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Livro de Manejo Florestal I- PAULO RENATO SCHNEIDER

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Prévia do material em texto

PAULO RENATO SCHNEIDER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO MANEJO FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora 
FAC0S-UFSM 
Introdução ao Manejo Florestal 
 2 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO MANEJO FLORESTAL 
 
 
PAULO RENATO SCHNEIDER 
 
Engenheiro Florestal, Doutor, 
Professor de Manejo Florestal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora 
FAC0S-UFSM 
Introdução ao Manejo Florestal 
 3 
@ 2006 by Paulo Renato Schneider 
 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida sem a autorização escrita do detentor do copyright. 
 
 
Endereço: Paulo Renato Schneider. Alameda Sibipiruna 420. 97.650-600 
Santa Maria – RS. 
 
E-mail: paulors@smail.ufsm.br 
Fone: (55) 3221 8963 
Fax: (55) 3220 8336 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ficha elaborada por Alenir Inácio Goularte 
 CRB 10/990 - Biblioteca Central/UFSM. 
 
 
S359m Schneider, Paulo Renato. 
 Introdução ao Manejo Florestal 
 Paulo Renato Schneider. - Santa Maria: FACOS-UFSM, 
 2006. 
 348 p.:, tabs. 
 
1. Engenharia florestal 2. Florestas - Crescimento 3. 
Produção florestal 4. Florestas - Sortimento 5. Manejo 
florestal 6. Silvicultura I. Título. 
 CDU: 634.9 CDU 630*5 
 634.95 630*8 
 634.97 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico, com carinho, 
 
À minha esposa Sirlei e aos 
meus filhos Paulo Sergio, Clarissa e 
Patrícia pela compreensão e estímulo 
durante a realização deste trabalho e, aos 
meus pais José e Maria Lucina, com 
muito afeto. 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 5 
 
 
PREFÁCIO 
 
O objetivo da realização deste trabalho foi colocar à disposição dos 
estudantes de Engenharia Florestal um conteúdo básico sobre crescimento, 
produção e estruturação de produção florestal, subsídios indispensáveis para 
o manejo integral de povoamentos florestais. 
Muitas vezes, a dificuldade da plena assimilação destes temas é 
prejudicada pela falta de bibliografia específica e pela inacessibilidade da 
mesma a muitas pessoas. 
Devido a isto, procuramos fazer uma revisão de alguns trabalhos 
básicos sobre estes assuntos, com o objetivo de reunir informações que 
julgamos importantes para serem usadas na formação acadêmica de 
Engenheiros Florestais e na prática por profissionais que atuam na área. 
Considerando que se trata de uma primeira versão, este trabalho 
está sujeito a possíveis falhas que deverão ser corrigidas oportunamente. 
Para isto, aceitamos sugestões e críticas que visem eliminar os possíveis 
deslizes. Alguns exemplos apresentados deverão ser substituídos no futuro 
por outros, mais ligados a nossa realidade e condições florestais. 
Pelo fato deste trabalho destinar-se a auxiliar na formação dos 
estudantes de Engenharia Florestal como um material didático e por tratar-
se de uma versão preliminar, a multiplicação parcial ou total não está 
autorizada. 
 
 Santa Maria, novembro de 2006. 
 Autor 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 6 
 
 
 
