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PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
 
Conceito, Funções e Natureza Jurídica 
o Conceito: Prisão em flagrante é medida de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção 
daquele que está em situação de flagrância e que independe de prévia autorização judicial para ser executada. 
o Funções da Prisão em Flagrante 
o (1) auxiliar na colheita de elementos informativos; 
o (2) evitar a fuga do sujeito; e 
o (3) evitar a consumação ou o exaurimento do delito. 
 
o Natureza Jurídica da Prisão em Flagrante 
o Prisão administrativa (Walter Nunes da Silva Jr.) 
 Porque, embora possa ser originada até mesmo por um ato popular, de qualquer do povo, ela é assegurada 
pela autoridade policial, independendo de autorização judicial, de ordem escrita do juiz. 
o Medida pré-cautelar (Auri Lopes Jr.) 
 Quando o juiz é comunicado da prisão em flagrante, cabe a ele decidir sobre a necessidade ou não de 
manutenção da prisão, não bastando a situação de flagrância para a perpetuação da constrição. 
 O juiz ao receber o APF legal deve convertê-lo em prisão preventiva (prisão cautelar) ou conceder a liberdade 
provisória (medida cautelar), por isso o autor entende que a prisão em flagrante tem natureza pré-cautelar. 
 Essa posição já foi cobrada em concurso. 
o Prisão cautelar, entre as medidas cautelares (Mirabete, Tourinho Filho) 
 Porque exige a atividade posterior do juiz, mas já é título autônomo e suficiente para manter o acusado preso 
até o julgamento final, desde que presentes os requisitos para a prisão preventiva. 
 Foi a posição prevalente, pelo menos até a Reforma de 2011. Apesar de a corrente que considera que a 
prisão em flagrante tem natureza jurídica pré-cautelar ter aumentado com a reforma do CPP, a corrente 
majoritária ainda é a de natureza cautelar da prisão em flagrante. 
 
o Impacto da Reforma de 2011 (Lei 12.403/2011) 
 Ninguém mais pode ser mantido preso por conta de uma anterior prisão em flagrante. 
 A prisão em flagrante é apenas um instrumento viabilizador de uma medida cautelar, podendo esta ser o 
decreto de prisão preventiva ou a concessão de liberdade provisória. 
 Antes, a jurisprudência sempre entendeu que o juiz, ao ser comunicado de uma prisão em flagrante, não era 
obrigado a se manifestar fundamentadamente quanto à concessão de liberdade provisória, devendo apenas 
verificar a legalidade ou não da prisão. 
 Diante disso, os juízes simplesmente atestavam a ordem ou não do flagrante, e aguardava eventual pedido 
de liberdade provisória. 
 A doutrina criticava, diante do art. 5º, LXVI: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória com ou sem fiança”. 
 Agora passa a ser obrigatória essa análise pelo juiz do cabimento da liberdade provisória (art. 310): 
 (1) relaxa a prisão, no caso de ilegalidade (ex.: situação não era de flagrante; não observou-se 
formalidade na lavratura do APF). 
 (2) concessão da liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 310, III, CPP), medida que pode 
ser cumulada com uma ou mais medidas cautelares do art. 319 do CPP (ex.: servidor público 
flagrando em concussão ou corrupção passiva; juiz concede liberdade provisória com fiança e 
suspensão do exercício da função pública). 
 (3) converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, de forma fundamentada, quando as 
medidas cautelares diversas da prisão forem inadequadas ou insuficientes (art. 310, II, CPP). Pode 
ser que caiba, subsidiariamente, prisão temporária. 
 
