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Enade 2015 comentado

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás 
Pró-Reitoria de Graduação 
 
 
Organização 
Ivone Félix de Sousa 
Juliany G. Guimarães Aguiar 
Marli Bueno de Castro 
 
 
 
EBOOK 
A AVALIAÇÃO DAS QUESTÕES DO ENADE 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 2018 
SUMÁRIO 
 
 
 
PREFÁCIO 05 
CAPÍTULO 1 FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E HISTÓRICOS 08 
Questão 9 Cláudio Ivan de Oliveira 
Divino de Jesus da Silva Rodrigues 
08 
Questão 10 Nagi Hanna Salm Costa 12 
Questão 11 Cláudio Ivan de Oliveira 
Mara Rúbia Venâncio 
Marta Carmo 
14 
Questão 23 Mara Rúbia Venâncio Vieira 
Marta Carmo 
17 
CAPÍTULO 2 FUNDAMENTOS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE 
DADOS PARA INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS 
20 
Questão 3 
discursiva 
Suely Vieira Lopes 
Margareth Regina Veríssimo 
Weber Martins 
20 
Questão 12 Camila Alves 
Tahiná Khan 
Ivone Félix de Sousa 
23 
Questão 13 Lorena Simonassi 
Janille Ribeiro 
26 
Questão 14 Weber Martins 
Suely Vieira Lopes 
28 
Questão 15 Suely Vieira Lopes 
Weber Martins 
Dwain Phillip Santee 
31 
Questão 16 Suely Vieira Lopes 
Weber Martins 
Ivone Félix de Sousa 
33 
Questão 24 Lorena Simonassi 
Lorismario Ernesto Simonassi 
36 
CAPÍTULO 3 FENÔMENOS PSICOLÓGICOS 38 
Questão 18 Carolina Cardoso de Souza 
Rosana Carneiro Tavares 
38 
3 
 
Questão 19 Janille Ribeiro 
Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon 
Lila Spadoni45 
40 
Questão 20 Adalgisa Regin48a Teixeira 
Janille Ribeiro36 
Júlia da Paixão Oliveira Mello e Pargeon 
Analice Arruda 
42 
Questão 21 Ana Cândida Cardoso Cantarelli 
Lila Spadoni 
Rosana Carneiro Tavares 
45 
Questão 22 Alberto de Oliveira 
Daniela Cristina Campos 
Lila Spadoni 
Ronaldo Gomes Souza 
48 
Questão 25 Rosana Carneiro Tavares 51 
Questão 26 Otília Aída Monteiro Loth 
Margareth Regina Veríssimo 
Ivone Félix de Sousa 
52 
Questão 27 Otília Aída Monteiro Loth 
Ivone Félix de Sousa 
54 
Questão 29 Daniela Cristina Campos 56 
Questão 34 Margareth Regina Veríssimo 58 
CAPÍTULO 4 PRINCIPAIS DOMÍNIOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO 60 
Questão 4 
discursiva 
Rosival B. Lagares 
Margareth Regina Veríssimo 
60 
Questão 5 
discursiva 
Roberta Maia Marcon de Moura 
Silvamir Alves 
Margareth Regina Veríssimo 
63 
Questão 17 Andréa Batista Magalhães 67 
Questão 28 Marli Bueno de Castro 
Ivone Félix de Sousa 
Katya Alexandrina Matos Barreto Motta 
69 
Questão 30 Margareth Regina Veríssimo 72 
Questão 31 Daniela Sacramento Zanini 
Helenides Mendonça 
Marta Carmo 
74 
Questão 32 Daniela Sacramento Zanini 
Filomena Guterres Costa 
76 
4 
 
Marina de Moraes e Prado Morabi 
Questão 35 Marina de Moraes e Prado Morabi 
Gina Nolêto Bueno 
Lenise Santana Borges 
Daniela Sacramento Zanini 
79 
CAPÍTULO 5 QUESTÕES GERAIS DO ENADE COM INTERSECÇÃO COM A 
PSICOLOGIA – POLÍTICAS PÚBLICAS 
83 
Questão 2 Vera Lucia Morselli 83 
Questão 4 Vera Lucia Morselli 84 
Questão 6 Vera Lucia Morselli 85 
CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 88 
REFERÊNCIAS 89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE/2015) possui em 
duas partes, uma contendo os Componentes de Conhecimento Específico da Área de 
Psicologia e outra com os Componentes de Formação Geral. Assim, o Enade/2015, foi 
composto por trinta questões (três discursivas e vinte e sete de múltipla escolha), 
envolvendo situações-problema e estudos de casos contemplando os componentes 
específicos de psicologia e onze questões de Componente de Formação Geral, em que 
três delas apresentam conteúdos interdisciplinares com a psicologia. 
Neste EBOOK estão apresentadas as análises das questões do ENADE/2015, 
relativas aos Componentes de Conhecimento Específico da Área de Psicologia e aos de 
Formação Geral que abordam conteúdos interdisciplinares com as disciplinas 
ministradas neste curso. Destaca-se que mais de 50% dos alunos que compareceram 
para realizar este ENADE são da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Ficando os 
outros 49,68% distribuídos entre as diversas universidades e faculdades de Goiânia. 
Este fato motivou os professores a produzirem este documento de análises das questões, 
a fim de apresentar os conteúdos que foram contemplados nesta avaliação, 
demonstrando assim, como o curso de Psicologia da PUC Goiás abrange os conteúdos 
que foram examinados nesta prova. 
Para realizar esta análise, seguiu-se os critérios que foram propostos nas 
diretrizes para a elaboração do ENADE/2015, em relação aos Componente de 
Conhecimento Específico da Área de Psicologia voltados para: as competências e 
habilidades que os alunos desenvolveram; o perfil profissional expresso nas Diretrizes 
Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia, Resolução 
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011; e os conteúdos curriculares ministrados no 
curso. 
Em relação às competências e habilidades que o estudante desenvolve, no 
processo de formação, analisou-se quais dos critérios abaixo foram avaliados nas 
questões: 
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em 
evidências científicas; 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, 
apoiado em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar 
projetos, planejar e agir de forma coerente com os referenciais teóricos e as 
características da população-alvo; 
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras 
comunicações profissionais, inclusive materiais de divulgação; 
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a 
análise e apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em 
Psicologia; 
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes 
contextos; 
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas 
organizações e instituições; 
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da 
saúde, em nível individual e coletivo; 
6 
 
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio 
psicossocial a grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade 
individual e social; 
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a 
questões e demandas individuais e coletivas; 
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, 
considerando as diferenças individuais e socioculturais dos seus membros; 
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas 
em diferentes contextos. 
A fim de levantar o perfil profissional expresso nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia, Resolução CNE/CES nº 5, de 15 
de março de 2011, que foram contemplados nas questões foram analisados os critérios 
abaixo: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento 
científico em Psicologia; 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e 
dos múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade 
e a multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos 
sociais e biológicos; 
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com 
postura crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos 
direitos humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e 
comunidades; 
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com 
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e 
informações da área da Psicologia; 
VI - atuaçãointer e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos 
e fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a 
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação 
profissional; 
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao 
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. 
Em seguida, avaliou-se quais componentes específicos da área de Psicologia que 
foram tomados como referencial examinando os conteúdos curriculares abaixo: 
I - Fundamentos epistemológicos e históricos: 
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento 
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil 
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais 
sistemas psicológicos 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação 
científica. 
III – Fenômenos psicológicos: 
a) Processos psicológicos de atenção, memória, percepção, linguagem, 
pensamento, consciência e inteligência 
7 
 
b) Emoção, afetos e motivação 
c) Desenvolvimento humana 
d) Personalidade e subjetividade 
e) Processos psicopatológicos 
f) Indivíduo, Sociedade e Cultura 
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais 
h) Princípios e processos de aprendizagem 
i) Psicofarmacologia e comportamento 
j) Bases biológicas e evolutivas do comportamento 
k) Neurociência das emoções, cognição e comportamento 
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo: 
a) Intervenções em processos educativos 
b) Intervenções em processos organizacionais e de gestão de pessoas 
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador 
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária) 
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico 
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades 
g) Psicoterapias 
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional. 
Assim, dividiu-se as questões conforme os conteúdos avaliados que 
sobressaíram em cada uma delas. No entanto, várias questões tiveram como referencial 
examinado, conteúdos curriculares apresentados em mais de um dos critérios acima 
citados. 
As questões foram avaliadas por 39 professores, entre mestres e doutores, que 
ministram aulas na graduação do Curso de Psicologia da PUC Goiás, de diferentes áreas 
de conhecimentos e abordagens. A análise de cada questão apresenta a autoria, o 
gabarito, o tipo de questão, os componentes e habilidades (MEC-Psicólogo), os 
componentes específicos da área de psicologia (Diretrizes Curriculares Nacionais para 
os cursos de graduação em psicologia), os conteúdos curriculares avaliados, 
comentários e referências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
CAPÍTULO 1 
 
FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS E HISTÓRICOS 
 
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) aprovadas pelo Ministério da 
Educação (MEC), em 2011, relativas aos cursos de graduação em Psicologia, estão 
inclusos os conteúdos ‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ como um dos eixos 
estruturantes para a formação em psicologia. Este conteúdo deve estar apresentado de 
forma vertical em todo o currículo e permite ao formando o conhecimento das bases 
epistemológicas presentes na construção do saber psicológico, desenvolvendo a 
capacidade para avaliar criticamente as linhas de pensamento em Psicologia. Estas 
DCN’s foram elaboradas com a contribuição de diversos órgãos, instituições e entidades 
representativas da psicologia e devem ser observadas pelas instituições de ensino 
superior (IES) do país, entendendo a Psicologia enquanto ciência e profissão (Resolução 
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011). 
Neste capítulo estão as avaliações de questões que contemplam os conteúdos 
‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ como foco principal, embora outros eixos 
são considerados em algumas questões. As questões do ENADE/2015 que destacaram 
os conteúdos ‘Fundamentos Epistemológicos e Históricos’ foram as de número ‘9, 10, 
11 e 23’. Segue-se portanto, as análises de cada questão. 
 
Questão 9 – A psicologia constitui-se como ciência autônoma no final do século XIX e, 
desde então, caracteriza-se por diversas tensões entre a natureza subjetiva dos 
fenômenos psicológicos e a imposição de uma abordagem objetiva, típica da ciência. 
Tal tensão se expressa diferentemente nas principais matrizes que estruturam o 
pensamento psicológico nas suas origens. Isso culminou em definições diferenciadas 
sobre a forma científica de produzir conhecimento e a própria definição do objeto da 
Psicologia. Assim, caracterizam-se duas grandes vertentes, uma mais objetivista e outra 
mais subjetivista. Ao longo do tempo, várias tentativas foram feitas na direção de 
articular esses dois modelos explicativos. 
 
Considerando esse contexto, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. Atualmente, é consenso na Psicologia a meta de conhecer para dominar os meandros 
da subjetividade. 
II. O objetivismo valoriza a experimentação e toma o comportamento manifesto como 
objeto de estudo, embasando-se na ideia de que todo conhecimento provém da 
experiência. 
III. O subjetivismo apoia-se na ideia da autonomia do ser humano, sustentando a tese de 
que o conhecimento é anterior à experiência. 
 
É correto o que se afirma em 
a. I, apenas. 
b. II, apenas. 
c. I e II apenas. 
d. II e III apenas. 
e. I, II e III. 
 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=7692&Itemid=
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=7692&Itemid=
9 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Cláudio Ivan de Oliveira(1) e Divino de Jesus da Silva Rodrigues(2) 
 
GABARITO: D 
 
TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências 
científicas; 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo; 
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações 
profissionais, inclusive materiais de divulgação. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia; 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos 
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos; 
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e 
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a 
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação 
profissional; 
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao 
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
I – Fundamentos epistemológicos e históricos: 
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento. 
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil. 
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas 
psicológicos.10 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Esta questão trata de um tema central na Psicologia, que têm pautado a discussão 
de natureza histórica e epistemológica ao longo da consolidação da Psicologia como 
ciência autônoma. A partir deste contexto, o importante é o estudante compreender que 
baliza a discussão não é a busca de superioridade de uma vertente sobre a outra, e sim, 
uma reflexão e avaliação crítica sobre tais conhecimentos, por meio da discussão do 
significado da concepção de objetividade e subjetividade que norteiam as investigações 
empreendidas pela Psicologia na produção do conhecimento. A construção desta 
questão foi baseada(2) em uma interpretação mal fundamentada das epistemologias da 
psicologia. A polaridade objetivismo versus subjetivismo, e suas respectivas definições, 
não contemplam as peculiaridades epistemológicas das diferentes matrizes do 
pensamento psicológico (1). 
O enunciado II define os sistemas objetivistas da seguinte forma: 
O objetivismo valoriza a experimentação e toma o comportamento manifesto 
como objeto de estudo, embasando-se na ideia de que todo conhecimento provém da 
experiência. 
É evidente que esta classificação pretende incluir os sistemas behavioristas. No 
entanto, tal classificação está equivocada porque não contempla a história do 
behaviorismo e suas diferentes considerações epistemológicas sobre o comportamento 
como objeto de estudo. 
O behaviorismo de John Broadus Watson tomou como objeto de estudo da 
psicologia o comportamento (observável) (Watson, 1913). Sob influência do 
positivismo, observável significou para Watson passível de consenso entre os 
observadores. Assim sendo, foi excluída a experiência consciente acessível 
introspectivamente apenas a quem a experimenta e descreve (Watson, 1924). 
Cabe então concluir que esta primeira proposta behaviorista se encaixa na 
classificação objetivista proposta na questão analisada? A resposta é sim, mas com uma 
ratificação à linguagem usada na questão. É correto afirmar que Watson restringiu a 
ciência do comportamento ao referido critério positivista de consenso entre 
observadores. Porém, o conceito “comportamento manifesto”, usado na definição de 
objetivismo na Questão 9, não é a melhor escolha para o caso. 
Isto porque Watson (1913a) fez a diferença entre comportamentos explícitos e 
comportamentos implícitos. Os primeiros são observáveis diretamente a outras pessoas 
(além daquela que os emite) sem a necessidade do uso de instrumentos fisiológicos. A 
fala em voz alta é um exemplo de comportamento explícito. Já as emoções foram 
definidas por Watson (1913a) como reações viscerais, em grande parte não manifestas, 
isto é, não diretamente observáveis para outras pessoas. São acessíveis 
intersubjetivamente apenas com o auxílio de instrumentos fisiológicos. 
O verbo manifestar é definido como “tornar(-se) manifesto ou público; 
declarar(-se), divulgar”. Assim sendo, adéqua-se ao conceito de comportamento 
explícito. Já o comportamento implícito não é “público, divulgado”. 
Conclui-se que falta à linguagem usada na questão 9 uma compreensão mais 
refinada da teoria watsoniana. Este não é um detalhe insignificante, visto que a questão 
trata das epistemologias da psicologia e, portanto, exige precisão conceitual na área. 
O problema fica mais grave quando se considera o behaviorismo radical de 
Burrhus Frederic Skinner. Seria este um sistema objetivista conforme a classificação em 
questão? A resposta é rigorosamente não. Isto porque o behaviorismo radical incluiu os 
comportamentos públicos e privados como objeto de estudo (Skinner, 2006). Os 
primeiros são aqueles observáveis por outros (como os comportamentos explícitos de 
11 
 
