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OBJETIVOS: 1. Explicar a morfofisiologia das estruturas do sistema linfático. 2. Compreender o processo de formação dos linfedemas e suas medidas de controle. REFERÊNCIAS: CARTER, J. et al. GOG 244 - The Lymphedema and Gynecologic cancer (LeG) study: The impact of lower-extremity lymphedema on quality of life, psychological adjustment, physical disability, and function. Gynecologic oncology, v. 160, n. 1, p. 244-251, 2021. https://doi.org/10.1016/j.ygyno.2020.10.023. Conselho Federal de Medicina (CFM – Brasil). Código de Ética do Estudante de Medicina. Brasília: Portal FM USP, 2018. Disponível em: https://www.fm.usp.br/biblioteca/conteudo/biblioteca_1622_ceem.pdf . DAYAN, J. H. et al. Lymphedema: Pathogenesis and Novel Therapies. Annual review of medicine, v. 69, p. 263-276, 2018. https://doi.org/10.1146/annurev- med-060116-022900 HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 1176p. ISBN: 978-1-4160-4574-8. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. MOORE, K. L. Anatomia Orientada para clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 1136p. ISBN: 978-85-277-2517-0. PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 1376p. ISBN: 978-8527734714. SISTEMA LINFÁTICO APG 10 https://doi.org/10.1016/j.ygyno.2020.10.023 https://www.fm.usp.br/biblioteca/conteudo/biblioteca_1622_ceem.pdf https://doi.org/10.1146/annurev-med-060116-022900 https://doi.org/10.1146/annurev-med-060116-022900 1º objetivo O sistema linfático é responsável pela imunidade adaptativa e alguns fatores da imunidade inata, tendo relação direta com o sistema circulatório e auxiliando o digestório na absorção de alimentos gordurosos. COMPONENTES DO SISTEMA: i LINFA: linfócitos B e T + macrófagos + proteínas + gorduras. i VASOS LINFÁTICOS; i MEDULA ÓSSEA; i ÓRGÃOS: Timo + linfonodos. FUNÇÕES: Auxilia na circulação dos líquidos corporais e ajuda na proteção à patógenos. Os componentes do plasma sanguíneo quando filtrados formam o líquido intersticial, que por sua vez passa para os vasos linfáticos e passa a ser chamado de linfa. Drenar o excesso de líquido intersticial. Transportar lipídios da dieta - influência do transporte do complexo vitamínico lipossolúveis KEDA. Respostas imunes. TECIDO LINFÁTICO: Tecido conjuntivo reticular com linfócitos (leucócitos agranulócitos). VASOS E CIRCULAÇÃO: Começam com os chamados capilares linfáticos que ficam entre as células e são fechados em uma extremidade até formar os vasos linfáticos maiores. Na pele os vasos acompanham as veias e se encontram no tecido subcutâneo, nas vísceras acompanham as artérias formando plexos. OBS: TECIDOS AVASCULARES – COMO CARTILAGEM, CÓRNEA E EPIDERME – NÃO APRESENTAM CAPILARES LINFÁTICOS, ASSIM COMO O SNC E O BAÇO. A drenagem linfática ocorre no mesmo sentido que a venosa. Sendo linfonodo responsável pela “purificação” desse líquido. DIVISÃO TERRITORIAL DE DRENAGEM DUCTO LINFÁTICO DIREITO: drena até subclávia direita. DUCTO TORÁCICO (lado esquerdo + mmii): drena até a subclávia esquerda. Quando há uma resposta à infecção o linfonodo aumenta para combater a substância estranha. LINFONODO: Vaso linfático aferente: traz a linfa para o interior do linfonodo. Vaso linfático eferente: leva a linfa para ser drenada. Folículo: aglomerado de células de defesa. Cápsula: faz a proteção. Trabéculas: faz a separação entre os folículos. Vasos sanguíneos: nutrição vascular. DUCTO LINFÁTICO: Apresenta um sistema de válvulas por não possui camada