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APRESENTAÇÃO: 
“O que poderia ter sido é apenas um vácuo na historicidade do existir”: eis uma das 
minhas frases preferidas – e que pode ser encontrada no meu livro “Isto é (quase) um diário”. De fato, 
você pode ser aquilo que você quiser: inclusive nada – se esta for a sua escolha. O barco está lançado ao 
mar: a direção do leme está em suas mãos. 
Esta é uma apostila feita por mim e distribuída gratuitamente com o intuito de colaborar 
com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no processo de aprovação do tão sonhado 
concurso público. O foco central são os certames para ingresso nos cargos de carreira jurídica. As 
apostilas de fato sofreram influência do curso do G7 Jurídico. 
Ademais, se forem me questionar sobre um bom “cursinho”, eis o que indico de olhos 
fechados. Em tempos em que “nada se cria e tudo se copia”, entendo pertinente um recado: não houve 
cópia de nenhum material fornecido pelo curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito 
autoral. Aliás, isso seria criminoso e tenho consciência de que “fichas sujas não passarão” – e eu não 
quero ser um deles. 
Durante a leitura vocês perceberão que as notas de rodapé na maioria das vezes trazem 
comentários feitos exclusivamente por mim como forma de chamar atenção para alguns pontos de 
reflexão – o desenvolvimento de um raciocínio crítico é ponto importante para consolidação do 
conhecimento e aquisição de maturidade jurídica. 
O recurso de indexação automática garante acesso a sites externos através de um 
hiperlink. Assim você pode, em apenas um clique, conferir na internet conteúdos relacionados ao ponto 
abordado. Pode também conferir o inteiro teor daquele julgado que, com certeza, vai cair na prova. 
Você sabe da existência de tal recurso ao ver o texto sublinhado na cor azul. 
Faço aqui um pedido... Melhor! Imploro a vocês algo em especial: caso este material 
tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de preparação faça seu relato e me marque no 
Instagram (@danilopmeneses e @apostilasdiretoaodireito). 
A construção deste material faz parte de um projeto gratuito que tem como objetivo levar 
ás pessoas conteúdo de qualidade sem custo. E você é parte importante neste processo: qualquer dica, 
aprimoramento, sugestão ou correção pode ser feita diretamente nos comentários referentes ao 
material baixado pelo site www.diretoaodireito.com . Juntos construiremos um material cada vez 
melhor – tipo um “open source dos concursos”. 
Relembrando: seu relato nas redes sociais e sua ajuda na divulgação é importante para 
manutenção deste projeto. Você é parte essencial em tudo isso. E exatamente por isso, caso o material 
tenha sido útil para sua aprovação (calma, você logo chega lá) eu faço questão de ser convidado para o 
churrasco da posse. 
Sucesso na empreitada e bons estudos. Como dizia o personagem do desenho animado Capitão 
América: “o poder é de vocês!” E antes que eu me esqueça: a cerveja será por sua conta! 
 
https://www.g7juridico.com.br/
https://www.instagram.com/danilopmeneses/
https://www.instagram.com/apostilasdiretoaodireito/
http://www.diretoaodireito.com/
http://www.danilomeneses.com.br/
 
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3 DIREITO AMBIENTAL 
Sumário 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO AMBIENTAL .....................................................................6 
 Introdução: ..........................................................................................................................6 
 Correntes centrais do meio ambiente: ................................................................................6 
HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL ..............................................................................................7 
 Contexto nacional:...............................................................................................................7 
 Contexto mundial: ...............................................................................................................8 
PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL .....................................................................8 
 Objeto do Direito Ambiental: ..............................................................................................9 
 Conceito de meio ambiente: ...............................................................................................9 
 Conceito de poluição (artigo 3º, inciso III da Lei 6.938/81): ..............................................11 
 Movimentos ambientais relevantes: .................................................................................11 
 Força/eficácia do direito ao meio ambiente equilibrado:..................................................12 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE .................................................................................12 
 Lei 6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): ...............................................12 
 SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente): .............................................................15 
PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL ..........................................................................................17 
 Introdução: ........................................................................................................................17 
 Princípio do desenvolvimento sustentável: .......................................................................17 
 Princípio do usuário-pagador: ...........................................................................................21 
 Princípio do poluidor-pagador: ..........................................................................................22 
 Princípio da prevenção: .....................................................................................................24 
 Princípio da Precaução: .....................................................................................................25 
 Princípio do protetor-recebedor: ......................................................................................27 
 Princípio da informação:....................................................................................................27 
 Princípio da participação ou princípio democrático: .........................................................28 
 Princípio da educação ambiental:......................................................................................28 
Princípio do direito humano fundamental: ........................................................................29 
 Princípio da cooperação: ...................................................................................................29 
 Princípio do limite ou controle: .........................................................................................29 
 Princípio da solidariedade intergeracional ou equidade: ..................................................30 
 Princípio da função socioambiental da propriedade .........................................................30 
 Princípio da obrigatoriedade da atuação estatal: ..............................................................31 
 Princípio da ubiquidade: ....................................................................................................31 
 
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4 DIREITO AMBIENTAL 
 Princípio da vedação ao retrocesso: ..................................................................................32 
TUTELA DO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUÇÃO FEDERAL DE 1.988 .........................................32 
 Referências ao meio ambiente na Constituição Federal:...................................................32 
 Análise específica do artigo 225 da Constituição Federal: .................................................33 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIASAMBIENTAIS ..........................................................................38 
 Introdução .........................................................................................................................38 
 Gráfico de Competências: .................................................................................................39 
 Competência material exclusiva da União: ........................................................................39 
 Competência legislativa privativa da União: ......................................................................39 
 Competência material comum; .........................................................................................40 
 Competência legislativa concorrente: ...............................................................................41 
 Competência dos Municípios ............................................................................................41 
 Competências dos Estados: ...............................................................................................42 
TEMAS CONGLOBANTES: Estudo prévio de impacto ambiental + licenciamento ambiental + 
responsabilidade (civil + administrativa) ....................................................................................42 
 Estudo prévio de impacto ambiental: ................................................................................42 
 Licenciamento ambiental: .................................................................................................47 
 Responsabilidade civil ambiental: .....................................................................................51 
 Responsabilidade administrativa ambiental (infrações administrativas): .........................55 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS .............................................................58 
 Noções introdutórias: ........................................................................................................58 
 Unidades de Conservação: ................................................................................................59 
 Área de Preservação Permanente: ....................................................................................66 
 Reservas Legais: .................................................................................................................70 
CÓDIGO FLORESTAL – LEI 12.651/12 ..........................................................................................76 
 Noções introdutórias: ........................................................................................................76 
 Princípios: ..........................................................................................................................76 
 Regras estabelecidas pelo Código Florestal: ......................................................................78 
 Conceitos importantes na Lei 12.651/12: ..........................................................................78 
 Proteção de áreas verdes em áreas urbanas pelo Município: ...........................................81 
 Supressão da vegetação para uso alternativo do solo: ......................................................81 
 Exploração florestal: ..........................................................................................................82 
 Desmatamento ilegal:........................................................................................................83 
 Controle dos produtos florestais: ......................................................................................83 
 
