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Diversidade Ambiental e Patrimônio Cultural

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DIVERSIDADE AMBIENTAL E PATRIMÔNIO 
CULTURAL 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade analisará as ações humanas que modificam o Meio Ambiente, tanto o 
ambiente natural, quanto o ambiente construído pelo homem, e as consequências 
dessas intervenções. Desde o advento da Revolução Industrial em meados do 
século XVIII, o mundo viveu muitas transformações em suas bases econômicas e 
sociais, passando de um modo de produção artesanal para um modo de produção 
industrial, e a economia baseou-se na acumulação do capital, motivando um rápido 
processo de urbanização, afetando diretamente o meio ambiente. As consequências 
dessas transformações são vislumbradas atualmente com o grau elevado de 
poluição, a homogeneização cultural, a má qualidade de vida das pessoas nas 
cidades. Serão abordados neste trabalho a) relação homem e meio ambiente; b) 
patrimônio histórico cultural; e c) cidade e planejamento. 
 
Palavras-chave: Meio Ambiente; Patrimônio Histórico Cultural; Homem; Cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 
SUMÁRIO ................................................................................................................... 3 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 
CAPÍTULO 1 - MEIO AMBIENTE E SEUS CONCEITOS ........................................ 5 
1.1 – HOMEM X MEIO AMBIENTE ...................................................................... 5 
1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................... 10 
1.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ..................................................... 18 
CAPÍTULO 2 - PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL ....................................... 21 
2.1 BENS AMBIENTAIS ..................................................................................... 21 
2.2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO .................................................................... 21 
2.3 PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ............................................... 30 
CAPÍTULO 3 - CRESCIMENTO DAS CIDADES E PLANEJAMENTO URBANO . 35 
3.1 GÊNESE DAS CIDADES ............................................................................. 35 
3.2 A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA .................................................................. 38 
3.3 POLÍTICA DE PLANEJAMENTO: ESTATUTO DA CIDADE ........................ 41 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 
 
4 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
O homem como um ser racional encontra-se numa situação onde consegue 
dominar as demais espécies e o Meio Ambiente, por meio de tecnologia e técnicas 
adquiridas ao longo da história da humanidade. Possuindo essas características, 
hoje ele se tornou capaz de dominar o ambiente para satisfazer as suas vontades e 
necessidades. Essa situação de dominação da espécie humana em relação ao meio 
ambiente vem causando grandes problemas ambientais ao longo dos anos. 
Atualmente as questões ambientais preocupam todo mundo, os seres humanos 
estão imersos em uma cultura do consumo exacerbado e, para a manutenção 
desses níveis de consumo estabelecidos, vêm causando efeitos irreversíveis para o 
meio ambiente, como por exemplo, a poluição do ar, a destruição de milhões de 
hectares de florestas anualmente, a produção de milhões de toneladas de rejeitos, o 
crescimento desordenado das cidades, dentre muitos outros. 
O homem deve repensar seu modo de vida em consequência dos efeitos 
negativos que está causando para o planeta e garantir uma melhor qualidade de 
vida para as próximas gerações. Num passado pouco distante, a preocupação com 
a preservação e a conservação dos bens naturais, materiais e imateriais, passou a 
ser temas debatidos pela sociedade, onde procuram formas de resguardar e 
conservar a sua integridade e a sua história. 
 Esse material está divido em três capítulos, onde será abordada a relação do 
homem com o meio ambiente, patrimônio histórico cultural brasileiro, crescimento 
urbano e o planejamento das cidades. 
 No primeiro capítulo será abordada a importância das questões ambientais 
nos dias atuais e sua relevância para uma melhor qualidade de vida das populações. 
Os conceitos sobre os diferentes tipos de meio ambiente e os princípios do Direito 
Ambiental. No segundo capítulo, a abordagem ao Patrimônio Histórico Cultural 
mostrará os conceitos de patrimônio, e os diferentes tipos de patrimônios existentes 
no Brasil, os patrimônios materiais, imateriais e naturais, além das leis que 
resguardam seus direitos. E no último capítulo será apresentada a gênese das 
cidades, a urbanização brasileira e a Lei do Estatuto da Cidade, que busca 
regularizar e disciplinar o crescimento e o (re)ordenamento da malha urbana 
oferecendo cidades mais sustentáveis. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CAPÍTULO 1 - MEIO AMBIENTE E SEUS CONCEITOS 
 
1.1 – HOMEM X MEIO AMBIENTE 
 
O processo de evolução da humanidade trouxe a aproximação e a relação do 
homem com a natureza. A relação entre o homem e a natureza era uma interação 
harmoniosa, onde era retirado apenas o necessário para sua subsistência. Essa 
relação começou a ser modificada com o desenvolvimento da agricultura, a melhoria 
e o surgimento de novas técnicas para exploração da terra, assim, o homem foi 
modificando e alterando a natureza. 
Perante a um panorama de desastre ou risco ambiental, percebe-se que o 
homem ignorou a preservação do meio ambiente, em função de ter uma visão 
antropocêntrica que o acompanha há séculos, na busca por satisfazer seus desejos, 
explorando e degradando o meio ambiente. A visão do homem em relação ao 
mundo natural deve ser analisada historicamente para a compreensão das práticas 
cotidianas atuais. Segundo Thomas "[...] tal predomínio se constitui em uma pré-
condição básica da história humana, onde o homem se apropria dos recursos 
naturais, estimulado pela concepção dominante em que a natureza estaria 
subordinada ás suas necessidades" (THOMAS, 2001). 
Enquanto elemento pertencente à natureza, o ser humano, quando devasta o 
meio ambiente está destruindo a si mesmo, sendo que a consciência individual que 
o sustenta e do meio social que o envolve desprendem-se parcialmente da sua 
conduta. Essa condição de pertencimento ao meio ambiente fica dissociada ao 
pensamento moderno, onde o homem busca aprodutividade industrial, utilizando os 
recursos naturais e extinguindo os mesmos que dão bases para sua própria 
existência. 
 Vale mencionar o período após a Revolução Industrial, no século XVIII, onde 
se inicia uma produção voltada ao mercado global, pois, as mercadorias produzidas 
pela Inglaterra eram exportadas para o mundo, fundamentando a ideologia do 
crescimento econômico a partir do sistema capitalista. A partir desse novo 
pensamento da sociedade moderna, o consumo, aliado ao crescimento populacional 
e o processo de industrialização, contribuíram e muito, com o agravamento das 
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questões ambientais, ultrapassando a dimensão ambiental e impactando a política, a 
economia e a sociedade mundial. Dessa forma, toda a transformação dos bens 
naturais, torna-se uma apropriação da natureza pelo indivíduo. 
 
Dentre as múltiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é 
mais expressiva que a do período tecnológico. A técnica, esse intermediário 
entre a natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história, 
converteu-se no objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou 
por subverter as relações do homem com o meio, do homem com o homem, 
do homem com as coisas, bem como as relações das classes sociais entre 
si e as relações entre nações (SANTOS, 1982, p.16). 
 
