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Adas das Abordagens Cirúrgicas dos Ossos do Cavalo OENNIS W. MILNE, O.V.M., M.S. Diplomate. American College of Veterinary Surgeons; Former Assistant Professor of Su;gery, The Ohio State University Veterinary College, Co\umbus, Ohio; Private Practitioner, East Orange, New Jersey A. SIMON TURNER, B.V.Sc., M.S. Diplomate, American College of Veterinary Surgeons, Assistant Professor of Surgery, Department of Clinica\ Sciences. College of Veterinary Medicine, Colorado State University, Fort Collins, Colorado Ilustrações do texto e da capa por B. KRAMER,B.S., A.M.!. Senior Medical II\ustrador. Leaming Resources, College of Veterinary Medicine. The Ohio State University ~ RDCA Traduzido do original An Atlas of Surgical Approaches to the Bones of the Horse Copyright @ W. B. Saunders Co., 1979 ISBN 0-7216-6362-1 Copyright @ da 1.a edição da Livraria Roca Ltda. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, guardada pelo sistema "retrie- vai" ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja este eletrônico, me- cânico, de fotocópia, de gravação, ou outros, sem prévia autorização escrita da Editora. Tradução: Gabriela V.M. Caruso Catena Revisão Cientffica: Or. Wagner Intelizano Capa: Nelson Mielnik Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) M598a',. Milne, Dennis"W. Atlas das abordagens cirúrgicas dos ossos do ca- valo /DennisW. Wilne, A. Simon Turner ; ilustra- ções- do texto e da capa por B. Kramer ; (tradução Gabriela V.M. Caruso Catena ; revisão científica Wagner IntelizanoJ. -- são Paulo: Roca, 1987. Bibliografia. 1. Cavalos - Cirurgia 2. Cirurgia veterinária 3. Ossos - Cirurgia I. Turner, A. Simon. 11. Kramer. Bud. 111.. Título. 86-2094 CDD-636.10897471 Indlces para catálago sistemático: 1. Cavalos: Cirurgia dos ossos: Veterinária 636.10897471 2. Cavalos: Ossos: Cirurgia veterinária 636.10897471 3. Ossos: Cavalos: Cirurgia veterinária 636.10897471 1987 Todos os direitos para língua portuguesa reservados pela LIVRARIA ROCA LTDA. Rua Cesário Mota Jr.. 179 Av. Dr. Amaldo, 455 Rua Botucatu, 723 São Paulo - SP Impresso no Brasil Printed in Brazil Conteúdo SEÇÃO I - INTRODUÇÃO Posicionamento e Proteção do Paciente Ortopédico Eqüino Técnica Asséptica e Esterilização 4 Preparação do Campo Cirúrgico 5 Instrumentação 6 Abordagens Cirúrgicas dos Ossos Longos do Cavalo 3 8 SEÇÃO 11- O MEMBRO TORÁCICO I. Abordagem da Falange Distal Abordagem Dorsal do Processo Extensório da Falange Distal (Terceira Falange) 2. Abordagem da Falange Pro:ximal e do Osso Metacárpico lU Abordagem Dorsal da Falange Proximal e do Osso Metacárpico III (Mc III) 3. Abordagens da Falange Pro:ximal Aborqagem Lateral da Falange Proximal (Primeira) Abordagem Dorsal da Falange Proximal 30 Abordagem Dorsal da Articulação Metacarpofalângica 26 32 4. Abordagens dos Ossos Sesamóides Pro:ximais Abordagem Lateral (Churchill) do Osso Sesamóide Proximal Abordagem da Base do Osso Sesamóide Proximal 40 Abordagem Palmar do Osso Sesamóide Proximal 46 36 5. Abordagensdos Ossos Metacárpicos U e lU Abordagem Lateral da Tróclea do Metacárpico III (Mc III) 54 Abordagem Medial do Metacárpico III (Mc III) 58 Abordagem Lateral do Osso Metacárpico 11(Mc 11) 60 6. Abordagens da Articulação Cárpica Abordagem Dorsomedial do Osso Radial do Carpo e Osso Cárpico III (Face Radial) 14 20 66 Abordagem Dorsomedial da Face Dorsomedial do Osso Cárpico III 72 Abordagem Dorsomedial da Extremidade Distal do Rádio e do Osso Radial do Carpo Abordagem Dorsolateral do Osso Cárpico III (Face lntermédia) e Osso Intermédio do Carpo 82 Abordagem Craniomedial da Extremidade Distal do Rádio. Osso Radial do Carpo e Osso Intermédio do Carpo 86 7. Abordagem da UIna e do Olecrano. Abordagem da Face Caudal e Lateral da Ulna e do Olecrano 92 8. Abordagens do ~o Abordagem Medial da Diáfise e Metáfise do Rádio Abordagem Lateral da Diáfise e Metáfise do Rádio 98 102 9. Abordagem do Úmero Abordagem Lateral da Diáfise e Metáfi~ do Úmero 108 10. Abordagem do Tubérculo Supraglenóideo Abordagem Lateral do Tubérculo Supraglenóideo 114 SEÇÃO III - O MEMBRO PELVINO I. Abordagens dos Ossos Metatánic08 m e IV Abordagem Lateral do Metatársico III (Mt III) 122 Abordagem Lateral do Metatársico IV 124 2. Abordagens do Tano Abordagem Craniolatei'al da Articulação Tarsocrural 130 Abordagem Dorsomedial da Articulação Tarsocrural 134 Abordagem Dorsolateral do Calcâneo (Osso Tarso Fibular) e do Túber do Calcâneo 3. Abordagens da Tíbia Abordagem Lateral da Diáfise e Metáfise da Tíbia Abordagem Medial da Diáfise e Metáfise da Tíbia 144 148 4. Abordagens do Fêmur Abordagem Lateral da Diáfise e Metáfise do Fêmur 154 Abordagem Dorsal da Articulação do Quadril 160 5. Abordagem da Asa do Ílio Abordagem Dorsal do Túber da Coxa (Face Glútea do Ílio) 168 SEÇÃO IV - CABEÇA I. Abordagem do Seio Frontal 78 138 Abordagem do Seio Frontal 178 2. Abordagem do Seio Maxilar Abordagem do Seio Maxilar 182 3. Abordagem do Corpo da Mandibula Abordagem Lateral do Corpo da Mandíbula 188 4. Abordagem da Face Lateral dos Ossos Maxila e Incisivo Abordagem Lateral da Maxila e do Osso Incisivo (Pré-Maxila) 194 5. Abordagem da Face Labial do Osso Incisivo Abordagem da Face Labial do Osso Incisivo 200 6. Abordagem dos Ossos FroD;tale Nasal Abordagem dos Ossos Frontal e Nasal 204 Seção I Introdução INTRODUÇÃO POSICIONAMENTO E PROTEÇÃO DO PACIENTE ORTOPÉDICO EQÜINO o correto posicionamento e a adequada proteção do paciente ortopédico eqüino é uma parte essencial de qualquer procedimento cirúrgico. O paciente deve ser posicionado de tal forma que o cirurgião não é colocado numa posição inconveniente a qual logo levará à fadiga do cirurgião e irá comprometer seriamente a técnica. O fracasso na proteção e posiciona- mento adequados do cavalo resultarão em problemas pós-operatórios que podem ser sérios suficientes para levar à morte do animal. Em cada abordagem descrita neste livro, foi estabelecida a posição correta do cavalo. É importante que seja averiguada a exata localização da lesão através de radiografias antes de tentar qualquer cirurgia ortopédica. O erro humano na técnica radiográfica é uma área poten- cial para enganos que podem levar a um posicionamento incorreto do paciente e ao fracasso de encontrar a lesão. Isto é particularmente importante na cirurgia das articulações do cavalo. Por exemplo, para alcançar uma fratura em lasca do osso radial do carpo ao nível do tendão do músculo extensor radial do carpo, o cavalo deve estar em decúbito lateral com o membro afetado para baixo. Nós sempre aconselhamos que, antes de fazer a incisão, deve ser identifi- cado o membro correto e o lado correto deste. Se existe alguma dúvida, a cirurgia não deve ser realizada e tira-se outras radiografias adequadamente identificadas. As complicações relacionadas com o repouso prolongado do paciente ortopédico eqüino devem ser impedidas a todo custo. A anestesia de qualquer tipo é, essencialmente, uma faca de dois gumes. Enquanto fornece analgesia adequada para a cirurgia livre de movimentos, o paciente anestesiado pode ser colocado em posições que ele não toleraria se consciente. A depressão anestésica produz o relaxamento muscular, levando ao colapso do retorno venoso, deste modo produzindo uma circulação inadequada dos músculos afetados. Os problemas associados com o repouso prolongado são, na maior parte, aplicáveis aos cavalos adultos. Estes incluem a rabdomiólise de posição ("paralização" ou azotúria) e paresia do nervo radial e peroneal. Especialmente propensos são os cavalos com excesso de peso, os grandes cavalos de tiro e os cavalos de corrida com fraturas. É responsabilidade do cirurgião assegurar que não exista mal posiciopamento e que a proteção seja adequada. No decúbito la- teral é especialmente importante puxar à frente e proteger o ombro do outro membro 3. As grandes massas musculares dos membros pélvicos devem ser protegidas e, em nenhum estágio, qualquerparte deve "projetar-se sobre" a borda da mesa sem proteção adequada. Para promover o retorno venoso nos membros pelvinos enquanto em decúbito lateral, eles devem ser mantidos abduzidos, deste modo reduzindo a oclusão das veias safenas 1. Algumas fraturas podem ser operadas enquanto o animal está em decúbito dorsal. Isto eliminará os problemas associados com a pressão sobre os membros. Ele capacita o cirurgião de operar em dois locais separados sem ter de gastar tempo para rolar o cavalo e reposicionar o membro. O posicionamento pode ser mais difícil no decúbito dorsal. Deve-se tomar cuidado para proteger o casco do local cirúrgico para impedir a contaminação. Para uma ventilação adequada, foi mostrado que o decúbito lateral é melhor que o decúbito dorsal durante a anestesia geral 2. Se são usados aparelhos de tração do membro, eles devem ser usados sensatamente e ser bem protegidos para evitar o dano de nervos e vasos. Referências 1. Heath, R. B., Redder, J., Stashak, T. and Shaw, R.: Protecting and Positioning The Equine Surgical Patient. Veto Med. SmaIl Anim. Clin. November, 1972 1241-1245. 2. Steffey, E. P., Wheat, J. O., Meagher, O. M., Norrie, R. O., McKee, J., Brown, M., and Arnold Jr.: Body Position and Mode of Ventilation Influences Arterial pH, Oxygen and Carbon Oioxide Tensions in Halothane - Anesthetized Horses. Am. J. Veto Res. 38(3) (1977): 370-382. 3. Trim, C. M., and Mason, J.: Post Anesthetic Forelimb Lameness in Horses. Eq. Veto J. 5(2): 71-76, Apri!, 1974. 4. Waldron-Mease, E.: Post Opera tive Muscle Oamage in Horses. J. Eq. Med. Surg.l(3):106-110, March 1977. 