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ANÁLISE DAS DIFICULDADES DOS PARCEIROS DISCORDANTES AO HIV NA MANUTENÇÃO DO SEXO SEGURO NO CENTRO DE SAUDE DE VILA NOVA -CIDADE DE CHIMOIO

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UNIDADE ORGÂNICA DECHIMOIO
ANÁLISE DAS DIFICULDADES DOS PARCEIROS DISCORDANTES AO HIV NA MANUTENÇÃO DO SEXO SEGURO NO CENTRO DE SAUDE DE VILA NOVA -CIDADE DE CHIMOIO
PAULA CHIPIRE JONE FAUSTINO
LICENCIATURA EM SAÚDE PÚBLICA
Chimoio, Junho de 2019
UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO
ANÁLISE DAS DIFICULDADES DOS PARCEIROS DISCORDANTES AO HIV NA MANUTENÇÃO DO SEXO SEGURO NA CIDADE DE CHIMOIO
SUPERVISOR:
____________________________
dr.MANUEL WISQUE
CANDIDATA:
_______________________________
PAULA CHIPIRE JONE FAUSTINO
LICENCIATURA EM SAÚDE PÚBLICA
Chimoio, Junho de 2019
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
ÍNDICE 
DECLARAÇÃO DE HONRA	V
DEDICATÓRIA	VI
AGRADECIMENTO	VII
LISTA DE GRÁFICOS	IX
LISTA DE ABREVIATURAS	X
LISTA DE SÍMBOLOS	XI
RESUMO	XII
ABSTRACT	XIII
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO	14
I.1. Problematização	15
I.2. Hipóteses	16
I.2.1. Hipótese básica	16
I.2.2. Hipótese secundária	16
I.3.1. Objectivo Geral:	17
I.3.2. Objectivos Específicos	17
I.4. Justificativa	18
I.6. Delimitação do tema	18
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA	19
II.1. Conceitos Básicos de discordância, sexualidade e HIV/SIDA.	19
II.1.1. Discordância	19
II.1.2. Sexualidade	19
II.1.3. HIV/SIDA	20
II.2. Situação de HIV no Mundo e no País.	20
II.2.1.Tipos de HIV	20
II.2.2. Transmissão	20
II.2.3. Prevenção de HIV/SIDA	21
II.2.4. Sinais e sintomas	21
II.2.5. Diagnóstico clínico e Laboratorial	21
II.2.6. Tratamento de HIV	21
II.3. O sexo oral, anal e vaginal	22
II.4. Processo da Discordância	22
II.5. Factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV	22
II.5.1. Estigma e Descriminação	23
II.6. Dificuldades Enfrentadas pelos Parceiros Discordantes ao HIV na Manutenção do Sexo Seguro	23
II.7. Desconfiança sobre a Eficácia do Preservativo	24
II.8. Uso de preservativo	24
II.8.1. Interferência do Preservativo na Vida Sexual	24
II.8.1.2. Adequação ao Uso do Preservativo	25
II.9. Preconcepção nos Casais Discordantes para o HIV	26
II.10. Terapia no parceiro/a seropositivo/a	26
II.11. Concepção	27
II.11.1. Continuidade da espécie humana	27
II.11.2. Técnicas de Reprodução Medicamento Assistida	27
II.11.2.1. Concepção Natural	28
CAPÍTULO III: METODOLOGIA	29
III.1. Descrição da área do estudo	29
III.2. Tipo de estudo	29
III.3. Método de estudo	29
III.4. Técnicas de Análise de dados	30
III.4.1. Método estatístico	30
III.5. População e amostra	30
III.5.1. População	30
III.5.2. Amostra	30
III.6. Critérios de inclusão:	31
III.6.1. Critérios de Exclusão:	31
III.6.2. Métodos de procedimentos	31
III.6.2.1. Identificação das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro no Centro de Saúde da Vila Nova, na cidade de Chimoio	31
III.6.2.2. Descrição do impacto da discordância na vida afectivo sexual de portadores do HIV/SIDA que convivem com parceria heterossexual, com condição serológica discordante.	31
III.6.2.3. Avaliação as consequências das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro	32
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.	33
IV.1. Identificado as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro no Centro de Saúde da Vila Nova, na cidade de Chimoio	33
IV.2 Descrito os factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.	34
IV.3. Avaliadas as consequências das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro	35
IV.4. Proposta de estratégias para que possam na manutenção do sexo seguro nos parceiros discordantes ao HIV	36
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES	37
V.1. Conclusoes
V.II. Recomendações	38
VII. Referências bibliográficas	39
Apêndices/Anexos	41
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Paula ChipireJone Faustino, declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha autoria e nele observei os requisitos e recomendações do Instituto Superior Mutasa, concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obter qualquer grau académico.
Chimoio, Junho de 2019
__________________________________________________________
(Paula ChipireJone Faustino)
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as minhas saudosas filhas/os pelo facto de terem aceitado privação do calor da mãe por motivo de estudo, dando mais primazia para a realização, formação e aquisição de mais conhecimentos. Dedico também esta pesquisa aos meus pais que me colocaram neste planeta terra. Ao meu esposo que financeiramente contribuí para que este trabalho tivesse êxitos e esteve sempre ao meu lado mesmo nos tempos de alegria e na tristeza para o bom termo desta pesquisa. Aos meus irmãos e irmãs que me deram força para prosseguir. 
Por último dedico o mesmo a todos meus colegas e amigas de infância que estiveram comigo ao longo da minha vida.
AGRADECIMENTO
Um agradecimento especial vai a DEUS por ter me cuidado e proporcionado vida e saúde durante os anos de carreira estudantil.
Ao Dr. Manuel Wisque,Tutor vai o meu agradecimento pela excelente orientação científica que me proporcionou e apoio prestado que prestou neste trabalho. 
Agradeço ao Sr. Pita Faustino, meu esposo que ter meensinado o caminho do bem e pela sua permanente disponibilidade na ajuda financeira nos meus estudos e coragem para ultrapassar vários obstáculos.
