Buscar

TRABALHO DE DIREITO AMBIENTAL PASSEI DIRETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO
DIREITO – 10º PERÍODO
 
TRABALHO DE DIREITO AMBIENTAL 
	
Trabalho apresentado ao curso de Direito do Centro Universitário UNA, como requisito parcial para obtenção de nota para a disciplina de
Direito Ambiental
Professora: Geraldo Júnior do Santos.
Parecer Jurídico n° XXXX
Requerente: Alberto Silva.
Requerido: IEF (Instituto Estadual de Florestas)
Ementa: DIREITO AMBIENTAL, BIS IN IDEM, MULTA, POLUIÇÃO AMBIENTAL.
Relatório.
O Instituto Estadual de Florestas (IEF), fazendo jus de sua competência fiscalizatória, no dia 11/03/2018 foi constatado que o Sr° Alberto Silva, produtor rural, violou a legislação ambiental, lavrando assim o auto de infração de n° 363941-1.
Verificando que o Sr° Alberto através de seus currais de confinamento bovino, estaria poluindo um açude que banha sua propriedade, laçando rejeitos que deveriam ser descartados de maneira adequada à não poluir o meio ambiente.
Com isso foi lavrado o B.O., em desfavor do Sr°. Alberto, constando que era possível visualizar os peixes mortos, grande quantidade de esterco assoreando os açudes, cujos espelhos estão turvos e com péssimo odor. Ainda no contexto foi verificado que haviam 8 currais localizados em área de preservação permanente (APP), área essa de extrema importância para meio ambiente.
O Sr°. Alberto juntamente com Ministério Público de Minas Gerais, firmaram o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), em 13/06/2019, onde constavam as atitudes que deram causa ao mesmo, como morte de peixes, intervenção em áreas de preservação permanente bem como contaminação das nascentes.
Ficando assim acordado que o Sr°. Alberto cumpriria todos os requisitos que foram acordados no Plano de Recuperação da Área Degradada, como reembolsar os gastos decorrentes da fiscalização e fazer doações de equipamentos à Polícia Militar Florestal local.
Também foi instaurado um processo administrativo em caráter sancionatório de n°. 000179-1/3, em desfavor do Sr°. Alberto pelo descumprimento de lei ambiental, que se trata de uma multa no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais) corrigidos monetariamente. Contudo o Sr°. Alberto se recusou a pagar a mesma, o que ocasionou em dívida ativa, servindo assim para ajuizamento da execução fiscal.
Porém o Sr°. Alberto não concorda de forma alguma com o pagamento da multa, e propõe embargos à execução fiscal, alegando que a questão em si já havia sido resolvida quando ele fez as doações mencionadas anteriormente a Policia Militar Florestal local, e que caso lhe fosse aplicada multa, estariam sendo aplicadas duas sanções para o mesmo caso, o que acarretaria o “BIS IN IDEM”.
FUNDAMENTAÇÃO.
O Sr°. Alberto alega “Bis In Idem” em relação ao caso em si, segundo ele já foi feito o acordo no plano de recuperação da área degradada, bem como a compensação dos danos ambientais por doação de equipamentos à Policia Militar Florestal local, além de reembolsar os gastos decorrentes da fiscalização, e por esse motivo, o mesmo não teria que pagar a multa indenizatória que lhe foi imposta no valor de R$30.000,00(trinta mil reais).
A lei 9605/98 (lei de crimes e infrações Administrativas Ambientais) traz em seu escopo a possibilidade de um mesmo fato ambiental sofrer mais de uma punição sem que isto seja bis in idem, desde que haja punição em áreas distintas, ou que o fato comporte elementos de tipos diferentes.
A responsabilidade civil ambiental deve ser compreendida de forma mais ampla possível, de modo que a condenação a recuperar a área prejudicada, não exclua o dever de indenizar.
Ora, analisando o art. 225°, §3° da CF/88, percebemos que o mesmo traz em seu escopo que condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, serão aplicadas mesmo que sanados os danos causados.
Vejamos o art.225°, §3° da CF/88.
Art. 225°, §3°- As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Podemos analisar o art. 72°, §1° da lei 9.605/98, que Também diz respeito a cumulação de infrações, afirmando assim que não há possibilidade de acontecer “bis in idem”, no caso do Alberto. Conforme já mencionado tanto a multa quanto a prestação de serviços são distintos.
● No âmbito Administrativo: houve a aplicação da multa por parte do órgão competente.
● No âmbito civil: aqui foi imposto ao infrator que fosse feita a recuperação do dano causado ao meio ambiente, por meio de ação civil pública movida pelo ministério público através de termo de ajustamento de conduta.
● No âmbito penal: o infrator foi processado criminalmente devido ao fato da infração constituir crime ambiental. 
Vejamos o art. 72° §1°	 da lei 9.605/98.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
Ainda nesse mesmo sentido, e não menos importante, podemos tomar como exemplo para complementação do estudo do caso em si, a Lei 6.938/81 da Política Nacional do meio Ambiente, que tem como finalidade a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, garantindo que, a partir do momento que qualquer pessoa sendo física ou jurídica que cometa uma infração ambiental, arque com suas consequências restabelecendo o que foi deteriorado por práticas abusivas ao meio ambiente.
Vejamos o que traz o art. 3°, inciso IV da referida lei.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
	