A sociedade industrial se mostrou alheia aos altos valores pagos para a 
reprodução do sistema produtivo, surgindo uma crítica ambiental à sociedade 
industrial iniciada por movimentos políticos e intelectuais, nesse sentido reações de 
indivíduos com pensamentos contrários, defendiam a industrialização como via para 
alcançar o desenvolvimento minimizando os problemas ambientais como a poluição 
e a escassez de recursos incorporando como “variáveis ambientais” para legitimar 
seu uso (ZHOURI, 2004). 
Consequentemente, a utilização deste termo “variáveis ambientais”, introduzido 
nos discursos da classe dominante, acabou enfraquecendo as discussões em torno 
do tema, contribuindo para uma dicotomia de interesses. Segundo Hannigan (2009) 
essa divergência acontece entre os valores de uso, que presa pela preservação 
ambiental, seu uso racional e os valores de troca, que é a utilização desses recursos 
naturais, extração indiscriminada nas indústrias para a preservação do mercado 
produtivo. 
A dicotomia entre homem e natureza passou por diversas transformações no 
decorrer da história humana, a natureza era vista, ilusoriamente, pela grande maioria 
da população, como uma ameaça. Com o passar do tempo essa concepção foi 
mudando e o homem passou a relacionar-se com os elementos naturais como base 
de reproduções social, política e econômica, colocando a natureza como meio 
superficial às relações sociais, entendendo que a natureza serviria de fonte de 
recursos e também submissa aos homens. Discorrendo sobre essa mesma linha de 
pensamento,Giddens (2002, p.104), ao falar sobre essas condições afirma que: 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 A natureza, como fenômeno externo à vida social, chegou em certo 
sentido a um fim, resultado da dominação humana ampliando esta visão 
para o risco de uma catástrofe ecológica [...] viver no universo da alta 
modernidade é viver num ambiente de oportunidade e risco, concomitantes 
inevitáveis de um sistema orientado para a dominação da natureza e para a 
feitura reflexiva da história. 
 
A ideia do autor supracitado corrobora que, com a dominação da natureza, a 
sociedade passa de uma sociedade capitalista para uma sociedade de risco, 
ocasionando impactos e recomendando mudanças. A ideia de risco ambiental, deve 
levar em conta a junção das ciências naturais e sociais, já que a problemática 
ambiental atrela os diversos interesses e diferentes atores sociais. 
O homem como dominador da natureza traz muitas mudanças ao meio natural, 
sendo que os riscos dessas mudanças são reduzidos a riscos de causas naturais, 
omitindo o papel do homem como agente social transformador e se incluindo no 
processo aspectos culturais e de classe danificando o ambiente (BECK, 2011). 
A cultura do consumo e do desperdício causada pela modernidade não é uma 
criação comum dos homens, mas uma realidade imposta e passível de manipulação 
de novos arranjos sociais A desarmonia entre a sociedade e natureza vem desde o 
século XIX, que tem como finalidade dominar e menosprezar a natureza, atribuindo, 
a ela, as modificações causadas pelo homem (BECK, 2011). 
 
FIQUE ATENTO! 
A sociedade atual está consumindo cada vez mais e é conhecida como a 
“Sociedade dos Consumidores”, contudo, esse consumo não é um consumo natural 
e para sobrevivência, mas um consumo pautado no consumo desnecessário, criado 
pelo capitalismo. 
 
 Essa ideia mostra a relação desigual entre homem e natureza, como 
construção social, respaldando a exploração e o controle dentro de um propósito 
estabelecido, mas sem nenhum controle ou conhecimento sobre a limitação do bem 
natural. 
O mundo contemporâneo traz a sensação de que quanto mais se obtém 
conhecimento, com descobertas espetaculares, mais vulnerável e propensa 
a situações de crises se encontra a humanidade. Assim na medida em que 
os avanços tecnológicos ampliam o domínio do conhecimento, da mesma 
forma, ampliam o domínio da incerteza (RAMIRES, 2008, p.04). 
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A metade do século XX, torna-se um marco fundamental nas questões 
ambientais por meio de políticas públicas. A preocupação com o meio ambiente e 
sua preservação, os problemas e impactos causados, mostram a necessidade de 
estudar natureza e a sociedade de uma forma conjunta, não dissociável, buscando 
modelos e opções de um desenvolvimento sustentável, que integrasse o meio 
ambiente e o homem. Nesse contexto, muitos países, preocupados com as questões 
ambientais, organizaram convenções, tratados, acordos conferências, planos, dentre 
outros, contudo, os principais encontros serão discutidos a partir da Conferência de 
Estocolmo, considerada como marco nas questões ambientais. 
As discussões e encontros sobre as questões ambientais e a política ambiental 
vêm sendo discutidas desde o início do século XX. Contudo, foi a partir de 1972, 
com a realização da Conferência de Estocolmo, que teve representantes de 113 
países e é considerada como um marco histórico político internacional, o marco 
decisivo para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Essa reunião 
teve como objetivo estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem 
de orientação aos povos para a conservação e a melhoria do ambiente. Neste 
encontro foi desenvolvido um documento conhecido como Declaração sobre o 
ambiente humano e o Plano de Ação Mundial, que recomendou a criação de um 
programa internacional de educação ambiental, estabelecendo que o mesmo é uma 
ferramenta crítica para o combate a crise ambiental no mundo. 
Após uma década da Conferênciaem Estocolmo, foi formada a Comissão 
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, implementada em 1983. Neste 
encontro foram utilizados e caracterizados os conceitos de desenvolvimento 
sustentável ou sustentabilidade, sendo o desenvolvimento que atende às 
necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das futuras 
gerações de ter suas próprias necessidades atendidas (UNESCO, 1972). 
Conhecida internacionalmente como 1992 Earth Summiton Environment and 
Development, a Rio-92, aconteceu em 1992, na cidade do Rio De Janeiro, reunindo 
mais de 120 chefes de Estado, e representantes de mais de 170 países. Nesta 
reunião foram elaborados cinco documentos assinados pelos chefes de Estado e 
representantes, a Declaração do Rio, a Agenda 21, a Conservação Sobre a 
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Diversidade Biológica, a Convenção Sobre a Mudança Climática e a Declaração de 
Princípios da Floresta. 
No ano de 1997, a cidade japonesa de Quioto sediou a reunião mundial sobre 
o aquecimento potencial da atmosfera, onde os países signatários assinaram e se 
comprometeram a reduzir as suas respectivas emissões de gases de efeito estufa 
na atmosfera, conhecido como Protocolo de Quioto. Esse acordo é derivado 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC), ele 
foi negociado e adotado pelas partes em Quioto, no Japão, em 11 de dezembro de 
1997 e entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005. O protocolo tem por base as 
premissas comprovadas pela ciência de que o aquecimento global é fato real e que 
é causado pela ação humana. 
Outra reunião realizada em 2002 foi a Rio+10, também conhecida como 
Cúpula de Johanesburgo ou Conferência Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável, realizada em Johanesburgo, África do Sul, e teve como objetivo 
reavaliar e mostrar as conclusões e diretrizes propostas na Rio-92, discutir sobre 
questões de preservação do meio ambiente e questões de cunho social, como a 
pobreza. Um dos resultados dessa conferência foi a Declaração de Johanesburgo. 
Contudo, não obtiveram resultados muitos significativos, como o cancelamento das 
dívidas dos países pobres e os países que fazem parte da Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (Opep), não firmaram acordo de utilizar 10% dos recursos 
renováveis. 
Em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, aconteceu a Rio+20, onde foi feito um 
balanço dos 20 anos que separam da Rio 92, a fim de reforçar o compromisso dos 
Estados com a sustentabilidade e refletir sobre as ações adotadas desde a Rio 92. 
Esse encontro resultou no documento que tem como principais propostas a 
erradicação da pobreza, integrar os aspectos sociais, econômicos e ambientais no 
desenvolvimento sustentável, a proteção dos recursos naturais, a diminuição do 
modo de consumo, promover o crescimento econômico sustentável, reduzir as 
desigualdades e melhorar as condições básicas da vida, esse documento ficou 
conhecido como “O futuro que queremos”. 
Mesmo com a preocupação com o meio ambiente, os tratados internacionais e 
as políticas que envolvem as questões ambientais, a visão de dominação do homem 
http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27698-o-que-e-o-efeito-estufa
http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28809-o-que-e-a-convencao-do-clima
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em relação ao meio ambiente permanece e continua dissociando o homem 
enquanto ser social e elemento que integra a natureza. 
 