Watson). Os segundos são eventos observáveis apenas para quem os experimenta. Um 
exemplo é o pensamento como um operante encoberto. 
Eles (os eventos privados) ocorrem dentro da pele, possuem as mesmas 
dimensões físicas que aqueles que ocorrem fora dela, e são explicados a partir dos 
mesmos princípios comportamentais. 
Diferentemente do behaviorismo watsoniano, Skinner considerou desnecessário 
e prejudicial para a análise funcional do comportamento o esforço para observar as 
ocorrências fisiológicas relacionadas aos eventos privados (Skinner, 1953). Esta tarefa 
foi atribuída a outro nível de análise (hoje as neurociências). 
Portanto, o behaviorismo radical não pode ser considerado um sistema que 
estuda apenas o “comportamento manifesto”. Mais uma vez a classificação 
epistemológica proposta na Questão 9 mostra-se mal fundamentada. 
Passa-se agora à análise da classificação epistemológica denominada na Questão 
9 de subjetivismo. Está é definida no enunciado II como segue: 
O subjetivismo apoia-se na ideia da autonomia do ser humano, sustentando a 
tese de que o conhecimento é anterior à experiência. 
É fácil demonstrar a fragilidade desta polarização subjetivismo-objetivismo 
porque importantes matrizes do pensamento psicológico não podem ser absorvidas por 
ela. 
O paradigma tradicional da psicologia evolucionista não pode ser identificado 
como objetivista. Isto porque ele não estuda comportamentos manifestos, e sim os 
mecanismos adaptativos (módulos) internos (a mente) que foram selecionados ao longo 
da evolução. Os comportamentos manifestos ocorrem em função do processamento de 
informação realizado no aparato mental. Também não faz sentido classificar a 
psicologia evolucionista como subjetivista. A razão é que ela não “apóia-se na idéia da 
autonomia do ser humano”. 
O ideal da autonomia do indivíduo foi proposto no Iluminismo. Segundo 
Immanuel Kant autônomo é o indivíduo que governa a si mesmo, que atingiu a 
maioridade e se emancipou da tutela da tradição. A heteronomia é o pólo oposto à 
autonomia, caracteriza um indivíduo que não decide por si mesmo, mas antes se 
submete aos ditames da tradição que o coage (no sentido durkheimiano). 
O ideal iluminista de autonomia foi, portanto, de um ser humano racional. Era 
isso o que preconizava a moral formalista kantiana. Para ela se impõe o governo da 
razão. O ser humano decide moralmente de forma consciente e por isso é livre para a 
recusa à satisfação instintual. 
A antropologia kantiana, que preconiza a existência de uma decisão moral 
racional e, portanto, consciente, não é aceitável para o paradigma tradicional da 
psicologia evolucionista. Isto porque para esta o comportamento humano é 
predominantemente o resultado de mecanismos que operam inconscientemente (não no 
sentido freudiano). Assim, mais um importante paradigma da psicologia não encontra 
lugar na restrita categorização epistemológica proposta na Questão 9. 
A psicanálise de Sigmund Freud também não pode ser absorvida na 
categorização objetivismo-subjetivismo. Isto porque ela não estuda comportamentos 
manifestos (não é objetivista) e não tem como ideal o homem autônomo-racional do 
iluminismo (não é subjetivista). Pelo contrário, a psicanálise desenvolveu uma 
antropologia que concedeu às pulsões a primazia sobre a vida psíquica humana. 
Portanto, neste aspecto Freud foi um anti-iluminista. 
Essas considerações são suficientes para demonstrar a inconsistência da 
interpretação epistemológica na qual se fundamenta a Questão 9. Portanto, é grave que 
uma prova do ENADE apresente uma questão passível de tantas críticas (1). 
12 
 
REFERÊNCIA(S): 
Figueiredo, L. C. M. (2014). Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis, RJ: 
Vozes. 
Molon, S. I. (2010). Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Petrópolis, 
RJ: Vozes. 
Skinner, B. F. (1953). Science and human behavior. New York: Free Press. 
Skinner, B. F. (2006). Sobre o Behaviorismo (M. P. Villalobos, Trad.). Cultrix: São 
Paulo. 
Vigotski, L. S. (1996). Teoria e método em psicologia. Tradução de: Berliner, C. São 
Paulo: Martins Fontes. 
Watson, J. B. (1913). Psychology as the Behaviorist Views it. Retirado em 13/07/00 de 
http://psychclassics.yorku.ca 
Watson,J. B. (1913a). Image and Affection in Behaviorism. Journal of Philosophy, 
Psychology and Scientific Method. (10) 421-428. 
Watson, J. B. (1920). Is thinking merely the action of language mechanisms? Retirado 
em 22/04/02 de http://psychclassics. yorku.ca 
Watson, J. B. (1970). Behaviorism. New York: Norton Library. (Trabalho original 
publicado em 1924). 
 
 
Questão 10 – A Psicologia se reconhece e é socialmente reconhecida como um campo 
multifacetado e dividido em várias áreas de atuação. Tais áreas configuram temáticas, 
problemas, conhecimentos, tecnologias, modos de pensar e de atuar sobre as demandas 
oriundas de diferentes segmentos e contextos sociais. 
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o que se alterou na 
últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A. V. B., & Gondim, S. M. G. 
(Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um exame à luz das categorias da psicologia 
organizacional e do trabalho. Porto Alegre: Artmed. 
Em agosto de 2015, comemoram-se 53 anos de regulamentação da Psicologia como 
profissão no Brasil. As mudanças contemporâneas, o avanço do conhecimento e as 
transformações na realidade nacional propiciaram alternativas significativas nessa área 
no decorrer desse período. 
 
Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
 
I. A clÍnica tradicional, centrada no atendimento individual, tem sido substituída por 
modalidades de atendimento grupal e familiar, ocasionando a perda de identidade 
profissional do psicólogo. 
PORQUE 
II. O surgimento de novas áreas de atuação, como as de saúde e de assistência social, 
tem representado possibilidades de inserção do psicólogo em contextos além da clÍnica. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da correta I. 
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da 
correta I. 
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
http://psychclassics.yorku.ca/
http://psychclassics.yorku.ca/
13 
 
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e. As asserções I e II são proposições falsas. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Nagi Hanna Salm Costa 
 
GABARITO: D 
 
TIPO DE QUESTÃO: Asserção-Razão 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde, 
em nível individual e coletivo; 
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a 
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social; 
X - realizar psicodiagnóstico, psicoterapia e outras estratégias clínicas frente a questões 
e demandas individuais e coletivas; 
XI - coordenar e manejar processos grupais, em diferentes contextos, considerando as 
diferenças individuais e socioculturais dos seus membros; 
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em 
diferentes contextos. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos; 
IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura 
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos 
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades; 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
I - Fundamentos epistemológicos e históricos: 
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento 
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil 
 
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo: 
d) Atenção e promoção da saúde (básica, secundária e terciária) 
e) Avaliação psicológica / Psicodiagnóstico 
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades 
g) Psicoterapias 
 
 
14 
 
COMENTÁRIOS: 
 
A Psicologia na contemporaneidade tem se inserido nos mais diversos contextos 
de atuação, não se restringindo ao atendimento individual clínico. As propostas de 
intervenção do psicólogo podem ser dirigidas tanto a um único indivíduo, quanto a 
grupos de indivíduos. O psicólogo pode atuar na área Hospitalar e da Saúde, Trabalho e 
Organizações, Esporte e Exercício, Escolar e Educacional, na Neuropsicologia, na área 
Jurídica, Social, Comunitária, dentre outras. A pluralidade no que tange às áreas de 
atuação não fazem com que o psicólogo perca sua identidade profissional, pelo 
contrário, tal identidade se consolida ainda mais a medida em que se identifica espaços 
onde a inserção do psicólogo se faz relevante, necessária, essencial. 
 
REFERÊNCIA(S): 
Angerami-Camon, V. A. A. (2006). Psicologia da Saúde: Um Novo Significado para a 
Prática Clínica. São Paulo: Thomson Learning. 
Bastos, A. V. B. et al. As mudanças no exercício profissional da psicologia no Brasil: o 
que se alterou na últimas décadas e o que vislumbramos a partir de agora? In: Bastos, A. 
V. B., & Gondim, S. M. G. (Orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil: um 
exame à luz das categorias da psicologia organizacional e do trabalho. Porto Alegre: 
Artmed 
Jacó-Vilela, A. M., Ferreira, A. A. L., & Portugal, F. T. (2015). História da Psicologia: 
Rumos e Percursos. Rio de Janeiro: NAU Editora. Marinho, A. L., & Caballo, V. E. 
(2001). Psicologia Clínica e da Saúde. Londrina: Editora UEL; Granada: APISCA. 
Straub, R. O. (2007). Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artmed. 
Vala, J, & Monteiro, A. B. (2004). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste 
Gulbenkina. 
 