3 INTRODUÇÃO TÉCNICA ASSÉPTICA E ESTERILIZAÇÃO Assim como o conhecimento da anatomia e fisiologia, da exposição adequada e correta, da hemostasia e tratamento não traumático dos ossos e tecidos moles, um bom cirurgião deve ter um conhecimento das técnicas assépticas. Todos os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados usando a estrita técnica assép- tica. Isto é particularmente importante quando se penetra numa articulação ou na utilização de implantes metálicos. As infecções das articulações são difíceis de tratar e os implantes instáveis podem levar a não união das fraturas com extenso dano de tecido mole. Isto pode ser particularmente danoso no cavalo, porque pode resultar no desuso e disfunção de um membro e, deste modo, limitando a habilidade do animal como atleta. A boa técnica asséptica requer mais que a atenção do que parece precisar no local onde é realizada. Necessita-se uma compreensão dos princípios da esterilização instrumental. A esterilização dos instrumentos e equipamentos cirúrgicos deve ser feita usando uma autoclave a vapor (esterilização com vapor quente) ou com óxido de etileno (esterilização gasosa). Esses são os métodos mais comuns de esterilização. A esterilização química não deve ser utilizada. As substâncias químicas, embora sejam germicidas em alguma extensão, não matam todos os esporos e a força absoluta da solução nem sempre é conhecida. Às vezes elas requerem longos períodos de tempo para serem efetivas. Isto é, muito freqüentemente, impra- ticável. A esterilização utilizando vapor sob pressão numa autoclave irá matar todos os esporos se o vapor quente estiver em contato direto com toda a superfície de um objeto. Entretanto, ele tirará fio de instrumentos afiados com o tempo e danificará alguns instrumentos cirúrgicos que são termolábeis. O interior do pacote cirúrgico é muito importante e, os indicadores de esteri- lização (Esterilômetro) devem ser colocados no meio do pacote no instante do empacota- mento para assegurar a penetração apropriada do vapor quente. Isto permite ao cirurgião certi- ficar-se da esterilização no instante da abertura da embalagem. Comumente são usados os indicildores que mudam de cor. A autoclave não deve ser muito carregada para permitir a cir- culação do vapor entre os pacotes. A temperatura recomendada para o uso geral na esteriliza- ção pelo vapor é de 250°F. ( 121°C) por 30 minutos. Geralmente, existe um período de secagem de 15 minutos. As embalagens não devem exceder o tamanho de 32x32xS4cm e, devem pesar não mais de 4,5 a 6,Skg. A embalagem deve ser empacotada frouxamente, mas firme. Os instrumentos devem ser colocados num padrão conveniente ao cirurgião ao serem abertos. Os fechos das caixas dos instrumentos devem ser deixados abertos. Alguns instrumentos podem ser desmontados para a autbclavagem. Os instrumentos devem estar livres de óleo e graxa. Todos os materiais embalados devem estar secos e intactos sem furos, rasgos ou manchas. A embalagem do material deve consistir de uma camada dupla de musselina (número de fio 140). É recomendado que os objetos de borracha sejam autoclavados por, no mínimo, 15 minutos a 250°F. Os tubos de borracha nos quais o vapor desloca apenas parcialmente o ar devem ser autoclavados por um período de, no mínimo, 30 minutos (250°F) para compensar a temperatura mais baixa no tubo. A limpeza mecânica do tubo antes da esterilização é um dos fatores da redução na contagem bacteriana do seu lúme. Alguma umidade permanecendo no seu lúme realmente irá se transformar em vapor assim que a temperatura subir e ajudará na substituição do ar no tubo, deste modo aumentando a temperatura dentro dele. As embalagens deveriam ser deixadas para secar e as embalagens quentes não devem ser colocadas em superfícies frias, pois elas se tomam levemente umedecidas devido à condensa- ção e são, portanto, contaminadas. A esterilização com o óxido de etileno é utilizada, principalmente, para os objetos sensí- veis ao calor mas pode, virtualmente, ser usada para todos os instrumentos. Os plásticos tais como os objetos de borracha de polipropileno, polietileno, equipamentos endoscópicos e cordões eletrônicos não são danificados pela esterilização com o óxido de etileno. O óxido de etileno é solúvel em água a 10°C e é um agente seguro para a destruição de microrganismos. Geralmente é combinado com um gás inerte tal como o Freon ou um hidrocarbono fluorizado para reduzir a inflamabilidade e a toxicidade da substância pura. No processo da esterilização com gás, são importantes a temperatura, umidade e a concentração de gás. O calor é aplicado4 INTRODUÇÃO de 35 a 70°C, com uma concentração de gás de 450 a 1000mg por litro e uma umidade rela- tiva de 20 a 40%. Os objetos são expostos por 1,5 a 6 horas (é recomendado 55°C por 3 horas). Os objetos são, geralmente, embalados em material de embalagem plástica, à qual o óxido de etileno irá penetrar. Os invólucros de tecido podem ser usados para objetos maiores. Alguns materiais, tais como as luvas de borracha, objetos plásticos e tubos de borracha, absor- vem uma certa quantidade de gás o qual, se permitido entrar em contato com a pele causará irritação e vesicação. Portanto, esses artigos devem ser deixados arejar por 24 horas (sete dias para objetos de borracha e materiais prostéticos em contato direto com os tecidos). Os indicadores químicos sensíveis ao óxido de etileno devem ser colocados na embalagem para se certificar da esterilização. Não deve existir nenhuma dúvida quanto à esterilidade. O cirurgião deve estar certo de que as condições necessárias foram alcançadas e todos os fatores envolvidos na esterilização foram observados meticulosamente. Os antibióticos podem induzir o cirurgião a tomar-se menos cuidadoso sob a desculpa da emergência. Os antibióticos não são substitutos da assepsia. São utilizados em casos individuais para controlar um tipo específico de bactéria. Seu uso indiscriminado deve ser condenado na cirurgia eletiva limpa. O pessoal da sala cirúrgica deve manter o mais alto padrão de técnica estéril para proteger o paciente da conseqüência desastrosa da infecção. O cirurgião deve aderir às técnicas estéreis todo o tempo. Devem ser observadas as seguintes regras: 1. Os instrumentos esterilizados devem ser mantidos somente em superfícies esteriliza- das. 2. As superfícies esterilizadas não devem ser tocadas por pessoal não esterilizado. 3. As mãos deveriam sermantidas acima da cintura e nunca juntas. 4. Os instrumentos esterilizados não devem estar abaixo da cintura do cirurgião. 5. Todas as superfícies esterilizadas devem ser mantidas secas. 6. O movimento e a conversação devem ser mantidos o mínimo necessário. O número de pessoas entrando e saindo da sala cirúrgica deve ser mínimo; isto tem um signi- ficãnte efeito nos números das bactérias transportadas pelo ar. 7. As pessoas consideradas p~rte do grupo de cirurgia nunca deveriam dar suas costas ao campo esterilizado. 8. Exercitar a abertura do pacote cirúrgico esterilizado, garantindo que o lado externo da embalagem não entre em contato com o próprio instrumento ou outra superfície este- rilizada. Referência 1. Gourley, I. M., and Ettleman, P. 5.: The surgical supply area and its procedures. Archives 3(Fall, 1973): 55-59. PREPARAÇÃO DO CAMPO CIRÚRGICO A tosquia inicial do campo cirúrgico deve ser realizada numa outra sala que não seja a sala de cirurgia (usando uma lâmina de tosquia número 40). Uma ampla área ao redor do campo cirúrgico pode ser lavada para remover a contaminação grosseira (sujeira e escaras). As ferraduras podem ser tiradas (ou envolvidas com bandagens protetoras) para impedir injúrias durante a indução da anestesia. O animal deve ser tratado completamente e limpado com um pano úmido antes de entrar na sala cirúrgica. Neste estágio existem várias opções no que diz respeito à preparação do membro para a cirurgia asséptica. Para as operações envolvendo o carpo e porções abaixo, ou o tarso e por- ções abaixo, o membro pode ser preparado cirurgicamente e envolvido em ataduras esterili- zadas enquanto o cavalo está de pé antes da indução. Quando o paciente foi ajustado na mesa de operação na posição desejada, as ataduras podem ser removidas e pode ser aplicada uma atadura de Esmarch esterilizada e um torniquete de uma maneira asséptica. Este método reduz 5 INTRODUÇÃO o tempo entre a indução da anestesia e o começo da cirurgia. Entretanto, ele requer a estrita ciência da técnica asséptica, especialmente na aplicação da atadura de Esmarch e do torni- quete. Se não são utilizados a atadura de Esmarch e o torniquete ou, se o campo cirúrgico toma seu uso impossível (por exemplo, extremidades superiores), então pode ser realizada a prepara- ção da pele logo após a anestesia geral ter sido induzida. A preparação final do campo cirúrgico é controvertida e, existe desacordo sobre a eficá- cia dos vários métodos. A tosquia é essencial. A raspagem, embora não realizada em muitos hospitais humanos, é essencial em muitos locais do cavalo devido a densidade muito maior dos folículos pilosos. Deveria ser raspada uma área vários centímetros a mais de cada lado do campo cirúrgico proposto. A raspagem na noite que antecede a cirurgia seguida pela prepara- ção asséptica do campo levou à formação de pústulas dos cavalos de pele fina, especialmente quando o membro é envolvido e exposto aos germicidas mais suaves. Isto pode aumentar o risco de infecção do campo cirúrgico; portanto, a raspagem do campo cirúrgico deve ser feita logo antes da cirurgia. Após o campo cirúrgico ter sido raspado, a pele pode ser limpa com uma escova cirúrgica para remover a sujeira, escaras e a camada natural de gordura na pele do animal. A escavação cirúrgica deve ser feita de um modo rítmico, começando sobre o campo cirúrgico proposto e trabalhando de um modo circular para a periferia. Quando é alcançada a periferia, as esponjas utilizadas deveriam ser descartadas. A escavação cirúrgica não deve ser irritante e, não deve inibir o curativo do ferimento. Uma escova cirúrgica comumente usada é a povidona-iodo. Seguindo cada escavação, o campo cirúrgico pode ser enxaguado com água ou alternado com um composto germicida efetivo solúvel em gordura (como o álcool etílico 70%). A escavação final é com álcool por três minutos. Então, ela é enxugada com uma toalha esterilizada e, uma solução germicida é borrifada