IMPORTANTE! 
As conferências internacionais sobre o Meio Ambiente impulsionaram as políticas 
ambientais brasileira. A Conferência de Estocolmo em 1972 foi a base para o artigo 
225 da Constituição Federal brasileira, que foi implementado, este mesmo artigo é 
também o mais importante artigo no ordenamento jurídico brasileiro relacionado ao 
meio ambiente, modos de preservação, buscando desta forma mostrar os meios 
lícitos de preservação, a fauna e a flora no meio em que convivemos. 
 
SAIBA MAIS: 
Filme sobre o assunto: A última hora (2007); A ilha das flores (1989) 
Acesse os links: http://repositorio.furg.br/handle/1/2607 e http://meioambiente. 
culturamix.com/natureza/as-relacoes-homem-natureza 
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do 
assunto para entender os tópicos da sequência. 
 
1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
 
Sobre meio ambiente, existem vários conceitos e concepções que estão em 
constante processo de construção, antigamente questões sobre o meio ambiente 
estavam mais próximas das observações das ciências biológicas ou físicas, ou 
então das ciências humanas, mas não estabelecia nenhuma relação entre ambas. 
Os estudos que relacionavam os fatores biológicos e sociais como integrantes do 
ambiente iniciaram-se a partir da metade do século XX, em busca de respostas e na 
tentativa de minimizar os graves efeitos ambientais. 
 As definições sobre meio ambiente vêm sendo desenvolvidas desde meados 
do século XX, conforme o Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente 
(1978) define meio ambiente como “O conjunto do sistema externo físico e biológico, 
no qual vivem o homem e os outros organismos”. 
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O art. 3º, inciso I da Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, apresenta um conceito de meio ambiente que alia um equilíbrio 
entre as leis, condições, influências e interações de ordens física, química e 
biológica. Parte-se do conceito de meio ambiente como um conjunto e interações 
físicas, químicas, biológicas, sociais e econômicas, dentro do espaço geográfico 
terrestre, para que se tenha uma interação razoável e equilibrada, entre o meio 
ambiente e o ser humano e suas necessidades. 
O conceito apresentado pela Lei aponta um simplismo em relação à magnitude 
do tema que se propõe a conceituar. A referida Lei se omite sobre o principal 
aspecto de que o ser humano, considerado como coletivo ou individual, é parte 
integrante do mundo natural e, consequentemente, do meio ambiente. Essa elipse 
pode levar à falsa ideia que o ambiente é algo à parte da sociedade humana, 
confundindo com seus componentes físicos, bióticos e abióticos ou com os recursos 
naturais e ecossistemas. 
A primeira Conferência, a de Estocolmo, objetivou superar essa ideia de 
egocentrismo do homem em relação ao meio ambiente e se integrar como parte 
indissociável e dependente dele, porque é a vida da espécie humana que estará 
ameaçada quando o equilíbrio do meio ambiente for ofendido em uma escala 
irreversível. 
Segundo Silva (2013), o meio ambiente é a interação do conjunto de elementos 
naturais, artificiais e culturais, que proporciona o desenvolvimento equilibrado da 
vida em todas as suas formas, e o homem deve estar contido como parte do 
ecossistema e dependente dele. 
Mateo (1977) corrobora com a ideia e complementa dizendo que o meio 
ambiente, no Direito Ambiental, constituiu o entorno físico, não vivente, quepossibilita a vida em seu conjunto em virtude dos ciclos inter-relacionados de 
energia e dos processos químicos que nela ocorrem. 
 Considerando o meio ambiente como todas as suas formas de interações, 
falando das influências de todas as formas de vida, faz-se necessária a 
compreensão dos tipos de meio ambiente. Apresentaremos a seguir: Meio Ambiente 
Natural, Meio Ambiente Artificial, Meio Ambiente Cultural e Meio Ambiente do 
Trabalho. 
12 
 
 
 
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FIQUE ATENTO! 
Os estudos sobre Meio Ambiente devem ser entendidos e estudados de uma forma 
multidisciplinar, já que os estudos ambientais envolvem profissionais de diferentes 
áreas do conhecimento. Estudar as questões ambientais apenas por um viés é 
trilhar um caminho errado para os estudos. 
 
1.2.1 Meio Ambiente Natural 
O meio ambiente natural refere-se àquele ambiente que, originalmente criado 
pela natureza e que não foi afetado pela ação humana, esse meio ambiente, pode 
ser considerado como o equilíbrio tênue existente entre o meio e seus seres vivos 
que nele subsistem. Esse meio natural ou físico é composto por água, solo, ar, fauna 
e flora. Fiorillo (2013) destaca que: 
 
O meio ambiente natural ou físico é constituído pela atmosfera, pelos 
elementos da biosfera, pelas águas (inclusive pelo mar territorial), pelo solo, 
pelo subsolo (inclusive recursos minerais), pela fauna e flora. Concentra o 
fenômeno da homeostase, consistente no equilíbrio dinâmico entre os seres 
vivos e meio em que vivem. 
 
A interferência humana em um meio ambiente natural ou físico não é suficiente 
para que o mesmo deixe de ser natural. Para um meio ambiente natural deixar de 
ser considerado assim, ele deve perder sua substancialidade, um exemplo é uma 
plantação de trigo, embora tenha tido interferência humana, por meio de aplicação 
de técnicas e tecnologias, para se obter um bom cultivo, essa plantação não deixou 
de ser natural, já que não consta uma modificação em sua substância. Porém, se 
forem utilizadas sementes transgênicas, esse meio passa do natural para o meio 
artificial. 
Segundo Rebello Filho e Bernardo (1998), os autores defendem a ideia que o 
meio ambiente natural é constituído por todos elementos responsáveis pelo 
equilíbrio entre os seres vivos e o meio em que vivem: solo, água, ar atmosférico, 
flora e fauna. Mesmo sendo diferentes, o solo da água, este por sua vez, distinto do 
ar atmosférico, da fauna e da flora, não impede que eles participem da mesma 
classe natural. Isso porque todos eles possuem uma característica marcante e 
comum, que viabiliza o agrupamento dos mesmos, enquanto classe natural: o fato 
de serem originariamente criados pela natureza. 
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O meio ambiente natural é a natureza em sua forma primitiva e original, sem a 
intervenção substancial do homem, contudo, devemos lembrar que o homem faz 
parte desse meio natural, enquanto ser vivo. Enfatizando que não é qualquer ação 
humana que provoca o processo de artificialização do meio ambiente natural. 
 
