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	Jorge Cesário Amussini
Laura António Bernardo
Soares Júnior Soares
	
Resumo antropologia ciência das sociedades primitivas (obra de Jean Copans)
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
	Jorge Cesário Amussini
Laura António Bernardo
Soares Júnior Soares
Resumo antropologia ciência das sociedades primitivas (obra de Jean Copans)
Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratórios
Trabalho de fins Avaliativo a ser apresentado na cadeira de ACM, no Curso de Química, 2º Ano/ 2º Semestre Leccionado por:
Docente: dr. Faruck Abdul Amede
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2022
Sumário
Antropologia ciências das sociedades primitivas	3
Constituição de uma antropologia política	4
Sociedades e sistemas políticos	4
As Funções Politicas e o Seu Enquadramento.	6
Génese e estrutura do estado	8
A acção política	11
A antropologia e as transformações politicas	12
Conclusão	16
Referência bibliográfica	17
Antropologia ciências das sociedades primitivas
Antropologia apresenta-se como uma teoria geral e simultaneamente diversifica-se em disciplinas especializadas. A antropologia surge antes de mais como um ramo da sociologia. A esta especialização natural junta-se uma segunda, própria do estado de espírito das filosofias e das ciências sociais do fim do século XIX.
A aparente simplicidade das sociedades ditas primitivas permite uma extrapolação conceptual muito enganosa. Pois o desconhecimento dos mecanismos constitutivos da vida social e das contradições e regulações entre grupos dentro dessa totalidade é fruto de um verdadeiro retrocesso teórico. É evidentemente simbólico que o retrocesso teórico se tenha manifestado no plano dos determinismos últimos e elementares da prática social. O fenómeno colonial, por definição, nega as histórias e as políticas particulares, e não só as nega ideologicamente como as destrói fisicamente.
Antropologia política tem ainda um carácter etnocentrista que centra –se em seguintes razões: 
· Mais do que qualquer outra; 
· Esta intenção universalista, explica a multiplicidade das teorias do político veiculado por esta antropologia;
· Finalmente a prática colonial define o político com referencia as suas necessidades e as suas normas.
Entretanto, o político é a valorização da história, dos dinamismos, das relações contraditórias tecidas no seio da totalidade social. A antropologia, na medida em que visa uma explicação global das sociedades, deve elaborar urna teoria única e unificante das normas e das práticas, das opiniões e das produções materiais e intelectuais. Assim sendo objecto da antropologia política corresponderia a expressão institucional e ideológica da totalidade social e das relações particulares que ligam os diferentes grupos ao nível dessa totalidade. Logo antropologia política permite redescobrir passado real de sociedades em mutação. 
Constituição de uma antropologia política
A história da antropologia política é evidentemente a história de toda a antropologia. Esta história é talvez mais esclarecedora que a primeira, na medida em que remete para uma escola teórica, antropologia social britânica e para um terreno a África negra. Mas há dez ou 15 anos a esta parte, antropologia política divide- se em duas grandes correntes e pratica se em todas as áreas geográficas da antropologia. A passagem a uma antropologia de campo e profissional não provoca mudança de perspectiva. A busca das origens, a utilização «natural» das categorias ocidentais, impede de reconhecer na prática a originalidade política das sociedades «não europeias». Mas verdadeiro nascimento da antropologia política data dos anos 1930 e provem das investigações efetuadas no âmbito da antropologia aplicada. No entanto, Correntes corno a escola funcionalista definem-se em função das grandes opções da antropologia e não são evidentemente exclusiva da antropologia política
Para validar esta análise histórica é preciso confronta-la com a actual situação do político nas sociedades subdesenvolvidas. A transformação das tradições e dos sistemas constitui efectivamente complemento necessário de uma antropologia política com incidência na dinâmica das contradições sociais.
