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Direito coletivo do trabalho e estabilidade Direito do Trabalho Renata Japiassu @re.japiassu Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Direito coletivo do trabalho A CLT prevê a valorização dos instrumentos coletivos de trabalho, com uma verdadeira prevalência do negociado sobre o legislado (art. 611-A da CLT). Liberdade sindical ou livre associação: ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado. Sem interferência estatal. Art. 5º, V e XVII da CF/88. Unidade sindical: só pode um sindicato por base territorial, sendo que tal base não pode ser inferior a um município. Autorregulamentação: é direito dos trabalhadores urbanos e rurais o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. O sindicato precisa participar das negociações (art. 7º, XXVI e art. 8º, VI da CF/88). 1 2 3 Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Organização sindical O sindicato é uma pessoa jurídica de direito privado que representa trabalhadores e empregadores, e busca defender seus interesses (art. 511 da CLT). Funções do sindicato: representativa, negocial e assistencial. Etapas para a fundação de um sindicato no Brasil: constituição de PJ e registro no órgão competente (Ministério do Trabalho). Leitura importante dos artigos 513 e 514 da CLT, que elencam o rol de direitos e deveres dos sindicatos. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Fontes de custeio Alterações com a Reforma Trabalhista de 2017. Existem quatro fontes de custeio sindical. Contribuição sindical: recolhimento facultativo, mediante prévia e expressa autorização do empregado, empregador e profissional liberal (arts. 578 e 579 da CLT). Contribuição confederativa: custeia o sistema confederativo e só é devida pelos trabalhadores sindicalizados. Contribuição assistencial: custeia as atividades assistenciais do sindicato e compensa os custos da participação nas negociações coletivas. Mensalidade sindical: visa a manutenção das atividades recreativas e assistenciais do sindicato. 1 2 4 3 Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Negociação coletiva ● Sindicato da categoria profissional (trabalhadores) e uma ou mais empresas. ● Aplicável no âmbito da empresa ou empresas acordantes. ● Independe de filiação ao sindicato ● Art. 611-A, §1º da CLT. ● Sindicato da categoria profissional (trabalhadores) e da categoria econômica (empregadores). ● Alcance para todo o âmbito das respectivas representações. ● Mais abrangente. ● Art. 611-A , caput da CLT. Acordo Convenção Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Negociação coletiva Ponto em comum: ambos fixam condições de trabalho aplicadas aos contratos individuais (efeito erga omnes). Diferença entre acordo e convenção: a convenção é mais abrangente, pois envolve sindicatos de ambas as categorias. Leitura importante: direitos que podem ser negociados (art. 611-A da CLT – rol exemplificativo), e direitos que jamais poderão ser suprimidos (Art. 611-B da CLT – rol taxativo). Prazo: dois anos, sendo vedada a ultratividade (norma coletiva não pode gerar efeitos após o seu termo), consoante o art. 614, §3º da CLT. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Como cai na OAB OAB XXVII. Em determinada localidade, existe a seguinte situação: a convenção coletiva da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de adicional de 70% sobre as horas extras realizadas de segunda-feira a sábado. Ocorre que a sociedade empresária Beta havia assinado um acordo coletivo para o mesmo período, porém alguns dias antes, prevendo o pagamento dessas horas extras com adicional de 60%. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o adicional que deverá prevalecer. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br a. Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empregados. b. Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Constituição Federal. c. Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em ambas as normas coletivas, ou seja, 65%. d. Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre a convenção. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br a. Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empregados. b. Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Constituição Federal. c. Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em ambas as normas coletivas, ou seja, 65%. d. Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre a convenção. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Direito de greve A greve é um direito individual, com exercício coletivo. A natureza jurídica, portanto, será de suspensão do contrato, consoante o art. 7º da Lei de Greve, salvo acordo em sentido contrário. Não existe um rol dos direitos a serem defendidos, a atribuição é dos trabalhadores, sendo definida caso a caso. Art. 2º da Lei 7.783/89: para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Greve abusiva A greve será abusiva se não observar as normas contidas na Lei de Greve. Greve sem tentativa prévia de negociação: as partes precisam realizar tentativa prévia de negociação para pôr fim ao conflito. Greve só em último caso (OJ nº 11 da SDC/TST). Greve que não atenda as necessidades básicas da população: greve que envolva serviço ou atividade essencial (saúde, segurança e sobrevivência) precisa atender os serviços inadiáveis à população. Limite estipulado caso a caso (OJ nº 38 da SDC/TST). Manutenção da greve após celebração de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa: art. 14 da Lei de Greve. 1 2 3 Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade Vamos começar os estudos pela figura do dirigente sindical (art. 8º, VIII da CF e art. 543, §3º da CLT). Período: desde a candidatura até um ano após o fim do mandato, que é de 3 anos (art. 515, ‘b’ da CLT). O suplente também terá direito à estabilidade! Comunicação: entidade sindical comunica a empresa em 24 horas. Todavia, caso não ocorra, o empregado ainda terá estabilidade, desde que a ciência do empregador ocorra na vigência do contrato de trabalho (Súmula 369 do TST). Candidatura durante o aviso prévio NÃO assegura a estabilidade, e nem no contrato por prazo determinado. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade Vamos aos membros da CIPA (art. 10, II, ‘a’ do ADCT e art. 165 da CLT). Período: desde a candidatura até um ano após o fim do mandato. Cuidado! O art. 10, II, ‘a’ do ADCT não prevê estabilidade ao suplente, porém o TST já ampliou a garantia de emprego aos suplentes! A CIPA possui membros eleitos pelos trabalhadores e membros indicados pela empresa. Os membros indicados pela empresa NÃO possuem garantia de emprego. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade E quanto ao empregado que sofreu acidente de trabalho (art. 118 da Lei 8.213/91)? Período: doze meses após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio acidente. Requisitos: ser afastado por prazo superior a 15 dias, e passar a perceber auxílio-doença acidentário (Súmula 378 do TST). Auxílio-doença acidentário (incapacidade temporária) é diferente de auxílio- acidente (incapacidade permanente, sequelas). Acidente de trajeto é equiparado ao acidente de trabalho (art. 21, IV, ‘c’ da Lei). Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Como cai na OAB OAB XXXIII. Jorge e Manoel integram a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes(CIPA) da empresa na qual trabalham. Jorge é representante do empregador e Manoel, representante dos empregados. Durante a vigência dos seus mandatos, ambos foram dispensados, sem justa causa, na mesma semana, recebendo aviso prévio indenizado. Considerando a situação de fato e a previsão da CLT, assinale a afirmativa correta. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br a. Não há empecilho à dispensa de Jorge, mas Manoel tem garantia no emprego e não poderia ser desligado sem justa causa. b. Ambos os empregados podem ser dispensados, porque o empregador concedeu aviso prévio indenizado. c. Jorge, por ser representante do empregador junto à CIPA e dele ter confiança, não poderá ser dispensado, exceto por justa causa. d. Nenhum empregado integrante da CIPA pode ser dispensado sem justa causa durante o mandato e até 1 ano após. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br a. Não há empecilho à dispensa de Jorge, mas Manoel tem garantia no emprego e não poderia ser desligado sem justa causa. b. Ambos os empregados podem ser dispensados, porque o empregador concedeu aviso prévio indenizado. c. Jorge, por ser representante do empregador junto à CIPA e dele ter confiança, não poderá ser dispensado, exceto por justa causa. d. Nenhum empregado integrante da CIPA pode ser dispensado sem justa causa durante o mandato e até 1 ano após. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade: gestante Cuidado, esse assunto é controverso dentro da doutrina e da jurisprudência! Período: desde a confirmação da gravidez até 5 meses depois do parto (art. 10, II, ‘b’, do ADCT). Empregadas domésticas também possuem esse direito (art. 25, PU da LC 150). Confirmação do estado de gravidez no curso do aviso prévio garante à empregada estabilidade provisória! Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade: gestante A Súmula nº 244 do TST foi superada? Até 04/08/2020 entendia-se que a empregada gestante possuía direito à estabilidade provisória em contratos por prazo determinado. A 4º Turma TST decidiu, em sede de Recurso de Revista, que o Tema 497 do TST tem efeito erga omnes! Esse tema estabelece como pressupostos da estabilidade: anterioridade do fator biológico da gravidez e a dispensa sem justa causa. Só se protege a empregada contra a demissão por ato IMOTIVADO do empregador (pode acabar o contrato por outras razões). Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Estabilidade Empregado da Comissão de Conciliação Prévia: apenas os representantes dos empregados possuem estabilidade. Titulares e suplentes. Prazo: desde a eleição até 1 ano após o mandato. Empregados diretores de cooperativas: apenas os diretores das cooperativa criada pelos próprios empregados. Suplentes não (OJ 253 da SDI-1 do TST). Prazo: desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato. Membros da comissão de representantes dos empregados: nas empresas com mais de 200 empregados. Prazo: desde o registro da candidatura até 1 ano após o fim do mandato. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Como cai na OAB OAB XXIX. Em uma grande empresa que atua na prestação de serviços de telemarketing e possui 250 funcionários, trabalham as empregadas listadas a seguir: Alice, que foi contratada a título de experiência, e, um pouco antes do término do seu contrato, engravidou; Sofia, que foi contratada a título temporário, e, pouco antes do termo final de seu contrato, sofreu um acidente do trabalho; Larissa, que foi indicada pelo empregador para compor a CIPA da empresa; Maria Eduarda, que foi eleita para a comissão de representantes dos empregados, na forma da CLT alterada pela Lei nº 13.467/17 (reforma trabalhista). Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br GABARITO: Alice: NÃO Sofia: ??? Larissa: NÃO M. Eduarda: SIM Alice Contrato de experiência é contrato por prazo determinado. Com o novo entendimento da 4º Turma do TST, ela não tem mais estabilidade. Larissa Só os membros eleitos da CIPA possuem estabilidade. Os empregados que forem indicados pelo EMPREGADOR não possuem estabilidade! Sofia Súmula 378 do TST. Questão mal formulada! Não basta somente o acidente de trabalho, precisa ter afastamento por 15 dias e percepção de auxílio-doença acidentário! Maria Eduarda Leitura do art. 510-D, §3º da CLT. Empresas que possuem mais de 200 empregados. Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br Renata Japiassu @re.japiassu Bons estudos! Licensed to Thamires Pamela Macedo Moura - pamela.thamires@yahoo.com.br
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