 
 
 
Sujeitos da Prisão em Flagrante 
o Sujeito Ativo (art. 301 CPP) 
o O sujeito ativo da prisão em flagrante é aquele que efetua a prisão do cidadão. 
o Pode ser qualquer pessoa, integrante ou não da força policial. 
o Não se confunde com a figura do condutor, que é a pessoa que apresenta o preso à autoridade que lavrará o auto 
de prisão em flagrante, embora na maioria dos casos haja coincidência. 
o Ex.: cidadão prende sujeito, e um terceiro conduz o preso à autoridade policial para lavratura do APF. 
o Flagrante Obrigatório / Compulsório / Coercitivo 
 É aquele que se aplica à autoridade policial, seja polícia civil, militar, rodoviária, ferroviária, desde que em 
serviço, pois aqui há a obrigação de efetuar a prisão em flagrante. 
 Diz-se que a autoridade policial age aqui no estrito cumprimento de dever legal. 
o Flagrante Facultativo 
 Aquele que se aplica a qualquer do povo. 
 O cidadão que prende em flagrante age exercício regular de direito. 
o Sujeito passivo 
o Em regra, qualquer pessoa pode ser presa em flagrante. 
o (1) o Presidente da República só pode ser preso com o advento de sentença condenatória transitada em julgado; 
o (2) os diplomatas estrangeiros podem desfrutar da possibilidade de não ser presos em flagrante, a depender dos 
tratados e convenções internacionais; 
o (3) os membros do Congresso Nacional só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável. 
 Atenção para a interpretação dada pelo STF no Inf. 135, que entende que há perda da imunidade parlamentar 
para congressista que se afasta para exercer cargo no Poder Executivo; 
o (4) os magistrados só poderão ser presos em flagrante por crime inafiançável, devendo a autoridade fazer a imediata 
comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do respectivo Tribunal; 
o (5) os membros do MP só poderão ser presos em flagrante por crime inafiançável, devendo a autoridade fazer em 
24 horas a comunicação e apresentação do membro do MP ao respectivo Procurador-Geral; 
o (6) os advogados somente poderão ser presos em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime 
inafiançável, sendo necessária a presença de representante da OAB, nas hipóteses de flagrante em razão do exercício 
profissional, para a lavratura do auto, sob pena de nulidade; 
o (7) “Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita 
e fundamentada da autoridade judiciária competente” (art. 106 do ECA, a Lei nº 8.069/1990); 
o (8) o motorista que presta pronto e integral socorro à vítima de acidente de trânsito não será preso em flagrante, 
nem lhe será exigida fiança (art. 301 do CTB). 
 
 
Espécies de Flagrante (art. 302 CPP) 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; Flagrante Próprio. 
II - acaba de cometê-la; Flagrante Próprio. 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação 
que faça presumir ser autor da infração; Flagrante Impróprio. 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir 
ser ele autor da infração. Flagrante Presumido. 
 
o Flagrante Próprio / Perfeito / Real / Verdadeiro (302, I e II) 
o Ocorre quando o agente está cometendo ou acaba de cometer a infração penal. 
o Sua prisão deve ser imediata, sem qualquer lapso de tempo. 
o Ainda que, posteriormente, seja reconhecida a atipicidade material da conduta do preso em flagrante, isso não tem o 
condão de afastar a legalidade da ordem de prisão em flagrante. A análise que se faz no momento da captura do 
agente, restringe-se à análise da tipicidade formal. 
 A corrente majoritária entende que o delegado ao lavrar o APF só pode analisar o crime sob o aspecto formal. 
o A teoria objetivo-formal foi a adotada pelo CP 
 A execução tem início com a prática do verbo núcleo do tipo penal. 
 Ex.: estar com produto escondido ainda dentro de supermercado é ato preparatório (não enseja prisão). 
 Ex.: contratar alguém para matar ainda não enseja tentativa de homicídio (pode haver outros crimes). 
 
o Flagrante Impróprio / Imperfeito / Irreal / Quase-flagrante (302, III) 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação 
que faça presumir ser autor da infração; 
o Sofre este flagrante quem é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,em 
situação que faça presumir ser o autor da ação. 
o Há, portanto, 3 requisitos. 
 (1) perseguição 
 Para que seja possível a prisão em flagrante, a perseguição deve ser ininterrupta, sem qualquer 
solução de continuidade. Se for ininterrupta, sempre cabe a prisão em flagrante. 
 Aquela história de prazo de 24h é bobagem, não existe. 
 (2) início logo após o cometimento do delito 
 É um lapso temporal mínimo entre o acionamento da polícia, seu comparecimento ao local e colheita 
de elementos necessários para que se dê início à perseguição. 
 De acordo com a jurisprudência, em se tratando de crimes contra pessoas vulneráveis, a 
expressão “logo após” deve ser considerado como a ciência do fato pelo seu representante legal e 
imediatas providências quanto ao autor do delito. No entanto, o exagero no decurso do tempo deve 
ser evitado, sob pena de se obstar a prisão. (STJ HC 3496). 
 (3) situação que faça presumir a autoria 
 