muscular contrátil, fazendo com que haja unidirecionalidade. O ducto apresenta poros para receber a linfa. CERVICAL: i AURICULAR POSTERIOR i OCCIPITAL i CERVICAL SUPERFICIAL i CERVICAL PROFUNDO i CERVICAL POSTERIOR i SUPRACLAVICULAR i PREAURICULAR i PAROTÍDEO i TONSILAR i SUBMENTONIANO i SUBMANDIBULAR Oncologicamente é relevante como fator de risco de metástase linfonodal o aumento dos aglomerados da região cervical posterior e da supraclavicular. MEMBRO SUPERIOR: i Vasos linfáticos das mãos (superficiais e profundos). i Linfonodos cubitais. i Linfonodos axilares. (relevância oncológica pela biopsia da possibilidade do CA de mama). i Linfonodos deltopeitoral. MEMBRO INFERIOR: Vasos linfáticos dos pés e pernas (superficiais – acima da fáscia - e profundos) Linfonodos poplíteos. REGIÃO INGUINAL: SUPERFICIAL: i GRUPO HORIZONTAL: Linfonodos súpero-laterais. Linfonodos súpero-mediais. i GRUPO VERTICAL: Linfonodos inferiores. PROFUNDOS: Linfonodos ilíacos externos. Linfonodos inguinais profundos. REGIÃO PÉLVICA: i Linfonodos ilíacos comuns. i Linfonodos ilíacos internos. i Linfonodos ilíacos externos. REGIÃO ABDOMINAL: i Tronco lombar esquerdo. i Tronco lombar direito. i Ducto torácico (parte abdominal). i Cisterna do quilo. (encontro entre a drenagem linfática dos mmii). REGIÃO TORÁCICA: i Ducto torácico (parte torácica). i Tronco subclávio direito. HISTOFISIOLOGIA Composto por células livres: i LINFÓCTIOS. i GRANULÓCITOS. i CÉLULAS DO SISTEMA MONONUCLEAR FAGOCITÁRIO. Composto por órgãos: i NÓDULOS LINFÁTICOS. i LINFONODOS. i TIMO. i BAÇO. Centrais: medula óssea (origem dos linfócitos) e timo. Periféricos: nódulos linfáticos, linfonodos e baço. TECIDO LINFOIDE: Rico em células reticulares e de defesa. Sendo: a) DIFUSO. b) NODULAR. (folículos linfáticos – esféricos) TIMO Fica no mediastino anterior e tem formato piramidal e bilobado. É o local onde ocorre proliferação e diferenciação dos linfócitos T. É envolvido por uma capsula de tecido conjuntivo denso não modelado e em seu interior existem lóbulos e vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. g Desenvolvimento máximo no feto e no RN. g Cresce até a puberdade. g Sofre substituição de tecido adiposos e fibroso ao longo da vida adulta. LÓBULOS: composição similar em proporções diferentes. - Zona cortical: rica em linfócitos (mais corada). Principal local de proliferação e maturação dos linfócitos. Barreira hematotímica: composta por capilares não frenestados com lâmina basal espessa e células reticulares epiteliais. Sua função é impedir a penetração de antígenos. - Zona medular: apresenta corpúsculos de Hassall formados pelas células reticulares epiteliais. ➢ CÉLULAS RETICULARES EPITELIAIS: Apresenta núcleo grande com cromatina fina. Possui prolongamentos citoplasmáticos unidos por desmossomos que oferecem suporte aos linfócitos. Apresenta filamentos intermediários de queratina. LINFONODOS Também chamados de gânglios linfáticos e estão organizados em cadeias/grupos ou ao longo do trajeto. Tem como função a filtração da linfa das regiões onde se localizam. OBS: Ao exercer a função de filtração, além de purificar a linfa, os linfonodos impedem que agentes patológicos ou partículas estranhas entrem em contato com a circulação sanguínea. São órgãos ovoides e pequenos que apresentam um lado convexo onde entram os vasos aferentes e uma parte chamada de hilo que é onde entram as artérias e nervos e saem as veias e o vaso eferente. Eles também apresentam uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado