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DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA POLÍTICA CRIMINAL

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27/09/2022 20:23 wlldd_221_u1_pol_cri_pro_cri
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Durante os estudos, vamos conhecer um pouco acerca do tema Política Criminal. Tal assunto é
de suma importância, posto que permitirá uma análise aprofundada da efetiva evolução do direito penal ao
longo do tempo. Em um primeiro momento, vamos nos aprofundar nos conceitos e no desenvolvimento
histórico da política criminal, compreendendo, desta forma, sua evolução ao longo da chamada “era clássica” e
“era contemporânea”, traçando ainda sua estrita relação com a escola positiva e o surgimento da fase cientí�ca
da criminologia. Por meio do presente estudo será possível o entendimento e a aplicação dos principais
conceitos relativos à política criminal e à criminologia em si.
CONCEITO E OBJETO DA POLÍTICA CRIMINAL
Conceito e objeto da política criminal
Antes de nos aprofundarmos no tema proposto, por primeiro, é de relevante importância o estudo dos
conceitos e objetos da política criminal, posto que, somente por meio destes será possível a compreensão
fundamental do fenômeno jurídico.
A �m de possibilitar o entendimento do tema, vamos conceituar a política criminal de duas formas: em sentido
estrito e em sentido amplo. Em sentido estrito a política criminal pode ser de�nida como um determinado
conjunto de princípios e normas, por meio do qual o Estado providência a prevenção e repressão da
criminalidade e das infrações penais.
Em sentido amplo, ou seja, em um panorama geral, a política criminal deve ser considerada como os
mecanismos utilizados para a efetiva execução das penas (política de execução penal) e aplicação das medidas
de segurança com vistas ao atendimento do interesse social e ressocialização do criminoso (política
penitenciária).
Figura 1 | Política criminal
Aula 1
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA POLÍTICA CRIMINAL
Vamos nos aprofundar nos conceitos e no desenvolvimento histórico da política criminal,
compreendendo, desta forma, sua evolução ao longo da chamada “era clássica” e “era
contemporânea”, traçando ainda sua estrita relação com a escola positiva e o surgimento da fase
cientí�ca da criminologia.
47 minutos
27/09/2022 20:23 wlldd_221_u1_pol_cri_pro_cri
https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=POLÍTICA+CRIMINAL+E+PROCESSOS+D… 2/34
A respeito do tema, Fernanda Lara de Carvalho (2016) aponta que a política criminal, embora não tenha status
de ciência, é responsável pela efetivação das descobertas realizadas pela criminologia, ou seja, cabe à política
criminal colocar em prática, por meio de políticas públicas, os mecanismos para controle da criminalidade de
acordo com o per�l da cidade ou de regiões da cidade, por exemplo.
 Atenção!
É importante ressaltar que o objeto da política criminal não se limita a uma simples análise da
problemática relativa à repressão de crimes, mas sim, de todo um conjunto de técnicas por meio das quais
a própria sociedade e seus governantes estruturam as reações à criminalidade urbana, assim, se pode
concluir que a repressão, enquanto ramo do direito, não é em hipótese alguma o único instrumento da
política criminal e sequer o mais recomendado. Existem diversas medidas de caráter estritamente político
que podem ser empregadas visando a atenuação da criminalidade, incluindo investimentos em programas
educacionais de sociais focados na diminuição da desigualdade social.
O autor Paulo Henrique de Godoy Sumariva (2019) ao tratar de política criminal sob o enfoque da criminologia,
é enfático ao de�nir que esta se orienta em:
Prevenção especial e direta dos crimes socialmente relevantes.
Fonte: Shutterstock.
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Intervenção relativa às suas manifestações e aos seus efeitos graves para determinados indivíduos e
famílias.
A prevenção e a intervenção dirigidas implicam objeto individualizado e comprovado.
Por �m, podemos concluir que o estudo da política criminal é de suma importância para o desenvolvimento das
estratégias de combate à criminalidade, quando do ponto de vista da repressão e, principalmente para o
avanço de políticas relacionadas à ressocialização do preso e ao avanço de políticas públicas de controle e
redução da criminalidade decorrente da implantação de programas sociais que visem a diminuição da
desigualdade social em âmbito nacional.
VIDEOAULA: CONCEITO E OBJETO DA POLÍTICA CRIMINAL
Aula vídeo explicando o conceito e objeto da política criminal, demonstrando a importância de seu estudo
frente a outros conteúdos próximos.
A POLÍTICA CRIMINAL DA ERA CLÁSSICA
A política criminal da era clássica
Ao tratarmos do estudo da política criminal no âmbito de direito, impossível não iniciarmos por uma análise dos
aspectos relevantes ao tema na era clássica. A denominada “Escola Clássica” surgiu no século XVIII como uma
espécie de resposta ao totalitarismo do Estado Absolutista.A Escola Clássica possuiu clara inspiração no
antropocentrismo, impondo que o Direito seria imperativo da razão. Os principais pensamentos e fundamentos
desta escola foram concebidos por Cesare Beccaria, por meio de sua obra denominada Dei delitti e delle pene
(dos Delitos e das Penas), sendo posteriormente aprimorados por outros autores como Anselm von Feuerbach,
Immanuel Kant e Francesco Carrara.
Os membros da Escola Clássica pregavam o livre arbítrio, fundamentando que os homens podem escolher
livremente o caminho que querem seguir, seja ele bom ou ruim, porém, caso a escolha realizada recaia sobre o
caminho ruim e seus atos sejam reprováveis, este homem, detentor do livre arbítrio cuja escolha recaiu sobre o
caminho do mal deve ser submetido a uma pena como forma de castigo.
A revolução francesa em 1789 culminou com a queda do sistema político e social da França denominado Antigo
Regime e com as ideologias que lhe serviam de fundamento, ou seja, a estrutura de poder anteriormente
utilizada, baseada no exercício de um poder absoluto e de caráter religioso por parte do soberano, teve �m. Até
por isso, a política criminal no �nal do século XII e início do século XIII foi objeto de relevantes mudanças,
principalmente ante ao surgimento da prisão como forma de pena.
Videoaula: Conceito e objeto da Política Criminal
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
27/09/2022 20:23 wlldd_221_u1_pol_cri_pro_cri
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 Re�ita
É importante ressaltar que a prisão já existia, porém, anteriormente a este marco era utilizada
provisoriamente, apenas com a �nalidade de promover a segregação cautelar de um suspeito ou réu até
seu efetivo julgamento e aplicação da pena devida.
Promovendo uma análise antropológica a política criminal e da aplicação das penas no período clássico, resta
claro que a intenção do sistema prisional à época era de tornar absolutamente controláveis ou até mesmo
dóceis, aqueles que representavam ameaça ao poder.
As políticas criminais na era clássica possuíam como objetivo primordial a efetiva prevenção a criminalidade,
porém, o sistema criado utilizava principalmente o temor das pessoas pela ameaça da aplicação de
determinada pena, o que foi denominada de “prevenção geral” ou ainda, a ameaça de isolamento ou trabalho
forçado, denominado de “prevenção especial”.
Em que pesem os avanços no campo da política criminal trazidos pela Escola Clássica, no período estudado,
principalmente no que concerneao �m do exercício do poder absoluto embasado na religião, é de se ressaltar
que não houve a abolição, por parte deste movimento, da pena de morte, sendo que esta continuou a ser
De ponto de vista cultural este período também passou por fortes e relevantes mudanças, principalmente no
que concerne a aceitação dos fenômenos cientí�cos e o �m dos fundamentos de caráter estritamente religiosos
ou divinos.
Figura 2 | Imagem ilustrativa de uma cadeia em tempos antigos
Fonte: Shutterstock.
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aplicada, porém apenas em algumas hipóteses especí�cas.
VIDEOAULA: A POLÍTICA CRIMINAL DA ERA CLÁSSICA
Aula vídeo tratando da evolução histórica da política criminal e seus aspectos relevantes na era clássica pós-
revolução francesa.
POLÍTICA CRIMINAL E A ESCOLA POSITIVA
Política criminal e a escola positiva
Após o desenvolvimento histórico da política criminal ocorrido na era clássica pós-revolução francesa e seus
avanços, principalmente no campo das penas, passamos a tratar da política criminal na era cientí�ca com
enfoque na escola positiva de direito.
A Escola Positiva de direito surgiu no �nal do século XIX, sob forte in�uência dos iluministas. Em um primeiro
momento os percursores da Escola Positiva objetivaram a aplicação dos métodos investigativos de outras
ciências como a antropologia e até mesmo a biologia ao direito. Por óbvio tal intento restou infrutífero, posto
que a norma jurídica, ante ao seu caráter circunstancial e não cientí�co, necessitava de meios diversos de
observação, o que culminou no surgimento da criminologia.