Agradeço igualmente todos Docentes do Curso de Licenciatura em Saúde Pública pela maneira sábia que tiveram na transmissão dos conhecimentos.
Um agradecimento de igual modo vai para os meus pais que me trouxeram ao mundo. Sem os mesmos este trabalho não teria sido realizado. 
Aos meus irmãos que sempre me motivaram e deram forças para prosseguir nesta grande caminhada estudantil até ao trabalho final.
Aos meus colegas vai um agradecimento pela convivência desde nos tempos bons e tristes. 
Aos Funcionários, Direcção em geral e ao representante de Aconselhamento e Testagem em Saúde (ATS) do Centro de Saúde da Vila Nova,vai um agradecimento por demonstrar toda a disponibilidade de ajuda e por me acolher tão calorosamente.
Por último agradeço a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para que esta monografia tivesse êxito. 
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Concordância e Discordância…………………………………………………....iii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV……………33
Gráfico 2: Factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes…..…34
Gráfico 3: Avaliação das consequências no caso da discordância.………………..…..40
LISTA DE ABREVIATURAS
TARV – Tratamento comanti - retroviral 
IST’s–Infecções sexualmente transmissíveis 
OMS –Organização Mundial de Saúde
UNAIDS –Joint United Nations Programme on HIV/AIDS 
HIV– Vírus da imunodeficiência humana
SIDA - Sindroma da Imunodeficiência Adquirida
INSIDA – Serviços Internacionais sobre SIDA
TUI–TimedUnprotectedIntercourse (período fértil da mulher)
TRMA – Técnicas de Reprodução Medicamente Assistida
FDC – Fundo de Desenvolvimento Comunitário
LISTA DE SÍMBOLOS
% - Percentagem
N= Tamanho da população
n = Tamanho da amostra
n0= O primeiro valor aproximado do tamanho da amostra
RESUMO
A discordância ao HIV na manutenção de sexo seguro nos parceiros é quando um dos parceiros possui sorologia diferente do outro ou seja, um dos parceiros está infectado pelo vírus de HIV e outro não. A pesquisa tem como objectivo analisar as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro, o tipo de estudo foi descritivo exploratório com uma abordagem qualitativa e quantitativa. O método usado na pesquisa foi método indutivo, onde permitiu a observação sistemática dos fenómenos ocorridos, os resultados foram generalizados a todo o universo em que foi retirado a amostra. Fizeram parte da amostra 36 parceiros que enfrentamdificuldadesna discordância ao HIV na manutenção do sexo seguro. Os resultados chavesda pesquisa permitem concluir que dos parceiros entrevistados 45% afirmaram que uma das dificuldades em manter o sexo seguro é a disconfiança do preservativo proferindo que não é tão seguro, 33% afirmam que uma das dificuldades da manutenção do sexo seguro é a vontade de quer conceber para ter filhos, dos parceiros que participaram na pesquisa, 55% mostraram a falta de informações sobre as estratégias seguras de manutenção ao sexo seguro faz com tenham estas dificuldades e 30% afirmaram que dos motivos influenciadores na manutenção do sexo seguro é descriminação e 64% dos parceiro que fizeram parte da entrevista afirmaram que a discordância ao HIV criou divórcio com o parceiro que não acreditou na possibilidade de manutenção do sexo seguro e 17% afirmaram que os parceiros se envolveram nos vícios de consumo de bebidas alcoólicas após de saber da diferença da sorologia.
Palavras – chave: HIV/SIDA, Discordância,Parceiros, Sexo Seguro 
ABSTRACT
The disagreement with HIV in maintaining safe sex in partners is when one partner has different serology than the other, one partner is infected by the HIV virus and another is not. The research aims to analyze the difficulties faced by partners discordant to HIV in maintaining safe sex, the type of study was descriptive exploratory with a quantitative qualitative approach. The method used in the research was an inductive method, where it allowed the systematic observation of the phenomena occurred, the results were generalized to the whole universe in which the sample was withdrawn. Thirty-six partners who face difficulties in HIV disagreement in maintaining safe sex were part of the sample. The key results of the research allow us to conclude that of the partners interviewed 45% stated that one of the difficulties in keeping sex safe is the condom's lack of confidence, saying that it is not so safe, 33% say that one of the difficulties of maintaining safe sex is will 55% showed lack of information on safe maintenance strategies for safer sex causes these difficulties and 30% stated that of the influential reasons for maintaining safe sex is discrimination. and 64% of the partners who participated in the interview stated that HIV disagreement led to divorce with the partner who did not believe in the possibility of maintaining safe sex and 17% stated that partners became involved in addictions after knowing of serology difference
 Key words: HIV / AIDS, Discordance, Partners, Safe Sex
VII
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Para Reis e Agir (2009), dizem que no mundo percebe-se que existe ainda um hiato entre as informações disponíveis e adopção de medidas preventivas, descompasso que pode ser observado nos serviços de saúde pois as acções de prevenção direccionadas aos portadores do HIV/SIDA são descontínuas voltadas apenas para o indivíduo e não para p casal. Além disso destaca-se ainda, que os serviços mesmo especializados no atendimento aos portadores de HIV/SIDA desconsideram a vida afectiva sexual destes indivíduos, no contexto de atenção a saúde, ponto importante a ser trabalhado visando a prevenção do HIV/SIDA e a qualidade de assistência prestada aos indivíduos infectados.
Apesar de SIDA até o momento ser uma doença incurável, os avanços científicos referentes ao tratamento medicamentoso, com a utilização de terapia anti-retroviral, houve um significativo aumento de expectativas de vida dos seus portadores uma vez que passa a ser considerada uma doença crónica. Aos poucos dos que vivem e convivem com ela foi sendo alterada, trazendo novos desafios para a sua compreensão e enfrentamento (Reis e Agir, 2009).
A disponibilidade de recursos para o diagnóstico e tratamento da infecção pelo HIV/SIDA, possibilita aos seus portadores diferentes expectativas de vida, gerando novas necessidades ou amplia aquelas já existentes (David, 2002).