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5 DIREITO AMBIENTAL 
 Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação Ambiental (através de 
instrumentos econômicos): ....................................................................................................84 
 Regramentos específicos da agricultura familiar: ..............................................................85 
GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS – LEI 11.284/06 ....................................................................85 
 Noções introdutórias: ........................................................................................................85 
 Gestão de Florestas Públicas: ............................................................................................86 
 Serviço Florestal Brasileiro: ...............................................................................................89 
POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS .........................................................................89 
 Introdução: ........................................................................................................................89 
 Fundamentos da Política Nacional dos Recursos Hídricos: ................................................90 
 Objetivos da Política Nacional dos Recursos Hídricos:.......................................................91 
 Instrumentos da Política Nacional dos Recursos Hídricos: ................................................91 
 ...........................................................................................................................................94 
POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS – LEI 12.305/10 ..................................................96 
 Introdução: ........................................................................................................................96 
 Conceitos importantes: .....................................................................................................98 
 Princípios aplicáveis: ..........................................................................................................99 
 Objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: ..........................................................99 
 Classificação dos resíduos sólidos: ..................................................................................100 
 Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: ..................................................101 
 Proibições: .......................................................................................................................105 
BIODIVERSIDADE & PATRIMÔNIO GENÉTICO ...........................................................................105 
 Aspectos gerais: ...............................................................................................................105 
RECURSOS MINERAIS ...............................................................................................................111 
 Aspectos gerais: ...............................................................................................................111 
 Conceitos importantes: ...................................................................................................112 
 Regime de aproveitamento: ............................................................................................112 
ESTATUTO DA CIDADE ..............................................................................................................115 
 Aspectos gerais: ...............................................................................................................115 
 Aspectos da Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade): ............................................................116 
 
 
 
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6 DIREITO AMBIENTAL 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO AMBIENTAL 
 Introdução: 
- cada vez mais se evidencia a ética ambiental presente nas preocupações modernas; 
- ética ambiental  conceito filosófico desenvolvido na década de 1.960 
buscando a ampliação do conceito de ética enquanto forma de agir do homem emseu meio social, ligada também ao comportamento humano junto à natureza; 
- passamos por um processo de crescente conscientização da necessidade de preservação do 
meio ambiente e dos recursos naturais  constata-se uma impossibilidade de uso 
inconsequente de tais recursos; 
- mudanças sociais trazem reflexos jurídicos  o Direito tem tentado acompanhar esta 
mudança de compreensão sobre o meio ambiente; 
- conceito de Direito Ambiental: é um ramo do Direito Público integrado por princípios e regras 
que regula as atividades humanas que afetem direta ou diretamente, efetiva ou 
potencialmente, o meio ambiental natural, cultural e artificial; 
- espécies de meio ambiente: 
CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA 
- meio ambiente natural: cuida da flora, da fauna, do ar, do solo; 
- meio ambiente cultural: cuida do patrimônio histórico, artístico, turístico, da 
história do nosso povo; 
- meio ambiente artificial: cuida do ordenamento urbano; 
CLASSIFICAÇÃO MODERNA + inclui 
- meio ambiente do trabalho: cuida da segurança e saúde do trabalhador 
- meio ambiente genético: cuida do patrimônio genético, com previsão no artigo 
225, §1º, inciso II da CRFB/88; 
- Lei 6.938/81: Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – esta lei traz vários conceitos que 
podem ser utilizados como parâmetro na realização da prova e compreensão da temática; 
- artigo 225 da CRFB/88: é o núcleo duro e espinha dorsal da abordagem sobre o meio 
ambiente no Brasil  neste artigo há a previsão de vários princípios que serão, 
posteriormente, estudados em Direito Ambiental; 
 
 Correntes centrais do meio ambiente1: 
- antropocêntrica: 
- pensa o meio ambiente em torno dos interesses do homem; 
- o ser humano está no epicentro da discussão; 
- o meio ambiente existe e serve para servir ao homem; 
- apenas o homem interessa; 
- ecocêntrica: 
 
1 Para Hermes Benjamin a classificação não é composta de antropocentrismo + ecocentrismo + 
biocentrismo, sendo na verdade: antropocentrismo puro + antropocentrismo intergeracional + não 
antropocentrismo. Segundo Luiz Régis Prado a nomenclatura é: antropocentrismo absoluto + 
antropocentrismo relativo + ecocentrismo absoluto. Já Romeu Tomé fala em antropocentrismo 
utilitarista + antropocentrismo protecionista + ecocentrismo ou biocentrismo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_26.06.2019/art_225_.asp#:~:text=225.,as%20presentes%20e%20futuras%20gera%C3%A7%C3%B5es.
 
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7 DIREITO AMBIENTAL 
- o homem é admitido como parte de um todo, assim as atividades 
humanas podem ser restringidas em prol do bem comum; 
- o meio ambiente deixa de servir somente ao homem e passa a 
servir para preservação e atingimento de interesse de todos; 
- o ecocentrismo considera o meio ambiente a partir dos elementos 
com vida (bióticos) e sem vida (abióticos); 
- o ecocentrismo busca o equilíbrio do planeta e é bem amplo – 
tutela-se o interesse mesmo contra os objetivos do ser humano; 
- o homem faz parte do todo; 
- biocêntrica: 
- o meio ambiente e as formas de vida não humanas podem ser 
defendidas independentemente da defesa do ser humano; 
- autonomia da defesa das formas de vida não humanas; 
- exemplo: defesa dos animais2; 
- os animais merecem proteção autônoma; 
 
HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL 
 Contexto nacional: 
- no Brasil, podemos dividir a história do Direito Ambiental em três fases; 
- 1ª fase: descobrimento do Brasil até a segunda metade do século XX  
exploração desregrada; 
- tudo era tutelado tendo como vetor a defesa do interesse da Coroa; 
- a preservação ocorrida para evitar um processo de exaurimento de um recurso 
natural que poderia ter repercussão econômica; 
- não tinha surgido ainda a ideia de um patrimônio ambiental coletivo; 
- período colonial, imperial e republicano -> a questão ambiental era 
marginalizada; 
- 2ª fase: segunda metade do século XX a 1.980  sistema fragmentário (tratando 
do meio ambiente pela ótica econômica e de pontos de vista isolados); 
- a proteção ambiental era esparsa e dessistematizada; 
- a tutela tinha caráter meramente econômico; 
- não havia a ideia de uma natureza difusa de meio ambiente; 
- os diplomas jurídicos não estavam interconectados e traziam mecanismos de 
defesas isolados – sem um espírito sistêmico (exemplo: Código de Águas, 
Estatuto da Terra; Código Florestal; Lei de Proteção à Fauna); 
- não havia ainda a ideia de “política ambiental”; 
 
2
 Creio que o julgamento, em direito de família, tratando os semoventes de estimação (pet´s) como 
“sersentes” (seres que sentem) e aplicando o regime jurídico da guarda em vez da divisão puramente 
patrimonial é um exemplo dos reflexos de tal visão nos outros ramos do direito. 
 
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8 DIREITO AMBIENTAL 
- 3ª fase: do ano de 1.981 até os dias atuais  fase holística (compreensão do 
meu ambiente como um sistema – compreensão da totalidade dos processos 
ecológicos); 
- inaugurada com a Lei 6.938/81 que trouxe um sistema para tutelar o meio 
ambiente como um todo – a lei inaugurou a Política Nacional do Meio Ambiente; 
- a inovação legislativa é importante do ponto de vista conceitual, sistemático e 
por dar autonomia e “espírito/alma” ao Direito Ambiental; 
- marcos legislativos importantes: 
- Lei 6.938/81 -> Política Nacional do Meio Ambiente; 
- Lei 7.347/85 -> Lei de Ação Civil Pública; 
- CRFB/88 -> Constituição da República Federativa do Brasil; 
- Lei 9.605/98 -> Leis dos Crimes Ambientais3; 
 
 Contexto mundial: 
- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – junho de 1.972 - Estocolmo; 
- dá origem à Declaração do Meio Ambiente – que traz 26 princípios norteadores 
do Direito Ambiental; 
- tal Conferência deixou clara a oposição entre preservacionistas e 
desenvolvimentistas; 
- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente): agência da ONU 
responsável pela conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos 
naturais para o desenvolvimento sustentável; 
- desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades 
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas 
próprias necessidades – conceito clássico; 
- Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92; 
- daí surgiu a Declaração do Rio – com 27 princípios ambientais; 
- também surgiu a Agenda 21 – sem caráter vinculante, com metas mundiais para 
diminuição da poluição; 
- Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável – 2.002 – Joanesburgo; 
- buscou avaliar e implementar a Agenda 21; 
- criou-se a Declaração de Joanesburgo e o Plano de Implementação (com metas 
específicas); 
- Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio +20; 
- reafirmado os princípios da Declaração do Rio; 
- trouxe a ideia de responsabilidade comum, mas diferenciada4 – cabe aos países 
desenvolvidos maior responsabilidade na busca do desenvolvimento sustentável; 
 
PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL 
 
3
 Traz sanções penais e administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
4 A carga de necessidade de adoção de procedimentos protetores aos processos ambientais naturais 
varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país que busca implementá-los. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
https://www.unenvironment.org/pt-br/sobre-onu-meio-ambientehttps://cetesb.sp.gov.br/proclima/wp-content/uploads/sites/36/2013/12/decpol.pdf
 
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9 DIREITO AMBIENTAL 
 Objeto do Direito Ambiental: 
- a proteção do meio ambiente não se dá unicamente pelo meio ambiente em si, mas com a 
finalidade de garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações; 
- artigo 225 da CRFB/88: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida; 
- bem de uso comum do povo: há interesse difuso na proteção ambiental, sendo o 
bem ambiental difuso, imaterial e autônomo. Segundo o STF é uma “prerrogativa 
jurídica de titularidade coletiva”  não significa que seja um bem público; 
- corrente adotada: ao dizer que “todos tem direito” crê-se que a CRFB/88 coloca 
o homem como protagonista, adotando uma corrente antropocêntrica; 
- importante: a tutela do meio ambiente, na visão antropocêntrica, 
busca trazer sadia qualidade de vida ao homem; 
- visão antropocêntrica  meio ambiente  instrumento  
satisfação das necessidades humanas; 
- tipos de antropocentrismo: 
- economicocentrismo: bem ambiental é um valor da 
ordem econômica (não adotado pela CRFB/88); 
- antropocentrismo alargado: preservação ambiental 
como garantia da dignidade da pessoa humana 
(CRFB/88); 
- Artigo 225, §1º, inciso VII, CRFB/88  traz exemplo de viés 
biocêntrico na Constituição ao prever a “vedação das práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de 
espécies ou submetam os animais à crueldade”; 
- a doutrina fala em antropocentrismo alargado no artigo 225 da 
CRFB/88: a Constituição adota então o antropocentrismo alargado 
com algumas normas de viés biocêntrico; 
 
 Conceito de meio ambiente: 
- conceito trazido pela CRFB/88  estão previstas no artigo 225 da CRFB/88 três premissas: 
 bem de uso comum do povo; 
- se é bem, não é sujeito de direito, é objeto da relação jurídica; 
- o uso é limitado pela função socioambiental da propriedade5; 
 essencial à sadia qualidade de vida; 
- meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental de todo 
ser humano e permite a concretização da dignidade da pessoa humana; 
- direito humano: o direito ao meio ambiente equilibrado é um 
direito humano, fruto de luta dos povos, não admitindo o 
retrocesso6. Tal direito é fundamental  corolário do direito à vida, 
 
5 Exemplo: área de preservação permanente + reserva legal. 
6
 Proibição do efeito cliquet. Você sabia? A expressão cliquet é utilizada pelos alpinistas e define o 
movimento que só se permite ao mesmo subir e continuar a escalada, inviabilizando a volta (descida) 
em seu percurso. 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_26.06.2019/art_225_.asp#:~:text=225.,as%20presentes%20e%20futuras%20gera%C3%A7%C3%B5es.
 
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10 DIREITO AMBIENTAL 
não apenas do ponto de vista biológico, mas sim “vida digna”. Surge 
daí então a ideia de um mínimo existencial ambiental; 
 direito intergeracional; 
- é um direito das presentes e futuras gerações – as gerações presentes tem o 
dever de garantir às futuras gerações o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado (dever de tutela); 
- conforme afirmado na característica anterior, não é possível o 
retrocesso da evolução dos mecanismos de defesas do meio 
ambiente – vedação do efeito cliquet; 
- solidariedade: seja entre as gerações presentes7, seja entre as 
gerações presente e a geração futura8; 
- consequências jurídicas da adoção do conceito constitucional: 
- construção do conceito in dubio pro natura  existe um direito fundamental em 
jogo (direito das presentes e futuras gerações) assim a dúvida deve ser tomada 
sempre em favor da proteção ambiental (ex.: princípio da precaução); 
- inexistência do direito de poluir  inexiste direito adquirido de degradar o meio 
ambiente – neste sentido: vários julgados do STJ; 
- conceito trazido pela lei  previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 
6.938/81) traz a previsão de que (artigo 3º) “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, 
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas”; 
- trata-se de um conceito abstrato; 
- conceito macro de meio ambiente; 
- conceito de viés biocêntrico; 
- classificação do meio ambiente nos 4 aspectos9 (STF, ADI 3.540/MC) - 
- meio ambiente natural - 
- meio ambiente artificial (espaço urbano) - 
- meio ambiente cultural - 
- meio ambiente do trabalho - 
- a classificação se baseia no conceito legal de meio ambiente e também no 
conceito legal de poluição previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente; 
- meio ambiente natural: constituído pelos recursos naturais (exemplo: água, ar, fauna, flora); 
- composto de: recursos bióticos + recursos abióticos; 
- recurso ambiental VS recurso natural  segundo o professor Édis Milaré há 
uma diferença entre os conceitos, visto que o conceito de meio ambiente é mais 
amplo que o conceito de natureza. O meio ambiente abrange os quatro aspectos 
do meio ambiente; 
- recurso natural = segue a ideia do meio ambiente natural (recursos 
da natureza); 
 
7
 Solidariedade sincrônica. 
8 Solidariedade diacrônica. 
9 O significado de cada uma das classificações de meio ambiente já foram tratados na introdução. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=387260
https://g.co/kgs/vktGYz
 
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11 DIREITO AMBIENTAL 
- recurso ambiental = surge da ideia de meio ambiente (engloba o 
patrimônio cultural, por exemplo); 
- meio ambiente artificial: constituído como produto da interação do homem com o meio 
ambiente natural; 
- constituição: espaço urbano construído pelo homem; 
- fundamento: artigo 182 da CRFB/88 -> cuida da política urbana; 
- regulação legal: Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01); 
- meio ambiente cultural: também é produto da ação humana, mas refere-se à forma de viver 
e ser, incluindo a história e as produções intelectuais: 
- fundamento: artigo 216 da CRFB/88; 
- é constituído pelo patrimônio cultural (bens materiais + bens imateriais); 
- exemplo: obra de arte (material) + capoeira (imaterial); 
- tutela do patrimônio cultural  a CRFB, no §1º do artigo 2016 diz que “o poder 
público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio 
cultural brasileiro” por meio de: 
- inventário10  tutela através da identificação e descrição do bem 
cultural (catalogação) com suas principais características físicas e 
culturais; 
- registros11  instrumento de tutela do patrimônio cultural imaterial 
(Decreto 3.551/00); 
- vigilância  poder de polícia através do exercício da vigilância 
permanente do bem cultural; 
- tombamento  tratado no Direito Administrativo; 
- desapropriação  tratado no Direito Administrativo; 
- meio ambiente do trabalho/laboral: segundo o artigo 200, inciso VIII da CRFB/88 é 
constituído pelo “complexo máquina-trabalho”, envolvendo o local de trabalho, as condições 
do trabalhar e os equipamentos de proteção; 
- exemplo: luminosidade; conforto térmico; equipamentos de segurança; local de 
trabalho; 
 
 Conceito de poluição (artigo 3º, inciso III da Lei 6.938/81): 
- degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente: 
 prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 afetem desfavoravelmente abiota; 
 afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos; 
 
 Movimentos ambientais relevantes: 
 
10 Patrimônio cultural material. 
11 Patrimônio cultural imaterial – exemplo: samba. 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2020/art_182_.asp#:~:text=182.,bem%2Destar%20de%20seus%20habitantes.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/698aa_Constituicao_Federal.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3551.htm
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2020/art_200_.asp
 