Sociedades e sistemas políticos
Quando a antropologia política se poe a delimitar o seu campo de acção, surge inevitavelmente uma ambiguidade. Não há dúvida de que político se refere a totalidade social enquanto tal, onde dois antropólogos tão diferentes como S.-F. Nadel e G. Balandier frisam-no claramente: 
· A associação política caracteriza se por dois factores: pela sua extensão e a unidade de coordenação relativamente mais vasta; 
· Os fenómenos políticos caracterizam-se pelo seu aspecto sintético.
A natureza e a forma desses mecanismos pois, da própria totalidade social e do tipo de grupos que a compõem, portanto os mecanismos reguladores não estão forçosamente ligado a um grupo particular. Pois, a partir da divisão de trabalho estabelece –se distinções sociais que toma a forma de desigualdade entre os indivíduos e os grupos. Porem a expressão geral deste desenvolvimento social é a passagem de sociedades sem classes a sociedades com classe. 
A antropologia política só tem sentido se reintegrarmos o seu objecto empírico nas estruturas sociais e na história. Cada antropólogo político tem a sua tipologia. A maior parte delas coincide ao menos num ponto: a diferenciação do político em relação aos outros elementos do sistema social.
 Assim D. Easton baseia a sua tipologia nas três diferenciações seguintes:
· Grau de diferenciação estrutural entre as funções política e outras funções sociais;
· Grau de diferenciação entre funções política;
· Grau de especialização das funções políticas particulares.
S. N. Eisensteadt, por seu lado, considera o grau diferenciação estrutural do sistema político segundo os tipos sociais que forma a sua base.
M. Fried distingue quatro grande tipos de sociedade utilizando a seguinte definição: a organização política compreende as partes da organização social que dizem especialmente respeito aos indivíduos ou grupos que se ocupam dos assuntos da política publica ou que procuram controlar a nomeação. E E. Service e M..Sahlins baseiam nos níveis de integração socioculturais. Estes níveis correspondem a sociedades globais e não apenas a tipos de sistemas políticos. Mas aqui também encontramos quatro níveis diferentes: as hordas, as tribos, as chefaturas e os estados.
A horda é a organização social mínima. A sua grandeza demográfica é restrita e possui uma autonomia territorial. Porem, na língua Kung Bushmam palavra horda significa aqueles que vivem juntos. E chefe de uma horda assegura funções simbólicas e administra e verifica consumo alimentar de cada um. Pois As relações entre hordas estabelecem-se graças ao parentesco e pratica-se intercâmbio matrimonial.
As tribos e sociedades hierarquizadas constituem nível superior de integração social. Por outro, 0 critério de residência territorial e especialmente a pratica de uma agricultura definem um espaço socializado.
Fundamentalmente, certas desigualdades próprias as possibilidades de funcionamento dos sistemas de parentesco actualizam-se conforme as condições demográficas, ecológicas e históricas. Mas que parece ainda mais fundamental e a natureza específica dessas novas contradições e desigualdades que se exprimem na lógica própria dos sistemas que dão origem e que não transformam ainda o conjunto da sociedade.
Dentro do sistema diferencia-se os homens premi mentes, os homens de prestígio e os guias políticos que são o complemento dos precedentes. Por conseguinte, Os primeiros devem o seu crédito a posição que ocupam na linhagem. E Os segundos estão em posição de poder por razões de carácter económico. Por outro lado, a sociedade enquanto tal vê-se dividida em grupos distintos segundo critérios que já não assentam no parentesco, mas têm a ver com funções e estatutos sócio económicos e ideologias gerais. Assim, na medida em que o parentesco já não pode manter e exprimira coesão social e em que as desigualdades da estratificação são portadoras de contradições e antagonismos, faz se sentir a necessidade de um controlo específico da coesão e das contradições
As Funções Politicas e o Seu Enquadramento.
