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DIVERSIDADE AMBIENTAL E PATRIMÔNIO CULTURAL Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade analisará as ações humanas que modificam o Meio Ambiente, tanto o ambiente natural, quanto o ambiente construído pelo homem, e as consequências dessas intervenções. Desde o advento da Revolução Industrial em meados do século XVIII, o mundo viveu muitas transformações em suas bases econômicas e sociais, passando de um modo de produção artesanal para um modo de produção industrial, e a economia baseou-se na acumulação do capital, motivando um rápido processo de urbanização, afetando diretamente o meio ambiente. As consequências dessas transformações são vislumbradas atualmente com o grau elevado de poluição, a homogeneização cultural, a má qualidade de vida das pessoas nas cidades. Serão abordados neste trabalho a) relação homem e meio ambiente; b) patrimônio histórico cultural; e c) cidade e planejamento. Palavras-chave: Meio Ambiente; Patrimônio Histórico Cultural; Homem; Cidade. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 SUMÁRIO ................................................................................................................... 3 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 CAPÍTULO 1 - MEIO AMBIENTE E SEUS CONCEITOS ........................................ 5 1.1 – HOMEM X MEIO AMBIENTE ...................................................................... 5 1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................... 10 1.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ..................................................... 18 CAPÍTULO 2 - PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL ....................................... 21 2.1 BENS AMBIENTAIS ..................................................................................... 21 2.2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO .................................................................... 21 2.3 PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ............................................... 30 CAPÍTULO 3 - CRESCIMENTO DAS CIDADES E PLANEJAMENTO URBANO . 35 3.1 GÊNESE DAS CIDADES ............................................................................. 35 3.2 A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA .................................................................. 38 3.3 POLÍTICA DE PLANEJAMENTO: ESTATUTO DA CIDADE ........................ 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO O homem como um ser racional encontra-se numa situação onde consegue dominar as demais espécies e o Meio Ambiente, por meio de tecnologia e técnicas adquiridas ao longo da história da humanidade. Possuindo essas características, hoje ele se tornou capaz de dominar o ambiente para satisfazer as suas vontades e necessidades. Essa situação de dominação da espécie humana em relação ao meio ambiente vem causando grandes problemas ambientais ao longo dos anos. Atualmente as questões ambientais preocupam todo mundo, os seres humanos estão imersos em uma cultura do consumo exacerbado e, para a manutenção desses níveis de consumo estabelecidos, vêm causando efeitos irreversíveis para o meio ambiente, como por exemplo, a poluição do ar, a destruição de milhões de hectares de florestas anualmente, a produção de milhões de toneladas de rejeitos, o crescimento desordenado das cidades, dentre muitos outros. O homem deve repensar seu modo de vida em consequência dos efeitos negativos que está causando para o planeta e garantir uma melhor qualidade de vida para as próximas gerações. Num passado pouco distante, a preocupação com a preservação e a conservação dos bens naturais, materiais e imateriais, passou a ser temas debatidos pela sociedade, onde procuram formas de resguardar e conservar a sua integridade e a sua história. Esse material está divido em três capítulos, onde será abordada a relação do homem com o meio ambiente, patrimônio histórico cultural brasileiro, crescimento urbano e o planejamento das cidades. No primeiro capítulo será abordada a importância das questões ambientais nos dias atuais e sua relevância para uma melhor qualidade de vida das populações. Os conceitos sobre os diferentes tipos de meio ambiente e os princípios do Direito Ambiental. No segundo capítulo, a abordagem ao Patrimônio Histórico Cultural mostrará os conceitos de patrimônio, e os diferentes tipos de patrimônios existentes no Brasil, os patrimônios materiais, imateriais e naturais, além das leis que resguardam seus direitos. E no último capítulo será apresentada a gênese das cidades, a urbanização brasileira e a Lei do Estatuto da Cidade, que busca regularizar e disciplinar o crescimento e o (re)ordenamento da malha urbana oferecendo cidades mais sustentáveis. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 - MEIO AMBIENTE E SEUS CONCEITOS 1.1 – HOMEM X MEIO AMBIENTE O processo de evolução da humanidade trouxe a aproximação e a relação do homem com a natureza. A relação entre o homem e a natureza era uma interação harmoniosa, onde era retirado apenas o necessário para sua subsistência. Essa relação começou a ser modificada com o desenvolvimento da agricultura, a melhoria e o surgimento de novas técnicas para exploração da terra, assim, o homem foi modificando e alterando a natureza. Perante a um panorama de desastre ou risco ambiental, percebe-se que o homem ignorou a preservação do meio ambiente, em função de ter uma visão antropocêntrica que o acompanha há séculos, na busca por satisfazer seus desejos, explorando e degradando o meio ambiente. A visão do homem em relação ao mundo natural deve ser analisada historicamente para a compreensão das práticas cotidianas atuais. Segundo Thomas "[...] tal predomínio se constitui em uma pré- condição básica da história humana, onde o homem se apropria dos recursos naturais, estimulado pela concepção dominante em que a natureza estaria subordinada ás suas necessidades" (THOMAS, 2001). Enquanto elemento pertencente à natureza, o ser humano, quando devasta o meio ambiente está destruindo a si mesmo, sendo que a consciência individual que o sustenta e do meio social que o envolve desprendem-se parcialmente da sua conduta. Essa condição de pertencimento ao meio ambiente fica dissociada ao pensamento moderno, onde o homem busca aprodutividade industrial, utilizando os recursos naturais e extinguindo os mesmos que dão bases para sua própria existência. Vale mencionar o período após a Revolução Industrial, no século XVIII, onde se inicia uma produção voltada ao mercado global, pois, as mercadorias produzidas pela Inglaterra eram exportadas para o mundo, fundamentando a ideologia do crescimento econômico a partir do sistema capitalista. A partir desse novo pensamento da sociedade moderna, o consumo, aliado ao crescimento populacional e o processo de industrialização, contribuíram e muito, com o agravamento das 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. questões ambientais, ultrapassando a dimensão ambiental e impactando a política, a economia e a sociedade mundial. Dessa forma, toda a transformação dos bens naturais, torna-se uma apropriação da natureza pelo indivíduo. Dentre as múltiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é mais expressiva que a do período tecnológico. A técnica, esse intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história, converteu-se no objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as relações do homem com o meio, do homem com o homem, do homem com as coisas, bem como as relações das classes sociais entre si e as relações entre nações (SANTOS, 