Mesmo com o �m das penas de caráter religioso e a imposição de que os governantes receberiam mandatos
para, desta forma, agir dentro dos limites constitucionalmente previstos e em busca dos interesses do povo, o
que se viu em meados de 1815 foi o início da chamada Era Napoleônica, que, em verdade, se tratava de
verdadeiro regime ditatorial.
Após o �m da Era Napoleônica o mapa político europeu passou por uma verdadeira reformulação com a
instalação do Congresso de Viena, culminando assim, na efetiva consolidação dos Estados-Nações.
No início do século XIX os países da Europa e América, no intuito de proteger o novo sistema
criado, editaram códigos penais e processuais. Com isso, a ciência criminal deixou de preocupar-
se única e exclusivamente com as penas e passou a olhar com outros olhos o comportamento
dos criminosos, tratando as questões relativas à criminalidade não mais no campo �losó�co, mas
sim no cientí�co, sob um ponto de vista neutro.
Videoaula: A Política Criminal da era clássica
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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No que tange as políticas criminais, o positivismo cientí�co (primeira fase da Escola Positiva), teve como objeto
de estudo, de modo diverso da Escola Clássica, o homem criminoso. Diversos autores, dentre eles destacando-
se Cesare Lombroso, defendiam que nem todos os indivíduos são iguais, apontando que os criminosos agiam
de forma irracional e predeterminada.
Assim, a política criminal à época teve por �nalidade a defesa social, com intuito de identi�car e neutralizar
indivíduos considerados perigosos para que cessassem seus atos criminosos, havendo neste período, inclusive,
a defesa de penas por períodos indeterminados e até mesmo pena capital para criminosos que não fossem
passíveis de recuperação.
Desta forma, em que pese a intenção da Escola Positiva tenha sido inicialmente prezar pela neutralidade focada
no �m cientí�co, ela acabou por transformar os indivíduos criminosos em objeto de estudo, criando uma
imagem preconceituosa de homem de acordo com padrões genéticos e étnicos, o que acabou por culminar até
mesmo em políticas que defendiam a superioridade das raças, como no nazismo alemão.
Ante a tais assertivas é possível concluir que com o desenvolvimento da política criminal na Era Clássica em
comparação com a Escola Positiva, houve uma severa mudança no discurso e até mesmo no entendimento no
campo da criminologia, afastando a centralização política e adotando como meta a redução da criminalidade e a
repulsa ao indivíduo criminoso.
VIDEOAULA: POLÍTICA CRIMINAL E A ESCOLA POSITIVA
Aula vídeo com explicações acerca da evolução da política criminal durante a Era Cientí�ca, com explanações
acerca do positivismo e como essa forma de pensamento alterou o modo como a aplicação das penas passou a
ser tratada.
A POLÍTICA PENAL CONTEMPORÂNEA
A política penal contemporânea
Na década de 1980 tanto a criminalidade quanto as políticas criminais sofreram profundas mudanças, tanto
pelo expressivo aumento da taxa de criminalidade quanto pela efetiva consciência, por parte da população em
geral, de que o Estado e seu sistema de segurança seriam demasiado limitados para lidar com esta realidade.
Desde meados dos anos de 1920 os crimes patrimoniais e violentos cresceram exponencialmente no mundo
todo, principalmente ante o maior alcance dos meios de comunicação, que, por meio de narrativas dramáticas e
constantes, potencializou o medo já existente na mente do cidadão, o que alterou aos poucos o
comportamento do homem médio, fazendo-o adotar providências voltadas a efetiva prevenção de delitos.
Videoaula: Política Criminal e a Escola Positiva
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
O aumento das taxas de criminalidade à época foi decorrente das alterações sociais ocorridas em larga escala,
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Com o início desta nova era, o lento desenvolvimento do sistema penal não estava preparado para suportar
esta acentuada elevação dos níveis de criminalidade, o que aumentou ainda mais a impressão de que o próprio
Estado seria débil no combate ao crime.
Desta forma, visando controlar a rápida expansão da criminalidade, o Estado acedeu a uma espécie de política
previdenciarista, na qual o controle social se dá de forma correcionalista. Sobre o tema, David Garland (2008, p.
104-105) expôs suas bases de forma didática:
No período, o controle do crime foi marcado pela derrocada dos tão buscados ideais de reabilitação, que foram
rapidamente substituídos pelas metas de retribuição e pelo controle efetivo do risco. 
tanto do ponto de vista econômico quanto do cultural, consequentes da expansão do neoliberalismo com a
restrição à intervenção estatal sobre a economia.
Figura 3 | Política penal
Fonte: ShutterStock.
Com raízes na década de noventa do século XIX e vigorosamente desenvolvido nos anos
1950 e 1960, o previdenciarismo penal era, nos anos 1970, a política estabelecida tanto
na Grã-Bretanha quanto nos Estados Unidos. Seu axioma básico – medidas penais
devem, sempre que possível, se materializar mais em intervenções reabilitadoras do
que na punição retributiva – proporcionou o aperfeiçoamento de uma nova rede de
princípios e práticas inter-relacionados.
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Outro aspecto relevante foi o ressurgimento das sanções de caráter retributivo e a mudança de tom das
próprias políticas criminais, na qual o criminoso que anteriormente era tratado como uma pessoa sem
oportunidades na vida, que foi de certa forma obrigado a adentrar no mundo do crime, passou aser visto como
uma espécie de predador perigoso e oportunista.
 Re�ita
Ainda na Era Contemporânea, passou-se a dar importância às vítimas e aos seus sentimentos, posto que o
foco passou a ser a proteção das pessoas acima de tudo, dando-se ênfase à segurança e contenção do
perigo. As diversas mudanças ocorridas no campo das políticas criminais se fortaleceram ainda mais nos
anos de 1980 e foram consolidadas em meados dos anos de 1990.
A POLÍTICA PENAL CONTEMPORÂNEA
Aula vídeo com explicações acerca da evolução da política criminal durante a Era Contemporânea, explanando a
evolução histórica dos anos de 1920 até meados dos anos de 1990.
ESTUDO DE CASO
Com base no contexto sociológico e político apresentado na aula, o estudante deve discorrer acerca da “Teoria
da Janela Quebrada” e sua relação com a redução da criminalidade e oposição com a o Princípio da
Insigni�cância à luz do desenvolvimento na criminologia dos anos de 1980 até hoje.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Tendo em vista os assuntos apresentados em aula, espera-se que o estudante em sua resposta aponte o
conceito da Broken Windows Theory, demonstrando que tal teoria, na prática, explicita que ao aplicar sanções
para pequenos delitos, há o impedimento de que os infratores cometam delitos ainda maiores ante a sensação
de impunidade.
A �m de complementar a resposta, o estudante deve exempli�car a aplicabilidade da Teoria, podendo, inclusive,
citar o clássico caso da fábrica com janelas quebradas, na qual a substituição do vidro destruído deve ser
realizada o mais rápido possível, posto que, ao passar pela região, outra pessoa vendo a janela quebrada pode
sentir-se tentada a jogar uma pedra em outra janela.
Vídeoaula: A Política Penal contemporânea
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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É esperado que seja traçado um paralelo entre a Teoria da Janela Quebrada e o Princípio da Insigni�cância,
demonstrando que o segundo se contrapõe ao primeiro, posto que defende a intervenção mínima do Estado
nas relações sociais, servindo de limitador ao poder deste.
Desta forma, em sua conclusão o aluno deve apontar que, do ponto de vista histórico, o avanço da criminologia
ao dar maior atenção à própria pessoa, do ponto de vista sociocultural a partir da década de 1980, passou
afastar a aplicabilidade da teoria da janela quebrada em detrimento ao princípio da insigni�cância, sob o
argumento de que tal princípio objetiva selecionar situações cujas consequências sejam mais graves às vítimas,
não utilizando a pena como simples forma de coibir a prática delituoso, mas sim, com o caráter de reintegração
do sujeito criminoso na sociedade.
 Saiba mais
Para ampliar os seus conhecimentos sobre os temas abordados durante os nossos estudos, indicamos
algumas leituras que são muito pertinentes e interessantes!
Clique aqui para ler o artigo A Nova Ordem Socioeconômica e a Indústria do Controle Penal escrito por
Washington Pereira da Silva dos Reis.
Clique aqui para ler o artigo Política Criminal e Criminologia Humanista escrito pela dra. Ryanna Pala
Veras. 
Clique aqui para ler o artigo Direito Penal Contemporâneo e o Expansionismo Punitivo escrito por Gabriela
Serra Pinto de Alencar.
Resolução do Estudo de Caso
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Aula 2
PROCESSOS POLÍTICO-CRIMINAIS
Durante os estudos, vamos nos aprofundar no tema da política criminal, principalmente no que
concerne aos seus movimentos especí�cos, como os de Lei e Ordem, com explanações acerca da
Política Criminal de Tolerância Zero e o Direito Penal do Inimigo.