o Flagrante Presumido / Ficto / Assimilado (302, IV) 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir 
ser ele autor da infração. 
o Sofre flagrante presumido quem é encontrado logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele o autor da infração. 
o Esta espécie de flagrante não exige a perseguição do agente. 
o "Encontrado" = não é necessário que haja perseguição (ex.: blitz). 
o "Logo depois" = é a mesma coisa que "logo após". 
RECURSO ESPECIAL. CRIMINAL. FLAGRANTE PRESUMIDO. PERSEGUIÇÃO. PERDA 
DOS MOTIVOS DA CUSTÓDIA. 
1. Não há falar em ausência de flagrante quando a perseguição ao autor do delito se deu 
imediatamente ao fato e se fez ininterrupta até a sua prisão (artigo 302, inciso III, do Código 
de Processo Penal). 
2. Para a caracterização do flagrante presumido, não há a necessidade de se demonstrar a 
perseguição imediatamente após a ocorrência do fato-crime, mas, sim, o encontro do autor, 
"logo depois", em condições de se presumir sua ação (artigo 302, inciso IV, do Código de 
Processo Penal). 
3. Transcorridos vários anos desde o relaxamento da prisão em flagrante e não tendo sido 
decretada a prisão preventiva contra o réu, o restabelecimento da custódia subordina-se à 
demonstração da necessidade atual da medida cautelar. 
4. Recurso conhecido, mas improvido. (REsp 147839/PR, Rel. Ministro HAMILTON 
CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 01/03/2001). 
 
 
o Flagrante Esperado 
o A autoridade policial se limita a aguardar o momento da prática do delito, sem qualquer induzimento. 
o Não há induzimento, não há agente provocador. É uma prisão perfeitamente legal. 
o Se fosse proibido (alegando crime impossível), a polícia perderia sua função preventiva. 
o É possível que um cidadão civil também efetue esse tipo de prisão em flagrante. 
o Venda simulada de drogas = o crime de tráfico é de ação múltipla, conteúdo variado, com vários verbos. 
 Em relação ao verbo "vender", há flagrante preparado (prisão ilegal). Porém, como o crime de tráfico de 
drogas é um crime de ação múltipla, nada impede que o agente responda pelo delito nas modalidades "trazer 
consigo", "guardar", "ter em depósito" etc., desde que a posse da droga seja preexistente (STF HC 70235). 
 Em relação a "trazer consigo", "guardar", "ter em depósito" etc., o flagrante é legal (prisão legal). 
EMENTA: "HABEAS-CORPUS". Flagrante preparado. Nulidade. Processo Penal. Precedentes 
do STF. Súmula 145. Não há crime na operação preparada de venda de droga, quando não 
preexiste sua posse pelo acusado. Fica descaracterizado o delito para o réu que tão só dele 
participou em conluio com policiais, visando a repressão ao narcotráfico. Ordem conhecida e 
deferida, para anular o acórdão condenatório e restabelecer a sentença absolutória de primeiro 
grau, cassada a ordem de prisão. (HC 70235, Relator(a): Min. PAULO BROSSARD, Segunda 
Turma, julgado em 08/03/1994). 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE EXTORSÃO. ALEGAÇÃO DE 
FLAGRANTE PREPARADO. INOCORRÊNCIA. NÃO HÁ QUE SE CONFUNDIR FLAGRANTE 
PREPARADO COM FLAGRANTE ESPERADO. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO. INEXISTÊNCIA. 
ATIPICIDADE DA CONDUTA. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA INCABÍVEL NA VIA ELEITA. 
AGUARDAR EM LIBERDADE O JULGAMENTO DE RECURSO ESPECIAL. EFEITO 
MERAMENTE DEVOLUTIVO. 1. Não se deve confundir flagrante preparado com esperado - em 
que a atividade policial é apenas de alerta, sem instigar qualquer mecanismo causal da infração. 
2. A "campana" realizada pelos policiais a espera dos fatos não se amolda à figura do flagrante 
preparado, porquanto não houve a instigação e tampouco a preparação do ato, mas apenas o 
exercício pelos milicianos de vigilância na conduta do agente criminoso tão somente a espera 
da prática da infração penal. 3. O estado de flagrante delito é uma das exceções constitucionais 
à inviolabilidade do domicílio, nos termos do disposto no art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal. 
4. O reconhecimento da atipicidade da conduta, pela ausência de indevida vantagem econômica 
e de violência ou grave ameaça, demanda, necessariamente, aprofundado reexame do conjunto 
fático-probatório dos autos, incabível na via estreita do habeas corpus. 5. A teor da Súmula n.º 
267, do Superior Tribunal de Justiça, "a interposição de recurso, sem efeito suspensivo, contra 
decisão condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão." 6. Writ denegado. (HC 
40436/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/03/2006). 
 