que emitem trabéculas em compartimentos incompletos. Região cortical: composta por nódulos linfáticos ricos em linfócitos B, podendo apresentar plasmócitos, macrófagos, células reticulares e foliculares dendríticas. - Superficial ou externa é composta por tecido linfoide frouxo com seios subcapsulares e peritrabeculares. OBS: ENDOTÉLIO FENESTRADO SEM LÂMINA BASAL PARA LENTIFICAR A CIRCULAÇÃODA LINFA DENTRO DO LINFONODO. - Profunda ou interna não possui nódulos linfáticos, composta de tecido linfoide difuso rico em linfócitos T. Apresenta epitélio simples cúbico nas vênulas para permitir rolagem dos linfócitos T até o linfonodo integrando a resposta imune. OBS: RECIRCULAÇÃO DOS LINFÓCITOS. Região medular: composta de cordoes medulares de tecido linfoide difuso rico em linfócitos B. Entre os cordões existem os seios medulares que recebem a linfa. BAÇO Único órgão linfoide interposto na circulação sanguínea, sendo o maior órgão linfático. Tem como função: - Defesa via produção de linfócitos. - Hemocaterese (destruição de hemácias). É composto por uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado que forma trabéculas incompletas e tem composição ligada a presença de fibras musculares lisas. Pode ser dividido em duas zonas: i POLPA BRANCA (visível a cortes em olho nu): nódulos linfáticos. Apresenta uma artéria central que é envolvida por uma bainha de linfócitos T chamada de bainha linfática periarterial que se espessa até formar nódulos linfáticos ricos em linfócitos B. Nessa polpa também é possível encontrar seios marginais onde há passagem de sangue. i POLPA VERMELHA: apresenta tecido vermelho-escuro rico em sangue. Apresenta cordões esplênicos (de Billroth) formados de células e fibras reticulares e células de defesa. Entre os cordõesexistem os sinusoides/seios esplênicos que são formados de células endoteliais alongadas, lâmina basal descontínua e fibras reticulares. CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA NO BAÇO AA esplênica chega no hilo e se divide em aa trabeculares até penetrar na polpa branca e virar a aa central. Quando a aa central sai da polpa branca se torna a arteríola penicilada estando presente na polpa vermelha. OBS: existem locais chamados ELIPSOIDE onde existem muitas células de defesa e muito contato com sangue. Após os chamados elipsoides, os capilares arteriais se encaminham do líquido e depois viram sinusoides que circulam entre os cordões vermelhos. Os sinusoides viram as veias da polpa vermelha que se tornam as trabeculares (formadas apenas pelo tecido das trabéculas + endotélio) e elas se unem formando a veia esplênica. TECIDO LINFÁTICO ASSOCIADO A MUCOSAS Portas de entrada: tratos digestivo, respiratório e geniturinário, pode ainda estar presente em órgãos como tonsilas e placas de Peyer. É um acúmulo de linfócitos na mucosa e submucosa. TONSILAS: órgãos formados por tecido linfático, parcialmente encapsulados, encontrados abaixo do epitélio das porções iniciais do TGI e tem como função a produção de linfócitos. a) Tonsilas Palatinas: amidalas. Duas na parte oral da faringe formadas de nódulos linfáticos recobertos por epitélio estratificado pavimentoso. Apresenta invaginações epiteliais (criptas) que são formadas de células epiteliais descamadas, linfócitos e bactérias. b) Tonsila Faringiana: adenoide. Única no teto da porção nasal da faringe e apresenta tecido linfático do tipo difuso e nódulos linfáticos recobertos por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado. Elas