-se a casa de Alfredo para certificarem-se sobre a veracidade da denúncia. Chegando lá, encontraram Alfredo e questionaram-lhe sobre os fatos narrados na denúncia anônima. Alfredo negou veementemente as acusações. Mesmo assim, os policiais militares, notando certo nervosismo na fala de Alfredo, passaram a suspeitar dele, decidindo prendê-lo em flagrante por crime de lesões corporais, sendo o mesmo conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Com relação à situação acima descrita, é correto afirmar que: (A) houve negligência no dever de cuidado pelos policiais militares, que agiram precipitadamente, bastando o interrogatório do acusado em cela especial; (B) a prisão é legal, pois ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei; (C) a prisão é ilegal pois não houve flagrante de delito algum, sendo aparente a violação de direitos humanos consagrados na Constituição Federal;. (D) os policiais agiram corretamente ao verificar a idoneidade da denúncia anônima, sendo a simples suspeita, vinda de agentes de persecução criminal, válida para dar voz de prisão a alguém; (E) os direitos humanos do acusado foram desrespeitados porque se atentaram contra seus direitos à vida e à propriedade. GABARITO: LETRA C Correta, pois a atitude dos policiais violou os termos do art. 5º, LXI da CF/88, e além da ausência do flagrante, identificável por eventuais lesões sofridas pro Demóstenes, infringiram o direito ao silêncio do suspeito, que não pode ser coagido a produzir prova contra si mesmo (art. 5º, LXIII, CF), conforme pacífica jurisprudência do STF. Segundo o Supremo, o ônus da prova do delito é da acusação, motivo pelo qual o réu também não pode ser obrigado a provar que não praticou tal ou qual ato. 33 De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, em atenção às normas de proteção aos direitos humanos, não haverá pena, EXCETO: (A) de morte, nos termos do art. 84, XIX, CF; (B) de caráter perpétuo; (C) de trabalhos forçados; (D) cruéis; (E) privativa de liberdade. GABARITO: LETRA E Incorreta, pois o art. 5º, XLVI, "a", da CF prevê expressamente a pena privativa de liberdade. As penas vedadas pelo constituinte estão no inciso XLVII. 34 Com basena Resolução nº 14/1994 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, que dispõe sobre as regras mínimas para o tratamento do preso no Brasil, assinale a opção correta. (A) Em regra, o preso deverá desempenhar função ou tarefa disciplinar no estabelecimento prisional. (B) O regime especial do preso provisório não inclui o direito de optar por pagar a própria alimentação e(ou) por usar seus pertences pessoais e roupas. (C) Aos filhos de preso, com idade de zero a seis anos, será garantido o atendimento em creches e em pré- escola. (D) São permitidas sanções disciplinares coletivas, como em caso de motim de presos que perturbe a ordem e a disciplina da prisão. (E) Algemas e camisas-de-força poderão ser utilizadas como instrumento de punição ou medida de precaução contra fuga, por exemplo. GABARITO: LETRA C 12 De acordo com o art. 11 da Resolução 14/1994. Art. 11. Aos menores de 0 a 6 anos, filhos de preso, será garantido o atendimento em creches e em pré-escola. 35 Sobre a teoria das gerações/dimensões dos direitos humanos, lançada pelo jurista Karel Vasak, no ano de 1979, é correto dizer que o direito à educação é um direito de: (A) 1ª dimensão. (B) 2ª dimensão. (C) 3ª dimensão. (D) 4ª dimensão. (E) 5ª dimensão. GABARITO: LETRA B Os direitos de segunda geração ou dimensão dizem respeito a uma prestação positiva do Estado, são direitos de igualdade, mas uma igualdade em sentido material, efetiva e não apenas formal, do ponto de vista político. Incluem-se dentre esses direitos o direito à educação pública, à cultura, à saúde, ao seguro-desemprego, aposentadoria, previdência social, assistência social etc. 36 João questionou José sobre a possibilidade de um tratado internacional de direitos humanos ser incorporado à ordem interna com natureza equivalente a emenda constitucional. José respondeu corretamente que isso (A) não pode ocorrer, pois exigiria a alteração da ordem constitucional, que expressamente nivela os tratados internacionais à lei ordinária. (B) pode ocorrer, desde que seja aprovado em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional. (C) pode ocorrer, desde que seja aprovado pelo Congresso Nacional, em turno único de votação, pela maioria absoluta dos seus membros. (D) não pode ocorrer, pois um ato de direito internacional jamais pode assumir a mesma natureza de uma norma constitucional. (E) pode ocorrer, desde que seja aprovado pelo Senado Federal, em dois turnos de votação, pelo voto de dois terços dos seus membros. GABARITO: LETRA B Pessoal, sobre o tema, existem 3 possibilidades: 1ª Tratados e Convenções internacionais que não sejam de Direitos Humanos: Status de Lei Ordinária 2ª Tratados e Convenções de Direitos Humanos, anteriores ou posteriores a EC 45/04, aprovados pelo rito comum - turno único em cada Casa do Congresso, maioria simples - Status Supralegal 3ª Tratados e Convenções de Direitos Humanos aprovados por 3/5, em dois turnos, nas duas Casas do Congresso Nacional - Status Constitucional. 