 
 
Questão 11 – As teorias em Psicologia constituíram-se de diversas raízes filosóficas e 
epistemológicas, que deram origem a sistemas complexos de conceitos, histórica e 
culturalmente determinados. Tais sistemas conceituais, por sua vez, possibilitaram a 
emergência de abordagens, escolas, teorias e práticas diferenciadas de Psicologia. Essa 
situação configura um campo de dispersão da Psicologia, que se formou com a 
utilização de diversas perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais. A 
manifestação desse processo ocorreu por meio da produção de diferentes teorias e 
sistemas que marcaram a primeira metade do século XX. 
BARRETO, C. L. B. T.; MORATO, H. T. R A dispersão do pensamento psicológico. Boletim de 
Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 
2Gjul. 2015. 
 
Considerando os fundamentos epistemológicos da Psicologia na primeira metade do 
século XX, avalie as afirmações a seguir. 
 
I.O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser 
humano e a possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do 
comportamento humano. 
15 
 
II.A Fenomenologia buscava alcançar a compreensão do ser, partindo da intuição das 
essências como possibilidade da consciência e recorrendo à noção fundamental de 
intencionalidade. 
III.A Psicologia Funcional, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os 
elementos constitutivos da consciência, decompor as experiências complexas em 
elementos mais simples e definir, com precisão, a sua natureza. 
IV.A Psicologia Estrutural fundamentava-se na noção de pulsão e seu arcabouço 
conceitual dependia da existência efetiva e da função desse pressuposto. 
V.A Psicanálise não pretendia ser uma teoria sistemática, mas uma atitude ou modo de 
observar os fenômenos psicológicos. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
a. I e II. 
b. I e III. 
c. II e IV. 
d. III e V. 
e. IV e V. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: CláudioIvan de Oliveira, Mara Rúbia e Marta Carmo 
 
GABARITO: A. 
 
TIPO DE QUESTÃO: múltipla escolha com única alternativa 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências 
científicas; 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia; 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos 
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao 
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. 
 
 
 
16 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
I – Fundamentos epistemológicos e históricos: 
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento. 
b) Constituição da Psicologia como campo de atuação profissional no Brasil. 
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas 
psicológicos. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Cada um dos enunciados é comentado abaixo. 
 
I. O Behaviorismo tinha como pressupostos básicos a natureza objetiva e natural do ser humano e a 
possibilidade de construção de uma sociedade embasada em princípios do comportamento humano. ‘ 
 
A expressão “natureza objetiva e natural do ser humano” exige alguma crítica. 
O ser humano possui uma “natureza natural” no behaviorismo? Se a expressão é 
usada para falar do “potencial da dotação genética do homem” ela é correta. Isto porque 
John Broadus Watson admitiu uma natureza humana no sentido de que esta espécie é 
portadora de mecanismos adaptativos universais: reflexos incondicionados e 
condicionados. 
Burrhus Frederic Skinner também admite a existência de uma natureza humana 
biológica filogeneticamente constituída. O homo sapiens sapiens é dotado, por exemplo, 
de uma mecanismo de aprendizagem denominado de condicionamento operante 
(Skinner, 2007). Este é produto da seleção natural, portanto trata-se da biologia humana. 
Por outro lado, se por “natureza natural” se quer afirmar que o behaviorismo 
radical desconsiderou a cultura, o enunciado I está errado. Do ponto de vista da teoria 
skinneriana sobre a evolução da cultura como resultado de uma seleção por 
consequências (Skinner, 2007), não existe uma homogeneidade cultural biologicamente 
determinada. Cada cultura é o resultado único e singular de um processo de seleção de 
práticas culturais. 
Quanto ao indivíduo, seu comportamento é o resultado da influência interativa 
da filogênese, ontogênese e cultura. A última é caracterizada como o conjunto de 
contingências estabelecidas e mantidas pelo ambiente social. 
Visto que o gabarito da Questão 11 considera correto enunciado I, deve-se 
considerar como assumido o primeiro sentido dado acima à expressão “natureza 
natural”. 
A segunda parte do enunciado I diz que o behaviorismo afirma “a possibilidade 
de construção de uma sociedade embasada em princípios do comportamento humano”. 
Isto é verdade tanto para o behaviorismo watsoniano quanto skinneriano (radical). No 
caso do segundo autor basta citar obras como Walden II e Para Além da Liberdade e da 
Dignidade. 
 
II. A Fenomenologia buscava alcançar a compreensão do ser, partindo da intuição das essências como 
possibilidade da consciência e recorrendo à noção fundamental de intencionalidade. 
 
Não há problema nesta afirmação. 
 
III.A Psicologia Funcional, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os elementos 
constitutivos da consciência, decompor as experiências complexas em elementos mais simples e definir, 
com precisão, a sua natureza. 
17 
 
A ênfase da Psicologia Funcional não foi nas estruturas mentais, e sim na função 
adaptativa das faculdades mentais. A análise de William James acerca da consciência é 
exemplar nessa nova tendência da psicologia americana. Para ele a consciência 
possibilita a adaptação psicológica, na qual o propósito é antecipado pelo organismo e 
os meios mais adequados para a sua realização são selecionados. Portanto, o enunciado 
III está errado. 
 
IV.A Psicologia Estrutural fundamentava-se na noção de pulsão e seu arcabouço conceitual dependia da 
existência efetiva e da função desse pressuposto. 
 
 A Psicologia Estrutural de Edward Bradford Titchener não trabalhou com o 
conceito de pulsão. Seu objetivo prioritário era a identificação dos elementos 
componentes da consciência: “saber o que está lá e em que quantidade” (Titchener, 
1898). Por isso o enunciado IV está errado. 
 
V.A Psicanálise não pretendia ser uma teoria sistemática, mas uma atitude ou modo de observar os 
fenômenos psicológicos. 
 
A pretensão de Sigmund Freud a uma teoria sistemática é facilmente 
demonstrável a partir de sua obra clássica Compêndio de Psicanálise. Nela o autor 
desenvolve uma sistematização sintética da teoria psicanalítica. Assim, sendo, o 
enunciado V está errado. 
 
REFERÊNCIA(S): 
Barreto, C. L. B. T.; Morato, H. T. R (2015). A dispersão do pensamento psicológico. 
Boletim de Psicologia, São Paulo, v. 58, n. 129, dez. 2008. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org>. Acesso em: 2/06/2018. 
James, W. (1890). Principles of Psychology. Retirado em 22/02/2005. 
http://psychlassics. yorku.ca. 
Skinner, B. F.. (2007). Seleção por conseqüências. Revista Brasileira de Terapia 
Comportamental e Cognitiva, 9(1), 129-137. 
Titchener, E. B. (1899). The Postulates of a Structural Psychology. Retirado em 
22/02/2005. http://psychlassics. yorku.ca. 
 
 
Questão 23 – A respeito das teorias acerca da estrutura de personalidade, avalie as 
afirmações a seguir. 
 
I.Os conceitos de self na abordagem junguiana e na perspectiva centrada no cliente se 
aproximam, na medida em que ambas o consideram uma totalidade, mas divergem em 
relação ao fato de sua disponibilidade à consciência. 
II.As teorias do aparelho psíquico (topográfico e estrutural) desenvolvidas por Freud se 
integram da seguinte forma: o ego e o superego estão localizados no consciente e no 
pré-consciente e o id, no inconsciente. 
III.A noção de inconsciente na abordagem cognitiva refere-se ao processamento de 
informação acessível à consciência no seu resultado final, diferentemente da concepção 
adotada pela abordagem psicanalítica. 
http://psychlassics/
http://psychlassics/
18 
 
IV.As abordagens comportamentais de aprendizagem tendem a enfatizar 
comportamentos específicos em suas relações com o contexto, em vez de elementos da 
personalidade. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
a. I e II. 
b. I e III. 
c. II e IV. 
d. I, III e IV. 
e. II, III e IV. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Mara Rúbia Venâncio Vieira e Marta Carmo 
 
GABARITO: D 
 
TIPO DE QUESTÃO: Alternativa única 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo; 
VI - diagnosticar, planejar e intervir em processos educativos em diferentes contextos. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos 
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminaçãodo fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos. 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
I - Fundamentos epistemológicos e históricos: 
a) Constituição da Psicologia como campo de conhecimento 
c) Constituição, fundamentos e pressupostos epistemológicos dos principais sistemas 
psicológicos 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
A questão foca aspectos da formação da personalidade em diferentes teorias. 
 