1.2.2 Meio Ambiente Artificial 
O meio ambiente natural é classificado por ter origem por procedimentos 
normais e naturais, sem a interferência substancial do homem na natureza. 
Diferentemente o meio ambiente artificial, que é conhecido por ser resultado da ação 
do homem, alterando e modificando a sua essência 
Para satisfazer seus desejos e anseios, o homem, transforma o meio ambiente 
natural para criar seu mundo. A partir do momento em que o substrato natural sofre 
uma alteração pelo ser humano, esse meio torna-se artificial, perdendo sua 
naturalidade originária e mudando seu comportamento de modo diverso. As 
características, as propriedades, as peculiaridades e particularidades vão se 
apresentar de forma distinta da originária. 
Um exemplo bem claro é a inclusão do espaço urbano na paisagem natural, 
cujo o aparecimento espontâneo não aconteceria. Silva (2013) define como sendo o 
meio ambiente artificial aquele “constituído pelo espaço urbano construído, 
consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos 
equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes, espaços livres em geral: espaço 
urbano aberto)”. 
Para utilizar o espaço urbano ou o ambiente das cidades como exemplificação 
do meio ambiente artificial, devemos destacar que o mesmo só pode ser visto como 
artificial quando considerar apenas seus equipamentos físicos (prédios, ruas, casas, 
asfaltos, postes, etc.), pois, além de abrigar esses equipamentos, o espaço urbano 
abriga também os homens, animais domésticos, vírus, ácaros, vegetação, inúmeros 
elementos vivos e componentes naturais que fazem parte do meio ambiente natural. 
Ampliando a análise sobre o espaço urbano e o meio ambiente artificial, a 
inclusão da cultura também deve ser discutida, já que ela estimula as relações no 
meio urbano, por meio da língua, dos costumes, das artes, do turismo, das 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
arquiteturas que vestem as construções das cidades, são elementos que fazem 
parte do meio ambiente cultural, mas que fazem parte do espaço urbano. 
O tratamento constitucional sobre o meio ambiente artificial faz parte do art. 
225 da Constituição Federal Brasileira, mas também do art. 182 que se refere à 
política urbana, onde institui diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive 
habitação, saneamento básico e transportes urbanos, entre outros. 
A necessidade desses artigos que abarcam a questão das cidades no Brasil 
deve-se ao fato das cidades brasileiras crescerem sem qualquer tipo de 
planejamento, acarretando grandes problemas ambientais e sociais. Cidades médias 
e grandes concentram grande quantidade de atividades industriais, contribuindo 
intensamente para desequilíbrio ambiental, por meio da poluição das águas, do ar, 
etc. (WALCACER, 1993) 
A expansão da malha urbana sem estudo ou planejamento pode ter como 
consequências o grande volume de tráfego, elevadas concentrações industrias, 
sobrecargas ambientais, levar a um planejamento habitacional deficiente e 
excludente, incentivar a especulação imobiliária, desregular o mercado imobiliário 
dentre outros. Afim de evitar esses problemas nas cidades, a Lei N. 10.257/01, 
conhecida como Estatuto das Cidades que, regulamentando os artigos. 182 e 183 
da Constituição Federal, estabelece as diretrizes da política urbana. 
Entre outros estabelecimentos, a referida lei traz conceitos de planejamento 
urbano com o objetivo de evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e seus 
efeitos negativos sobre o meio ambiente (art. 2º, IV), de ordenação e controle do uso 
do solo, como forma de impedir a poluição e degradação ambiental (art. 2º, VI, g), e 
determina de forma clara a proteção, a preservação e a recuperação do meio 
ambiente natural, e constitui a obrigatoriedade da elaboração do EIV - Estudo de 
Impacto de Vizinhança como um dos instrumentosda política urbana (art. 4º, VI). 
 
SAIBA MAIS: 
Filmes sobre o assunto: A Enseada – The Cove (2009); A era da estupidez (1989) 
Acesse os links: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-
classificacao-dos-diferentes-tipos-de-meio-ambiente/ e http://www.jfsc.jus.br/ambi 
ental/opiniao/meio_ambiente.htm 
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Observação: Compreender os diferentes tipos de conceitos sobre o meio ambiente e 
os diferentes tipos de meio ambiente é fundamental para este estudo. 
 
1.2.3 Meio Ambiente Cultural 
O meio ambiente mostra suas particularidades e suas variedades, como um 
conjunto complexo de bens e seres vivos que vivem no ecossistema terrestre, a 
ação do homem deixa um legado histórico e sua marca civilizatória. O conceito de 
meio ambiente cultural vem previsto no art.216 da Constituição Federal como: 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos 
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I — as formas de expressão; 
II — os modos de criar, fazer e viver; 
III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; 
 
 Silva (2013) afirma que meio ambiente cultural “é integrado pelo patrimônio 
histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que embora artificial, em 
regra, como obra do homem e pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que 
se impregnou”. Venttorazzo (2013) complementa a ideia de Silva (2013) afirmando 
que o meio ambiente cultural envolve diversos aspectos, mas o que possibilita a sua 
identificação é a percepção de que sua existência está atrelada a nossa história e 
que sua manutenção visa, acima de tudo, garantir a sadia qualidade de vida sob o 
princípio da dignidade da pessoa humana. 
Ao estudar o meio ambiente cultural é importante saber que ele se apresenta 
de duas formas distintas, em uma forma concreta e uma forma abstrata. O meio 
ambiente cultural concreto é aquele que se apresenta concretizado, transformado 
em um objeto. Assim podemos considerar os prédios, as construções, os 
monumentos, as estações, dentre outros. 
 Seguindo essa ideia de meio ambiente cultural, a artificialidade como no meio 
ambiente artificial torna-se mais importante que a naturalidade original. No meio 
ambiente cultural concreto é muito mais interessante e relevante considerar sua 
valoração cultural. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 Já o meio ambiente cultural abstrato é quando ele não apresenta nenhum 
objeto, nenhuma construção no meio ambiente artificial. Considerando assim a 
língua, os costumes, os modos de como as pessoas se relacionam, as 
manifestações de identidade dentre outros aspectos, sem distinção, compõem 
abstratamente o meio ambiente cultural. Mesmo esses elementos citados não serem 
palpáveis, eles têm um papel de extrema importância para a evolução e para a 
construção da identidade social e individual de um homem. 
 O Brasil, por ser um país com grandes dimensões territoriais, apresenta 
várias regiões e cada uma representa características, hábitos e valores diferentes e 
um meio ambiente cultural peculiar a sua realidade. Há necessidade da preservação 
das culturas nacionais e regionais, pois, com a destruição de uma cultura local, 
aniquila um modo de viver próprio que, possivelmente, não encontra em qualquer 
outra área do planeta, causando um prejuízo incalculável, não só para o país, mas 
para toda uma humanidade. 
No Brasil, a responsabilidade pelo patrimônio cultural existente é da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de todos os brasileiros que devem 
atuar de forma efetiva, envolvendo ações coordenadas, coletivas e organizadas. 
 