1982, p.16). A sociedade industrial se mostrou alheia aos altos valores pagos para a reprodução do sistema produtivo, surgindo uma crítica ambiental à sociedade industrial iniciada por movimentos políticos e intelectuais, nesse sentido reações de indivíduos com pensamentos contrários, defendiam a industrialização como via para alcançar o desenvolvimento minimizando os problemas ambientais como a poluição e a escassez de recursos incorporando como “variáveis ambientais” para legitimar seu uso (ZHOURI, 2004). Consequentemente, a utilização deste termo “variáveis ambientais”, introduzido nos discursos da classe dominante, acabou enfraquecendo as discussões em torno do tema, contribuindo para uma dicotomia de interesses. Segundo Hannigan (2009) essa divergência acontece entre os valores de uso, que presa pela preservação ambiental, seu uso racional e os valores de troca, que é a utilização desses recursos naturais, extração indiscriminada nas indústrias para a preservação do mercado produtivo. A dicotomia entre homem e natureza passou por diversas transformações no decorrer da história humana, a natureza era vista, ilusoriamente, pela grande maioria da população, como uma ameaça. Com o passar do tempo essa concepção foi mudando e o homem passou a relacionar-se com os elementos naturais como base de reproduções social, política e econômica, colocando a natureza como meio superficial às relações sociais, entendendo que a natureza serviria de fonte de recursos e também submissa aos homens. Discorrendo sobre essa mesma linha de pensamento,Giddens (2002, p.104), ao falar sobre essas condições afirma que: 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A natureza, como fenômeno externo à vida social, chegou em certo sentido a um fim, resultado da dominação humana ampliando esta visão para o risco de uma catástrofe ecológica [...] viver no universo da alta modernidade é viver num ambiente de oportunidade e risco, concomitantes inevitáveis de um sistema orientado para a dominação da natureza e para a feitura reflexiva da história. A ideia do autor supracitado corrobora que, com a dominação da natureza, a sociedade passa de uma sociedade capitalista para uma sociedade de risco, ocasionando impactos e recomendando mudanças. A ideia de risco ambiental, deve levar em conta a junção das ciências naturais e sociais, já que a problemática ambiental atrela os diversos interesses e diferentes atores sociais. O homem como dominador da natureza traz muitas mudanças ao meio natural, sendo que os riscos dessas mudanças são reduzidos a riscos de causas naturais, omitindo o papel do homem como agente social transformador e se incluindo no processo aspectos culturais e de classe danificando o ambiente (BECK, 2011). A cultura do consumo e do desperdício causada pela modernidade não é uma criação comum dos homens, mas uma realidade imposta e passível de manipulação de novos arranjos sociais A desarmonia entre a sociedade e natureza vem desde o século XIX, que tem como finalidade dominar e menosprezar a natureza, atribuindo, a ela, as modificações causadas pelo homem (BECK, 2011). FIQUE ATENTO! A sociedade atual está consumindo cada vez mais e é conhecida como a “Sociedade dos Consumidores”, contudo, esse consumo não é um consumo natural e para sobrevivência, mas um consumo pautado no consumo desnecessário, criado pelo capitalismo. Essa ideia mostra a relação desigual entre homem e natureza, como construção social, respaldando a exploração e o controle dentro de um propósito estabelecido, mas sem nenhum controle ou conhecimento sobre a limitação do bem natural. O mundo contemporâneo traz a sensação de que quanto mais se obtém conhecimento, com descobertas espetaculares, mais vulnerável e propensa a situações de crises se encontra a humanidade. Assim na medida em que os avanços tecnológicos ampliam o domínio do conhecimento, da mesma forma, ampliam o domínio da incerteza (RAMIRES, 2008, p.04). 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A metade do século XX, torna-se um marco fundamental nas questões ambientais por meio de políticas públicas. A preocupação com o meio ambiente e sua preservação, os problemas e impactos causados, mostram a necessidade de estudar natureza e a sociedade de uma forma conjunta, não dissociável, buscando modelos e opções de um desenvolvimento sustentável, que integrasse o meio ambiente e o homem. Nesse contexto, muitos países, preocupados com as questões ambientais, organizaram convenções, tratados, acordos conferências, planos, dentre outros, contudo, os principais encontros serão discutidos a partir da Conferência de Estocolmo, considerada como marco nas questões ambientais. As discussões e encontros sobre as questões ambientais e a política ambiental vêm sendo discutidas desde o início do século XX. Contudo, foi a partir de 1972, com a realização da Conferência de Estocolmo, que teve representantes de 113 países e é considerada como um marco histórico político internacional, o marco decisivo para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Essa reunião teve como objetivo estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem de orientação aos povos para a conservação e a melhoria do ambiente. Neste encontro foi desenvolvido um documento conhecido como Declaração sobre o ambiente humano e o Plano de Ação Mundial, que recomendou a criação de um programa internacional de educação ambiental, estabelecendo que o mesmo é uma ferramenta crítica para o combate a crise ambiental no mundo. Após uma década da Conferênciaem Estocolmo, foi formada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, implementada em 1983. Neste encontro foram utilizados e caracterizados os conceitos de desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade, sendo o desenvolvimento que atende às necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de ter suas próprias necessidades atendidas (UNESCO, 1972). Conhecida internacionalmente como 1992 Earth Summiton Environment and Development, a Rio-92, aconteceu em 1992, na cidade do Rio De Janeiro, reunindo mais de 120 chefes de Estado, e representantes de mais de 170 países. Nesta reunião foram elaborados cinco documentos assinados pelos chefes de Estado e representantes, a Declaração do Rio, a Agenda 21, a Conservação Sobre a 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Diversidade Biológica, a Convenção Sobre a Mudança Climática e a Declaração de Princípios da Floresta. No ano de 1997, a cidade japonesa de Quioto sediou a reunião mundial sobre o aquecimento potencial da atmosfera, onde os países signatários assinaram e se comprometeram a reduzir as suas respectivas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, conhecido como Protocolo de Quioto. Esse acordo é derivado Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC), ele foi negociado e adotado pelas partes em Quioto, no Japão, em 11 de dezembro de 1997 e entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005. O protocolo tem por base as premissas comprovadas pela ciência de que o aquecimento global é fato real e que é causado pela ação humana. Outra reunião realizada em 2002 foi a Rio+10, também conhecida como Cúpula de Johanesburgo ou Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Johanesburgo, África do Sul, e teve como objetivo reavaliar e mostrar as conclusões e diretrizes propostas na Rio-92, discutir sobre questões de preservação do meio ambiente e questões de cunho social, como a pobreza. Um dos resultados dessa conferência foi a Declaração de Johanesburgo. Contudo, não obtiveram resultados muitos significativos, como o cancelamento das dívidas dos países pobres e os países que fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), não firmaram acordo de utilizar 10% dos recursos renováveis. Em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, aconteceu a Rio+20, onde foi feito um balanço dos 20 anos que separam da Rio 92, a fim de reforçar o compromisso dos Estados com a sustentabilidade e refletir sobre as ações adotadas desde a Rio 92. Esse encontro resultou no documento que tem como principais propostas a erradicação da pobreza, integrar os aspectos sociais, econômicos e ambientais no desenvolvimento sustentável, a proteção dos recursos naturais, a diminuição do modo de consumo, promover o crescimento econômico sustentável, reduzir as desigualdades e melhorar as condições básicas da vida, esse documento ficou conhecido como “O futuro que queremos”. Mesmo com a preocupação com o meio ambiente, os tratados internacionais e as políticas que envolvem as questões ambientais, a visão de dominação do homem http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27698-o-que-e-o-efeito-estufa http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28809-o-que-e-a-convencao-do-clima 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. em relação ao meio ambiente permanece e continua dissociando o homem enquanto ser social e elemento que integra a natureza. IMPORTANTE! As conferências internacionais sobre o Meio Ambiente impulsionaram as políticas ambientais brasileira. A Conferência de Estocolmo em 1972 foi a base para o artigo 225 da Constituição Federal brasileira, que foi implementado, este mesmo artigo é também o mais importante artigo no ordenamento jurídico brasileiro relacionado ao meio ambiente, modos de preservação, buscando desta forma mostrar os meios lícitos de preservação, a fauna e a flora no meio em que convivemos. SAIBA MAIS: Filme sobre o assunto: A última hora (2007); A ilha das flores (1989) Acesse os links: http://repositorio.furg.br/handle/1/2607 e http://meioambiente. culturamix.com/natureza/as-relacoes-homem-natureza Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância do assunto para entender os tópicos da sequência. 1.2 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE Sobre meio ambiente, existem vários conceitos e concepções que estão em constante processo de construção, antigamente questões sobre o meio ambiente estavam mais próximas das observações das ciências biológicas ou físicas, ou então das ciências humanas, mas não estabelecia nenhuma relação entre ambas. Os estudos que relacionavam os fatores biológicos e sociais como integrantes do ambiente iniciaram-se a partir da metade do século XX, em busca de respostas e na tentativa de minimizar os graves efeitos ambientais. As definições sobre meio ambiente vêm sendo desenvolvidas desde meados do século XX, conforme o Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente (1978) define meio ambiente como “O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos”. 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O art. 3º, inciso I da Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, apresenta um conceito de meio ambiente que alia um equilíbrio entre as leis, condições, influências e interações de ordens física, química e biológica. Parte-se do conceito de meio ambiente como um conjunto e interações físicas, químicas, biológicas, sociais e econômicas, dentro do espaço geográfico terrestre, para que se tenha uma interação razoável e equilibrada, entre o meio ambiente e o ser humano e suas necessidades. O conceito apresentado pela Lei aponta um simplismo em relação à magnitude do tema que se propõe a conceituar. A referida Lei se omite sobre o principal aspecto de que o ser humano, considerado como coletivo ou individual, é parte integrante do mundo natural e, consequentemente, do meio ambiente. Essa elipse pode levar à falsa ideia que o ambiente é algo à parte da sociedade humana, confundindo com seus componentes físicos, bióticos e abióticos ou com os recursos naturais e ecossistemas. A primeira Conferência, a de Estocolmo, objetivou superar essa ideia de egocentrismo do homem em relação ao meio ambiente e se integrar como parte indissociável e dependente dele, porque é a vida da espécie humana que estará ameaçada quando o equilíbrio do meio ambiente for ofendido em uma escala irreversível. Segundo Silva (2013), o meio ambiente é a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais, que proporciona o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas, e o homem deve estar contido como parte do ecossistema e dependente dele. Mateo (1977) corrobora com a ideia e complementa dizendo que o meio ambiente, no Direito Ambiental, constituiu o entorno físico, não vivente, quepossibilita a vida em seu conjunto em virtude dos ciclos inter-relacionados de energia e dos processos químicos que nela ocorrem. Considerando o meio ambiente como todas as suas formas de interações, falando das influências de todas as formas de vida, faz-se necessária a compreensão dos tipos de meio ambiente. Apresentaremos a seguir: Meio Ambiente Natural, Meio Ambiente Artificial, Meio Ambiente Cultural e Meio Ambiente do Trabalho. 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE ATENTO! Os estudos sobre Meio Ambiente devem ser entendidos e estudados de uma forma multidisciplinar, já que os estudos ambientais envolvem profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Estudar as questões ambientais apenas por um viés é trilhar um caminho errado para os estudos. 1.2.1 Meio Ambiente Natural O meio ambiente natural refere-se àquele ambiente que, originalmente criado pela natureza e que não foi afetado pela ação humana, esse meio ambiente, pode ser considerado como o equilíbrio tênue existente entre o meio e seus seres vivos que nele subsistem. Esse meio natural ou físico é composto por água, solo, ar, fauna e flora. Fiorillo (2013) destaca que: O meio ambiente natural ou físico é constituído pela atmosfera, pelos elementos da biosfera, pelas águas (inclusive pelo mar territorial), pelo solo, pelo subsolo (inclusive recursos minerais), pela fauna e flora. Concentra o fenômeno da homeostase, consistente no equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e meio em que vivem. A interferência humana em um meio ambiente natural ou físico não é suficiente para que o mesmo deixe de ser natural. Para um meio ambiente natural deixar de ser considerado assim, ele deve perder sua substancialidade, um exemplo é uma plantação de trigo, embora tenha tido interferência humana, por meio de aplicação de técnicas e tecnologias, para se obter um bom cultivo, essa plantação não deixou de ser natural, já que não consta uma modificação em sua substância. Porém, se forem utilizadas sementes transgênicas, esse meio passa do natural para o meio artificial. Segundo Rebello Filho e Bernardo (1998), os autores defendem a ideia que o meio ambiente natural é constituído por todos elementos responsáveis pelo equilíbrio entre os seres vivos e o meio em que vivem: solo, água, ar atmosférico, flora e fauna. Mesmo sendo diferentes, o solo da água, este por sua vez, distinto do ar atmosférico, da fauna e da flora, não impede que eles participem da mesma classe natural. Isso porque todos eles possuem uma característica marcante e comum, que viabiliza o agrupamento dos mesmos, enquanto classe natural: o fato de serem originariamente criados pela natureza. 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O meio ambiente natural é a natureza em sua forma primitiva e original, sem a intervenção substancial do homem, contudo, devemos lembrar que o homem faz parte desse meio natural, enquanto ser vivo. Enfatizando que não é qualquer ação humana que provoca o processo de artificialização do meio ambiente natural. 