Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR FENOMENOS DE TRANSPORTE I SAVANA BARBOSA VILLAR GONÇALVES ANTONIO ANGELO FERNANDES FERREIRA TRANSFERÊNCIA DE MASSA: PREPARAÇÃO DE CHÁ POR INFUSÃO POMBAL 2022 ANTONIO ANGELO FERNANDES FERREIRA – 920110117 TRANSFERÊNCIA DE MASSA: PREPARAÇÃO DE CHÁ POR INFUSÃO Trabalho apresentado à disciplina de Fenômenos de Transporte I, da Universidade Federal de Campina Grande – Campus Pombal, como requisito para obtenção da segunda nota da disciplina. POMBAL 2022 RESUMO: O presente trabalho é uma revisão bibliográfica sobre a Transferência de massa, pela qual representa o movimento de espécies, em nível molecular, causado por um gradiente de potencial químico. Ainda, foi dissertado sobre os mecanismos de difusão e/ou convecção. Contudo, este estudo tem por objetivo apresentar uma breve descrição, importância e alguns exemplos de aplicações de transferência de massa, como também, mostrar de forma prática um aparato experimental utilizando matérias comuns do dia a dia. Logo, foi escolhido o experimento com o chá de hibisco para uma melhor compreensão. Palavras-chave: Transferência de massa; difusão; convecção; chá; hibisco. ABSTRACT: The present work is a literature review on Mass Transfer, which represents the movement of species, at the molecular level, caused by a chemical potential gradient. We taked about the mechanisms of diffusion and/or convection are also discussed. However, this study aims to present a brief description, importance and some examples of mass transfer applications, as well as to show in a practical way an experimental apparatus using common, everyday materials. Therefore, the experiment with hibiscus tea was chosen for a better understanding. Keywords: Mass transfer; diffusion; convection; tea; hibiscus. SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5 1.2- LEIS DE EQUILÍBRIO ENTRE FASES ..................................................................... 5 1.3- DIFUSÃO ................................................................................................................... 5 1.4- CONVECÇÃO ............................................................................................................ 6 1.4.1 - TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR CONVECÇÃO ....................................... 6 1.4.2 - CONVECÇÃO NATURAL ................................................................................. 7 1.4.3 - CONVECÇÃO FORÇADA ................................................................................. 7 1.4.4 - DIFERENÇA ENTRE CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA ....................... 8 1.5 - APLICAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA ................................................ 8 1.6- CORRELAÇÕES EMPÍRICAS................................................................................... 9 1.7- SEMELHANÇAS ENTRE PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA ............................. 9 1.8- OPERAÇÕES UNITÁRIAS ...................................................................................... 10 1.8.1- DESTILAÇÃO ................................................................................................... 10 1.8.2- EXTRACÇÃO .................................................................................................... 10 1.8.3- ABSORÇÃO ...................................................................................................... 12 2- MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 13 2.1 - MATERIAIS ............................................................................................................ 13 2.2 - MÉTODO ................................................................................................................ 13 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 14 4- DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 15 5 – CONCLUSÃO ............................................................................................................... 