 
S U M Á R I O 
 
APRESENTAÇÃO 3 
SUMÁRIO 5 
1. INTRODUÇÃO 11 
2. PRODUÇÃO E CONSUMO DOS ECOSSISTEMAS 
 FLORESTAIS 14 
2.1. Introdução 14 
2.2. Sistema de produção e consumo 18 
2.3. O ecossistema florestal 23 
2.4. Utilização de áreas florestais para produção de madeira 27 
2.5. Interferência no ecossistema florestal 29 
3. CRESCIMENTO 33 
3.1. Princípios de crescimento 33 
3.1.1.Fatores que afetam o crescimento 34 
3.1.2. Processo de crescimento 40 
3.1.3. Produção bruta e líquida 43 
3.1.4. Lei do mínimo em fotossíntese e crescimento 44 
3.1.5. Desenvolvimento da copa em relação a concorrência 46 
3.1.6. Influência do comprimento da copa no crescimento do fuste 47 
3.1.7. Influência da extensão lateral da copa no crescimento do 
 fuste 48 
3.1.8. Relação entre diâmetro da copa e diâmetro a altura do peito 49 
3.1.9. Relação entre área da copa e incremento em área basal e 
 volume 52 
3.2. Relação entre incremento do fuste e superfície folhar 52 
Introdução ao Manejo Florestal 
 7 
3.3. Fases de crescimento 53 
3.3.1. Crescimento e incremento 54 
3.4. Crescimento individual de árvores 58 
3.4.1. Crescimento longitudinal 58 
3.4.2. Crescimento diametral 59 
3.4.3. Crescimento volumétrico 59 
3.4.4. Crescimento de valor - "Crescimento econômico" 60 
3.5. Crescimento do povoamento 60 
3.5.1. Competição 60 
3.5.2. Relação incremento total e comercial 62 
3.5.3. Relação do incremento total e densidade 63 
3.5.4. Potencial de sítio 65 
3.5.5. Relação sobre a qualidade da madeira 68 
3.5.5.1. Densidade da madeira 68 
3.5.5.2. Efeito da taxa de crescimento sobre a densidade da madeira 69 
3.5.5.3. Variações geográficas da densidade 70 
3.5.5.4. Comprimento dos traqueídeos 71 
3.5.5.5. Controle silvicultural da qualidade da madeira 72 
3.6. Leis de crescimento 74 
3.6.1. Lei de Backman 75 
3.6.1.1. Uma aplicação da lei de Backman 76 
3.6.2. Lei da velocidade de crescimento 80 
4. ELEMENTOS DENDROMÉTRICOS 82 
4.1. Médias dendrométricas dos povoamentos 82 
4.1.1.Diâmetro médio da distribuição de freqüência 82 
4.1.1.1. Diâmetro médio aritmético (d) 82 
4.1.1.2. Diâmetro da árvore basal média (dg) 83 
4.1.1.3. Diâmetro da árvore média de Weise (dw) 84 
4.1.1.4. Diâmetro médio da árvore central de área basal (dz, dgn) 84 
4.1.1.5. Diâmetro de Hohenadl da árvore média (d-, d+) 85 
Introdução ao Manejo Florestal 
 8 
4.1.1.6. Comparação dos diâmetros médios 85 
4.2. Altura do povoamento 86 
4.2.1. Relação altura/diâmetro 86 
4.2.1.1. Precisão da relação hipsométrica 88 
4.2.2. Relação hipsométrica para unidade de produção 89 
4.2.3. Precisão de altura média do povoamento estimada em uma 
 equação semi-logarítmica 90 
4.2.4. Características de uma curva de altura/diâmetro 91 
4.2.5. Altura média do povoamento 91 
4.2.5.1. Altura média aritmética (h) 91 
4.2.5.2. Altura média da árvore de basal média (hg) 92 
4.2.5.3. Altura média de Weise (hw) 92 
4.2.5.4. Altura média da árvore central de área basal (hz) 92 
4.2.5.5. Altura média de Lorey (hl) 92 
4.2.5.6. Altura dominante 93 
4.2.5.7. Vantagem e desvantagem da altura dominante 94 
4.2.5.8. Comparação das mudanças de alturas médias do 
 povoamento 95 
4.3. Distribuições 95 
4.3.1. Funções de distribuição 96 
4.3.1.1. Função de Mayer 96 
4.3.1.2. Função Beta 96 
4.3.1.3. Função "A" de Charlier 97 
4.3.1.4. Função Normal 104 
4.3.1.5. Função Log-Normal 104 
4.3.1.6. Função Gama 104 
4.3.1.7. Função Weibull 105 
4.3.1.8. Função Sb 105 
4.3.2. Exemplo de ajuste da distribuição 106 
4.4. Avaliação de casca 108 
Introdução ao Manejo Florestal 
 9 
4.4.1. Introdução 108 
4.4.2. Modelos de regressão de espessura de casca 110 
4.4.3. Fator "K" para conversão dos volumes e diâmetros 110 
4.4.4. Fator de conversão para acácia-negra 111 
4.4.5. Avaliação do peso de casca 112 
4.5. Determinação indireta do fator forma 115 
4.6. Estimativa do volume individual 116 
4.7. Aspectos estatísticos importantes 119 
4.7.1. Critérios para seleção de equações 119 
4.7.2. Discrepância logarítmica 121 
4.7.3. Índice de Furnival 121 
4.7.4. Condicionantes da regressão 122 
5. DENSIDADE DO POVOAMENTO 124 
5.1. Conceitos básicos 124 
5.2. Métodos para avaliar a densidade 126 
5.2.1. Método ocular 126 
5.2.2.Grau de desbaste 126 
5.2.3. Número de árvores por hectare 127 
5.2.4. Número de árvores por hectare combinado com outra 
 variável 131 
5.2.4.1. Índice de densidade de Reineke 131 
5.2.4.2. Índice de densidade de Hart-Becking 137 
5.2.5. Espaço horizontal 140 
5.2.5.1. Densidade de copa 140 
5.2.5.2. Relações entre diâmetro de copa, diâmetro do tronco e 
 diâmetro da copa/altura 141 
5.2.5.3. Relação entre a profundidade de copa, altura e densidade 142 
5.2.6. Forma "slenderness" e densidade 147 
5.2.7. Fator do espaçamento de Wilson 148 
5.2.8. Área basal 149 
Introdução ao Manejo Florestal 
 10 
5.2.8.1. Área basal por hectare 149 
5.2.8.2. Índice de Lexen - Área superficial do tronco 151 
5.2.9. Regras empíricas baseadas no diâmetro médio 152 
5.2.10. Volumes por hectare 152 
5.2.11. Densidade da madeira 153 
5.3. Descrição quantitativa da concorrência 153 
5.3.1. Definição da área horizontal do espaço vital pela distância 
 entre as árvores 154 
5.3.2. Definição da área horizontal do espaço vital pela distância e 
 diâmetro das árvores 156 
5.3.3. Definição da área horizontal do espaço vital pela distância 
entre as árvores, diâmetro e altura 157 
5.3.4. Definição da área horizontal do espaço vital em um mapa de 
copas projetadas 158 
5.3.5. Descrição quantitativa da concorrência entre árvores 
individuais por métodos mais sofisticados 160 
5.3.6. Descrição quantitativa da concorrência que afeta a árvore 
 considerada, por características da mesma 160 
5.3.7. Descrição da concorrência pela classe social 160 
5.3.8. Características do fuste para descrição da concorrência 162 
6. MUDANÇAS NO CRESCIMENTO DOS POVOAMENTOS 
FLORESTAIS 164 
6.1. Introdução 164 
6.2. Crescimento do povoamento 164 
6.2.1. Desenvolvimento de povoamentos eqüiâneos 165 
6.2.2. Desenvolvimento de povoamentos ineqüiâneos 165 
6.2.3. Área basal como função da qualidade do sítio e idade 168 
6.2.4. Área basal como função da espécie e a idade 168 
6.2.5. Efeito da densidade do povoamento por unidade de área 
 sobre a área basal e o volume 168 
Introdução ao Manejo Florestal 
 11 
6.2.6. Efeito da densidade sobre o diâmetro médio 175 
6.2.7. Efeito do tratamento sobre o crescimento em volume 176 
6.2.7.1. Área folhar com respeito ao tratamento e sítio 176 
6.2.7.2. Efeito do desbaste sobre a produção total em volume 177 
6.2.7.3. Efeito da densidade do desbaste sobre o estoque 186 
6.2.7.4. Efeito da densidade sobre a relação altura e diâmetro 189 
6.2.7.5. Efeito da densidade sobre a forma do fuste 192 
6.2.7.6. Efeito do peso, periodicidade e época do desbaste sobre o 
 crescimento 192 
6.2.7.7. Efeitos de um único desbaste na dimensão do produto final 194 
6.2.8. Crescimento acelerado 196 
6.3. Intervenção silvicultural 198 
6.3.1. Objetivo do desbaste 198 
6.3.1.1. Competição: a base ecológica do desbaste 198 
6.3.1.2. O desbaste orientado para alcançar o ótimo econômico 198 
6.3.2. Tipo de desbaste 200 
6.3.3. Grau de desbaste 202 
6.3.4. Qualidade do produto final 203 
6.3.5. Riscos no povoamento provocado por desbaste 205 
6.3.6. Resultados obtidos em desbaste 207 
6.3.7. Determinação da densidade ótima por meio de desbaste 211 
6.3.7.1. Método de Hart-Becking 213 
6.3.7.2. Método Inglês de desbaste 216 
6.3.7.3. Método de Abetz 217 
6.3.7.4. Método Mexicano de desbaste 219 
6.3.7.5. Método "Croata" de desbaste 222 
6.3.7.6. Método baseado no diâmetro da copa 223 
6.3.7.7. Método da área basal 224 
6.3.7.8. Programa de desbaste de Carpentier 224 
6.3.8. Idade do primeiro desbaste 229 
Introdução ao Manejo Florestal 
 12 
6.3.9. Marcação do desbaste 230 
6.3.10. Determinação do volume num regime de desbaste 231 
6.3.11. Controle dos desbastes 232 
6.4. Alguns regimes de desbaste adotados 223 
7. TRATAMENTO PARA MELHORIA DA QUALIDADE DA 
MADEIRA 236 
7.1. Introdução 236 
7.2. Classificação de madeira serrada 237 
7.3. Relação da classe de produtividade com a madeira livre de nós 239 
 7.4. Intensidade da poda 240 
7.5. Idade, altura da poda e número de árvores a podar 241 
7.6. Avaliação econômica das podas 242 
7.7. Formulação de um programa de podas 244 
8. CLASSIFICAÇÃO DE SÍTIOS FLORESTAIS 248 
8.1. Introdução 248 
8.2. Definições 249 
8.3. Objetivos da avaliação da qualidade do sítio 250 
8.4. Métodos de classificação de sítio 251 
8.4.1. Mediante fatores climáticos 252 
8.4.2. Mediante fatores edáficos 254 
8.4.3. Mediante fatores fisiográficos 255 
8.4.4. Mediante a vegetação natural 256 
8.4.5. Classificação multifatorial do sítio 257 
8.4.6. Mediante elementos dendrométricos 260 
8.4.6.1. Volume 260 
8.4.6.2. Incremento médio anual (Ima) 261 
8.4.6.3. Área basal 261 
8.4.6.4. Altura 262 
8.5. Determinação da classificação de sítio 264 
8.5.1. Obtenção dos dados 264 
Introdução ao Manejo Florestal 
 13 
8.5.2. Idade de referência 264 
8.5.3. Tipos de curvas 265 
8.5.3.1. Curvas monomorfas 265 
8.5.3.2. Curvas polimorfas 267 
8.5.4. Denominação das curvas 269 
8.5.5. Determinação da curva mestra 269 
8.5.6. Exemplo de classificação de sítio 271 
9. PRODUÇÃO TOTAL DE POVOAMENTOS 274 
9.1. Métodos estáticos de estimativa da produção 274 
9.1.1. Métodos para estimar o diâmetro (dg) 274 
9.1.2. Funções estáticas para estimar o rendimento de área basal ou 
 volume 276 
9.1.3. Limitações dos modelos estáticos de rendimento 276 
9.2. Métodos dinâmicos de estimativa de crescimento e rendimento 278 
9.2.1. Função de incremento de área basal 278 
9.1.1. Incremento de área basal como função da altura dominante 278 
9.3. Conversão de modelos de crescimento a modelos de 
 rendimento por integração 280 
9.3.1. Teoria básica 280 
9.3.2. Aplicação de um modelo integral de rendimento a diferentes 
 tratamentos de desbaste 281 
9.3.3. Exemplo do uso de um modelo integral de rendimento 282 
9.4. Outros modelos para estimar o crescimento e produção total 283 
9.5. Mortalidade e a produção 285 
9.5.1. Estimativa da mortalidade 287 
9.6.1. Estruturação de tabela de produção para povoamentos 
 manejados em densidade completa 288 
9.6.2. Estruturação de tabela de produção para povoamentos 
 manejados com desbaste 291 
9.6.2.1. Problemas dos desbastes e suas implicações na 
Introdução ao Manejo Florestal 
 14 
 determinação da densidade ótima 294 
9.6.2.2. Determinação da densidade ideal 396 
9.6.2.3. Fator K-Magin e Constante Regulativa 399 
9.6.2.4. Confecção das tabelas de produção 305 
10. SORTIMENTOS FLORESTAIS 311 
10.1. Evolução dos critérios de padronização de madeira 
 beneficiada 311 
10.2. Classificação de madeira bruta 313 
10.3. Unidades de medição de madeira 315 
10.4. Comercialização de produtos florestais 316 
10.5. Sistema Europeu de classificação de madeira bruta 317 
10.6. Generalidades sobre a forma do tronco 323 
10.7. Ajuste da forma de tronco 324 
10.8. Processo de integração de um polinômio do quinto grau 325 
10.9. Formação dos sortimentos em blocos de madeira 329 
10.9.1. Classe de qualidade 329 
10.9.2. Classe de diâmetro e comprimento 329 
10.10. Critérios para cálculo dos sortimentos 331 
10.10.1. Sortimento para o povoamento 331 
10.10.2. Sortimento para árvore individual 332 
11. LITERATURA CONSULTADA 338 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 15 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O programa da disciplina de manejo florestal abrange um 
conjunto de informações ligadas diretamente nas matérias afins, com isto 
assumem um carácter de interdisciplinaridade. Neste sentido, inclui-se a 
parte que trata do crescimento,produção, densidade e estruturação do 
crescimento, produção florestal. Basicamente, esta disciplina engloba todos 
os conhecimentos técnicos necessários para tornar exeqüível o manejo 
florestal, pois fornece as condições mínimas indispensáveis à confecção de 
plano de manejo. 
 Neste particular, o manejo florestal em termos amplos é definido 
como a ordenação científica dos povoamentos para a contínua produção de 
bens e serviços, que por isto, tem fundamental importância dentro de um 
programa disciplinar (Baker, 1950). 
 Esta definição, tão concisa implica em muitas coisas, como algo 
mais do que a utilização dos produtos de um povoamento nativo, não 
manejado, pois se supõe a existência de um hábil planejamento para garantir 
uma produção constante e contínua, e que os bens de serviço sejam 
produtos úteis e necessários à economia atual, obtidos como num certo 
equilíbrio entre os custos da silvicultura e o retorno em longo prazo. 
 Para que o manejo funcione corretamente, deve contar com solidez 
biológica e econômica, isto significa que as atividades devem ser 
desenvolvidas de maneira a propiciar o máximo de efetividade a baixos 
custos. 
 Durante os três últimos decênios ocorreram consideráveis 
modificações na evolução da profissão florestal, devido a mudanças 
Introdução ao Manejo Florestal 
 16 
ocorridas na sociedade e campo científico. Em face disto, os Engenheiros 
Florestais têm sido formados também com uma preocupação geral pela 
conservação e uso racional dos recursos naturais renováveis, e não só para 
uma simples produção de madeira. 
 O objetivo primordial do manejo é a produção contínua e eficiente 
de madeira. Isto deve ser realizado de maneira simultânea com um maior 
simultânea com um maior incremento possível de água de boa qualidade, da 
fauna, da flora, dos locais recreativos e da estética da paisagem, sem 
promover a degradação ambiental. 
 Esta situação exige a formação de profissionais florestais 
competentes que tenham conhecimento técnico e versatilidade. Além disto, 
que sejam capazes de predizer os problemas resultantes de diferentes 
tratamentos alternativos das florestas e que possam fazer prescrições 
dasônomicas, observando as limitações ecológicas, sociais e de manejo. 
Isto, somente será conseguido pessoas com, a educação ambiental, e 
embasados nos princípios básicos que regem a Ciência Florestal. 
 Esta disciplina visa dar uma orientação aos alunos no sentido de 
desenvolver o raciocínio para obter informações básicas e com isto poder 
planejar a produção florestal, efetuar avaliações econômicas e elaborar 
planos de manejo. 
 Sobre isto, Schneider (1985) desenvolveu um esquema geral da 
seqüência dos cálculos que devem ser efetuados, quando não se dispõe de 
informações sobre o crescimento e produção das espécies que compõem 
uma área florestal sujeita a intervenção, como demonstra a Figura 1. 
 Neste esquema, mostram-se os procedimentos de cálculos que 
devem ser tomados para chegar a um plano de ordenamento. No entanto, 
quando se dispõe de informações básicas de crescimento e produção, o 
mesmo pode ser confeccionado diretamente, podendo-se com isto, perder 
alguma precisão nos resultados finais. 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Esquema para formulação de plano de ordenamento 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 18 
 