 
 
19 
 
REFERÊNCIA(S): 
 
Cloninger, S. (1999). Teorias da Personalidade. 1° ed. São Paulo: Martins Fontes. 
Schultz, D. P. & Shultz, S. E. (2002). Teorias da Personalidade. 1° ed. São Paulo: 
Thomson Pioneira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CAPÍTULO 2 
 
FUNDAMENTOS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS PARA 
INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS 
 
Dois outros eixos estruturantes da matriz dos cursos de graduação em psicologia 
são neste capítulo contemplados. O dos ‘Fundamentos teórico-metodológicos’ e o dos 
‘Procedimentos para a investigação científica e a prática profissional’. O primeiro que 
garante a apropriação crítica do conhecimento disponível, assegurando uma visão 
abrangente dos diferentes métodos e estratégias de produção do conhecimento científico 
em Psicologia. Os ‘Procedimentos para a investigação científica e a prática 
profissional’, garante tanto o domínio de instrumentos e estratégias de avaliação e de 
intervenção quanto a competência para selecioná-los, avaliá-los e adequá-los a 
problemas e contextos específicos de investigação e ação profissional (Resolução 
CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011). Portanto, nestes dois eixos são requeridos 
conhecimentos que tornam a psicologia reconhecida como ciência. 
Neste capítulo estão as avaliações de questões que contemplam os conteúdos 
‘Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para investigações 
científicas’ como foco principal, embora outros eixos são considerados em algumas 
questões. As questões do ENADE/2015 que destacaram os conteúdos ‘Fundamentos, 
métodos e técnicas de coleta e análise de dados para investigações científicas’ foram a 
discursiva de número ‘3’ e as objetivas de número ‘12, 13, 14, 15 e 16’. Segue-se 
portanto, as análises de cada questão. 
 
 
Questão discursiva 3 – A crise de emprego, presente em diferentes países, inclusive no 
Brasil, agravou a vulnerabilidade dos jovens em termos de: a) aumento do desemprego, 
subemprego e condições precárias de inserção no mercado de trabalho; b) empregos de 
menor qualidade para aqueles que encontram trabalho; c) maior desigualdade no 
mercado de trabalho entre diferentes grupos de jovens; d) transições da escola para o 
trabalho mais longas e inseguras; e e) afastamentos prolongados do mercado de 
trabalho. 
Venturi, G. e Torini, D. 2014. Transições do mercado de trabalho de mulheres e homens jovens no Brasil. 
Genebra: OIT (Work Youth Series). 
 
Considerando o contexto apresentado, faça o que pede nos itens a seguir. 
 
a)Elabore um problema de pesquisa que esteja relacionado ao assunto tratado no texto. 
b)Descreva as etapas essenciais de sua pesquisa, incluindo: o desenho de pesquisa, os 
instrumentos, os procedimentos, as técnicas de análise de resultados e apresente uma 
consideração ética relevante sobre a pesquisa. 
 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Suely Vieira Lopes, Margareth Regina Veríssimo e Weber Martins 
 
GABARITO: Exemplo de Gabarito para esta questão 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=7692&Itemid=
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=7692&Itemid=
21 
 
a)Elabore um problema de pesquisa que esteja relacionado ao assunto tratado no 
texto. 
Quais as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no mercado 
de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego? 
 
b)Descreva as etapas essenciais de sua pesquisa, incluindo: o desenho de 
pesquisa, os instrumentos, os procedimentos, as técnicas de análise de resultados e 
apresente uma consideração ética relevante sobre a pesquisa. 
Problema: 
Quais as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no mercado 
de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego? 
Justificativa: 
Considerando que a crise de emprego afeta a população de um país e em 
especial as pessoas que estão em idade de inserção no mercado de trabalho, 
considerando ainda a crise de emprego tem atingido os jovens em momentos de sua 
afirmação profissional, tornando precárias as condições para o acesso a uma vida 
econômica sustentável, faz-se necessário o estudo dos impactos sociais dessa situação 
na vida desses jovens. 
Relevância ética da pesquisa: A pesquisa apresenta-se como uma possibilidade 
significativa para não apenas diagnóstico, mas como perspectiva de melhorar a vida dos 
jovens, para prevenção aos problemas sociais que podem ser originados a partir do não 
acesso ao emprego. 
Objetivos: 
- Levantar o perfil sócio demográfico dos jovens que buscaram a 
empregabilidade no último ano; 
- Compreender o contexto social dos jovens em idade de inserção no mercado de 
trabalho; 
- Avaliar o mercado de trabalho acessível aos jovens em idade de inserção no 
mundo de trabalho; 
- Conhecer as consequências sociais para os jovens em idade de inserção no 
mercado de trabalho, que vivem em países que estão em crise de emprego. 
- Metodologia: Pesquisa empírica por meio de levantamento, utilizando revisão 
bibliográfica e documental para sustentação teórica. 
- Instrumentos: Questionário 
- Procedimentos: 
Levantamento documental sobre o número previsto de sujeitos na condição de 
desemprego no último ano; 
Cálculo do tamanho da amostra utilizando fórmula estatística, com margem de 
erro de até no máximo 5%; 
Tipo de amostra: Não aleatória acidental; 
Elaboração do Projeto de Pesquisa; 
Estudo bibliográfico e documental sobre o tema; 
Elaboração do instrumento de coleta de dados; 
Pesquisa piloto para validação do instrumento de coleta de dados; 
Reavaliação do instrumento de coleta de dados; 
Coleta de dados que ocorrerá nos ambientes de empresas que oferecem vagas de 
trabalho e também na rua, com aplicação do Termo de Livre Consentimento; 
Criação de banco de dados no programa SPSS para organização dos dados; 
Digitação para alimentar o banco de dados com os questionários; 
22 
 
Procedimento de análise dos dados: Análise quantitativa com uso de modelos 
estatísticos descritivos e inferenciais. 
Elaboração do relatório de pesquisa. 
 
TIPO DE QUESTÃO: Discursiva 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo; 
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e 
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em Psicologia; 
VII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de gestão, em distintas organizações 
e instituições; 
VIII - diagnosticar, planejar e intervir em processos de prevenção e promoção da saúde, 
em nível individual e coletivo; 
IX - diagnosticar, planejar e intervir em processos de assistência e apoio psicossocial a 
grupos, segmentos e comunidades em situação de vulnerabilidade individual e social. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos;IV - aptidão para atuar em diferentes contextos de inserção profissional, com postura 
crítica frente aos contextos macrossociais, tendo em vista a promoção dos direitos 
humanos e da qualidade de vida dos indivíduos, grupos, organizações e comunidades; 
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com 
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e 
informações da área da Psicologia. 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica. 
III – Fenômenos psicológicos: 
g) Processos grupais, organizacionais e institucionais 
IV - Principais domínios de atuação do Psicólogo: 
23 
 
f) Intervenções em grupos, instituições e comunidades 
c) Intervenções em processos de trabalho, saúde e bem estar do trabalhador 
 
COMENTÁRIOS: 
 
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade 
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos 
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando tanto os conceitos teóricos 
da Psicologia, Metodologia Científica, quanto da Estatística. Portanto, esta questão 
exige conhecimento teórico e prático; exige conhecimento para construção de 
intervenções e resolução de problemas da realidade social. Além do conhecimento 
técnico sobre a área do trabalho, área social e de pesquisa; exige conhecimento sobre 
pesquisa e investigação. Desta forma, o estudante deve: 
a) apresentar objetivamente um problema de pesquisa relacionado ao assunto 
apresentado, por exemplo: as mudanças no mundo do trabalho. as políticas públicas na 
área, como as de enfrentamento do desemprego, da discriminação entre outros; 
b) descrever, em linhas gerais, as etapas de sua pesquisa, incluindo o desenho da 
pesquisa, instrumentos e procedimentos. O plano deve conter as informações 
metodológicas essenciais, de modo coerente com o problema de pesquisa proposto. 
 