18 6- REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 19 1- INTRODUÇÃO Muitas ocorrências do dia-a-dia envolvem transferência de massa: processo de solubilização de açúcar no chá, favorecido pela agitação de uma colher, solubilização de sal em água, preparação de um chá por infusão, evaporação de água na superfície de uma piscina e transporte através do ar envolvente, secagem de um tronco de madeira após o corte e correspondente transporte da humidade através dos poros da madeira até à sua superfície, solubilização de oxigénio em água num aquário para consumo dos peixes, arejamento de reservatórios de água, solubilização de oxigénio num meio nutriente para consumo de microrganismos num processo de fermentação aeróbia, transferência de reagentes para a superfície de um catalisador, onde ocorre uma reação (SANTO, 2010). De uma maneira geral, podemos dizer que a transferência de massa é o transporte de um componente de uma região de alta concentração para outra de baixa concentração. Com isso, encontramos transferência de massa na indústria, no laboratório, na cozinha, no corpo humano, enfim, em todo lugar em que há diferença de “concentração” de uma determinada espécie para que ocorra o seu transporte. O transporte das espécies químicas pode ser feito por dois mecanismos: difusão e/ou convecção (TAGLIAFERRO, 2022). 1.2- LEIS DE EQUILÍBRIO ENTRE FASES A transferência de massa através de uma fase ou entre duas fases passando a fronteira entre elas (líquida-líquida, líquida-sólida, gás-líquida ou gás-sólida) requer um afastamento das condições de equilíbrio. Por exemplo, pode-se dissolver sal numa panela com água até a concentração de sal na água atingir o valor máximo, designado por solubilidade, a qual depende da temperatura da água. Outro exemplo, é a secagem da roupa, que ocorrerá mais rapidamente se o ar estiver mais seco (isto é, quando a pressão parcial de vapor de água no ar estiver mais afastada do seu valor máximo, sendo este dado pela pressão de vapor correspondente à temperatura considerada) (ROCHA, 2015). 1.3- DIFUSÃO O movimento das espécies está relacionado a uma propriedade que denominamos difusão. A difusão é, então, a mobilidade das espécies químicas em um determinado meio e depende da relação soluto/meio ou soluto/meio + ação externa (JUNIOR, 2018). A difusão molecular tem como objetivo promover o equilíbrio entre duas soluções que se encontram, inicialmente, com concentrações diferentes. Trata-se de um fenômeno físico, onde em ocasião da energia térmica as moléculas se movem constantemente em um fluído, que pode ser líquido ou gás, promovendo a passagem do soluto para regiões de menores concentrações (PIRES, 2021). A transferência de massa por difusão molecular em consequência de uma diferença de concentrações espacial é análoga à transferência de calor por condução, embora seja um fenômeno mais complexo, pois ocorre numa mistura com pelo menos duas espécies químicas. Começando com o caso dos gases, o estabelecimento da igualdade de concentrações ao fim de um determinado tempo resulta do movimento molecular aleatório em todas as direcções do espaço (WOLPERT, 2021). O transporte de massa pode também estar associado à convecção, processo este no quais porções do fluído são transportadas de uma região a outra do escoamento em escala macroscópica(TAGLIAFERRO, 2021). 1.4- CONVECÇÃO 1.4.1 - TRANSFERÊNCIA DE MASSA POR CONVECÇÃO Segundo Mellado (2007), em muitas situações práticas, principalmente em sistemas envolvendo líquidos ou gases, a convecção exerce uma influência significativa no processo de transferência de massa. O transporte de massa por convecção envolve o transporte de matéria através de fronteiras (ex. superfícies líquidas ou sólidas) e um fluido móvel, ou entre dois fluidos móveis, porém relativamente imiscíveis. Duas situações: 1- Transferência de massa em uma fase simples, de ou para o contorno da fase (Ex. Sublimação do naftaleno (sólido) em uma corrente de ar. 2- Transferência de massa entre duas fases em contato (Ex.extração e absorção). Existem dois tipos de convecção: a convecção natural e a forçada. 1.4.2 - CONVECÇÃO NATURAL A convecção natural é um método de transferência de calor no qual os meios naturais influenciam o movimento do fluido. Não há influência de fatos externos. Este movimento de moléculas no fluido é devido às diferenças entre densidades de diferentes do mesmo fluido.