 
 
 
 
2 SISTEMA DE PRODUÇÃO E CONSUMO DOS ECOSSISTEMAS 
FLORESTAIS 
 
2.1 Introdução 
 
Num ecossistema florestal podem, existir vários objetivos de 
produção, sendo talvez o mais importante, a produção de madeira, que pode 
ser definido como um bem sujeito às seguintes características: Espécie e 
tipo de madeira; dimensões, diâmetro e comprimento; qualidade, com 
relação, a largura dos anéis de crescimento, forma do tronco, presença ou 
ausência de galhos e peso específico. 
Estas características devem ser claramente definidas de acordo com 
a meta econômica da empresa, que em parte depende de fatores internos e 
externos ligados ao mercado e da meta técnica a ser definida para a 
condução dos povoamentos. 
Os povoamentos florestais apresentam-se sob a forma de uma série 
de indefinições que resumem a maioria dos objetivos a serem alcançados 
pelo manejo. Um esboço desta situação permite ter uma visão global da 
série de questões consideradas de maior importância para o planejamento e 
execução de um programa silvicultural, como parte do processo de 
ordenamento dos povoamentos florestais, com fins de produção de madeira. 
No esquema, a seguir, mostrar-se-á os passos do processo de um 
programa de manejo com base silvicultural de florestas naturais: 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 19 
Esquema do processo de início do processo de manejo-silvicultural de 
uma floresta nativa 
 
1) Necessidade de iniciar o manejo silvicultural com pouca 
informação, devendo-se romper este círculo vicioso, observando: 
 a) Informação, para poder justificar o investimento; 
 b) Investimento, para obter informações. 
2) Necessidade de combinar experimentação com o manejo. Isto 
assegura a orientação deste experimento para as necessidades mais urgentes 
do manejo. 
3) Esquema do processo de início do manejo, definindo em três 
etapas, com base na formulação de Dawkins (1958): 
 a) Fixação de política florestal; 
 b) Análise da Área como Potencial de Investimento (API); 
 c) Elaboração do plano de manejo. “Área com potencial de 
investimento (API)”, pode ser considerada ao mesmo nível de um projeto 
ou programa. 
 
Primeira etapa: Fixação de política florestal - Objetivos: 
 a) Nacional e regional 
A1. Determinar as necessidades para satisfazer em quantidade, 
qualidade e no tempo, em: produção de madeira, meio ambiente, água, 
recreação, etc... 
A2. Determinar as áreas onde se produzirá madeira, através de 
classificação do uso da terra, determinando: as zonas de renovação florestal, 
floresta produtiva, floresta protetora, parques, reserva à fauna, etc... 
b) Local 
B1. Determinar o local da API. 
B2. Definir a meta de produção: quantidade, qualidade (tipo de 
produto) e tempo (para quando). 
Introdução ao Manejo Florestal 
 20 
Segunda etapa: Análise da Área com Potencial de Investimento: 
a) Objetivo da análise: obter informação para a tomada de 
decisões; 
b) Divisão da API: necessária para permitir o estudo e 
caracterização de unidades de produção: 
b1. Divisão ecológica, topográfica, mapas, solo, etc... 
b2. Divisão econômica de acessibilidade. 
c) Diagnóstico silvicultural. 
c1. Existência de madeira comercial; 
c2. Existência de regeneração, abundância, distribuição, indícios 
sobre o comportamento das espécies; 
c3. Qualidade do solo - meio ambiente. 
d) Re-compilação de informações econômicas, sociais, legais, vias 
de acesso, mão-de-obra, distância de transporte. 
e) Formulação de alternativas, orientação de manejo, justificativa 
de aproveitamento, tipo de renovação. 
 
Terceira etapa: Elaboração do plano de trabalho – Plano de 
Manejo: 
 
Nesta etapa de elaboração do plano de manejo, as questões e suas 
respectivas fontes de informações podem ser assim resumidas: 
 1) Por que plantar? 
 - Decisão política florestal; 
 - Metas de produção. 
2) Para produzir o que? 
 - Tipo de material a ser produzido. 
3) Onde plantar? 
 - Escala Nacional / Regional. Zonificação, classificação de 
uso da terra. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 21 
4) O que plantar? 
 - Ensaios de espécies. 
5) Onde plantar? 
 - Sítios, locais. 
 6) De que forma plantar? 
 - Meios ou tipos de plantio. Ensaios de espécies. 
 7) Como plantar? 
 - Ensaio a curto e longo prazo. 
 8) Quanto produzir? 
 - Parcelas permanentes de desbaste, Rendimento. 
 9) Para quando produzir? 
 - Espécies e métodos. Fase decomprovação. 
 10) Quanto custa produzir? 
 - Plantação em escala piloto ou comercial. 
 11) Qual é o rendimento econômico? 
 - Análise econômica; 
 - Custo/benefício. 
Todas estas questões citadas podem ser condensadas em um 
esquema como: 
 
Por que plantar? 
Para produzir o que? Política florestal 
Onde plantar? 
 Zona de vocação florestal 
Zonificação Floresta produtiva 
 API – Programa 
 
 Quantidade Qualidade 
 Metas Tempo 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 22 
Por outro lado, um programa em API deve ser analisado para 
permitir produzir seguramente com base em um plano de manejo, como é 
mostrado no esquema a seguir: 
 
PROJETO - PROGRAMA EM API 
 
Para produzir o Que? 
Metas: qualidade, quantidade, tempo; política florestal local. 
 
O que plantar? 
Onde plantar? Ensaio de espécies 
De que forma plantar? 
 
Como plantar? Ensaio a curto e 
 médio prazo 
 
Quanto produzir? Parcelas permanentes 
Para quando produzir? 
Quanto custa produzir? Programa piloto 
 
Qual é o rendimento econômico? Análise econômica. 
 
 
INFORMAÇÕES 
 
FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS 
 
ANÁLISE 
 
DECISÃO 
 
FORMULAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO. 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 23 
2.2 Sistema de produção e consumo 
 
 A sociedade humana, para seu sustento precisa de recursos 
provenientes do meio ambiente. Pelo fato de que a população mundial 
aumenta em proporções geométricas, é compreensível que cada vez mais os 
recursos para sustentá-la são limitados. 
As necessidades de um planejamento integral das atividades do 
manejo das florestas brasileiras, tanto equiâneas como inequiâneas, faz-se 
sentir cada vez mais com o aumento da densidade demográfica e as 
exigências da sociedade moderna. Enquanto a população mundial era 
pequena, havia um menor consumo de madeira que era satisfeito com a 
exploração empírica das florestas naturais. Mas, com o aumento 
populacional, este tipo de exploração das florestas sofreu modificações, 
surgindo novas técnicas de exploração e manejo das áreas florestais. 
Atualmente, o consumo per cápita de madeiras vem aumentando, porém, 
nota-se uma transformação no tipo de consumo, que no momento exige 
maior quantidade de madeira industrial. 
Um exemplo de estimativas dos consumos mundial de matéria-
prima florestal é apresentado por Steilin (1979), e condensada no Tabela 1. 
Para o ano 2000 a necessidade média de produção de matéria-prima 
florestal em torno de 5,3 bilhões de metros cúbicos. O EUA constitui o 
maior consumidor mundial, aproximando-se de 743 milhões de metros 
cúbicos, sendo seguido da USSR com 650 milhões. Para o Brasil é estimada 
uma necessidade cerca de 407 milhões de metros cúbicos, o que necessita 
de um investimento consistente no setor florestal para poder atender este 
consumo futuro. 
De acordo com Burger (1976), o ambiente em que vive o homem 
pode ser subdividido em natural e econômico. O ambiente econômico foi 
criado pelo homem, que elaborou um sistema de produção e consumo, que 
Introdução ao Manejo Florestal 
 24 
desde a chamada "Revolução Industrial", ficou cada vez mais sofisticado e 
complexo. 
 
Tabela 1 - Estimativa da demanda de matéria-prima florestal no ano 2000, 
em milhões de m3. 
Continentes/Países Baixa Média Alta 
Estados Unidos 620 743 826 
Europa 516 619 688 
USSR 542 650 722 
África: 630 788 945 
1. Norte da África 18 23 27 
2. Zona Sahel 34 42 51 
3. Leste da África e Ilhas 278 348 417 
4. Oeste da África 260 325 390 
5. Sul da África 40 50 60 
América Central e Sul: 530 663 795 
1. América Central 40 50 60 
2. Caribe 18 23 27 
3. Tropical Sul 102 128 153 
4. Brasil 326 407 489 
5. Temperada 44 55 66 
Ásia e Extremo Oriente: 1466 1833 2199 
1. Sul e Oeste da Ásia 358 448 537 
2. Continente Sudeste da Ásia 138 172 207 
3. Insular sudeste da Ásia 292 365 438 
4. Leste da Ásia 622 778 933 
5. Oceania 56 70 84 
TOTAL 4304 5296 6175 
Sendo: * Demanda de madeira industrial e outros fins. Fonte: Steilin (1979). 
 