 
REFERÊNCIA(S): 
Dancey, C. P., Reidy, J. (2006). Estatística sem Matemática para Psicologia. 6 ed. Porto 
Alegre: Artmed. 
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de 
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed. 
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6 
ed. São Paulo: Atlas. 
Venturi, G. e Torini, D. (2014). Transições do mercado de trabalho de mulheres e 
homens jovens no Brasil. Genebra: OIT (Work Youth Series). 
 
Questão 12 – A psicometria fundamenta-se na teoria da medida em ciências, buscando 
explicar o sentido que têm as respostas dadas pelos sujeitos a um conjunto de tarefas e 
propor estratégias e técnicas de medida dos processos psicológicos. 
PASQUALI, L. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USR Disponível em: 
<http://www.revistas.usp. br>. Acesso em: 17 jul. 2015 (adaptado). 
 
Acerca da psicometria e de sua base para consolidação da ciência psicológica em geral, 
avalie as afirmações a seguir. 
 
I. Os instrumentos psicológicos representam a expressão científica de um procedimento 
sistemático para avaliar fenômenos psicológicos. 
II. Os requisitos básicos dos testes psicológicos são validade, precisão, padronização e 
normalização. 
III. A psicometria clássica, também conhecida como Teoria de Resposta ao Item (TRI), 
fundamenta-se na noção teórica dos traços latentes. 
24 
 
IV. A técnica estatística da análise fatorial é um dos procedimentos centrais no 
desenvolvimento de teorias psicológicas, como, por exemplo, o modelo dos cinco 
grandes fatores de personalidade. 
V. A psicometria é um campo de conhecimento próprio da Psicologia, portanto o uso 
desse conhecimento por outros profissionais é fato cabível de processo disciplinar pelo 
Ministério Público. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
a. I, II e IV. 
b. I, II e V. 
c. I, III e V. 
d. II, III e IV. 
e. III, IV e V. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTORES: Camila Alves, Tahiná Khan e Ivone Félix de Sousa 
 
GABARITO: A 
 
TIPO DE QUESTÃO: Complementação múltipla 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
 
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais com base em evidências 
científicas; 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
V - Utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e 
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em psicologia. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia; 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e dos 
múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos; 
V - compromisso com a ética no que diz respeito às relações com usuários, com 
colegas, com o público e na produção e divulgação de pesquisas, trabalhos e 
informações da área da Psicologia; 
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao 
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. 
 
25 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia (construção de instrumentos psicológicos) 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados (questões básicas de mensuração) 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica. 
V - Princípios éticos e deontológicos no exercício profissional (questões éticas na 
avaliação psicológica). 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Em relação a afirmação III de que ‘A psicometria clássica, também conhecida 
como Teoria de Resposta ao Item (TRI), fundamenta-se na noção teórica dos traços 
latentes.’ o erro da questão está quando nela é afirmado que a psicometria clássica é 
conhecida como Teoria de Resposta ao Item. No entanto, a Teoria de Resposta ao Item 
(TRI) surgiu da necessidade de solucionar algumas limitações da Teoria Clássica dos 
Testes (TCT), a fim de melhorar a qualidade da avaliação da estrutura dos testes e 
portanto, a TRI veio substituir parte da TCT. Assim, ambas as teorias são vertentes da 
psicometria moderna (Pasquali, 2003; Pasquali, 2007). De um modo geral, a 
psicometria procura explicar o sentido que têm as respostas dadas pelos sujeitos a uma 
série de tarefas, tipicamente chamadas de itens. TCT tem interesse em produzir testes de 
qualidade, enquanto a TRI se interessa por produzir tarefas (itens) de qualidade. No 
final, então, temos ou testes válidos (TCT) ou itens válidos (TRI), itens com os quais se 
poderão construir tantos testes válidos quantos se quiser ou o número de itens permitir. 
Assim, com a TRI é possível construir bancos de itens válidos para avaliar os traços 
latentes (Pasquali, 2015). 
Em relação a afirmação V, de que ‘A psicometria é um campo de conhecimento 
próprio da Psicologia, portanto o uso desse conhecimento por outros profissionais é fato 
cabível de processo disciplinar pelo Ministério Público.’ pode-se dizer que a 
psicometria fundamenta-se na teoria da medida em ciências sociais em geral e que é 
especialmente aplicada nas áreas da psicologia e da educação. Assim, ela não poderiaser de conhecimento próprio da psicologia, cabendo processo disciplinar pelo Ministério 
Público a outros profissionais ao utilizá-la. Portanto, a Teoria de Resposta ao Item (TRI) 
é uma vertente da psicometria moderna e a psicometria é um campo de conhecimentos 
em ciências, não especificamente da psicologia (Pasquali, 2015). 
 
REFERÊNCIA(S): 
Alchieri, J.C e Cruz, R. M. (2003). Avaliação psicológica: conceitos, métodos e instrumentos. 
São Paulo: Casa do Psicólogo. 
Ambiel, A. M. R; Rabelo, I. S; Pacanaro, S. V; Alves, G. A. S & Leme, I. F. A. S. (2011). 
Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. São 
Paulo: Casa do Psicólogo. 
Anastasi, A. e Urbina, S. (2000). Testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes Médicas. 
Cronbach, J.L. (1996). Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre, RS: Artes 
Médicas. 
26 
 
Pasquali, L. (1996). Teoria e métodos de medida em ciência do comportamento. Brasília, DF: 
INEP. 
Pasquali, L. (1997). Psicometria: teoria e aplicações. Brasília, DF: UnB. 
Pasquali, L. (1999). Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília, DF: 
LabPAM/IBAPP. 
Pasquali, L. (2001). Técnicas de exame psicológico: Fundamentos de Técnicas Psicológicas. 
São Paulo: Casa do Psicólogo. 
Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis, RJ: 
Vozes. 
Pasquali, L. (2007). Teoria de Resposta ao Item - TRI. Brasília, DF: LabPAM/IBAPP. 
Pasquali, L. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USR. Disponível em: 
<http://www.revistas.usp. br>. Acesso em: 17 jul. 2015 (adaptado). 
 
Questão 13 – Em determinado estudo, crianças observavam figuras de asas de 
borboleta e eram instruídas a emparelhá-las com outras parecidas, em uma amostra 
maior. O pareamento devia ser feito com base nos padrões das asas. A princípio, as 
crianças acharam esta tarefa muito difícil e intrigante porque tiveram dificuldade em 
separar o padrão e as cores das asas. Em seguida, rótulos (palavras para pontos e listas) 
descrevendo os diferentes padrões foram fornecidos a um grupo experimental, enquanto 
um grupo-controle não recebeu quaisquer rótulos descritivos. Com a aprendizagem dos 
rótulos, as crianças do grupo experimental melhoraram consideravelmente seu 
desempenho no pareamento. Até mesmo os membros mais jovens do grupo 
experimental se saíram melhor do que as crianças mais velhas do grupo controle. 
MUSSEN, R; CONCER, J.; KAGAN, J. Desenvolvimento e personalidade da criança. São Paulo: Harper 
& Row do Brasil, 1977 (adaptado). 
 