Este breve panorama de alguns sistemas elementares permitiu-nos assinalar as funções politicas potenciais dos diversos sistemas que compõe uma sociedade. Pois, Só depois de levar a cabo este estudo e que será possível abordar o seu resultado histórico: 0 aparecimento do Estado. Entretanto, o político é de alguma maneira o resultado de uma superdeterminação de sistemas explicitamente não políticos. Assim, as formas e os meios da coesão e da regulação social fazem-se primeiro em benefício do conjunto social. Além disso, e formas impõem o aparecimento de indivíduos e de grupos que não podem assegurar a coesão e a regulação social senão assegurando a sua própria reprodução. O aspecto ideológico deste fenómeno é importante, porque a sua função profunda transforma-se, embora a sua aparência e a sua mensagem se conservem idênticas: a manutenção da ordem social e modificam-se as formas e as condições da produção económica.
 Quando o parentesco constitui a armadura geral da sociedade forma também a sua armadura política. Portanto, as estratégias matrimoniais a dimensão da aliança são um elemento singular da constituição de preeminências política. Todavia, a sociedade Nuer do Sudão é um bom exemplo das potencialidades políticas mínimas do sistema de parentesco. E com isso, nas diversas secções territoriais, um clã ou linhagem principal ocupa uma posição predominante. Porem, Evans Pritchard denomina o aristocrático, embora verifique que a sua predominância lhe confere mais prestigio que privilegio. Assim, a análise do nível da aldeia Vai permitir nos precisar um pouco mais a multifuncionalidade e a dieléctrica de sistemas imbricados nas funções complementares. Pois, As compatibilidades ou contradições entre descendência e residência produzem configurações diferentes de coesão e de funcionamento do poder. Assim sendo no que respeita a autoridade superior, Lombard distingue entre sociedade com Estado e sociedade sem Estado, em que o chefe da aldeia é autoridade mais alta da sociedade. 
Para servir de transição ao estudo dos outros domínios do enquadramento do político, eis a analise das forcas de coesão da aldeia Nupe feita por S.-N. Nedal os laços existentes entre o controlo e as actividades religiosas e familiares são muito estreitos. A organização política delega no sistema de parentesco o importante encargo de fornecer os órgãos executivos da comunidade. Quanto as crenças e práticas religiosas, estas desempenham papel de sanção espiritual da autoridade do chefe e de qualquer autoridade em geral. Há, todavia, outras influenciais menos específicas, que ajudam ao mesmo tempo a religião e o parentesco a manter o sistema de controlo político e que também são importantes. Assim, os casamentos entre as diferentes famílias e dentro da comunidade aldeã são encorajados.
Ideologia - sob este termo genérico manifestam-se todas as formas possíveis da consciência religião, Mitologia, concepção do mundo, moral. Mas a ideologia tem varias dimensões: não é apenas um discurso, é também uma prática, quando não é uma instituição. Pois A sua linguagem depende do tipo de armadura da sociedade. 
Por esta razão, a ideologia, tem explicitamente uma função política mesmo se a sua Linguagem não é política. A dominação de um tipo de ideologia depende dos tipos de sociedade Evidentemente, a ideologia e um instrumento privilegiado do poder institucionalizado sob forma estala, mas, tal como no caso do parentescos mais o que interessa é reter as condições em que a ideologia faz o papel do político.
.O culto dos antepassados permite aos mais velhos controlar os mais novos e os conflitos entre gerações, e por conseguinte entre estatutos desiguais exprimem-se sobretudo em termos místicos e rituais.
A teoria da feitiçaria comum todos os membros da sociedade, acentua carácter difuso, equívoco e personalizado do poder. E de notar que não constitui um negativo das relações de força reais da sociedade, um sistema de compensação, mas um sistema de explicação dessas relações. As manifestações da ideologia como política ou como instrumento do político podem atingir uma dimensão psicológica e mesmo psicanalítica de certas práticas sociais. 