Segundo Polejack (2001), o uso do termo Discordante ou Sorodiscordante é usado na literatura nacional e internacionalmente para designar casais em que apenas um dos parceiros é portador de HIV/SIDA 
Este presente trabalho de pesquisa é composto por cinco (5) capítulos, a citar:ocapítulo I é referente a introdução:problematização, hipóteses, objectivos e justificativa;ocapítulo II apresenta a revisão da literatura; o capítulo III foca-se nas Metodologias da pesquisa: descrição da área de estudo, tipo de estudo, método de estudo, população e amostra, métodos de procedimentos;o capítulo IVé relativo a apresentação, interpretação, análise e discussão dos resultados e o capítulo V apresenta as conclusões e recomendações.
I.1. Problematização
Para Silva (2009), dizem que a disponibilidade de recursos mais eficazes para o diagnóstico e tratamento da infecção pelo HIV/SIDA, possibilita para os seus portadores diferentes perspectiva de vida, gerando novas necessidade ou ampliam aquelas já existentes. Certamente esta nova perspectiva implica ou trás demandas para a compreensão desse individuo, de sua família e, consequentemente da assistência prestada a ele.
Os casais discordantes merecem maior atenção dos profissionais e serviços de saúde, proporcionando atendimento integral contemplando aspecto da vida afectiva sexual, incluindo a parceira sexual, visto que estes enfrentam dificuldades na manutenção do sexo seguro, o que implica em repensar as acções de prevenção da transmissão sexual do HIV/SIDA (Galvão, 2004).
Segundo Copam, (2004), quando se fala das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro refere-se a uma situação que já vêm-se verificando a anos, a nível mundial pois são visíveis os seus sinais em quase toda a parte do mundo.
Segundo oFundo de Desenvolvimento Comunitário(FDC), (2017), diz que na província de Manica em geral e na cidade de Chimoio em particular, regista-se frequentemente dificuldades por parte dos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro. Entre inúmeras dificuldades que os casais discordantes ao HIV são divórcios, abstinência sexual discussões fortes de culpar alguém em como quem trouxe a doença no casal.
Diante de todas abordagens acima referenciadas, surge a seguinte pergunta de partida:
· Quais são as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro? 
I.2. Hipóteses
I.2.1. Hipótese básica
· Provavelmente as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro estejam relacionadas com a concepção da gravidez, desconfiança dos métodos de prevenção e a satisfação sexual 
I.2.2. Hipótese secundária
· Presume-se a crença da não transmissão do HIV seja um dos factores influente nas dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes. 
I.3. Objectivos
I.3.1. Geral:
· Analisar as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
I.3.2. Objectivos Específicos
· Identificar as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro na Cidade de Chimoio; 
· Descrever os factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo segurona Cidade de Chimoio;
· Avaliar as consequências das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo segurona Cidade de Chimoio;
· Propor estratégias para a manutenção de sexo seguro nos parceiros discordante ao HIV.
I.4. Justificativa
A escolha do tema partiu da observação durante as práticas da cadeira de Microbiologia, Virologia no Centro de Saúde da Vila Nova, Cidade de Chimoio,intrigas fortes em casais, promessas de divórcio e abstinência sexual depois de o casal ser testado ao HIV e ter resultado diferente. 
Este trabalho é muito importante, visto que os clínicos e os interessados nesta matéria estarão dotados de conhecimento a cerca de Dificuldades Enfrentadas pelos Parceiros Discordantes ao HIV na Manutenção do Sexo Seguro, no Centro de Saúde da Vila Nova e outras unidades sanitárias do no nosso país.
Foi neste contexto que achou-se a necessidade de se levar a cabo o presenteestudo a fim de se buscar conhecimentos e possíveis intervenções para a solução das referidas dificuldades.
Esta pesquisa tem muita importância para actualidade e no âmbito científico porque a ciência ganhará contributo com a mesma. O resultado deste trabalho vai ajudar aos fazedores desta área a melhorar a saúde da população desta província em geral e da cidade de Chimoio em particular nos casais discordantes. Os conselheiros e clínicos vão aumentar os seus conhecimentos e ter uma base sólida das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
E com este trabalho, a sociedade vai ganhar e ter privilégio de reduzir os divórcios em casais discordantes nos países em via de desenvolvimento incluindo Moçambique. Também este estudo vai resolver o problema de saúde pública, ajudar a tratar a infecção nestas pessoas infectadas. Aliviar o sofrimento dos portadores desta doença e evitar a morte do infectado pela doença.
I.6. Delimitação do tema
A presente pesquisa foi realizada no Centro de Saúde da Vila Nova, na cidade de Chimoio no 1º trimestre de 2018, onde envolveu casais discordantes ao HIV na manutenção do sexo numa idade compreendida entre 15 a 35 anos.
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
II.1. Conceitos Básicos de discordância, sexualidade e HIV/SIDA.
II.1.1. Discordância
De acordo o Copan, 2004,o processo da discordância pode ser contextualizado da seguinte: 
· Concordante: Ambos os membros do casal têm o mesmo estado serológico;
· Concordante negativo: Ambos os membros do casal são seronegativos, não possuem o vírus de HIV;
· Concordante positivo: Ambos os membros do casal são seropositivos, possuem o vírus de HIV:
· Mulher discordante: Casal em que mulher é seropositiva (possui o vírus de HIV) e homem seronegativo, não possui o HIV;
· Homem discordante: Casal em que o homem é seropositivo possui o vírus de HIV e mulher seronegativa, não possui.
II.1.2. Sexualidade
A sexualidade tem um conceito bastante amplo e diversificada. A ela associam-se hábitos, costumes, significados e atitudes, está relacionada à história pessoal de cada indivíduo, constituindo-se em aspecto inerente a todo ser humano. Compreende-se sexualidade como a energia que impulsiona o ser humano não apenas para a reprodução, mas para a obtenção do prazer, do amor e do erotismo, (Renata, 2008).