48 minutos
https://bit.ly/3pipmvD
https://bit.ly/3LTYyvc
https://jus.com.br/artigos/55167
27/09/2022 20:23 wlldd_221_u1_pol_cri_pro_cri
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Olá, estudante! Durante os estudos, vamos nos aprofundar no tema da política criminal, principalmente no que
concerne aos seus movimentos especí�cos, como os de Lei e Ordem, com explanações acerca da Política
Criminal de Tolerância Zero e o Direito Penal do Inimigo. Serão abordados no presente estudo os movimentos
político-criminais repressivistas (ou punitivistas) e os não intervencionistas (ou não repressivistas),
possibilitando uma análise da evolução sociológica do controle estatal exercido por meio do próprio Direito
Penal.
A proposta de estudo abordará ainda temas relevantes tanto para os estudos do Direito Penal quanto da
criminologia, como o processo de criminalização em contraponto ao processo de descriminalização e como eles
afetam as políticas criminais modernas ou ainda, os processos de penalização e despenalização e o fenômeno
da prisionalização como medida de segregação cautelar e da desprisionalização com adoção de medidas
diversas à prisão com a �nalidade de evitar a segregação do indivíduo.
MOVIMENTOS DE POLÍTICA CRIMINAL
Movimentos de Política Criminal
Ao tratarmos de políticas criminais, indispensável a realização de re�exões acerca dos movimentos a elas
relacionados.
Movimentos de política criminal podem ser de�nidos como os meios adotados pelo Estado como resposta ao
fenômeno da criminalidade, ou seja, a efetiva ação a ser tomada em face de um desvio de conduta por parte do
criminoso e as políticas que serão implementadas pelo Estado como forma de coibir a prática delitiva.
A maior parte dos autores divide os movimentos de política criminal em movimentos repressivistas e
movimentos não repressivistas.
Movimentos repressivistas
Os movimentos rotulados de repressivistas são aqueles que defendem a intervenção estatal máxima no que
concerne a ação punitiva. Esse movimento vê o criminoso como alguém que deve ser tirado de circulação,
possuindo uma proposta de punição voltada à segregação ou mesmo para execução. 
Em meados dos anos de 1970 nos Estados Unidos, foi implantado o Movimento de Lei e Ordem, que, diante do
exponencial aumento da criminalidade, objetivava o combate a esta por meio de uma política de criação de
novos tipos penais e aplicação severa e rigorosa daqueles já existentes. Este movimento parte do pressuposto
de que as penas possuem caráter retribuitivo e que a segregação cautelar de um indivíduo serviria como forma
de reação imediata à prática de um crime.
Relevante política criminal com caráter repressivista foi a chamada Teoria do Direito Penal do
Inimigo, criada pelo professor alemão Günther Jakobs com base nos ensinamentos do sociólogo
Niklas Luhmann. Para essa teoria, os criminosos são divididos em duas classes, sendo os
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“criminosos tradicionais” aos quais é imperiosa a aplicação do Direito Penal Tradicional e os
“autores de crimes graves”, cujos atos são atentatórios à própria estrutura social, como os
terroristas, criminosos sexuais, membros do crime organizado e autores de outros crimes graves.
Para a Teoria do Direito Penal do Inimigo, esse segundo grupo deve ser rotulado como “inimigo da sociedade”,
razão pela qual, sequer devem ser tratados com as benesses do Direito tradicional, ante a insu�ciência deste
em reprimir suas condutas criminosas.
Exemplo de aplicação de política criminal repressiva é o chamado “USA PATRIOT Act”, criado pelo ex-presidente
George W. Bush após o onze de setembro. Este Decreto permite a violação de sigilo e realização de
interceptação de qualquer pessoa supostamente envolvida com terrorismo. Essas disposições vigoraram até
meados de 2015, quando houve aedição do USA Freedom Act.
Movimentos não repressivistas
Os movimentos político-criminais não repressivistas, como o abolicionismo penal e o modelo restaurativo de
justiça, possuem objetivos diversos, como a diminuição gradativa do controle penal formal e da intervenção
punitiva estatal, buscando, desta forma, a adoção de soluções informais pautadas em políticas sociais.
 Re�ita
O abolicionismo penal, no que tange a sua inserção no ramo das políticas não repressivistas, defende um
discurso pautado em que o modelo penal tradicional é criador de problemas e não de soluções, na medida
em que a função intimidatória da pena não se presta ao �m proposto, servindo apenas como espécie de
desculpa para a intervenção estatal na liberdade individual. 
Pode-se concluir que os movimentos de política criminal vêm se aperfeiçoando com o passar do tempo, sendo
que sua aplicabilidade, seja voltada ao aspecto social ou ao aspecto punitivo em si, depende tanto do
posicionamento adotado em determinada época pelo próprio governo quanto pelos anseios da população na
adoção de medidas que visem o efetivo controle da criminalidade.
VIDEOAULA: MOVIMENTOS DE POLÍTICA CRIMINAL
Aula vídeo versando sobre os movimentos de política criminal, com explicações acerca dos movimentos
repressivistas, (incluindo explanações sobre o USA PATRIOT Act), e não repressivistas e a evolução histórica
deles do ponto de vista sociocultural.
Videoaula: Movimentos de Política Criminal
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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A CRIMINALIZAÇÃO E A DESCRIMINALIZAÇÃO COMO FENÓMENOS ANÍMICOS
DA POLÍTICA CRIMINAL
A criminalização e a descriminalização como fenômenos anímicos da política
criminal 
Inicialmente, cumpre esclarecer que, por anímico, entende-se aquilo que vem da alma, ou seja, intrínseco à
Política Criminal, desta forma, o presente estudo visa demonstrar que a criminalização e a descriminalização,
mais do que ferramentas que estabelecem diretrizes para as políticas criminais adotadas, são verdadeiros
fenômenos inseparáveis e indissolúveis de qualquer modelo de política adotada, seja ela repressiva, visando a
maior criminalização de determinados fatos ou abolicionista, visando a menor intervenção Estatal em matéria
penal.
Como já explanado, a criminalização em suma, é estabelecer, por meio de lei, que determinado comportamento
é tido como criminoso, podendo se dar de modo primário, quando ligada ao direito positivo e atuando
diretamente na efetiva criação da lei penal introduzindo no ordenamento jurídico a tipi�cação de uma conduta
reprovável. Ou de modo secundário, e voltada à aplicação da lei penal como forma de coibir os
comportamentos reprováveis praticados.
A descriminalização, por sua vez, visa remover o caráter criminoso de um fato anteriormente tido como ilícito
criminal. Ainda no conceito de descriminalização, insere-se a transformação de um ilícito criminal em espécie
diversa de ilícito, seja ele administrativo ou uma contravenção.
Figura 1 | Criminalização e descriminalização
Fonte: Shutterstock.
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Ao tratarmos dos institutos da criminalização e da descriminalização enquanto fenômenos anímicos das
políticas criminais, é importante apontar que todas as políticas criminais são ligadas diretamente a estes e os
utilizam como ferramenta para cumprir seus objetivos.
O minimalismo penal, por exemplo, sempre foi um movimento crítico ao próprio direito penal,
posto que, seus seguidores defendem a aplicabilidade do direito penal deve se dar no mínimo
possível e somente quando absolutamente indispensável.
Desta forma, resta cristalino que, na aplicação da política criminal minimalista, o instituto da descriminalização
está mais presente que o da criminalização, até porque, a �m de que a esfera penal seja reservada apenas as
condutas mais danosas aos indivíduos, aplicar-se-á a descriminalização para as condutas mais brandas, dando
assim, efetivo cumprimento à política minimalista.
Por sua vez, ao tratarmos de políticas criminais de caráter repressivo (ou punitivo), como no caso da política
criminal de tolerância zero (baseada na broken windows theory), temos um uso mais relevante da ferramenta
da criminalização, posto que tal política visava a aplicação de penas severas a crimes a delitos comuns e de
baixo potencial ofensivo, sob o fundamento de que a exemplar condenação de tais delitos evitaria, seguindo o
raciocínio da Teoria das Janelas Quebradas, a prática de delitos mais graves. Assim, a criminalização passou a
ser adotada até mesmo em condutas corriqueiras que antes poderiam se con�gurar mera contravenção ou
ilícito administrativo, tornando desta forma, a criminalização primeira extremamente rígida, por meio do que foi
chamado de processo de hipercriminalização.