No sistema de produção e consumo humano, conforme Figura 02, 
observa-se que a entrada é a matéria-prima tirada do ambiente natural. 
Dentro do sistema esta matéria-prima sofre muitas transformações em 
diversas fases do processo (seta 3). 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 (
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).
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 26 
Embora se fale de consumo, na realidade a matéria-prima é 
somente transformada, pois de acordo com a Lei da Conservação de Matéria 
de Lavoiser, "na natureza nada se perde, tudo se transforma". No sistema de 
produção e consumo humano, a matéria que não pode mais ser transformada 
dentro do sistema é eliminada pelo mesmo e devolvida ao ambiente natural 
(seta 5). 
O fato de que, quase a metade da população mundial é subnutrida 
ou até passa fome, bem como a crise de outras matérias-primas, evidenciam 
nitidamente que o sistema de produção e consumo humano não está 
funcionando bem, correndo cada vez mais risco de colapso. Devido a isto, é 
importante estudar as fontes de abastecimento do sistema, porque recursos 
não renováveis (seta 1) estão se esgotando. 
Uma das alternativas de minimizar o problema constitui-se na 
reciclagem de matéria no sistema (seta 4). A matéria em vez de ser 
eliminada é aproveitada para um novo ciclo de produção e de consumo. O 
problema da reciclagem deve ser encarado sob dois aspectos: de um lado 
deve-se tentar obter, mediante a reciclagem, uma nova matéria-prima, 
superando desta maneira parte da escassez da mesma; e, por outro lado, 
devem-se estudar as possibilidades de evitar, mediante a reciclagem, que 
substâncias tóxicas sejam eliminadas do sistema, pois a matéria eliminada 
(seta 5) não representa apenas uma diminuição dos recursos do sistema de 
produção humana, mas muitas vezes, traz sérios danos ao ambiente natural, 
como por exemplo, o SO2, que prejudica as condições ecológicas e de vida 
humana (seta 6). 
A outra fonte que deve ser explorada de forma mais racional são os 
sistemas ecológicos, como por exemplo, florestas, mares, pastagens, etc. 
Estes sistemas ecológicos mantêm um estado de equilíbrio entre produção e 
redução de matéria orgânica (seta 7). 
Os sistemas ecológicos têm capacidade de até certo ponto 
compensar distúrbios internos, como aumentos de pragas, e externos, como 
Introdução ao Manejo Florestal 
 27 
a extração de plantas ou animais. A extração de recursos renováveis (seta 2) 
constitui-se num desvio de produtos do ecossistema antes deles serem 
reduzidos naturalmente. 
A maior probabilidade de manter o sistema de produção e consumo 
humano está na exploração racional dos recursos renováveis. Para isto, 
deve-se sempre levar em consideração que a capacidade de recuperação dos 
ecossistemas é limitada, pois um desvio exagerado de produtos conduz o 
mesmo ao colapso (seta 7a). 
Todos estes aspectos de produção e consumo humano são 
enfatizados por Burger (1976) da seguinte forma: "se o homem aprender a 
manejar os ecossistemas de forma racional, isto é, dosar o desvio de 
produtos dos ecossistemas de tal maneira que o mesmo possa recuperar-se, 
só então os recursos renováveis não esgotarão. Porém, se o homem 
continuar a explorar os recursos renováveis da mesma forma como os 
recursos não renováveis, acabará destruindo a fonte mais importante de 
matéria-prima do sistema de produção e consumo". 
 
2.3 O ecossistema floresta 
 
Um ecossistema pode ser definido como uma unidade funcional 
básica na ecologia, pois inclui tanto organismos como o meio ambiente 
abiótico, cada um influenciando as propriedades do outro, eambos são: 
necessários para a manutenção da vida tal como existe na terra (Odum, 
1963). 
Do ponto de vista funcional, um ecossistema floresta ou outra 
unidade reconhecível na natureza, possui dois componentes: um 
componente autotrófico, capaz de fixar energia luminosa e fabricar 
alimentos a partir de substâncias inorgânicas simples e, um segundo 
componente heterotrófico, que utiliza, re-arranja e decompõe os materiais 
complexos sintetizados pelos autotróficos. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 28 
Do ponto de vista estrutural, um ecossistema compreende quatro 
constituintes: 
a) substâncias abióticas, elementos básicos e compostos do meio; 
b) produtores, os organismos autotróficos, principalmente as 
plantas verdes; 
c) os grandes consumidores, organismos heterotróficos, 
principalmente animais, que ingerem outros organismos ou determinada 
matéria orgânica; 
d) os decompositores ou microconsumidores (saprófitas), 
organismos heterotróficos, principalmente bactérias e fungos, que 
decompõem os componentes complexos do protoplasma morto e liberam 
substâncias simples utilizáveis pelos produtores. 
O arranjo produtor-consumidor constitui um tipo de estrutura 
chamada "estrutura trópico" e cada nível alimentar é chamado de "nível 
trófico". A quantidade de substâncias vivas nos diferentes níveis tróficos é 
conhecida por produto em pé, que pode ser expresso em termos de biomassa 
pelas árvores de uma floresta, que não somente representa fonte de energia, 
fornecedora de alimento ou combustível, mas, também, modificadora do 
clima e fornecedora de abrigo para aves e o homem. 
De acordo com Burger (1976), o ciclo de produção e redução de 
matéria orgânica vegetal não é auto-suficiente, pois funciona com o 
fornecimento de elementos externos. No ecossistema entram pelo menos 
quatro elementos, conforme Figura 03, e constituídos de: 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Esquema da entrada e saída do ecossistema floresta. Fonte: 
Burger (1976). 
Introdução ao Manejo Florestal 
 30 
a) a insolação que fornece a energia; 
b) a água fornecida pela precipitação e lençol freático, sendo 
consumida parcialmente na assimilação; 
c) o ar e os redutores fornecem C02, que é transformado em 
substâncias orgânicas; 
d) os nutrientes minerais que as plantas necessitam para crescer e 
produzir. 
No ecossistema floresta a água que entra no sistema, uma parte é 
retida nas camadas orgânicas do solo, outra parte passa para o lençol 
freático, e uma terceira é devolvida a atmosfera pela evapotranspiração. A 
água durante a passagem pelo ecossistema floresta sofre modificações, pois 
a quantidade de água que saí do ecossistema é bem mais equilibrada do que 
as precipitações, além de sua qualidade seriam alterada. 
Da mesma forma, o ar ao passar pelo ecossistema floresta sofre 
modificações. A porcentagem de 02 no que deixa o ecossistema pode ser 
maior do que a do ar que nele entra. Além disto, a floresta tem capacidade 
de filtrar certas substâncias do ar, diminuindo a poluição da atmosfera. 
Como ação protetora as florestas filtram e armazenam de 32 a 80 t/ha de 
corpos sólidos do ar, que são levados ao solo pela ação das chuvas. 
Foi constatado na Alemanha que uma floresta de "Spruce" absorve 
33 t de CO2/ha/ano (Oedekoven & Schwab, 1967). Este fato é importante, 
devido ao aumento do conteúdo de CO2 na atmosfera terrestre que equivale 
a cerca de 11 bilhões de toneladas ou cerca de 3 bilhões de toneladas de 
carbono por ano, contribuindo para o aumento do efeito estufa, além do 
vapor d´água, metano, gás hilariante, ozônio da troposfera e carbonetos 
halogênicos (Krapfenbauer, 1991). 
Por outro lado, a floresta diminui a velocidade dos ventos que 
passam por ela, e de certa forma desvia a direção dos mesmos, criando um 
clima agradável em torno dela. Um parque florestal com largura de 50 
Introdução ao Manejo Florestal 
 31 
metros reduz o barulho dos sons indesejáveis do trânsito de 20 a 30 decibéis 
(Oedekoven & Schwab, 1967). 
Os nutrientes em clima úmido saem do ecossistema pela lixiviação, 
que depende da composição da manta da floresta e dos fatores climáticos. 
Estas saídas de ecossistema floresta são produzidas pela floresta 
mesmo sem qualquer interferência humana. Sendo que, algumas delas 
representam benefícios importantes ou até são de interesse vital para o 
homem. A interferência do homem no ecossistema afeta a saída de ar, água 
e nutrientes, sendo, portanto as modificações destas saídas. 
Além das saídas naturais do ecossistema floresta, o homem que 
promovem saídas artificiais, retirando elementos do mesmo como: plantas, 
frutas ou animais. O desvio destes elementos renováveis significa uma 
interferência severa no funcionamento do ecossistema que somente é 
compensado até certo ponto, como por exemplo, a exploração intensiva da 
floresta, que em termos ecológicos significa um distúrbio severo no 
ecossistema. 
 
2.4 Utilização de áreas florestais naturais para a produção de madeira 
 
A modificação da composição de uma floresta natural, unicamente 
deve ser projetada quando uma análise do povoamento atual demonstrar que 
sua estrutura fitosociológica não é satisfatória. A Figura 04 mostra um 
modelo para o estudo de tal tipo de problema e os passos que devem ser 
seguidos para se obter uma floresta produtiva. 
A renovação de florestas em árvores adultas maduras deve ser feita 
no momento em que se possa conduzir com segurança as árvores 
remanescentes compostas por árvores jovens. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Esquema para transformação de floresta natural. Fonte: 
Wadsworth (1975). 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 33 
As florestas mesmo as jovens, assim como as secundárias, 
normalmente, necessitam de corte para se tornarem produtivas. Muitas 
vezes, o estrato superior pode se mostrar inaceitável, mas o estrato inferior 
pode ser adequado para um povoamento futuro. Neste caso, são 
considerados os cortes de liberação efetuados nas árvores menos desejáveis 
do estrato superior. E, no caso do estrato inferior ser inadequado deve-se 
estabelecer gradualmente condições para a recuperação, por 
enriquecimento, favorecendo a regeneração natural e plantio para obter uma 
floresta produtiva. 
Do ponto de vista geral, nenhuma área florestal deveria ser 
destinada à produção madeireira, antes que estudos sobre a ecologia da 
floresta, especialmente, da regeneração e do crescimento das principais 
espécies desejáveis, sejam conhecidos e que o rendimento florestal 
sustentado, seja possível. 
Por outro lado, também, poderia se afirmar que não se deveria 
intervir em nenhuma área florestal antes que: 
a) se tenha preparado especificações para o manejo adequado, 
baseado em pesquisas e estudos técnicos apropriados; 
b) se tenha a certeza de que serão tomadas medidas para obter uma 
boa regeneração natural ou artificial do povoamento. 
 