o Flagrante Prorrogado / Retardado / Diferido / Ação Controlada 
o Consiste no retardamento da intervenção policial para que se dê no momento mais oportuno do ponto de vista da 
colheita de provas. 
 Ex.: raios-x de aeroporto detectam drogas na bagagem, e a autoridade policial espera um momento melhor, 
como a chegada ate o local de destino, para tentar prender mais membros da organização criminosa de uma 
só vez. 
o A prisão não deixa de ser obrigatória, somente será prorrogada. 
o A ação controlada está prevista nas Leis: 
 De Drogas (11.343/06): somente é possível mediante autorização judicial e depois de ouvido o MP. 
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são 
permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério 
Público, os seguintes procedimentos investigatórios: 
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos 
especializados pertinentes; 
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros 
produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade 
de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e 
distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
 Organizações Criminosas (12.850/13): a ação controlada, nesse caso, não depende de autorização judicial, 
mas sim de COMUNICAÇÃO ao Judiciário e MP (art. 8° e seguintes). 
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa 
à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob 
observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz 
à formação de provas e obtenção de informações. 
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente 
comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e 
comunicará ao Ministério Público. 
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que 
possam indicar a operação a ser efetuada. 
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério 
Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, oretardamento da intervenção 
policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países 
que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de 
fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime. 
 
 Lavagem de Capitais (9.613/98): a ação controlada foi alterada pela Lei n° 12633/2012, passando a estar 
localizada no artigo 4-B. Somente é possível mediante autorização judicial e depois de ouvido o MP. A ação 
controlada nessa lei só abrange a prisão temporária, preventiva e medidas cautelares. Não abrange a prisão 
em flagrante porque o artigo fala em ordem de prisão, e isso não existe na prisão em flagrante, e por isso se 
diz que não se aplica à prisão em flagrante. 
Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou 
valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua 
execução imediata puder comprometer as investigações. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12683.htm#art3
o Flagrante Preparado / Provocado / Crime de Ensaio / Delito Putativo por Obra do Agente Provocador 
o Este flagrante exige 2 requisitos. 
 (1) indução à prática do delito, por parte do agente provocador (seja particular ou autoridade policial). 
 (2) adoção de precauções para que o delito não se consume, o que acaba levando à configuração de um 
crime impossível, por conta da ineficácia absoluta do meio! 
o Ex.: deixar relógio ou celular à mostra na areia da praia, com fio de náilon preso. 
o Súmula 145 STF = é, portanto, hipótese de prisão ilegal (por crime impossível), que deve ser relaxada. 
SÚMULA Nº 145/STF: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE 
PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO. 
o Se, mesmo com as precauções, o delito se consuma (ex.: o indivíduo escapa), não há mais crime impossível. 
 
 
o Flagrante Forjado / Urdido / Maquinado 
o Ocorre quando a autoridade policial ou particulares criam provas de um crime inexistente a fim de legitimar uma prisão 
em flagrante (ex.: suspeito não acompanha diligência, aí alguém planta a prova no porta-malas). 
o Aqui, o único infrator é o agente forjador, que pratica o crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP), e, se for 
agente público, também pratica o crime de abuso de autoridade (Lei 4.898/65). 
 