Com isso, é possível concluir que a criminalização e a descriminalização, mais do que meras ferramentas, são a
alma de qualquer política criminal, independente do objetivo que se pretende alcançar. De fácil percepção que
caso a intenção seja enrijecer o processo de criminalização primária e adotar políticas marcadas por maior
punitividade, o Estado deve se fazer valer do instituto da criminalização, enquanto caso o objetivo seja abrandar
a criminalização primária, descriminalizando fatos antes tido como criminosos ou mesmo despenalizando uma
conduta, o Estado se vale do instituto da descriminalização.
VIDEOAULA: A CRIMINALIZAÇÃO E A DESCRIMINALIZAÇÃO COMO FENÓMENOS
ANÍMICOS DA POLÍTICA CRIMINAL
Aula vídeo tratando dos institutos da criminalização e descriminalização como indispensáveis na aplicação de
qualquer política criminal, com explanações acerca de sua aplicabilidade nas políticas repressivas e não
repressivas.
Videoaula: A criminalização e a descriminalização como fenómenos anímicos da Política Criminal
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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PENALIZAÇÃO E DESPENALIZAÇÃO
Penalização e despenalização
Diretamente ligados à criminalização e descriminalização, os institutos da penalização e despenalização são de
absoluta relevância na matéria de políticas criminais.
O processo de criminalização consiste em estabelecer, por meio de lei, que determinado comportamento é tido
como criminoso, desta forma, ao tratarmos da penalização enquanto instrumento da criminalização primária,
visamos a aplicação de penas severas como forma de abrandar sistematicamente o cometimento de atos
criminosos.
A despenalização, por sua vez, é ligada umbilicalmente ao instituto da descriminalização, na medida que
objetiva a adoção de penas alternativas para o ato cometido.
 Atenção!
É importante ressaltar que, diferente da descriminalização, que possui caráter amplo e engloba até mesmo
a transformação de um ilícito em um ato jurídico-penalmente irrelevante, a despenalização possui caráter
mais estrito, ao ponto que não tem o condão de abolir a tipi�cação do ato, mas apenas de substituir a
pena aplicada na intenção de abrandar a punição pelo fato tipi�cado.
A Lei Federal nº 9.099/95 (que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências)
consagrou-se como e�caz instrumento da despenalização, ao ponto que de�niu, em seu art. 61, como infrações
penais de menor potencial ofensivo, as contravenções penais e os crimes a qual a lei comine pena máxima não
superior a2 (dois) anos. A Lei dos Juizados Especiais não transformou qualquer ilícito em ato jurídico-
penalmente irrelevante, como poderia ocorrer por meio da descriminalização, mas sim, criou uma série de
medidas de despenalização para serem aplicadas em substituição à prisão propriamente dita.
Figura 2 | Penalização e despenalização
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Fonte: Shutterstock.
Uma das medidas de despenalização contidas na Lei dos Juizados Especiais diz respeito à composição civil dos
danos que, nos termos impostos pelo art. 74 de referido códex, importa renúncia do direito de queixa ou
representação, culminando na extinção do feito:
Outra relevante medida criada pela Lei Federal nº 9.099/95 é a chamada transação penal, materializada pelo art.
76 da mencionada lei, no qual, havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especi�cada na proposta. Tal instituto, como medida de
despenalização, atribuiu ao Ministério Público a possibilidade de propor ao sujeito tido como autor de infração
de menor potencial ofensivo, a aplicação de pena restritiva de direitos, como forma de abrandar e até mesmo
acelerar a aplicação de penas.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá e�cácia de título a ser executado no juízo civil
competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal
pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao
direito de queixa ou representação.
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Os institutos da penalização e despenalização são partes integrantes dos processos de criminalização e
descriminalização, servindo de ferramentas para consecução dos objetivos precípuos destes enquanto
fenômenos anímicos da política criminal.
VIDEOAULA: PENALIZAÇÃO E DESPENALIZAÇÃO
Aula vídeo relativa aos processos de penalização e despenalização, contendo conceitos e explicações práticas
acerca de cada um deles.
PRISIONALIZAÇÃO E DESPRISIONALIZAÇÃO
Prisionalização e desprisionalização
No estudo dos processos político-criminais é imprescindível a análise acerca de dois institutos de notável
relevância, sendo eles a prisionalização e a desprisionalização em caráter cautelar. O fenômeno da
prisionalização como medida de segregação cautelar do indivíduo, ou seja, antes de uma sentença penal
condenatória, remonta a idade média, posto que, a privação de liberdade de determinado sujeito, até meio do
século XVII, não era tida como uma sanção propriamente dita, mas sim, era utilizada como meio cautelar de
deter uma pessoa até a efetiva de�nição do que seria feito com ela.
A Comissão Interamericana de Direito Humanos (CIDH), órgão principal e autônomo da
Organização dos Estados Americanos (OEA), no documento intitulado de Informe sobre el uso de
la prisión preventiva en las Américas aponta que o respeito aos direitos das pessoas privadas da
liberdade é um dos principais desa�os que os Estados Membros enfrentam, reconhecendo o uso
excessivo da privação preventiva de liberdade na região.
Em seus estudos e análises, a CIDH aponta ter observado que o alto índice de detidos provisórios na região
decorre de diversos aspectos, dentre eles:
Demora na solução judicial.
Falta de capacidade operativa e técnica dos corpos policiais e de investigação.
Falta de capacidade operativa, independência e recursos das Defensorias Públicas.
De�ciência no acesso aos serviços das Defensorias Públicas.
Existência de legislações que privilegiam a aplicação de prisão preventiva.
Videoaula: Penalização e despenalização
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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Falta de mecanismos para aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.
Corrupção.
Uso estendido da medida em casos de delitos menos gravosos.
Di�culdade no êxito da revogação da medida.
No Brasil, a Constituição de 1824 (BRASIL, 1824) ao tratar da inviolabilidade dos direitos civil e políticos dos
brasileiros, dispôs que ninguém poderia ser preso sem culpa formada, exceto nos casos expressamente
declarados na Lei e ainda, de�niu que em 24 horas a contar da entrada na prisão (para cidades, vilas ou
povoados próximos ao local de residência do Juiz) o magistrado deveria emitir nota assinada por ele, na qual
informa ao réu os motivos que levaram à sua prisão, os nomes dos seus acusadores e das testemunhas. O
mesmo códex dispôs que em se tratando de locais mais remotos o prazo de 24 horas seria estendido por
período de tempo razoável, de�nido com base na extensão do território.
Com a evolução jurídica moderna e ascensão do garantismo, o Código de Processo Penal atual passou a admitir
a prisão preventiva nas hipóteses elencadas em seu art. 312 e 313.
Ante o exposto, é possível concluir acerca da importância do estudo do instituto da prisionalização e
desprisionalização no âmbito das políticas criminais, bem como a evolução e o desenvolvimento do instituto no
decorrer dos anos com ascensão do garantismo moderno, bem como, preocupação interna e externa em
reduzir gradativamente o número de prisões cautelares, não a tratando como regra, mas sim como exceção à
garantia individual de liberdade.
VIDEOAULA: PRISIONALIZAÇÃO E DESPRISIONALIZAÇÃO
Aula vídeo com explicações acerca dos institutos da prisionalização e desprisionalização sob o enfoque do
garantismo constitucional e a preocupação de órgãos externos na redução das prisões cautelares.
ESTUDO DE CASO
Tomando por base os assuntos tratados em aula, o estudante deve dissertar sob o ponto de vista de Jakobs,
sobre as justi�cativas para adoção de medidas extremas do modelo de lei antiterrorista do USA PATRIOT Act.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
À luz dos conceitos expostos em aula, espera-se que o estudante em sua dissertação, explique que a adoção de
medidas extremas do modelo de lei antiterrorista do USA PATRIOT Act justi�ca-se pela adoção de políticas
criminais repressivas pautadas na Teoria do Direito Penal do Inimigo. Segundo esta teoria, há duas espécies de
Videoaula: Prisionalização e Desprisionalização
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infratores, os chamados “criminosos tradicionais”, aos quais é imperiosa a aplicação do Direito Penal Tradicional
e, os “autores de crimes graves”, cujos atos são atentatórios à própria estrutura social, como os terroristas,
criminosos sexuais, membros do crime organizado e autores de outros crimes graves. Para a Teoria do Direito
Penal do Inimigo, esse segundo grupo deve ser rotulado como “inimigo da sociedade”, razão pela qual, sequer
devem ser tratados com as benesses do Direito tradicional, ante a insu�ciência deste em reprimir suas condutas
criminosas.
O aluno deve apontar que o posicionamento expresso no USA PATRIOT Act possibilita a restrição de direitos e
liberdades civis, possibilitando a prática de tortura para assegurar o bem maior: incolumidade pública. Segundo
essa teoria, existe a antecipação da punição,a desproporcionalidade das penas e supressão de direitos com leis
severas.
 Saiba mais
Para ampliar os seus conhecimentos sobre os temas abordados durante os nossos estudos, indicamos
algumas leituras que são muito pertinentes e interessantes!
