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DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 1 – PEÇAS PROCESSUAIS PROFª FLAVIA BAHIA NOÇÕES SOBRE O PROCESSO 1. PROCESSO X PROCEDIMENTO O processo é o meio utilizado para solucionar os litígios. O Direito Processual Civil prevê duas espécies de processo: o de conhecimento (ou de cognição) e o de execução. No Processo de conhecimento as partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos jurídicos, para que ele possa substituir, por um ato seu, a vontade de uma das partes. O Processo de execução está regulamentado no Livro II do CPC, a partir do seu art. 771. É o meio pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta por lei ou por uma decisão judicial. Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pretensão jurisdicional, o procedimento é o modo e a forma como os atos do processo se movimentam. Procedimento, segundo alguns autores, é expressão sinônima a rito. 2. O PROCEDIMENTO COMUM NO PROCESSO DE CONHECIMENTO O processo de conhecimento é o mais importante na segunda fase de Direito Constitucional, de acordo com o conteúdo programático apresentado pela banca. Nele, encontramos o procedimento comum, regulamentado no Título I do Livro I do CPC (art. 318 e seguintes). De acordo com o art. 318 do CPC: “Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.” 3. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS TÍTULO III DO LIVRO I DO CPC – Ex.: DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS, DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS... 4. ESTRUTURA JURISDICIONAL __________________STF___________________ STJ TST TSE STM TJ´S - TRF´S TRT´S TRE´S TM´S Juiz de Juiz Juiz Juiz Juiz Direito Federal do trabalho eleitoral militar 5. ELEMENTOS DA AÇÃO • Legitimidade das Partes; • Interesse Processual. 7. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA A Administração Pública é dividida em administração direta e indireta. A administração direta é composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes da federação: União, estados, Distrito Federal e municípios. Todos são pessoas jurídicas de direito público interno. A administração indireta é o conjunto de órgãos que prestam serviços públicos e estão vinculados a uma entidade da administração direta, mas possuem personalidade jurídica própria, isto é, têm CNPJ próprio. Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Autarquias: instituídas por lei, têm autonomia administrativa e financeira, mas estão sujeitas ao controle do Estado. São entidades de direito público e sua atividade fim é de interesse público. Exemplos: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Fundações públicas: são criadas por lei e podem ser entidade de direito público ou privado. Sua atividade fim deve ser de interesse público e essas organizações não podem ter fins lucrativos. Exemplos: Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Empresas públicas: são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legal e administradas pelo poder público. O capital das empresas públicas é exclusivamente público. Essas empresas prestam serviço de interesse coletivo e exercem atividades econômicas. Exemplos: Correios, Caixa Econômica Federal, BNDES. Sociedades de economia mista: pessoas jurídicas de direito privado, criadas sob a forma de sociedade anônima e compostas por capital público e privado. A maior parte das ações dessas empresas são do Estado. Assim como as empresas públicas, prestam serviços públicos e exercem atividades econômicas. Exemplos: Banco do Brasil, Eletrobrás e Petrobrás. I- PETIÇÃO INICIAL (elementos gerais – procedimento comum) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Na forma do art. 319, do CPC, são requisitos da petição inicial: 1. O juízo a quem é dirigida (endereçamento); 2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (qualificação das partes); 3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir); 4. O pedido com as suas especificações (pedido); 5. O valor da causa; 6. As provas com que o Autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados (requerimento de provas); 7. A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇAO INICIAL O juízo a quem é dirigida (endereçamento) Qual é a justiça competente? Especializada ou Comum? A competência para julgamento é de Tribunal ou de juiz monocrático? Se não for competente a Justiça Especializada, a competência será da Justiça Comum (estadual ou federal) Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem partes... A justiça comum estadual é residual! A Justiça Federal de 1ª instância é dividida em Seções Judiciárias, de acordo com os Estados da Federação e Distrito Federal, por exemplo: Seção Judiciária do Paraná, de Santa Catarina, do Rio de Janeiro. Assim dispõe o artigo 110, da CRFB/88: “Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei”. A Justiça estadual é dividida em Comarcas e Varas. Comarca – divisão territorial, pode representar a área de um Município ou de vários Municípios. Varas – Divisão especializada das Comarcas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser dividida em: Criminais, Fazenda Pública, Cíveis... EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... AO JUÍZO DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... 2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu – Acrescentamos também nacionalidade e RG. EXEMPLOS Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., portador do RG n°... e do CPF n° ... , endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP... )... em face de... Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com sede..., por seu advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com escritório ..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP...)