2.5 Interferência no ecossistema florestal 
 
A seguir são colocadas várias observações feitas por Burger (1976) 
sobre a interferência do homem no ecossistema floresta. 
Uma medida de manejo a princípio parece ser insignificante, mas 
muitas vezes traz conseqüências gravíssimas para o ecossistema, pois uma 
mesma medida pode em regiões diferentes produzir efeitos contrários, 
porque qualquer forma de aproveitamento da produção florestal, mesmo a 
mais avançada, pode causar problemas ecológicos negativos. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 34 
O autor cita, como exemplo de uma interferência, que parece à 
primeira vista insignificante, a extinção de feras nas florestas européias que 
induziu, entre outros, o aumento descontrolado, que impedem a regeneração 
da Abies, até nas regiõesmais favoráveis ao seu crescimento. Este fator que 
representa o maior problema silvicultural na floresta negra, onde o regime 
de jardinagem, não é possível sem a presença desta espécie. 
No manejo das florestas, qualquer generalização é perigosa, pois 
uma medida adequada em um local pode produzir conseqüências contrárias 
em outro. Por exemplo, no norte da Escandinávia, devido às condições 
climáticas, todos os processos químicos e biológicos no solo se 
desenvolvem muito lentamente. Sob essas condições, o corte raso, 
ecologicamente é vantajoso, pois permite melhor insolação e aquecimento 
do solo, acelerando os processos químicos e biológicos. Até a queima é 
desejável, pois ela libera elementos nutritivos do material orgânico e deixa 
os nutrientes numa forma acessível para as plantas, não existindo, sob essas 
condições climáticas, o perigo dos nutrientes serem lixiviados antes de 
serem absorvidos pelas plantas. 
Por outro lado, em muitas florestas tropicais, o corte raso e a 
queima têm como resultado a destruição do solo, transformando a 
exuberante floresta tropical num verdadeiro deserto, pela razão de que 
muitos solos sob florestas tropicais são extremamente pobres em nutrientes. 
Mas, sob o clima quente e úmido a decomposição do material orgânico se 
desenvolve rapidamente, formando uma grande camada de húmus de onde 
as plantas podem suprir-se dos elementos necessários para o crescimento. 
Portanto, a floresta tropical representa um ciclo muito rápido de produção e 
redução de material orgânico. Com a retirada a floresta, a camada de húmus 
sofre rápida decomposição, devido à alta temperatura e precipitação, e 
lixiviada, deixando o solo arenoso e pobre para qualquer plantio. 
Neste sentido, no Congresso da Unesco (1974) foi feita uma 
colocação de que, na maioria dos casos, "não adianta adubar o solo, pois a 
Introdução ao Manejo Florestal 
 35 
enxurrada carrega os fertilizantes químicos para os rios que vão adubar o 
fundo do mar". 
Segundo Burger (1976) não existe forma de aproveitamento 
florestal que não implique no risco de danos ecológicos. Toda forma tem a 
sua justificativa, mas está sujeita a degeneração, especialmente se a 
exploração for aplicada demasiadamente intensiva. Muitos ecologistas 
confirmaram que na savana, no sul do deserto do Saara, na chamada Sahel, 
a pastagem extensiva e a caça representam o uso adequado da terra. 
Antigamente a escassez de água, bem como doenças dos animais controlava 
o aumento dos rebanhos. Porém, mais recentemente, os poços artificiais e a 
medicina veterinária facilitaram um aumento dos rebanhos até 60 milhões 
de animais, mais de um terço dos quais eram cabras, enquanto o 
ecossistema desta região podia suportar no máximo um terço ou a metade 
deste número, culminando numa das maiores catástrofes da história. 
Os animais e, principalmente, as cabras não comeram apenas o 
capim, mas também toda a regeneração das árvores e a folhagem das 
mesmas. Foram feitas grandes queimas para favorecer o crescimento do 
capim. A seca de anos passados agravou a escassez da vegetação; foram 
construídos novos poços com profundidade de até 140m que atraíram mais 
rebanhos, aos quais destruíram toda a vegetação, boa parte pelo pisoteio. 
Finalmente, os nômades cortaram as últimas árvores para colher a folhagem 
das copas para alimentar os animais e adiar a morte destes por alguns dias. 
Segundo Burger (1976), não somente nas matas desbravadas pode-
se encontrar conseqüências ecológicas negativas, mas também na floresta 
manejada. Na Alemanha, no século passado, foram plantadas monoculturas 
de coníferas em grande escala. Nelas sempre existiu um equilíbrio 
ecológico muito débil, umas espécies encontram condições favoráveis, 
enquanto outras, não conseguem se desenvolver satisfatoriamente. As 
condições edáficas ou climáticas podem especialmente, serem favoráveis 
num determinado ano para uma espécie, sem o surgimento de inimigos 
Introdução ao Manejo Florestal 
 36 
naturais. Comparando a época entre 1800 a 1870 quando foi transformada 
paulatinamente a floresta, e de 1870 a 1935 quando as monoculturas já 
estavam formadas, foi registrado um grande aumento de áreas florestais 
destruídas por coleópteros, como mostra o Tabela 2. 
 
Tabela 2 - Áreas florestais destruídas por coleópteros na Alemanha devida a 
alteração do ecossistema floresta. 
Período 
 
(anos) 
Panoli 
flammea 
(ha) 
Bupalus 
Piniarius 
(ha) 
Dendrolimnus 
pini 
(ha) 
Lymantria 
monocha 
 (ha) 
1800-1870 11.500 5.500 34.115 73.300 
1870-1935 238.000 52.000 48.000 152.000 
Total 2.240 % 1.020 % 151 % 225 % 
Fonte: Lemmel apud Burger (1976). 
 
No reino da Saxônia, numa área de 180.000 ha foram plantadas 
monoculturas de Picea, com distribuição equilibrada de classes de idades 
entre 1812 e 1875. Esta distribuição foi mantida estritamente entre 1875 e 
1929 com o objetivo de garantir um rendimento de madeira equilibrado. 
Porém, a produção de madeira desenvolveu-se, inicialmente, de forma 
crescente, seguida mais tarde de um declíneo, conforme mostra o Figura 03. 
 
Tabela 3 - Produção de madeira no Reino da Saxônia. 
Ano Incremento 
(m³/ha/ano) 
Ano Incremento 
(m³/ha/ano) 
1847 4,1 1894 5,9 
1854 4,7 1904 5,5 
1864 5,7 1914 4,6 
1874 6,1 1924 3,0 
1884 6,1 1929 2,5 
Fonte: Burger (1976). 
 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 37 
3 Crescimento 
 
Neste capítulo, tratar-se-á o crescimento, as influências e as formas 
de interferências do homem, através da utilização de técnicas adequadas na 
condução dos povoamentos florestais. 
 
 3.1 Princípios de crescimento 
 
A produção de madeira depende do processo fotossintético. 
Mediante a assimilação às árvores transformam CO2 e H2O em substância 
orgânica. Este processo ocorre da seguinte forma: 
 
 Luz 
6CO2 + 6H2O 6CO2 + C6H12O6 
 675 Kcal 
 (Clorofila) 
 
Sendo: CO2 = gás carbônico; H2O = água; O2 = oxigênio; C6H12O6 = hidratos 
de carbono. 
 
Baker (1950) assinala cinco razões pelas qual o processo 
fotossintético tem importância fundamental no manejo das florestas para 
fins de produção de madeira: 
a) a madeira é composta na sua maioria por C-H-O; 
b) o aproveitamento florestal usa na maioria das vezes os fustes e 
deixa o resto da árvore na floresta como: folhas, ramos, ponteira, tora, etc.; 
c) economicamente, é quase impossível adubar as florestas da 
mesma maneira que é feito na agricultura, pois depende de uma análise 
econômica do investimento, vinculado diretamente com a grandeza da 
rotação; 
d) o manejo do povoamento permite a manipulação da luz e 
fotossíntese através de desbastes e outros tratos; 
Introdução ao Manejo Florestal 
 38 
As árvores diferem em grau de tolerância, de maneira que, misturas 
adequadas de espécies, na maioria das vezes, permitem também manter um 
alto grau de produtividade florestal. 
 
3.1.1 Fatores que afetam o crescimento 
 
O processo fisiológico responsável pela biologia do crescimento de 
madeira pode ser de real importância. Para tanto se necessita saber quais os 
fatores que afetam esse crescimento. Estes fatores que influem no 
crescimento de uma árvore são: luz, temperatura, água, nutrientes, CO2 e 
conteúdo de clorofila. A disponibilidade destes elementos para cada árvore 
depende da concorrência do povoamento, que pode ser controlada no 
manejo do povoamento, através dos desbastes e cortes de melhoramentos. 
Apresentar-se-ão fatores que afetam o crescimento das árvores de 
forma resumida e ilustrada, conforme Spiecker (1981): 
a.) Luz: a luz afeta de modo direto o crescimento da árvore através 
da sua intensidade, qualidade e duração. A intensidade de luz é o fator mais 
importante para o silvicultor, como também o mais fácil de controlar. A 
quantidade de luz que chega a terra varia com a região, altitude, superfície 
da terra e densidadede nuvens. Cerca de 50% da quantidade de luz que 
entra na atmosfera chega à superfície terrestre. No povoamento, a 
quantidade de luz é reduzida pela reflexão, absorção e transmissão. 
A diminuição da quantidade de luz num povoamento depende da 
sua estrutura. Em povoamentos fechados, nos estratos inferiores, a 
quantidade de luz que chega é mais reduzida, pois depende também das 
espécies que compõem os respectivos povoamentos. As espécies mais 
tolerantes absorvem, geralmente, uma quantidade maior de luz que as 
umbrófilas. 
A redução da luz no povoamento influencia na quantidade de luz 
disponível para cada árvore na parte mais baixa da copa. Isto limita a 
Introdução ao Manejo Florestal 
 39 
fotossíntese nesta parte da copa e causa a morte destes galhos, provocando a 
desrama natural. Por outro lado, influencia também o desenvolvimento da 
regeneração natural. 
Outro fator importante é a influência dos tipos de desbaste sobre a 
quantidade de luz que chega às árvores, como pode ser observado nos 
Figuras 4 e 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Luminosidade que chega ao povoamento durante o dia como 
influência do tipo de desbaste. Fonte: Mitscherlich (1971). 
Introdução ao Manejo Florestal 
 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Influência do tipo de desbaste sobre a % de luz que chega às 
árvores. Fonte: Larcher (1980) 
 
A transmissão ou atenuação da luz ao passar pelo dossel de um 
povoamento depende do tipo de coberto, se composto de espécies 
latifoliadas ou coníferas. Assim como, a forma como são dispostas as 
folhas, a densidade da folhagem e a homogeneidade do coberto. A absorção 
da radiação que passa através do coberto do povoamento é mostrada na 
Figura 06, onde se observa que 100% da luz que chega ao coberto do 
povoamento, apenas 10% são refletidas e o restante se dispersa nos estratos 
e solo. 
b) Concentração de CO2: a concentração de dióxido de carbono na 
atmosfera terrestre, que se encontra imediatamente acima do coberto do 
povoamento, é de aproximadamente 0,03% do volume total ou 300ppm. 
Dentro do povoamento a concentração de CO2 é, em geral, maior. A 
disponibilidade de CO2 pode ser um dos fatores limitantes mais comuns do 
processo fotossintético. Isto ocorre com mais frequência nos cobertos 
densos dos povoamentos durante o dia, quando a fotossíntese ativa retira do 
Introdução ao Manejo Florestal 
 41 
ar o CO2 e a renovação da mistura na atmosfera é mínima e os ventos 
estáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Atenuação da radiação luminosa em um povoamento misto 
boreal. Fonte: Larcher apud Daniel et al. (1982). 
 