FERRAJOLI, L. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006. 
Clique aqui para ler o artigo Revendo os conceitos das prisões cautelares a partir da prisão do senador
Delcídio Amaral escrito por Alencar Frederico Margraf.
Resolução do Estudo de Caso
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá estudante! O presente estudo tem por escopo aprofundar-se no tema relativo às políticas criminais, focando
na era da pós-modernidade. Ao tratarmos do desenvolvimento das políticas criminais em âmbito mundial,
abordaremos a Teoria da Rational Choice, sua preocupação com as situações que envolvem o comportamento
do criminoso e como o meio ambiente exerce in�uências sobre este. 
Aula 3
POLÍTICAS CRIMINAIS NA PÓS-MODERNIDADE
Ao tratarmos do desenvolvimento das políticas criminais em âmbito mundial, abordaremos a
Teoria da Rational Choice, sua preocupação com as situações que envolvem o comportamento
do criminoso e como o meio ambiente exerce in�uências sobre este.
42 minutos
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Será ainda objeto deste estudo a teoria chamada de Routine Activity, ou Teoria das Atividades Rotineiras, por
meio da qual se busca explanar acerca das taxas de criminalidade, atribuindo seu aumento as oportunidades
criminais decorrentes da alteração das atividades rotineiras no período moderno, (Segunda Guerra Mundial).
Trataremos também da prevenção de situações e crime sob o enfoque da criminologia moderna, com
explanações acerca da evolução do pensamento criminológico a respeito da prevenção e como as políticas
criminais atuais são aplicadas com este enfoque.
CENÁRIO HISTÓRICO
Cenário histórico
Para compreender o desenvolvimento das políticas criminais na atualidade é necessário traçarmos um
panorama histórico de sua evolução ao longo das eras. Como já sabemos, podemos dividir a evolução histórica
da política criminal em: Era Clássica, Era Cientí�ca e Era Moderna.
Na Era Clássica da criminologia, sedimentou o antropocentrismo como de�nidor de que o direito era
imperativo da razão. Esse período foi abordado por autores como Cesare Beccaria e aprimorado por
Anselm von Feuerbach, Immanuel Kant e Francesco Carrara, que, sob o ponto de vista do livre arbítrio,
defendiam que os homens escolhiam seu caminho livremente, sem interferência do meio ambiente. Caso o
caminho escolhido pelo sujeito fosse ruim, com a prática de condutas moral e socialmente reprováveis,
este deveria ser submetido a uma pena como forma de castigo.
Na chamada Era Cientí�ca, a consolidação da Escola Positiva trouxe novo enfoque às políticas criminais,
passando-se a análise não apenas dos fatos criminosos, mas do homem criminoso. Neste período,
destacou-se o autor Cesare Lombroso, que defendia que nem todos os indivíduos são iguais, apontando
que os criminosos agiam de forma irracional e predeterminada. Desta forma, a política criminal à época
teve como �nalidade a defesa social com intuito de identi�car e neutralizar indivíduos considerados
perigosos para que cessassem seus atos criminosos. Com o �nal da Segunda Guerra Mundial houve um
relevante aumento das taxas de criminalidade, até porque, o mundo todo passou por severa crise
econômica na época. No período, a criminologia e as políticas criminais passaram por um processo de
separação, até porque, as políticas criminais passaram a adotar o chamado “idealismo de esquerda”, com o
aumento da vitimização por parte da população economicamente menos favorecida.
No período denominado como pós-moderno, marcado pelo início dos anos 1990 e consolidado na virada
do século, o pensamento racionalista é drasticamente afastado, dando espaço à sensação geral de que o
Estado não possui capacidade de resolver seus próprios problemas e coibir de forma satisfatória a
criminalidade crescente.
Na pós-modernidade, passou-se a tratar do fato criminoso de modo imediato, posto que esse
seria cometido ante a ausência de controle social e devido a existência de oportunidade para
tanto, o que culminou em políticas criminais voltadas a criar meios de di�cultar a prática da
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conduta criminosa. As políticas criminais passaram a ser dotadas de caráter conservador e
deixaram de lado o pensamento de recuperação do indivíduo, focando quase que
exclusivamente na prevenção do ato delituoso em si.
Esse período foi marcado pelo surgimento de teorias como a Rational Choice e sua preocupação com as
situações que envolvem o comportamento do criminoso e como o meio ambiente exerce in�uência sobre este e
a Teoria das Atividades Rotineiras, que busca explicar como a alteração da rotina do cidadão comum no mundo
moderno afetaram as “oportunidades de crime”.
Desta forma, sob o enfoque criminológico, no período pós-moderno houve drástica alteração nas políticas
criminais, com a evolução de conceitos e desenvolvimento de teorias até então não exploradas, alterando até
mesmo as formas de prevenção de fatos criminosos.
VIDEOAULA: CENÁRIO HISTÓRICO
Aula vídeo versando sobre o cenário histórico das políticas criminais no período moderno e pós-moderno.
RATIONAL CHOICE
Teoria da Rational Choice
No período pós-moderno, surgiu a chamada Rational Choice Theory (Teoria da Escolha Racional), a partir desta
teoria, criada no período pós-guerra, passou-se a aplicar as ciências sociais no campo da criminologia,
analisando como o meio ambiente e a sociedade em que vive determinado sujeito, in�uencia suas escolhas.
A Rational Choice estuda especi�camente as escolhas de um determinado indivíduo diante da interação deste
com o meio em que vive, com o intuito de veri�car se a atitude adotada por este sujeito foi livre e racional,
levando-o a cometer uma conduta antijurídica.
A criação da Teoria da Escolha Racional teve por base duas teorias já conhecidas, a “Teoria dos Jogos” e a “Teoria
da Decisão”.
Teoria dos jogos: conclui que as pessoas tomam determinadas atitudes com base especi�camente nas
consequências das atitudes de terceiros, assim, os indivíduos atuam socialmente como se estivessem
participando de um jogo, lançando sua estratégia de acordo com as jogadas realizadas por outros
jogadores.
Teoria da decisão: conclui que, se uma pessoa é racional, suas decisões devem seguir o caminho da
racionalidade.
Videoaula: Cenário Histórico
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 Re�ita
A Teoria Rational Choice, tendo por base as outras duas já citadas, afasta o isolamento ocorrido em
períodos anteriores, relativo ao interesse do criminoso, passando a considerar todo o meio como
formador da racionalidade e das escolhas do sujeito.
O autor Patrick Baert (1997, p. 12), ao tratar sobre o assunto, considera algumas noções-chave para a teoria:
Premissa da intencionalidade: ao falarmos de intencionalidade, sob o enfoque da Teoria da Escolha
Racional, temos que o indivíduo age intencionalmente, porém, sob in�uência do meio em que vive e ante
as práticas sociais adotadas, sua escolha intencional seja in�uenciada a seguir em determinada direção,
trazendo consequênciasnão intencionais.
Premissa da racionalidade: se tratando da premissa da racionalidade, temos que, os indivíduos agem de
forma racional e coerente, porém, de acordo com suas próprias convicções. Desta forma, as atitudes
adotadas por uma determinada pessoa buscam o aumento de sua satisfação e a redução dos custos
envolvidos, porém, é plenamente possível que alguém, sob in�uência de convicções falsas, realize um ato
reprovável, de forma racional, com o intuito de atingir seus objetivos.
Distinção entre informação completa e incompleta e a diferença entre risco e incerteza: a Teoria da
Escolha Racional defende a existência de “informações imperfeitas”, apontando que ao tomarmos
determinada atitude, assumimos que sabemos todas as suas consequências, que nossas informações são
perfeitas, quando, em verdade, realizamos um balanço entre incerteza e risco, sendo que, ao enfrentar os
riscos, calculamos as probabilidades de resultado, a�rmando que situações de incerteza simplesmente não
existem.
A distinção entre ação estratégica e ação interdependente: sob o enfoque prático, o autor Anthony
Downs (1957) ao tratar do assunto no livro An economic theory of democracy, aponta que tantos políticos
como os eleitores agem de forma racional, sendo os primeiros com a motivação voltada a seus ganhos
pessoais, seja poder ou dinheiro, enquanto os segundos, estabelecem suas preferências comparando os
ganhos pessoais que podem ter com cada partido no poder.
VIDEOAULA: RATIONAL CHOICE
Aula vídeo tratando da Teoria da Rational Choice e sua aplicabilidade prática, bem como sua correlação com a
criminologia sob o enfoque da in�uência do meio ambiente nos atos praticados e sua racionalidade.
ROUTINE ACTIVITY
Videoaula: Rational Choice
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Teoria da Routine Activity
A Teoria das Atividades Rotineiras foi criada por Albert K. Cohen e Marcus Felson e tinha como intuito proceder
a efetiva análise das razões que ensejaram o aumento da criminalidade no período marcado pelo �m da
Segunda Guerra Mundial.