1.2.4 Meio Ambiente do Trabalho 
A força de trabalho é uma das bases para o desenvolvimento econômico de um 
país, contudo, para exercer o trabalho é necessário um meio ambiente de trabalho 
adequado, para o exercício de suas funções. O equilíbrio desse meio ambiente está 
embasado na salubridade e nas integridades física e psíquica dos trabalhadores, 
independente de gênero, idade e tipo de contratação (FIORILLO, 2013). 
O meio ambiente do trabalho é classificado como um meio ambiente artificial, 
contudo, ele é tratado com algumas especificações, conforme aponta a Constituição 
Federal, no seu artigo 200, VIII, onde estabelece ao Sistema Único de Saúde – SUS, 
em contribuir na proteção do meio ambiente do trabalho, juntamente com outras 
normas constitucionais e legais, para garantir condições dignas de trabalho com 
salubridade e segurança (SILVA, 2013). 
Segundo a Constituição Federal, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, 
por meio de normas de segurança e higiene, é direito do funcionário, se o mesmo 
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fica submetido a atividades perigosas, penosas ou insalubres, deve receber um 
adicional salarial de insalubridade ou periculosidade. 
Um meio ambiente de trabalho seguro e saudável beneficia a todos os patrões 
com a melhora no nível de produtividade, além da redução dos custos da empresa, 
com multas e processos trabalhistas, e impacta positivamente nas contas da 
previdência social, melhora o ambiente de trabalho, onde os profissionais executam 
seus serviços mais felizes, a diminuição de internações e tratamentos de vítimas de 
acidentes de trabalho via Sistema Único de Saúde. 
Para a melhoria no meio ambiente de trabalho é imprescindível que as 
autoridades públicas reforcem a fiscalização e penalizem com mais rigidez as 
empresas que não cumprem leis e normas sobre saúde e segurança do trabalho. 
Aos trabalhadores cabe a tarefa de participar e colaborar efetivamente das 
comissões internas de melhoria, prevenção e acidentes de trabalho. 
 
1.2.5 Patrimônio Genético 
Patrimônio genético inclui como definição de meio ambiente o que é embasado 
na própria CF/1988, visto que esta inclui, entre as incumbências do Poder Público 
com relação ao meio ambiente, a preservação da diversidade e da integridade do 
patrimônio genético (art. 225, § 1º, II). 
A medida provisória nº2.186-16/2001 define como Patrimônio Genético toda 
informação de origem genética, contida em amostras do todo ou de parte de 
espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e 
substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos 
destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive 
domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados em condições 
in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica 
exclusiva. 
 O acesso ao conhecimento tradicional associado, obtenção de informação 
sobre conhecimento ou práticaindividual ou coletiva, associada ao patrimônio 
genético, de comunidade indígena ou de comunidade local, para fins de pesquisa 
científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando sua aplicação 
industrial ou de outra natureza. 
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IMPORTANTE! 
Os estudos ambientais apresentam vários tipos de meio ambiente, como por 
exemplo, meio ambiente do trabalho, meio ambiente natural, meio ambiente cultual, 
meio ambiente artificial dentre outros, contudo deve-se ter clareza da definição de 
cada um para uma melhor compreensão nos estudos. 
 
1.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
 
A preservação ambiental, principalmente no século XX, passou a ter uma 
importante discussão devido aos principais problemas que o homem vem causando 
no meio ambiente. O surgimento e o amadurecimento de um direito que regulamenta 
as questões ambientais trouxe um avanço na proteção, regulamentação e 
fiscalização do meio ambiente. 
O Direito Ambiental possui princípios e normas jurídicas que asseguram os 
direitos como os princípios da precaução, o da prevenção, do poluidor pagador, da 
responsabilização do dano ambiental, da publicidade, da cooperação internacional e 
da função social da propriedade. 
 Princípio da Precaução: 
O meio ambiente só poderá ter alguma intervenção a partir do momento que 
não houver dúvidas em relação ao seu dano, é a incerteza científica, se vai 
acontecer ou não, a dúvida. Este princípio tem como assunto principal a prevenção 
da irreversibilidade do dano potencial, entendida como a impossibilidade de volta a 
sua condição anterior. 
 Princípio da Prevenção: 
Muito semelhante ao princípio da precaução, o princípio da prevenção busca 
estabelecer os cuidados que devem ser adotados para evitar danos ambientais. Este 
princípio informa tanto o licenciamento ambiental, como os próprios estudos 
ambientais, que são realizados com conhecimentos já adquiridos sobre uma 
determinada intervenção no ambiente. 
 Princípio do Poluidor Pagador: 
O usuário dos recursos naturais deve arcar com todos os passivos destinados 
a tornar possível o seu uso. O primeiro aspecto que obriga a indenizar todo e 
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qualquer dano causado pelo poluidor; o segundo aspecto diz respeito aos estudos e 
todas as licenças necessárias para não causar danos ou deixar nos níveis 
aceitáveis. Contudo, esse princípio não é uma punição e nem dá o direito ao 
pagador de poluir. 
 Princípio da Responsabilização do Dano Ambiental: 
É a responsabilidade que o poluidor enfrenta de reparar e indenizar por meio 
de multas as áreas afetadas quando, mesmo usando de meios lícitos, por motivo de 
negligência ou imperícia, acaba por provocar danos ao meio ambiente. 
 Princípio da Publicidade ou Princípio da Informação: 
Tem a finalidade de formar a consciência ambiental, expandir o conhecimento 
por meio da educação ambiental, a população em todos os seguimentos tem o 
direito de receber as informações e opinar. Todas as informações ambientais 
recebidas pelos órgãos públicos devem ser transmitidas a toda sociedade, 
excluindo-se as informações que estão em segredo de Estado ou industrial. 
 Princípio da cooperação internacional: 
Fica definido em seu art. 4º, IX, a “cooperação entre os povos e progresso da 
humanidade” da nossa Carta Magna o princípio nas relações internacionais da 
República Federativa do Brasil. Por meio de convenções e tratados internacionais de 
diversos países, firmarem metas conjuntas para a proteção do meio ambiente, a 
participação se tornará obrigatória a partir do momento que o país decidir fazer parte 
e assinar os acordos, se comprometendo com as metas conjuntas. 
 Princípio da Função Social da Propriedade: 
Esse princípio está condicionado ao cumprimento de sua função social, o 
direito à propriedade. Este princípio é amplamente adotado pelo direito ambiental. 
Em relação a matéria ambiental, a função social do meio ambiente é dar meios a 
uma qualidade de vida sadia às pessoas. Deste modo, se a propriedade privada não 
propicia ou não compatibiliza com um meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
proporcionando uma qualidade de vida saudável às pessoas, tal propriedade não 
está em acordo com o interesse social e não exerce sua função social. 
 Princípio da participação comunitária: 
Este princípio não é exclusivo do Direito Ambiental, contudo, para a resolução 
dos problemas do ambiente, deve ser dada especial ênfase à cooperação entre o 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Estado e a sociedade, através da participação dos diferentes grupos sociais, na 
formulação e na execução da política ambiental. De fato, é fundamental o 
envolvimento do cidadão no equacionamento e implementação da política ambiental, 
dado que o sucesso desta supõe que todas as categorias da população e todas as 
forças sociais, conscientes de suas responsabilidades, contribuam à proteção e 
melhoria do ambiente, que afinal, é bem e direito de todos. Exemplos deste tipo de 
princípio são as audiências públicas. 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
LASCHEFSKI, Klemens; ZHOURI, Andrea. Conflitos ambientais. In: ZHOURI, A; 
LASCHEFSKI, K. (Org.). Desenvolvimento e conflitos ambientais: um novo campo 
de investigação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010, p. 11-34. Disponível em: 
http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp-
content/uploads/2014/04/ZHOURI__LASCHEFSKI_-_Conflitos_Ambientais.pdf>. 
Acesso em: 24 mar. 2019 
RATTNER, Henrique. Sustentabilidade: Uma Visão Humanista. Ambiente e 
Sociedade, São Paulo, ano 2, n. 5, p. 233-240, jul./dez. 1999. 
 