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12 DIREITO AMBIENTAL 
- movimento conservacionista: 
- entende a defesa do meio ambiente de forma conciliada com o desenvolvimento 
econômico a demais atividades humanas; 
- movimento preservacionista: 
- tem natureza mais radical e entende o desenvolvimento econômico como 
ameaças à integridade ambiental12; 
- sendo um direito fundamental, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é 
dotado de vários atributos: 
- historicidade: fruto de luta dos povos e conquistado no decorrer da história, 
incidindo a vedação do retrocesso (efeito cliquet); 
- universalidade: pertence a todos indistintamente; 
- inalienabilidade: o direito está fora do mercado, não podendo ser 
comercializado; 
- indisponibilidade: tal direito não está na esfera de transação, não podendo seu 
titular “abrir mão” do direito; 
- limitabilidade: tal direito é limitado por outros direitos fundamentais (teoria dos 
limites dos limites – teoria externa); 
- imprescritibilidade: as ações civis buscando a reparação do dano ambiental são 
imprescritíveis (neste sentido: STJ13); 
 
 Força/eficácia do direito ao meio ambiente equilibrado: 
- eficácia dirigente: impõe uma vinculação aos três poderes da República – todos 
os poderes devem agir buscando a defesa de tal direito; 
- eficácia horizontal: tal direito se impõe também nas relações privadas; 
- eficácia integrativa ou irradiante: o direito fundamental ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado orienta a elaboração e aplicação da legislação 
infraconstitucional; 
 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Lei 6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): 
- questões cobrando pontos da Política Nacional do Meio Ambiente costumam aparecer em 
provas objetivas14; 
- a lei cria um projeto público sistematizado de ações voltadas à proteção ambiental – até a 
sua edição a proteção era pontual e fragmentada, sem espírito sistêmico e coeso; 
- a norma sistematizou o Direito Ambiental: objetivos + princípios + metas + conceitos + 
responsabilidade civil; 
 
12 A chance de implantação prática de uma filosofia desta ordem é próxima de 0 – rompe, aliás, com a 
premissa da realidade e com a possibilidade fática. 
13 Importante que há na Suprema Corte – em sede de RE com Repercussão Geral (RE 654.833) – 
pendência quanto à decisão sobre a imprescritibilidade em tela. A decisão ainda não foi tomada, 
embora até então a doutrina e jurisprudência adotasse a imprescritibilidade. 
14
 Exigindo intenso trabalho de memorização e fixação de pontos importantes. Fica sugerida desde já a 
consulta às normas citadas para melhor rendimento no processo de memorização da norma 
regulamentadora do tema a ser cobrado – costuma aparecer nas provas a legislação na forma pura. 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/742141ceda6b8f6786609d31c8ef129f?categoria=9
 
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13 DIREITO AMBIENTAL 
- a norma ainda criou o SISNAMA -> Sistema Nacional do Meio Ambiente; 
- artigos de importante compreensão da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente: 
- artigo 2º  objetivo geral; 
- embora traga a previsão de “princípios”15, a doutrina entende que 
na verdade existem “metas” a serem realizadas; 
- previsão do artigo: preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, a fim de assegurar condições ao 
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses de segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana16; 
- artigo 4º  objetivos específicos; 
- neste ponto há a enumeração de alguns princípios reconhecidos 
pela doutrina; 
- neste artigo são trazidos os princípios do direito ambiental (embora 
se utilize a nomenclatura “objetivos específicos”); 
- artigo 9º  instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente; 
- são vários os instrumentos previstos na legislação, sempre 
buscando garantir que os objetivos da Política Nacional do Meio 
Ambiente sejam alcançados (são ao todo 13 instrumentos a ser 
estudados abaixo); 
 
- princípios17 previstos no artigo 2º da lei -> chamados de metas de ação pela doutrina; 
- inciso I  ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como patrimônio público; 
- inciso II  racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar -> os 
recursos naturais são finitos, devendo haver sustentabilidade (utilização do bem 
sem esgotamento do recurso); 
- inciso III  planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais -> toda 
atividade que utiliza recursos ambientais deve passar pelo controle do poder 
público18; 
- inciso IV  proteção dos ecossistemas com preservação de áreas 
representativas; 
- inciso V  controle e zoneamento de atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras -> a ideia é alocar as atividades em locais que guardem 
compatibilidade e diminuam os danos ambientais; 
- inciso VI  incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o 
uso reacional e a proteção dos recursos ambientais -> melhoria da qualidade 
ambiental pela via tecnológica; 
- inciso VII  acompanhamento do estado da qualidade ambiental -> gestão 
ambiental adequada; 
 
15 A nomenclatura “princípios” é erroneamente utilizada. 
16 Acredita-se ser a primeira previsão da dignidade da pessoa humana no ordenamento jurídico 
brasileiro – ponto importante a ser observado em uma prova discursiva ou oral. 
17
 O nome “princípios” é utilizado pela lei – embora a doutrina entenda que se trate na verdade de 
“metas de ação”. 
18 Exemplos de controle: Estudo Prévio de Impacto Ambiental + Licenciamento Ambiental. 
 
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14 DIREITO AMBIENTAL 
- inciso VIII  recuperação de áreas degradadas -> garantindo a sadia qualidade 
de vida; 
- inciso IX  proteção de áreas ameaçadas de degradação -> caráter preventivo; 
- inciso X  educação ambiental a todos os níveis de ensino -> traduz 
concretização do princípio da educação ambiental; 
-> princípios estabelecidos no artigo 4º da lei -> chamados pela lei de “objetivos específicos”: 
- compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico -> princípio do 
desenvolvimento sustentável; 
- definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à quantidade e ao 
equilíbrio ecológico -> espaços ambientais especialmente protegidos; 
- estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas 
relativas ao uso e manejo de recursos ambientais -> princípio do manejo; 
- desenvolvimento de pesquisas e tecnologias nacionais orientados para o uso 
racional de recursos ambientais; 
- difusão de tecnologias de manejo ao meio ambiente com menores danos; 
- preservação e restauração dos recursos ambientais buscando a utilização 
racional; 
- imposição ao poluidor da obrigação de recuperar eindenizar os danos causados 
e ao usuário de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos; 
-> instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (previstos no artigo 9º da lei): 
- padrão de qualidade ambiental: fixados pelo poder público – como o controle 
da poluição do ar, poluição sonora – é normalmente realizado por meio de 
Resoluções do CONAMA (órgão federal) – não impeditivo da atuação do Estado e 
Município estabelecendo padrões; 
- zoneamento ambiental: regulamentado pelo Decreto 4.297/02 e também é 
conhecido como zoneamento ecológico econômico (ZEE) buscando regular o uso 
e ocupação do solo com a divisão ambientalmente adequada das atividades 
econômicas; 
- avaliação de impacto ambiental: esta avaliação é um gênero, abrangendo todos 
os estudos de impacto ambiental. Existem algumas espécies: 
 Estudo Prévio de Impacto Ambiental; 
 Relatório de Viabilidade Ambiental; 
 Estudo de Impacto de Vizinhança; 
Observação: a Avaliação Ambiental Estratégica é aplicável nas 
hipóteses de políticas, planos e programas, destinando-se à avaliação 
de vários empreendimentos em conjunto; 
- licenciamento e revisão de atividades poluidoras: trata-se de instrumento de 
controle do poder público de atividades que utilizarão recursos ambientais 
(poluição e dano potencial no uso); 
- incentivos a tecnologias voltadas para melhoria da qualidade ambiental: um 
dos exemplos é a certificação de empresas em função da responsabilidade 
ambiental no processo produtivo ou do emprego de tecnologias limpas; 
http://www2.mma.gov.br/port/conama/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4297.htm
 