Economia Organização do trabalho e, por conseguinte, da produção, repartição e distribuição dos recursos, enfim, a acumulação diferencial desses mesmos recursos. Permitem o desenvolvimento de desigualdades, mas dentro de sistemas não políticos. Mas fazem evidentemente parte dos instrumentos necessários da construção política: o prestigio transforma-se em poder, os símbolos do primeiro tornam-se meios do segundo. O político torna –se independente, privando progressivamente outros sectores de controlo de produção e de distribuição. Porem, a existência de redes comerciais, de mercados, de produtos de monopólio, o grau de separação entre o artesanato e as comunidades aldeãs, são outros tantos sinais económicos de uma divisão do trabalho cada vez mais complexa. Eis a razão que objecto pr6prio da antropologia política parece desaparecer e se instaura a autonomia política sob a forma de Estado.
Génese e estrutura do estado
Já insistimos no facto de o estado constituir o factor primordial da ordem social, ordem da totalidade social e ordem em benefício daqueles que dominam essa mesma totalidade social. É o que Marx e Engels parecem indicar neste passo da ideologia alemã. Sendo, pois, o estado a forma pela qual indivíduos de uma classe dominante fazem valer os seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma época, segue-se que todas as instituições comuns passam por intermédio do estado e recebem uma forma política. Portanto a forma do estado e a natureza dos seus objectivos e meios variam segundo o tipo de sociedade.
A diversidade das realidades empíricas explica –se pela evolução histórica e não mais pela própria natureza do estado. pois o tamanho da sociedade intervém no processo de automatização do político e, como ficou magistralmente demonstrado por R.-F. Stevenson, a densidade populacional e mais elevada nas sociedades estatais do que nas sociedades sem Estado. L. Krader insiste igualmente neste ponto e liga o aparecimento do Estad0 necessidade de controlar uma população importante. Definir a natureza do Estado é evidentemente descrever as suas condições de aparecimento, ainda que a analise se pretenda estrutural ou funcionalista e não genética. M. Fried e E. Krade apresentam quase os mesmos argumentos.
O estado é o poder organizado numa base superior ao parentesco e essa base é essencialmente o uso exclusivo da força. L. krader, por seu lado, retoma a mesma acepção geral: o estado é uma instituição que unifica, defende e controla explicitamente uma sociedade. No entanto o estado unifica uma população numerosa, heterogénea no plano social ou étnico e o estado é o centro de uma dupla delegação de poderes, da sociedade para o estado e do estado para posto ou regiões específicas. Portanto para M. Fried é possível distinguir: por um lado, há os estados primários, que resultam de uma evolução interna sem influência exterior e sem intervenção de um modelo e há os estados secundários, que são produtos de uma conquista ou qualquer intervenção exterior. Pois, o produto acabado, ou seja o estado, realizou uma forma unitária de características comuns, apesar de todas as variantes. Porem, os antropólogos privilegiaram demasiadas vezes a estrutura administrativa em detrimento processo de decisões política. Por outro, a complexidade e a singularidade dos reinos africanos demasiadas vezes desencorajaram o comparativismo. A constituição de redes administrativas autónomas é sinal da crescente diferenciação das funções política.
as variantes constitutivas do modelo são: a linhagem real, os direitos sobre aterra, o controlo da força física e a defesa dos direitos individuais.Pois a partir deste aparelho demonstrativo bastante pesado e mecanicista, 0 autor descreve as três variantes:
1 - Tipo aberto ao governo representativo formado pelos membros dos grupos de descendência que compõem a sociedade; 
2 - Tipo igualmente aberto baseado na associação política. A realeza e hereditária dentro da linhagem real, mas os outros titulares de funções políticas são nomeado pelo rei; 
3 - Tipo fechado, o poder e detido per uma aristocracia real.
Inspirando-se em Max Weber, define assim o político: aquilo que respeita ao poder eventualmente sancionado pela forca física. nota que a diferenciação política esta absolutamente ligada a diferenciação económica e as potencialidades tecnológicas. Se nos alongamos tanto sobre estas considerações, e porque elas nos obrigam a distinguir entre o político e o administrativo. A disposição das redes e sistemas de poder são tão importantes coma os aparelhos institucionais. Logo o esquema geral das potencialidades da estrutura estatal é evidentemente muito pobre comparado coma diversidade histórica e geográfica do estado.