Segundo a Routine Activity Theory a modi�cação de rotina da população em conjunto com o aumento da
desigualdade social, contribuíram para criar as chamadas “oportunidades de crime”.
Ao tratar do assunto, Molina (1997, p. 416) aponta que “o crime é uma opção re�exiva, calculada, oportunista,
que pondera os custos, riscos e benefícios em função sempre de uma oportunidade ou situação concreta”.
Assim, havendo a oportunidade para a prática de um crime, o delinquente analisa as condições e os riscos
envolvidos e decide se é ou não viável a execução de conduta.
A Teoria das Atividades Rotineiras possui como objeto principal de estudo os crimes de ordem
patrimonial, apontando que o fator determinante para a execução do fato criminoso dessa
ordem não é simplesmente a existência de um sujeito capaz de cometer a conduta antijurídica,
mas também, a oportunidade concreta para a realização deste, ou seja, amplia-se aqui a
participação da vítima no processo criminoso, aumentando o enfoque da vitimologia nas
situações de prevenção de crime.
Nos crimes de ordem patrimonial, para a Routine Activity Theory, os criminosos de�nem como alvo os objetos
de maior valor, fáceis de esconder e com menor risco, realizando uma verdadeira avaliação dos riscos e
recompensas, posto que, se menor ou ausente a necessidade de superação de um determinado obstáculo, a
recompensa supera o fator risco.
A teoria analisada possui ainda a �gura do chamado guardião, que é alguém que desestimula a execução da
atividade criminosa, podendo este ser uma autoridade policial ou, mais comumente, transeuntes, o proprietário
do bem ou qualquer outro que possa di�cultar a ação predeterminada.
Outra �gura relevante no estudo da Routine Activity Theory é o chamado manipulador, que pode ser de�nido
como alguém com proximidade em relação ao criminoso, seja seus pais, professores ou amigos, exercendo,
desta forma, certa dose de in�uência psicológica sobre ele, a ponto de dissuadi-lo da prática criminosa.
 Re�ita
Na concepção da teoria analisada, é possível de�nir uma espécie de “triângulo do crime”, formado pela
vítima ou pelo objeto (protegidos pelo seu guardião) o infrator (diretamente ligado ao manipulador ou
supervisor que pode dissuadi-lo) e o local (ambiente propício a oportunidades de crime), com base nesta
�gura, o criminologista canadense Kim Rossmo (1997) de�niu as oportunidades de crime por meio da
seguinte equação: delito = (criminoso + objeto – guardião) (lugar + tempo).
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Dessa forma, em que pese a importância da motivação do criminoso, a situação de crime somente se concretiza
se presentes os elementos que constituem a oportunidade criminosa, demonstrando, desta forma, que o
ambiente e as rotinas adotadas pelas próprias vítimas, afetam diretamente o sopesamento entre recompensa e
risco, criando assim, as oportunidades perfeitas para criminosos motivados.
VIDEOAULA: ROUTINE ACTIVITY
Aula vídeo tratando da Routine Activity Theory, com explanações acerca do triângulo da atividade criminosa e
da efetiva oportunidade de crime.
PREVENÇÃO DE SITUAÇÕES DE CRIME
Prevenção de situações de crime
Com base nas premissas apresentadas pela Rational Choice Theory e Routine Activity Theory, é possível
concluir, do ponto de vista da criminologia moderna, como as situações criminosas se desenvolvem e são
in�uenciadas pelo ambiente interno, externo e pelas condutas das vítimas, sendo, portanto, possível proceder a
análise da prevenção da situação criminal com enfoque nas teorias apresentadas.
O ponto de convergência entre as teorias estudadas se encontra justamente na motivação do
sujeito que pretende cometer o ilícito e a in�uência exercida sobre ele. Como explanado
anteriormente, a existência de um guardião, por si só, já é fator primordial na política de
prevenção, enquanto sob o ponto de vista do desenvolvimento social e das relações culturais, a
existência da �gura do manipulador pode evitar o cometimento de delitos por meio da in�uência
psicológica exercida sobre o infrator.
Podemos de�nir a prevenção de situações de crime, como o conjunto de medidas que visam evitar a ocorrência
ou reincidência de determinado delito, sendo que a criminologia moderna divide o processo de prevenção em
três espécies: a prevenção primária, secundária e terciária.
A prevenção primária, enquanto fase inicial do processo de prevenção de situações de crime, tem por
objeto a implementação de ações indiretas voltadas à prevenção, evitando estímulos à prática criminosa.
As ações realizadas na prevenção primária geralmente possuem caráter social, econômico e educativo,
atacando, desta forma, a causa inicial da conduta criminosa, aumentando a renda do cidadão, melhorando
as condições de moradia e emprego e possibilitando uma vida minimamente saudável e digna a estes,
evitando, assim, que o indivíduo cometa desvios de conduta e atos criminosos.
Videoaula: Routine Activity
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A prevenção secundária de situações de crime, por sua vez, não é voltada para as pessoas
individualmente, sendo focada na coletividade e aplicada apenas em momento posterior a execução da
conduta delitiva ou mesmo em sua iminência, sendo voltada aos grupos mais tendenciososa prática
delitiva. Em se tratando da prevenção secundária, é possível destacar que esta opera a curto e médio
prazo, sendo diretamente ligada com a política legislativa penal (criminalização primária) e com a atividade
policial (criminalização secundária), postos que estas são voltadas aos interesses de prevenção geral de
condutas delitivas.
Por �m, a prevenção terciária, enquanto fase �nal do processo de prevenção de situações criminais, é
voltada de modo individualizada a cada sujeito, posto que sua aplicabilidade se dá por meio das penas
aplicadas no campo do processo penal e do efetivo processo de ressocialização intrínseco às execuções
penais. A prevenção terciária tem início apenas com o cumprimento de pena por parte do infrator,
independente do caráter efetivo desta pena, se reclusão, detenção, prestação de serviços à comunidade ou
qualquer medida restritiva de direitos, a intenção da prevenção terciária, nesta fase, é coibir a reiteração da
conduta.
VIDEOAULA: PREVENÇÃO DE SITUAÇÕES DE CRIME
Aula vídeo relativa ao processo de prevenção criminal em todas as suas fases, com explanações sobre como o
ambiente externo in�ui na prevenção.
ESTUDO DE CASO
Uma pessoa maior, capaz, cresceu em uma comunidade carente e violenta, sobre as in�uências locais, tendo
percepções próprias sobre a realidade, comete um crime de roubo. Sob a premissa lançada, tendo em vista o
conteúdo estudado, o estudante deverá elaborar um texto tendo como objeto de análise a concepção da
Rational Choice Theory e Routine Activity Theory.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Com base nos conceitos expostos em aula, espera-se que o estudante, em sua dissertação, aponte que, em se
tratando da Rational Choice Theory, do ponto de vista da criminologia moderna, será objeto de análise não
apenas o criminoso em si ou a conduta criminosa, mas também as in�uências que o meio externo exerce sobre
ele. É importante que aponte que a Rational Choice estuda especi�camente as escolhas de um determinado
indivíduo diante da interação deste com o meio em que vive, com o intuito de veri�car se a atitude adotada por
este sujeito foi livre e racional, levando-o a cometer uma conduta antijurídica.
Videoaula: Prevenção de situações de crime
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O estudante deve frisar que pelo enfoque da Rational Choice Theory o indivíduo age intencionalmente, porém,
sob in�uência do meio em que vive e ante as práticas sociais adotadas, sua escolha intencional seja in�uenciada
a seguir em determinada direção, trazendo consequências não intencionais.
Por outro lado, em se tratando da Routine Activity Theory, o estudante deve discorrer que o objeto de estudo
deixa de ser especi�camente as in�uencias exercidas pelo meio externo e seu caráter social, passando a ser a
oportunidade criminosa em si e os fatores determinantes para sua prevenção.
É relevante que a dissertação mostre que o fator determinante para a execução do fato criminoso de caráter
patrimonial, sob a ótica da Routine Activity Theory, não é simplesmente a existência de um sujeito capaz de
cometer a conduta antijurídica, mas também, a oportunidade concreta para a realização desta, ou seja, amplia-
se aqui a participação da vítima no processo criminoso, aumentando o enfoque da vitimologia nas situações de
prevenção de crime.
 Saiba mais
Para ampliar os seus conhecimentos sobre os temas abordados durante os nossos estudos, indicamos
algumas leituras que são muito pertinentes e interessantes!
Clique aqui para ler o artigo A nova criminologia administrativa escrito por Pedro Augusto Dassan.
Clique aqui para ler o artigo Teoria da escolha racional: a evidenciação do Homo Economicus? escrito
por Fernando Schee�er.