1.2.2 Meio Ambiente Artificial O meio ambiente natural é classificado por ter origem por procedimentos normais e naturais, sem a interferência substancial do homem na natureza. Diferentemente o meio ambiente artificial, que é conhecido por ser resultado da ação do homem, alterando e modificando a sua essência Para satisfazer seus desejos e anseios, o homem, transforma o meio ambiente natural para criar seu mundo. A partir do momento em que o substrato natural sofre uma alteração pelo ser humano, esse meio torna-se artificial, perdendo sua naturalidade originária e mudando seu comportamento de modo diverso. As características, as propriedades, as peculiaridades e particularidades vão se apresentar de forma distinta da originária. Um exemplo bem claro é a inclusão do espaço urbano na paisagem natural, cujo o aparecimento espontâneo não aconteceria. Silva (2013) define como sendo o meio ambiente artificial aquele “constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes, espaços livres em geral: espaço urbano aberto)”. Para utilizar o espaço urbano ou o ambiente das cidades como exemplificação do meio ambiente artificial, devemos destacar que o mesmo só pode ser visto como artificial quando considerar apenas seus equipamentos físicos (prédios, ruas, casas, asfaltos, postes, etc.), pois, além de abrigar esses equipamentos, o espaço urbano abriga também os homens, animais domésticos, vírus, ácaros, vegetação, inúmeros elementos vivos e componentes naturais que fazem parte do meio ambiente natural. Ampliando a análise sobre o espaço urbano e o meio ambiente artificial, a inclusão da cultura também deve ser discutida, já que ela estimula as relações no meio urbano, por meio da língua, dos costumes, das artes, do turismo, das 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. arquiteturas que vestem as construções das cidades, são elementos que fazem parte do meio ambiente cultural, mas que fazem parte do espaço urbano. O tratamento constitucional sobre o meio ambiente artificial faz parte do art. 225 da Constituição Federal Brasileira, mas também do art. 182 que se refere à política urbana, onde institui diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos, entre outros. A necessidade desses artigos que abarcam a questão das cidades no Brasil deve-se ao fato das cidades brasileiras crescerem sem qualquer tipo de planejamento, acarretando grandes problemas ambientais e sociais. Cidades médias e grandes concentram grande quantidade de atividades industriais, contribuindo intensamente para desequilíbrio ambiental, por meio da poluição das águas, do ar, etc. (WALCACER, 1993) A expansão da malha urbana sem estudo ou planejamento pode ter como consequências o grande volume de tráfego, elevadas concentrações industrias, sobrecargas ambientais, levar a um planejamento habitacional deficiente e excludente, incentivar a especulação imobiliária, desregular o mercado imobiliário dentre outros. Afim de evitar esses problemas nas cidades, a Lei N. 10.257/01, conhecida como Estatuto das Cidades que, regulamentando os artigos. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece as diretrizes da política urbana. Entre outros estabelecimentos, a referida lei traz conceitos de planejamento urbano com o objetivo de evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente (art. 2º, IV), de ordenação e controle do uso do solo, como forma de impedir a poluição e degradação ambiental (art. 2º, VI, g), e determina de forma clara a proteção, a preservação e a recuperação do meio ambiente natural, e constitui a obrigatoriedade da elaboração do EIV - Estudo de Impacto de Vizinhança como um dos instrumentosda política urbana (art. 4º, VI). SAIBA MAIS: Filmes sobre o assunto: A Enseada – The Cove (2009); A era da estupidez (1989) Acesse os links: https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda- classificacao-dos-diferentes-tipos-de-meio-ambiente/ e http://www.jfsc.jus.br/ambi ental/opiniao/meio_ambiente.htm 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Observação: Compreender os diferentes tipos de conceitos sobre o meio ambiente e os diferentes tipos de meio ambiente é fundamental para este estudo. 1.2.3 Meio Ambiente Cultural O meio ambiente mostra suas particularidades e suas variedades, como um conjunto complexo de bens e seres vivos que vivem no ecossistema terrestre, a ação do homem deixa um legado histórico e sua marca civilizatória. O conceito de meio ambiente cultural vem previsto no art.216 da Constituição Federal como: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I — as formas de expressão; II — os modos de criar, fazer e viver; III — as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV — as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; Silva (2013) afirma que meio ambiente cultural “é integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, que embora artificial, em regra, como obra do homem e pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou”. Venttorazzo (2013) complementa a ideia de Silva (2013) afirmando que o meio ambiente cultural envolve diversos aspectos, mas o que possibilita a sua identificação é a percepção de que sua existência está atrelada a nossa história e que sua manutenção visa, acima de tudo, garantir a sadia qualidade de vida sob o princípio da dignidade da pessoa humana. Ao estudar o meio ambiente cultural é importante saber que ele se apresenta de duas formas distintas, em uma forma concreta e uma forma abstrata. O meio ambiente cultural concreto é aquele que se apresenta concretizado, transformado em um objeto. Assim podemos considerar os prédios, as construções, os monumentos, as estações, dentre outros. Seguindo essa ideia de meio ambiente cultural, a artificialidade como no meio ambiente artificial torna-se mais importante que a naturalidade original. No meio ambiente cultural concreto é muito mais interessante e relevante considerar sua valoração cultural. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Já o meio ambiente cultural abstrato é quando ele não apresenta nenhum objeto, nenhuma construção no meio ambiente artificial. Considerando assim a língua, os costumes, os modos de como as pessoas se relacionam, as manifestações de identidade dentre outros aspectos, sem distinção, compõem abstratamente o meio ambiente cultural. Mesmo esses elementos citados não serem palpáveis, eles têm um papel de extrema importância para a evolução e para a construção da identidade social e individual de um homem. O Brasil, por ser um país com grandes dimensões territoriais, apresenta várias regiões e cada uma representa características, hábitos e valores diferentes e um meio ambiente cultural peculiar a sua realidade. Há necessidade da preservação das culturas nacionais e regionais, pois, com a destruição de uma cultura local, aniquila um modo de viver próprio que, possivelmente, não encontra em qualquer outra área do planeta, causando um prejuízo incalculável, não só para o país, mas para toda uma humanidade. No Brasil, a responsabilidade pelo patrimônio cultural existente é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de todos os brasileiros que devem atuar de forma efetiva, envolvendo ações coordenadas, coletivas e organizadas. 