(BONFIM, 2021). A densidade de um fluido diminui quando aquece e vice-versa. Isso é devido à expansão térmica do fluido (a velocidade das moléculas aumenta com o aumento da temperatura, o que resulta no aumento do volume do fluido. Embora o volume aumenta, a massa permanece constante. Portanto, a densidade diminui) (BONFIM, 2021). Exemplos de convecção natural incluem resfriamento de um ovo cozido quando mantido na temperatura ambiente, perda de resfriamento de uma lata de bebida fria, etc. Ao considerar o mecanismo de convecção natural, primeiro, a temperatura do lado de fora de um objeto quente ar frio) cai. Ao mesmo tempo, a temperatura do ar adjacente ao objeto aumentará devido à transferência de calor. Então a densidade desta camada adjacente de ar diminui. Como resultado, o ar sobe. O ar frio substituirá esta região. Então a convecção continua. No final, o objeto vai esfriar (BONFIM, 2021). 1.4.3 - CONVECÇÃO FORÇADA A convecção forçada é um método de transferência de calor no qual os meios externos influenciam o movimento do fluido. Lá, fontes externas como bombeamento, ventiladores, dispositivos de sucção, etc. são úteis para gerar o movimento do fluido. Este método é muito valioso porque pode eficientemente transferir calor de um objeto aquecido. Alguns exemplos comuns deste mecanismo incluem ar condicionado, turbinas a vapor, etc (BONFIM, 2021). Ao considerar o mecanismo da convecção forçada, o mecanismo é mais complicado do que o natural. Isso porque, nesse método, temos que regular dois fatores; movimento fluido e condução de calor. Esses dois fatores têm uma forte conexão, pois o movimento do fluido pode aumentar a transferência de calor. Ex: quanto maior a taxa de movimento do fluido, maiores as transferências de calor (BONFIM, 2021). 1.4.4 - DIFERENÇA ENTRE CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA Convecção natural é um método de transferência de calor no qual o movimento do fluído é influenciado por meios naturais. A convecção forçada é um método de transferência de calor no qual o movimento do fluído é influenciado por meios externos (BONFIM, 2021). Ao considerar os fatores que afetam a transferência de calor, não há fatores externos que afetam a transferência de calor na convecção natural, enquanto fatores externos podem causar a transferência de calor na convecção forçada (BONFIM, 2021). 1.5 - APLICAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA A transferência de massa é aplicada em diversos processos, desde os mais simples, como a dissolução de açúcar em uma xícara de café, até os mais complexos, como aqueles presentes nas indústrias química, petroquímica e farmacêutica, no controle de poluição e na secagem de cereais. Enfim, em qualquer processo em que se deseje separar ou adicionar determinado componente em dada mistura (CREMASCO, 2016). Um exemplo de transferência de massa bem comum é quando um surfista e sua prancha estão em um mar calmo. Para deslocar-se de um certo lugar a outro, o surfista faz das mãos remos e assim, ao locomover-se, entra em contato íntimo com o mar. Com isso, o contato íntimo está associado à interação (surfista/mar) ou (soluto/meio). Neste caso, tem-se a contribuição difusiva. Já na situação em que o surfista se deixa carregar pelo mar, existe a ação do mar em levar a prancha de um lugar para outro, acarretando a contribuição convectiva. Pode haver a terceira situação na qual as duas citadas há pouco ocorrem simultaneamente ( SANTOS, 2022). Outro exemplo é a secagem de uma superfície molhada exposta ao vento. A lâmina de ar que faz contato com a superfície da camada de água se torna saturada de vapor d’água. O vapor é a espécie de interesse na mistura de gás ideal representada por ar úmido. A concentração de vapor d’água no próximo a superfície é geralmente diferente da concentração na corrente livre. A diferença de concentração faz com que mais vapor deixe a superfície da camada de água. Este processo de evaporação pode ser aumentado à medida que a velocidade longitudinal da corrente livre varre a superfície molhada. Mesmo que não ocorra escoamento, pode ocorrer transferência de massa por difusão (SANTOS, 2022). 