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15 DIREITO AMBIENTAL 
- espaços territoriais especialmente protegidos: há vários pontos a serem 
abordados no estudo da Lei 9.985/00 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação)19; 
- sistema nacional de informações sobre o meio ambiente: o SINIMA é uma base 
de dados de âmbito federal previsto no Decreto 99.274/90; 
- cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa do meio 
ambiente: é voltado para profissionais que se dedicam aos estudos ambientais, à 
consultoria e à venda de equipamentos de controle ambiental; 
- aplicações de sanções ao descumprimento de deveres ambientais: exercício de 
poder de polícia ambiental como instrumento de repreensão das condutas lesivas 
ao meio ambiente; 
- tríplice responsabilização = administrativa + penal + civil - 
- responsabilidade penal da pessoa jurídica: há doutrina minoritária 
entendendo que não cabe a responsabilização penal da pessoa 
jurídica no Brasil; 
- a Lei 9.605/98 e a jurisprudência permitem a responsabilização 
penal das pessoas jurídicas pela prática de crimes ambientais; 
- teoria da dupla imputação20: adotada pelo STJ por muito tempo, 
atualmente dispensada pelo STF e também pelo STJ; 
- relatório de qualidade ambiental: até hoje não foi implementado; 
- garantia de informações sobre o meio ambiente: há obrigação do poder público 
em produzir as informações quando elas forem inexistentes – deriva do direito de 
acesso à informação; 
- cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras: cadastro 
voltado às atividades potencialmente poluidoras ou que venham a consumir 
recursos ambientais – exercício do poder de polícia com a cobrança pelo IBAMA 
de uma taxa de controle; 
- instrumentos econômicos: exemplos de instrumentos econômicos são a 
concessão ambiental, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. São na 
verdade incentivos de proteção ambiental21; 
 
 SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente): 
- é um órgão de todos os níveis voltado para a proteção ambiental (todos os entes participam 
do sistema); 
- há identificação na lei do órgão federal, ocorre que o órgão estadual e municipal 
não é detalhado, ficando regulamentado (inclusive a nomenclatura) pela lei de 
cada ente; 
- conceito: é o conjunto de órgãos e instituição que, nos níveis federal, estadual e municipal 
serão encarregados de proteção ao meio ambiente; 
 
19 Há previsão constitucional de criação de espaços ambientais especialmente protegidos. 
20 Necessidade de imputar a conduta a uma pessoa física – ao imputá-la à pessoa jurídica. 
21
 A proteção do meio ambiente como um fim em si mesmo é rodeada de romantismo em uma atitude 
puramente folclórica. O uso de instrumentos econômicos para adequação dos interesses no exercício de 
atividades potencialmente poluidoras é essencial. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm
https://www.cnm.org.br/areastecnicas/itemdicionario/sinima-sistema-nacional-de-informacoes-sobre-meio-ambiente
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm
https://www.ibama.gov.br/cadastros/ctf/ctf-app
https://g.co/kgs/oaXCRm
https://www.dinamicambiental.com.br/blog/meio-ambiente/entenda-sisnama-obrigacoes-orgao/#:~:text=Sigla%20para%20Sistema%20Nacional%20do,s%C3%A3o%20respons%C3%A1veis%20pela%20prote%C3%A7%C3%A3o%20ambiental.
 
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16 DIREITO AMBIENTAL 
- finalidade: estabelecer uma rede de agências governamentais nos diversos níveis da 
Federação visando assegurar mecanismos capazes de implementar a Política Nacional do Meio 
Ambiente; 
- composição: 
- órgãos federais: 
 Conselho de Governo -> órgão superior -> assessora o Presidente 
da República; 
 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) -> órgão 
consultivo e deliberativo -> poder regulamentar no âmbito federal; 
 
 Ministério do Meio Ambiente22 -> órgão central -> coordena e 
supervisiona; 
 Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) -> órgão executor 
-> executar a política e diretrizes governamentais23; 
 
 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio) -> órgão executor -> atuação voltadas às Unidades de 
Conservação federais; 
 
- órgãos estaduais: 
 órgãos seccionais -> responsáveis pela execução de programas e 
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de 
provocar degradação ambiental; 
- órgãos municipais: 
 órgãos locais -> responsáveis pelo controle e fiscalização das 
atividades dentro de suas circunscrições; 
- o SISNAMA não tem personalidade jurídica: as atribuições são dos órgãos, entidades e 
instituições que o integram; 
 
22 Não existe mais a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República. 
23 Atua diretamente no licenciamento ambiental. 
https://g.co/kgs/1PfNva
https://g.co/kgs/k6kK5z
https://g.co/kgs/zdEKpn
 
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17 DIREITO AMBIENTAL 
 
- o CONAMA é o órgão mais atuante do SISNAMA; 
 
PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 
 Introdução: 
- o estudo dos princípios ambientais é de suma importância para compreensão deste ramo do 
Direito; 
- não há uma uniformidade em relação aos princípios de Direito Ambiental – muitas vezes a 
distinção se dá em relação à existência do princípio, ao conteúdo e à própria nomenclatura; 
- há algumas normas que trazem a previsão de alguns princípios24 no Direito 
Ambiental; 
- é importante o conhecimento do conteúdo dos princípios elencados como espinhas dorsais 
do Direito Ambiental; 
 
 Princípio do desenvolvimento sustentável: 
- o princípio busca conciliar duas ideias fundamentais: desenvolvimento econômico + 
preservação ambiental; 
- a ideia central do princípio é privilegiar o desenvolvimento de forma a preservar o meio 
ambiente para as presentes e futuras gerações; 
- premissas: 
 as necessidades humanas são ilimitadas; 
 os recursos naturais são finitos; 
 desenvolvimento e progresso são direitos fundamentais do homem; 
- necessidades humanas ilimitadas VSrecursos naturais limitados - 
 
24 Exemplo: Lei 11.428/06 (Lei do Bioma da Mata Atlântica)  traz previsão expressa dos princípios da 
precaução, prevenção, equidade intergeracional, entre outros. A Lei 12.305/10 (Lei da Política Nacional 
dos Resíduos Sólidos)  traz previsão expressa dos princípios do poluidor-pagador, desenvolvimento 
sustentável, protetor-recebedor. 
https://images.app.goo.gl/JNCjT2zSkrKgzmnUA
https://images.app.goo.gl/JNCjT2zSkrKgzmnUA
https://images.app.goo.gl/JNCjT2zSkrKgzmnUA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2012.305%2C%20DE%202%20DE%20AGOSTO%20DE%202010.&text=Institui%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional%20de,1998%3B%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
https://images.app.goo.gl/JNCjT2zSkrKgzmnUA
 
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18 DIREITO AMBIENTAL 
 
- objetivo do princípio: compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a 
preservação ambiental – a ideia é garantir desenvolvimento econômico com preservação do 
meio ambiente (aumentando assim a qualidade de vida); 
 
- princípio informador da ordem econômica: a defesa do meio ambiente é um princípio 
informador da ordem econômica nos termos do artigo 170, inciso VI da CRFB/88; 
- tripé do desenvolvimento sustentável  É baseado em um tripé (três fatores): 
- preservação ambiental; 
- crescimento econômico; 
- equidade social25; 
- conceito: o Relatório Brundtland (1.987) definiu o desenvolvimento sustentável como “o 
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer as gerações 
futuras de suprir as suas próprias necessidades”; 
 
25 Método mnemônico = PEC  preservação + equidade + crescimento. 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_170_.asp#:~:text=%C3%89%20assegurado%20a%20todos%20o,nos%20casos%20previstos%20em%20lei.
https://g.co/kgs/1hE4UX
 
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19 DIREITO AMBIENTAL 
- a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81 – artigo 4º, inciso I) 
trouxe a previsão de que ele se refere à “compatibilização do desenvolvimento 
econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico”; 
- a Declaração do Rio (92) trouxe a previsão de que “os seres humanos estão no 
centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável, tendo direito a 
uma vida saudável produtiva e em harmonia com a natureza”. Ainda segundo a 
declaração “para alcançar o desenvolvimento sustentável a proteção ambiental 
constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser 
considerada isoladamente deste”; 
- princípio do desenvolvimento sustentável [na prática]: embora seja fácil propor (em 
abstrato) a compatibilização do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, na 
prática muitas colisões surgem da tentativa de conciliação destes dois ideais aparentemente 
contraditórios; 
DIREITO FUNDAMENTAL AO 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO VS 
DIREITO FUNDAMENTAL À 
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 
 Pergunta: Os proveitos econômicos justificam os danos ambientais? 
Exemplo comum e complexo: construção de uma hidrelétrica; 
 