A descoberta de si mesmo e do outro, da feminilidade e da masculinidade, da complementaridade e interacção das pessoas. Manifesta-se em todas as fases da vida de um ser humano, exerce influência em todas as relações humanas, do nascimento até a morte. É inerente à pessoa e é também determinante de um modo individual de ser, de se manifestar, comunicar, sentir e expressar. Considerando que a sexualidade é uma dimensão relevante na vida humana, estando as relações sexuais ligadas não só à reprodução, mas também à afectividade de cada um, é fundamental compreender a sexualidade de portadores do HIV/SIDA, para se promover assistência à saúde adequada e humanizada, quebrando o paradigma do modelo biomédico de atenção à saúde que enfoca principalmente os aspectos biológicos para o cuidar, a enfermagem é uma das profissões que tem permissão social para tocar o corpo, inclusive partes íntimas, com o objectivo de promover cuidados higiénicos básicos ao ser humano (Renata, 2008).
II.1.3. HIV/SIDA
Define-se HIV como Vírus de Imunodeficiência Humana. SIDA define-se com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. SIDA são manifestações do próprio vírus. Este vírus foi descoberto em 1980 nos Estados Unidos de América, em São Francisco, no homo sexual. Os mesmos injectavam-se drogas. Este grupo de indivíduos apresentava cancro de Kapose, manchas no corpo. Tinha diarreia, perda de peso e emagrecimento. Em 1982 foi isolado o agente etiológico desta doença (Galão, 2004). 
II.2. Situação de HIV no Mundo e no País.
No mundo cerca de 3,5 milhões de pessoas estão infectados pelo Vírus de Imunodeficiência Humana. Destes 69% vive nos países subsaarianos, depois do equador. Em Moçambique, 16% da população vive com o vírus que causa síndrome de imunodeficiência humanasegundo a (UNISIDA, 2014).
II.2.1.Tipos de HIV
Existe dois tipos de vírus de imunodeficiência Humana, 1 e 2. Esta classificação baseia-se na sintomatologia, virulência localização, origem e material genético. Os macacos que originaram os vírus de imunodeficiência Humana são diferentes entre si (UNISIDA, 2014).
O HIV 1 reina nos países da África subsaarianos. É mais virulento. Contrariamente ao HIV 2 predomina nos países junto o equador. É menos virulento. Um individuo portador deste tipo de vírus quando não tratado pode viver até vinte anos (OMS, 2015).
II.2.2. Transmissão
Segundo UNISIDA (2014) diz que O vírus de HIV transmite-se da seguinte maneira:
· Uso de material perfuro-cortante não esterilizado;
· Transfusão de sangue e seus derivados contaminados;
· Relações sexuais desprotegidas com pessoa infectada;
· Verticalmente (mãe para filho).
II.2.3. Prevenção de HIV/SIDA
Segundo OMS (2016) diz que O vírus pode ser prevenido mediante:
· Uso de preservativo;
· Abstinência sexual;
· Esterilização de material perfuro-cortante;
· Profilaxia do bebé.
II.2.4. Sinais e sintomas
Segundo UNISIDA (2014) diz que de entre outros sinais e sintomas de HIV destacam-se os seguintes: 
· Emagrecimento;
· Perda de peso e apetite, 
· Febres e suor nocturno;
II.2.5. Diagnóstico clínico e Laboratorial
Para OMS (2016) diz que Clinicamente o paciente perde o peso constantemente, tem diarreia, no estado avançado, cefaleias (dor da cabeça) e pode ter manchas no corpo. No Laboratório pode recorrer-se à: Microscopia electrónica, Biologia molecular - pesquisa de RNA ou alguns constituintes específicos de HIV, cultura celular. Em linfócitos,Serologia - pesquisa de anticorpos (proteínas especificas produzidas por estimulo de um antigéneo e que reagem contra um anticorpo específico) e antigéneos (substância que estimula organismo para produzir um anticorpo especifico).
II.2.6. Tratamento de HIV
Segundo UNISIDA (2014) diz que não existe medicamentos para o combate desta pandemia. Os anti-retrovirais administrados é para evitar a sua evolução acelerada. Um dos métodos eficazes é a prevenção da mesma.
II.3. O sexo oral, anal e vaginal
De acordo com Renata (2014), o sexo oral a probabilidade de contaminação é cerca de 0,4% (2/500) de casais discordantes, sexo anal 75% (375/500) e 5,5% (11/200) introdução do pénis na vagina. 
II.4. Processo da Discordância
A investigação fornece um cenário sobre à prevalência da discordância do HIV entre casais em vários indivíduos, factores associados com a discordância, programas de aconselhamento e testagem de HIV de casais e o Programa de Prevenção Positiva de Moçambique. A amostra dos casais avalia o grau em que os casais incluídos na ficha dos casais são representativos da população de todos os testados casados. Este panorama é necessário para ajudar na interpretação dos resultados apresentados no resto da investigação. Este capítulo inclui também informação adicional que pode ser útil para os gestores de programas incluindo a proporção de casais cientes do seu estado serológico e do uso do preservativo entre os casais e descreve o quadro de conceito para a transmissão do HIV nos casais e uma discussão das variáveis incluídas na análise múltiplas. Modelos de regressão logística binomial e multinomial analisando factores associadas com a discordância dos casais no centro de saúde da Vila Nova em Chimoio são apresentados sob análise da base de dados do INSIDA Moçambique 2009, dos respondentes individuais de idades compreendidas entre 15-64 anos e a combinação da ficha dos casais foram conduzidos usando para tomar em consideração.
II.5. Factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV
Segundo a OMS (2016) A noção de risco, com a consequente descrição dos grupos que potencialmente seriam afetados por infecção ou doença foi um factor muito importante para levar aos casais de 15 a 64 a procurar informa-se sobre a pandemia de SIDA. No inicioo SIDA acarretou estigmas e discriminações para os portadores da mesma. Os profissionais do sexo, produzindo visão equivocada nas populações não eram muitos como hoje e não eram reconhecidos. Nesses grupos de risco, de que estariam imunes a serem infectados pelo HIVninguém imaginava mas sim nos homossexuais.. Até mesmo alguns homens homoeroticamente orientados, que viviam relacionamentos afetivo-sexuais estáveis, passaram a se sentir protegidos.