... em face de... 3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa depedir) A causa de pedir inclui os Fatos e os Fundamentos Jurídicos do Pedido ESTRUTURA BÁSICA PARA A FUNDAMENTAÇÃO DA PEÇA: BASE CONSTITUCIONAL BASE INFRACONSTITUCIONAL DIREITO MATERIAL ENVOLVIDO ASPECTOS PROCESSUAIS DA PEÇA: COMPETÊNCIA, CARACTERÍSTICAS, LEGITIMIDADE ATIVA, LEGITIMIDADE PASSIVA, NATUREZA JURÍDICA... 4. O pedido com as suas especificações (pedido padrão) Em face do Exposto, requer a V.Exa: a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 239, caput, do CPC – o requerimento para a citação do réu ou do interessado); b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, do CPC – o pedido, com as suas especificações); c) A condenação do réu no ônus da sucumbência (art. 85, caput, do CPC); d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados); e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, do CPC – A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação). 5. O valor da causa Art. 291 do CPC: “A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.” Art. 319. A petição inicial indicará: (...) V - o valor da causa; Na OAB – 2010.2 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL MS - Valor da causa: pode ser R$ 1.000,00 para efeitos fiscais - 0,5 Na OAB – 2010.3 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL Habeas Data - Valor da causa - R$ 1.000,00, para efeitos procedimentais – 0,5 NÃO USAMOS MAIS R$ 1.000,00 Na Ação Popular, nas Ações de procedimento comum e na Ação Civil Pública – indicar normalmente o valor do contrato, do dano... Nos últimos exames: XXI (ACP) - De acordo com o Art. 291 do CPC/15 (0,10) XXII (MIC): De acordo com o Art. 319 do CPC/15. (0,10) XXIII (MS): Valor da causa (0,10). XXIV (MSC): Valor da causa (0,10). XXV (AP): Dá-se à causa o valor de ... (0,10) XXVI (ADI): Sem menção ao valor da causa. XXVII (ADI): Sem menção ao valor da causa. XXVIII (AP): Valor da causa (0,10). XXIX (MS): Valor da causa (0,10). XXX (ROC): Recurso não tem valor da causa. XXXI (AP): Valor da causa (0,10). XXXII (RCL): Dá-se a causa o valor de ... (0,10). XXXIII (ADC): não houve menção ao valor da causa. XXXIV (MS): Valor da causa (0,10). GRATUIDADE DE JUSTIÇA Somente quando o enunciado da questão indicar que há hipossuficiência! Colocar antes dos Fatos. Ex: “Com base nos arts. 98 e/ou 99, do CPC o Autor requer a V. Exª. a concessão do benefício da gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.” TUTELA DE URGÊNCIA A tutela de urgência (art. 300 e seguintes do CPC) é gênero que compreende duas espécies: tutela antecipada e tutela cautelar, que exigem urgência na concessão do Direito e reclamam o preenchimento dos mesmos requisitos: a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Em se tratando de medida cautelar, podemos substituir por: fumus boni iuris e periculum in mora HABEAS DATA Art. 5º LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; Lei 9507/97 Art. 7º Conceder-se-á habeas data: I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11323480/art-7-lei-do-habeas-data-lei-9507-97 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11323438/art-7-inc-i-lei-do-habeas-data-lei-9507-97 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11323403/art-7-inc-ii-lei-do-habeas-data-lei-9507-97 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11323373/art-7-inc-iii-lei-do-habeas-data-lei-9507-97 1. Histórico no Direito Comparado e Brasileiro A criação do habeas data pelo constituinte de 1988 tem estreita relação com os “anos de chumbo” vivenciados pelos brasileiros na época da ditadura militar. Como é fato notório, autoridades faziam uso da prática repugnável de colher informações sobre a vida das pessoas que se insurgiam contra o regime, numa completa violação ao direito fundamental à intimidade. A influência do direito comparado sobre a criação do instituto é normalmente associada ao Freedom of Information Act americano de 1974, ainda que a ação também tenha previsão na Constituição de Portugal de 1976 e na Constituição da Espanha de 1978. 2. Noções conceituais e natureza jurídica. É uma ação constitucional e também de natureza cível, de procedimento especial (art. 19, Lei 9507/97), dirigida ao conhecimento ou retificação, como também, anotação, contestação ou explicação de dados pessoais constantes de bancos de dados ou, assentamentos de entidades governamentais ou de caráter público. É gratuita para todas as pessoas, na forma do art. 5º, LXXVII, da CRFB/88 e ainda recebe tratamento infraconstitucional pela Lei nº 9.507/97. O habeas data não tem por finalidade permitir acesso a informações públicas – papel do mandado de segurança – mas sim, a dados pessoais (nome, filiação, saúde, escolaridade, trabalho etc.), sobre a pessoa do Impetrante, desde que não estejam protegidas pelo sigilo, em respeito ao disposto na parte final do art. 5º, XXXIII, da CRFB/88. Segundo José Afonso da Silva, o habeas data: “É um remédio constitucional que tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária e sindical, orientação sexual, etc.); conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei”. Banco de dados é “conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou físico”. 3. Base Legal: art. 5º, LXXII e Lei 9507/97 4. Finalidade – Dados Pessoais? Conhecer Ou Retificar Ou Complementar EXEMPLOS DE DADOS PESSOAIS: Nome; Características pessoais; Qualificação pessoal; Escolaridade; Trabalho; Saúde; Dados genéticos etc. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇAO INICIAL Slide 20 Slide 21 Slide 22 EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO Slide 24 Slide 25 EXEMPLOS Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 TUTELA DE URGÊNCIA Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 44 Slide 47 Slide 48 Slide 49
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