Resposta: somente no caso concreto (fundamentando-se em estudos e em 
análises muito variáveis) pode ser realizada a compatibilização dos valores em 
jogo; 
- previsão constitucional: o artigo 225, caput, da CRFB/88 deve ser interpretado em conjunto 
com o artigo 170, incisos VI e VII da mesma Carta Constitucional; 
- o artigo 170 da CRFB/88 traz os princípios da ordem econômica e prevê entre 
eles a defesa do meio ambiental e a redução das desigualdades regionais e 
sociais; 
- conjugando os princípios, deve haver desenvolvimento econômico, defesa do 
meio ambiental e redução das desigualdades sociais; 
- acepção social do princípio do desenvolvimento sustentável = justa 
repartição das riquezas; 
- composição atual do desenvolvimento sustentável - 
- questão econômica - 
- questão ambiental - 
- questão social - 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
https://g.co/kgs/eAbZ3n
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_26.06.2019/art_225_.asp#:~:text=225.,as%20presentes%20e%20futuras%20gera%C3%A7%C3%B5es.
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_170_.asp
 
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20 DIREITO AMBIENTAL 
 
- Lei 13.186/15 – Política de Educação para o Consumo Sustentável  busca a 
adoção de práticas de consumo e técnicas de produção ecologicamente 
sustentáveis; 
- consumo sustentável: uso de recursos naturais de forma a 
proporcionar a qualidade de vida para a geração presente sem 
comprometer as necessidades das gerações futuras; 
- julgado importante do STF sobre a importação de pneus usados: na ADI 3.540 o STF 
considerou constitucional a norma que vedava a importação de pneus usados no Brasil tendo 
em vista que tal atividade econômica não se justifica frente a uma série de princípios de 
Direito Ambiental26; 
- segundo a Corte deveria prevalecer “o princípio do desenvolvimento 
sustentável como fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da 
economia e as da ecologia”. Ainda continua afirmando que “além de impregnado 
de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em 
compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator 
de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, 
subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente 
situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição 
inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial 
de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do 
meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a 
ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações”; 
- resultado do julgamento: plena validade constitucional dos atos normativos 
que vedaram a importação pelo Brasil de pneus usados destinados à reciclagem; 
- o princípio do desenvolvimento sustentável tem um conteúdo denso, sempre se baseando no 
tripé acima explicado – sendo, infelizmente, muitas vezes, um princípio que gera muitos 
problemas de aplicação prática (dificuldade de conciliação de ideais aparentemente 
antagônicos); 
 
26 Importante: ver ADPF 101. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13186.htm
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/25354975/acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-3540-df-stf
http://www.eduardorgoncalves.com.br/2016/03/nao-cai-despenca-vedacao-importacao-de.html#:~:text=A%20ela%3A,de%20pneus%20usados%20%C3%A9%20constitucional.&text=O%20governo%20utilizou%20como%20principal,pelo%20dep%C3%B3sito%20de%20pneus%20velhos.
 
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21 DIREITO AMBIENTAL 
27 
 
 Princípio do usuário-pagador: 
- tal princípio se refere aos casos em que determinados cidadãos, ainda que autorizados pelo 
poder público (agindo licitamente), se apropriam de recursos naturais que, na essência, são de 
todos. O particular então deve compensar a sociedade em razão desta apropriação; 
- exemplo: utilização de água por alguém na sua residência - 
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins28: 
 
- os responsáveis por implantação de atividades potencialmente poluidoras, ao realizar o 
EIA/RIMA devem propor a compensação prevista naLei do SNUC (Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação), sendo esta uma compensação voltada exclusivamente ao 
fortalecimento das unidades de conservação  a sociedade deve ser compensada pela 
utilização do recurso por um particular (compensação de até 0,5% do valor do investimento29); 
- ideia central do princípio: quem utiliza um recurso ambiental pode ser obrigado a pagar pelo 
seu uso; 
- tônica do princípio: princípio do usuário pagador  compensação; 
- concepção de usuário: é aquele que utiliza um recurso ambiental e não causa degradação; 
- poluidor: é quem direta ou indiretamente causa degradação; 
 
27
 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
28 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/ 
29 Lembrando que a previsão legal expressa de valor mínimo foi considerada inconstitucional pelo STF. 
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/
 
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22 DIREITO AMBIENTAL 
- fundamento do princípio: quem utilizada o bem de uso comum deve arcar com os custos 
para a contínua utilização deste bem; 
- previsão legal: artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81; 
- a Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição ao usuário da 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos; 
- objetivos da cobrança: 
 racionalizar o uso do recurso natural – que é finito; 
 caráter educativo; 
 quantificação do recurso; 
 arrecadação de recursos financeiros para serem destinados à preservação 
daquele recurso natural; 
 evitar o “custo zero”; 
 impedir o uso abusivo; 
- exemplos de previsão legal de cobrança: o artigo 19 da Lei 9.433/97 prevê a 
possibilidade de cobrança do uso de recursos hídricos com o objetivo de 
reconhecer a água como bem econômico, incentivar a racionalização do seu uso e 
obter recursos financeiros para o financiamento de programas buscando a 
conservação do meio ambiente; 
 
 Princípio do poluidor-pagador: 
- ideia central do princípio  traz a regra de que as medidas de prevenção, mitigação, 
controle, recuperação e compensação de impactos e danos ambientais devem ser suportados 
pelo titular da atividade. A lógica é de que a atividade potencialmente poluidora gera danos a 
todos, quem está usufruindo da atividade deve arcar com os custos ambientais potenciais da 
citada atividade; 
- resumo: as externalidades negativas (sofridas por todos) devem ser 
internalizadas pela atividade do poluidor nos custos de produção – sob pena de 
injusta repartição de ônus e bônus (poluidor com bônus – sociedade em geral com 
o ônus30); 
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins31: 
 
30 Privatização de lucros com socialização de prejuízos. 
31 Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/ 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm
https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/
 
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23 DIREITO AMBIENTAL 
 
- exemplo: fábrica que foi instalada nas imediações de uma comunidade emitindo 
poluentes no ar e causando prejuízos em outros empreendimentos – a indústria 
deve arcar com os custos para implantação das medidas de contenção dos 
impactos por ela ocasionados; 
- STF, ADI 3.378/08: segundo o referido julgado “o artigo 36 da Lei 9.985/2000 densifica o 
princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da 
responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica”; 
- críticas  ao que parece tal artigo traz na verdade o princípio do poluidor-
pagador – a única forma de aceitar a correção de tal julgado é entender o 
princípio do usuário-pagador de forma ampla, englobando também o princípio do 
poluidor-pagador (o poluidor seria uma espécie de “usuário negativamente 
qualificado”); 
- poluidor = usuário qualificado = usuário qualificado pelo resultado; 
- conceito legal de poluidor: segundo o artigo 3º, inciso IV da Lei 6.938/81 “poluidor é a pessoa 
física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por 
atividade causadora de degradação ambiental”; 
 pessoa física + pessoa jurídica (direito público + direito privado)  diretamente 
+ indiretamente  degradação ambiental; 
- responsabilidade do poluidor: o poluidor deve arcar com os custos sociais que sua atividade 
impactante causar ou puder causar (externalidades negativas); 
- é transferido ao poluidor o dever de reduzir os impactos ambientais aos níveis 
considerados aceitáveis pelo poder público; 
- direito de poluir: não existe no direito brasileiro o direito de poluir – o princípio não é do 
“pagador-poluidor”; 
- o princípio é voltado para a ideia de prevenção – evitar o dano ambiental; 
- há um dever de adequação da atividade de forma a se gerar a menor quantidade 
de danos ambientais possível; 
- fundamento: a ideia oriunda do dever de solidariedade intergeracional fundamenta o 
princípio – a garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e 
futuras gerações é um dever de todo nós; 
- princípio da solidariedade intergeracional  decorre da ideia de que as 
presentes gerações devem ser capazes de se sustentarem ou de suprirem as suas 
https://www.dizerodireito.com.br/2018/03/constitucionalidade-do-novo-codigo.html
 
