Oxigenoterapia: O que é e como funciona

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Oxigenoterapia 
 
- O que é oxigênio: O oxigénio é o elemento químico, 
constitui cerca da quinta parte do ar atmosférico 
terrestre na sua forma molecular O2, o oxigênio é um 
elemento chave da química orgânica, ao fazer parte 
da água (H2O), dos óxidos, dos seres vivos e de quase 
todos os ácidos e de todas as substâncias orgânicas. 
TRATA-SE DE UM GÁS INCOLOR, INODORO E 
INSÍPIDO, QUE É MUITO REATIVO E QUE É ESSENCIAL 
PARA A RESPIRAÇÃO. 
O O2 gera-se a partir do processo da fotossíntese das 
plantas e é usado pelos animais e pelos seres humanos 
na respiração. Enquanto os seres humanos respiram 
oxigênio e expiram gás carbônico, as plantas fazem o 
contrário na chamada “fotossíntese”. Nesse processo 
elas consomem o gás carbônico e fazem a liberação do 
oxigênio. E esse processo elas realizam dia e noite. 
 
- O que é oxigenoterapia: consiste na administração 
do gás de oxigênio para suprir uma deficiência do 
paciente, que pode ocorrer por diversos motivos. O 
oxigênio é uma necessidade básica para todos os seres 
humanos. O ar que respiramos contém 21% de 
oxigênio. Essa quantidade é suficiente para pessoas 
com pulmões saudáveis e para muitas com doença 
pulmonar. Entretanto, algumas pessoas com doença 
pulmonar são incapazes de obter oxigênio suficiente 
através de uma respiração normal e precisam de 
oxigênio extra para manter as funções vitais normais. 
Algumas condições pulmonares impedem que o 
paciente consiga adquirir a quantidade necessária de 
oxigênio (acima de 90% de saturação) através da 
respiração normal, causando falta de ar. 
Todo tecido vivo precisa de oxigênio para fornecer 
energia para o corpo. Sem oxigênio suficiente, as 
células funcionam mal e, por fim, morrem. 
No entanto, evidências têm mostrado que oxigênio 
não é útil, a menos que o nível de oxigênio da pessoa 
esteja baixo. Inspirar oxigênio em excesso pode, na 
verdade, danificar os pulmões após um período de 
tempo. Para garantir que o oxigênio seja 
administrado apenas para pacientes que realmente 
necessitam, é verificado o nível de oxigênio em sua 
corrente sanguínea através de um exame de sangue 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/an%C3%A1lise-da-gasometria-arterial-gsa-e-oximetria-de-pulso
chamado de gasometria arterial e/ou monitorização 
com um sensor na ponta do dedo oximetria de pulso. 
Uma vez determinado o nível de oxigênio, a oximetria 
pode ser usada para ajustar as configurações de fluxo 
de oxigênio (quanto oxigênio a pessoa recebe por 
minuto) ao longo do tempo. 
As doenças que causam essa deficiência de oxigênio, 
e para as quais a oxigenoterapia é indicada são: 
• Doença pulmonar obstrutiva crônica; 
• Fibrose pulmonar; 
• Apneia do sono; 
• Displasia broncopulmonar; 
• Síndrome respiratória aguda grave. 
O oxigênio extra permite que os pacientes tenham 
melhor qualidade de vida e que seu corpo tenha a 
quantidade necessária de O2 para o funcionamento 
saudável dos órgãos. 
Podemos classificar a oxigenoterapia em três tipos 
principais: 
➢ SISTEMA DE BAIXO FLUXO: Este tipo de 
oxigenoterapia é recomendado para pessoas que 
 necessitam de grande quantidade de 
oxigênio e através destes sistemas é possível 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/an%C3%A1lise-da-gasometria-arterial-gsa-e-oximetria-de-pulso
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/an%C3%A1lise-da-gasometria-arterial-gsa-e-oximetria-de-pulso
fornecer oxigênio para as vias aéreas em um fluxo 
de até 6 litros por minuto ou com uma FiO2, 
chamado de fração inspiratória de oxigênio, baixa 
e variável. 
Os dispositivos mais usados para baixo fluxo são: 
 
- CÂNULA NASAL OU CATETER TIPO ÓCULOS: é 
um tubo de plástico com duas saídas de ar que 
devem ser colocadas nas narinas e em média, 
servem para oferecer oxigênio em baixo fluxo, DE 
1 A 6l/min; 
 
 
 
Vantagens: paciente consegue se alimentar 
normalmente, mais adaptável 
Desvantagem: pode causar irritação por uso 
prolongado. 
 