37 Referente à Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, adotada em dezembro de 1965 pela Resolução n.º 2106 da Assembleia Geral da ONU e promulgada pelo Decreto n.º 65.810/69, é correto afirmar que (A) em razão do contexto histórico em que foi formulada, apresenta omissão com relação à possibilidade de criação de políticas afirmativas, uma vez que condena qualquer forma de distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. (B) define como “discriminação racial” qualquer distinção, exclusão restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública. (C) determina que será estabelecido um Comitê para a eliminação da discriminação racial, composto de 18 peritos conhecidos por sua alta moralidade e conhecida imparcialidade, que serão eleitos em escrutínio aberto dentre os candidatos indicados em lista designada pelo Secretário Geral das Nações Unidas. (D) considera discriminação racial toda e qualquer medida especial tomada com o único objetivo de assegurar progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos que necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais, mesmo que tais medidas não conduzam, em consequência, à manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sidos alcançados os seus objetivos. (E) em seu preâmbulo, declara expressamente que, ainda que moralmente aceitável, qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças raciais é falsa, socialmente injusta e perigosa e, a menos que cientificamente comprovada, não existe justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em lugar algum. GABARITO: LETRA B 13 Item de acordo com o disposto na Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. Artigo I 1. Nesta Convenção, a expressão “discriminação racial” significará qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública. 38 Um grupo eminente de especialistas em direitos humanos preparou um documento preliminar, desenvolveu, discutiu e refinou. Depois de uma reunião de especialistas, realizada na Universidade Gadjah Mada, entre 6 e 9 de novembro de 2006, 29 eminentes especialistas de 25 países, com experiências diversas e conhecimento relevante das questões da legislação de direitos humanos, adotaram por unanimidade regras sobre a Aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em relação à Orientação Sexual e Identidade de Gênero. O relator da reunião, professor Michael O’Flaherty, deu uma contribuição imensa. Tais regras possuem um amplo espectro de normas de direitos humanos e de sua aplicação a questões de orientação sexual e identidade de gênero. É correto afirmar que o enunciado se refere (A) aos Princípios de Yogyakarta. (B) às Regras de Bangkok. (C) ao Estatuto de Roma. (D) às Regras de Tóquio. (E) à Convenção Americana de Direitos Humanos. GABARITO: LETRA A Os Princípios de Yogyakarta constituem o primeiro documento que reconhece uma série de princípios relativos à orientação sexual e de identidade de gênero, com a finalidade de orientar a interpretação e aplicação das normas de Direito de Internacional de Direitos Humanos, estabelecendo estandartes básicos de modo a evitar abusos e dar proteção a lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Foram apresentados como uma Carta global em 26/3/2007. Apesar disso não é um Tratado com força vinculante. 39 As ações para proteção dos direitos humanos das pessoas em situação de rua foram previstas, expressamente, (A) aos Princípios de Yogyakarta. (B) no III Programa Nacional de Direitos Humanos. (C) nas 100 Regras de Brasília, em sua versão original. (D) na Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias. (E) no Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em matéria de direitos econômicos, sociais e culturais. GABARITO: LETRA B As ações para proteção dos direitos humanos das pessoas emsituação de rua foram previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3, decreto 7.037/2009: O combate à discriminação mostra-se necessário, mas insuficiente enquanto medida isolada. Os pactos e convenções que integram o sistema regional e internacional de proteção dos Direitos Humanos apontam para a necessidade de combinar estas medidas com políticas compensatórias que acelerem a construção da igualdade, como forma capaz de estimular a inclusão de grupos socialmente vulneráveis. Além disso, as ações afirmativas constituem medidas especiais e temporárias que buscam remediar um passado discriminatório. No rol de movimentos e grupos sociais que demandam políticas de inclusão social encontram-se crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas com deficiência, pessoas moradoras de rua, povos indígenas, populações negras e quilombolas, ciganos, ribeirinhos, varzanteiros e pescadores, entre outros. 