1.2.4 Meio Ambiente do Trabalho A força de trabalho é uma das bases para o desenvolvimento econômico de um país, contudo, para exercer o trabalho é necessário um meio ambiente de trabalho adequado, para o exercício de suas funções. O equilíbrio desse meio ambiente está embasado na salubridade e nas integridades física e psíquica dos trabalhadores, independente de gênero, idade e tipo de contratação (FIORILLO, 2013). O meio ambiente do trabalho é classificado como um meio ambiente artificial, contudo, ele é tratado com algumas especificações, conforme aponta a Constituição Federal, no seu artigo 200, VIII, onde estabelece ao Sistema Único de Saúde – SUS, em contribuir na proteção do meio ambiente do trabalho, juntamente com outras normas constitucionais e legais, para garantir condições dignas de trabalho com salubridade e segurança (SILVA, 2013). Segundo a Constituição Federal, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de segurança e higiene, é direito do funcionário, se o mesmo 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. fica submetido a atividades perigosas, penosas ou insalubres, deve receber um adicional salarial de insalubridade ou periculosidade. Um meio ambiente de trabalho seguro e saudável beneficia a todos os patrões com a melhora no nível de produtividade, além da redução dos custos da empresa, com multas e processos trabalhistas, e impacta positivamente nas contas da previdência social, melhora o ambiente de trabalho, onde os profissionais executam seus serviços mais felizes, a diminuição de internações e tratamentos de vítimas de acidentes de trabalho via Sistema Único de Saúde. Para a melhoria no meio ambiente de trabalho é imprescindível que as autoridades públicas reforcem a fiscalização e penalizem com mais rigidez as empresas que não cumprem leis e normas sobre saúde e segurança do trabalho. Aos trabalhadores cabe a tarefa de participar e colaborar efetivamente das comissões internas de melhoria, prevenção e acidentes de trabalho. 1.2.5 Patrimônio Genético Patrimônio genético inclui como definição de meio ambiente o que é embasado na própria CF/1988, visto que esta inclui, entre as incumbências do Poder Público com relação ao meio ambiente, a preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético (art. 225, § 1º, II). A medida provisória nº2.186-16/2001 define como Patrimônio Genético toda informação de origem genética, contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições in situ, inclusive domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados em condições in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva. O acesso ao conhecimento tradicional associado, obtenção de informação sobre conhecimento ou práticaindividual ou coletiva, associada ao patrimônio genético, de comunidade indígena ou de comunidade local, para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando sua aplicação industrial ou de outra natureza. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. IMPORTANTE! Os estudos ambientais apresentam vários tipos de meio ambiente, como por exemplo, meio ambiente do trabalho, meio ambiente natural, meio ambiente cultual, meio ambiente artificial dentre outros, contudo deve-se ter clareza da definição de cada um para uma melhor compreensão nos estudos. 1.3 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL A preservação ambiental, principalmente no século XX, passou a ter uma importante discussão devido aos principais problemas que o homem vem causando no meio ambiente. O surgimento e o amadurecimento de um direito que regulamenta as questões ambientais trouxe um avanço na proteção, regulamentação e fiscalização do meio ambiente. O Direito Ambiental possui princípios e normas jurídicas que asseguram os direitos como os princípios da precaução, o da prevenção, do poluidor pagador, da responsabilização do dano ambiental, da publicidade, da cooperação internacional e da função social da propriedade. Princípio da Precaução: O meio ambiente só poderá ter alguma intervenção a partir do momento que não houver dúvidas em relação ao seu dano, é a incerteza científica, se vai acontecer ou não, a dúvida. Este princípio tem como assunto principal a prevenção da irreversibilidade do dano potencial, entendida como a impossibilidade de volta a sua condição anterior. Princípio da Prevenção: Muito semelhante ao princípio da precaução, o princípio da prevenção busca estabelecer os cuidados que devem ser adotados para evitar danos ambientais. Este princípio informa tanto o licenciamento ambiental, como os próprios estudos ambientais, que são realizados com conhecimentos já adquiridos sobre uma determinada intervenção no ambiente. Princípio do Poluidor Pagador: O usuário dos recursos naturais deve arcar com todos os passivos destinados a tornar possível o seu uso. O primeiro aspecto que obriga a indenizar todo e 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. qualquer dano causado pelo poluidor; o segundo aspecto diz respeito aos estudos e todas as licenças necessárias para não causar danos ou deixar nos níveis aceitáveis. Contudo, esse princípio não é uma punição e nem dá o direito ao pagador de poluir. Princípio da Responsabilização do Dano Ambiental: É a responsabilidade que o poluidor enfrenta de reparar e indenizar por meio de multas as áreas afetadas quando, mesmo usando de meios lícitos, por motivo de negligência ou imperícia, acaba por provocar danos ao meio ambiente. Princípio da Publicidade ou Princípio da Informação: Tem a finalidade de formar a consciência ambiental, expandir o conhecimento por meio da educação ambiental, a população em todos os seguimentos tem o direito de receber as informações e opinar. Todas as informações ambientais recebidas pelos órgãos públicos devem ser transmitidas a toda sociedade, excluindo-se as informações que estão em segredo de Estado ou industrial. Princípio da cooperação internacional: Fica definido em seu art. 4º, IX, a “cooperação entre os povos e progresso da humanidade” da nossa Carta Magna o princípio nas relações internacionais da República Federativa do Brasil. Por meio de convenções e tratados internacionais de diversos países, firmarem metas conjuntas para a proteção do meio ambiente, a participação se tornará obrigatória a partir do momento que o país decidir fazer parte e assinar os acordos, se comprometendo com as metas conjuntas. Princípio da Função Social da Propriedade: Esse princípio está condicionado ao cumprimento de sua função social, o direito à propriedade. Este princípio é amplamente adotado pelo direito ambiental. Em relação a matéria ambiental, a função social do meio ambiente é dar meios a uma qualidade de vida sadia às pessoas. Deste modo, se a propriedade privada não propicia ou não compatibiliza com um meio ambiente ecologicamente equilibrado, proporcionando uma qualidade de vida saudável às pessoas, tal propriedade não está em acordo com o interesse social e não exerce sua função social. Princípio da participação comunitária: Este princípio não é exclusivo do Direito Ambiental, contudo, para a resolução dos problemas do ambiente, deve ser dada especial ênfase à cooperação entre o 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Estado e a sociedade, através da participação dos diferentes grupos sociais, na formulação e na execução da política ambiental. De fato, é fundamental o envolvimento do cidadão no equacionamento e implementação da política ambiental, dado que o sucesso desta supõe que todas as categorias da população e todas as forças sociais, conscientes de suas responsabilidades, contribuam à proteção e melhoria do ambiente, que afinal, é bem e direito de todos. Exemplos deste tipo de princípio são as audiências públicas. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS LASCHEFSKI, Klemens; ZHOURI, Andrea. Conflitos ambientais. In: ZHOURI, A; LASCHEFSKI, K. (Org.). Desenvolvimento e conflitos ambientais: um novo campo de investigação. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010, p. 11-34. Disponível em: http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp- content/uploads/2014/04/ZHOURI__LASCHEFSKI_-_Conflitos_Ambientais.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2019 RATTNER, Henrique. Sustentabilidade: Uma Visão Humanista. Ambiente e Sociedade, São Paulo, ano 2, n. 5, p. 233-240, jul./dez. 1999. 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL 2.1 BENS AMBIENTAIS A Constituição Federal Brasileira trouxe em seu artigo 225, uma nova realidade jurídica e, disciplinando o bem ambiental, que não é considerado nem público e nem privado, considerado um bem difuso. Sob esse enfoque, surge a Lei federal n.8.078, de 1990, que, além de estabelecer nova concepção, vinculada aos direitos das relações de consumo, cria, a partir da orientação estabelecida pela Carta Magna de 1988, a estrutura infraconstitucional que fundamenta a natureza jurídica de um novo bem, que não é público e não é privado: o bem difuso (FIORILLO, 2010, p. 172) Isso deve-se ao fato do artigo 225 considerar que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentese futuras gerações” (BRASIL, 1988). Esse artigo mostra que o bem ambiental não se reporta a uma pessoa apenas ou um grupo estabelecido, mas sim ao coletivo, em que não se determinam plenamente os titulares. Portanto, um bem ambiental é um bem de uso comum do povo, podendo ser utilizado por qualquer um dentro dos limites estabelecidos por Lei e um bem essencial à qualidade de vida. Como já estabelecido, o bem ambiental usa do conceito retirado do inciso I, parágrafo único, do art. 81, da Lei nº 8.078/1990, ou seja, um bem “transindividual, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato”. Considerando essa indeterminação absoluta, o bem ambiental tem a natureza jurídica de um bem de uso comum do povo, portanto, difuso; essencial à qualidade de vida, entendido como sendo para sua própria sobrevivência e que a pertence a todos. 2.2 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO Patrimônio é uma palavra que, com uma longa trajetória e com o passar do tempo, foi agregando valores e ampliando seu significado. No direito romano, 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. patrimônio era o conjunto de bens de uma pessoa, como terras, utensílios, índios e as mulheres (que não eram consideradas cidadãs). Atualmente o termo mostra ainda sinais da sua origem. Hoje em dia o conceito legal de patrimônio é o conjunto de bens e direitos que uma pessoa ou instituição possui. Segundo Choay (apud SANTIAGO, 2007), a expressão “patrimônio”, em sua essência está unida às estruturas econômicas, jurídicas e familiares. Atualmente o termo está atrelado a diversos adjetivos, como patrimônio histórico, genético, cultural, dentre outros, o que faz dele um conceito itinerante, sendo utilizando tanto para indicar um conjunto de bens e serviços materiais ou não, ações, direitos, posse e tudo mais que pertença a uma pessoa. Patrimônio também tem uma relação direta com a ideia de herança, algo que é passado dos mais velhos para os mais novos, de pais para filhos, não apenas bens, mas também as práticas sociais. Patrimônio cultural é um conjunto bem mais amplo, que compreende além dos bens, a cultura e a herança coletiva. Diferente da ideia dos romanos, que concebia o patrimônio em suas dimensões particular e privada, quando se fala de patrimônio cultural, estamos indicando sempre um sujeito coletivo. O patrimônio cultural é definido como um bem ou bens de natureza material e imaterial, considerado importante para nossa identidade. A Constituição Federal Brasileira, no seu Art. 216 diz que “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”. (BRASIL,1988). A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, no seu Artigo 7º define “o patrimônio, sob todas as suas formas, deverá ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras enquanto testemunho da experiência e das 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. aspirações humanas, de forma a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade e a inspirar um diálogo genuíno entre as culturas”. (UNESCO, 2001) A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, mostra uma definição sobre o termo bem ampla, abarcando desde os monumentos históricos, obras de arte, conjuntos urbanos, passando por parque, diversidade biológica, ecossistemas, objetos pré-históricos, até tradições orais e imateriais da cultura popular. Em 1972, foi realizada em Paris, a Convenção sobre proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, onde estabeleceram dois conceitos: o Patrimônio Cultural e o Patrimônio Natural. Segundo UNESCO (1972, p.2-3) são considerados como Patrimônio Cultural: Os monumentos: obras arquitetônicas, esculturas ou pinturas monumentais, objetos ou estruturas arqueológicas, inscrições, grutas e conjuntos de valor universal excepcional dos pontos de vista da história, da arte ou da ciência, Os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, por sua arquitetura, unidade ou integração à paisagem, têm valor universal excepcional, dos pontos de vista da história, da arte ou da ciência, Os sítios: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza, bem como áreas, que incluem os sítios arqueológicos, de valor universal excepcional dos pontos de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. São considerados como Patrimônio Natural: Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por conjuntos de formações de valor universal, excepcional dos pontos de vista estético ou científico. As formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituam habitat de espécies ameaçadas animais e vegetais, de valor universal excepcional dos pontos de vista estético ou científico. 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Os sítios naturais ou as áreas naturais estritamente delimitadas, detentoras de valor universal excepcional dos pontos de vista da ciência, da conservação ou da beleza natural. FIQUE ATENTO! O termo patrimônio cultural passou por várias reformulações com o passar do tempo, foram agregados novos componentes, como patrimônios imaterial, natural e genético. Essas reformulações foram feitas para proteger novos bens que até então eram desconsiderados. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: https://www.academia. edu/12103655/Patrim%C3%B4nio_adequado_Evolu%C3%A7%C3%A3o_do_conceit o_de_patrim%C3%B4nio_hist%C3%B3rico_e_confronto_entre_neocoloniais_e_mod ernos 2.2.1 Patrimônio Cultural imaterial ou intangível Após a realização da Convenção sobre proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em 1972, onde estabeleceram o que é Patrimônio Cultural e Natural, a UNESCO no ano de 2003 confeccionou um documento chamado “Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial”, para adicionar alguns pontos que não foram indicados no documento anterior. Incluíram a definição de Patrimônio Cultural Imaterial ou Intangível trazendo um conjunto de dispositivos para cuidar da identificação, proteção e preservação dessa categoria. Nesse documento, o Patrimônio Cultural Imaterial é entendido como: [...] as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados- que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. (CASTRO; FONSECA, 2008, p.11-12) Na Convenção para a salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, algumas categorias foram reconhecidas como manifestações culturais imateriais. Os tipos de manifestações imateriais segundo a UNESCO (2003) são: 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. a) tradições e expressões orais, incluindo língua como veículo do patrimônio cultural