Resolução do Estudo de Caso
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Durante os estudos, vamos nos aprofundar nos efeitos que as políticas criminais exercem sobre os direitos
fundamentais de ordem constitucional. É importante ressaltar que o objetivo desta aula é proceder à análise
apurada de como a privação de liberdade, seja ela cautelar ou decorrente da efetiva aplicação de uma
Aula 4
POLÍTICAS CRIMINAIS E DIREITOS FUNDAMENTAIS
Durante os estudos, vamos nos aprofundar nos efeitos que as políticas criminais exercem sobre
os direitos fundamentais de ordem constitucional.
52 minutos
https://bit.ly/3pf7iSQ
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/4091/2/Aula%201.2%20-%20Acao%20racional.pdf
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condenação criminal, afeta os direitos garantidos a todos pela Magna Carta.
Neste ínterim, vamos tratar ainda da questão relativa à reserva legal inserta no âmbito do direito penal e da
privação de liberdade, ambos sob o enfoque constitucional.
Ressalte-se que outro assunto relevante e de caráter teórico com aplicação prática, a ser tratado aqui, é a
execução penal e as políticas penitenciárias, incluindo uma observação acerca dos objetivos traçados no Plano
Nacional de Política Criminal e Penitenciária (2020-2023) elaborado pelo Conselho Nacional de Política Criminal
e Penitenciária – CNPCP em novembro de 2019.
GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Ao tratarmos de políticas criminais, processo de criminalização ou qualquer outra matéria afeta ao direito penal
propriamente dito, indispensável tratar de garantias fundamentais, principalmente ante ao caráter punitivo do
sistema penal.
Os direitos e garantias fundamentais encontram-se descritos no Título II, da Constituição Federal, do art. 5º ao
art. 17, e podem ser de�nidos como o mínimo necessário para que uma pessoa viva com dignidade.
Do ponto de vista do direito penal, devemos ressaltar que o Estado, enquanto garantidor dos direitos
fundamentais, não pode aplicar penas, sanções ou mesmo impor tratamento desumano ou degradante a
alguém, posto que a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil
enquanto Estado Democrático de Direito.
Em se tratando da dignidade da pessoa humana, no âmbito do processo de criminalização, temos que o direito
penal não deve, em qualquer hipótese, punir condutas que a própria sociedade considera inofensiva,
demonstrando assim, novamente, a in�uência social no processo de criminalização primária.
Claro exemplo da preservação de direitos fundamentais no âmbito do direito penal brasileiro é a determinação
contida no art. 5º, XLVII da Magna Carta, quanto a proibição, não absoluta (devido a previsão em caso de
guerra), de pena de morte; de penas de caráter perpétuo (máximo de 30 anos); de penas de banimento ou
mesmo de penas cruéis.
No mesmo artigo há proibição de penas de trabalho forçado, porém, cabe ressaltar que na Lei de Execuções
Penais há a existência de trabalho obrigatório, o qual não deve ser confundido com os trabalhos forçados
tratados na vedação do art. 5º, XLVII da Constituição, havendo uma espécie de cuidado com a necessidade de
cada pessoa submetida a este instituto.
A �m de diferenciar o instituto do trabalho obrigatório dos trabalhos forçados, a própria Lei de Execuções
Penais (BRASIL, 1984) de�niu em seu artigo 28 que “o trabalho do condenado, como dever social e condição de
dignidade humana, terá �nalidade educativa e produtiva”. O con�ito entre a proibição de trabalhos forçados e o
trabalho obrigatório previsto na Lei de Execuções penais é meramente aparente, posto que, o trabalho
penitenciário é um dever e um direito do preso, garantido pelo artigo 48 do mesmo códex e dá direito a
remissão de pena.
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Em se tratando de direitos fundamentais no âmbito do direito penal é necessário abordar o princípio da
legalidade penal, segundo o qual a lei deve ser estrita e legal, sendo de�nido no art. 5º, XXXIX, da Constituição
Federal (BRASIL, 1988) que “não há crime sem lei anterior que o de�na, nem pena sem prévia cominação legal”.
Outro princípio relevante que demonstra a a�nidade do direito penal com os direitos fundamentais é o da
presunção de inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória, ou seja, a presunção de inocência, dentro da visão garantista do Estado, pode ser
considerada como um dos pilares basilares do próprio Estado Democrático de Direito.
Desta forma, deve-se ressaltar a importância do respeito das normas constitucionais e do garantismo esperado
do direito penal, a �m de preservar a própria dignidade daqueles que forem investigados ou mesmos
condenados em virtude da prática de uma conduta delituosa, a �m de preservar o próprio Estado de Direito.
VIDEOAULA: GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Aula vídeo com explanações aprofundadas acerca do direito penal e a necessidade de preservação dos direitos
fundamentais.
A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE
A liberdade, enquanto direito fundamental, é prevista no próprio caput do art. 5º da Constituição Federal. É
importante ressaltar que a garantia constitucional não é relativa apenas a liberdade de ir e vir, mas também
engloba uma série de liberdades indispensáveis à garantia da dignidade da pessoa humana.
Quanto ao rol de liberdades protegidas pelo texto constitucional, José Afonso da Silva (2008, p. 235) lista tais
liberdades como: a liberdade de locomoção; liberdade de pensamento; liberdade de expressão; liberdade de
exercer uma pro�ssão e a liberdade social.
Visando aprofundar os estudos relativos a privação de liberdade sob o enfoque das políticas criminais e o
respeito aos direitos fundamentais, abordaremos exclusivamente a liberdade de locomoção.
Do ponto de vista constitucional, a liberdade somente pode ser restringida em razão do princípio da legalidade.
O art. 5º, II da Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988) é cristalino ao de�nir que “ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, desta forma, o direito à
liberdade de ação sofre restrições por parte do princípio da legalidade.
Ante a tal fundamento, temos que a privação de liberdade somente é válida se decorrente de Lei, partindo
assim, do próprio Poder Legislativo, que é constituído por uma escolha do povo no exercício de seu direito de
voto.
Videoaula: Garantias Fundamentais
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Desta forma, fácil perceber que a privação de liberdade, quando decorrente de uma condenação criminal, cujo
crime é tipi�cado em lei, criada pelo Poder Legislativo enquanto órgão constituído em decorrência da escolha
do povo no exercício da soberania popular, não fere o direito constitucional à liberdade, até porque, a restrição
desta decorre do próprio princípio da legalidade.
Tomando por base o tema abordado, seria correto a�rmar que, em se tratando da privação de liberdade
decorrente de prisões cautelares, haveria desrespeito ao direito fundamental à presunção de inocência? A
resposta seria não. A Constituição Federal, em seu art. 5º, LXI (BRASIL, 1988) é enfática ao dispor que “ninguém
será preso senão em �agrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, de�nidos em lei”.
Assim, há previsão constitucional para a decretação do segregamento cautelar de um indivíduo, sendo que tal
ato visa resguardar a ordem social, porém, deve ser utilizada com cautela, até porque, com a expansão dos
meios de comunicação na atualidade, o próprio clamor popular e a perseguição midiática podem acabar por
in�uir na tomada de decisão de um magistrado, levando a valer-se do instituto da prisão cautelar apenas para o
controle dos ânimos sociais.
Por �m, podemos concluir que a privação de liberdade de um indivíduo, em que pese o garantismo
constitucional, não fere seus direitos fundamentais, posto que prevista na Magna Carta e pautada na própria
legalidade, sendo que, de igual forma, o segregamento cautelar visando a manutenção da ordem social, quando
aplicado dentro dos requisitos previstos em lei e utilizado com parcimônia, também não fere tais direitos,
servindo desta forma, como ferramentas das políticas criminais para a consecução de seus objetivos.
 Saiba mais
CARNELÓS, E. P. Garantias constitucionais, direito penal e processo penal: considerações sobre uma época
sombria. Revista Brasileira da Advocacia, jul. set. 2016.
Clique aqui para acessar.
CARVALHO. L. G. G. C. de. Garantias constitucionais processuais penais (a efetividade e a ponderação) das
garantias no processo penal. 
Clique aqui para acessar.
VIDEOAULA: A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE
Aula vídeo tratando da privação de liberdade sob o enfoque constitucional, seja decorrente de uma condenação
ou como instrumento de segregação cautelar.
Videoaula: A privação da liberdade
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://bit.ly/3t76jWa
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EXECUÇÃO PENAL E POLÍTICA PENITENCIÁRIA
A execução penal, conforme previsão legal, tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão
criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado, e é
regulada pela Lei Federal nº 7.210 de 11 de julho de 1984.
