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PROCESSO PENAL PRISÕES, MEDIDAS CAUTELARES, LIBERDADE PROVISÓRIA, AÇÃO PENAL. RETOMANDO ALGUNS CONCEITOS DE DIREITO PENAL FATO ATÍPICO: não se encontra reconhecido como crime no CP. EXCLUSÃO DA ILICITUDE: art. 23, I, II, III, CP. EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE: inimputabilidade, desconhecimento da ilicitude, inexigibilidade de conduta diversa. DOSIMETRIA DA PENA: 1 - Fixação da pena base (art. 59, CP); 2 - Atenuantes e agravantes (arts. 61, 62, 65, 66, CP); 3 - Causas de diminuição e aumento de pena (arts. 59, 60, CP e 387 CPP). MEDIDAS CAUTELARES PENAIS: ➢ Não existe ação cautelar como no direito civil. ➢ Medidas cautelares são incidentes, não possuem a forma de um processo. ➢ São taxativas, devem estar previstas na lei. TEM COMO OBJETIVO ACAUTELAR 5 COISAS: Pontua-se que o princípio constitucional de presunção de inocência até o trânsito em julgado não é absoluto, podendo ser relativizado pelo uso das PRISÕES CAUTELARES. PRISÕES CAUTELARES Preventiva Temporária Em flagrante (considerada prisão cautelar pela doutrina tradicional, mas Aury Lopes Jr. Entende que é uma prisão pré-cautelar) ➢ PRESSUPOSTOS: A) Fumus commissi delicti (probabilidade de ocorrência de um delito) Este princípio do fumus commissi delicti pretende verificar se há prova da materialidade do fato – ou seja, prova de que o crime aconteceu – e se há indícios de autoria. B) Periculum libertatis (perigo que decorre da liberdade do imputado). Este princípio está fundado na necessidade de garantia da ordem pública (reincidência ou se é propenso a praticar crimes); garantia da ordem econômica, garantia de aplicação da lei penal (chances ou suspeita de fuga), conveniência da instrução criminal (fundado risco de que de alguma forma o acusado possa impedir a produção de provas). - art. 312 do CPP. A ausência de fumus commissi delicti e periculum libertatis enseja na cessação da prisão e na imediata soltura do imputado. AS PRISÕES CAUTELARES DEVEM SER A ultima ratio DO SISTEMA (art. 282 §§5° e 6°). Alterações do Pacote Anticrime: ➢ O juiz não pode atuar de ofício (nem por medidas cautelares, nem prisões cautelares) – Art. 282 §2°, CPP. No entanto a liberdade pode ser decretada de ofício. Quando o juiz receber um pedido de prisão cautelar, a parte contrária deve ser intimada para se manifestar em 5 dias. A prisão cautelar deve estar pautada no princípio da provisionalidade, pois são medidas situacionais que tutelam uma situação fática. Está autorizada a substituição de medidas por outras mais brandas ou mais graves. Há de se respeitar ainda o princípio da atualidade ou da contemporaneidade. Pois para que seja decretada uma prisão preventiva o periculum libertatis deverá ser atual. Toda prisão cautelar deve atender ao princípio da provisoriedade, pois toda prisão cautelar deve(ria) ser temporária. O art 316, parágrafo único do CPP (inserido pela Lei 13964/19) trata sobre o dever de revisar a prisão preventiva pelo juiz a cada 90 dias. No entanto, há um julgado do STF que diz que a inobservância do prazo de 90 dias não implica automática revogação da prisão preventiva. processo pena sociedade e sistema financeiro investigação vítima PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI 7960/89) É a mais precária das cautelares, investigatória, acautela a investigação. É decretada pelo juiz em face de representação da autoridade policial (ouvido o MP – art.2°) ou requerimento do MP. Não se admite fiança. Cuidado: na prisão preventiva o preso fica à disposição do judiciário, já na prisão temporária, o preso fica à disposição da polícia. Esta modalidade de prisão possui PRAZO: 5 dias do dia que se efetiva a prisão (conta o dia do início e não conta o dia do fim = prazo penal). Pode-se prorrogar a prisão TEMPORÁRIA por mais 5 dias, totalizando 10 dias. CUIDADO: lei dos crimes hediondos (8.072) permite a prisão temporária por 30 + 30 dias. O PRAZO É INEXORÁVEL! TRATA=SE DE UM LIMITE ABSOLUTO: CRIMES NORMAIS 5 dias (prorrogável + 5) = 10! CRIMES HEDIONDOS 30 dias ( ‘’ +30) = 60! Obs: supondo que uma pessoa foi presa temporariamente por 10 dias face a um delito de homicídio simples e, por novo fato, passa a responder pelo delito de homicídio qualificado. Neste caso a pessoa poderá ter sua prisão temporária por mais 50 dias. No entanto, mesmo