A situação apresentada descreve um experimento sobre o processo da linguagem. Com 
base na situação exposta e nos fundamentos teóricos da Psicologia sobre o processo da 
linguagem e funções mentais, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A linguagem é necessária à memória e à solução de problemas. 
II. A formulação de regras verbais ajuda a orientar o desempenho no raciocínio e na 
solução de problemas. 
III. A mediação verbal (atribuição de rótulos) aprimora a habilidade para lembrar de 
objetos e eventos. 
IV. Crianças mais jovens aprendem mais rápido que crianças mais velhas. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
a. I e II 
b. I e IV 
c. II e III 
d. I, III e IV 
e. II, III e IV 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Lorena Simonassi e Janille Ribeiro 
 
27 
 
GABARITO: C (questões II e III seriam corretas) 
 
TIPO DE QUESTÃO: Asserção Única 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
I - avaliar, sistematizar e decidir as condutas profissionais, com base em evidências 
científicas; 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
IV - elaborar relatos científicos, pareceres técnicos, laudos e outras comunicações 
profissionais, inclusive materiais de divulgação; 
XII - avaliar os resultados e impactos das intervenções psicológicas conduzidas em 
diferentes contextos. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia. 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica. 
Conceitos de Linguagem, Pensamento e Desenvolvimento Humano conforme Vigotski. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
I. A linguagem é necessária à memória e à solução de problemas. 
A questão I estaria errada em função das terminologias utilizadas (Linguagem) e 
Memória. Para a Análise do Comportamento linguagem é um termo geral que não 
consegue explicar as especificidades do ser humano, por tanto, deveria se fazer menção 
a Comportamento Verbal e Memória deveria especificar Comportamento de Lembrar. 
Se o termo fosse Comportamento Verbal e comportamento de lembrar esta asserção 
estaria correta. 
 
II. A formulação de regras verbais ajuda a orientar o desempenho no raciocínio e 
na solução de problemas. 
Esta questão estaria correta, mas com a ressalva de que raciocínio e solução de 
problemas poderia ser definida como sinônimos ou raciocínio como uma forma de 
comportamento privado, que não ficou claro na questão. 
 
III. A mediação verbal (atribuição de rótulos) aprimora a habilidade para 
lembrar de objetos e eventos. 
28 
 
Esta questão está correta. 
 
IV. Crianças mais jovens aprendem mais rápido que crianças mais velhas. 
Esta questão estaria errada. Não se pode dizer que repertórios comportamentais 
são obtidos em função da idade da criança. Existem inúmeras variáveis que são 
responsáveis por este desenvolvimento. 
 
A alternativa I está incorreta, pois a memória e algumas soluções de problemas 
podem ser efetivados sem a linguagem, como ocorre com os primatas e crianças bem 
pequenas de um ano de idade. A IV não possui fundamento teórico, pois o aprendizado 
ocorre em qualquer idade e depende não do fator cronológico, mas de aspectos 
biológicos, sociais, intelectuais e culturais. 
 
 
REFERÊNCIA(S): 
Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura. 
Porto Alegre: Artmed. 
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto 
Alegre: Artes Médicas. 
Mussen, R, Concer, J. &, Kagan, J. (1977). Desenvolvimento e personalidade da 
criança. 
São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1977 (adaptado). 
Skinner, B. F. (1981). Ciência e comportamento Humano. São Paulo, SP: Martins 
Fontes. 
Vigotski, L.S. (1998). A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. (6ªed.). Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, 
Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes. 
 
 
Questão 14 – 
Pesquisa 1: A pesquisa objetivou investigar representações sociais do espaço prisional 
entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Optou-se pela entrevista semi-
estruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas dez detentas, 
utilizando um roteiro focalizando: dados sócio demográficos; momento do crime; 
funções da pena; relação familiar antes e depois do encarceramento; vida antes do 
encarceramento; dia a dia na penitenciária; visão do tratamento recebido; maiores 
dificuldades da prisão e projetos futuros. 
FRINHANI, E M. D.; SOUZA, L. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de 
representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado). 
 
Pesquisa 2: Os relacionamentos íntimos, dentre eles o namoro, pressupõem a existência 
de identidades e representações sociais, que são compartilhadas através decomportamentos, normas e valores sociais. Objetivou-se identificar a representação 
social e a particularização em função da identidade sexual e experiência com o namoro. 
Para tal, a amostra foi composta por 183 estudantes universitários, com média de idade 
de 22 anos. Foi utilizado um questionário auto aplicado em situação coletiva. 
BERTOLDO, R. B.; BARBARA, A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos jovens. 
PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado). 
29 
 
 
Estão resumidas, acima, duas pesquisas no campo das representações sociais. A respeito 
dos instrumentos usados para a coleta de dados nessas pesquisas, avalie as afirmações a 
seguir. 
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista 
aberta, tem como grande vantagem a possibilidade de se obterem dados já 
categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados. 
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de 
instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na 
Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior 
profundidade. 
III. Os questionários auto aplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas 
pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos. 
 
É correto o que se afirma em 
a. I, apenas. 
b. III, apenas. 
c. I e II, apenas. 
d. II e III, apenas. 
e. I, II e III. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Weber Martins e Suely Vieira Lopes 
 
GABARITO: D 
 
TIPO DE QUESTÃO: Objetiva 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento 
científico em Psicologia; 
II - compreensão da especificidade dos fenômenos e processos psicológicos e 
dos múltiplos referenciais teóricos e epistemológicos; 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade 
e a multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com 
fenômenos sociais e biológicos. 
 
 
30 
 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
A primeira afirmação está claramente errada, pois a entrevista semiestruturada 
não fornece dados já categorizados, mas apenas indica os tópicos (principais) a serem 
focalizados. A categorização demanda esforço analítico por parte do pesquisador, sendo 
um dos processos mais importantes. A segunda afirmativa está correta, pois as amostras 
em pesquisas qualitativas, quando empregamos “instrumentos abertos que captam o 
fenômeno em maior profundidade”, são caracterizadas por serem pequenas e, 
geralmente, intencionais. A terceira afirmação está correta, sendo interessante observar 
que a coleta de dados qualitativos não implica, necessariamente, que se trata de pesquisa 
qualitativa, onde são coletados dados abertos. A informação de profissão, por exemplo, 
é uma informação qualitativa adequada ao tratamento estatístico, que caracteriza a 
pesquisa quantitativa. A rigor, questionários permitem até a coleta de dados abertos, 
mas tal procedimento não é recomendado em grandes amostras. 
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade 
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os procedimentos 
para coleta de dados foram assimilados pelos alunos, considerando os conceitos teóricos 
da Psicologia e Metodologia Científica. O objetivo maior da questão é verificar se o 
estudante sabe selecionar o tipo de instrumento de coleta de dados, assim como qual é 
tipo de pesquisa que será desenvolvido. 
 
 
REFERÊNCIA(S): 
Bertoldo, R. B. &, Barbara, A. (2006). Representação social do namoro: a intimidade na 
visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado). 
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de 
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed. 
Frinhani, E M. D. &, Souza, L. (2005). Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma 
análise de representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005 (adaptado). 
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 6 
ed.. São Paulo: Atlas. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Questão 15 – Um estudo foi desenvolvido para investigar os efeitos de idade e sexo no 
autoconceito de crianças pré-escolares. Segundo os pesquisadores, poucas são as 
investigações sobre o autoconceito realizadas com crianças de idade pré-escolar. Nesse 
estudo, procuramos contribuir para melhor compreensão do desenvolvimento normativo 
do autoconceito, no período pré-escolar, nomeadamente, por meio da análise dos efeitos 
que o sexo e a idade nele exercem. Tratando-se de um estudo longitudinal, a amostra foi 
composta por 83 crianças portuguesas, de um total de 340, avaliadas no seu 
autoconceito aos quatro e aos cinco anos de idade, através da Pictorial Scale of 
Perceived Competence and Social Acceptance for Young Children — PSPCSA. As 
crianças apresentaram resultados muito elevados em todos os domínios do autoconceito, 
em ambas as idades. Os dados parecem indicar que os elevados valores do autoconceito 
começam a declinar já no fim do período pré-escolar, pelo menos em alguns domínios, 
sugerindo, dessa forma, um desenvolvimento diferenciado do autoconceito, consoante 
os diferentes domínios avaliados. Finalmente, parecem existir diferenças no 
autoconceito relacionadas com o sexo das crianças, favorecendo os rapazes. Os nossos 
resultados contribuem para melhor compreensão do processo de desenvolvimento do 
autoconceito. 
PINTO, A. et al. Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-escolares. Psicologia: reflexão e 
crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado). 
 