Para Ayres et al(1999),contextualizam e aprofundam a discussão do conceito de vulnerabilidade em sua relação com as questões moçambicanas. Segundo eles a elaboração do conceito de vulnerabilidade introduz no campo da análise epidemiológica maior precisão e amplitude. Desse modo, para os autores citados anteriormente, as formas de exposição ao HIV são determinadas por três dimensões complexas e interdependentes: programática, social e individual.
II.5.1. Estigma e Descriminação
São principais factores que influenciam às dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV, o estigma e descriminação promovem a falta de informação de consciencialização pública, na prevenção propriamente dita, contribuindo para a propagação da pandemia para os números assustadores que se soma a cada dia, (Paulo, 2012).
Auto estigma e descriminação faz com que o/a seropositivo/a perca o valor e o estilo de vida, pensando que tudo é o fim para ele, e se compartilhar o sexo irá pôr o fim o futuro e esperança do/a parceiro/a. Por outro lado, os seres positivos são descriminados na medida em que se pensa a não crucificar a quem não é culpado (Paulo, 2012).
II.6. Dificuldades Enfrentadas pelos Parceiros Discordantes ao HIV na Manutenção do Sexo Seguro
De acordo com Renata etal.,(2005), entre casais discordantes existe maior motivação para o uso do preservativo, visando a protecção do parceiro/a ser negativo. Entretanto, é importante destacar que isso nem sempre é fácil para o casal, pois implica na transformação e incorporação de hábitos, principalmente quando esses se referem a uma condição obrigatória para a proteger a parceria/o da infecção pelo HIV. Em relação à prevenção sexual do HIV entre parceiros discordantes, destacamos três principais barreiras que interferem na manutenção do sexo seguro, configurando-se em importantes aspectos de vulnerabilidade para os parceiros discordantes: 
· Desconfianças de uso do preservativo como método seguro contra a aquisição sexual da infecção pelo HIV, que pode fazer com que os casais não o utilizem;
· A alteração na satisfação sexual, decorrente do uso obrigatório do preservativo e a diferença de aceitação entre homens e mulheres no uso sistemático do preservativo;
· Concepção para ter filhos o que ocasiona baixa utilização do preservativo feminino como alternativa para a manutenção do sexo seguro para as mulheres portadoras do HIV/SIDA.
II.7. Desconfiança sobre a Eficácia do Preservativo
Entre os casais discordantes, a desconfiança no uso do preservativo está relacionado ao facto de que, mesmo tendo alta eficácia e por ser o único método de barreira que protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (ITS), entre elas o HIV, não é totalmente seguro (OMS, 2016).
Mesmo utilizando o preservativo como estratégia de prevenção da transmissão sexual do HIV ao parceiro negativo, falhas no uso do preservativo podem ocorrer, e resultar consequentemente em possível infecção da parceria ou gravidez indesejada.
Segundo UNISIDA (2014) até o momento, o uso sistemático e consistente do preservativo é a principal medida indicada para evitar a transmissão sexual do HIV. No caso do preservativo masculino, a eficácia é de 85 a 95% na protecção da gravidez, além de comprovada eficácia laboratorial na prevenção datransmissão sexual do HIV e de outras IST. Apesar disso, ambos os parceiros apresentaram dúvidas quanto à segurança e eficácia desse método para impedir a transmissão sexual da infecção pelo HIV ao parceiro negativo.
II.8. Uso de preservativo
II.8.1. Interferência do Preservativo na Vida Sexual
Segundo Renata etal.,(2005), apesar de ocorrerem mudanças no comportamento preventivo dos participantes em estudo, após o conhecimento do diagnóstico, um aspecto importante a ser considerado é que o uso do preservativo como uma condição necessária entre casais discordantes é geralmente permeado por conflitos, contradições, dificuldades por parte do portador do HIV, uma vez que para muitos o seu uso interfere na intimidade do casal e no seu prazer sexual.
Ainda os mesmos autores realçam que entre casais discordantes o uso do preservativo em todas as relações sexuais é uma condição necessária para evitar a transmissão sexual do HIV, entretanto, pode-se perceber que as concepções negativas e de resistência dos homens ao uso do preservativo não depende da condição serológica da parceira, o que constitui em importante aspecto da vulnerabilidade das parceiras seronegativas. Vale destacar que a interferência do preservativo na intimidade do casal e prazer sexual se mantiveram mesmo entre aqueles com maior tempo de ciência do diagnóstico de portador do HIV/SIDA, sendo que alguns relatam o desejo de não utilizá-lo.
Destaca-se que o homem é que é o mais resistente a não uso do preservativo quando a sua situação é de seropositivo.
No caso de casais discordantes, o desejo de não utilizar o preservativo, mostra-se particularmente problemático pelo risco de transmissão do HIV e torna a parceira vulnerável à infecção pelo HIV, se essa não tiver capacidade para negociação de práticas de sexo seguro.
Nesse sentido, os profissionais de saúde devem estar cientes que, apesar de os indivíduos relatarem o uso sistemático do preservativoem cada encontro sexual, eles não deixam de ter dificuldades e barreiras de cunho cultural e emocional que interferem na manutençãodo sexo seguro. Desta forma, os trabalhos de intervenção devem considerar as diferenças dos papéis de género que tornam homens emulheres vulneráveis, considerando não apenas a sua vulnerabilidade individual, mas também social, (Gir, 2005).