imaterial; b) artes do espetáculo c) práticas sociais, rituais e atos festivos; d) conhecimentos e usos relacionados com a natureza e o universo; e) técnicas artesanais tradicionais. Castro e Fonseca (2008) complementam dizendo que os bens culturais imateriais estariam incluídos, ou contextualizados, nas seguintes categorias: 1) Saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; 2) Formas de expressão: manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; 3) Celebrações: rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social; 4) Lugares: mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas. (CASTRO; FONSECA, 2008, p.19) O termo patrimônio imaterial surgiu devido aos questionamentos por parte de alguns países, que buscavam soluções para resguardar, não apenas os bens móveis ou imóveis, como também as manifestações e as culturas tradicionais das populações. A figura 1 mostra um exemplo de patrimônio imaterial. Figura 1- Samba de Roda Raízes de Angola de São Francisco do Conde (BA). Fonte: IPHAN (2018, p. 35) 2.2.2 Patrimônio Cultural Material ou Tangível O Patrimônio Material é formado por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis – 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais – e móveis – coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. Bens Materiais Individuais ou Móveis Os bens materiais individuais ou móveis são bens que podem ser transportados como define European (s.d, p. 50) “Conjunto de bens culturais que podem ser transportados (objetos e obras de arte)”, são bens com grande significado emocional. Exemplos: fotos, imagem religiosa no altar de sua casa, livro autografado, entre outros. Corroborando com a ideia a Lei nº 107/2001 que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do patrimônio cultural considera bens culturais móveis integrantes do patrimônio cultural aqueles que: […] constituam obra de autor português ou sejam atribuídos a autor português, hajam sido criados ou produzidos em território nacional, provenham do desmembramento de bens imóveis aí situados, tenham sido encomendados ou distribuídos por entidades nacionais ou hajam sido propriedade sua, representem ou testemunhem vivências ou factos nacionais relevantes a que tenham sido agregados elementos naturais da realidade cultural portuguesa, se encontrem em território português há mais de 50 anos ou que, por motivo diferente dos referidos, apresentem especial interesse para o estudo e compreensão da civilização e cultura portuguesas. Os bens culturais móveis têm grande importância, pois, refletem a criatividade e a estética do passado e do presente, para além de contribuir para a preservação da identidade cultural das comunidades que lhe estão associadas (UNESCO,2008) Bens Materiais Imóveis ou Coletivos O patrimônio cultural imóvel ou bens imóveis, são bens que constituem testemunhos com valor de civilização ou de cultura, são bens que assumem relevância para a compreensão, permanência e construção da identidade nacional e para a democratização da cultura. São de interesse cultural e relevante para bens imóveis os registros histórico, paleontológico, arqueológico, arquitetônico, artístico, etnográfico, científico, industrial ou técnico, destes bens reflete valores de memória, 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade. Pereira (1997, p.29) define como bens imóveis: “Em termos de uma conceptualização mais alargada considera- -se como bens materiais imóveis, ou como patrimônio cultural construído, as estruturas criadas e implantadas pelo homem – ou que o homem produziu, transformando a natureza - dotadas de valor de testemunho histórico, artístico e técnico. Pode tratar-se de estruturas isoladas ou em conjunto. Podem deter uma finalidade imediata, relacionada com a vida material do homem. Como podem também deter uma finalidade mediata e essencialmente simbólica, relacionando-se com a vida espiritual das comunidades. Esses patrimônios são constituídos por bens que não podem ser mudados de lugar, por impossibilidade ou porque isso modificaria por completo o seu significado original. Esses bens podem ser classificados como de interesses nacional, público ou municipal. A proteção legal desses bens baseia-se na classificação e inventariação dos patrimônios. Segundo a UNESCO (1972), os patrimônios imóveis estão classificados como: Monumentos: Obras arquitetônicas, trabalhos de escultura e pintura monumentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições, habitações rupestres e combinações de estilo, que sejam de valor universal incalculável dos pontos de vista histórico, artístico e científico. Conjunto de edifícios: Grupo de edifícios, separados ou contíguos, que devido a sua arquitetura, homogeneidade e situação na paisagem, seja de um valor universal incalculável, dos pontos de vista histórico, artístico ou cientifico. Sítios: Obras efetuadas pela mão do homem ou obras combinadas entre homem, natureza e zonas, incluindo sítios arqueológicos, que sejam de valor universal incalculável, dos pontos de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. As figuras a seguir mostram alguns exemplos de patrimônios materiais imóveis. Figuras 2 e 3 exemplificam bens materiais imóveis. 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, sejapor meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 2: Exemplo de bens materiais imóveis, cidade de Ouro Preto (MG). Fonte: Souz (2019) Figura 3: Exemplo de bens materiais imóveis, Ruínas de São Miguel Arcanjo (RS) Fonte: Mattos, M; (2019) 2.2.3 Patrimônio Cultural Natural A diversidade encontrada no Brasil, como ecossistemas, biomas, paisagens, diversidade de plantas, animais e recursos genéticos deve–se a sua posição geográfica, sua extensão, sua estrutura física e seu clima variado. Esse patrimônio natural é único e é uma herança recebida de nossos ancestrais. O termo patrimônio natural, nos últimos anos, passou a ser considerado após medidas de proteção ao patrimônio, tanto em seu caráter histórico, como artístico. Sob o enfoque de monumento e as características com valor estéticos e o caráter inviolável que o termo patrimônio natural foi elaborado e considerado em 1972, resultante da Convenção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em Paris. O relatório desse encontro definiu como patrimônio natural: 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais formações com valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico; As formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituem habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, com valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação; Os sítios naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com valor universal excepcional do ponto de vista da ciência, conservação ou beleza natural. (UNESCO, 1972) O patrimônio natural é considerado uma área natural, que tem características particulares, que mantém registros e eventos ocorridos no passado. Sua manutenção é importante, pois, permite o reconhecimento da história natural e também para analisar o que o homem está causando no ambiente, com seu estilo de vida. Um patrimônio natural e protegido é um laboratório que possibilita estudar a dinâmica da natureza, além de apresentar uma beleza encantadora. A seguir, alguns exemplos de patrimônios naturais brasileiros: a) Arquipélago de Fernando de Noronha; b) Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros; c) Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e d) Parque Nacional do Iguaçu. Figura 4: Exemplos de Patrimônios Naturais. Fonte: Donnard, 2011. IMPORTANTE! É importante lembrar que, no Brasil a cultura de preservação de patrimônio ainda é pouco valorizada, diferente de outros países, um exemplo foi o incêndio em 2018 do Museu Nacional Brasileiro, por falta de investimento para reformas, lembrando que o patrimônio desperta uma memória e a identificação de um povo a contextos cultural e social. 