na pele antes da operação. Se são utilizadas tiras plásticas adesivas esterilizadas, a pele deve ser seca seguindo a apli- cação do álcool. O local é então borrifado com adesivo cirúrgico e pode ser aplicada a tira plástica impermeável. Existe controvérsia no fato que as tiras plásticas impermeáveis realmente reduzem o número de infecções, entretanto, seu uso possui várias vantagens. Elas permitem a visualização do ~ampo cirúrgico e dos limites circundantes. Isto ajuda o cirurgião no posicionamento da incisão porque os limites relevantes não são completamente obscure- cidos pelas tiras de musselina. As tiras plásticas adesivas são boas para incisões pequenas. Entretanto, em algumas das incisões mais longas, tais como as abordagens dos ossos longos, existe uma tendência para es- sas tiras serem deslocadas ao longo do campo da incisão. Isto ocorreria, especialmente, se exis- tisse uma manipulação excessiva associada com a redução da fratura. Nesses casos, o cirurgião deve usar bom senso se ele for utilizar essas tiras específicas ou tiras adesivas grandes nas bordas do ferimento. INSTRUMENT AÇÃO Uso dos Afastadores Muitas das abordagens descritas neste livro são facilitadas por uma adequada retração dos tecidos moles. O uso correto de instrumentos apropriados irá fornecer um bom afastamento e exposição. O cirurgião deve tomar muito cuidado em proteger as estruturas do tecido mole, pois a integridade desses é, muitas vezes, o fator determinante no sucesso ou fracasso do procedimento ortopédico. Os afastadores podem ser divididos em dois grupos básicos, os manuais e os auto-está- ticos. Os afastadores auto-estáticos são, naturalmente, benéficos para o cirurgião com as- sistência mínima. Os afastadores auto-estáticos incluem os afastadores Weitlaner (Fig. 1) e os afastadores Gelpi (Fig. 2). Esses afastadores podem desenvolver somente uma quantidade limi- tada de força e não são de valor no afastamento das grandes massas musculares tais como aquelas encontradas nas abordagens dos ossos longos. São de grande valor quand'o usados nas artrotomias, tais como as abordagens de vários ossos cárpicos e a abordagem do ápice do osso sesamóide proximal. Sua inserção e remoção dos espaços da articulação deve ser feita cuidado- samente.6 INTRODUÇÃO FIGURA 2 ~ ~ F dFIGURA 3 ~FIGURA I Os afastadores manuais são disponíveis em vários ta'manhos e formas. Como os afasta- dores auto-estáticos, eles devem ser cuidadosamente colocados e inseridos em locais como ar- ticulações com precisão e exatidão. Para as artrotomias, pode ser útil o afastador de Miller- Senn (Senn) (Fig. 3). A extremidade em gancho e afiada desse afastador pode, facilmente, furar as luvas e pode ser difícil desalojá-Io dos tecidos moles. Entretanto, a extremidade mais lisa é muito útil em combinação com outro afastador Senn ou algum outro tipo de afastador. Outros afastadores úteis nas pequenas incisões, tais como as artrotomias, são o afastador Davis (Fig. 4) e o afastador Langenbeck (Fig. 5). Os afastadores Volkmann (Fig. 6) são úteis em afastar estruturas tendinosas ou as cápsulas das articulações. Para realizar a artrotomia do carpo, encontramos um afastador com uma longa lâmina larga útil para visualizar as superfícies articulares dos ossos cárpicos sob o tendão do músculo extensor radial do carpo. A longa lâmina do afastador U.S. Army (Fig. 7) ou a lâmina do afastador Sauerbruch (Fig. 8) é extremamente útil para esse propósito. Para facilitar a coloca- ção de tal afastador, o carpo é estendido completamente, relaxando o tendão do músculo ex- tensor radial do carpo. A lâmina do afastador é cuidadosamente colocada sob esse tendão, dentro da articulação. A outra borda da cápsula da articulação pode ser afastada com um afas- tador com uma lâmina de largura menor. Para o afastamento das grandes massas musculares serão úteis os afastadores U. S. Army e Sauerbruch. r J ~~ FIGURA 4 FIGURA 6 e .:::.$ ~ FIGURA 5 FIGURA 7 7 INTRODUÇÃO . I~~; FIGURA8 Quando a abordagem resulta numa incisão de alguma profundidade, podem ser úteis os afastadores maleáveis(Fig. 9). Entretanto, seu uso é limitado pela quantidade de pressão que podemos desenvolver com eles. Para a dissecção profunda e, quando existe considerável tensão muscular, são indicados os vários tipos de afastadores Hohmann (Fig. 10), por exemplo, na abordagem da face lateral da extremidade distal do rádio para a aplicação de uma placa óssea. Para conseguir o acesso à face cranial do rádio, esses afastadores são úteis na retração do ventre do músculo extensor ra- dial do carpo. Incluímos na instrumentação a serra de arame'de Gigli (Fig. 11). É útil para a remoção do trocanter maior. ABORDAGENS CIRÚRGICAS DOS OSSOS LONGOS DO CA VALO* Em 1958, com o desenvolvimento da Association for the Study of Internal Fixation (ASIF), grande parte dos avanços foram feitos no estudo da fixação interna de fraturas. O objetivo desse grupo era planejar um método para reduzir as fraturas que resultasse num retomo mais precoce da ~nção completa sem o desenvolvimento de articulações rígidas e FIGURA 9 FIGURA 10 FIGURE 11 8 *Alguns destes comentários foram extraídos do livro de Milne, D. W. e cais. - Surgical approaches to certain longbanes of the horse for application of tension band plates. ].A.V.M.A. 168:48-52, 1976. INTRODUÇÃO dano às partes moles. A extensa pesquisa levada por este grupo e outros, resultou na con- clusão de que os resultados desejados para a redução das fraturas poderiam ser melhor obtidos pelo fornecimento de uma rígida fixação interna utilizando as técnicas de compressão. Isto levou ao desenvolvimento de instrumentos especializados 2 3 11 13 14. Embora designado para uso humano, o equipamento ASIF forneceu um meio de trata- mento bem sucedido de certas fraturas de ossos longos do cavalo 1 4-10 15 18 18. No cavalo, onde a mobilização através de meios conservadores é muitas vezes impossível, a fixação in- terna é importante por oferecer uma chance de sucesso. Certas fraturas não são tratáveis por engessamento. Isto é particularmente verdadeiro nas fraturas do úmero, rádio, ulna, fêmur e tíbia, onde a articulação acima da fratura não pode ser imobilizada, resultando numa estabili- zação inadequada. As técnicas de compressão com os implantes ASIF forneceram estabilidade e imediata deambulação sem a coaptação externa no cavalo jovem 1618. No cavalo adulto, a combinação da fixação interna com as placas de compressão e coaptação externa com gesso em casos sele- cionados cuidadosamente, resultou num restabelecimento bem sucedido. No momento, a combinação da fixação com placa de compressão e a coaptação externa é o método mais van- tajoso para reparar as fraturas no cavalo. As abordagens dos ossos longos no cavalo realizam-se, muitas vezes, em áreas onde somente a pele e o tecido subcutâneo cobrem o osso. Isto pode causar um problema no fecha- mento da pele sobre a placa. Se a incisão na pele é reta, el~ pode se tomar sobreposta sobre a placa, resultando numa tensão excessiva na pele e uma chance aumentada de deiscência do ferimento. Por essa razão, são usadas incisões de pele curvilíneas para as aboragens do rádio, ulna, tíbia, calcâneo, metacarpo e metatarso. As incisões de pele curvilíneas têm suas bases sobre a face craniomedial ou craniolateral do osso fraturado, deste modo fornecendo boa exposição ao rádio, tíbia, metacarpo e meta- tarso. O ápice da incisão da pele estende-se sobre o tecido mole caudomedial ou caudolate- ral ao osso. A fáscia superficial e profunda são cindidas diretamente sobre o osso. A incisão da pele para as abordagens da ulna e do calcâneo são feitas curvilíneas somente sobre o olecrano e parte proximal do túber do calcâneo, respectivamente, onde não são cobertas pelo músculo. O tratamento bem sucedido das fraturas dos ossos longos, utilizando a técnica ASIF, pode ser efetuàdo somente quando o cirurgião possui uma compreensão total dos princípios ASIF, os quais foram bem delineados 11. É igualmente importante para o cirurgião ter um conhecimento completo da anatomia regional para as abordagens cirúrgicas e colocação ade- quada das placas 12. As abordagens cirúrgicas dos ossos longos descritas neste texto são aquelas mais tratáveis para a fixação interna. Os ossos ilustrados e suas dimensões para as abordagens das falanges proximal e medial, metacárpico IlI, metatársico IlI, rádio, ulna, tíbia, calcâneo e túber da coxa, são do cavalo adulto. Os ossos ilustrados e suas dimensões para as abordagens do úmero, fêmur, tubérculo supraglenóideo e apordagem dorsal do quadril são baseadas no membro do cavalo adolescente ( < 140kg). A abordagem cirúrgica descrita para cada osso representa a posição de placa mais vantajosa, baseada na viabilidade anatômica e no esforço de tensão das faces ósseas respectivas. As faces sob tensão de alguns ossos foram determinadas previamente 17. Referências 1. Alexander, J. T., and Rooney, J. R.: The Biomechanics, Surgery and Prognosis of Equine Fractures. In Proceedings 18th Annual Meeting, American Association of Equine Practitioners, 1972. 219-235: (1973). 2. Allgower, M., Ehrsam, R., Ganz, R., Matler, P., and Perren, S. M.: Clinical experience with a New Compression Plate - DCP. Acta Orthop. Scand. (Suppl), 125 (1969): 45-63. 3. Allgower, M., Mattler, P., Perren, S. M., and Ruedi, T.: The Dynamic Compression Plate (DCP). Berlin, Germany, Springer Verlag, 1973 4. Dingwall, J. S., Duncan, D. B., and Homey, F. D.: Compression Plating in Large Animal Orthope- dics. J.A.V.M.A., 158 (1971): 1651-1657. 5. Fretz, P. B.: Fractured Ulna in the Horse. Canad. Veto J.. 14: 50-53 (1973). 6. Gertsen, K. E., and Brinker, W. O.: Fracture Repair in Ponies Using Bone Plates. J.A.V.M.A., 154(1969): 900-905. 7. Gertson, K. E., Monfort, T. N., and Tillotson, P. J.: Fracture Repair in Large Animais. Veto Med. Small. Anim. Clin., 68(1973): 782-790. 9 INTRODUÇÃO 8. Jenny, J.: ASIF Plate Application in Long Bone Fractures. In Proceedings 14th Annual Meeting, American Association of Equine Practitioners, 1968. (1969): 171-173. 