não apresentam criptas, e, sim, dobras que desembocam ductos de glândulas seromucosas. c) Tonsilas linguais: pequenas e numerosas encontradas no terço posterior da língua e formadas por tecido linfático recoberto por epitélio estratificado pavimentoso. Cada tonsila tem uma cripta que drena à base onde os ductos das glândulas salivares mucosas são encontrados. PLACA DE PEYER: Localizadas no íleo e são aglomerados de tecido linfático recobertos por enterócitos e células M. 2º objetivo Linfedema é uma doença vascular que acomete os vasos linfáticos e que não possui cura. Vale salientar que os vasos linfáticos têm espessura de fios de cabelo que tem como função impedir a progressão infecciosa. Esse edema é formado pelo acúmulo do líquido intersticial. Linfedema primário: congênito quando a criança já nasce com o inchaço. Causa provável: genética (autossômica dominante – duas doenças raras). Linfedema tardio: após o primeiro ano de vida ou mais. Causas: traumas, tumores, cirurgias (lesão em algum linfonodo), infecções, insuficiência venosa crônica etc. Existem quatro fases: 1ª) LATENTE: não há presença de edema, mas existem alterações significativas na pele. 2ª) EDEMA APARENTE: mole e marcável. 3ª) CRÔNICA: duro, não fica com marca e a pele está mais espessada. 4ª) TARDIA: começa a formar a pele espessada (elefantíase) com verrugas e secreção linfática. LINFOCINTILOGRAFIA: exame que permite traçar os vasos e a velocidade que carrega a linfa e se a drenagem está suficiente. Tratamento: Efetivo nas fases iniciais. Enquanto nas fases tardias onde há enrijecimento/fibrose os resultados não são animadores. Associado a drenagens, massagens, exercícios, meias. DRENAGEM LINFÁTICA i Aumenta a velocidade de reabsorção de líquidos. i Diminui retenção de líquidos e toxinas. i Diminui os edemas. SEQUÊNCIA PATOLÓGICA DO LINFEDEMA i Linfangiopatia (demanda > capacidade). Ocorre extravasamento do líquido no subcutâneo. 50% dos vasos devem ser lesados para aparecer sintoma. i Diminuição do transporte linfático. Ocorre depósito de proteínas, macrófagos, citocinas e fibroblastos no interstício. i Aumento da fibrose e proliferação adiposa. (ELEFANTÍASE). Maior propensão à infecção. QUADRO CLÍNICO PRIMÁRIO 23 genes envolvidos e podem aparecer desde o nascimento (congênito), precoce (até 35 anos) ou tardio (após 35 anos). QUADRO CLÍNICO SECUNDÁRIO Ocorre uma agressão linfática que pode apresentar alterações iniciais ou tardias de modo a verificar: - Apresentação clínica variável. - Tempo de latência. - Alterações teciduais. - Morbidade psicológica. Ex: cirurgia de retirada de mama, síndrome de Cushing, obesidade. EPIDEMIOLOGIA 90-250 milhões de pessoas Ligado a melanoma e ao câncer de mama. EXAMES COMPLEMENTARES Medidas de volume (bioimpedância, trena, água, scanner infravermelho). Linforcintilografia. USG com Doppler. Ressonância magnética simples. Linfangiografia. Achados em exames anormais: i Refluxo dérmico. i Ausência/redução da progressão do radiofármaco. i Linfagiectasia (vasos linfáticos dilatados). i Fístulas linfáticas – ascite quilosa ou quilotórax. MODALIDADES TERAPÊUTICAS Melhorar a circulação linfática. Reduzir a fibrose tecidual. Controlar proliferação bacteriana e prevenir infecções. Melhorar a qualidade de vida. Equipe multidisciplinar. Controle da comorbidade (HAS, DM, Obesidade). OBS: Bloqueadores de canal de cálcio bloqueiam a bomba linfática e pioram o quadro, logo a intenção é suspendê-los.
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