 
Prisão em Flagrante nas Várias Espécies de Crimes 
o Crimes Permanentes 
o São aqueles cuja consumação se protrai no tempo, e cujo agente tem o controle da situação. 
o Os verbos costumam dar a ideia de permanência (ex.: sequestrar, manter em cárcere, guardar, trazer consigo). 
o Aqui a situação de flagrância se prolonga no tempo, cabendo, para a maioria da doutrina, invasão de domicílio s/ 
autorização (art. 303 do CPP). 
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não 
cessar a permanência. 
 
o Crimes Habituais 
o São aqueles que dependem da reiteração de determinada conduta, pois a prática isolada não é crime. 
 Ex.: curandeirismo, casa de prostituição, exercício ilegal de medicina ou odontologia (art. 282 CP), ainda 
que a título gratuito. 
o Doutrina majoritária (Capez, Rangel, Tourinho, Nestor Távora): Não é possível prisão em flagrante em crimes 
habituais, pois não seria possível, no momento do delito, comprovar a reiteração necessária (posição de concurso). 
o Posição Histórica de Mirabete: É possível, desde que no momento da captura seja comprovada a habitualidade. 
o STJ tem decisão aceitando o flagrante no caso de crime habitual (HC 42995/STJ). 
 Ex.: consultório com vários pacientes esperando, secretária, e agenda cheia, toda marcada. 
HABEAS CORPUS. CASA DE PROSTITUIÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. AUTO DENTRO 
DOS PADRÕES LEGAIS. MENOR ALICIADA. CONTINUIDADE DA CUSTÓDIA. 
INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO. O crime de manutenção de casa de prostituição 
tipifica objetivamente uma conduta permanente, pouco importando o momento da fiscalização 
do poder público e a comprovação de haver, no instante da prisão, relacionamento sexual das 
aliciadas. Ordem denegada. (HC 42995/RJ, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, 
QUINTA TURMA, julgado em 27/09/2005). 
 
 
o Crime Continuado 
o Na hipótese de continuidade delitiva (art. 71 do CP), temos, indubitavelmente, várias condutas, simbolizando várias 
infrações; contudo, por uma fixação jurídica, irá haver, na sentença, a aplicação da pena de um só crime, exasperada 
de um 1/6 a 2/3. Como existem várias ações independentes, irá incidir, isoladamente, a possibilidade de se efetuar a 
prisão em flagrante por cada uma delas. É o que se chama de flagrante fracionado. 
 
o Infrações de Menor Potencial Ofensivo 
o Nas infrações de menor potencial ofensivo, ao invés da lavratura do auto de flagrante, teremos a realização do termo 
circunstanciado, desde que o infrator seja imediatamente encaminhado aos juizados especiais criminais ou assuma 
o compromisso de comparecer, quando devidamente notificado. 
o Caso contrário, o auto será lavrado, recolhendo-se o mesmo ao cárcere, salvo se for admitido a prestar fiança, nas 
infrações que a comportem, ou se puder livrar-se solto, dentro das hipóteses do art. 321 do CPP. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=145.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas
 
o Crimes Culposos 
o É perfeitamente possível flagrante em crime culposo! 
o Isso não se confunde com a prisão preventiva. 
o O cidadão não deverá permanecer preso, muito provavelmente, pois há grande chance de o crime ser passível de 
fiança. 
 Ex.: acidente com veículos automotores. 
 
o Crimes de Ação Penal Privada ou de Ação Penal Pública Condicionada a Representação 
o É plenamente possível a prisão em flagrante, ficando a lavratura do auto de prisão em flagrante condicionada à 
manifestação do interesse da vítima ou de seu representante. 
o Marcellus Polastri Lima: Se a vítima não puder imediatamente ir à delegacia para se manifestar, por ter sido conduzida 
ao hospital ou por qualquer motivo relevante, poderá fazê-lo no prazo de entrega da nota de culpa. 
o Caso a vítima não emita autorização, deve a autoridade policial liberar o ofensor, sem nenhuma formalidade, 
documentando o ocorrido em boletim de ocorrência, para efeitos de praxe. 
 
o Crimes Formais 
o É possível a prisão flagrante, desde que ocorra enquanto o agente estiver em situação de flagrância e não no momento 
do exaurimento do delito. 
 Ex.: no exato momento em que o autor exige a vantagem, no crime de concussão (em que um funcionário 
público, como um promotor, exige vantagem indevida ligada ao exercício da atividade). 
 