Não deixando de citar o princípio do poluidor pagador, onde qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por deteriorar, degradar o meio ambiente terá que pagar pelos seus atos. Levando se em conta que nas demandas ambientais, por força desse princípio, admite se a condenação do réu, simultânea e agregadamente em obrigação de fazer, não fazer e indenizar, se encontrando aí uma típica obrigação cumulativa ou conjuntiva.
 	Agora vejamos o art. 4°, inciso VII, que dispõe sobre o princípio do poluidor pagador.
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
 Afinal, estamos aqui cuidando de um bem de interesse intergeracional, ou seja estamos tratando do direito de pessoas que ainda não nasceram, o que é garantido pela Constituição Federal ao assegurar no já citado artigo 225°, caput, o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e as futuras gerações. 
 	O dano ambiental é multifacetário, ético, temporal, ecológica e patrimonialmente falando, é sensível ainda a diversidade do enorme universo de vítimas, que vaido indivíduo isolado à coletividade, as futuras gerações e também aos processos ecológicos em si.
 Ao responsabilizar-se no âmbito civil o infrator ambiental, não se pode confundir prioridade da recuperação do bem degradado com impossibilidade de cumulação simultânea dos deveres de fazer, não fazer e indenizar. Assim como podemos observar no artigo 14°, da lei 6.938/81, vejamos: 
Art. 14°, §1° da lei 6.938/81
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os as transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
 	Em artigo intitulado o princípio do non bis in idem no âmbito do processo administrativo sancionados, Raissa Roese da Rosa e Luiz Eduardo Araújo, expõe;
 " É viável a aplicação de mais de uma sanção, sejam elas de esferas distintas ou não, a uma mesma conduta, desde que devidamente observada a proporcionalidade entre tal conduta e a consequência jurídica imputada ou quando a lei assim determinar"
No mesmo sentido, vejamos a jurisprudência;
AMBIENTAL. DESMATAMENTO DE MATA NATIVA 
SEM AUTORIZAÇÃO. QUEIMADAS. DANO RECONHECIDO PELA 
INSTÂNCIA ORDINÁRIA. CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER 
(REPARAÇÃO DA ÁREA DEGRADADA) E DE PAGAR QUANTIA 
CERTA (INDENIZAÇÃO). POSSIBILIDADE. NATUREZA PROPTER 
REM. INTERPRETAÇÃO DA NORMA AMBIENTAL. PRECEDENTES 
DO STJ. 
(...) 
3. A jurisprudência do STJ está firmada no sentido de que a 
necessidade de reparação integral da lesão causada ao meio ambiente permite a 
cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar, que têm 
natureza propter rem. Precedentes: REsp 1.178.294/MG, Rel. Ministro Mauro 
Campbell Marques, j. 10/8/2010; REsp 1.115.555/MG, Rel. Ministro Arnaldo 
Esteves Lima, j. 15/2/2011; AgRg no REsp 1170532/MG, Rel. Ministro 
Hamilton Carvalhido, j. 24/8/2010; REsp 605.323/MG, Rel. p/ Acórdão 
Ministro Teori Albino Zavascki, j. 18/8/2005, entre outros. 
4. Recurso Especial parcialmente provido para reconhecer a 
possibilidade, em tese, de cumulação da indenização pecuniária com as 
obrigações de fazer voltadas à recomposição in natura do bem lesado, com a 
devolução dos autos ao Tribunal de origem para que verifique se, na hipótese, 
há dano indenizável e fixe eventual quantum debeatur (REsp 1.248.214/MG, 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 13.04.2012)
	
CONCLUSÃO.
		Podemos concluir então, que não há que se falar em possibilidade de haver nesta situação, o instituto do bis in idem, pois como bem se descreve no art. 225°,§ 3° da Constituição Federal, que sendo ocasionadas atividades lesivas ao meio ambiente, no qual foi este caso, não impede sanções nas esferas penais, administrativas e civis, mesmo quando o infrator já tenha reparado os danos causados ao meio ambiente, como o acordado no Termo de ajustamento de conduta, incluída esta obrigação dentro do plano de recuperação à áreas degradadas junto ao Ministério Público. Podemos ainda observar que na lei 9605/98, se nota com clareza que o mesmo ato criminoso contra o meio ambiente pode ser penalizado mais de uma vez, desde que sejam cada uma dessas punições em áreas distintas. Portanto, não ocorreu sobre nenhuma hipótese o bis in idem, pois as penalidades foram feitas cada uma em esferas diferentes. 
		E também pela escolha que o ordenamento jurídico brasileiro optou pela independência das esferas jurídicas, que seja administrativamente, penal e civil, e cada uma tem a sua particularidade quanto a forma de punição, e nosso ordenamento com isso quis demonstrar a importância que se dá em crimes ambientais e assim dar uma resposta à toda coletividade sobre forma de apuração e punição mais enérgica em supostos crimes ambientais, uma vez que são crimes que afetam toda uma coletividade. 
Sendo assim não se pode dizer em “bis in idem” uma vez que, se admite a cumulação de penalidades por parte tanto civil, penal e administrativa.
ESTE É O PARECER.
Local e Data:
Assinatura:
BOM DESPACHO 2021

Continue navegando