II.8.1.2. Adequação ao Uso do Preservativo
Neste estudo destacam-se diferenças na aceitação entre homens e mulheres quanto ao uso do preservativo masculino. Apontou-se que, entre as mulheres, o uso do preservativo não reforça os aspectos negativos e de interferência na satisfação sexual, como se verificou entre os homens deste estudo. Apesar disso, é importante salientar que o uso do preservativo masculino depende da decisão do parceiro em utilizá-lo, uma vez que o preservativo é de uso masculino. No caso de a mulher desejar utilizá-lo como medida de prevenção à aquisição de infecções de transmissão sexual, é preciso conseguir negociar a melhor maneira de fazer seu parceiro usar o preservativo, uma vez que esse método não é muito aceite, em nosso meio (Gir, 2005). Além disso, as mulheres se deparam com as dificuldades de convencerem seus parceiros quanto ao uso do preservativo, o que constitui em aspectos importantes da vulnerabilidade feminina, colocação do preservativo, o que pode evidenciar a barreira da mulher em lidar com seu próprio corpo. Entretanto, constata-se que o uso do preservativo feminino não é uma realidade para todos os homens deste estudo.
A alta aceitabilidade do preservativo feminino foi obtida em serviços cujo modelo de atenção estruturavam seus programas de saúde privilegiando o trabalho comunitário, com forte ênfase no trabalho educativo. Tal fato aponta tanto a importância da forma como da qualidade da oferta dos serviços de saúde, no que diz respeito à aceitabilidade desse método. Para maior aceitabilidade desse método entre as mulheres infectadas pelo HIV, deve-se realizar a oferta do preservativo feminino associado ao aconselhamento apropriado, visando reduzir o número de relações sexuais desprotegidas (Renata etal.,2005)
Os benefícios do uso do preservativo feminino, para as mulheres portadoras do HIV/SIDA, como método de prevenção à transmissão sexual das IST e também de anticonceptivo controlado por elas, nos indicam que devemos dispensar todos os esforçospara tornar a utilização do preservativo feminino uma opção da mulher, independente do estado serológico do parceiro.
Para o casal discordante, esse método constitui-se numa alternativa para as mulheres seropositivas que esbarram na resistência do parceiro em utilizar o preservativo masculino, constituindo-se em importante estratégia para a quebra da cadeia de transmissão sexual das ITS/SIDA entre parceiros seronegativos, além de se resultar num método de anticonceptivo. Também as parceiras de homens seropositivos devem ser incluídas e orientadas sobre o uso do preservativo feminino, como alternativa ao masculino, visto que muitos homens se mostram resistentes ao uso permanente do preservativo masculino.
II.9. Preconcepção nos Casais Discordantes para o HIV
Um dos objectivos da consulta de preconcepção nos casais discordantes para o HIV é possibilitar uma tomada de decisão informada acerca das diferentes estratégias de concepção disponíveis e simultaneamente optimizar as condições em que estas são adoptadas. 
Numa primeira fase foi discutido com o casal as diferentes estratégias de concepçãodisponíveis, explicando-se as vantagens e desvantagens de cada uma delas. 
Deverá também ser referida a possibilidade de transmissão do VIH ao parceiro seronegativo ou descendência bem como a possibilidade de, no decorrer da história natural da infecção, ocorrer agravamento do estado de saúde do parceiro infectado ou a sua morte com consequente incapacidade de cuidar do filho.
II.10. Terapia no parceiro/a seropositivo/a
A OMS recomenda iniciar esta terapêutica no parceiro/a seropositivo com uma contagem de CD4 inferior a 350 células/μL que pretende conceber, com o objectivo de reduzir o risco de transmissão ao parceiro/a seronegativa e filho.
 No caso de a mulher ser o elemento seropositivo do casal, aquando a instituição da terapêutica anti-retroviral, deve-se optar por fármacos comprovadamente eficazes na prevenção da transmissão vertical do HIV e com um perfil de segurança reconhecido na gravidez.
II.11. Concepção
II.11.1. Continuidade da espécie humana
Para a continuidade e manutenção da espécie humana, os casais preferem obter descendentes semelhantes aos seus progenitores, dispensam o preservativo. Fazem sexo desprotegido. Alguns recorrem a inseminação artificial e outros a dotação de filhos, (Nicoupoullos, etal 2021).
Actualmente existem diversas estratégias de concepção disponíveis para os casais discordantes para o HIV. A adopção, o recurso a esperma de dador HIV seronegativo ou de embrião de casal seronegativo constituem as únicas estratégias isentas de risco. No entanto, o desejo de ter um filho biológico torna essas estratégias inviáveis para muitos desses casais. As estratégias de concepção disponíveis neste âmbito acarretam sempre risco de transmissão, sendo, por isso, designadas como estratégias de minimização de risco. Estas podem ser agrupadas em dois grandes grupos: Técnicas de Reprodução Medicamento Assistida (TRMA) e Concepção Natural.
II.11.2. Técnicas de Reprodução Medicamento Assistida
Segundo (Semprini, 1992), “sperm-washing” (lavagem de esperma), tem como objectivo separar os espermatozóides do plasma seminal e das outras células que são os espermatozóides, tendo em conta a premissa que o HIV é encontrado tanto livre no plasma como em associação com células, não evidenciando, no entanto, capacidade para se ligar ou infectar os espermatozóides.
O “sperm-washing” combinado com as técnicas de reprodução medicamente assistida constitui a estratégia de concepção recomendada para os casais discordantes em que o elemento seropositivo é o homem, no caso do parceiro seropositivo ser a mulher, as técnicas de reprodução medicamente assistida não são obrigatoriamente necessárias e a auto-inseminação vaginal surge como a estratégia de concepção indicada.
II.11.2.1. Concepção Natural
Para Vernazzaetal., (1972), os casais que não alcançaram a gravidez com os espermasrecorrem à concepção natural e confere autonomia ao casal Mandelbrotetal., (1997), a concepção natural é das estratégias de concepção para os casais discordantes. As relações sexuais desprotegidas limitadas são feitas no período fértil da mulher como objectivo de minimizar o risco de transmissão do HIV ao parceiro seronegativo.
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
III.1. Descrição da área do estudo
O referido estudo foi realizado no Centro de Saúde da Vila Nova, localizado na província de Manica na Cidade de Chimoio. O edifício do centro de saúde é de tipo I e possui 72 funcionários.
