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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO BRUNA MARCELLE DE OLIVEIRA 2036168 RAFAEL GONÇALVES COSTA 2035304 ORÇAMENTO EMPRESARIAL Aplicação prática 1 NOVA IGUAÇU 2022 1 INTRODUÇÃO Orçamento empresarial é uma ferramenta de gestão operacional subordinada ao planejamento estratégico. Com ele, as estratégias estabelecidas são convertidas em valores monetários e há uma grande importância nisso, pois conforme explica Rocha (2020, p. 21) Todas as atividades da empresa, desde as mais rotineiras (ligadas ao nível operacional), até as decisões de nível estratégico (como o de investir em novas tecnologias ou expandir mercados e área de atuação), todas envolvem o uso de recursos, em especial recursos financeiros. Assim, o orçamento pode ser considerado como a quantificação, em termos monetários, das estratégias empresariais. O orçamento fornece auxílio, em termos quantitativos, para a tomada de decisões na organização como um todo. Conforme dito anteriormente, todas os planos elaborados necessitam de recursos financeiros, portanto todos eles devem passar pela controladoria, que deve verificar se são realizáveis na presente situação financeira e econômica da empresa. 2 PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL Há alguns princípios que foram apresentados por Welsch em 1992 que permitem um adequado desenvolvimento do planejamento estratégico e do orçamento empresarial, sendo eles: envolvimento administrativo; adaptação organizacional; contabilidade por área de responsabilidade; orientação por objetivos; comunicação integral; expectativas realísticas; oportunidade; aplicação flexível; acompanhamento e reconhecimento do esforço individual e do grupo. No presente trabalho vamos abordar três deles. Envolvimento administrativo: dentro das organizações existem três níveis hierárquicos: o operacional, o tático e o estratégico. Em todos eles decisões são tomadas e análises são feitas, no entanto, a quantidade, a abrangência e o prazo dessas análises e decisões são diferentes para cada nível. No operacional, temos muitas decisões de curto prazo e pouca abrangência, ou seja, as escolhas causam muito pouco impacto. O nível tático é o mediano, está entre os extremos. Já o nível estratégico, o mais importante no contexto do orçamento, é o que delibera as questões mais relevantes e complexas da organização, as macrodecisões. A cobertura delas impacta toda a empresa e são de longo prazo, ou seja, visam o futuro. O nível estratégico, o mais alto de toda a empresa, é considerado o mais relevante no contexto do planejamento estratégico e do orçamento porque é o responsável por entender a importância da elaboração de um plano, por definir as estratégias e os objetivos e por estabelecer os recursos para o desenvolvimento das ações necessárias. Além disso, os gestores estratégicos devem apoiar, controlar e cobrar os resultados para que o processo corra conforme o previsto no plano. Orientação por objetivos: estabelecer os objetivos é uma ação fundamental do plano estratégico que causa grande impacto no orçamento empresarial. Cada setor deve definir os seus objetivos, mas eles devem sempre estar em consonância, ou seja, precisam ser pensados de modo macro e devem conduzir a organização como um todo. Além disso, é primordial entendermos que eles não são apenas a pretensão de um possível resultado, mas também uma ferramenta de controle e mensuração, conforme explica Frezatti (2017, p. 44) Uma amarração adequada dos objetivos permite coerência entre as ações, priorização, avaliação e mesmo política de remuneração adequada. O estabelecimento de objetivos permite dispor de padrões para serem medidos e traz à tona a preocupação fundamental com a avaliação do nível de eficiência atingido pelo todo e pelas partes. Quando esses objetivos são definidos levando em conta indivíduo, área, empresa, a amarração permite evitar a dubiedade no atingir metas da organização. Quando falamos de objetivos, é interessante também pontuarmos duas funções interessantes do planejamento estratégico: primeiramente, ele precisa necessariamente estabelecer objetivos e estratégias reais e possíveis, isto é, o plano precisa mostrar que as ações pretendidas e os resultados esperados são de fato realizáveis. A segunda função é a de servir como uma espécie de manual para a implementação do plano, portanto todas as ações tomadas devem estar previstas no planejamento estratégico. Acompanhamento: a gestão do planejamento estratégico e do orçamento segue muito a linha de aplicação do modelo de gestão da melhoria contínua, o PDCA - Plan, Do, Check, Act – que é um ciclo que se inicia com o planejamento, passa pela execução e depois pela verificação e finaliza com a ação (ação de análise e padronização de processos exitosos). Podemos perceber que esse princípio de acompanhamento (controle) é correspondente às duas últimas etapas do PDCA (verificar e agir). Depois que o projeto foi elaborado e executado, é fundamental que ele seja acompanhado pois só assim é possível verificar se os resultados estão sendo atingidos, se há necessidade de um replanejamento ou de ações corretivas/de manutenção. Além disso, é preciso verificar quais ações foram bem-sucedidas para então disseminá-las ou até mesmo padronizá-las. 3 ESTUDO DE CASO ▪ Situação-problema: Epaminondas recebeu uma vultosa indenização e resolveu investir o dinheiro na compra de uma lanchonete que estava à venda perto de sua casa. Como Epaminondas sempre percebeu um movimento bastante razoável na