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24 DIREITO AMBIENTAL 
necessidades sem que isso comprometa a sobrevivência e exigências das relações 
futuras; 
- responsabilidade ambiental constitucional: nos termos do artigo 225, §3º da CRFB/88 “as 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos 
causados”; 
- responsabilidade ambiental legal32: o artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81 vai trazer a regra de 
que a Política Nacional do Meio Ambiente visará “a imposição ao poluidor e ao predador da 
obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados”; 
- exemplos importantes da aplicação do princípio: 
 instalação de filtros em uma empresa; 
 sistema de logística reversa (artigo 33 da Lei 10.305/1033); 
- vertentes do princípio: 
- vertente preventiva  evitar o dano – minimizar os danos e impactos 
ambientais; 
- vertente reparatória  restauração e reparação do dano causado; 
34 
Observação: atualmente a vertente reparatória tem sido encarada dentro do 
princípio da responsabilidade, da responsabilização ou da reparação integral; 
 
 Princípio da prevenção: 
- a lógica inerente ao princípio é de que sendo conhecidos os impactos de determinadas 
atividades, deve-se agir de forma a preveni-los, mitiga-los, controlá-los e evitá-los. Tal princípio 
é aplicado em impactos conhecidos – a ciência tem conhecimento dos impactos decorrentes 
de determinadas atividades econômicas; 
 
32 Há disposições semelhantes em outros diplomas legislativos que tratam da tutela do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
33 Há obrigação de implantação de sistema de logística reversa para o retorno dos produtos após o uso 
pelo consumidor para alguns produtos específicos – podemos citar como exemplo os agrotóxicos, pilhas 
e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletroeletrônicos. 
34 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
https://portalresiduossolidos.com/lei-12-3052010-politica-nacional-de-residuos-solidos/#:~:text=Lei%2012.305%2F2010%20Art.,final%20ambientalmente%20adequada%20dos%20rejeitos.https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
 
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25 DIREITO AMBIENTAL 
35 
- o princípio estabelece o dever de prevenção aos impactos ambientais, visto que tais impactos 
são irreversíveis ou reversíveis há longo prazo – busca então evitar a ocorrência do dano; 
- prevenção  agir de forma antecipada  aquilo que se conhece  certeza científica; 
- fundamento constitucional: está previsto no artigo 225 da CRFB/88 ao prever o dever de 
defesa para as presentes e futuras gerações; 
- instrumentos do princípio da prevenção: 
- licenciamento ambiental + EIA/RIMA - 
- por meio do licenciamento ambiental36 se busca mitigar ou controlar os 
possíveis impactos ao meio ambiente em função da atividade que se busca 
realizar. Tal procedimento é composto de vários estudos (EIA/RIMA37) que 
buscam verificar vários aspectos, dentre eles a busca por método menos agressivo 
ao meio ambiente, criação de mecanismos de controle e fiscalização, análise de 
métodos alternativos de exploração e viabilidade ambiental e econômica do 
empreendimento; 
- o processo de licenciamento ambiental pode ser: municipal + estadual + federal 
 nos termos da Lei Complementar 140; 
- a competência para FISCALIZAR e multar é distinta da competência para 
LICENCIAR  qualquer uma das três esferas federativas podem exercer atividade 
fiscalizatória e outras atividades buscando conter o dano; 
- pluralidade de autos de infração  LC 140/11  prevalece o auto de infração 
realizado pelo órgão licenciador38; 
- lembre-se: prevenção = impactos ambientais cientificamente conhecidos; 
 
 Princípio da Precaução: 
- trabalha com uma ideia de incerteza científica (dúvida); 
- origem da incerteza: informação científica insuficiente + informação científica inconclusiva + 
informação científica incerta; 
- com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana; 
 
35 Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
36 Procedimento administrativo ordenado que busca atingir o fim público de proteção ao meio ambiente 
e analisar a viabilidade de determinadas atividades, juntamente com as medidas de mitigação e 
controle. 
37 O licenciamento ambiental é a principal expressão, no ordenamento jurídico nacional, do princípio 
da prevenção. O próprio empreendedor é o responsável pela elaboração do EIA/RIMA para subsidiar o 
processo de licenciamento ambiental – o poder público verifica apenas a adequação do estudo. Está 
previsto no artigo 2º da Resolução CONAMA nº 01/86. 
38 Lembrando que há tríplice responsabilização: cível + penal + administrativa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html
 
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26 DIREITO AMBIENTAL 
- é necessário: insuficiência científica da informação + perigo potencial; 
- neste princípio os impactos ambientais ainda não são conhecidos de forma satisfatória pela 
ciência, pairando a dúvida sobre o risco da atividade. Havendo dúvida deve ser adotada a 
interpretação “pro natureza”; 
- aplicação do princípio in dubio pro natura; 
- a certeza sobre os impactos de uma determinada atividade não necessariamente existe; 
- parâmetros da medida a ser adotada (dúvida em favor do meio ambiente): 
- proporcionalidade em relação ao risco da interdição à informação; 
- coerência com as medidas já tomadas em situações similares; 
- precariedade, tendo em vista a possibilidade de nova análise; 
- segundo tal princípio, a ausência de certeza científica não poderá ser utilizada como 
justificativa para impor o adiamento de medidas que devem ser tomadas buscando evitar os 
impactos ambientais possíveis; 
- a dúvida deve militar em prol da saúde e da defesa do meio ambiente; 
- a incerteza não impede a ação buscando evitar, neutralizar e conter determinados danos – 
mesmo que potenciais; 
39 
- o princípio da precaução induz a uma presunção de nexo de causalidade – 
presume-se que de determinadas atividades decorrem determinados impactos, 
cabendo ao titular da atividade afastar tal presunção – há verdadeira inversão do 
ônus da prova40 quanto ao risco da atividade; 
- Súmula 618 do STJ: a inversão do ônus da prova se aplica em matéria ambiental; 
- fundamento constitucional implícito: artigo 225, §1º, inciso V  ao prever que cabe ao 
poder público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
- previsão legal implícita: 
- artigo 54, §3º da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais); 
- previsão legal explícita: 
- artigo 1º da Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança); 
- artigo 6º, parágrafo único da Lei 11.428/06 (Lei do Bioma Mata Atlântica); 
 
39 Imagem retirada de: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/ 
40 Transfere ao empreendedor o dever de provar que a sua atividade não causa danos ao meio ambiente 
– neste sentido: STJ, RESp. 1.060.753/SP. Crítica: deve haver cuidado na exigência desta prova a ser 
produzida pelo empreendedor, sob pena de se criar a necessidade de comprovação de algo impossível 
(prova diabólica). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm
https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
https://www.dizerodireito.com.br/2018/12/sumula-618-do-stj-comentada.html
 
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27 DIREITO AMBIENTAL 
- quadro comparativo – prevenção VS precaução: 
Princípio da Prevenção Princípio da Precaução 
- é possível prever os danos 
ambientais; 
- não é possível prever os danos 
ambientais; 
- risco conhecido; - risco desconhecido; 
- exemplo de aplicação do princípio da precaução no STJ: 
- instalação de antes de telefonia móvel (STJ, REsp. 1.344.363/GO): em matéria 
de meio ambiente, as decisões judiciais devem privilegiar os princípios da 
precaução e da prevenção com o objetivo de evitar os danos acarretados pela 
emissão de radiação a partir das estações rádio-base (ERB´s) instaladas ou a 
serem edificadas, sem prévia licença municipal; 
 