 
Apresentação Espontânea do Agente e Prisão 
o A apresentação espontânea era tratada no artigo 317 do CPP, mas esse artigo foi totalmente mudado pela Lei n° 12.403/11, 
tratando agora sobre prisão domiciliar. Agora fica a dúvida se é possível ou não a prisão em flagrante. 
o Apesar da nova redação dos artigos 317 e 318 do CPP, que não mais cuidam da apresentação espontânea, o ideal é continuar 
entendendo que a apresentação espontânea impede a prisão em flagrante, porquanto o agente não está em situação de 
flagrância. Isso, no entanto, não impede a decretação de sua prisão preventiva, desde que presentes seus pressupostos legais. 
 
 
Fases da Prisão em Flagrante 
o Fase de Captura do Agente 
o É possível emprego de força, desde que para superar resistência oferecida pelo capturando ou terceiros (284 CPP). 
o O uso de algemas é medida de natureza excepcional, admitida em 2 hipóteses (Súmula Vinculante 11 do STF): 
 (1) para prevenir, impedir ou dificultar a fuga do preso; 
 (2) para evitar agressão do preso contra policiais, terceiros ou si mesmo. 
o Fase da Condução Coercitiva 
o Tão logo chegue à delegacia, antes mesmo de ser lavrado o auto de prisão em flagrante, comunicação à família do 
preso ou à pessoapor ele indicada. 
o Expressão “não se imporá prisão em flagrante”: significa que não se lavrará o APF, mas pode ocorrer a condução 
coercitiva para fazer o termo circunstanciado. Essa expressão consta na Lei n° 9.099/95 (art. 69, pu); Lei n° 11.343/06 
(art. 48, p2) e Lei n° 9.503/97 (art. 301). 
o Fase da Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante (APF) 
o Ver tópico separado mais adiante. 
o Possibilidade de concessão de fiança pela autoridade policial. 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena 
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 
(quarenta e oito) horas. 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de 
liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; 
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de 
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. 
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; Somente o juiz pode dispensar a 
fiança. Delegado não pode. 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, 
poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 
e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou 
medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. 
 
 
o Recolhimento ao Cárcere 
o Até aqui, inclusive, todas as fases foram apenas atos administrativos. Não houve intervenção do juiz até este 
momento. 
o Obs.: segundo o art. 28 da Lei de Drogas (porte de droga para consumo), não se imporá prisão em flagrante. Não 
será lavrado APF, mas termo circunstanciado de ocorrência. Previsão similar existe na Lei dos Juizados (não será 
lavrado APF se o infrator se comprometer a comparecer ao Juizado). 
 
o Fase da Comunicação e Remessa do APF ao Juiz e ao MP 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por 
ele indicada. 
o A prisão deve ser comunicada imediatamente ao juiz e ao MP. Antes da Lei n° 12403/11 a comunicação ao MP não 
estava prevista no CPP, mas estava prevista na lei orgânica do MP, isto é, já era obrigatória a comunicação ao MP. 
o O auto de prisão em flagrante (APF) é remetido à autoridade judiciária em até 24 horas após a prisão (captura). 
 
o Providências a serem adotadas pelo juiz por ocasião do recebimento do APF (funções do juiz) 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
 I - relaxar a prisão ilegal; ou 
 II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas 
cautelares diversas da prisão; ou 
 III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o 
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Código Penal, poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
 