Na seara dos direitos fundamentais, a relevância dos estudos relativos à execução penais é ampliada, posto
que, com a segregação de indivíduo para cumprimento da pena imposta, as garantias de seus direitos não
devem ser afastadas, mesmo dentro de um estabelecimento prisional. 
Com base em tais premissas, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas
atividades é incumbido, por força do art. 64 da Lei de Execuções Penais, de propor diretrizes da política criminal
quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de
segurança, contribuindo para elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e
prioridades da política criminal e penitenciária.
O Estado, no curso da execução penal, deve garantir ao preso assistência material, jurídica, educacional,
religiosa, social e de saúde, nos termos do art. 14 a 27 da Lei Federal nº 7.210/84.
A respeito da relação entre direitos fundamentais e o instituto da execução penal, Nucci (2016, p. 942) é
enfático:
Com base em tal premissa, temos que o procedimento de execução penal deve respeitar os direitos e garantias
fundamentais dos indivíduos que se encontram em cumprimento de pena, não devendo ocorrer a relativização
de seus direitos em decorrência de sua segregação.
Tratando do Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária (BRASIL, 2019) elaborado para o triênio
2020/2023, no que tange as execuções criminais, a Comissão propôs a completa revisão do sistema de
execução de penas no Brasil, levando-se em conta os Projetos de Lei nº 10.372, de 2018 (BRASIL, 2018b), e 882,
de 2019 (BRASIL, 2019a).
O Projeto de Lei nº 10.372/18 foi transformado na Lei Ordinária nº 13.964/2019, modi�cando a legislação penal
e processual penal, objetivando o desenvolvimento das políticas de combate ao crime organizado, trá�co de
drogas, dentre outros e ainda agilizando e modernizando ainvestigação criminal e a persecução penal.
O estudo da execução penal deve fazer-se sempre ligado aos princípios constitucionais
penais e processuais penais, até porque, para realizar o direito punitivo do Estado,
justi�casse, no Estado Democrático de Direito, um forte amparo dos direitos e garantias
individuais. Não é viável a execução da pena dissociada da individualização, da
humanidade, da legalidade, da anterioridade, da irretroatividade da lei prejudicial ao
réu (princípios penais) e do devido processo legal, como todos os seus corolários (ampla
defesa, contraditório, o�cialidade, publicidade, entre outros).
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O projeto de Lei nº 882/2019, que acabou sendo arquivado, por sua vez, estabelecia medidas contra a
corrupção, o crime organizado e os crimes praticados com grave violência à pessoa.
É importante ressaltar que a atual política penitenciária tem por objetivo enrijecer as normas penais relativas ao
cumprimento de pena, partindo de uma premissa da falência dos critérios atuais para progressão de regime e
propondo assim, o �m do regime semiaberto como etapa do sistema progressivo.
Assim, do ponto de vista dos direitos fundamentais, é necessário cautela para que, pautado em sentimentos da
sociedade e a comoção social acerca da impunidade, as políticas criminais e penitenciárias não sobrepujem as
garantias constitucionais dos cidadãos.
VIDEOAULA: EXECUÇÃO PENAL E POLÍTICA PENITENCIÁRIA
Aula vídeo tratando do sistema de execução penal sob o enfoque da garantia dos direitos fundamentais e como
as alterações no Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária, pautadas na opinião pública, podem
sobrepujar as garantias constitucionais.
RESERVA LEGAL DO CASTIGO
O princípio da Reserva Legal ou da Estrita Legalidade, é um princípio de ordem constitucional com ampla
aplicabilidade no âmbito do direito penal. Conforme citado anteriormente segundo a Reserva Legal, trazida pelo
inciso XXXIX do art. 5° da Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988), “não há crime sem lei
anterior que o de�na, nem pena sem prévia cominação legal”, desta forma, a lei em matéria penal deve ser
taxativa, descrevendo a tipi�cação da conduta criminosa com precisão e com pouco ou nenhuma margem para
interpretação.
Com relação à lógica trazida pelo princípio da Reserva Legal, é importante lembrar que sua aplicabilidade
também se estende às contravenções penais, ou seja, não há crime ou contravenção sem que haja de�nição
legal com a descrição da pena cominada.
Em se tratando da Reserva Legal do Castigo no direito penal, é imperioso que seja esclarecido que a pena
aplicada ao sujeito que comete uma conduta tipi�cada na lei penal, não possui apenas o objetivo de privar-lhe
da liberdade, mas sim, de servir como verdadeiro castigo no qual o sujeito sinta-se culpado pelo ato cometido,
um castigo não apenas no sentido físico, mas também psicológico.
A respeito do poder-dever do Estado, de punir o criminoso, Fernando Capez (2012, p. 45) é didático ao de�nir, in
verbis:
Videoaula: Execução penal e política penitenciária
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O Estado, única entidade dotada de poder soberano, é o titular exclusivo do direito de
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Assim, a pena aplicada pelo Estado, no exercício do jus puniendi, ao sujeito que comete uma conduta
criminalizada, enquanto limitador de direitos fundamentais, possui o caráter de castigo físico e psicológico,
porém, não fere as garantias constitucionalmente previstas, na medida em que a estrita legalidade prevê a
possibilidade de sua aplicação quando decorrente de previsão legal.
A sociedade hodierna, do ponto de vista garantista e no intuito de redução da prisionalização, buscou meios de
abrandar o castigo em situações menos gravosas, criando meios alternativos de castigo, como, por exemplo, as
penas restritivas de direitos previstas na Lei nº 9.099/95 e, por outro lado, agravou as penas para crimes mais
complexos e que envolvam violência.
Desta forma, temos que a reserva legal do castigo, está atrelada diretamente ao poder punitivo do Estado e na
forma como as penas são aplicadas, sendo que, independentemente da complexidade do delito, as garantias
fundamentais não podem ser afastadas, devendo ser preservada a dignidade da pessoa humana,
constitucionalmente prevista, em qualquer hipótese ou seja, o próprio poder do Estado de aplicar castigos,
possui limitadores constitucionais que visam a proteção individual das pessoas, evitando, assim, penas
desproporcionais ou mesmo cruéis, buscando a ressocialização do indivíduo no lugar de sua segregação por
tempo indeterminado.
Figura 1 | Assistências ao preso garantidas na Lei nº 7.210/84
punir (para alguns, poder-dever de punir). Mesmo no caso da ação penal
exclusivamente privada, o Estado somente delega ao ofendido a legitimidade para dar
início ao processo, isto é, confere-lhe o jus persequendi in judicio, conservando consigo
a exclusividade do jus puniendi.
ASSISTÊNCIAS AO PRESO GARANTIDAS NA LEI Nº 7.210/84
ASSISTÊNCIA MATERIAL
Art. 12 – Consiste no fornecimento da alimentação, vestuário e instalações
higiênicas, além da disponibilização além de local destinado à venda de
produtos e objetos permitidos.
ASSISTÊNCIA SAÚDE
Art. 14 – Possui caráter preventivo e curativo, compreendendo
atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Art. 15 – Destinada a presos sem recursos �nanceiros para constituir
advogado, engloba assistência jurídica integral pela Defensoria Pública
dentro e fora dos estabelecimentos penais.
ASSISTÊNCIA
Art. 17 – Compreende a instrução escolar e a formação pro�ssional do
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Fonte: elaborada pela autora.
VIDEOAULA: RESERVA LEGAL DO CASTIGO
Aula vídeo relativa a Reserva Legal do Castigo e sobre o poder-dever do Estado em exercer o jus puniendi.
ESTUDO DE CASO
Tomando por base os elementos constitucionais limitadores da reserva legal do castigo citados em aula, o
estudante deve dissertar acerca da possibilidade de aplicação da pena de morte no Brasil.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
É esperado que o estudante, pautado no conteúdo estudado, argumente em sua dissertação que em regra o
Brasil não adotou a pena de morte como sanção, nos termos da alínea “a”, inciso XLVII, do art. 5º da
Constituição Federal. 
O estudante deve apontar ainda que há previsão de pena de morte no caso de guerra declarada, por
fuzilamento, consoante nos orientam o art. 55, alínea “a” e o art. 56, ambos do Código Penal Militar. 
A �m de complementar o assunto abordado, deve constar que o art. 707 do Código de Processo Penal Militar
traz o procedimento de execução, tais como a forma, socorro espiritual, vestimenta, etc).
EDUCAÇÃO
preso, prevendo o oferecimento de cursos supletivos e de
aperfeiçoamento técnico aos presos.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 22 – Tem por �nalidade amparar o preso e prepara-lo para o retorno à
realidade. Engloba ainda orientar e amparar quando necessário, a família
do preso e da vítima.
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Art. 24 – A assistência religiosa é prestada aos presos, permitindo a
participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem
como a posse de livros de instrução religiosa. Prevê que deve haver local
apropriado para os cultos religiosos.
Videoaula: Reserva legal do castigo
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