1.6- CORRELAÇÕES EMPÍRICAS Rocha (2015) afirma que os coeficientes de transferência de massa dependem das propriedades físicas do fluido (viscosidade, μ, massa volúmica, ρ, coeficiente de difusão, DAB), da sua velocidade, u, e das dimensões da superfície por onde este se escoa, sendo L a sua dimensão característica: kG,L=f(μ, ρ, DAB, u, L). Usando uma técnica de análise das dimensões das várias variáveis, é possível obter os números adimensionais característicos de um processo de transferência de massa por convecção forçada: • O número de Reynolds, Re=ρ.u.L/μ que caracteriza o escoamento do fluido. • O número de Schmidt, Sc=μ./(ρ.DAB) que relaciona propriedades físicas do fluido. O número de Sherwood, Sh=kG,L.L/DAB que representa o aumento da transferência de massa como resultado do movimento do fluido (“convecção”) relativamente à transferência de massa apenas ao nível molecular (difusão). Existem ainda outros números adimensionais possíveis que resultam da combinação destes: • O número de Stanton para transferência de massa, Stm = Sh/(Re.Sc)= kG,L./u • O número de Peclet para transferência de massa, Pem = Re.Sc = u.L/DAB • O factor de Colburn, jD=Stm. Sc2/3 = (kG,L./u).Sc2/3 1.7- SEMELHANÇAS ENTRE PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA Os vários Processos de Separação existentes, não só com a finalidade de purificar correntes mas também para produzir compostos, podem ser agrupados quanto ao processo de transferência predominante: transferência de quantidade de movimento, transferência de calor e transferência de massa. Nalguns, como a secagem, ocorre mais do que um processo de transferência em simultâneo. Operações que envolvem transferência de quantidade de movimento são, por exemplo, o escoamento de fluidos, o processo de mistura, a sedimentação, ou a filtração (WOLPERT, 2021). Como operações que envolvem transferência de calor pode-se referir a transferência de calor nos permutadores de calor, a evaporação, a destilação, a secagem. Como exemplo de operações que envolvem transferência de massa, refira-se a destilação, a secagem, a absorção, a extracção, a adsorção, os processos com membranas (WOLPERT, 2021). 1.8- OPERAÇÕES UNITÁRIAS Dentro do campo da transferência de massa, ocorrem operações unitárias e podemos destacar três, sendo elas: destilação, extracção, absorção. 1.8.1- DESTILAÇÃO A Destilação é uma Operação Unitária integrada no conjunto das Operações Baseadas na Transferência de Massa. O mecanismo subjacente a esta operação de separação é o do equilíbrio líquido/vapor. Ao fornecer calor a uma mistura líquida, se promovermos a sua vaporização parcial, obtemosduas fases, uma líquida e outra de vapor, que têm composições diferentes. A diferença de composição das duas fases resulta da diferença de volatilidades dos vários componentes da mistura líquida inicial. Quanto maior for essa diferença entre as volatilidades (isto é, quanto mais diferente da unidade forem as volatilidades relativas) maior será a diferença de composição entre a fase líquida e vapor e, como tal, mais fácil será a separação por destilação (JÚNIOR, 2021). As aplicações industriais do processo de destilação são várias, sendo a mais conhecida a da separação de misturas de hidrocarbonetos na indústria petroquímica em particular na refinação do petróleo (JÚNIOR, 2021). 1.8.2- EXTRACÇÃO A Extracção é uma Operação Unitária integrada no conjunto das Operações Baseadas na Transferência de Massa. Dentro deste conjunto de operações a Extracção é, à semelhança da Destilação, uma das operações que costuma ser projectada com base no conceito de Andar em Equilíbrio. De facto, o mecanismo subjacente à operação de Extracção baseia-se no Equilíbrio Líquido/Líquido. A remoção do componente da mistura que se pretende separar (soluto) é induzida pela adição de um novo composto ao sistema (solvente), o qual tem mais afinidade para o soluto do que o diluente onde este estava inicialmente dissolvido (alimentação). Por outro lado, o solvente adicionado deve ser tão imiscível quanto possível com o diluente da alimentação. É esta diferença de solubilidade que permite a separação, ou seja, que o soluto seja retirado à alimentação. Quanto maior a diferença de solubilidades, mais fácil é a separação. As correntes que deixam cada unidade do extractor supõem-se em equilíbrio (DANTAS, 2017). A mistura a separar por extracção pode ser sólida ou líquida. No primeiro caso falamos de Lexiviação (comum nas indústrias extractivas ou na produção de óleos