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CAPÍTULO 2 - PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL 
 
2.1 BENS AMBIENTAIS 
 
 A Constituição Federal Brasileira trouxe em seu artigo 225, uma nova 
realidade jurídica e, disciplinando o bem ambiental, que não é considerado nem 
público e nem privado, considerado um bem difuso. 
 
Sob esse enfoque, surge a Lei federal n.8.078, de 1990, que, além de 
estabelecer nova concepção, vinculada aos direitos das relações de 
consumo, cria, a partir da orientação estabelecida pela Carta Magna de 
1988, a estrutura infraconstitucional que fundamenta a natureza jurídica de 
um novo bem, que não é público e não é privado: o bem difuso (FIORILLO, 
2010, p. 172) 
 
Isso deve-se ao fato do artigo 225 considerar que “todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentese futuras gerações” (BRASIL, 1988). 
 Esse artigo mostra que o bem ambiental não se reporta a uma pessoa apenas 
ou um grupo estabelecido, mas sim ao coletivo, em que não se determinam 
plenamente os titulares. Portanto, um bem ambiental é um bem de uso comum do 
povo, podendo ser utilizado por qualquer um dentro dos limites estabelecidos por Lei 
e um bem essencial à qualidade de vida. 
 Como já estabelecido, o bem ambiental usa do conceito retirado do inciso I, 
parágrafo único, do art. 81, da Lei nº 8.078/1990, ou seja, um bem “transindividual, 
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por 
circunstâncias de fato”. Considerando essa indeterminação absoluta, o bem 
ambiental tem a natureza jurídica de um bem de uso comum do povo, portanto, 
difuso; essencial à qualidade de vida, entendido como sendo para sua própria 
sobrevivência e que a pertence a todos. 
 
2.2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO 
 
Patrimônio é uma palavra que, com uma longa trajetória e com o passar do 
tempo, foi agregando valores e ampliando seu significado. No direito romano, 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
patrimônio era o conjunto de bens de uma pessoa, como terras, utensílios, índios e 
as mulheres (que não eram consideradas cidadãs). Atualmente o termo mostra 
ainda sinais da sua origem. Hoje em dia o conceito legal de patrimônio é o conjunto 
de bens e direitos que uma pessoa ou instituição possui. 
Segundo Choay (apud SANTIAGO, 2007), a expressão “patrimônio”, em sua 
essência está unida às estruturas econômicas, jurídicas e familiares. Atualmente o 
termo está atrelado a diversos adjetivos, como patrimônio histórico, genético, 
cultural, dentre outros, o que faz dele um conceito itinerante, sendo utilizando tanto 
para indicar um conjunto de bens e serviços materiais ou não, ações, direitos, posse 
e tudo mais que pertença a uma pessoa. Patrimônio também tem uma relação direta 
com a ideia de herança, algo que é passado dos mais velhos para os mais novos, de 
pais para filhos, não apenas bens, mas também as práticas sociais. 
Patrimônio cultural é um conjunto bem mais amplo, que compreende além dos 
bens, a cultura e a herança coletiva. Diferente da ideia dos romanos, que concebia o 
patrimônio em suas dimensões particular e privada, quando se fala de patrimônio 
cultural, estamos indicando sempre um sujeito coletivo. 
O patrimônio cultural é definido como um bem ou bens de natureza material e 
imaterial, considerado importante para nossa identidade. A Constituição Federal 
Brasileira, no seu Art. 216 diz que “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens 
de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, 
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos 
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”. (BRASIL,1988). 
A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, no seu Artigo 7º define “o 
patrimônio, sob todas as suas formas, deverá ser preservado, valorizado e 
transmitido às gerações futuras enquanto testemunho da experiência e das 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
aspirações humanas, de forma a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade 
e a inspirar um diálogo genuíno entre as culturas”. (UNESCO, 2001) 
 A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 
mostra uma definição sobre o termo bem ampla, abarcando desde os monumentos 
históricos, obras de arte, conjuntos urbanos, passando por parque, diversidade 
biológica, ecossistemas, objetos pré-históricos, até tradições orais e imateriais da 
cultura popular. 
 Em 1972, foi realizada em Paris, a Convenção sobre proteção do Patrimônio 
Mundial, Cultural e Natural, onde estabeleceram dois conceitos: o Patrimônio 
Cultural e o Patrimônio Natural. Segundo UNESCO (1972, p.2-3) são considerados 
como Patrimônio Cultural: 
 Os monumentos: 
obras arquitetônicas, esculturas ou pinturas monumentais, objetos ou 
estruturas arqueológicas, inscrições, grutas e conjuntos de valor universal 
excepcional dos pontos de vista da história, da arte ou da ciência, 
 Os conjuntos: 
grupos de construções isoladas ou reunidas que, por sua arquitetura, unidade 
ou integração à paisagem, têm valor universal excepcional, dos pontos de vista da 
história, da arte ou da ciência, 
 Os sítios: 
obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza, bem como 
áreas, que incluem os sítios arqueológicos, de valor universal excepcional dos 
pontos de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. 
São considerados como Patrimônio Natural: 
 Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas 
ou por conjuntos de formações de valor universal, excepcional dos pontos 
de vista estético ou científico. 
 As formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente 
delimitadas que constituam habitat de espécies ameaçadas animais e 
vegetais, de valor universal excepcional dos pontos de vista estético ou 
científico. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 Os sítios naturais ou as áreas naturais estritamente delimitadas, 
detentoras de valor universal excepcional dos pontos de vista da ciência, 
da conservação ou da beleza natural. 
 
FIQUE ATENTO! 
O termo patrimônio cultural passou por várias reformulações com o passar do 
tempo, foram agregados novos componentes, como patrimônios imaterial, natural e 
genético. Essas reformulações foram feitas para proteger novos bens que até então 
eram desconsiderados. 
Para saber mais sobre esse assunto, acesse: https://www.academia. 
edu/12103655/Patrim%C3%B4nio_adequado_Evolu%C3%A7%C3%A3o_do_conceit
o_de_patrim%C3%B4nio_hist%C3%B3rico_e_confronto_entre_neocoloniais_e_mod
ernos 
 
2.2.1 Patrimônio Cultural imaterial ou intangível 
Após a realização da Convenção sobre proteção do Patrimônio Mundial, 
Cultural e Natural em 1972, onde estabeleceram o que é Patrimônio Cultural e 
Natural, a UNESCO no ano de 2003 confeccionou um documento chamado 
“Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial”, para adicionar 
alguns pontos que não foram indicados no documento anterior. Incluíram a definição 
de Patrimônio Cultural Imaterial ou Intangível trazendo um conjunto de dispositivos 
para cuidar da identificação, proteção e preservação dessa categoria. Nesse 
documento, o Patrimônio Cultural Imaterial é entendido como: 
 
[...] as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas -
junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes 
são associados- que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os 
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. 
Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, 
é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu 
ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um 
sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para 
promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. 
(CASTRO; FONSECA, 2008, p.11-12) 
 
Na Convenção para a salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, algumas 
categorias foram reconhecidas como manifestações culturais imateriais. Os tipos de 
manifestações imateriais segundo a UNESCO (2003) são: 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
a) tradições e expressões orais, incluindo língua como veículo do patrimônio 
cultural imaterial; b) artes do espetáculo c) práticas sociais, rituais e atos 
festivos; d) conhecimentos e usos relacionados com a natureza e o 
universo; e) técnicas artesanais tradicionais. 
 