A concentração de CO2 na floresta não é estável. Estas flutuações 
de concentração devem-se principalmente a quantidade de CO2 liberado 
pelas copas mais próximas do solo, bem como pela velocidade de 
decomposição da matéria orgânica; a composição da mistura na atmosfera, 
que depende da ação do vento; as quantidades relativas de consumo e 
liberação de CO2 por planta; a transferência de grandes massas de ar devido 
a fenômenos meteorológicos e, a altitude. 
c) Temperatura: a temperatura está correlacionada com a luz que 
entra no povoamento como pode ser visto na Figura 07. Num povoamento 
sem folhas, 40% da quantidade de luz chega ao solo, sendo que em um 
povoamento com folhas, somente 10% chega ao solo. 
O intervalo ótimo de temperatura para fotossíntese líquida, varia 
segundo a espécie e o ecotipo, em geral encontra-se entre 18 e 25oC para 
árvores de zona temperada. O intervalo real de temperatura ótima de 
qualquer espécie depende de muitos fatores, entre os quais se incluem a 
Introdução ao Manejo Florestal 
 42 
idade, a sanidade da folhagem e a disponibilidade de água e luz (Daniel et 
al., 1982). 
d) Água: a quantidade de água disponível na floresta depende do 
clima e do tipo de solo. A densidade do povoamento influencia na 
disponibilidade de água para cada árvore, devido a dois aspectos: 
d1. Precipitação: quanto mais fechado o povoamento, tanto menos 
água de precipitação chega ao solo, como pode ser visto na Figura 08. A 
quantidade de água que chega ao solo depende também da intensidade da 
chuva. A percentagem de água que chega ao solo será tanto mais alta quanto 
maior for à intensidade da chuva, conforme mostra a Figura 09. 
d2. Água disponível no solo: quanto mais árvore se tiver por 
unidade de área, tanto menos água estará disponível para cada árvore 
individual. A quantidade de água disponível depende também do tipo de 
solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 - Relação da altura e tipo de povoamento sobre a variação de 
temperatura. Fonte: Chroust apud Spiecker (1981) 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 - Relação da precipitação no povoamento e tipo de desbaste. Fonte: 
Mitscherlich (1971) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 - Quantidade de água que chega ao solo em função da intensidade 
de chuva. Fonte: Mitscherlich (1971). 
Introdução ao Manejo Florestal 
 44 
 e) Nutrientes: a disponibilidade de nutrientes depende não só da 
qualidade do solo, mas também do desenvolvimento das raízes. Não há 
dúvidas de que a densidade do povoamento influencia o desenvolvimento 
das raízes. Sobre este assunto, existem poucas informações detalhadas, 
porque a pesquisa do sistema radicular é difícil e exige um grande 
investimento (Spiecker, 1981). 
A nutrição de uma árvore influi sobre a fotossíntese de duas 
maneiras: direta, ao afetar a eficiência do processo; e indireta, ao afetar a 
produção fotossintética da árvore. 
Do exposto, deve-se considerar que os efeitos dos fatores que 
influem sobre o crescimento agem inter-relacionados e, raramente, podem 
ser analisados isoladamente. Um aspecto importante e bem conhecido é o 
"fator limitante" que tem a maior influência sobre o crescimento. Na Figura 
10 pode-se observar a relação de fatores que agem sobre o crescimento da 
árvore, sendo muitos deles controláveis no manejo florestal. 
 
3.1.2 Processo de crescimento 
 
O crescimento é o aumento de tamanho, ou do peso (biomassa) de 
um organismo ou comunidade viva. 
Na produção de madeira, o crescimento é considerado em relação a 
parte utilizável da árvore, o fuste, sendo expresso em volume ou em alguns 
casos em peso como, por exemplo, polpa. 
Baker (1950) assinala três fatores dos quais depende o crescimento, 
que também podem ser analisados na Figura 11: 
a) Quantidade de fotossíntese disponível, que controla o 
crescimento total durante longos períodos; 
b) Padrão de distribuição do incremento, ou seja, formação de 
tecidos novos em diferentes partes da árvore, como fuste, ramos, folhas, 
raízes, etc... 
Introdução ao Manejo Florestal 
 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 - Influência de fatores sobre o crescimento das árvores. Fonte: 
Assmann (1961). 
 
c) Taxa de transformação de produtos armazenados e 
transformados, que controlam o crescimento. 
 A quantidade de fotossíntese disponível depende de diversos 
fatores como superfície folhar, eficiência folhar para a respiração, fatores do 
sítio-umidade e elementos nutritivos, além de energia solar. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Distribuição de energia no processo de crescimento. 
 
A distribuição da fotossíntese está ligada ao caráter inerente à 
árvore, aos fatores genéticos e a fatores externos, como a densidade do 
povoamento e exposição ao vento. 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 47 
3.1.3 Produção bruta e líquida 
 
O cientista Mar: Muller estudou em um povoamento de Fagus o 
desenvolvimento da produção bruta e líquida dos componentes da produção 
orgânica em diferentes idades, cujos resultados encontram-se resumidosna 
Figura 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 – Produção de matéria seca e respiração de um povoamento de 
European beech. Fonte: Mar: Muller. 
 
Baker (1950), analisando um povoamento, contatou que as árvores 
dominadas representam cerca de 1/4 do volume total em pé e da área de 
folhas. Devido às condições ecológicas desfavoráveis, elas participam na 
produção bruta com uma percentagem inferior, ou seja, de 10%. Mas, como 
gastam alta percentagem do material produzido, cerca de 50%, na própria 
manutenção, a participação delas no incremento total é quase insignificante. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 48 
Esta situação permite a eliminação das árvores pelo desbaste que 
pode melhorar a relação entre a assimilação e a respiração num 
povoamento, o que resulta no aumento do incremento. Mas, isto somente 
ocorrerá caso as remanescentes possam aproveitar a luz, água e nutrientes 
que eram utilizados pelas dominadas. 
Em síntese, o crescimento líquido e bruto diferencia-se no sentido 
de que, o líquido refere-se à diferença entre o peso inicial e o final, sem 
levar em conta as perdas; já o crescimento bruto inclui o crescimento 
líquido mais os tecidos perdidos. 
Da mesma maneira, considera-se fotossíntese líquida como o 
aumento de peso, sem incluir a perda por respiração. Enquanto que, a 
fotossíntese bruta inclui o produto consumido na respiração. 
Na Tabela 04 pode-se observar a variação existente da produção 
líquida e bruta da fotossíntese, em toneladas por hectare e ano, assim como 
o consumo pela respiração, entre diferentes tipos florestais do mundo. 
 
3.1.4 Lei do mínimo em fotossíntese e crescimento 
 
Os diversos fatores envolvidos em um processo complexo como a 
fotossíntese, crescimento ou produção, variam em importância segundo o 
grau em que faltam ou em que são escassos. À medida que a quantidade 
disponível de um elemento distancia-se do último, torna-se o mais 
importante para o processo (Baker, 1950). 
Por outro lado, à medida que aumenta a quantidade de um 
elemento limitante ou escasso aumenta a produção, mas não de forma 
proporcional, como mostra a Lei do Mínimo de Mitscherlich, ilustrada na 
Figura 13. 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 49 
Tabela 4 - Comparação da produtividade de vários tipos florestais do 
mundo, em toneladas/ha/ano. 
Tipo Florestal Local Idade 
(ano) 
Produção 
Líquida 
Consumo 
Resp. 
Produção 
Bruta 
Floresta tropical 
pluvial 
Tailândia - 28,6 94,6 123,2 
Floresta tropical sub-
úmida 
Costa do 
Marfim 
- 13,4 39,1 52,5 
Floresta climax de 
folhosas sempre 
verdes 
S.Kyushu 
Japão 
- 21,6 52,4 73,1 
Floresta secundária 
Castasiopsis cuspidata 
C.Kyushu - 18,7 26,6 45,3 
Floresta densa de 
Cryptomeria japonica 
C.Kyushu 5 29,1 55,0 84,1 
Floresta de 
Chamaecyparis obtusa 
C.Kyushu 45 15,4 23,5 40,9 
Floresta Fagus 
sylvatica 
Dinamarca 25 13,5 8,8 22,3 
Floresta Faxinus 
elesior 
Nova York - 12,6 14,0 26,6 
Floresta Picea abies Dinamarca 40-
45 
18,0 8,5 26,5 
Regeneração densa 
Abies sachalinnensis 
C. Honshu 15 7,4 12,5 19,9 
 
Por outro lado, a Lei do Mínimo de Liebing de 1855, conforme 
Daniel at al. (1982) diz que "quando a rapidez de um processo está 
condicionada a um determinado número de fatores independentes, a taxa do 
processo está limitada pela velocidade do fator de ação mais lenta". 
No entanto, isto é questionável devido a possibilidade de existirem 
fatores de compensação que podem amenizar o efeito do fator limitante, que 
é postulado como sendo a Lei dos Fatores de Compensação. 
 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 50 
 
 
Figura 13 - Representação da Lei do Mínimo de Mitscherlich. Fonte: Baker 
(1950). 
 