 (1) relaxar a prisão em flagrante ilegal; 
 O relaxamento da prisão em flagrante ilegal não impede a imposição de medidas cautelares de 
natureza pessoal, inclusive a prisão preventiva, desde que presentes seus pressupostos legais. 
 (2) converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos do artigo 312 do CPP e 
se revelarem insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
 Antes da Lei n° 12.403/11, os tribunais entendiam que o juiz não era obrigado a se manifestar de 
ofício quanto a preventiva. Com a lei 12403/11 a prisão em flagrante deixa de ser motivo para que 
alguém permaneça preso durante todo o processo, sendo o juiz obrigado a converter o flagrante em 
preventiva, desde que presentes os pressupostos dos artigos 312 e 313. 
 Essa mudança tem aplicação imediata aos indivíduos que estão presos em flagrante sem que tenha 
havido manifestação quanto aos pressupostos da preventiva. 
 De modo a se evitar uma prisão preventiva decretada de ofício na fase investigatória, deve haver 
prévio requerimento do MP ou representação da autoridade policial. 
 (3) verificar o cabimento de liberdade provisória, seja com ou sem fiança, cumulada ou não com uma das 
medidas cautelares diversas da prisão; 
 Antes, esta análise não precisava ocorrer de ofício, agora precisa, é dever do juiz, em face da 
Constituição (art. 5º, LXVI) e da Reforma de 2011 (novo art. 310 do CPP). 
 O juiz pode conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, e pode junto com a concessão da 
liberdade impor outra medida cautelar (ex: conceder liberdade provisória com fiança e cumular com 
o afastamento do cargo público). 
 Segundo Frederico Marques, a Liberdade Provisória é a contracautela em substituição à prisão 
cautelar, que autoriza a libertação do agente com a possibilidade da submissão a uma série de 
medidas conhecidas como medidas cautelares não prisionais (art. 319 do CPP). 
 Atuação acobertada por excludentes de ilicitude. Deve o Juiz conceder liberdade provisória 
mediante compromisso de comparecimento a todos os atos processuais. Para Paulo Rangel, 
mesmo sem previsão legal, as excludentes de culpabilidade, ressalvada a inimputabilidade, também 
autorizariam a concessão do instituto. 
 Crimes Graves: atualmente, segundo o STF, a liberdade provisória sem fiança deve ser valorada 
em razão da peculiaridade do caso concreto e o legislador não poderá fazer vedações absolutas de 
forma apriorística (em tese) sob pena de uma indevida intromissão em juízo crítico inerente ao Poder 
Judiciário. Mais recentemente, este raciocínio se consolidou nas seguintes hipóteses: 
a) derrogação do inciso II do art. 2° da Lei n° 8.072/90 de forma que os crimes 
hediondos, os assemelhados e os demais delitos que por força da CF são 
inafiançáveis admitem liberdade provisória sem fiança (art. 5°, XLII, XLIII 
e XLIV da CF). 
b) o Pleno do STF reconheceu, na análise de um caso concreto, a 
inconstitucionalidade da Lei n° 11.343/06, de forma que o tráfico e as 
condutas assemelhadas em que pese inafiançáveis, admitem liberdade 
provisória sem fiança. 
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá 
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 
319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
 
o Se o autuado não informar o nome de seu advogado, cópia do APF deve ser encaminhada à Defensoria Pública (art. 
306, §1° do CPP) 
o Se o autuado não informa o nome de seu advogado, cópia do APF deve ser remetida à Defensoria Pública nas 
mesmas 24h contadas da prisão captura. 
o Caso não haja Defensoria, deve o juiz imediatamente nomear advogado dativo. 
o A inobservância das formalidades legais no momento da lavratura do APF torna ilegal a prisão, acarretando seu 
relaxamento, o que, no entanto, não impede a decretação da prisão preventiva, desde que presentes os requisitos. 
 
o Entrega da nota de culpa (art. 306, §1° do CPP) 
o Também no prazo de 24h a partir da prisão captura, deverá a Autoridade Policial entregar ao preso a Nota de Culpa 
com breve declaração informando os motivos e os responsáveispela prisão além de eventuais testemunhas. 
 
Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante 
o Conceito de auto de prisão em flagrante 
o É o instrumento em que estão documentados os fatos que revelam a legalidade da prisão em flagrante, funcionando 
ainda como uma das modalidades de notitia criminis. 
o Atribuição para lavrar o APF 
o A lavratura do APF fica a cargo da autoridade de polícia judiciária do local da captura do agente. 
o A polícia da Câmara e outras autoridades também poderão lavrar o APF (Súmula 397 do STF). 
o É possível que o juiz lavre um APF, quando o crime for cometido na sua presença; neste caso, não poderá 
posteriormente funcionar no processo subsequente (art. 307 do CPP). 
o Depoimentos do Condutor + 2 testemunhas. 
o É um requisito para a lavratura do APF. 
o Em regra, o conduzido deve ouvir os depoimentos, mas pode haver exceções (ex.: conduzido está hospitalizado). 
o Condutor 
 É o responsável pela apresentação do preso à autoridade, ainda que não tenha presenciado o delito. 
 Ex.: policial acionado meia hora depois da prática. 
 Para a jurisprudência, se o condutor presenciou a prática do delito, pode ser ouvido como testemunha. 
 
o Vítima/Ofendido: em que pese a lei ser omissa quanto a oitiva da vítima nesta fase, é de bom tom que a mesma seja 
ouvida, prestando sua contribuição para o esclarecimento do fato e para a caracterização do flagrante. Nestor: a oitiva 
da vítima, se possível, será realizada após à do condutor e antes das testemunhas. 
 
o 2 Testemunhas 
 Se não houver testemunhas presenciais, que tenham algum conhecimento do ocorrido, chamam-se 
testemunhas instrumentais / impróprias / fedatárias, que depõem sobre a regularidade do ato. 
 Policiais podem funcionar como testemunha (ex.: crime de tráfico). 
o Interrogatório do “Acusado” 
o Também é uma etapa que faz parte da lavratura do auto de prisão em flagrante, na medida do possível. 
o O art. 304 fala em interrogatório do “acusado”, o que é uma evidente impropriedade, afinal ainda não existe imputação 
nem processo. Ele deveria falar conduzido. 
o O preso será ouvido, assegurando-se o direito ao silêncio. Admite-se ao advogado o direito de presença, vista, e 
até de apresentar razões e quesitos, embora sua presença não seja imprescindível à lavratura do auto (Vide 
Estatuto da Advocacia art. 7°, XIV, VX, XXI, §s10, 11 e 12). Deverá também conferida o direito de assistência, isto 
é, será oportunizado ao preso a possibilitar o contato com pessoa de sua confiança. 
o Ausência de assinatura: no caso de impossibilidade da assinatura do acusado por que ele não sabe, não quer e não 
pode, deve a autoridade colher a assinatura de 02 testemunhas instrumentais (art. 304, §3° do CPP). 
o No caso de menor de 21 anos, não é mais necessário curador. 
o Porém, ainda é preciso curador, por exemplo, para: 
 (1) índios não adaptados ao convívio em sociedade; 
 (2) presos com perturbações mentais. 
o Encerramento do Auto 
o Ao final, convencida a autoridade que a infração ocorreu, que o conduzido concorreu para a mesma e que se trata de 
hipótese legal de flagrante delito, determinará ao escrivão que lavre e encerre o auto de flagrante. 
o Não estando convencida a autoridade de que o fato apresentado autorizaria o flagrante, deixará de autuar o mesmo, 
relaxando a prisão que já existe desde a captura. Posição doutrinária de Guilherme Nucci e Nestor Távora. 
o Fernando Capez (minoritário): No caso anterior não haveria propriamente o relaxamento da prisão em flagrante, e sim 
um juízo negativo de admissibilidade da prisão em flagrante, considerando que a prisão em flagrante só se concretiza 
com a lavratura do Auto. Para o autor, haveria neste caso apenas a falta de um pressuposto para sua concretização, 
não se tratando hipótese de relaxamento. 
o Também não permanecerá preso o conduzido que for admitido a prestar fiança. 
o Os termos de declaração do condutor e das testemunhas serão anexados ao auto, e este último será assinado pela 
autoridade e pelo preso. Com a Lei 11.113/2005, que deu nova redação ao art. 304 do CPP, o APF sofreu 
fracionamento, sendo dividido em partes, deixando de ser uma peça única.

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