Considerando o relato de pesquisa apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
 
I. A amostra utilizada no estudo é representativa e permite compreender tanto a 
realidade portuguesa como a brasileira. 
PORQUE 
II. Trata-se de um estudo longitudinal que permite generalizar os dados em função das 
similaridades culturais entre Brasil e Portugal. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c. A asserção I é proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e. As asserções I e II são proposições falsas. 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Suely Vieira Lopes, Weber Martins e Dwain 
 
GABARITO: E 
 
Asserção I. A amostra utilizada no estudo é representativa e permite 
compreender tanto a realidade portuguesa como a brasileira. 
 
Afirmação falsa. Para se determinar a significância da amostra seria necessário 
se estabelecer o universo amostral. Ou seja, o número de crianças com as idades 
desejadas no Brasil e em Portugal. A amostra não permite concluir nem sobre a amostra 
brasileira e nem sobre a amostra portuguesa. Só se pode concluir sobre aprópria 
32 
 
amostra e apenas das crianças portuguesas. Não está estabelecida a amostra brasileira e 
nem foram determinadas as variáveis de emparelhamento das duas amostras, se fosse 
intenção da pesquisa fazer comparações entre os dois países. 
(PORQUE) 
Asserção II. Trata-se de um estudo longitudinal que permite generalizar os dados 
em função das similaridades culturais entre Brasil e Portugal. 
 
Afirmação falsa. Primeiro, podemos argumentar que o estudo não é longitudinal, 
porque só aplica a medida em dois momentos do tempo, podendo ser simplesmente um 
desenho antes/depois. Geralmente estudos longitudinais abarcam vários anos ou 
décadas. Segundo, a amostra não permite formular comparações entre entre Brasil e 
Portugal porque as similaridades culturais são pressupostos que podem ser falsos. 
Ademais, essas comparações não são objetivos da pesquisa. 
 
TIPO DE QUESTÃO: Objetiva de asserção e razão 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia. 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos e procedimentos de coleta de dados 
c) A lógica da argumentação científica em Psicologia 
d) Concepção, planejamento, delineamento e comunicação de investigação científica. 
Em síntese, esta questão aborda conteúdos sobre “Metodologia de Pesquisa e Desenho 
de pesquisa”. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
A questão tem abrangência do processo investigativo, que é uma atividade 
necessária aos profissionais de Psicologia. Ela visa avaliar o quanto os processos 
investigativos foram assimilados pelos alunos, considerando tanto os conceitos teóricos 
da Psicologia, Metodologia Científica e da Estatística. O objetivo maior da questão é 
verificar se o estudante sabe selecionar avaliar a metodologia adequada ao objeto de 
estudo que é o foco da pesquisa. 
33 
 
Além dos fatos da pesquisa ter sido publicada numa revista brasileira 
(conhecimento não exigido do aluno) e de Portugal e Brasil compartilharem o mesmo 
idioma, não há ligação explícita com a realidade brasileira. Até mesmo a respeito de 
Portugal, nada garante que se trata de uma amostra representativa da realidade 
portuguesa. O fato de selecionar, 83 crianças portuguesas de um total de 340, não basta 
para assegurar a representatividade neste limitado contexto. Se buscarmos significância 
(e generalização) estatística, essa amostra deveria ser aleatória, inclusive. Essas 
considerações são suficientes para mostrar a falsidade das asserções I e II. 
 
 
REFERÊNCIA(S): 
Breakwell, G. M., Hammond, S., Fife-Schaw, C. &, Smith, J. A. (2010). Métodos de 
Pesquisa em Psicologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed. 
Coolican, H. (2004). Research Methods and Statistics in Psychology. Fourth Edition. 
London: 
Hodder & Stoughton. 
Lakatos, E. M. &, Marconi, M. de A. (2005). Fundamentos de metodologia científica. 
6° ed.. São Paulo: Atlas. 
Pinto, A. et al. (2015). Efeitos de idade e sexo no autoconceito de crianças pré-
escolares. Psicologia: reflexão e crítica, v. 28, n. 3, 2015 (adaptado). 
 
 
 
 
Questão 16 – De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos países 
ainda discriminam ou simplesmente não reconhecem a existência ou o efeito prejudicial 
das doenças mentais em sua população. A OMS afirmou, em 2001, que, até 2020, as 
condições clínicas associadas a alterações mentais e neurológicas incapacitarão quase 
15% da população em algum momento. A depressão responderá pela maior parte deste 
percentual, acometendo quase o dobro de mulheres em relação ao número de homens. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Ministerial Round Tables 2001. S4th World Health 
Assembly. World Health Organization, Genebra, 2001 (adaptado). 
 
A partir dos dados descritos pela OMS, um pesquisador conduziu um estudo para 
compreender o motivo pelo qual a incidência de quadros depressivos tem aumentado 
significativamente no Brasil nos últimos anos. Para a coleta de dados, ele usou escalas 
de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e entrevistas semiestruturadas, 
com o intuito de avaliar dois grupos de trabalhadores com diferentes perfis 
profissionais. O primeiro grupo foi avaliado em 2013, e o segundo, em 2015. Cada 
grupo foi composto por uma amostra de 200 sujeitos. O investigador relacionou os 
escores brutos das escalas de autorrelato com categorias de respostas definidas a partir 
dos dados obtidos com as entrevistas. Ao interpretar os resultados, constatou que havia 
uma relação entre os escores de depressão e a quantidade de tempo que os profissionais 
ficavam distantes de seus familiares, o que ocorria em virtude do aumento da carga de 
trabalho. Tal relação foi observada em ambas as amostras. 
 
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo hipotético, 
conclui-se que se trata de uma pesquisa 
 
34 
 
a. experimental e quantitativa, sequencial, com diferentes coortes, cuja variável 
independente é a depressão. 
b. descritiva e correlacional, transversal, com diferentes coortes, cuja variável 
independente é a distância dos familiares. 
c. explicativa e quantitativa, longitudinal prospectiva, com mesma coorte, cuja variável 
dependente é a distância dos familiares. 
d. descritiva e qualitativa, longitudinal retrospectiva, com diferentes coortes, na qual a 
distância dos familiares é uma variável independente. 
e. descritiva e explicativa, transversal, com duas coortes, na qual tanto a depressão 
quanto a distância dos familiares são variáveis dependentes. 
 
 
ANÁLISE DA QUESTÃO 
 
AUTOR: Suely Vieira Lopes, Weber Martins e Ivone Félix de Sousa 
 
GABARITO: B 
 
TIPO DE QUESTÃO: Objetiva 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES (MEC-PSICÓLOGO) CONTEMPLADAS NA 
QUESTÃO: 
II - planejar, conduzir e relatar investigações científicas de distintas naturezas, apoiado 
em análise crítica das diferentes estratégias de pesquisa; 
III - identificar e analisar necessidades de natureza psicológica, elaborar projetos, 
planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e características da 
população-alvo; 
V - utilizar os recursos da matemática, da estatística e da informática para a análise e 
apresentação de dados e para a preparação das atividades profissionais em Psicologia. 
 
COMPONENTES ESPECÍFICOS DA ÁREA DE PSICOLOGIA (DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS PARA OS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM 
PSICOLOGIA: 
 
I - compromisso com a construção e o desenvolvimento do conhecimento científico em 
Psicologia. 
III - interlocução com campos de conhecimento para apreender a complexidade e a 
multideterminação do fenômeno psicológico, em suas interfaces com fenômenos sociais 
e biológicos; 
VI - atuação inter e multiprofissional, sempre que a compreensão dos processos e 
fenômenos envolvidos assim o recomendar, relacionando-se com o outro de modo a 
propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais requeridos na sua atuação 
profissional; 
VII - compromisso com o aprimoramento e a capacitação contínuos, atento ao 
desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência e profissão. 
 
 
 
35 
 
CONTEÚDO(S) CURRICULARES AVALIADO(S): 
II - Fundamentos, métodos e técnicas de coleta e análise de dados para 
investigações científicas: 
a) Fundamentos das medidas em Psicologia 
b) Instrumentos

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