que o TIPO mude, se não houver FATO NOVO não mudará o prazo da prisão temporária. Após o prazo o investigado é posto imediatamente em liberdade, a não ser que já tenha sido decretada sua prisão preventiva. PRISÃO EM FLAGRANTE (ART. 301 CPP) Esta prisão é aplicada tanto do inquérito policial quanto judicial. A validade do flagrante tem relação com a prisão, mas não com as provas documentais que se produz, sendo estas válidas, mesmo quando o flagrante não for. A decisão que decreta a prisão preventiva deve ser substancialmente fundamentada. O prazo desta modalidade de prisão é indeterminado podendo se estender até a sentença, pois a partir do trânsito em julgado a natureza jurídica se altera. ➢ OBS: havendo o convencimento da inocência do réu, que se manteve preso durante toda a instrução e decretada a sentença condenatória, o juiz não poderá inovar e “soltar” p réu, pois sua jurisdição estará esgotada. Somente o tribunal poderá soltá-lo. Conforme o entendimento de Aury, o flagrante é uma medida precária de mera detenção. É precária porque pode ser adotada por qualquer pessoa (autoridade policial ou até particulares). Alguns autores, como Aury defendem que a prisão em flagrante é uma medida pré-cautelar. É pré-cautelar porque, o flagrante não objetiva atender o resultado final do processo, mas tão somente colocar o detido à disposição do juiz para que se possa adotar uma verdadeira medida cautelar (como a prisão preventiva). MODALIDADES LEGAIS DE PRISÃO EM FLAGRANTE: 1. PRÓPRIO (REAL): art. 302, I e II CPP: PRATICANDO ou ACABOU de praticar, sendo encontrado no local do fato. O agente é surpreendido PRATICANDO o delito. Ou seja, o agente é surpreendido durante o iter criminis, praticando a conduta descrita sem, contudo, tê-lo percorrido integralmente. Como quando o agente é preso enquanto subtrai coisa alheia móvel (art. 155, CP) Quando, após percorrido o iter criminis, o agente é surpreendido. Neste caso não há lapso temporal relevante entre a prática do crime e a prisão. 2. IMPRÓPRIO (QUASE FLAGRANTE): art. 302, III, CPP: O agente é PERSEGUIDO, logo após a prática da infração penal, em situação que se faça presumir que ele seja o autor do delito; Quanto a perseguição, verifica-se a exigência de uma CONTINUIDADE, em que o perseguidor vai atrás do suspeito, ainda que nem sempre se tenha contato visual. Quanto ao requisito temporal “logo após”, percebe-se que há um lapso exíguo entre o início da perseguição após a prática do crime. Quanto a situação, vê-se que o dispositivo é uma afronta ao princípio constitucional da presunção de inocência, pois faz com que a autoria seja presumida. 3. FLAGRANTE PRESUMIDO (FICTO): art. 302, IV, CPP: O agente é ENCONTRADO logo após, com instrumentos armas objetos ou papeis que façam com que se presuma ser ele o autor dos fatos. Neste caso, há um lapso temporal entre o delito e o ato de encontrar. CUIDADO: para que exista o flagrante o ENCONTRAR deve estar vinculado ao delito. CUIDADO: Supondo que após a subtração de um veículo, o autor é detido por acaso em barreira rotineira do polícia. Neste caso há delito, mas não há flagrante. CUIDADO: A receptação, como crime permanente, justifica a incidência do art. 303 CPP. No entanto, não há crime de receptação quando o próprio autor do furto está na posse dos objetos subtraídos, pois a posse é o exaurimento impunível do crime de furto. OUTRASESPÉCIES DE FLAGRANTE: 1. PROVOCADO (PREPARADO): art. O agente é induzido a praticar uma infração penal, mas aquele que induziu acaba tomando todas as precauções para que o crime não seja consumado, tratando-se de modalidade de crime impossível, sendo este um flagrante ILEGAL. Logo, não há responsabilidade penal. (Súmula 145 STF – crime impossível). Cuidado: não se pune ato preparatório!! 