Castro e Fonseca (2008) complementam dizendo que os bens culturais 
imateriais estariam incluídos, ou contextualizados, nas seguintes categorias: 
 
1) Saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das 
comunidades; 
2) Formas de expressão: manifestações literárias, musicais, plásticas, 
cênicas e lúdicas; 
3) Celebrações: rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, 
da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; 
4) Lugares: mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se 
concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas. (CASTRO; 
FONSECA, 2008, p.19) 
 
O termo patrimônio imaterial surgiu devido aos questionamentos por parte de 
alguns países, que buscavam soluções para resguardar, não apenas os bens 
móveis ou imóveis, como também as manifestações e as culturas tradicionais das 
populações. A figura 1 mostra um exemplo de patrimônio imaterial. 
 
Figura 1- Samba de Roda Raízes de Angola de São Francisco do Conde (BA). 
 
Fonte: IPHAN (2018, p. 35) 
 
2.2.2 Patrimônio Cultural Material ou Tangível 
O Patrimônio Material é formado por um conjunto de bens culturais 
classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; 
histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis 
– coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, 
arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. 
 
 Bens Materiais Individuais ou Móveis 
 
Os bens materiais individuais ou móveis são bens que podem ser 
transportados como define European (s.d, p. 50) “Conjunto de bens culturais que 
podem ser transportados (objetos e obras de arte)”, são bens com grande 
significado emocional. Exemplos: fotos, imagem religiosa no altar de sua casa, livro 
autografado, entre outros. Corroborando com a ideia a Lei nº 107/2001 que 
estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do patrimônio 
cultural considera bens culturais móveis integrantes do patrimônio cultural aqueles 
que: 
 […] constituam obra de autor português ou sejam atribuídos a autor 
português, hajam sido criados ou produzidos em território nacional, 
provenham do desmembramento de bens imóveis aí situados, tenham sido 
encomendados ou distribuídos por entidades nacionais ou hajam sido 
propriedade sua, representem ou testemunhem vivências ou factos 
nacionais relevantes a que tenham sido agregados elementos naturais da 
realidade cultural portuguesa, se encontrem em território português há mais 
de 50 anos ou que, por motivo diferente dos referidos, apresentem especial 
interesse para o estudo e compreensão da civilização e cultura 
portuguesas. 
 
Os bens culturais móveis têm grande importância, pois, refletem a criatividade 
e a estética do passado e do presente, para além de contribuir para a preservação 
da identidade cultural das comunidades que lhe estão associadas (UNESCO,2008) 
 
Bens Materiais Imóveis ou Coletivos 
 
O patrimônio cultural imóvel ou bens imóveis, são bens que constituem 
testemunhos com valor de civilização ou de cultura, são bens que assumem 
relevância para a compreensão, permanência e construção da identidade nacional e 
para a democratização da cultura. São de interesse cultural e relevante para bens 
imóveis os registros histórico, paleontológico, arqueológico, arquitetônico, artístico, 
etnográfico, científico, industrial ou técnico, destes bens reflete valores de memória, 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade. 
Pereira (1997, p.29) define como bens imóveis: 
 
“Em termos de uma conceptualização mais alargada considera- -se como 
bens materiais imóveis, ou como patrimônio cultural construído, as 
estruturas criadas e implantadas pelo homem – ou que o homem produziu, 
transformando a natureza - dotadas de valor de testemunho histórico, 
artístico e técnico. Pode tratar-se de estruturas isoladas ou em conjunto. 
Podem deter uma finalidade imediata, relacionada com a vida material do 
homem. Como podem também deter uma finalidade mediata e 
essencialmente simbólica, relacionando-se com a vida espiritual das 
comunidades. 
 
Esses patrimônios são constituídos por bens que não podem ser mudados de 
lugar, por impossibilidade ou porque isso modificaria por completo o seu significado 
original. Esses bens podem ser classificados como de interesses nacional, público 
ou municipal. A proteção legal desses bens baseia-se na classificação e 
inventariação dos patrimônios. Segundo a UNESCO (1972), os patrimônios imóveis 
estão classificados como: 
Monumentos: Obras arquitetônicas, trabalhos de escultura e pintura 
monumentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições, 
habitações rupestres e combinações de estilo, que sejam de valor universal 
incalculável dos pontos de vista histórico, artístico e científico. 
Conjunto de edifícios: Grupo de edifícios, separados ou contíguos, que 
devido a sua arquitetura, homogeneidade e situação na paisagem, seja de um valor 
universal incalculável, dos pontos de vista histórico, artístico ou cientifico. 
Sítios: Obras efetuadas pela mão do homem ou obras combinadas entre 
homem, natureza e zonas, incluindo sítios arqueológicos, que sejam de valor 
universal incalculável, dos pontos de vista histórico, estético, etnológico ou 
antropológico. 
As figuras a seguir mostram alguns exemplos de patrimônios materiais imóveis. 
Figuras 2 e 3 exemplificam bens materiais imóveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 2: Exemplo de bens materiais imóveis, cidade de Ouro Preto (MG). 
 
Fonte: Souz (2019) 
 
Figura 3: Exemplo de bens materiais imóveis, Ruínas de São Miguel Arcanjo (RS) 
 
Fonte: Mattos, M; (2019) 
 
2.2.3 Patrimônio Cultural Natural 
 A diversidade encontrada no Brasil, como ecossistemas, biomas, paisagens, 
diversidade de plantas, animais e recursos genéticos deve–se a sua posição 
geográfica, sua extensão, sua estrutura física e seu clima variado. Esse patrimônio 
natural é único e é uma herança recebida de nossos ancestrais. 
O termo patrimônio natural, nos últimos anos, passou a ser considerado após 
medidas de proteção ao patrimônio, tanto em seu caráter histórico, como artístico. 
Sob o enfoque de monumento e as características com valor estéticos e o caráter 
inviolável que o termo patrimônio natural foi elaborado e considerado em 1972, 
resultante da Convenção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em Paris. O 
relatório desse encontro definiu como patrimônio natural: 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou 
por grupos de tais formações com valor universal excepcional do ponto de 
vista estético ou científico; As formações geológicas e fisiográficas e as 
zonas estritamente delimitadas que constituem habitat de espécies animais 
e vegetais ameaçadas, com valor universal excepcional do ponto de vista 
da ciência ou da conservação; Os sítios naturais ou zonas naturais 
estritamente delimitadas, com valor universal excepcional do ponto de vista 
da ciência, conservação ou beleza natural. (UNESCO, 1972) 
 
O patrimônio natural é considerado uma área natural, que tem características 
particulares, que mantém registros e eventos ocorridos no passado. Sua 
manutenção é importante, pois, permite o reconhecimento da história natural e 
também para analisar o que o homem está causando no ambiente, com seu estilo 
de vida. Um patrimônio natural e protegido é um laboratório que possibilita estudar a 
dinâmica da natureza, além de apresentar uma beleza encantadora. A seguir, alguns 
exemplos de patrimônios naturais brasileiros: a) Arquipélago de Fernando de 
Noronha; b) Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; c) Parque Nacional do 
Pantanal Matogrossense e d) Parque Nacional do Iguaçu. 
 
Figura 4: Exemplos de Patrimônios Naturais. 
 
Fonte: Donnard, 2011. 
 