9. Jenny, J.: ASIF Technique for Fixation of Fractures in the Horse. In Proceedings 14th Annual Meeting,-American Association of Equine Practitioners, 1968. (1969): 99-100. 10. Johnson, J. H., and Butler, H. c.: The Tension Band PrincipIe in Fixation of an Equine Ulna Fracture. Veto Med. Small Anim. Clin. 66(1971): 552-556. 11. Mueller, M. E., Allgower, M., and Willenegger, H.: Manual of Internal Fixation. Berlin, Germany, Springer Verlag, 1970. 12. Milne, D. W., Turner, A. S., and GabeI, A. A.: Surgical Approaches to Certain Long Bones of the Horse for Application of Tension Band Plates. J.A.V.M.A. 168:(1976): 48-52. 13. Perren, S. M., Russenberger, M., Steinemann, S., Mueller, M. E., and Allgower, M.: A Dynamic Compression Plate. Acta Orthop. Scand. (Suppl.), 125(1969): 31--41. 14. Perren, S. M., Allgower, M., Cordey, J., and Russenberger, M.: Development of Compression Plate Techniques for Internal Fixation of Fractures. Prog. Surg. 12(1973): 152-179. 15. ScoU, E. A.: Tension-Band Fixation of Equine Ulna Fractures Using Semi- Tubular Plates In Proceed- ings 21st Annual Meeting, American Association of Equine Practitioners, 1975. (1976): 167- 176. 16. Turner, A. S., Milne, D. W., and GabeI, A. A.: The Dynamic Compression Plate in Equine Long Bone Fractures. J.A.V.M.A., 168(1976): 309-315. 17. Turner, A. S., Mills, E. J., and GabeI, A. A.: In Vivo Measurement ofBone Strain in the Horse. Am. J. Veto Res., 36(1975): 1573-1579. 18. Turner, A. S. Surgical Repair of a Fractured Femur in a Foal. J. Equine Med. Surg., 1(5)(1977): 180- 185. 10 Seção 11 o MembroT orácico 1. Abordagem da Falange Distal ABORDAGEM DORSAL DO PROCESSO EXTENSÓRIO DA FALANGE DISTAL (TERCEIRAFALANGE) INDICAÇÕES 1. Remoção das fraturas separadas do processo extensório da falange distal ' 2 4. 2. Redução cruenta e fixação das fraturas separadas do processo extensório 3 5. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o paciente é colocado em decúbito lateral direito ou esquerdo com o membro afetado para cima. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica.É feita uma incisão na pele estendendo-se a partir da margem coronária, aproximadamente, 4 em. B) Vista diagramática dos tendões, ligamentos e vasos em relação aos ossos. A incisão é feita sobre a face dorsal da articulação interfalângica distal e, deste modo, ela divide em duas partes o tendão do músculo extensor digital comum. 14 ABORDAGEM OORSAL 00 PROCESSO EXTENSÓRIO DA FALANGE DISTAL (TERCEIRA FALANGE) Ramo dorsal da falange média (artéria) , Face articular distal da falange média Incisão da pele Margem coronária A B Prolongamento do músculo interósseo Tendão do músculo extensor digital comum Incisão da pele Margem coronária Processo extensório da falange distal @/ftJ~ 15 ABORDAGEM DORSAL DO PROCESSO EXTENSÓRIO DA FALANGE DISTAL (TERCEIRAFALANGE) C) Vista do campo cirúrgico. A fáscia subcutânea, o tendão do músculo extensor digital comum, e a cápsula da articulação são cortadas ao longo da mesma linha da incisão da pele. Na incisão da cápsula da articulação, deve ser identificado o ramo dorsal da falange média na extensão proximal da incisão. Se a incisão na cápsula da articulação necessita ser ampliada para fornecer uma maior exposição, esse vaso pode ser cortado e ligado. As duas margens da cápsula da articulação são afastadas lateralmente e medialmente de modo que a articulação interfalângica é flexionada. D) Vista diagramática c:Wfalange média e dista!. O processo extensório repousa distalmente à margem coronária. A flexão e extensão da articulação interfalângica distal irá facilitar a exposição do processo extensório e das superfícies articulares. SÍNTESE Devido à íntima justaposição da cápsula da articulação ao tendão do músculo extensor digital comum, o fechamento da cápsula da articulação como uma camada separada pode ser difícil. Muitas vezes é necessário incluir camadas internas do tendão no fechamento da cápsula da articulação. É recomendado uma sutura por pontos separados simples. As camadas externas do tendão do músculo extensor digital comum devem ser fechadas com uma sutura por pontos separados simples. Nos tecidos subcutâneos pode ser usada uma sutura por pontos separados simples ou contínuo. A pele é fechada usando uma sutura por pontos separados unindo firmemente as bordas da ferida cirúrgica. COMENTÁRIOS Na finalização da incisão da articulação interfalângica distal, a estrutura óssea mais aparente será a margem articular distal da falange média. O cirurgião não deve se enganar com o processo extensório da falange distal, o qual é difícil de visualizar desde que encontra-se na extremidade mais distal da incisão, profundamente à margem coronária. Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in H'orses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 241-243. 2. Duncan, D. B., and DingwaU, J. 5.: 5urgical Removal of Avulsed Portions of the Extensor Process of the Third Phalanx in the Horse. J.A.V.M.A. 159(1971):201-203. 3. Haynes, P. F., and Adams, O. R.: Internal Fixation of Fractured Extensor Process of Third Phalanx in a Horse. J.A.V.M.A. 164(1974):61-63. 4. Von Leuthold, A.: Navicular Disease and Fracture of the Extensor Process of the Third Phalanx. 5chweiz. Arch. Tierheilkd. 117(1974):469-473. 5. Petterson, H.: Fractures of the Pedal Bone in the Horse. Equine Veto J. 8(1976):104-109. 16 ABORDAGEM DORSAL DO PROCESSO EXTENSÓRIO DA FALANGE DISTAL (TERCEIRAFALANGE) Ramo dorsal da falange média {anéria} Tendão do músculo extensor digital comum Cápsula articular da articulação interfalângica distal Margem coronária Processo extensório da falange distalc Margem coronária- Processo extensório da falange distal Face articular distal da falange média D @pJ~ 17 2. Abordagem da Falange Proximal e do Osso Metacárpico III ABORDAGEM OORSAL DA FALANGE PROXIMAL E 00 OSSO META- CÁRPICO lU (Me lU) INDICAÇÃO 1. Artrodese da articulação metacarpofalângica. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo com o membro afetado para cima. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão tipo T invertido de aproximadamente 24cm de com- primento sobre a superfície dorsal da falange proximal estendendo-se até o Mc III aproxi- madamente, entre o terço médio e proximal. A parte distal da incisão é feita sobre a mar- gem distal da falange proximal. 20 ABORDAGEM ooRSAL DA FALANGEPROXIMALE 00 OSSO META, CÁRPICO 111 (Me 111) @;JtJ~ 21 ABORDAGEM DORSAL DA FALANGE PROXIMAL E DO OSSO META, CÁRPICO 111 (Me 111) B, C e O) Vista do campo cirúrgico. A pele é rebatida medialmente, e lateralmente a partir da linha média, expondo o tendão do músculo extensor digital comum e os dois prolonga- mentos do músculo interósseo. É realizada uma incisão em Z no tendão do músculo ex- tensor digital comum e nos dois prolongamentos do músculo interósseo. Os tendões são rebatidos da superfície dorsal da primeira falange e do Mc m. Isto expõe o osso que está por baixo e a cápsula articular da articulação metacarpofalângica. SÍNTESE As incisões nos tendões são ligadas usando uma sutura por pontos separados simples e fio não absorvível. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados, unindo firme- mente as bordas da ferida cirúrgica. COMENTÁRIOS A pele sobre a face dorsal da primeira falange perde a mobilidade. Colocando implantes metálicos na face dorsal da primeira falange por baixo dessa pele imóvel, predispõe a deiscên- cia pós-operatória dos pontos. Portanto, durante a cirurgia, o cirurgião deve ser muito meticu- loso na proteção das bordas da pele de traumas por inadvertidos, os quais podem, no fururo, predispor à deiscência dos pontos. Para expor a articulação metacarpofalângica para a artrode- se, a articulação é aberta transversalmente e colocada em flexão. Para expor adequadamente as faces articulares da articulação metacarpofalângica, os ligamentos colaterais medial e lateral podem ser parcialmente cindidos transversalmente. 22 ABORDAGEM OORSAL DA FALANGE PROXIMAL E 00 OSSO META, CÁRPICO lU (Me lU) Incisão em "2" Tendão do do músculo extensor digital comum Cápsula articular da ~rticulação metacarpofalângica ( Tendão do músculo extensor digital comum (rebatido) Articulação metacarpofalângica Tendão do músculo extensor digital comum (rebatido) Prolongamento do músculo interósseo (rebatido) o ~fftJ ~~~ c 23 3. Abordagens da Falange Proximal ABORDAGEM LATERAL DA FALANGE PROXIMAL (PRIMEIRA) INDICAÇÃO 1. Redução cruenta das fraturas da falange proximal 1-3. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo. A configuração da fra- tura e a localização antecipada dos parafusos do osso determinará se o membro afetado deve ser colocado para cima ou para baixo. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão na pele de aproximadamente 7cm sobre a face lateral da falange proximal. A incisão começa lcm distal à articulação metacarpofalângica até 1em proximal da articulação interfalângica proximal. B) Vista diagramática dos tendões e ligamentos em relação aos ossos. A fáscia subcutânea é cindi- da ao longo da mesma Íinha da incisão da pele', expondo a face lateral da falange proxi- mal. O prolongamento do músculo interósseo (suspensório) passa numa direção dorso-dis- tal sobre a face lateral do terço proximal da falange proximal. Deve ser visualizado e pre- servado. Pode ser rebatido dorsal ou palmarmente para expor a base da falange proximal. 26 ABORDAGEM LATERAL DA FALANGE PROXIMAL (PRIMEIRA) Prolongamento lateral do músculo interósseo A Ligamento colateral Prolongamento do músculo interósseo Incisão da pele e do subcutâneo B @jrJtJ/~ 27 ABORDAGEM LATERAL DA FALANGE PROXIMAL (PRIMEIRA) C) Vista do campo cirúrgico.