vegetais), no segundo caso falamos de Extracção Líquido/Líquido. Hoje em dia fala-se também muito de Extracção Supercrítica, quando o processo de extracção é conduzido em condições extremas de pressão e temperatura (temperaturas extremamente negativas) o que permite usar como solventes substâncias que são gases à pressão e temperatura ambiente, como é o caso do CO2. Deste modo evita-se a utilização dos solventes orgânicos característicos dos processos extractivos, embora com custos económicos acrescidos, pelo que estes processos usam-se apenas na purificação de compostos de alto valor acrescentado. Nos processos de extracção mais comuns a operação decorre normalmente à pressão atmosférica e à temperatura ambiente (DANTAS, 2017). A extracção não é, normalmente, uma operação de primeira linha, optando-se geralmente por esta operação apenas quando a destilação não é uma opção viável (caso das misturas com compostos com volatilidades relativas próximas da unidade, com azeótropos ou com compostos sensíveis à temperatura) (DANTAS, 2017). De facto, a extracção, só por si, não resolve totalmente o problema da separação, sendo necessário, posteriormente, separar o soluto do novo solvente, o que se faz, normalmente, por destilação (a nova mistura é muito mais fácil de separar por destilação do que a alimentação inicial). Contudo, há muitas situações para as quais a solução extracção mais destilação é mais económica do que apenas a destilação da mistura inicial (DANTAS, 2017). Hoje em dia começam a impor-se também os processos híbridos como é o caso da Destilação Extractiva. Alguns exemplos de aplicação da operação de extracção: • Recuperação do ácido acético de efluentes aquosos; • Remoção do fenol na produção de policarbonato; • Produção de essências para o fabrico de perfumes ou aditivos alimentares; • Produção de piridina para fins farmacêuticos, etc. 1.8.3- ABSORÇÃO O coração de uma indústria Química é, em geral, o reactor onde a reacção entre vários componentes dá origem ao produto que se pretende comercializar. Ironicamente, os equipamentos maiores e mais caros são aqueles onde ocorrem os processos de separação e purificação deste produto. Os processos mais usados são a destilação e a absorção de gases, embora a utilização de membranas esteja actualmente em franca expansão. Por isso, a compreensão destes processos e o projecto destas colunas são fulcrais para um Engenheiro Químico (ABSORÇÃO..., 2022). 2- MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 - MATERIAIS • 3 copos transparentes (importante para a ação que vai ocorrer seja vista por fora); • Água em diferentes temperaturas (gelada e quente); • Uma tapa ou prato; • Uma colher; • Chá de qualquer tipo (de preferência escuro para a melhor visualização da fusão); optamos pelo Chá de hibisco. 2.2 - MÉTODO Para realizar o experimento vamos usar a água em 2 (duas) temperaturas diferentes: em temperatura gelada e quente. Em um copo será colocado aproximadamente 100ml de água quente, outro copo com água gelada e mais um com água quente, porém com tampa que permite a maior transferência de massa no recipiente. Em cada copo será adicionado 2 (duas) colheres de sopa do chá de hibisco. Depois disso é só observar a diluição do chá em diferentes temperaturas da água. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES O resultado apresentado nos mostra que o copo destampado onde estava a água quente criou uma maior transferência do produto utilizado (chá de hibisco) pelo contato com o oxigênio que potencializa uma transferência maior e mais rápida. O copo que estava tampado transferiu bastante do chá, porém como não tinha o fator do oxigênio não foi o mais diluiu e por último, o copo com água gelada foi o que menos transferiu o produto, visto que a água gelada não potencializa a diluição como a água quente. 