IMPORTANTE! 
É importante lembrar que, no Brasil a cultura de preservação de patrimônio ainda é 
pouco valorizada, diferente de outros países, um exemplo foi o incêndio em 2018 do 
Museu Nacional Brasileiro, por falta de investimento para reformas, lembrando que o 
patrimônio desperta uma memória e a identificação de um povo a contextos cultural 
e social. 
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2.3 PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
A preocupação com a preservação e a conservação dos patrimônios culturais 
foi a pauta, em 1930, de uma conferência internacional realizada em Roma, em 
consequência das serias transformações que a Europa vinha passado, em 
decorrência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). As marcas da destruição 
estavam por todas as partes, nos prédios, nos monumentos, nas obras de arte, etc. 
A carta de Atenas, feita em 1931, tinha como objetivo instrumentalizar a ação 
internacional para a preservação de marcos históricos. A Carta de Veneza foi outro 
documento importante para a preservação e a conservação patrimonial, publicada 
em 1964. Outros importantes documentos estabelecidos em vários países, relativos 
às questões referentes à conservação patrimonial seguem a seguir: 
 Carta de Atenas (Atenas, 1931); 
 Pacto de Roerich (Uruguai, 1933); 
 Convenção Cultural Européia (Paris, 1954); 
 Carta de Veneza (Veneza, 1964); 
 Normas de Quito (Quito, 1967); 
 Convenção sobre a proteção do patrimônio mundial, cultural e 
natural (Paris, 1972); 
 Recomendações relativas à Proteção, aos níveis nacionais, do 
patrimônio cultural e natural (Paris, 1972); 
 Bruges Resolutions (Bruxelas, 1975); 
 Convenção sobre a proteção do Patrimônio Arqueológico, Histórico 
e Artístico das nações americanas (San Salvador, 1976); 
 Nairobi Recommendations (Nairobi, 1976); 
 Carta de Burra (Austrália, 1981); 
 Carta de Florença (Florença, 1981); 
 Deschambault Declaration (Quebec, 1982); 
 Declaração de Roma (Roma, 1983); 
 Carta de Washington (Washington, 1987); 
 Primeiro Seminário brasileiro sobre a preservação e a revitalização 
de centros históricos (Brasil, 1987); 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 Carta de Nova Orleans (Nova Orleans, 1992); 
 Carta para a proteção de Cidades Históricas nos Estados Unidos 
(Washington, 1992); 
 Carta de Nova Zelândia (Nova Zelândia, 1992). 
 
Filme sobre o assunto: Preservação da memória, do patrimônio histórico e 
investimento na cultura. Disponível em <https://www.youtube.com/watch 
?v=K_gAaCMbNFc> 
Acesse os links: http://portal.iphan.gov.br/ e http://www.unesco.org/new/ 
pt/brasilia/culture/world-heritage/cultural-heritage/ 
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância e a 
importância da conservação do patrimônio histórico cultural e do seu papel nessa 
proteção. 
 
A Semana de Arte Moderna, de 1922, foi um propulsor à proteção do 
patrimônio no Brasil, pois, os pensadores da época buscavam uma nova linguagem 
estética, rompendo com os ideais de outros países e criando uma temática 
nacionalista, onde favoreciam as origens culturais do país (ADAMS, 2002). 
A Constituição Federal de 1934, foi um dos marcos à proteção do patrimônio 
no Brasil, onde ficou estabelecida sua proteção obrigatória pelo poder público, sendo 
que a União e os estados eram responsáveis por resguardar as belezas naturais e 
os objetos de valores histórico e artístico. Segundo a Carta Magma de 1934; 
 
[...] afinada com o paradigma do Estado do bem-estar-social foi a primeira a 
tratar da tutela de bens culturais. No artigo 10, inciso III, conferiu 
competência concorrente a União e aos Estados para proteger as belezas 
naturais e os monumentos de valor histórico ou artístico podendo impedir a 
evasão das obras de arte. No título V, voltado a família, educação e cultura, 
atribuiu competência a União, Estados e municípios favorecer e animar o 
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, 
proteger os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do país, 
bem como prestar assistência ao trabalhador intelectual 
(MARCHESAN,2007, p.50) 
 
 Em 1936, o escritor Mário de Andrade elaborou um anteprojeto de lei que 
foram as bases para a Legislação Federal decretada em 30 de novembro de 1937, 
com o Decreto-Lei nº 25 criou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
(SPHAN) órgão federal orientado para a defesa e proteção do patrimônio — e 
estabeleceu o instituto de tombamento, pelo qual os bens eleitos como patrimônio 
histórico e artístico são inscritos em livros do tombo, categorizados como 
Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Histórico; das Belas Artes; das Artes 
Aplicadas. Com o passar dos anos esse órgão passou a se chamar Instituto 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 
Em 1946 a Constituição Federal incluiu a proteção de documentos históricos e 
essa proteção significa poder utilizar esses documentos de forma palpável à história 
de um povo, por meio de jornais, cartas, bilhetes, etc. Em 1967, a Carta Magma 
incluiu a proteção a sítios arqueológicos, considerados como uma particularidade 
das obras ou monumentos históricos. 
Com a Constituição Federal Brasileira (1988) além de ter avanços 
significativos, introduziu a noção de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico. 
Nesse sentido, Marchesan (2007, p.54) 
 
Do conceito constitucional é importante salientar a amplitude, abarcando 
tanto a dimensão material como imaterial; a referência à formação da 
identidade brasileira, os bens criados pelo homem e aqueles que de origem 
natural, por ele são especialmente valorados e, principalmente o fato de que 
o bem cultural tem valor em si, prescindindo de qualquer reconhecimento 
jurídico-institucional para que venha a merecer uma política de preservação. 
 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos 
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços 
destinados às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
 
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e 
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de 
acautelamento e preservação. 
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da 
documentação governamental e as providências para franquear sua 
consulta a quantos dela necessitem. (Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de 
bens e valores culturais. 
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da 
lei. 
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de 
reminiscências históricas dos antigos quilombos. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
§6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual 
de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária 
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a 
aplicação desses recursos no pagamento de: 
I despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - Serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
 
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de 
colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo 
de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, 
democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a 
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social 
e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 71, de 2012). 
 
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de 
cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e 
rege-se pelos seguintes princípios: 
I - diversidade das expressões culturais; 
II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; 
III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens 
culturais; 
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados 
atuantes na área cultural; 
V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e 
ações desenvolvidas 
VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; 
VII - transversalidade das políticas culturais; 
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; 
IX - transparência e compartilhamento das informações; 
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle 
social; 
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das 
ações 
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos 
para a cultura. 
 
§2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas 
esferas da Federação: 
I - órgãos gestores da cultura; 
II - conselhos de política cultural; 
III - conferências de cultura; 
IV - comissões intergestores; 
V - planos de cultura; 
VI - sistemas de financiamento à cultura; 
VII - sistemas de informações e indicadores culturais; 
VIII - programas de formação na área da cultura; 
IX - sistemas setoriais de cultura. 
 
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de 
Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou 
políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 
2012 § 4º, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 71, de 2012 Seção III DO DESPORTO. 
 
Após apresentar a evolução das leis que envolvem as questões de patrimônio 
brasileiro observa-se que é um elemento importante para a preservação e a 
conservação do patrimônio, além de buscar um desenvolvimento sustentável e a 
busca para uma promoção do bem-estar social. 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
CASTRO, Maria Laura Viveiros de; FONSECA, Maria Cecília Londres. Patrimônio 
Imaterial no Brasil. Brasília: UNESCO, Eduarte, 2008. 
LOPES, F.; BRITO CORREIA, M. Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, Cartas, 
Recomendações e Convenções Internacionais. Lisboa. Livros Horizonte, 2004. 
 
 
 
 
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