40 No Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), a diretriz que visa promover e proteger os direitos ambientais como direitos humanos está prevista no eixo orientador (A) Interação Democrática entre Estado e Sociedade Civil. (B) Desenvolvimento e Direitos Humanos. (C) Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdades. (D) Educação e Cultura em Direitos Humanos. (E) Segurança Pública e Acesso à Justiça. GABARITO: LETRA B De acordo com o disposto no Decreto nº 7.037/2009, disponível em http://www.planalto.gov.br Art. 2º. O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguintes eixos orientadores e suas respectivas diretrizes: II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos: c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de direitos; http://www.planalto.gov.br/ 14 41 São destinatários do princípio da proporcionalidade aplicável no âmbito da execução penal (A) o juiz e os órgãos de execução. (B) o juiz, o legislativo e os órgãos de execução. (C) o legislativo e os órgãos da execução. (D) os órgãos da execução. (E) o juiz e o legislativo. GABARITO: LETRA B o princípio da proporcionalidade, aplicável no âmbito da execução penal, tem como destinatários o juiz, o poder legislativo e os órgãos de execução. 42 De acordo com a legislação pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores, transitada em julgado a sentença penal condenatória ou absolutória imprópria e iniciada a fase da execução penal, (A) o condenado deverá ser citado no processo de execução da pena se tiver sido condenado a pena privativa de liberdade. (B) o processo de execução deverá desenvolver-se mediante provocação da parte, sendo vedado o provimento por impulso oficial do juízo da execução. (C) será facultada ao ofendido ou aos seus sucessores a participação nas fases jurisdicionais do procedimento executório mediante habilitação nos autos. (D) competirá ao juízo estadual de execução penal a execução das penas impostas aos sentenciados pela justiça militar quando estes forem recolhidos em estabelecimentos prisionais estaduais. (E) poderá o juízo da execução dar início ao processo de execução forçada da sanção pecuniária se a pena aplicada for exclusivamente de multa e o condenado não efetuar o pagamento no prazo legal. GABARITO: LETRA D A Lei de Execução Penal prevê os requisitos e condições para o justo cumprimento da pena e do andamento do processo de execução, ainda determina o que é necessário para a progressão de regime de cumprimento de pena, além de outros dispositivos. Sobre a competência do juiz de execução, diz o art. 2º da Lei 7.210/1984: Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. A Súmula 192 do STJ completa o entendimento: Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual. 43 Segundo a Lei n° 7.210/1984, a execução penal tem por objetivo: (A) viabilizar os resultados de projetos restritos às funções penitenciárias, mediante ato do Poder Executivo, após autorização legislativa prévia. (B) separar do meio social os indivíduos inaptos ao convívio em sociedade, selecionados após análise criteriosa baseada nas teorias criminológicas de Lombroso. (C) ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da comunidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. (D) prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de objetivo igual ao de uma condenação. (E) efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. GABARITO: LETRA E Questão sobre a finalidade da execução penal, ou seja, cobrança sobre o conhecimento literal do artigo 1º da LEP: Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. 44 A autonomia da execução penal implica a compreensão de que (A) o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em processo em que não há alteração fática. (B) há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das garantias constitucionais penais e processuais penais. (C) há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação mitigada das regras constitucionais. (D) os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa técnica. 15 (E) há distinção das atividades da administração penitenciária e da função jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo que apura falta. GABARITO: LETRA B A jurisdição penal não termina com a condenação, mas se estende por toda a fase da execução penal. Na LEP, este princípio está expresso no art 2º, veja: Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. 