O Centro de Saúde da Vila Nova conta com os seguintes serviços: 
· Maternidade;
· Laboratório;
· Estomatologia;
· Oftalmologia; e,
· Consultas.
III.2. Tipo de estudo
Neste presente estudo de pesquisa, o tipo de estudo foi descritivo exploratório com uma abordagem qualitativa quantitativa. O estudo descritivo exploratório permitiu descrever e explorar a informação partido dos participantes do estudo e a abordagem qualitativa permitiu a inteiração com os participantes de modo a obter informações sobre o assunto em causa e ao passo que a abordagem quantitativa permitiu a organização dos dados em forma de gráficos.
III.3. Método de estudo
Na presente pesquisa recorreu-se no uso do método indutivo, onde, após a observação sistemática dos fenómenos ocorridos, os resultados foram generalizados a todoo universo em que em que foi retirado a amostra.
III.4. Técnicas de Análise de dados
III.4.1. Método estatístico
Foi utilizado o pacote Microsoft Excel, fez-se a selecção, processamento e análise dos dados recolhidos, que foram agrupados os dados em categorias, de seguida, colocaram-se em gráficos de forma a facilitar a apresentação e interpretação dos mesmos.
III.5. População e amostra
III.5.1. População
A população constituiu-se parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro, num universo de 40 indivíduos com uma idade compreendida entre 15 á 64 anos que passaram pelo Centro de Saúde da Vila Nova no momento de recolha de dados do estudo. 
III.5.2. Amostra
A amostra constituiu-se por 36parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro extraído do universo da população.
III.5.2.1. Cálculo do tamanho da amostra
Dados: 
E0 = 0,05
N= 40 (Tamanho da população)
n = ? (Tamanho da amostra)
n0= ? (É o primeiro valoraproximado do tamanho da amostra)
E0= 95% = 0,05 (erro amostral tolerável)
2
2
III.6. Critérios de inclusão:
· Fizeram parte da pesquisa todos os parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
III.6.1. Critérios de Exclusão:
· Foram excluídos da pesquisa todos parceirosnãodiscordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
III.6.2. Métodos de procedimentos
III.6.2.1. Identificação das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro no Centro de Saúde da Vila Nova, na cidade de Chimoio
Para o alcance deste objectivo, recorreu-se na revisão bibliográfica e entrevista direccionado aos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
III.6.2.2. Descrição do impacto da discordância na vida afectivo sexual de portadores do HIV/SIDA que convivem com parceria heterossexual, com condição serológica discordante.
Para o alcance deste objectivo usou-se a revisão bibliográfica relacionadas a discordância ao HIV na manutenção do sexo seguro com vista a descrever o impacto discordância na vida sexual dos portadores de HIV/SIDA.
III.6.2.3. Avaliação das consequências das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro
Para o alcance do objectivo recorreu-se a revisão bibliográfica e o questionário direccionadoaos parceiros que fizeram parte da amostra da pesquisa, discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.
IV.1. Identificado as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro no Centro de Saúde da Vila Nova, na cidade de Chimoio
Gráfico 1: Dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV.Fonte: Autora, 2018
O gráfico a cima ilustra os resultados obtidos em relação as dificuldades enfretadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro, onde os resultados revelam que 47% dos parceiros entrevistados afirmaram que uma das dificuldades enfretadas na manutenção do sexo seguro é a discofiança do uso do preservativo como metodo seguro, 33% dos parceiros entrevistados afirmaram que a dificuldade de conceber, a vontade imensa de ter filhos e 20% afirmaram que a alterção na satisfação sexual como sendo uma das dificuldades enfrentadas para a manutenção do sexo seguro. Estes resultados estao de acordo com os estudos de Renata etal.,
(2005), que profere que em relação à prevenção sexual do HIV entre parceiros discordantes, destacamos três principais barreiras que interferem na manutenção do sexo seguro, configurando-se em importantes aspectos de vulnerabilidade para os parceiros discordantes: desconfianças de uso do preservativo como método seguro contra a aquisição sexual da infecção pelo HIV, que pode fazer com que os casais não o utilizem; a alteração na satisfação sexual, decorrente do uso obrigatório do preservativo e a diferença de aceitação entre homens e mulheres no uso sistemático do preservativo e Concepção para ter filhos o que ocasiona baixa utilização do preservativo feminino como alternativa para a manutenção do sexo seguro para as mulheres portadoras do HIV/SIDA.
IV.2 Descritoos factores que influenciam as dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro.
Gráfico 2: Factores que influenciaram as dificuldades dos parceiros discordantes.
	Fonte: Autora, 2018	
O gráfico a cima representa as percentagens relacionadas aos factores que influencia aos parceiros na discordância ao HIV na manutenção do sexo seguro. Os resultados revelam que 55% dos parceiros entrevistadas mostraram a falta de informam as estratégias seguras de manutenção do sexo seguro, 30% afirmaram que um dos motivos influenciador na manutenção do sexo seguro é o medo da descriminação e 15% indicaram a crença como sendo uma influência na manutenção do sexo seguro nos indivíduos discordantes ao HIV.
Estes resultados obtidos estão de acordo com Paulo (2012), que afirma que os principais factores que influenciam às dificuldades dos parceiros discordantes ao HIV, o estigma e descriminação promovem a falta de informação de consciencialização pública, na prevenção propriamente dita, contribuindo para a propagação da pandemia para os números assustadores que se soma a cada dia. Ainda os autores Reis e Agir (2009), afirmam que um dos factores que impede a adopção de estratégia preventiva na transmissão sexual do HIV é a crença da não transmissibilidade do HIV, que leva ao indivíduo acreditar que a terapia anti-retroviral e principalmente a carga viral indetectável impede o risco de transmitir o vírus. 
