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A VIDA DO CAJÁ Foto: Prefeitura Municipal de Ubá - https://www.uba.mg.gov.br/ Eu tento sobreviver, luto muito por você. É assim, todo os dias, eu resisto a ventanias. Resisto ao seu maltrato, Ao seu tratamento ingrato. Vivo a lhe oferecer flores, E em troca me oferece dores. Nos meus pés pedra e cimento. Não sei como eu aguento, Água pra mim, não existe, Só sua sujeira persiste. Eu insisto, eu respiro, Digo que até suspiro, Pela falta de atenção, Pela sua negação. Lhe dou ar limpo, perfeito. Inspire, encha seu peito. Enquanto lhe ofereço vida, Em troca me sinto ferida. Seja foice ou machado, Seja serra ou seja arado, Não te importas com a maldade. Me derrubas sem piedade. Prepara-te pro teu futuro, Merecido e muito escuro. Terás também sofrimento, Quando se ver ao relento. E então se recordará Da sombra deste Cajá. Que um dia por pura ganância, Ou mesmo por ignorância, Decidistes derrubar. Se é minha hora de tombar, E tens à mão, seu machado. Se fui por você condenado. Lembra-te que qualquer hora, Pode não ser eu quem chora, Mas você ao se lembrar, Da vida que fez cessar. Mas então não terás tempo, De parar o seu tormento, Minha vida é a sua. Se me matas, com sua morte pactua.
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