-Deve ser tomado cuidado para impedir o corte do ramo dorsal da falange proximal e seus ramos pois eles atravessam as face.s lateral e dorsal da falange pro- ximal. SÍNTESE É usado uma sutura por pontos separados ou contínuos para fechar a fáscia subcutânea. A pele deveser fechada com uma sutura por pontos separados unindo firmemente as bordas da ferida cirúrgica. COMENTÁRIOS As fraturas da primeira falange são relativamente comuns no cavalo 1 3. A abordagem descrita é aplicável aos membros torácicos ou pelvinos, do lado medial ou lateral. Podem ser utilizadas numerosas incisões perfurantes pequenas na pele, fáscia subcutânea e periósteo no local para a colocação dos parafusos interfragmentares além da incisão descrita, se somente um ou dois parafusos interfragmentares eStão sendo utilizados. Para a redução das fraturas sagitais longas, onde são inseridos três ou mais parafusos, deve ser utilizada uma inci- são longa, pois ela dá uma clara visualização do prolongamento do músculo interósseo e do ramo dorsal da falange proximal. Referências 1. Bahn, D., and Waibl, H.: Fractures af the First Phalanx in the Harse. Tierztl. Wschr. 90(1977): 273- 175. 2. Dubs, B., and Nemeth, F.: .Therapy and Pragnasis af First Phalanx Fractures. Schweiz. Arch. Tierheilkd. 117(1975): 299-309. 3. Fackelman, G. E.: Sagittal Fractures af the First Phalanx (P, ) in the Harse. Vet. Med. Smal! Anim. Clin. 68(6):(1973): 622-636. 28 ABORDAGEM LATERAL DA FALANGE PROXIMAL (PRIMEIRA) Ligamento colateral da articulação metacarpofalângica 1 Veia digital palmar lateral Artéria digital palmar lateral Prolongamento do músculo interósseo (rebatido dorsalmente) Tendão do músculo flexor digital superficial Ramo dorsal da falange proximal (artéria) c @pJ~ 29 ABORDAGEM DORSAL DA FALANGE PROXIMAL INDICAÇÕES 1. Redução cirúrgica das fraturas da falange proximal. 2. Artrodese da articulação interfalângica proximal. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral esquerdo ou direito com o membro afetado para cima. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão tipo "I" de aproximadamente 9cm de comprimento sobre a superfície dorsal da falange proximal. A parte proximal da incisão se estende atra- vés da articulação metacarpofalângica até o nível proximal da falange proximal. A parte dista I da incisão é feita através da margem proximal da falange média*. As duas incisões são ligadas através de uma incisão sagital sobré a face dorsal da falange proximal. B) Vista do campo cirúrgico. A pele é rebatida medialmente e lateralmente a partir da linha média, expondo o tendão do músculo extensor digital comum e os dois prolongamentos do músculo interósseo. É realizada uma incisão em "l" no tendão do músculo extensor comum e nos dois prolongamentos do músculo interósseo. Se for obtida uma exposição adequada após a incisão em "l" do tendão do músculo extensor digital comum, então não serão necessárias as incisões em "l" nos prolongamentos do músculo interósseo. C) Vista do campo cirúrgico. Os tendões são rebatidos na superfície dorsal da falange proximal. Isto expõe o osso que está por baixo e a cápsula articular da articulação metacarpofalân- gica. SÍNTESE As incisões nos tendões são recolocadas lado a lado usando uma sutura por .pontos sepa- rados simples com fio não absorvível. A pele é fechada com uma sutura por pontos separados unindo firmemente as bordas da ferida cirúrgica. COMENTÁRIOS A pele na superfície dorsal da falange proximal perde a mobilidade. A colocação de im- plantes de metal sob esta pele imóvel predispõe à deiscência pós-operatória dos pontos. Por- tanto, durante a cirurgia, o cirurgião deve ser meticuloso na proteção das margens da pele por traumas inadvertidos, os quais podem, posteriormente, predispor à deiscência pós-operatória dos pontos. Para a artrodese da articulação interfalângica proximal, a parte distal da incisão em forma de "I" é colocada mais distalmente, para logo acima da margem coronária. Para expor a articulação interfalângica proximal para a artrodese, a articulação é aberta transversalmente e colocada em flexão. 30 *Veja comentários. ABORDAGEM OORSAL DA FALANGE PROXIMAL Tendão do músculo extensor digital comum B A Tendão do músculo extensor digital comum (rebatido) Prolongamento do músculo interósseo (rebatido) c @pJ~ 31 ABORDAGEM DORSAL DA ARTICULAÇÃO METACARPOFALÂNGICA INDICAÇÕES 1. Remoção das fraturas em lasca da extremidade dista I do Mc III e extremidade proximal da falange proximal (FI) 1 2 5. 2. Remoção dos crescimentos nodulares anormais e pedunculados da cápsula articular hiper- plásica (sinovite vilonodular) 2 4 POSICIONAMENTO DO PACIENTE o paciente é posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo com o membro afetado para baixo *. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Visão topográfica. É feita uma incisão na pele de aproximadamente 6cm de comprimento, medialmente ao tendão do músculo extensor digital comum sobre a articulação meta- carpofalângica. A fáscia subcutânea é cortada' ao longo da mesma linha da incisão da pele. B) Vista do campo cirúrgico. A incisão é aprofundada através da cápsula articular. As peque- nas artérias provenientes do ramo dorsal da FI e o ramo dorsal da artéria metacárpica pal- mar 11 devem ser ligadas. C) Vista do campo cirúrgico. A articulação metacarpofalângica é flexionada assim que as duas margens da cápsula articular cindidas sejam rebatidas medialmente e lateralmente, expondo as faces articulares da articulação metacarpofalângica. SÍNTESE A cápsula articular, os tecidos subcutâneos e a pele devem ser fechados separadamente. Os pontos da cápsula articular não devem penetrar na membrana sinovial; não se deve deixar everter a membrana sinovial da cápsula articular entre as bordas cirúrgicas da cápsula, pois isto reduz o tempo e o poder da cicatrização 3. A pré-colocação da sutura na cápsula articular permitirá uma aproximação mais acurada das bordas cirúrgicas da cápsula articular e alcançar um fechamento firme (cada ponto é fixado após todos os outros terem sido colocados). As suturas por pontos separados são recomendadas para o fechamento da cápsula articular. Su- turas por pontos separados ou contínuos podem ser usadas para fechar a fáscia subcutânea. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados, deste modo garantindo uma firme justaposição das bordas da pele. 32 *Veja comentários. ABORDAGEM OORSAL DA ARTICULAÇÃO METACARPOFALÂNGICA Prolongamento do músculo interósseo. Cápsula articular rebatida Mc III Ramo dorsal da artéria metacárpica palmar II Tendão do múscuÍo ~ extensor digital comum Cápsula articular Ramo dorsal da falange proximal (artéria) Extremidade distal do Mc III Falange proximal @jltJ~ 33 ABORDAGEM OORSALDA ARTICULAÇÃO METACARPOFALÂNGICA COMENTÁRIOS As fraturas em lasca intra-articulares na extremidade distal do osso metacárpico III e da ex- tremidade proximal da falange proximal ocorrem, mais comumente, na face medial da ar- ticulação metacarpofalângica 1 2. A abordagem descrita é para a remoção das esquílulas ósseas mediais. Se a fratura em lasca é lateral, a incisão é feita lcm lateral ao tendão do músculo ex- tensor digital comum (o cavalo é posicionado com o membro afetado para cima). A remoção cirúrgica dos crescimentos nodulares pedunculados da cápsula articular, podem ser abordados medial ou lateralmente ao tendão do músculo extensor digital comum 4. Ocasionalmente, ambas as incisões podem ser necessárias para completar a remoção da massa. Uma seqüela comum da redução cirúrgica das fraçuras intra-articulares da articulação metacarpofalângica é a calcificação da cápsula na periferia da articulação. Por essa razão, o tratamento conservador, não cirúrgico, pode ser indicado 5. Referências 1. Adams, O. R.: Chip Fractures of the First Phalanx in the Metacarpophalangeal (fetlock) Joint. J.À.V.M.A. 148(4) (1966):360-363. 2. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 225-228. 3. International Symposium of Sutures in Wound Repair, London, England, Ethicon, V.S.A. July, 1972. 4. Nickels, F. A., Grant, B. D., and Lincoln, S. D.: Villinodular Synovitis of the Equine Metacar- pophalangeal Joint. J.A.V.M.A. 168(11)(1976):1043-1046. 5. Raker, C.W.: Calcification of the Equine Metacarpophalangeal Joint Following Removal of Chip Fractures. Arch. Am. Coll. Veto Surg. (Spring 1975):66--68. 34 4. Abordagens dos Ossos Sesamóides Proximais ABORDAGEMLATERAL(CHURCHILL)00 OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL INDICAÇÕES 1. Exérese cirúrgica dos fragmentos do ápice do sesamóide 1 2 4 8 10 2. Exérese cirúrgica dos fragmentos da base do sesamóide 6 9. 3. Redução cruenta e fixação das fraturas dos sesamóides (em combinação com a abordagem basilar do sesamóide proximal) 3 7 POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé colocado em decúbito lateral esquerdo ou direito dependendo se for abor- dado o sesamóide lateral ou medial. O membro é mantido numa posição estendida (dorsifle- xão) enquanto é alcançada a articulação. Pela manutenção do membro em extensão, enquanto é feita a incisão, as estruturas anatômicas (tendões flexores e músculo interósseo, são mais evi- dentes. Isto facilita ao cirurgião fazer sua incisão corretamente. Uma vez que a articulação foi penetrada, a colocação do membro em flexão irá permitir uma boa exposição da face articular do osso sesamóide proximal. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão de aproximadamente Scm de comprimento sobre o recesso palmar da cápsula articular da articulação metacarpofalângica caudal à extremida- de distal do Mc III e dorsal ao músculo interósseo. A incisão começa lcm distal à extre- midade dista I metacárpico IV (Mc IV) e estende-se até a borda proximal do ligamento se- samóideo colateral lateral. A fáscia subcutânea é cortada na mesma linha que a incisão da pele. B) Vista diagramática dos tendões, ligamentos em relação aos ossos. É feita uma incisão de apro- ximadamente 3,Scm de. comprimento através da cápsula articular, estendendo-se aproxi- madamente 2cm distal à extremidade dista I do Mc IV até aproximadamente, O,Scm proximais à borda proximal do ligamento sesamóideo colateral lateral. C) Vista do campo cirúrgico. A incisão através da cápsula articular não deve, normalmente, se estender através do ligamento sesamóideo colateral *. A articulação metacarpofalângica é colocada em flexão assim que as duas margens da cápsula articular são afastadas dorsal- mente e palmarmente. Isto expõe a face articular caudal do osso metacárpico lU e a face articular do osso sesamóide proximal. 