 
- CATETER NASAL: este dispositivo deveria atingir a 
úvula; no entanto, sua inserção geralmente se faz às 
cegas até uma profundidade igual à distância entre 
o nariz e o lóbulo da orelha. Como este cateter afeta 
a produção de secreção, deverá ser removido e 
substituído por um novo pelo menos a cada 8 horas 
e preferencialmente, na narina oposta. A 
concentração de oxigênio através deste dispositivo 
varia conforme a quantidade de fluxo de oxigênio 
fornecido por minuto, o tamanho dos seios da face 
e a frequência e volume respiratório do paciente. 
 
 
 
 
 
Vantagens: a concentração de oxigênio fornecido é 
mais precisa, se mistura pouco com o ar ambiente, 
tendo menos perca de O2. 
Desvantagens: deve trocá-la a cada 8hrs, e causa mais 
incômodo, induz reflexo de vômito, fácil de se 
deslocar. 
 
- MÁSCARA FACIAL SIMPLES: consiste em uma 
máscara de plástico que deve ser colocada sobre a 
boca e nariz e funciona para disponibilizar 
oxigênio em fluxos mais altos acima de 5l/min, que os 
cateteres e cânulas nasais, além de servir para pessoas 
que respiram mais pela boca, por exemplo, 
capacidade de oxigênio de 40% a 60% quando 
operado a 6 a 8l/min. 
 
FLUXO 
DE O2 
FIO2 
5-6l/min 40% 
6-7l/min 50% 
7-8l/min 60% 
>8l/min 60% 
 
 
 
 
Vantagens: econômico, fácil de empregar 
Desvantagens: pode causar claustrofobia por cobrir 
boca e nariz, dificuldade para expectorar 
 
 
 
-MÁSCARA COM RSERVATÓRIO: é uma máscara com 
uma bolsa inflável acoplada e com capacidade de 
armazenar até 1 litro de oxigênio, podendo chegar a 
FIO2 de 95%. Existem modelos de máscaras com 
reservatório, chamadas máscara sem reinalação, que 
possuem uma válvula que impede que a pessoa 
inspire dióxido de carbono; 
 
 
 
 
 
 
 MÁSCARA NÃO MÁSCARA 
 REINALANTE REINALANTE 
 
 
➢ SISTEMA DE ALTO FLUXO: os sistemas de alto 
fluxo fornecem uma determinada concentração 
de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo 
inspiratório máximo do paciente, assim asseguram 
uma FiO2 precisa e estável. 
 
- CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO: dispositivo fornece 
ao paciente uma mistura aquecida, umidificada, um 
fluxo contínuo podendo atingir até 60 litros por 
minuto e uma fração de oxigênio de até 100%. as 
pontas da cânula devem ocupar, no máximo, 50% da 
área transversal de cada narina, para que não haja 
obstrução ao fluxo; os gases devem estar 
adequadamente aquecidos e umidificados, para 
prevenir o ressecamento das mucosas; os fluxos 
ofertados pela cânula devem ser maiores do que o 
pico de fluxo inspiratório, evitando a entrada de ar 
ambiente durante a inspiração. 
Melhorar a complacência pulmonar; 
Evitar o ressecamento e a irritação das mucosas e 
manter a atividade mucociliar, garantindo a limpeza 
das vias aéreas; permitir conforto para o paciente. 
 
 
 
Desvantagem: A principal desvantagem é em 
retardar a intubação por mascarar uma piora clínica 
do paciente. 
 