IV.3. Avaliadasas consequências das dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro
Gráfico 3: Avaliação das consequências no caso da discordância 
Fonte: Autora, 2018
O gráfico acima ilustra que depois de saber que depois que o parceiro possuía uma sorologia diferente 64% afirmaram que divorciaram se ao seu parceiro, 17% afirmaram que envolveram se no vício de consumo de álcool, 15% afirmaram que os parceiros abandaram sem deixar nenhuma explicação e 4% afirmaram que os parceiros cometerem o suicídio após saber que possuía uma sorologia diferente do seu parceiro. Estes resultados certificam aos dos autores Reis e Agir (2009), que na sua pesquisa citam que as consequências do caso de discordância nos parceiros em relação ao HIV, citam como consequência o suicídio, o divórcio, vícios. Onde os autores frisam que no caso de suicídio muitas das vezes é pelo receio do parceiro por ter possuir HIV e outro possuindo uma sorologia negativa. 
IV.4. Propostadeestratégias para que possam na manutenção do sexo seguro nos parceiros discordantes ao HIV
Com os resultados obtidos em relação as dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro propõe-se as seguintes estratégias:
· Lubrificante na base de água, usar lubrificante na hora do sexo garante o atrito entre a mucosa, ou seja, menos riscos de transmissão, além disso diminuem a possibilidade do preservativo de estourar.
· Fazer o teste do HIV/SIDA, fazer o teste em cada três meses já esta se prevenindo. Como pode iniciar o tratamento logo que haja necessidade, bloqueando as transmissões.
· Nunca falhar o tratamento, pessoas que vivem com HIV e possuem a carga viral indetectável não transmitem o vírus, ou seja, fazer tratamento também é uma forma de impedir novas infecções.
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES
Após o estudo concluiu-se que:
· Dos parceiros entrevistados 45% afirmaram que uma das dificuldades em manter o sexo seguro é a disconfiança do preservativo proferindo que não é tão seguro, 33% afirmam que uma das dificuldades da manutenção do sexo seguro é a vontade de quer conceber para ter filhos;
· Dos parceiros que participaram na pesquisa, 55% mostraram a falta de informações sobre as estratégias seguras de manutenção ao sexo seguro faz com tenham estas dificuldades e 30% afirmaram que dos motivos influenciadores na manutenção do sexo seguro é descriminação;
· 64% dos parceiros que fizeram parte da entrevista afirmaram que a discordância ao HIV criou divórcio com o parceiro que não acreditou na possibilidade de manutenção do sexo seguro e 17% afirmaram que os parceiros se envolveram nos vícios de consumo de bebidas alcoólicas após de saber da diferença da sorologia.
V.1. Recomendações
Recomenda-se:
Aos parceiros discordantes
· Praticar o sexo seguro, usar o preservativo nas relações conjugais e extraconjugais;
· Receber o aconselhamento e fazer a testagem regularmente à pessoa não infectada;
· Tomar regularmente os anti-retrovirais.
Aos profissionais da saúde
· Expandir o aconselhamento e compreender as dificuldades de casais discordantes ao HIVno âmbito da sexualidade e ajudá-los.
VI. Referências bibliográficas
0. AMORIM, CM, Szapiro AM (2008),Analisando a problemática do risco em casais que vivem em situação de sorodiscordância. Ciências de Saúde Colectiva (6):1859-68;
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Apêndices/Anexos
41
Apêndice 
Instituto Superior Mutasa
Unidade Orgânica de Chimoio
Curso de Licenciatura em Saúde Pública
No âmbito das actividades curriculares decorrentes no ISMU, foi elaborado o presente questionário, com objectivo de colher informações a ser usadas na elaboração do trabalho científico final (Monografia) cujo tema é: “Dificuldades enfrentadas pelos parceiros discordantes ao HIV na manutenção do sexo seguro”,estudo do caso no Centro de Saúde da Vila Nova na cidade de Chimoio, 1o Trimestre 2018, em indivíduos de 18 a 35 anos de idade de ambos os sexos, que desde já agradeço a vossa colaboração.
(Não se identifique!)
Assinale com a letra X a alternativa que corresponde cada questão
1. Idade:
A. ( ) Menor de 18 anos B. ( )18-35 C. ( )Maior de 35 anos
2. Estado civil:
A. ( ) Casado/a B.( )Solteiro/a C. ( ) Divorciado/a D. ( ) Viúva/o 
3. Sexo:
A. ( ) Masculino B. ( ) Feminino 
4. Estado serológico:
A. ( ) Positivo B. ( ) Negativo
5. Grau de escolaridade:
A. ( ) Elementar B. ( ) Secundário C. ( ) Superior 
6. Tipo de sexo realizado:
A. ( ) Introdução do pénisB.( ) Sem introdução do pénisC.( ) Oral 
7. Método de Prevenção à infecção ao HIV:
A. ( ) Com preservativo B. ( ) Abstinência sexualC.( ) Sem preservativo 
D.( ) Sem esporar
A. Importância de anti-retrovirais:
A. ( ) Elimina totalmente o vírus B. ( ) Não elimina totalmente o vírus
8. Seropositivo em tratamento pode viver:
A. ( ) Muito tempo B. ( ) Pouco tempo 
9. Conversão de casais discordante ao HIV para concordante:
A. ( ) Converter B.( ) Não converte
10. Inseminação artificial na transmite de HIV: 
A. ( ) TransmiteB. ( ) Não transmite 
11. Sexo oral na transmissão ao HIV:
A. ( ) TransmiteB. ( ) Não transmite
ANEXO
Figura 1: Concordância e Discordância
UNISIDA (2014)
Série 1	
Disconfiança no uso do preservati	vo 	Alteração na satisfação sexual	Concepção de ter filhos	0.47000000000000008	0.2	0.33000000000000096	
Série 1	
falta de informação	Cre	nças	Descriminação	0.55000000000000004	0.15000000000000024	0.30000000000000032	
Série 1	
Devórcio	Suic	ídio 	Abandono	Álcool 	0.64000000000000168	4.0000000000000022E-2	0.15000000000000024	0.17	
iii
0
1
E
=
-
a
)
(
1
0
0
E
n
=
0
0
n
N
n
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0
1
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05
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1
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400
40
400
40
+
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=
n
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,
0
0
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0
=
n
36
»
n

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