4- DESENVOLVIMENTO Desde a pré-história, as plantas têm sido utilizadas como produtos terapêuticos. O chá é utilizado por infusão, que é a forma mais popular dos diferentes produtos de origem vegetal. Conhecido popularmente como vinagreira, rosela, caruru-azedo, azedinha, caruru-da-guiné, azedada-guiné, quiabo-azedo, quiabo-róseo, quiabo-roxo, rosela, rosélia, groselha, quiabo- deangola (Panizza, 1997). O hibisco (Hibiscus sabdariffa L.), pertencente à família Malvaceae, é originário da Índia, do Sudão e da Malásia. Este vegetal pode ser utilizado in natura ou industrializado. O mesmo apresenta funções fitoterápicas e culinárias e faz proveito das folhas, sementes, fibras e dos cálices das flores. Ele é atraído pelas indústrias de alimentos e farmacêuticas, pois servem como matéria-prima na elaboração de alimentos e como fonte natural de corantes. Além de ser muito utilizado no preparo de chás devido às suas propriedades antioxidantes, o hibisco também possui propriedades medicinais tais como: hepatoprotetor, anti-hipertensivo, antibacteriano, anticolesterol, anticâncer, afrodisíaco, adstringente, digestivo, diurético e estomacal (MUKHTAR, 2007). Em relação às suas características botânicas, sabe-se que o Hibiscus sabdariffa é um arbusto perene que pode atingir cerca de 2 a 3 metros de altura. A ramagem é avermelhada, ereta e ramificada desde a base enquanto que suas folhas são verde-escuras, alternas, estipuladas, de margens serrilhadas e profundamente lobadas em três a cinco divisões. As flores surgem no outono e inverno, e duram apenas um dia. Elas são solitárias, sésseis, branco amareladas, com um cálice robusto e carnoso na base, de cor vermelha intensa. O fruto é uma cápsula, de formato ovalado e cor vermelha, com três a quatro sementes pardas. A planta é adaptada ao clima quente, desenvolvendo-se bem em temperaturas superiores a 21°C e 35°C (MUKHTAR, 2007). As principais substâncias antioxidantes do hibisco são: polifenóis (agentes redutores que tem a capacidade de proteção contra doenças); flavonoides (substâncias responsáveis pela coloração de frutas e manutenção do organismo, ajudando a mantê-lo saudável); antocianinas (apresentampropriedades às quais são associadas sua ingestão a hábitos saudáveis de alimentação e constituem o grupo de pigmentos responsáveis por grande parte das cores em flores, frutas, folhas, caules e raízes de plantas); e vitamina C (protege o organismo contra a baixa imunidade, doenças cardiovasculares, doenças relacionadas à visão e até ao envelhecimento da pele). Quando associados a outros antioxidantes, do tipo sintético, apresentam efeitos toxicológicos. Muitas ocorrências do dia-a-dia envolvem transferência de massa, um exemplo é a Preparação de chá por infusão. Esse experimento consiste na infusão do chá, em três meios diferentes, sendo eles o meio frio, o quente, e o último um meio quente com uma tampa, permitindo um sistema fechado. Nesse experimento é possível observar um caso típico de transferência de massa e o quanto esse processo é influenciado pela temperatura. A transferência de massa consiste em estudar o quanto uma substância é capaz de se juntar a outra. E em relação ao chá de hibisco, a gente pode observar (Figura 1) que os copos 2 e 3 apresentaram uma mistura maior, isso significa que houve uma transferência de massa maior. A transferência de massa sempre ocorre de uma substância mais concentrada para uma substância mais diluída, é por isso que a gente vê o hibisco indo para a água do chá e não a água do chá indo para o hibisco. Mesmo a gente adicionando a mesma quantidade de hibisco, nos copos 1, 2 e 3 houve mais transferência de massa nos copos 2 e 3 (Figura 2), isso ocorreu devido a temperatura. A água quente favorece a transferência de massa do hibisco para a água do chá, levando com ela os nutrientes, aroma, sabor e cor. No copo 2 (meio quente aberto) ouve mais transferência de massa do que no copo 3 (meio quente com tampa), essa diferença de transferência de massa se dá por causa do oxigênio, o oxigênio reage com a água favorecendo a troca de massa, no caso do copo aberto. Por isso que o copo 2 apresenta um chá com coloração mais escura. Com esse experimento foi possível comprovar a transferência de massa e que ela ocorre de forma diferente em cada um dos três copos. Figura 1 – Preparação de chá de hibisco por infusão. Figura 2 – Chá de hibisco após 15 minutos da infusão 5 – CONCLUSÃO Neste trabalho foi abordado o assunto Transferência de Massa pelo qual é o processo de transporte onde existe a migração de uma ou mais espécies químicas em um dado meio, podendo esse ser sólido, líquido ou gasoso. O transporte das espécies químicas pode ser feito por dois mecanismos: difusão e/ou convecção, juntamente com a representação em forma de um experimento feito com o chá de hibisco para uma melhor e mais aprofundada compreensão sobre a operação de transferência de massa. Contudo, concluímos que, o processo de transferência de massa está inserido de maneira abrangente, em nosso cotidiano e de forma prática e simples absorvemos os conhecimentos disponibilizados em torno do tema. 6- REFERÊNCIAS ABSORÇÃO.