Ao nível da aldeia, o chefe simboliza os interesses da colectividade e a este titulo, beneficia de certos privilégios económicos que podem eventualmente permitir-lhe libertar-se das exigências da comunidade. É evidente que o chefe hereditário acumula as duas funções, sendo tudo isto sancionado por uma mitologia das origens. Nota – se que A constituição do Estado Nupe resulta de uma conquista por uma minoria Fulani que acabou por perder todas as suas característica próprias. Efectivamente A organização política e garantida pela delegação de um feudo ou de uma posição a um membro de uma das nobrezas. o Estado assinala-se por uma unificação e uma integração avançada de todos esses elementos, e a elite política caracteriza-se pelo seu privilegio do emprego da forca física: guerra exterior ou interior.
Este exemplo mostra-nos a pluralidade dos níveis funcionamento do estado, que, tendo nascido das estruturas não políticas, submete essas mesmas estruturas a uma nova lei da história. A recente discussão entre marxistas e não marxista a propósito do modo de produção asiático simboliza bem importância do problema. Logo o que caracteriza este modo de produção e a combinação de estruturas comunitárias com estruturas de classe.
Essa discussão permitiu retomar toda a documentação e todas as análises das sociedades antigas, assim como das sociedades antropológicas. Mas o que e ainda mais fundamental é que incita a um alargamento da investigação antropológica no que respeita ao aparecimento e ao desenvolvimento das estruturas estatais. Por outro lado o modo de produção asiático é uma das formas de transição das sociedades sem classe as sociedade de classe. Note-se que, Esta investigação mostra-nos a importância do Estado no processo de transformação social, e não de admirar que a realização da passagem a uma sociedade sem classes e comunista seja marcada antes de mais, para Marx e Lenine, pela abolição do Estado.
A acção política
A transformação social e política de que acabamos de falar resulta manifestamente de uma acção e de uma iniciativa, mesmo sendo conforme as leis de evolução social. Como tal, implica uma análise de uma esfera mais limitada que os sistemas e as instituições e permite a constituição de uma microantropologia. Por outro lado, a acção política pertence ao domínio da psicossociologia e da formalização.
É esse o sentido das seguintes observações de M. Gluckman: Os antropólogos escreveram em termos gerais, com algumas ilustrações a propósito dos poderes legislativos, sem analisar os processos graças aos quais são aplicadas decisões legislativas particulares. Todavia desde há cinco ou seis anos alguns investigadores procuram responder a estas novas questões, Mas as respostas podem tomar duas direcções, teóricas completamente oposta. Pois, é verdade que as analises consagradas ao processo político, partem de uma boa intenção, Trata-se de pôr em causa as descrições gerais, normativas e ideológicas. Com isso, o perigo vem da própria natureza deste novo campo de investigação, ou seja das práticas de decisão individual. E ao descreverem praticas, os antropólogos esquecem muitas vezes que se trata de práticas sociais. Por outro lado, E. Winckler considera quatro problemas na sua análise dos estudos do processo político: o input, a conversão, o output e os processos externos. Seguidamente, o input é constituído pelos processos de mobilização do apoio, de apresentação das reivindicações, de recrutamento e de socialização dos indivíduos. Certamente R. Nicholas procura uma definição comparando uma horda de pigmeus, uma tribo africana organizada em base aldeã, uma comunidade Índia em Fiji, uma aldeia da Índia e os partidos políticos japoneses. E. Winckler define a seguir a conversão como a tecnologia no centro do sistema políticos constituído pelos processos de transferência dos recurso em bens bastando para orientar as previsões e permitindo definir as estratégias dos actores políticos em competição.
Output é processo pelo qual se distribuem ou se impõem os valores e os custos aqueles a quem foram atribuídos. Efectivamente, a análise do domínio político como um mundo a parte só é possível a custa de uma abstracção sem significado.