 Princípio do protetor-recebedor: 
- aquele que protege o recurso natural para além do que determina a lei tem o direito de ser 
recompensado pela sua atitude41 – que busca o bem comum; 
- princípio do protetor recebedor  tônica  recompensa; 
- forma classicamente estabelecida para a recompensa  PSA42; 
 - é necessária a realização de um trabalho de criação de interesse econômico para demonstrar 
que quem respeita o meio ambiente deve ter alguns benefícios financeiros – a correta 
implantação desta estratégia é essencial para o sucesso da política de proteção do meio 
ambiente; 
- previsão legal: 
- previsto expressamente no artigo 6º, inciso II da Lei 12.305/10 (Lei da Política 
Nacional dos Resíduos Sólidos); 
- Código Florestal (Lei 12.641/12): traz no artigo 41 o programa de apoio e 
incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente; 
- ICMS ecológico: mecanismo voltado para os Municípios buscando o incentivo na 
criação de áreas protegidas de forma a aumentar a arrecadação; 
- isenção do Imposto Territorial Rural: previsto no artigo 10, §1º da Lei 9.393/96; 
- o princípio demonstra a importância de se premiar as boas práticas e condutas ambientais; 
 
 Princípio da informação: 
- é a garantia de acesso a estudos e dados ambientaisa todos; 
- só é possível a participação ativa do processo de tomada de decisão se a sociedade estiver 
bem informada. Para isto a sociedade deve ter direito a acessar dados e informações em posse 
do próprio poder público em matéria ambiental para depois externar o ponto de vista; 
- documentos importantes: avaliação de impacto ambiental + pareceres técnicos 
+ pareceres jurídicos; 
- direito de petição: é um mecanismo importante de acesso a tais dados; 
- previsão legal: 
 
41 Com benefícios econômicos e fiscais. 
42 Pagamento por serviços ambientais. 
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/153399180/recurso-especial-resp-1344363-go-2012-0194683-6/decisao-monocratica-153399190
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2012.305%2C%20DE%202%20DE%20AGOSTO%20DE%202010.&text=Institui%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional%20de,1998%3B%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26437634/lei-n-12641-de-15-de-maio-de-2012
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9393.htm
 
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28 DIREITO AMBIENTAL 
- artigo 5º, inciso XXXIII da CRFB/88; 
- artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81; 
- princípio 10 da Declaração do Rio (92); 
- artigo 2º, §1º da Lei 10.650/03; 
- qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de 
interesse específico terá acesso às informações mediante 
requerimento escrito no qual assumirá a obrigação de não utilizar as 
informações colhidas para fins comerciais; 
- artigo 40 da Lei 11.105/05; 
- artigo 6º, inciso X da Lei 12.305/10; 
 
 Princípio da participação ou princípio democrático: 
- a coletividade também tem o dever de preservar e defender o meio ambiente (conforme 
previsto no próprio artigo 225 da CRFB/88); 
- a defesa do meio ambiente deve ser realizada pelo poder público e pela coletividade em 
conjunto; 
- defende a participação ativa da coletividade no processo de tomada de decisão relativa ás 
políticas públicas ambientais (formas de participação popular): 
- âmbito legislativo: projeto de lei de iniciativa popular + plesbicito + referendo; 
- âmbito executivo: participação em conselhos de política ambiental (paritários) + 
participação em audiência pública43; 
- âmbito judicial: ação popular + ação civil pública; 
- direito à informação: é um pressuposto para que a coletividade possa participar da defesa do 
meio ambiente; 
- fundamento constitucional: artigo 225 da CRFB/88; 
 
 Princípio da educação ambiental: 
- previsto no artigo 225, §1º, inciso VI da CRFB/88, traz a regra de que cabe ao poder público 
prover educação ambiental para que as pessoas estejam bem informadas e possam 
desincumbir da sua obrigação de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e 
futuras gerações; 
- estabelece ao poder público dois mandamentos: 
 garantir educação ambiental em todos os níveis de ensino; 
 conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do meio 
ambiente; 
- Política Nacional de Educação Ambiental: estabelecida pela Lei 9.795/99; 
- artigo 10, §1º: não exige a implantação de uma matéria específica – exigindo 
uma prática integrada, contínua e permanente de educação ambiental; 
 
 
43 Não basta a participação formal, devendo as manifestações ser levadas em conta no processo de 
tomada de decisão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.650.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2012.305%2C%20DE%202%20DE%20AGOSTO%20DE%202010.&text=Institui%20a%20Pol%C3%ADtica%20Nacional%20de,1998%3B%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm
 
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29 DIREITO AMBIENTAL 
- há uma previsão que pode ser utilizada como fundamentadora do princípio da Lei de Política 
Nacional do Meio Ambiente (artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81); 
 
Princípio do direito humano fundamental44: 
- também é conhecido como princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito 
fundamental da pessoa humana; 
- falar de meio ambiente ecologicamente equilibrado é falar de uma garantia fundamental de 
todos os seres humanos; 
- objeto de tutela: sadia qualidade de vida – não há tutela apenas da vida, mas de uma 
qualidade de vida agradável (que depende de um meio ambiente ecologicamente equilibrado); 
- artigo 225, caput da CRFB/88: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à 
sadia qualidade de vida; 
- vida digna <-> meio ambiente ecologicamente equilibrado - 
 
 Princípio da cooperação: 
- cooperar = agir em conjunto; 
- os impactos ambientais ultrapassam a ideia territorial – por isso a necessidade de ação 
conjunta para preservação do meio ambiente; 
- fundamento constitucional: o artigo 4º, inciso IX da CRFB/88 traz a regra de que “a República 
Federativa do Brasil refere-se nas suas relações internacionais pelo princípio da cooperação 
entre os povos para o progresso da humanidade”; 
- previsão legal: o artigo 77 da Lei 9.605/98 traz a regra da “necessária cooperação a outro 
país”; 
- óticas de aplicação: 
- aplicação externa  cooperação entre o Brasil e outros países; 
- aplicação interna  competência material comum dos entes federativos para 
promover a preservação ambiental (federalismo cooperativo); 
- também conhecido como princípio da cooperação entre os povos, afirma que todas as 
nações devem conjugar esforços no sentido de preservar o meio ambiente; 
- tal princípio deve ser aplicado principalmente em questões fronteiriças (ex.: a 
Amazônia vai além das fronteiras brasileiras); 
- outro fator importante é o caráter global dos processos de interações ambientais – 
dificilmente possíveis de serem vistos de forma local (isoladamente); 
- pelo princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada as nações que pela sua 
forma ou estruturação impactam mais o meio ambiente devem, via de consequência, arcar 
com os maiores ônus para a sua preservação (quem explora mais arca com maiores ônus); 
 
 Princípio do limite ou controle: 
 
44 Previsto no artigo 225, caput, da CRFB/88 – não há nenhum problema em prever direitos e garantias 
fundamentais fora do artigo 5º da CRFB/88 (o rol deste artigo é meramente exemplificativo). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
 
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30 DIREITO AMBIENTAL 
- ideia central: o Poder Público vai estabelecer o padrão ambiental compatível com o meio 
ambiente equilibrado – estabelecimentos de limites daquilo que se considera socialmente 
tolerável; 
- previsão constitucional: previsto no artigo 225, §1º, inciso V da CRFB/88, sendo imposto ao 
poder público o controle da produção, comercialização e emprego de técnica, métodos e 
substâncias que importem em risco para a vida, qualidade de vida e meio ambiente; 
- melhor tecnologia disponível: tal princípio traz a regra de que devem ser sempre 
implantada, nos empreendimentos, tecnologias que causem menores danos ao 
meio ambiente, mesmo que a implantação de tais tecnologias sejam mais 
onerosas ao empreendedor; 
- há importantes Resoluções do CONAMA fazendo esta função em âmbito federal: fixando 
padrões para a água, para a emissão de ruídos e de gases poluentes; 
 
 Princípio da solidariedade intergeracional45 ou equidade: 
- conteúdo: estabelece o dever de preservação e defesa do meio ambiente para as presentes e 
futuras gerações, além do dever

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