[S.l.],2022.Disponívelem:http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_co ntent&task=view&id=35&Itemid=152. Acesso em: 11 mar. 2022. BONFIM, Cilene. Diferença entre convecção natural e forçada. [S. l.], 17 jun. 2021. Disponível em: https://mixmisturado.com/diferenca-entre-conveccao-natural-e-forcada/. Acesso em: 11 mar. 2022. CREMASCO, Marco. Fundamentos de Transferência de Massa. 3. ed. aum. São Paulo: Blucher, 2016. 460 p. ISBN 9788521209041. DANTAS, Graziela. APOSTILA DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS I. [S. l.], 2017. Disponível em:https://www.passeidireto.com/arquivo/25928446/apostila-de-operacoes-unitarias-i-valdir-pdf. Acesso em: 11 mar. 2022. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5733711/mod_resource/content/1/AULA%206%20%20- %20Parte%203.%20Transfer%C3%AAncia%20de%20Massa.pdf . Acesso em: 11 mar. 2022. JÚNIOR, André. Operações Unitárias: Transferência de calor e de Massa. [S. l.], 2021.Disponívelem:https://pt.scribd.com/document/498032178/AULA-02-FARMACIA- INDUSTRIAL-2021-1. Acesso em: 11 mar. 2022. Martins ER, Castro DM, Castellano DC, Dias JE. Plantas medicinais. Viçosa (MG): Universidade Federal de Viçosa; 1994. MELLADO, Emmanuel. Modelo de Transferência de Calor e Massa na Secagem de Madeira Serrada de Pinus [S. l.], p. 1 - 169, 7 mar. 2007. Disponível em: http://www.floresta.ufpr.br/pos- graduacao/defesas/pdf_dr/2007/t226_0252-D.pdf. Acesso em: 11 mar. 2022. MUKHTAR, M.A. The effect of feeding rosella (Hibiscus sabdariffa) seed on broiler chicks performance. Research Journal Animal and Veterinary Science, v.2, p.21-23, 2007. Disponível em: <http://www.insipub.com/rjavs/2007/21-23.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2022. Panizza S. Plantas que curam: cheiro de mato. 2. ed. São Paulo (SP): IBRASA; 1997. PIRES, Juliana. "Difusão molecular"; Brasil Escola. 2021. Disponível em:https://www.infoescola.com/biologia/difusao-molecular/. Acesso em 11 de março de 2022. ROCHA, Tassiana. Transferência de Massa. [S. l.], 2015. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/6521910/transferencia-massa. Acesso em: 11 mar. 2022. SANTO, CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DIFUSÃO MÁSSICA–EXPERIÊNCIA DE STEFAN. 2010. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. SANTOS, Felipe. Fenômenos de Transporte: Transferência de massa. [S. l.], 2022. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17297/material/Introdução%20a %20transferencia%20de%20Massa%20ENG%204281_A02_2018.2.pdf. Acesso em: 11 mar. 2022. SILVA JUNIOR, Ivanildo José da. Notas de Aula- Transferência de Massa. 2018. Disponível em: <http://www.ativaeq.ufc.br/2018/05/notas-de-aula-transferencia-de-massa/>. Acesso em: 11 mar. 2022. http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_co http://www.passeidireto.com/arquivo/25928446/apostila-de-operacoes-unitarias-i-valdir-pdf http://www.floresta.ufpr.br/pos- http://www.insipub.com/rjavs/2007/21-23.pdf http://www.insipub.com/rjavs/2007/21-23.pdf http://www.infoescola.com/biologia/difusao-molecular/ http://www.passeidireto.com/arquivo/6521910/transferencia-massa http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17297/material/Introdução%20a http://www.ativaeq.ufc.br/2018/05/notas-de-aula-transferencia-de-massa/ http://www.ativaeq.ufc.br/2018/05/notas-de-aula-transferencia-de-massa/ TAGLIAFERRO, Geronimo. TRANSFERÊNCIA DE MASSA. Escola de Engenharia de Lorena, São Paulo, p. 1-46, 3 mar. 2021. TAGLIAFERRO, Gerônimo. Transferência de Massa. In: Transferência de massa. [S. l.], 11 mar. 2022. Disponível em: https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840921/LOQ4077/9%20- %20Aula%209%20-%20FFT.pdf. Acesso em: 11 mar. 2022. WOLPERT, Alinny; FONSECA, Angela. PROCESSOS DE PROPAGAÇÃO E TRANSMISSÃO DE CALOR E MASSA. Fenômenos Dos Transportes. 2021, p. 2-23, 22 fev. 2021.