Comparando-se as duas Leis do Mínimo, de Liebing e de 
Mitscherlich, deduz-se que a lei de Liebing requer mais CO2 para que a 
produção seja afetada. Por outro lado, a Lei de Mitscherlich indica que a 
incorporação de qualquer fator que se encontra em nível inferior ao ótimo 
ocasionará um aumento em rendimento ou uma redução em algum fator em 
excesso. 
Spiecker (1981) fez uma ampla análise da influência da 
concorrência no povoamento sobre o crescimento das árvores, que é 
diretamente ligado ao desenvolvimento da copa. Desta forma, transcrevem-
se estes aspectos como foi formulado pelo autor. 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 51 
3.1.5 Desenvolvimento da copa em relação a concorrência 
 
O comprimento da copa, seu diâmetro e conseqüentemente sua 
superfície é modificada pela concorrência. São dois os fatores responsáveis 
por essas modificações: 
1. Luz: quanto mais denso o povoamento, tanto menos luz entra 
nas camadas mais baixas do povoamento. Abaixo de certo limite mínimo de 
luz os galhos morrem, dependendo da espécie e do sítio. Existem espécies 
mais tolerantes à sombra e outras menos. 
2. Vento: quando as árvores atingem uma certa altura, o vento 
move as copas e os galhos mais compridos se tocam, podem quebrar no 
contato com os galhos de árvores vizinhas, num período de ventania ou 
tempestade. 
A posição da zona em que os galhos morrem, depende da luz 
disponível. Quanto mais fechado o povoamento tanto mais alta será esta 
zona. Por isso, num povoamento fechado os galhos morrem mais cedo e são 
menores em relação ao comprimento e ao diâmetro, conforme Figura 14. 
 
 
 
Figura 14 - Influência da área de copa e crescimento em altura e diâmetro 
em Pinus radiata. Fonte: Van Larr, 1969. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 52 
3.1.6 Influência do comprimento da copa no crescimento do fuste 
 
O comprimento da copa pode ser definido, em termos absolutos ou 
em percentagem, da altura total, caracterizando um comprimento relativo da 
copa. O problema mais crítico é a definição do início da copa, que pode ser 
definido pela base dos primeiros galhos ainda vivos ou na altura das folhas. 
A definição complica-se ainda mais quando a altura não é a mesma em cada 
lado da árvore, ou quando, o terreno for inclinado, porque a base dos galhos 
no lado superior é mais alta do que no lado abaixo do declive. Para 
comparação dos dados precisa-se definir bem o início da copa. Os efeitos da 
extensão vertical da copa no incremento do fuste podem ser estudados pela 
poda. A poda muda artificialmente o comprimento da copa. O grau de poda 
pode ser definido pela sua altura em termos absolutos, ou em comprimento 
da copa remanescente, tomado em percentagem da altura total da árvore, ou 
em número de nós remanescentes. 
Existem vários resultados experimentais sobre os efeitos do grau 
da poda no incremento em diâmetro e altura das árvores. Os principais 
resultados foram os seguintes: 
a) o incremento em altura é menos afetado pela poda do que o 
incremento em diâmetro; 
b) a intensidade da modificação no incremento depende do grau da 
poda; 
c) quando só os galhos mais baixos são retirados, aqueles que 
ficam na sombra, o incremento podem ser até aumentado, porque a 
produção destes galhos é negativa. 
d) Quanto mais forte for, a poda maior é a redução do incremento. 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 53 
3.1.7 Influência da extensão lateral da copa no crescimento do fuste 
 
A área projetada horizontalmente pode ser verificada pelas 
medições sobre o solo ou por meio de fotografias aéreas. 
a) Medições no solo: existem várias maneiras de determinar a área 
horizontal da copa, projetada sobre o solo, pode ser simplesmente estimada 
e mapeada. Para se obter uma maior precisão na estimativa da área da copa, 
utilizam-se instrumentos para esta finalidade, como os espelhos especiais ou 
aparelhos para medir a inclinação, exemplam o "Suunto". 
O número de raios de medição para cada árvore depende da 
precisão exigida, mas geralmente oito raios produzem resultados 
satisfatórios. A direção desses raios pode ser fixa ou variável. Quando a 
forma da copa é irregular, várias direções são mais adequadas. Osoito 
pontos projetados devem ser escolhidos de tal maneira que as linhas entre os 
pontos representem à margem da copa. A definição da margem da copa é de 
difícil realização. Quando as copas de duas árvores vizinhas se sobrepõem, 
esta área deve ser distribuída entre as duas árvores. Árvores de povoamento 
em diferentes estratos devem ser medidas separadamente. Em alguns 
estudos foram usadas fotografias para determinar a área da copa. 
b) Medição por meio de fotografias aéreas: a determinação da área 
horizontal da copa por meio de fotografias aéreas é um método mais rápido 
do que medições no campo. No entanto, a delimitação da área é difícil, 
porque o solo escuro não fornece um bom contraste contra a copa. A 
sombra prejudica a determinação da área da copa. 
 
3.1.8 Relação entre diâmetro da copa e diâmetro a altura do peito 
 
A medição da área da copa consome muito tempo. Uma variável 
auxiliar para o cálculo desta área é o diâmetro tomado a 1,3 m do solo 
Introdução ao Manejo Florestal 
 54 
(DAP). Vários ensaios sobre a relação diâmetro do fuste e diâmetro de copa 
mostram que existe uma alta correlação entre esses diâmetros; na maioria 
dos casos demonstra ser linear. Alguns cientistas verificaram que o sítio 
também influencia nesta relação. Foi observado que em sítios bons a 
correlação entre esses diâmetros é menor (Weaver et al., 1979). A 
correlação entre o diâmetro de copa e diâmetro do fuste pode ser observada 
na Figura 15. 
 
 
 
Figura 15 - Relação existente entre diâmetro de copa (DC) e diâmetro do 
fuste (DAP) para Araucaria angustifolia. Fonte: Longhi (1980). 
 
Na África do Sul, em plantações de Pinus sp, os desbastes são 
feitos mais fortes nos sítios piores para atingir um diâmetro final desejado, 
porque a concorrência modifica, significativamente, a relação desses 
diâmetros. Quanto mais denso o povoamento, tanto menor é a área das 
copas em relação ao diâmetro do fuste, como pode ser observado na Figura 
Introdução ao Manejo Florestal 
 55 
16. Num povoamento denso, onde crescem mais árvores, o incremento do 
diâmetro do fuste (dap) é menor. 
 
 
Figura 16 - Influência da densidade na relação entre o diâmetro de copa e 
dap. Fonte: Curtis (1971). 
 
Finalmente, essa relação de diâmetro da copa e diâmetro do fuste 
depende da espécie, conforme Stephan (1979). A relação entre diâmetro da 
copa e diâmetro do fuste é o valor mais usado na estimativa de volume e 
concorrência. 
O conhecimento desta relação possibilita o cálculo do número 
máximo de árvores por hectare quando certo diâmetro ou certa distribuição 
de diâmetros é desejado. Esta informação é necessária para calcular o 
número de árvores selecionadas no desbaste seletivo. 
Para estas estimativas podem ser utilizadas as seguintes fórmulas: 
 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 56 
DC = a + b. DAP 
 
AC = 3.1415 / 4. DC2 
 
N/ha = 10000/AC=10.000 / (3.1415/4. (a2+2.a.b. DAP +b2. DAP 2)). 
 
Sendo: DC = diâmetro da copa em metros; DAP = diâmetro a altura do 
peito em centímetros; a, b = constantes; AC = área da copa projetada em 
metros quadrados; N/ha= número máximo de árvores por hectare. 
 
Devido, a variação da relação destes diâmetros e de influências 
incontroláveis como insetos, fungos, etc., estes resultados só devem ser 
usados para estimativas. 
Por meio desta relação pode-se calcular a área basal por hectare 
para uma densidade de copa definida. A densidade de copa pode ser 
definida pela relação entre a soma das áreas de copas e a área total do 
povoamento. Raras vezes a densidade de copa atinge 100%, isto é 
fechamento total do coberto. 
Para isto, podem-se utilizar as fórmulas: 
 
DC = a + b. DAP 
 
G/ha = 100../
22 DDCDAP  
 
Sendo: G = área basal por hectare; D = densidade de copa em percentagem. 
Estes resultados só podem ser usados como valor de estimativa, por causa 
da variação da relação entre dc, dap e D, os quais não se conseguem 
determinar com absoluta precisão. 
 
3.1.9 Relação entre área da copa e incremento em área basal e volume 
 
A produção de madeira em relação a área de copa é um referencial 
de grande valor para justificar a produtividade da árvore. Esta produtividade 
não só depende da espécie e do sítio, mas também da concorrência e da 
Introdução ao Manejo Florestal 
 57 
classe social da árvore. A massa de área da copa geralmente é maior quando 
o sítio é melhor; a densidade é menor, até certos limites; a classe social da 
árvore é mais alta. 
 
3.2 Relação entre incremento do fuste e superfície folhar 
 
Segundo Baker (1950) existe uma relação estreita entre a produção 
de madeira (incremento do volume do fuste) e a superfície folhar. Em média 
este incremento situa-se entre 70 a 180 cm3 de madeira, por metro quadrado 
de superfície folhar. Neste sentido, a produção de tecido novo depende da 
relação da superfície onde se desenvolve a fotossíntese e a superfície onde 
não se desenvolve a fotossíntese, ou seja, os tecidos de crescimento apical e 
superficial circunferencial (gemas-câmbio). 
Um exemplo da importância da superfície folhar sobre o 
incremento em diâmetro e altura de um ensaio de poda é apresentado no 
Figura 05. 
 
Tabela 05 - Efeito de poda de ramos vivos sobre o incremento de "eastern 
White pine" 
Intensidade de poda Diâmetro (cm) Altura (m) 
Sem poda 3,25 22,8 
Poda leve 3,25 23,1 
Poda moderada 3,15 23,1 
Poda forte 2,99 22,1 
Fonte: Baker (1905). 
 
Estes dados demonstram a importância da superfície folhar, e 
tamanho da copa para o crescimento e, por fim para a produção de madeira 
para qualquer tipo de utilização. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 58 
Nas florestas tropicais, Dawkins (1958) assinala a importância do 
tamanho de copa com relação ao manejo, tendo como base a regeneração 
natural, que mantém na prática a seguinte ordem de dependência: 
 
ESPAÇAMENTO 
 
TAMANHO DA COPA 
 
SUPERFÍCIE FOLHAR 
 
INCREMENTO DE FUSTE 
 
3.3 Fases do crescimento 
 
O crescimento da árvore pode ser dividido em três fases, veja 
Figura 17, conforme discriminação abaixo: 
a) período inicial (a) ou jovem, de crescimento lento, mas 
crescente; 
b) período de incremento rápido (b), crescimento rápido; 
c) período de maturação (c), crescimento lento, diminuindo. 
As três fases formam uma curva do tipo "S" ou sigmóide, que 
caracteriza qualquer tipo de crescimento de um organismo ou comunidade 
vegetal. 
 