45 Vários doutrinadores reputam a execução como a etapa mais importante do direito punitivo, tendo em vista que de nada adianta a condenação de determinado indivíduo pela prática de um ato criminoso sem que haja a respectiva execução da pena a ele imposta. Quanto aos objetivos, de acordo com a Lei de Execução Penal, analise as afirmações a seguir: I. efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal. II. proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. III. requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado. Assinale a alternativa CORRETA: (A) as afirmações II e III estão corretas. (B) as afirmações I e II estão corretas. (C) apenas a afirmação I está correta. (D) apenas a afirmação II está correta. (E) todas as afirmações estão corretas. GABARITO: LETRA B Prezado concurseiro, o artigo inaugural da Lei de Execução Penal traz a resposta da nossa questão, que evidencia os objetivos da execução penal, tome nota: Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. Atenção: a afirmação III não se refere a um objetivo da execução penal, conforme se percebe do estudo do art. 9º, que enfatiza os poderes da comissão técnica de classificação, senão vejamos:LEP: Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários. 46 Em relação à contagem de tempo para remição da pena, é correto afirmar que: (A) o direito à remição não prescinde do efetivo e comprovado exercício de atividades laborais pelo reeducando; (B) tem direito à remição o reeducando que demonstra que a vaga de trabalho existia e foi retirada; (C) a omissão estatal na promoção de atividades laborativas permite a contagem de tempo ficta para remição; (D) tem direito à remição o reeducando que demonstra que a vaga de trabalho ofertada não pôde ser desempenhada; (E) tem direito à remição o reeducando que demonstra que não dispunha de habilidades para a vaga de trabalho ofertada. GABARITO: LETRA A De fato, entendem os Tribunais Superiores que o efetivo e comprovado exercício de atividades laborais pelo reeducando NÃO É DISPENSÁVEL (NÃO PRESCINDE) para fins de direito à remição, observe: O instituto da remição exige, necessariamente, a prática de atividade laboral ou educacional. Trata-se de reconhecimento pelo Estado do direito à diminuição da pena em virtude de trabalho efetuado pelo detento. Não sendo realizado trabalho, estudo ou leitura, não há que se falar em direito à remição. 47 De acordo com a legislação pertinente, entre outras funções, incumbe ao patronato público ou particular (A) emitir parecer sobre indulto e comutação de pena e supervisionar o conselho da comunidade. (B) prestar assistência aos albergados e egressos e orientar os condenados à pena restritiva de direitos. (C) visitar, a cada trimestre, os estabelecimentos penais existentes na comarca. (D) apresentar relatórios mensais ao juiz da execução e ao conselho penitenciário. (E) diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhorar a assistência ao preso ou internado. 16 GABARITO: LETRA B De acordo com os arts. 78, e 79, inciso I, da Lei 7.210/1984. Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). Art. 79. Incumbe também ao Patronato: I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. 48 Conforme a Lei n.º 7.210/1984, a atribuição de emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso, incumbe especificamente ao (A) Patronato. (B) Ministério Público. (C) Conselho da Comunidade. (D) Departamento Penitenciário local. (E) Conselho Penitenciário. GABARITO: LETRA E Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; 49 Suponha que, no estado de Pernambuco, João, professor de direito processual penal, Pedro, professor de matemática, e Lucas, advogado criminalista, pretendam integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Nessa situação hipotética, conforme os termos da Lei de Execução Penal, (A) João, Pedro e Lucas poderão integrar o referido conselho, desde que designados por ato do Ministério da Justiça. (B) somente João e Pedro poderão integrar o referido conselho, desde que designados por ato do Ministério da Justiça. (C) somente Lucas e João poderão integrar o referido conselho, desde que designados por ato do Ministério da Justiça. (D) somente Pedro e Lucas poderão integrar o referido conselho, desde que designados por ato do Ministério da Justiça. (E) somente Lucas poderá integrar o referido conselho, desde que designado por ato do Ministério da Justiça. GABARITO: LETRA A Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano. Nesse sentido, observa-se que João, professor de direito processual penal, se enquadra no critério exigido no artigo 63, caput, da LEP. Pedro, por sua vez, é professor de matemática, e também poderá integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, uma vez que faz parte dos Ministério da área social, não sendo exclusividade, assim, de profissionais da área do direito. Lucas, por oportuno, é advogado criminalista e também poderá integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, eis que também se enquadra no critério exigido no artigo 63, caput, da LEP. 50 Conforme a Lei n.