2. ESPERADO: Ocorre quando se aguarda a consumação do delito para que o agente seja preso. (válido); 3. FORJADO Ocorre quando se cria situação para incriminar o agente, que acaba sendo vítima de um abuso de autoridade. Ex.: policiais implantam drogas. (ilegal e criminoso) 4. RETARDADO (Lei 11.343/2006 e Lei 12.850/2013) Ocorre por autorização judicial. Espera-se um momento mais adequado, após coletar um arcabouço probatório suficiente para se fazer a prisão em flagrante. Ex: agente infiltrado em organizações criminosas (válido). PROCEDIMENTO DO FLAGRANTE No encerramento do APF, este deverá ser encaminhado ao juiz em um prazo de até 24h, que possuirá 24h para marcar uma audiência de custódia. Em audiência de custódia, o juiz poderá tomar algumas atitudes, previstas no art. Opções do magistrado: ➢ Relaxar o flagrante: reconhecer a ilegalidade do flagrante e relaxar a prisão, tornando-a nula. ➢ Converter o flagrante em prisão preventiva: mudará a natureza jurídica da prisão. É feita de ofício! ➢ Conceder liberdade provisória (com ou sem fiança). Novidades trazidas pelo Pacote Anticrime: • É possível a concessão de liberdade provisória quando se constatar alguma hipótese de excludente de ilicitude (art 23, CP). • É possível que se denegue a liberdade nos seguintes casos: a) reincidência; b) integrante de organização criminosa ou grupos armados; c) se estiver portando arma de fogo de uso restrito. OBS: art. 304, §4°, CPP: No APF deve constar informações sobre filhos, idades, deficiência, nome e contato de responsável. Este dispositivo foi alterado com intuito de dar assistência aos dependentes do preso. FLAGRANTE EM CRIME PERMANENTE: em qualquer momento a pessoa estará em flagrância. Ex.: posse de arma de fogo, tráfico de drogas, extorsão mediante sequestro. (CRIMEEE) FLAGRANTE EM CRIME CONTINUADO: cada ato é considerado isoladamente, sendo assim o flagrante só pode ser reconhecido em cada um dos X atos que ocorrerem, chama-se de flagrante fracionado. Ex: um funcionário que tira 10 reais por dia do caixa por 10 dias. (CRIME CRIME CRIME) FLAGRANTE EM CRIME HABITUAL: só há flagrante se houver prova robusta da habitualidade, se não, não. FLAGRANTE EM CRIMES FORMAIS: o momento do flagrante é no momento da ação do tipo. Ex: um funcionário público exigiu 5 mil reais para realizar algo, o momento do flagrante é quando ele EXIGIU e não no momento do ato ou da entrega do dinheiro. Outro EX: crime de usura: solicitar é o que basta para classificar o crime de usura. Sendo assim, há prova produzida quando se entrega o dinheiro, mas não há flagrante e sim mero exaurimento do crime. IMUNIDADE AO FLAGRANTE: IMUNIDADE ABSOLUTA: • Presidente • Diplomatas IMUNIDADE RELATIVA: Aqui somente se admite flagrante por crime INAFIANÇÁVEL • Juízes, Promotores, (...) • Parlamentares PRISÃO PREVENTIVA É possível prisão preventiva em qualquer momento do processo. Deve ser requerida pela autoridade policial ou pelo MP. O juiz não pode decretar de ofício. CUIDADO: Lei maria da penha autoriza a prisão preventiva decretada de ofício. Só caberá prisão preventiva quando não couber nenhuma outra medida cautelar diversa da prisão (art. 319, CPP) Não possui prazo! No entanto, há uma nova redação do art. 316 parágrafo único, CPP = o juiz deve rever a prisão preventiva a cada 90 dias. Se não foi feito a prisão torna-se ilegal. No entanto, os tribunais superiores entendem não ser caso de nulidade. PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DA PREVENTIVA: A prisão preventiva é medida EXCEPCIONALISSIMA! ➢ Assegurar a aplicação da lei penal CUIDADO: Na Maria da penha deve haver o descumprimento da cautelar para decretar a prisão preventiva. (o juiz está vinculado.) OBS: No caso das pessoas com dupla nacionalidade, somente o fato da haver a dupla nacionalidade não autoriza a prisão preventiva. ➢ Garantia da ordem pública Este motivo sustenta 80% das prisões preventivas do Brasil. Traduz grande subjetividade nas decisões dos juízes. Diferentemente da prisão temporária, aqui na PREVENTIVA o juiz poderá revogar a prisão a qualquer tempo, desde que haja FATO NOVO para fundamentar. Alterações no pacote anticrime: O juiz antes podia decretar cautelares de ofício na fase judicial, com o pacote anticrime o legislador faz desaparecer do texto a parte do “de ofício”. Agora o MP poderá requerer a prisão a qualquer tempo. O juiz não pode decretar prisão preventiva por fatos que não sejam novos ou contemporâneos. CABIMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA: Basta atender uma das seguintes hipóteses (não são requisitos cumulativos): o Crime DOLOSO com pena máxima maior que 4 anos; o Reincidência em crime doloso; o Violência doméstica e familiar contra pessoa vulnerável (mulher, criança, idoso, pessoa enferma etc.); o Se houver dúvida sobre a identidade civil. NÃO CABE PRISÃO PREVENTIVA EM CONTRAVENÇÃO PENAL!!! LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA (ART. 5°, LXVI, CF