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AULA 2 – DIREITO DO TRABALHO TEMA: Contrato de trabalho PROFESSORA MONITORA: Renata Japiassu (@re.japiassu) Oi, pessoal, tudo bem? Vamos focar nos estudos de Direito do Trabalho com essa matéria que é de altíssima incidência. Estudem com calma e leiam os artigos! Bons estudos! 1. CONTRATO DE TRABALHO De início, entende-se que o contrato de trabalho é um acordo de vontades, podendo ser expresso ou tácito, verbal ou escrito, através do qual uma pessoa física (empregado) coloca seus serviços à disposição de um empregador. Para que esse contrato seja válido, existem três elementos essenciais que devem ser analisados: Agente capaz: trata-se da idade do empregado. A capacidade plena, via de regra, acontece aos 18 anos de idade. Todavia, o art. 403 da CLT entende que é proibido o trabalho dos menores de 16 anos de idade, exceto nos contratos de aprendizagem. Forma prescrita ou não proibida em lei: o contrato de trabalho é consensual, não exigindo-se forma especial, com exceção dos contratos envolvendo atletas de futebol, empregado intermitente e trabalhador temporário (todos esses precisam ter contratos por escrito). Objeto lícito: a função exercida pelo empregado não poderá constituir atividade ilícita ou contrária à moral e aos bons costumes. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br 2. NULIDADES Muito cuidado nesse tópico: não confundam trabalho ilícito com trabalho proibido. Vamos diferenciar as duas. No trabalho ilícito, a função exercida pelo empregado configura crime ou contravenção penal, como, por exemplo, o trabalho de apontador do jogo do bicho (OJ nº 199 da SBDI-1 do TST). Nesses casos, o contrato não gera efeitos ou direito a verbas trabalhistas (nulidade ex tunc), além de que o empregado não pode alegar o desconhecimento da vedação legal. Por outro lado, o trabalho proibido, apesar de ser vedado pela lei, não configura crime, apenas irregularidade. Quanto aos efeitos, dividem-se em duas categorias: se violar interesse do trabalhador, possui nulidade ex nunc e cessa imediatamente o contrário (por exemplo, o trabalho noturno do menor de 18 anos); se violar interesse público, é devido remuneração pelas horas trabalhadas e FGTS, consoante a súmula 363 do TST (por exemplo, nos casos de contratação sem prévio concurso). 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PRAZO A regra, por força do princípio da continuidade, é que os contratos de trabalho possuam prazo indeterminado, ou seja sem previsão de término. No entanto, algumas exceções são permitidas, consoante o art. 443 da CLT, que prevê os contratos de trabalho por prazo determinado. As hipóteses em que são cabíveis são: serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminação do prazo, atividades empresariais transitórias, contratos de experiência e previsões legais. Quanto ao prazo limite, segundo o art. 445 da CLT, será de 2 anos, prorrogáveis uma vez, para os serviços de natureza transitória e para as atividades empresariais transitórias; e de 90 dias, com uma única prorrogação, para os contratos de experiência (art. 445, parágrafo único da CLT). Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Importante estudar a indenização pelo término desses contratos antes do prazo pré-estipulado. Leitura obrigatória dos artigos 479 e 480 da CLT. Caso o empregador despeça o empregado sem justa causa, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato. Por outro viés, caso o empregado tome a iniciativa de rescindir o contrato antes do termo final, deverá indenizar o empregador pelos prejuízos causados pelo pedido de demissão. Destaque para a cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão (art. 481 da CLT), que permite que qualquer uma das partes rescinda o contrato antes do prazo final fixado, sem necessidade de indenizar a outra parte, seguindo as regras da rescisão normal do contrato por prazo indeterminado. 4. CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE Introduzido com a Reforma Trabalhista, que alterou a redação do art. 443 da CLT, incluindo-o no §3º. Nesse sentido, o contrato de trabalho intermitente é aquele no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ou seja, alterna-se os períodos de prestação de serviços, exceto para os aeronautas, que são regidos por legislação própria. Sua regulamentação está presente no art. 452-A da CLT, e há a necessidade de que o contrato seja por escrito e anotado na CTPS, bem como o valor hora ou dia seja igual ao valor do salário mínimo por hora ou equivalente aos salários dos demais empregados. A convocação se dará por meio idôneo, com antecedência mínima de três dias, sendo que o empregado tem um dia útil para responder, e a recusa não afasta a subordinação. No caso de descumprimento, será devida multa de 50% da prestação do serviço. Quanto às parcelas remuneratórias, deverão essas ser pagas no término da prestação do serviço, à exceção do saque do FGTS. Por fim, as Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br férias serão gozadas a cada doze meses, tendo o empregado direito a um mês de descanso, no qual não poderá ser acionado. 5. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO A suspensão ocorre quando há a paralisação temporária dos serviços, e nessa situação o empregado não recebe salário, bem como não há contagem de tempo de serviço. Por exemplo, cita-se períodos de greve (exceto nos caso de negociação coletiva), afastamento por acidente de trabalho ou por doença a partir do 16º dia, aposentadoria por invalidez, falta injustificada, suspensão disciplinar, entre outros. Atenção! De acordo com a Súmula 440 do TST, assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho e virtude de auxílio doença acidentário de aposentadoria por invalidez. Por outro lado, na interrupção a empresa continua pagando salário para o empregado durante a paralisação temporária do serviço, além de que o tempo de trabalho em questão conta como tempo de serviço. Por exemplo, cita-se as férias, afastamento por acidente de trabalho ou afastamento por doença até o 15º dia, casamento, convocação eleitoral, licença maternidade e paternidade (leitura obrigatória do art. 473 da CLT, que são as hipóteses de faltas justificadas). Os efeitos da interrupção e da suspensão consistem em: garantia de retorno do empregado ao cargo anteriormente ocupado, por força do art. 471 da CLT; garantia da percepção de todas as vantagens que, na ausência do empregado, tenham sido atribuídas à categoria; e, por fim, o empregador não pode dispensar o empregado, exceto em se tratando de dispensa por justa causa, ou ainda a dispensa durante a suspensão para capacitação técnica, com pagamento de multa. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br 6. ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Via de regra, o art. 468 da CLT prevê que “nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo de consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia”. No mesmo sentido, o art. 444 da CLT possibilita a livre estipulação das partes no contrato, desde que não seja prejudicial ao empregado, preservando as disposições de proteção. Ou seja, trata-se do princípio da intangibilidade contratual lesiva, que não admite alteração do contrato se essa gerar prejuízos ao empregado. Extrai-se dos artigos, portanto, que os requisitos para alteração válida do contrato de trabalho são o consentimento do empregado e a ausência de prejuízo a esse. Vamos estudar alguns detalhes dessasalterações. 6.1 ALTERAÇÃO DE FUNÇÃO Rebaixamento: ocorre quando há a alteração da função exercida pelo empregado, para outra de menor importância. É vedado, salvo no caso de reversão. Reversão: tema de grande importância nas questões da OAB. É o retorno do empregado com cargo de confiança às funções que exercia anteriormente à promoção, permitida por expressa disposição legal (art. 468, §1º da CLT). De acordo com o art. 468, 2º da CLT, incluso com a Reforma Trabalhista, essa alteração não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, independentemente do tempo do exercício da respectiva função. Aproveitamento: ocorre quando o empregado tem sua função alterada por força da extinção do cargo por ele ocupado. É permitida, pois é mais benéfica ao empregado, que perderia o emprego em outra situação. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Readaptação: alteração da função por recomendação do INSS, aplicada ao empregado que foi afastado por perda da capacidade laboral. É permitida, todavia é vedada a redução salarial. 6.2 ALTERAÇÃO DA DURAÇÃO DO TRABALHO Horário de trabalho: pequenas alterações pontuais no horário de trabalho são permitidas, desde que se insiram no âmbito do jus variandi ordinário (não causam prejuízo ao empregado). Turno de trabalho: a alteração aqui é lícita, salvo se do diurno para o noturno, ou ainda quando a alteração for prejudicial ao empregado. Jornada de trabalho: a redução será lícita, se mais benéfica ao empregado. Todavia, a dilação da duração normal do trabalho é ilícita, uma vez que é prejudicial ao empregado. 6.3 ALTERAÇÃO DE SALÁRIO Aumentos sempre são bem vindos, agora a redução salarial só será possível se acompanhada da redução da jornada de trabalho. Além disso, precisará contar com previsão em norma coletiva, solicitação expressa do empregado, ou interesse no regime de tempo parcial. 7. TRANSFERÊNCIA Leitura obrigatória do art. 469 da CLT, que em seu caput, veda a transferência unilateral do empregado. Todavia, os parágrafos do artigo elencam as exceções à essa regra, quais sejam: Empregados que exercem cargo de confiança, desde que haja necessidade do serviço; Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Empregados cuja natureza do serviço pressuponha a transferência, desde que haja necessidade do serviço; Extinção do estabelecimento; Sempre que exista real necessidade do serviço. Atenção à importância da comprovação da real necessidade do serviço em outra localidade, pois a Súmula 43 do TST prevê que se presume abusiva a transferência sem comprovação dessa. Outrossim, os empregados com garantia de emprego, eleitos para cargo de administração sindical ou representação profissional, não poderão ser transferidos (art. 543 da CLT). Quanto ao adicional de transferência, primeiramente, destaca-se que as despesas referentes à transferência ficarão por conta do empregador, consoante o art. 470 da CLT. Além disso, segundo a OJ n. 113 da SD1 do TST, sempre que a transferência for provisória, será devido adicional no valor de 25% do salário, independentemente da situação em que ocorrer. Atenção! Os acordos ou convenções coletivas poderão prever adicional superior a título de adicional de transferência. --- Espero que tenham gostado! Estou disponível para dúvidas e sugestões, tanto no meu Instagram, quanto no meu e-mail. Leiam os artigos e resolvam os exercícios, com o tempo vocês vão se sentir confiantes na matéria, prontos para gabaritar a prova da OAB! Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Caso prefiram, meu e-mail é rejapiassu@hotmail.com. Bons estudos! Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
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