º 7.210/1984, o preso em razão de sentença definitiva transitada em julgado poderá obter (A) autorização para saída temporária do estabelecimento prisional, mediante escolta e autorização do diretor do presídio, para frequentar curso de noivos e participar da cerimônia civil de casamento, se estiver cumprindo pena em regime semiaberto. (B) autorização para saída temporária do estabelecimento prisional, mediante escolta, para ir ao cartório assinar procuração outorgando poderes para seu representante legal, ainda que cumpra pena em regime fechado. (C) permissão do diretor para sair do estabelecimento prisional, mediante escolta, em caso de falecimento ou doença grave de irmão, ainda que cumpra pena em regime fechado. (D) permissão para sair do estabelecimento prisional, sem escolta, para tratamento médico, desde que autorizado pelo juiz, se estiver cumprindo pena em regime semiaberto. 17 (E) permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, para conhecer e registrar o nascimento do filho da companheira, ainda que cumpra pena em regime fechado. GABARITO: LETRA C Nos termos do art. 120, I, da Lei de Execução Penal, os condenados que cumprem pena em regime fechado podem ser autorizados para sair do estabelecimento prisional, via permissão de saída, por ordem do diretor do estabelecimento, mediante escolta, em caso de falecimento ou doença grave de irmão, vejamos: Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída. 51 Conforme a Lei de Execução Penal, são sanções disciplinares aplicáveis ao condenado, EXCETO: (A) Advertência verbal (B) Agravamento da pena (C) Isolamento na própria cela. (D) restrição do direito de visita do cônjuge (E) restrição do direito de leitura GABARITO: LETRA B Veja o diz a Lei de Execuções Penais: Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; Letra a) II - repreensão; III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);Letra d) e e) IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. Letra c) V - inclusão noregime disciplinar diferenciado. 52 Acerca do crime de tortura, tipificado na Lei nº 9.455/97, assinale a afirmativa correta. (A) A tipicidade objetiva do crime de tortura exige a imposição de sofrimento físico, não se amoldando à hipótese de imposição de sofrimento psicológico. (B) A Lei nº 9.455/97 exige que o sujeito ativo seja agente público para caracterização do delito de tortura. (C) O tipo penal de tortura exige como especial fim de agir que a conduta do agente seja motivada por qualquer forma de discriminação. (D) Se a tortura resulta em lesão corporal de natureza grave ou se resulta na morte da vítima, aplicam-se, respectivamente, causas de aumento de 1/3 e 2/3 da pena. (E) As disposições da Lei nº 9.455/97 aplicam-se mesmo que o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. GABARITO: LETRA E De acordo com o art. 2º da Lei 9.455/1997. Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. 53 José, após longa apuração, foi acusado pelo Ministério Público da prática do crime de tortura no exercício de suas funções públicas. Considerando a robustez das provas existentes, consultou o seu advogado a respeito das consequências de eventual condenação criminal, mais especificamente em relação à sua situação funcional, pois ocupava cargo de provimento efetivo no âmbito do Poder Executivo do Estado Alfa. O advogado respondeu corretamente que, ante os termos da Lei nº 9.455/1997, José (A) deve perder o cargo de provimento efetivo e não mais poderá ingressar no serviço público, mesmo após o período de cinco anos de reabilitação penal. (B) ficará suspenso do cargo de provimento efetivo durante o período de cumprimento da pena, não tendo direito à remuneração correspondente. (C) deve perder o cargo de provimento efetivo, mas não há óbice a que reingresse no serviço público, a qualquer tempo, caso preencha os requisitos exigidos. 18 (D) deve perder o cargo de provimento efetivo, e sofrerá a interdição para o exercício de cargo, função ou emprego público pelo dobro do prazo da pena aplicada. (E) terá a sua situação funcional apreciada pela autoridade administrativa competente, que somente não aplicará a sanção de perda do cargo se houver bons antecedentes. GABARITO: LETRA D De fato, trata-se da previsão extraída do artigo 1º, § 5º da Lei de Tortura, in verbis: Art. 1º § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 54 O Sistema Nacional de Armas (SINARM), instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. Conforme a Lei 10.826/2003, que também dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, o SINARM tem a competência de: I- Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores. II- Prevenir e reprimir o contrabando e descaminho de armas de fogo e munição onde não houver delegacias da Polícia Federal. III- Cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições. IV- Realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização. É CORRETO o que se afirma apenas em: (A) I e III (B) I e IV (C) I, II e III (D) I e II (E) III e IV GABARITO: LETRA A I - Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores. (CORRETA). De acordo com o art. 2º, inciso IV, da Lei 10.826/2003. Art. 2º Ao Sinarm compete: IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores; II - Prevenir e reprimir o contrabando e descaminho de armas de fogo e munição onde não houver delegacias da Polícia Federal. (ERRADA). A prevenção e a repressão ao contrabando e ao descaminho de armas de fogo e munição onde não houver delegacias da Polícia Federal não constam no rol do art. 2º III - Cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições. (CORRETA). É o que prevê o art. 2º, inciso IX, da Lei 10.826/2003. Art. 2º Ao Sinarm compete:[...] IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; IV - Realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização. (ERRADA). A referida tarefa cabe ao Ministério Extraordinário da Segurança Pública, a teor do art. 13, inciso VI, da Lei 13.675/2018. Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, responsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as seguintes ações: [...] VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização; 19 55 Sobre o disposto na Lei nº 11.343/06 (Drogas), assinale a alternativa correta: (A) Haverá o delito de associação para o tráfico (artigo 35) quando ocorrer a associação de pelo menos 3 (três) pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e§ 1°, e 34, todos da Lei nº 11.343/06. (B) O semeio, o cultivo e a colheita de droga ilícita caracteriza o tráfico de drogas (artigo 33), ainda que seja para consumo pessoal. (C) Por prever pena privativa de liberdade de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos de detenção, o porte de droga para uso próprio é considerado delito de menor potencial ofensivo. (D) O tráfico de drogas é crime inafiançável e imprescritível. (E) A Lei nº 11.343/06 é considerada norma penal em branco. GABARITO: LETRA E O preceito primário das normas incriminadoras não define o que vem a ser droga. Veja o que diz o art. 66 da Lei 11.343/06: Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. 56 Durante determinada investigação, a autoridade policial é procurada pelo advogado de Maria, afirmando que a investigada deseja realizar acordo de colaboração premiada. Após historiar os fatos de que tem conhecimento, durante as rodadas de negociação, a investigada aponta as provas que possui. O acordo é formalizado e submetido ao Ministério Público, que o endossa e encaminha ao Poder Judiciário. O magistrado competente, após a adoção dos protocolos necessários, homologa o acordo. Enquanto a investigação tem prosseguimento, agora com a colaboração direta de Maria, o Promotor de Justiça atenta que há processo em curso na Vara Criminal, em que a colaboradora pode servir como testemunha, pugnando por sua oitiva, o que é deferido pelo Juízo. No dia aprazado, a colaboradora não comparece, em que pese devidamente intimada. O Ministério Público postula a condução coercitiva dela. Diante deste cenário, assinale a afirmativa correta. (A) Acondução coercitiva foi extirpada do ordenamento jurídico, diante do reconhecimento da inconstitucionalidade por violação da garantia contra a autoincriminação. (B) A colaboradora, na condição de responsável criminal, não pode ser conduzida coercitivamente, diante da garantia contra a autoincriminação. (C) A condução coercitiva era reservada aos investigados e réus, não tendo previsão de sua aplicação para testemunhas, informantes ou peritos. (D) A colaboradora, ainda que na condição de responsável criminal, pode ser conduzida coercitivamente, pois tem o dever de colaborar com a Justiça de forma genérica. (E) A colaboradora, ainda que na condição de responsável criminal, pode ser conduzida coercitivamente, desde que seu dever de colaboração com a Justiça conste do acordo. GABARITO: LETRA E O entendimento jurisprudencial é que a colaboradora, ainda que na condição de responsável criminal, pode ser conduzida coercitivamente, desde que seu dever de colaboração com a Justiça conste do acordo. Desse modo, a condução coercitiva do colaborador não se trata de interrogatório, mas, diante do dever de dizer a verdade firmado pelo negócio jurídico, trata-se de depoimento. 