36 'Ver comentários. ABORDAGEMLATERAL(CHURCHILL)00 OSSO SESAMÓIDE PROXlMAL Osso sesamóide proximal A Tendão do músculo flexor digital profundo Músculo interósseo Extremidade distal do Mc IV Ligamento colateral lateral Incisão da cápsula articular Ligamento sesamóideo colateral B Tendão do músculo flexor digital superficial @pj~ 37 ABORDAGEM LATERAL (CHURCHILL) 00 OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL D) Vista do campo cirúrgico. Deve ser tomado cuidado na extensão proximal da incisão na cápsula articular devido à sua relação com as artérias do arco palmar. Se a incisão é es- tendida muito proximalmente, ocorrerá hemorragia intensa. Os ramos dorsal e palmar da artéria metacárpica palmar se estendem através da face proximal da cápsula articular. Os ramos dessas artérias que atravessam a cápsula articular devem ser ligados cuidadosa- mente. SÍNTESE A cápsula articular, fáscia subcutânea e a pele devem ser fechados separadamente. Os pontos da cápsula articular não devem penetrar na membrana sinovial; não se deve deixar everter a membrana sinovial da cápsula articular entre as bordas cirúrgicas da cápsula,' pois isto reduz o tempo e o poder da cicatrização 5. A pré-colocação de todos os pontos na cápsula articular irá permitir uma aproximação mais acurada das bordas cirúrgicas da cápsula articular e alcançar um fechamento firme (cada ponto é fixo após todos os outros pontos terem sido colocados). É recomendada uma sutura por pontos separados para o fechamento da cápsula ar- ticular. Para fechar a fáscia subcutânea deve ser usada uma sutura por pontos separados ou contínuos. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados com as bordas cirúrgicas em firme justaposição. COMENTÁRIOS A exérese cirúrgica dos fragmentos do ápice do osso sesamóide proximal foi um dos pri- meiros procedimentos desenvolvidos na cirurgia articular do cavalo 2. Descreveram-se o diagnóstico, tratamento e prognóstico das fraturas dos sesamóides proximais 1 4 8 1°. As abor- dagens do sesamóide lateral .e medial são, essencialmente, as mesmas. Quando é indicada a exérese cirúrgica dos fragmentos da base do sesamóide proximal, a incisão pode ser estendida distalmente através do ligamento sesamóideo colateral lateral para fornecer uma maior exposição da superfície articular do sesamóide. Alternativamente, a abor- dagem palmar do osso sesamóide proximal pode ser usada. Para a redução cruenta das fraturas do sesamóide, deve ser usada uma combinação das abordagens lateral e da base. Isto toma possível a visualização da superfície articular do osso sesamóide proximal durante a redução e fixação. Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 219-225. 2. Churchill, E. A.: Surgical Removal of Fractured Fragments of the Proximal Sesamoid Bone. J.A.V.M.A.128(1956): 581-582. 3. Fackelman, G. E.: Compression Screw Fixation of Proximal Sesamoid Fractures. J. Equine Med. Surg. 2 :(1978): 32-39. 4. Heinze, C. O.: Equine Orthopedic Surgery. Mod. Veto Pract. (Red Book) (October 15, 1966), pp. 63-84. 5. International Symposium of Sutures in Wound Repair. London, England, Ethicon, U.5.A. July, 1972. 6. Larson, L. H., Dixon, R. T., and Heron, J.: Surgical Treatment of Fractures of the Proximal Sesamoid Bones in the Horse. Aust. Veto J. 40(1964): 203-213. 7. McKibbin, L. S., and Armstrong, K. N.: Bone Screws As A Method For Immobilizing Sesamoid Fragments. Proceedings American Association of Equine Practitioners, (1970): 203-206. 8. Sevelius, F.,.and Tufvesson, G.: Treatment for Fractures of the Sesamoid Bones in Horses. J.AV.M.A. 142(1963): 981-988. 9. Wheat, J. O., and Rhode, E. A.: The Surgical Treatment of Fractures of the Proximal Sesamoid Bones in the Horse. J.A.V.M.A. 132(1958): 378-382. 10. Wirstad, H. F.: Fractures of the Proximal Phalangeal Sesamoid Bones. Vet. Rec. 75(1963): 509-513. 38 ABORDAGEM LATERAL (CHURCHILL) 00 OSSO SESAMÓIDE PROXlMAL Ligamery.to colateral da articulação metacarpofalângica Cápsula articular da articulação metacarpofalângicá Face articular do osso sesamóide proximal c Veia palmar lateral Arco venoso palmar Artéria palmar medi Nervo palmar Ia Ramo palmar da, pãf~ar I Face articular do osso sesamóide proximal Ramo dorsal da artéria metacárpica palmar III Artéria metacárpica Artéria metacárpica paI Veia metacárpica 1 ula articular D @pJ~ 39 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL INDICAÇÕES 1. Redução cruenta das fraturas do sesamóide 3 4. 2. Exérese cirúrgica dos fragmentos da base do sesamóide 1 2 5 POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé colocado em decúbito lateral direito ou esquerdo dependendo se for abordado o sesamóide medial ou lateral. O membro é mantido numa posição estendida (dorsiflexão) enquanto é feita a incisão. Pela manutenção do membro em extensão, são mais evidentes as estruturas anatômicas (tendões flexores, músculo interósseo e, artéria, veia e nervo digital palmar). Isto toma mais fácil ao cirurgião posicionar corretamente sua incisão. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. O polegar do cirurgião é usado para afastar proximalmente a artéria, veia e nervo digital palmar e, deste modo, a incisão da pele pode ser feita sem cortar essas es- truturas. É feita uma incisão na pele de aproximadamente 6cm de comprimento sobre a base do sesamóide, estendendo-se do meio da face lateral do sesamóide até logo abaixo da borda distal do ramo proximal da parte anular da bainha fibrosa do dedo. A fáscia subcu- tânea é cortada na mesma linha da incisão na pele. 40 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL Veia digital palmar lateral Nervo digital palmar lateral Artéria digital palmar lateralA @~J~ 41 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL B) Vista diagramática dos tendões e ligamentos em relação aos ossos. Uma vez que a pele e a fás- cia subcutânea foram cortadas e rebatidas, a margem distal do ligamento metacárpico transverso superficial e a margem dorsal da manga flexora do músculo flexor digital super- ficial são expostas. Essas estruturas fonnam um espaço triangular no qual aprofunda-se a dissecção na base do osso sesamóide (o triângulo é formado proximalmente pela margem distal do ligamento metacárpico transverso superficial, distalmente pela margem proximal da parte anular da bainha fibrosa do dedo e, caudalmente pela margem dorsal da manga flexora do músculo flexor digital superficial. 42 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL Músculo interósseo Tendão do músculo flexor digital profundo Tendão do músculo flexor digital superficial Ligamento metacárpico transverso superficial (ligamento anular palmar) Parte anular da bainha fibrosa do dedo (ligamento anular digital) Ligamento sesamóideo oblíquo Ligamento sesamóideo reto Parte cruciforme da bainha fibrosa do dedo Incisão da pele Prolongamento do músculo interósseo Tendão do músculo flexor digital profundo (com bainha) @pJ~ B 43 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL C) Vista do campo cirúrgico. Deve ser tomado cuidado para impedir a incisão da artéria, veia e nervo digital palmar lateral que passam dorsalmente à incisão sobre a face palmar lateral da extremidade distal do metacárpico III e falange proximal e, a face lateral do sesamóide proximal (sesamóide exibido em vermelho). D) Vista do campo cirúrgico. Para expor as inserções dos ligamentos sesamóides oblíquo e reto é feita uma incisão profunda que corta completamente a parte anular a bainha fibrosa do dedo e, se estende proximalmente através da borda distal do ligamento metacárpico trans- verso suprficial por, aproximadamente, lcm ao nível da base do sesamóide proximal. Deve ser tomado cuidado para impedir a incisão da manga flexora que está em íntima jus- taposição com o ligamento sesamóideo oblíquo. E) A base do sesamóide proximal é exposta através da separação dos ligamentos sesamóideo oblíquo e reto. O ligamento sesamóideo oblíquo é afastado palmarmente e o ligamento se- samóideo reto é afastado dorsalmente. SÍNTESE A parte anular da bainha fibrosa do dedo é religada usando uma sutura por pontos sepa- rados. Para fechar a fáscia subcutânea deve ser utilizada uma sutura por pontos separados ou contínuos. A pele deveria ser fechada com uma sutura por pontos separados com as bordas ci- rúrgicas em firme justaposição. COMENTÁRIOS Quando for realizada a redução cruenta das fraturas do sesamóide, esta abordagem é usada em combinação com a abordagem lateral do osso sesamóide proximal. Isto toma pos- sível a visualização da face articular do osso sesamóide durante a redução e fixação. Alguns cirurgiões pod~m preferir uma incisão profunda estendendo-se através do triângulo descrito. Entretanto, este método impede a visualização de importantes estruturas anatômicas. Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 219-225. 2. Larson, L. H., Dixon, R. T., and Heron, J.: Surgical Treatment of Fractures of the Proximal Sesamoid Bones in the Horse. Aust. Vet..J. 40 (1964): 203-;\13. 3. Fackelman, G. E.: Compression Screw Fixation of Pro~imal Sesamoid Fractures. J. Equine Med. Surg. 2 (1978): 32-39. . 4. McKibbin, L. S., and Armstrong, K. N.: Bone Screws aS a Method for Immobilizing Sesamoid Fragments. Proceedings, 16th Annual Convention, American Association of Equine Practition- ers. (1970):203-206. 5. Wheat, J. D., and Rhode, E. A.: The Surgical Treatment of Fractures of the Proximal Sesamoid Bones in the Horse. J.A.V.M.A. 132 (1958): 378-382. 