- MÁSCARA DE VENTURI: consiste em um sistema 
de liberação de oxigênio, que pode ser controlado. 
Esse controle é feito pela máscara venturi para 
oxigenação, pois esse equipamento é capaz de 
mensurar a quantidade exata de oxigênio 
O oxigênio deve ser administrado de acordo com a 
necessidade do paciente e esse controle é feito 
através das válvulas. As válvulas da máscara venturi 
para oxigenação são coloridas e essas cores servem 
para indicar um padrão de liberação de oxigênio. 
 
 
 
 
 
 
 Sistema de baixo fluxo e alto fluxo não são 
determinados pelo fluxo de oxigênio fornecido e 
sim pelacapacidade de controle da FIO2 
sistemas de baixo fluxo a FIO2 é variável porque 
se mistura com o ar ambiente e sistemas de alto 
fluxo a FIO2 ofertadas são controladas. 
 
➢ VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI): consiste em 
um suporte ventilatório com utilização de pressão 
positiva empregado em pacientes que não estejam 
fazendo uso de qualquer tipo de via aérea artificiais 
(tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia). A 
conexão entre o dispositivo ventilatório e o paciente 
é realizada através de uma máscara nasal ou facial. 
Havendo profissionais bem-preparados para ajustar o 
dispositivo de modo compatível com o quadro clínico 
enfrentado, a cânula de alto fluxo nasal pode 
representar um suporte respiratório mais indicado em 
determinadas situações, trazendo o benefício de 
reduzir o esforço respiratório com mais conforto para 
os pacientes. 
Diferente dos outros tipos, esta técnica não é usada 
para ofertar oxigênio extra, mas serve para facilitar a 
respiração através da reabertura dos alvéolos 
pulmonares, melhorando a troca gasosa e diminuindo 
o esforço respiratório e é recomendada para pessoas 
com apneia do sono e que têm doenças 
cardiorrespiratórias. E ainda, existem vários tipos de 
máscaras de VNI que podem ser utilizadas em casa e 
variam de acordo com o tamanho da face e da 
adaptação de cada pessoa. 
-CPAP: é um pequeno aparelho compressor de ar 
silencioso, utilizado no tratamento para apneia do 
sono, do tipo obstrutiva. Foi inventado por um médico 
australiano em 1981, juntamente ao nome dado a 
máquina, que é uma abreviação de Continuous 
Positive Airway Pressure, ou seja, pressão positiva 
contínua nas vias aéreas. 
O uso do CPAP no tratamento para apneia do 
sono consiste em evitar o fechamento da passagem 
do ar para os pulmões, causadas por desvio de septo, 
adenoide, relaxamento excessivo da língua, 
estreitamento das vias aéreas superiores e entre 
outros que favorecem a apneia do sono e o ronco. 
 
 
 
-BIPAP é um aparelho voltado para a terapia 
respiratória que funciona imitando a respiração 
natural e padrão do paciente. Por meio de uma 
configuração pré-definida, onde será definida a 
capacidade respiratória na inspiração (IPAP) e 
expiração (EPAP). Esse equipamento, uma sigla para 
“Bilevel Positive Airway Pressure” (pressão positiva 
nas vias aéreas a dois níveis)”. 
Da mesma forma que o CPAP, o BiPAP envia fluxo de 
ar positivo para as vias aéreas a fim de mantê-las 
abertas durante o sono. Contudo, embora tenha uma 
maneira semelhante de funcionamento, sua dupla 
configuração de pressão torna o aparelho BiPAP um 
dispositivo superior e indicado para casos mais 
específicos de terapia respiratória. 
 
 
 
 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA 
OXIGENOTERAPIA 
 
➢ Observar se o dispositivo está bem adaptado 
ao paciente 
➢ Observar o nível de água no umidificador 
➢ Dar apoio psicológico ao paciente 
➢ Estar atento a frequência respiratória e sinais 
de hipoxia 
➢ Manter as vias aéreas desobtruidas 
➢ Manter paciente confortável, 
preferencialmente em posição de Fowler