lanchonete, imaginou que seria uma boa oportunidade de multiplicar seu dinheiro. De fato, o movimento era bastante grande, e a receita foi bem maior do que Epaminondas supunha. Mas, após três meses, Epaminondas começou a perceber que, na realidade, não sobrava dinheiro: ao contrário, ele vinha consumindo parte de sua poupança para pagar fornecedores, empregados, contas de consumo etc. Desconfiando que alguém estava lhe roubando, pediu a ajuda de um contador para analisar a situação. Quando o contador perguntou se havia muitas diferenças no orçamento, Epaminondas respondeu que nunca havia feito qualquer orçamento. ▪ Questionamento: quais as contribuições você daria para o negócio do Sr. Epaminondas, se fosse seu gestor econômico-financeiro? Como pudemos perceber no texto superficial sobre a situação do Senhor Epaminondas, ele apenas pegou o dinheiro de sua indenização e comprou o negócio, sem fazer qualquer planejamento e sem ter o mínimo de conhecimento em gestão. Então, antes de qualquer coisa, é necessário realizar uma análise financeiro-econômica para identificar onde estão os furos nos fluxos de caixa, quais são os recursos disponíveis, as receitas e todos os gastos (custos, despesas, perdas etc.). Após isso, é preciso elaborar o planejamento estratégico. Junto de Epaminondas, verificar, para além da lucratividade, quais os objetivos pretendidos para o empreendimento. Com eles estabelecidos, o passo seguinte é entender quais ações serão necessárias, a partir da atual condição da empresa, para alcançar esses objetivos. É importante salientar que tanto os objetivos quanto as ações precisam ser condizentes com a realidade, isto é, precisam ser, de fato, passíveis de realização. Esse planejamento deve considerar os ambientes externos e internos da organização. Com ele pronto, vamos para o orçamento, pilar fundamental do planejamento. Como todos os planos envolvem recursos financeiros, ele é peça- chave para o êxito da empresa. O orçamento pode ser considerado a tradução do plano em termos monetários. Para ser melhor desenvolvido, ele deve ser dividido nas chamadas “peças orçamentárias” que são as etapas da construção do orçamento empresarial. A primeira informação importante no processo de elaboração das peçasé a previsão de vendas. No caso da lanchonete de Epaminondas, é possível obtê-la a partir do histórico e de análises qualitativas e quantitativas sobre a demanda dos consumidores da lanchonete. O preço de venda dos produtos deve ser estudado e avaliado de modo a entender se está correto, pois causa grande impacto nessa demanda e no faturamento. Com o conhecimento da previsão de vendas, vamos realizar o Orçamento Operacional, conjunto de peças orçamentárias que engloba orçamentos administrativos, comerciais e de produção. As peças constantes nesse conjunto específico são: ▪ Orçamento de vendas; ▪ Orçamento de produção; ▪ Orçamento de material direto; ▪ Orçamento de compras; ▪ Orçamento de mão de obra direta; ▪ Orçamento de custos indiretos; ▪ Orçamento de despesas administrativas; ▪ Orçamento de P&D; ▪ Orçamento de despesas de marketing; ▪ Orçamento de investimentos. Cada um deles será formulado individualmente conforme os objetivos, planos e necessidades da empresa e eles evidenciam os custos, as despesas, a receita de vendas, entre outras informações relevantes para a estruturação das operações da empresa. Feito o orçamento operacional, parte-se para a etapa financeira, delineando as peças orçamentarias financeiras, aquelas que permitem análises e avaliações acerca dos resultados contábeis projetados. Frezatti (2017, p. 65) explica que essa etapa “(...) tem por finalidade transformar em uma única linguagem (monetária) as decisões de implementação de todo o processo do orçamento”. Nesse momento os seguintes orçamentos serão definidos: ▪ Orçamento da Demonstração do Resultado; ▪ Orçamento de Caixa; ▪ Orçamento de Investimento; ▪ Orçamento do Balanço Patrimonial. Com todas as peças orçamentárias desenvolvidas, teremos o orçamento empresarial completamente definido. Esse orçamento geralmente abrange um período curto, de 12 meses, e deve ser utilizado para controle, pois assim, segundo Frezatti (2017), a empresa consegue identificar se os resultados obtidos estão próximos do que foi planejado e também detectar o que está desviando do plano para que o problema seja corrigido. Então, para resumir, Epaminondas deve aproveitar que já possui uma vantagem competitiva no seu negócio, que é o alto movimento de clientes, e estruturar o planejamento estratégico e, logo em seguida, o planejamento orçamentário do empreendimento para que ele se desenvolva de maneira sustentável e possa gerar lucro. 4 CONCLUSÃO Por todo o exposto, foi possível entendermos que o orçamento empresarial é um instrumento de gestão operacional que traduz em termos monetários o planejamento estratégico e a ele está subordinado. Além disso, abordamos três importantes princípios que tornam a aplicação do planejamento e orçamento mais adequada: o envolvimento administrativo, a orientação por objetivos e o acompanhamento. Por fim, com um estudo de caso, formulamos um planejamento que viabilizou um maior entendimento dos passos que devem ser seguidos na elaboração de orçamento empresarial e concebemos a importância dele como uma ferramenta de controle e acompanhamento dos resultados. 5 REFERÊNCIAS FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2017. ROCHA, Henrique Martins. Orçamento Empresarial. Rio de Janeiro: Unigranrio, 2020.
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