Um dos teóricos mais rigorosos desta nova escola é M. Swartz, este define a política como processos implicados pela escolha e execução de objectivos públicos pela realização e uso diferencial do poder por parte dos membros do grupoaos quais esses objectivos dizem respeito. Arena compreenderia todos aqueles a quem os processos políticos dizem respeito e indirectamente, e antropologia política estudaria as variações das relações entre esses domínios. Porem, F. G Bailey. Embora igualmente abstracto, e muito mais empiristas e devemos-lhe toda uma série de estudos sobre a mudança política na Índia. E Descreve nomeadamente a arte de subir a escada das castas, fenómeno de mudança social e de transição política. Entretanto, As demonstrações de Bailey são típicas desta nova antropologia política que se desenha. Este comparativismo torna-se possível graças a toda uma série de critérios teóricos: regras normativas/regras pragmáticas.
A noção de campo político define se, por conseguinte, mais pela natureza das relações e das lutas que nele se desenvolve do que pela natureza do sistema que suporta e explica essas mesmas relações e lutas. Todavia, esta microantropolgia política permite elaborar explicações teóricas mais globalizantes e históricas, isto por três razões ao que parece:
1) Ela insiste no estudo de caso e incita, por conseguinte, a fazer uma boa antropologia de campo;
2) Permite confrontar normas, opiniões e praticas num meio homogéneo e ver como tudo isso se organiza;
3) Apesar do evidente empirismo do vivido, esta abordagem obriga a reconhecer os conflitos, as lutas, as coligações, as estratégias e os lugares em que se manifestam.
A antropologia e as transformações politicas
A evolução e mutação das sociedades é uma dimensão normal da análise antropológica. Mas as sociedades não europeias que constituem o objecto primordial da antropologia possuem uma história específica, que é em grande parte resultado do contacto com as sociedades europeias. Portanto, deve se manejar o termo tradicional com prudência, porque só tem sentido quando oposto ao de moderno. Pois a tipologia do tradicionalismo sugerida por G. Balandier tem por fim diferenciar as suas manifestações actuais. Contudo, o impacto da penetração europeia, capitalista e crista foi considerável. E este processo pode revestir as mais diversas formas, segundo o tipo de contacto e segundo a natureza da armadura social e política das sociedades. Embora que, A transformação das sociedades não europeias» e, pois, um fen6meno relativamente antigo. Não e possível separar hoje o tradicional do moderno, porque muitas vezes possuem urna história comum que apresenta características originais. Efectivamente, 0 moderno prolonga e continua o antigo, na medida em que certossectores da vida social são regidos por princípios diferentes dos que dominam noutros sectores. Certamente, muitos fenómenos políticos aparecem com uma criação nova que aproveita certos elementos provenientes de estruturas sociais diferentes.
A partir de 1850 desenha-se no Senegal uma particular conjuntura, assinalada pela combinação de três fenómenos diferentes:
1) A crise larvar dos sistemas políticos wolofs, cuja fraqueza é um sinal de deterioração social;
2) As peripécias da conquista político-militar francesa;
3) O Incremento da cultura comercial do amendoim e o papel do imposto de capitação.
Esta conjuntura abre caminho a uma restruturação parcial das relações sociais tradicionais, das hierarquias políticas e dos sistemas agro económico. Contudo, o marabu torna-se um condutor de homens, um pregador cheio de proselitismo e até um homem de guerra. Pois, no começo, o moridismo, graças a sua função de recuperação, assume um certo número de funções tradicionais nesta situação de transformações gerais que ameaçam as sociedades senegalesas. Entretanto, esta função política de direcção social contribui para 0 desenvolvimento dos laços de dependência. Com o tempo, este aspecto da função política desaparece. Finalmente, ao multiplicarem-se os marabus, os conflitos podem aumentar e a coesão da confraria pode ser abalada.