57 Sobre o instituto da suspensão condicional do processo, é correto afirmar: (A) em que pese o processo fique suspenso, o prazo prescricional continuará correndo normalmente; (B) o acusado que vier a ser processado, no curso do prazo de suspensão, pela prática de contravenção não poderá ter o benefício revogado por este motivo; (C) será cabível seu oferecimento pelo Ministério Público apenas quando praticado crime de menor potencial ofensivo; (D) o acusado reincidente pela prática de crime doloso não fará jus ao benefício; (E) o comparecimento pessoal semanal é umas das condições a ser necessariamente aplicada pelo magistrado. GABARITO: LETRA D De fato, nessa hipótese, haverá vedação legal à concessão do benefício. Como vimos na transcrição do art. 89 da Lei 9.099/1995, esse dispositivo faz referência ao art. 77 do CP, que prevê que: Requisitos da suspensão da pena Art. 77, CP - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 20 58 Com relação às infrações de menor potencial ofensivo, seu processo e julgamento, é correto afirmar que (A) além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais dolosas de natureza grave. (B) a citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por edital. (C) a competência do Juizado será determinada pelo lugar de residência do réu. (D) se consideram infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos da Lei n.º 9.099/95, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial. (E) nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não pela Lei n.º 9.099/95, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. GABARITO: LETRA E É o exato texto da lei: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 59 Em relação ao sujeito passivo dos delitos de violência doméstica e familiar contra a mulher, é correto afirmar que: (A) há necessidade de demonstração de vulnerabilidade concreta; (B) a ausência de demonstração de relação de inferioridade inviabiliza a responsabilização criminal; (C) a hipossuficiência e a vulnerabilidade da mulher em contexto de violência doméstica e familiar é presumida; (D) em caso de subjugação feminina, a aplicação do sistema protetivo depende de demonstração específica; (E) a organização social brasileira não é mais um sistema hierárquico de poder baseado no gênero. GABARITO: LETRA C Na dicção do STJ (AgRg no AREsp 620.058/DF), a hipossuficiência e a vulnerabilidade, necessárias à caracterização da violência doméstica e familiar contra a mulher, são presumidas pela Lei 11.340/2006. 60 Marília e Susana foram namoradas e terminaram o relacionamento em razão de ciúmes. Inconformada com o término do relacionamento, Susana agrediu moralmente Marília, caluniando-a, ao encontrá-la na rua com um novo namorado, César. Em relação ao caso, segundo as disposições contidas na Lei nº 11.340 / 2006, assinale a afirmativa correta. (A) O comportamento de Susana não é entendido como violência contra a mulher pois ela também é mulher. (B) A conduta de Susana não caracteriza violência contra a mulher porque o relacionamento já tinha acabado. (C) Susana praticou dinâmica descrita como violência doméstica e familiar contra a mulher. (D) A atitude de Susana não caracteriza violência contra a mulher pois não houve agressão física. (E) Susana pode alegar ter sido vítima de violência psicológica ao encontrar a ex-namorada em um novo relacionamento. GABARITO: LETRA C Vide Ar. 7º da Lei 11.340 Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: [...] V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. 61 Considere a afirmação: “Se Juvenal foi trabalhar, então Rosalva não saiu de casa”. É correto concluir que (A) “Juvenal foi trabalhar ou Rosalva não saiu de casa”. (B) “Juvenal foi trabalhar e Rosalva não saiu de casa”. (C) “se Juvenal não foi trabalhar, então Rosalva saiu de casa”. 21 (D) “se Rosalva não saiu de casa, então Juvenal foi trabalhar”. (E) “se Rosalva saiu de casa, então Juvenal não foi trabalhar”. GABARITO: LETRA E Temos um condicional e queremos, partindo unicamente dele, concluir outra proposição composta. O que a questão pede, portanto, é a equivalência desse condicional. São duas as equivalências possíveis: outro condicional (a contrapositiva) e uma disjunção. No primeiro caso, negamos antecedente e consequente e os invertemos de ordem; no segundo, negamos o antecedente e o unimos com o consequente pelo ou (∨): p→q≡¬q→¬p p→q≡¬p∨q Portanto, a partir de “Se Juvenal foi trabalhar, então Rosalva não saiu de casa”, obtemos as equivalências Se Rosalva saiu de casa, então Juvenal não foi trabalhar; Juvenal não foi trabalhar ou Rosalva não saiu de casa. A primeira é justamente a que consta na alternativa e. 62 Valter fala sobre seus hábitos no almoço: • Como carne ou frango. • Como legumes ou não como carne. •Como macarrão ou não como frango. Certo dia, no almoço, Valter não comeu macarrão. É correto afirmar que, nesse dia, Valter (A) comeu frango e carne. (B) não comeu frango nem carne. (C) comeu carne e não comeu legumes. (D) comeu legumes e carne. (E) não comeu frango nem legumes. GABARITO: LETRA D Oras, os hábitos de Valter são premissas... Então, para uma melhor análise, vamos enumerá-las... 1. Como carne ou frango; 2. Como legumes ou não como carne; 3. Como macarrão ou não como frango. É claro que os hábitos dele são verdades!... Então, sabendo que certo dia Valter não comeu macarrão, podemos dizer que: A premissa 3 que é a seguinte disjunção "Como macarrão ou não como frango", vai ficar com a sua primeira parte falsa... Sabemos que uma disjunção
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