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.3 PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL A preocupação com a preservação e a conservação dos patrimônios culturais foi a pauta, em 1930, de uma conferência internacional realizada em Roma, em consequência das serias transformações que a Europa vinha passado, em decorrência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). As marcas da destruição estavam por todas as partes, nos prédios, nos monumentos, nas obras de arte, etc. A carta de Atenas, feita em 1931, tinha como objetivo instrumentalizar a ação internacional para a preservação de marcos históricos. A Carta de Veneza foi outro documento importante para a preservação e a conservação patrimonial, publicada em 1964. Outros importantes documentos estabelecidos em vários países, relativos às questões referentes à conservação patrimonial seguem a seguir: Carta de Atenas (Atenas, 1931); Pacto de Roerich (Uruguai, 1933); Convenção Cultural Européia (Paris, 1954); Carta de Veneza (Veneza, 1964); Normas de Quito (Quito, 1967); Convenção sobre a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural (Paris, 1972); Recomendações relativas à Proteção, aos níveis nacionais, do patrimônio cultural e natural (Paris, 1972); Bruges Resolutions (Bruxelas, 1975); Convenção sobre a proteção do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Artístico das nações americanas (San Salvador, 1976); Nairobi Recommendations (Nairobi, 1976); Carta de Burra (Austrália, 1981); Carta de Florença (Florença, 1981); Deschambault Declaration (Quebec, 1982); Declaração de Roma (Roma, 1983); Carta de Washington (Washington, 1987); Primeiro Seminário brasileiro sobre a preservação e a revitalização de centros históricos (Brasil, 1987); 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Carta de Nova Orleans (Nova Orleans, 1992); Carta para a proteção de Cidades Históricas nos Estados Unidos (Washington, 1992); Carta de Nova Zelândia (Nova Zelândia, 1992). Filme sobre o assunto: Preservação da memória, do patrimônio histórico e investimento na cultura. Disponível em <https://www.youtube.com/watch ?v=K_gAaCMbNFc> Acesse os links: http://portal.iphan.gov.br/ e http://www.unesco.org/new/ pt/brasilia/culture/world-heritage/cultural-heritage/ Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a relevância e a importância da conservação do patrimônio histórico cultural e do seu papel nessa proteção. A Semana de Arte Moderna, de 1922, foi um propulsor à proteção do patrimônio no Brasil, pois, os pensadores da época buscavam uma nova linguagem estética, rompendo com os ideais de outros países e criando uma temática nacionalista, onde favoreciam as origens culturais do país (ADAMS, 2002). A Constituição Federal de 1934, foi um dos marcos à proteção do patrimônio no Brasil, onde ficou estabelecida sua proteção obrigatória pelo poder público, sendo que a União e os estados eram responsáveis por resguardar as belezas naturais e os objetos de valores histórico e artístico. Segundo a Carta Magma de 1934; [...] afinada com o paradigma do Estado do bem-estar-social foi a primeira a tratar da tutela de bens culturais. No artigo 10, inciso III, conferiu competência concorrente a União e aos Estados para proteger as belezas naturais e os monumentos de valor histórico ou artístico podendo impedir a evasão das obras de arte. No título V, voltado a família, educação e cultura, atribuiu competência a União, Estados e municípios favorecer e animar o desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, proteger os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do país, bem como prestar assistência ao trabalhador intelectual (MARCHESAN,2007, p.50) Em 1936, o escritor Mário de Andrade elaborou um anteprojeto de lei que foram as bases para a Legislação Federal decretada em 30 de novembro de 1937, com o Decreto-Lei nº 25 criou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 32Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. (SPHAN) órgão federal orientado para a defesa e proteção do patrimônio — e estabeleceu o instituto de tombamento, pelo qual os bens eleitos como patrimônio histórico e artístico são inscritos em livros do tombo, categorizados como Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Histórico; das Belas Artes; das Artes Aplicadas. Com o passar dos anos esse órgão passou a se chamar Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 1946 a Constituição Federal incluiu a proteção de documentos históricos e essa proteção significa poder utilizar esses documentos de forma palpável à história de um povo, por meio de jornais, cartas, bilhetes, etc. Em 1967, a Carta Magma incluiu a proteção a sítios arqueológicos, considerados como uma particularidade das obras ou monumentos históricos. Com a Constituição Federal Brasileira (1988) além de ter avanços significativos, introduziu a noção de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico. Nesse sentido, Marchesan (2007, p.54) Do conceito constitucional é importante salientar a amplitude, abarcando tanto a dimensão material como imaterial; a referência à formação da identidade brasileira, os bens criados pelo homem e aqueles que de origem natural, por ele são especialmente valorados e, principalmente o fato de que o bem cultural tem valor em si, prescindindo de qualquer reconhecimento jurídico-institucional para que venha a merecer uma política de preservação. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. (Vide Lei nº 12.527, de 2011) § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. §6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - Serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012). § 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios: I - diversidade das expressões culturais; II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural; V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; VII - transversalidade das políticas culturais; VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; IX - transparência e compartilhamento das informações; X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura. §2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação: I - órgãos gestores da cultura; II - conselhos de política cultural; III - conferências de cultura; IV - comissões intergestores; V - planos de cultura; VI - sistemas de financiamento à cultura; VII - sistemas de informações e indicadores culturais; VIII - programas de formação na área da cultura; IX - sistemas setoriais de cultura. § 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 § 4º, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012 Seção III DO DESPORTO. Após apresentar a evolução das leis que envolvem as questões de patrimônio brasileiro observa-se que é um elemento importante para a preservação e a conservação do patrimônio, além de buscar um desenvolvimento sustentável e a busca para uma promoção do bem-estar social. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, Maria Laura Viveiros de; FONSECA, Maria Cecília Londres. Patrimônio Imaterial no Brasil. Brasília: UNESCO, Eduarte, 2008. LOPES, F.; BRITO CORREIA, M. Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico, Cartas, Recomendações e Convenções Internacionais. Lisboa. Livros Horizonte, 2004. 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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