O sistema murida tem por fim manter a ordem social. Esta manutenção da ordem faz-se não apenas em beneficia do próprio sistema murida, mas também em benefício do conjunto Economico político senegalês. Contudo, a este nível, os factores essenciais são os da evolução da sociedade senegalesa e dos laços de dependência neocolonialista.
A antropologia política desemboca assim na actualidade. Mas na se trata de anexar terreno pertencente a sociologia política. Assim, as estruturas politicam e a vida política do Estados do Terceiro Mundo constituem uma das dimensões originais da antropologia política. Este novo aspecto da antropologia política e muito vasto. Por um lado, implica que se tome em consideração toda a história colonial e pós-colonial e todos os conflitos que a assinalam, porque a penetração europeia foi muitas vezes sinónimo de supressão da independência e da liberdade política. Mas a luta pela independência argelina, os golpes de Estado militares através dos países subdesenvolvidos, o acesso da China ao socialismo, são também fenómenos políticos que precisam de ser vistos a luz da antropologia, porque poem em causa elementos políticos próprios das respectivas sociedades.
Certos problemas necessitam mais que outros de uma analise antropológica. Evoquemos sumariamente alguns deles: 
1) Os tipos de laços entre as instituições e valores antigos e novos. Pode haver continuidade da aparência institucional, ou mais Simplesmente do recrutamento da elite política; há possibilidades de utilização do modelo tradicional da ideologia e, sobretudo, da ideologia política.
2) O nascimento de uma nova estratificação social dos conxitos Próprios desta. É pela modificação das estratificações sociais que o processo de modernização, aberto no momento da instrução colonial, afecta indirectamente a acção política e as suas organizações. Introduz os geradores de classes sociais constituídas fora do estreito quadro das etnias.
3) Os tipos de conflitos devidos à estrutura social interna e à dependência exterior. As classes não se constituem todas segundo mesmo ritmo, e a sua forma difere segundo o estado e a origem dos elementos de que se compõem. O antagonismo das classes a luta de classes não pode exprimir-se, quer ao nível objectivo, quer ao nível subjectivo, enquanto não se modificarem certas condições: plurideterminação dos estatutos, fraca homogeneidade interna das classes, dificuldades de expressão de uma consciência de classe ou de uma ideologia. Mas surgem novos conflitos ligados a natureza da dependência exterior, e a luta anticolonial torna-se uma luta anti-imperialista. O conflito social toma cores nacionalistas ou racistas, porque traz a luz do dia reivindicações de ordem cultural que são profundamente politicas. 
A antropologia política contribui, pois, para a elaboração dos princípios fundamentais desta nova antropologia em formação, porque das suas dimensões especiais e temporais abarcam 0 conjunto das sociedades humanas. Apesar de tudo, este processo não permite fundamentar teoricamente a autonomia conceptual e metodológica desta disciplina particular. 
G. Balandier pensa que a antropologia política deve tomar-se a ciência comparativa do poder e das formas de governo. Assim se toma em consideração este mecanismo fundamental da história social: a luta de classes e o facto de que toda a luta de classes é uma luta política.
A antropologia política vai, pois, desembocar na acção política e na consciência que dela tem os actores. A definição das leis do político vai a par de uma pratica, quer esta lhe corresponda, quer não. Portanto, a antropologia política torna –se assim uma arma teórica para aqueles que lutam pela sua independência.
Conclusão
O grupo concluiu que as sociedades ditas primitivas proporcionou diversos estudos votados antropologia política. Antropologia essa que centrou se em saber como é que as sociedades primitivas era constituídas nível de esse estilo de vida assim como as diversas tarefas como que era dividida sob ponto de vista do género sobre tudo. Por meio de muitas ideologias a antropologia política permitiu redescobrir o passado real de diversas sociedades. O político tende a organizar as sociedades economicamente a partir de trabalho, produção e repartição de recurso.
Referência bibliográfica 
Jean Copans, A Antropologia Politica

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