E ART. 310, III, CPP) HIPÓTESES DE CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 1. Quando não couber prisão preventiva; 2. Mesmo que caiba prisão preventiva, quando houver fundada tese de excludente de ilicitude; A FIANÇA PODE SER ESTIPULADA TANTO PEL O DELEGADO DE POLÍCIA QUANTO PELO JUIZ : - Se o crime tiver pena inferior a 4 anos, o delegado de polícia poderá oferecer fiança. - O juiz poderá arbitrar fiança em qualquer situação. A fiança é uma contracautela, não uma cautela propriamente dita. Todos os crimes são afiançáveis, exceto aqueles que pela espécie não seja e aqueles que a pena máxima não seja superior a 4 anos. Se um flagrante não é homologado, a fiança deverá ser devolvida. No mesmo sentido, se o flagrante não é homologado o juiz não poderá aplicar nenhuma outra medida cautelar No momento da lavratura de um auto de prisão em flagrante, o delegado não possui arbitrariedade para decidir sobre o mérito. Assim, não cabe a ele definir se se trata de crime minorado ou não, basta verificar se o tipo admite ou não fiança. CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO (ART. 319 CPP) Estas cautelaras de não prisão vinculam o sujeito a algo. Alguns doutrinadores entendem que o flagrante não prende por si só. No entanto este entendimento não é verdadeiro, tendo em vista que A LIBERDADE PROVISÓRIA é uma LIBERDADE VINCULADA, pois o indivíduo estará cumprindo uma outra medida cautelar. • Comparecimento periódico em juízo • Proibição de acesso frequência em determinados lugares; • Proibição de manter contato com pessoa determinada; • Proibição de se ausentar da comarca; • Recolhimento domiciliar no período noturno; • Suspensão do exercício de função pública, ou de atividade de natureza economia/financeira, quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais. • Internação provisória nas hipóteses internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi- imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; • Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; • monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). AÇÃO PENAL • Princípio da correlação: No crime não há espaço para ojuiz devolver para o MP corrigir a denúncia. Ou o juiz aceita a denúncia ou não. Há a possibilidade de o juiz enviar ao MP para que realize aditamento da denúncia. No entanto, quando isso ocorrer não poderá ser o mesmo o juiz a receber a denúncia posteriormente. Assim, o novo juiz poderá admitir ou não os acréscimos. Se por acaso o juiz realizar alterações na denúncia, o advogado da parte deverá PROTESTAR. • Princípio da admissibilidade: Mesmo que o MP SUGIRA pela absolvição, o juiz não está vinculado a ele e seu entendimento independe do entendimento do MP. (art. 385, CPP). Da mesma forma, não pode o MP desistir da ação proposta. • Princípio da obrigatoriedade da ação penal: No momento que se percebe um fato típico antijurídico e culpável, o MP deve denunciar. Sendo assim, descabe qualquer julgamento preliminar. Não pode o MP fazer um acordo para evitara ação. Exceção: ANPP (art. 76 Lei 9.099) • Princípio da oportunidade/conveniência: Trata-se da oportunidade de propor ou não propor uma ação penal. É o caso, por exemplo, da bagatela, que deve ser analisada no campo da culpabilidade e não da tipicidade, a fim de que seja analisado os fatos atinentes ao sujeito e não ao tipo. Este princípio não afronta o livre convencimento já que está submetido ao controle externo. Na ação penal privada este princípio pode ser aplicado de acordo com a conveniência do ofendido em oferecer a queixa crime ou não. • Princípio da indisponibilidade: É decorrente da obrigatoriedade. Depois que a ação é proposta não se permite recluir (MP) ou retroceder (juiz). Ainda que se trate de uma substituição em que o promotor substituto não concorde, o recurso será enviado, mesmo que em sentido contrário. Exceção: após o oferecimento da denúncia, se o crime tiver pena mínima cominada igual ou menor do que 1 ano, o MP poderá oferecer ação condicional do processo (art. 89, Lei 9.099) A disponibilidade é princípio da ação penal privada. Pois o indivíduo pode desistir do processo por meio do PERDÃO ou da RENÚNCIA (art. 49 e 51, CPP) OBS: o perdão e a renúncia são causas de extinção da punibilidade (art. 107, CP) Cuidado com o seguinte caso: digamos que existam 2 réus (A e B) em um processo de difamação que eu, ofendida ofereci queixa crime. No meio do processo eu posso perdoar A e não perdoar B. O perdão é oferecido a ambos (A e B). Pode, ainda, A não aceitar o perdão e B aceitar. Neste caso, A segue respondendo como réu e B está “livre”, pois extinta estará a sua punibilidade. Cuidado: a vítima não pode escolher contra quem irá propor a ação. AÇÃO PENAL PÚBLICA ➢ Titular da ação > Ministério Público. ➢ Denúncia AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: É a regra. Basta a justa causa (indícios de autoria e materialidade) para que o promotor ofereça a denúncia. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: ➢ Condicionada à representação do ofendido: são aplicadas em crimes leves, na qual o interesse não é somente do estado, mas também do indivíduo (como no crime de ameaça, lesão corporal leve/culposa). PRAZO DECADENCIAL PARA INTERPOR: 6 MESES! ➢ Condicionada à requerimento do Ministro da Justiça (quando há também interesse político, ex.: quando alguém comete o crime de calúnia contra presidente da república) AÇÃO PENAL PRIVADA ➢ Titular > ofendido. ➢ A vítima deve ofertar queixa crime por meio de um advogado. ➢ Crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria). Quem formula proposta de transação penal é o titular da ação (no caso da pública = MP). No entanto o querelante não pode oferecer. AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA: Se o ofendido não ofertou a queixa crime e veio a falecer, assumirá o direito de oferecer queixa crime na ação penal privada propriamente dita, na seguinte ordem: o cônjuge, ascendente, descendente, irmãos (CADI). No caso da ação penal privada, decai em seis meses o direito do ofendido para oferecer a queixa crime, a contar do dia do conhecimento da autoria do crime. AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA: Neste caso se a vítima vem a falecer, extingue a punibilidade do criminoso (só há uma possibilidade no BR. > ocultação de impedimento ao casamento) AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: Prevista no artigo 5°, LIX, CF. No intuito de evitar omissões por parte do estado. Após o Inquérito Policial chegar ao MP, se já houver justa causa (indícios de materialidade/autoria), o Promotor terá um prazo para realizar a denúncia: SOLTO 15 DIAS PRESO 5 DIAS Lei de drogas (art. 54) 10 DIAS Após este prazo abre a possibilidade de a vítima, com seu advogado, oferecer a peça acusatória por meio da queixa crime. ➢ O prazo do MP conta da seguinte forma: CONTA o dia de início e NÃO conta o dia final. Se o dia seguinte cair em dia não útil, prorroga-se para um dia útil. ➢ Já o prazo de seis meses para a vítima oferecer a queixa crime subsidiária da denúncia: Se inicia no primeiro dia da contagem e deixa-se de contar o dia final. No entanto, se o dia final não for dia útil, antecede- se. A ação continua a ter natureza pública, o que muda é a iniciativa. Durante o prazo para o ofendido oferecer a queixa crime, a Após oferecida a pela acusatória pela vítima, o juiz poderá provocar o MP para manifestar-se. Neste momento, o Promotor poderá: ➢ Aditar a queixa; ➢ Corrigi-la; ➢ Rejeitá-la (sendo obrigado a oferecer a denúncia); ➢ Concordar com ela e a ratificar/retificar a denúncia. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL A proposta parte do promotor. O silêncio no momento do flagrante não pode obstaculizar o oferecimento do acordo de não persecução penal. Se for oferecida a denúncia sem ANPP não cabe mais, mas os casos que estavam em andamento quando o ANPP foi instituído se aplica o oferecimento de ANPP após o oferecimento da denúncia. CONFISSÃO CIRCUNSTANCIADA Neste caso o professor pensa de forma diferente do doutrinador Aury Lopes Jr., pois entende que é necessário confessar o fato e a culpa para obtenção de um acordo. Para Aury, basta que o acusado admita, aceite como verdadeiros os fatos narrados na denúncia, sendo desnecessário que assuma a prática de um crime, mas apenas a ocorrência dos fatos. Dia do recebimento do IP (segunda) Início do prazo p/ oferecer a denúncia (segunda) Quinze dias úteis Início do prazo para queixa crime (um dia após o fim do prazo do MP) Fim do prazo decadencial para propor queixa crime. Retorna p/ titularidade exclusiva do MP Seis meses (sem interrupção) Fim do prazo exclusivo do MP
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