44 ABORDAGEM DA BASE DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL Parte crucifonne da bainha fibrosa do dedo Nervo digital palmar lateral Tendão do músculo flexor digital profundo Tendão do músculo flexor digital superficial---- Ligamento metacárpico transverso superficial (ligamento anular palmar) Artéria digital palmar lateral Ligamento sesamóideo oblíquo - Tendão do músculo flexor digital profundo Veia digital palmar lateral Ligamento sesamóideo reto Parte anular da bainha fibrosa do dedo (ligamento anular digital) Prolongamento do músculo interósseo Ramo dorsal da falange proximal (artéria) @pJ-~ c Ligamento sesamóideo oblíquo Sesamóide proximal Ligamento oblíquo sesamóideo Ligamento sesamóideo reto Ligamento metacárpico transverso superficial ", Parte anular da bainha fibrosa do dedo (cortada) Tendão do músculo flexor digital profundo E D 45 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL INDICAÇÃO 1. Exérese cirúrgica dos fragmentos da base do sesamóide (1-3). POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé colocado em decúbito lateral direito ou esquerdo, com o osso sesamóide afeta- do para cima. O membro é mantido numa posição estendida (dorsiflexão) enquanto é feita a incisão. Quando o membro é mantido em extensão, são mais evidentes as estruturas anatô- micas (tendões flexores e ligamento interósseo), deste modo tomando mais fácil ao cirurgião posicionar corretamente sua incisão. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topogrdfica.É feita uma incisão na pele de aproximadamente 6cm de comprimento palmar . à face palmar lateral do osso sesamóide proximal (os ossos sesamóides proximais estão exibidos em vermelho) estendendo-se de eima para baixo, da margem proximal à margem distal do ligamento metacárpico transverso superficial. A incisão se estende da borda palmar à borda palmar lateral do tendão do músculo flexor digital profundo. B) Vista diagrarndtica dos tendões e ligamentos em relação aos ossos. A fáscia subcutânea é cin- dida ao longo da mesma linha da incisão da pele, expondo o ligamento metacárpico trans- verso superficial. 46 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDEPROXIMAL A Incisão da pele B Tendão do músculo flexor digital profundo Extremidade distal do Mc IV Tendão do músculo flexor digital superficial Músculo interósseo Ligamento metacárpico transverso superficial (ligamento anular palmar) Parte anular da bainha fibrosa do dedo (ligamento anular digital) Incisão da pele Sesamóide lateral Prolongamento do músculo interósseo Parte cruciforme da bainha fibrosa do dedo @pJ~ 47 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL C) Vista do campocirúrgico. Deve ser tomado cuidado quando é feita a incisão através da pele e da fáscia subcutânea para evitar o nervo, artéria e veia digital palmar lateral, que se localizam lateralmente à borda palmar lateral do sesamóide proximal. 48 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDEPROXIMAL Tendão do músculo flexor digital profundo Músculo interósseo Tendão do músculo flexor digital superficial Ligamento metacárpico transverso superficial (ligamento anular palmar Parte anular da bainha fibrosa do dedo (ligamento anular digital) c Nervo digital palmar lateral Artéria digital palmar lateral Veia digital palmar lateral Prolongamento do músculo interósseo @pJ-~ 49 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL O) Vista do campo cirúrgico. O ligamento metacárpico transverso superficial é cindido da borda proximal à borda distal, expondo os tendões dos músculos flexores digitais profun- dos e superficial. Os tendões dos músculos flexores digitais profundo e superficial são afastados palmar e medialmente, expondo o ligamento palmar. Esse ligamento se estende da face medial do sesamóide lateral à face medial do sesamóide medial. Também expõe as inserções dos ligamentos sesamóides surgindo da base do osso sesamóide proximal. SÍNTESE O ligamento metacárpico transverso superficial é fechado usando uma sutura por pontos separados. A fáscia subcutânea é fechada com uma sutura por pontos separados ou contínuos. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados e, deste modo, as bordas cirúrgicas estarão em firme justaposição. COMENTÁRIOS Para a exérese dabase das fraturas do sesamóide proximal, é necessário cortar as inser- ções dos ligamentos sesamóides da base do sesamóide 1-3 Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 219-225. 2. Larson, L. H., Dixon, R. T., and Heron, J.: Surgi cal Treatment of Fractures of the Proximal sesamoid Bones in the Horse. Aust. Veto J. 40 (1964): 203-213. 3. Wheat, J. D., and Rhode, E. A.: The surgical Treatment of Fractures of the Proximal sesamoid Bones in the Horse. J.A.V.M.A. 132 (1958): 378-382. 50 ABORDAGEM PALMAR DO OSSO SESAMÓIDE PROXIMAL Ligamento metacárpico transverso superficial (ligamento anular palmar) (cindido) Tendões dos músculos flexores (afastados) Ligamento sesamóide oblíquo / / 'Ligamento palmar (intersesamóideo) @/}tJ~- D 51 5. Abordagens dos Ossos Metacárpicos 11 e 111 ABORDAGEM LATERAL DA TRÓCLEA DO METACÁRPICO lU (Me lU) INDICAÇÃO 1. Redução cruenta das fraturas trocleares laterais do metacárpico III 1 2 4 POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo com o lado afetado do membro para cima. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão na pele de aproximadamente Bcm de comprimento sobre a face distal-lateral do Mc III. A incisão deve começar aproximadamente lcm proxi- mal à extremidade proximal do ligamento colaterallateral para, aproximadamente, lcm proximal à articulação metacarpofalângica. B) Vista diagramática dos ligamentos e tendões em relação aos ossos. A fáscia subcutânea é cortada para baixo, em direção do ligamento colateral lateral da articulação metacarpofa- lângica ao longo da mesma linha da incisão da pele. 54 ABORDAGEM LATERAL DA TR6cLEA 00 MET ACÁRPICO 111(Me 111) Incisão da pele Prolongamento do músculo interósseo A Ligamento colateral lateral Incisão da pele da articulação / metacarpofalângica / Ligamento sesamóide lateral Prolongamento dos músculos interósseo Tendão do músculo flexor digital profundo Tendão do músculo flexor digital superficial @vlft)~ B 55 ABORDAGEM LATERAL DA TRÓCLEA 00 METACÁRPICO lU (Me lU) C) Visão do campocirúrgico. Uma vez que o ligamento colateral lateral da articulação meta- carpofalângica é exposto, são feitas pequenas incisões perfurantes através do ligamento, para baixo no osso, para colocar implantes para redução de fraturas trocleares. O ramo dorsal da artéria metatársica palmar caminha ao nível do terço proximal e médio do liga- mento colateral. Ele pode ser ligado, se necessário. SÍNTESE Deve ser utilizado uma sutura por pontos separados ou contínuos para fechar a fáscia subcutânea. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados pois, deste modo, as bordas cirúrgicas estarão em firme justaposição. COMENTÁRIOS A abordagem descrita é aplicável aos membros torácicos ou pelvinos, lado medial ou lateral. As fraturas trocleares geralmente envolvem a face articular lateral do metacárpico lU 3 .É visto mais comumente nos cavalos puro-sangue de corrida 1 4. As fraturas são, muitas vezes, consolidadas com parafusos, utilizando o princípio do parafuso retardado com fixação interfragmentar. Podem ser usadas numerosas incisões perfurantes pequenas através da pele e da fáscia subcutânea na linha da abordagem acima descrita para a colocação dos parafusos. A vantagem de uma incisão mais extensa é a clara visualização do ligamento colateral. Além disso, a visualização e o alinhamento da extremidade proximal da fratura irá ajudar a garantir seu alinhamento na superfície da articulação. A remoção de pequenos fragmentos de osso que, às vezes, ocorrem na extremidade proximal da fratura é possível com uma incisão de pele mais ampla. Essas fraturas muitas vezes são espirais proximalmente ou palmarmente e, essa abor- dagem pode dar ao cirurgião uma melhor apreciação da configuração da fratura. As incisões perfurantes através do ligamento colateral. são, geralmente, necessárias para a colocação de parafusos interfragmentários', para garantir a redução anatômica acurada da fratura troclear na superfície articular. Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 215-217. 2. Alexander, J. T., and Rooney, J. R.: The Biomechanics, Surgery and Prognosis of Equine Fractures. In Proceedings 18th Annual Meeting, American Association Equine Practitioners, 1972. (1973): 219- 235. 3. Rooney, J. R.: Distal €ondylar Fractures of the Cannon Bone in the Horse. Mod. Veto Pract. 52 (2) (1974): 113. 4. Meagher, D. M.: Lateral Condylar Fractures of the Metacarpus and Metatarsus in Horses. In Proceed- ings 22nd Annual Meeting, American Association Equine Practitioners, 1976. (1977): 147-154. 56 ABORDAGEM LATERAL DA TRÓCLEA 00 METACÁRPICO lU (Me lU) Ligamento colateral lateral da articulação metacarpofalângica Ramo dorsal da falange proximal (artéria) . Ramo dorsal da artéria metacárpica palmar Nervo palmar lateral Veia palmar lateral Artéria palmar lateral c @/ftj~ 57 ABORDAGEM MEDIAL DO METACÁRPICO lU (Me lU) INDICAÇÃO 1. Redução cruenta e fixação interna das fraturas do Mc m.1-7 POSICIONAMENTO DO PACIENTE o paciente é colocado com o membro afetado para baixo. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão curvilínea de aproximadamente 26cm de comprimen- to através da pele na face medial do Mc m, a partir da tróclea do Mc m até a face pro- ximal dorsal do Mc 11. B) Vista do campo cirúrgico. O ápice da incisão da pele é direcionado caudalmente sobre a fa- ce medial do músculo interósseo e do tendão do músculo flexor digital profundo. A base da incisão da pele está dorsalmente sobre a face dorsomedial do Mc m. A incisão da pele é feita cuidadosamente de tal fonna a não se estender através da artéria e veia metacárpica mediodorsal onde elas cruzam a face médio-proximal do metacárpico. A pele é rebatida dorsalmente a partir do ápice da incisão em direção a face dorsomedial do Mc m. É feita uma incisão reta através da fáscia superficial sobre o corpo do metacárpico m, esten- dendo-seda tuberosidadedo ossometacárpicom até a face próximo-dorsal da cabeça do osso metacárpico lI. A artéria e veia metacárpica mediodorsal devem ser identificadas e preservadas. SÍNTESE A fáscia subcutânea é .fechada com uma sutura por pontos separados ou contínuos. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados, com as bordas cirúrgicas em finne justaposição. COMENTÁRIOS A abordagem medial é usada para fraturas do metacárpico m porque o tendão do músculo extensor digital comum se localiza lateralmente e, pode ser evitado com esta abordagem. O osso metacárpico lU é, em sua base e corpo, resistente e, deste modo, a coloca- ção de uma placa óssea na face medial ou dorsomedial do osso é auscultada biomecanica- mente 7. Referências 1. Alexander, J. T., and Rooney, R. J.: The Biomechanics, Surgery and Prognosis of Equine Fractures. In Proceedings, 18th Annual Meeting, American Association Equine Practitioners, 1972. (1973): 219-235. 2. Dingwall, J. S., Duncan, D. B., and Horney, F. D.: Compression Plating in Large Animal Orthope- dics. J.A.V.M.A. 158 (1971): 1651-1657. 3. Fessler, J. F., and Amstutz, H. E.: In Oehme, F. W., and Prier, J. E. (eds.): Large Animal Surgery. Baltimore, the Williams & Wilkins Company, 1974, pp. 309-312. 4. Gertson, K. E., and Brinker, W. O.: Fracture Repair in Ponies Using Bone Plates. J.A.V.M.A. 154 (1969): 900-905. 5. Gertson, K. E., Monfort, J. N., and Tillotson, P. J. Fracture Repair in Large Animais. Veto Med. Small Anim. Clin. 68 (1973): 782-790. 6. Milne, D. W., Turner, A. S., and GabeI, A. A. Surgical Approaches to Cehain Long !k,'Q~ Li the Horse for Application of Tension Band'Plates. J.A.V.M.A. 168 (January 1, 1976): 48-52. 7. Turner, A. S., Milne, D. W., and GabeI, A. A.: The Dynamic Compression Plate in Equine Long Bone Fractures. J.A.V.M.A. 168 (1976): 309-315.58 ABORDAGEM MEDIAL00 METACÁRPICO lU (Me lU) Esporão metacárpico Face dorsoproximal do Me 11 Proeminência medialda tróclea do Me III A '\ \~, /~n / ~'---- Artéria e veia metacárpica dorsal medial @/ltJ~ B 59 ABORDAGEM LATERAL DO OSSO METACÁRPICO II (Me lI) INDICAÇÕES 1. Exérese cirúrgica do fragmento distal de fraturas do osso metacárpico 11 (Mc 11) 1-5 2. Exérese cirúrgica do seqüestro ósseo envolvendo o Mc 11 1 4. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo com o membro afetado para baixo. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão na pele de comprimento variável, diretamente sobre .a face lateral do Mc 11, estendendo-se de, aproximadamente, lcm distal à extremidade distal Mc 11 até, aproximadamente, Zcm proximal ao sítio proposto de amputação. B) Vista do campo cirúrgico. A fáscia subcutânea é cortada ao longo da mesma linha da inci- são da pele, estendendo-se para, mas não através do, periósteo* cobrindo o Mc 11. Uma vez que a pele e a fáscia subcutânea são cortadas e afastadas, o Mc 11deve ser imediata- mente visível. C) Vista diagramática dos tendões e ljgamentos em relação aos ossos. Deve ser tomado cuidado na remoção da porção distal do Mc 11para não cortar o músculo interósseo que se localiza numa posição caudomedial em relação a ele. Na dissecção da porção mais distal do Mc 11 livre da fáscia circundante, o pequeno músculo interósseo é cortado ou afastado pois ele passa sobre a extremidade distal do Mc 11. 60 'Ver comentários. ABORDAGEM LATERAL DO OSSO METACÁRPICO II (Me lI) Incisão da pele A Músculo interósseo B Músculo interósseo (medial) Ligamento colateral da articulação metacarpofalângica Prolongamento do músculo interósseo Tendões dos músculos fle~~. c 61 ABORDAGEM LATERAL DO OSSO METACÁRPICO II (Me lI) O) Vista diagramática dos vasos em relação aos tendões, ligamentos e ossos. A artéria metacárpica dorsal 11está acima e entre os Mc 11e Mc III no espaço interósseo. Ela pode ser ligada, se necessária. A artéria metacárpica palmar 11está mais profundamente, medial e caudalmente ao Mc 11e, é maior na altura do terço proximal do Mc 11. Ela fornece a artéria nutriente do Mc 111e continua distalmente como uma artéria pequena, mais superficial. Na amputação do Mc 11 proximal a ligação do seu terço superior e médio, este deve ser identificado e protegido por todo o procedimento'. O ramo distal menor, mais superficial, pode ser ligado, se necessário. A veia palmar medial é suficientemente caudal e está fora do plano de dissecção. SÍNTESE Pode ser usado uma sutura por pontos separados ou contínuos para fechar a fáscia ~ubcu- tânea. A pele deve ser fechada com uma sutura por pontos separados com as bordas cirúrgicas em firme justaposição. COMENTÁRIOS Na exérese do fragmento distal das fraturas do Mc 11, o cirurgião pode preferir dissecar o periósteo circundante do osso e, subseqüentemente, suturá-Io após a remoção do fragmento 1. Este procedimento é muito demorado e não parece ser necessário. É recomendado que o periósteo seja removido com o fragmento dista!. Na amputação proximal ao encontro do terço superior e médio do Mc 11o procedimento cirúrgico toma-se mais difícil e a dissecção deve ser meticulosa. O músculo interósseo está localizado profundamente no sulco metacárpico, intimamente associado com a face. palmar medial do Mc 11. O músculo interósseo é difícil de afastar nesta altura porque ele está ligado à parte proximal da superfície palmar do Mc III e a fileira distal dos ossos cárpicos. Além disso, a artéria metacárpica palmai 11 é grande e deve ser preservada. As abordagens lateral e medial dos Mc 11e Mc IV são, respectivamente, essencialmente, as mesmas. A artéria nutriente pode ser originada da artéria metacárpica medial ou lateral 5. A abordagem do Mc 11 é descrita devido serem essas fraturas mais comuns 2, Referências 1. Adams, O. R.: Lameness in Horses. 3rd ed., Philadelphia, Lea and Febiger, 1974, pp. 210-213. 2. Jones, R. O., and Fessler, J. F.: Observations an Small Metacarpal and Metatarsal Fractures With ar Withaut Assaciated Suspensary Oesmitis in Standardbred Harses. Cano Veto J. 18 (2) (1977): 29- 32. 3. Numans, S. R., and Wintzer, H. J.: Surgical Treatment af Splint Bone Fractures. Tierarz. Wchschr. 74 (11) (1961): 205-210. 4. Rase, R. J.: Surgical Treatment of Osteomyelitis in the Metacarpal and Metatarsal Banes of the Harse. Vet. Rec. 102 (1978): 498-500. 5. Wintzer, H. J.: Fractures of Equine Small Metacarpal or Metatarsal Banes. Tierarz, Wchschr. 73 (13) (1960): 244. 62 * Ver comentários. ABORDAGEM LATERAL DO OSSO MET ACÁRPICO 11 (Me 11) Extremidade distal do metacá~ico II Músculo interósseo (medial) Ligamento colateral ' medial Artéria metacárpica palmar n, Artéria metacárpica dorsal n Artéria nutriente do Mc III Art ' , ,,' I \ena metacarplca pa mar Tendão do músculo flexor digital superficial Tendão do músculo flexor digital profundo Veia palmar medial D @vlft)~ 63 6. Abordagens da Articulação Cárpica ABORDAGEM OORSOMEDIAL00 OSSO RADIAL DO CARPa E OSSO CÁRPICO lU (FACE RADIAL) INDICAÇÃO 1. Exéresecirúrgicados fragmentose osteófitosdo ossocárpicoIII e ossoradialdo carpa 1 2 4-7. 2. Curetagem cirúrgica das lesões u\cerativas da face medial das superfícies articulares da ar- ticulação intercárpica. POSICIONAMENTO DO PACIENTE o cavaloé posicionado em decúbito lateral direito ou esquerdo, com o membro afetado para baixo. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO A) Vista topográfica. É feita uma incisão curvilínea na pele (de aproximadamente Scm), com o ápice direcionado medialmente, sobre a face dorsomedial da articulação intercárpica, medial ao tendão do músculo extensor radial do carpa. A incisão se estende do meio da face do osso radial do carpa ao meio da face do osso cárpico m. A base da incisão da pele deve repousar ao longo da margem medial do tendão do músculo extensor radial do carpa. A pele é rebatida da fáscia subcutânea em direção à base. S) Vista do campo cirúrgico. É feita uma incisão reta de, aproximadamente, Scm de compri- mento através da fáscia subcutânea, retináculo dos extensores e cápsula articular, esten- dendo-se de, aproximadamente, tcm proximal à borda distal do osso radial do carpa para, aproximadamente, tcm distal à borda proximal do osso cárpico m. Essa incisão é feita pa- ralela e, aproximadamente, a tcm da borda medial do tendão do músculo extensor radial do carpa. Deve ser tomado cuidado para evitar de cortar sua bainha na altura da extremi- dade distal do osso radial do carpa onde tennina a bainha do tendão. A articulação cár- pica é colocada em flexão assim que as duas margens da cápsula articular são afastadas me- dialmente e lateralmente, expondo as superfícies articulares da articulação intercárpica. 66 ABORDAGEM DORSOMEDIAL DO OSSO RADIAL DO CARPa E OSSO CÁRPICO lU (FACE RADIAL) A Face articular do osso cárpico IIIMargem dorsomedial do osso radial do carpa Face articular do osso cárpico 11 @;JtJ-~ B 67 ABORDAGEM OORSOMEDIAL 00 OSSO RADIAL DO CARPa E osso CÁRPICO 111(FACE RADIAL) C) Vista diagramática dos ligamentos, tendões e vasos em relação aos ossos. A abordagem da arti- culação intercárpica é centralizada entre a margem lateral do ligamento colateral medial e a margem medial do tendão extensor radial do carpo. Os ramos da artéria interóssea cra- nial supre a cápsula articular nessa área. Os ramos reclinados dessas artérias e a cápsula ar- ticular devem ser ligados cuidadosamente. O) Vista do campo cirúrgico. Uma visão mais dorsal das faces articulares da articulação inter- cárpica. Essa vista é conseguida mais comumente na abordagem das fraturas na articulação intercárpica. 68 ABORDAGEM DORSOMEDIAL DO OSSO RADIAL DO CARPa E OSSO CÁRPICO lU (FACE RADIAL) Face articular da extremidade dista I do rádio Osso intermédio do carpo Face articular do osso cárpico IlTendão do músculo abdutor longo do dedo I Osso radial do carpa Tendão do músculo extensor radial do carpo " Tendão do músculo extensor digital comum Tronco comum para as artérias interóssea cranial e cubital transversa
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