Introdução ao Manejo Florestal 
 59 
 
Figura 17 - Relação do crescimento com o tempo 
 
3.3.1 Crescimento e incremento 
 
Este assunto é apresentado resumidamente por Burger (1976), 
como a seguir, foi visto anteriormente que a produção líquida resulta no 
crescimento da árvore em tamanho, volume e peso. Isto é a resposta do 
crescimento das folhas, galhos, fuste e raízes. Para o manejo, como 
resultado, interessa é a produção de madeira. 
O incremento é aumentado de um elemento dendrométrico 
(diâmetro, altura, volume e peso), dentro de um determinado intervalo de 
tempo. Este incremento pode ser medido: 
ICA - Incremento corrente anual, isto é, o incremento de um 
determinado ano; 
IP - Incremento periódico, isto é, o incremento durante um 
determinado período; 
Introdução ao Manejo Florestal 
 60 
IPA - Incremento periódico anual, isto é, o incremento médio 
durante um determinado período; 
IMA - Incremento médio anual, isto é, incremento médio a partir 
da idade zero até uma determinada idade. 
A Tabela 6 contém dados sobre crescimento de uma Araucaria 
angustifolia de Monte Alegre-PR, os cálculos do ICA e IMA em altura 
(Burger, 1976). 
 
Tabela 6 - Crescimento e Incremento em altura de uma Araucaria 
angustifolia, em metro. 
Idade 
 (ano) 
Altura 
m 
Altura 
ICA 
Altura 
IMA 
Idade 
 (ano) 
Altura 
m 
Altura 
ICA 
Altura 
IMA 
1 0,58 0,58 0,58 10 12,38 0,98 1,24 
2 1,32 0,74 0,66 11 13,08 0,70 1,19 
3 2,42 1,10 0,81 12 13,88 0,80 1,16 
4 3,751,33 0,94 13 14,55 0,67 1,12 
5 5,60 1,85 1,12 14 15,08 0,53 1,08 
6 7,30 1,70 1,22 15 15,30 0,28 1,02 
7 9,05 1,75 1,29 16 15,50 0,20 0,97 
8 10,28 1,23 1,29 17 15,88 0,38 0,93 
9 11,40 1,12 1,27 18 16,00 0,12 0,89 
Fonte: Burger, 1976. 
 
As Figura 18 e 19 mostram a forma típica da curva de crescimento 
em altura. O incremento é sujeito à oscilação conforme as condições 
climáticas do ano corrente e anterior, que pode ser eliminada por meio 
ajuste de função, do que se obtêm as curvas típicas da IMA e ICA em 
altura. 
Introdução ao Manejo Florestal 
 61 
 
 
Figura 18 - Curva típica de crescimento 
 
 
 
Figura 19 - Curvas típicas de incremento 
Introdução ao Manejo Florestal 
 62 
Qualquer processo biológico pode ser descrito pelo mesmo tipo de 
curva. Isto se refere não só ao crescimento de organismos inteiros, mas 
também ao crescimento de partes do mesmo. Para o ramo florestal, em 
princípio, isto significa que o crescimento do volume, da altura, do diâmetro 
de árvores e de povoamentos pode ser descritos com o mesmo tipo de curva. 
A curva de crescimento mostra os valores atingidos até uma 
determinada idade. A curva tem forma típica de um S, como foi visto 
anteriormente, começa no ponto zero (0) com crescimento lento, passando a 
ser mais íngreme, até um ponto de inflexão. Depois da inclinação da curva 
ou do ponto de inflexão, a curva diminui a ascendência e, finalmente 
aproxima assintoticamente do valor final. 
A curva de ICA é a primeira derivada de curva do crescimento. Ela 
mostra a inclinação da curva do crescimento, isto é, o aumento do elemento 
analisado dentro de intervalos fixos. A forma é semelhante a da curva de 
Gauss. Ela tem dois pontos de inflexão PI (1) e PI (2) e um ponto de 
máxima. Até o primeiro ponto de inflexão a curva é convexa à abcissa, 
pode-se chamar esta fase de juventude. Na fase de pleno vigor entre os dois 
pontos de inflexão a curva é côncava e depois do segundo ponto de 
inflexão, isto é, na fase de decadência a curva é de novo convexa. A curva 
do ICA é assimétrica subindo rapidamente até o máximo e diminuindo 
suavemente. 
A curva da IMA mostra o incremento médio anual até uma 
determinada idade, isto é, o valor atingido pela curva de crescimento nesta 
idade dividido pelos anos de idade. A curva da IMA é do mesmo tipo como 
a do ICA. Porém, ela sobe suavemente, atinge o seu ponto máximo, onde se 
cruza com a curva do ICA e desce também mais suavemente. Este fato pode 
ser provado mediante cálculo diferencial. 
As seguintes equações mostram as relações entre as curvas: 
Introdução ao Manejo Florestal 
 63 
- Curva do crescimento (Y): 
 Y = f (t) 
- Curva do Incremento Corrente Anual 
 ICA = f (t) 
- Curva do Incremento Médio Anual 
 IMA = f (t) 
Sendo: Y = o valor atingido do elemento analisado; t = idade; ICA = 
iIncremento corrente anual; IMA = incremento médio anual. 
 
3.4 Crescimento individual de árvores 
 
3.4.1 Crescimento longitudinal 
 
A experiência obtida na Europa e África do Sul tem demonstrado 
que dentro de um "grau razoável" de desbaste, o crescimento longitudinal 
(altura), não é afetado pela densidade do povoamento (Hiley, 1959). Em 
geral, o excesso de densidade parece ter pouco efeito sobre o crescimento 
longitudinal, a menos que: 
a) O excesso de densidade seja tão grande que produz a estagnação 
do crescimento; 
b) O povoamento chegue a ser tão ralo, que as árvores estejam 
expostas a tensões excessivas no fuste por ocasião do vento, o que conduz o 
crescimento mais para a parte inferior do fuste e raízes, isto, para que as 
árvores alcancem maior estabilidade. 
Por esta razão, o silvicultor pouco pode influir sobre o crescimento 
longitudinal, mediante o desbaste. As árvores têm um padrão inerente de 
crescimento em altura, determinado por fatores genéticos do indivíduo e da 
espécie. A taxa de incremento e a altura total alcançada são em grande parte 
determinadas pela qualidade do sítio em que cresce a árvore de uma 
Introdução ao Manejo Florestal 
 64 
determinada espécie. Isto não se refere os povoamentos inequiâneos 
manejados em regeneração natural, que estão sob influência de competição. 
É muito difícil demonstrar que o excesso de densidade estimula o 
crescimento em altura, como é considerado por alguns florestais. Entretanto, 
é fácil demonstrar que o crescimento em altura é maior, em comparação ao 
crescimento em diâmetro, sob condições de excesso de densidade. 
Aparentemente sob estas condições de intensa competição relacionada com 
excesso de densidade, as árvores sacrificam o crescimento diametral em 
favor do crescimento longitudinal. 
Alguns investigadores, entretanto, têm observado efeitos da 
mudança de densidades sobre o crescimento longitudinal. Em alguns casos 
aumenta e em outros diminui. Em casos de excesso extremo de densidade, o 
crescimento em geral pode estagnar-se e, por suposto, o crescimento 
longitudinal é afetado. 
 
3.4.2 Crescimento diametral 
 
O crescimento diametral de árvore individual é afetado 
normalmente pela densidade é muito sensível às mudanças causadas pelos 
desbastes. O crescimento diametral determina o grau de aproveitamento da 
madeira. Por estas duas razões o crescimento diametral é muito importante 
para o silvicultor. As árvores dominantes respondem em melhor grau as 
mudanças de densidade, já que estão numa posição mais favorável para 
competir com as demais, pela luz, umidade e elementos nutritivos. 
Somente aquelas árvores que tenham sido restringidas pela 
competição devem responder a desbaste com aumento de crescimento 
diametral. O grau de competição varia segundo a densidade, portanto, um 
maior número de árvores será restringido à medida que aumenta a 
Introdução ao Manejo Florestal 
 65 
densidade. As árvores que vão se desenvolvendo mais, as dominantes, com 
maior altura e tamanho de copa, serão as últimas a sofrerem as 
conseqüências do aumento de densidade até um grau excessivo. 
A distribuição do crescimento diametral em diferentes partes do 
fuste varia com o peso da copa e tensões no fuste provocado pelo vento, o 
que está relacionado com densidade. Com maior peso de copa e tensão, o 
crescimento diametral orienta-se até às partes inferiores do fuste, para 
fortalecer a base. Isto afeta diretamente a forma do fuste, o que demonstra a 
relação entre a forma e a densidade. Geralmente, com maior densidade a 
forma do fuste é melhor. 
Em sítios de qualidade inferior, todo o crescimento é menor. 
Entretanto, não se sabe se o crescimento diametral é afetado mais que o 
crescimento em altura, que varia segundo a tolerância da espécie à sombra. 
Nas espécies heliófilas, o crescimento diametral é afetado em menor grau 
que o crescimento longitudinal, por outro lado, nas espécies umbrófilas 
sucede o contrário. 
 
3.4.3 Crescimento volumétrico 
 
O crescimento volumétrico é o resultado da combinação do 
crescimento longitudinal e diametral. O crescimento longitudinal é mais 
importante durante a juventude, e o crescimento diametral é mais 
importante até a madurez. Durante a maior parte do ciclo o efeito do 
crescimento diametral é maior. 
O crescimento volumétrico da árvore individual está sujeito ao 
controle silvicultural, já que depende na maior parte do crescimento 
diametral, muito sensível a densidade do povoamento. Como conseqüência, 
o crescimento volumétrico pode ser controlado em grande parte mediante a 
Introdução ao Manejo Florestal 
 66 
manipulação do espaçamento, isto quer dizer, com o desbaste. O 
crescimento volumétrico depende também da forma da árvore, a qual 
também é afetada pela densidade como já foi mencionado. 
 
3.4.4 Crescimento de valor - “Crescimento econômico” 
 
O crescimento de valor da árvore depende de fatores, tais como: 
mercado, preço, métodos de utilização e outros fatores econômicos, tanto 
como, de fatores biológicos. Há dois aspectos fundamentais que podem

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