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RESUMO PARA PROVA PRÁTICA DE ZOOLOGIA DE CORDADOS FILO CHORDATA Os cordados são classificados em três subfilos: Urochordata (ou Tunicata) que reúne as ascídias e salpas; Cephalochordata formado pelos anfioxos; e os Vertebrata (ou Craniata) que inclui os Agnatha (Myxini e Cephalaspidomorphi) e os Gnathostomata (Chondrichthyes e Osteichthyes, Lissamphibia, Testudines, Lepidosauromorpha, Archosauromorpha e Mammalia). FILO CHORDATA SUBFILO VERTEBRATA (Craniata) O termo vertebrado é derivado da presença de vértebras seriadas, arranjadas para formar a coluna vertebral (no entanto nem todos os grupos apresentam coluna vertebral). Outras características podem ser utilizadas para definir um exemplar do Subfilo Vertebrata (Craniata), como por exemplo, um processo de encefalização avançado e o revestimento das estruturas sensoriais pelo crânio. O crânio é uma estrutura óssea, cartilaginosa ou fibrosa, que circunda o encéfalo. Um aspecto 5 embrionário pode ser destacado: a crista neural, que forma novas estruturas nos vertebrados, sendo considerado por muitos autores como um quarto folheto germinativo (tetrablástico). Uma musculatura segmentada é característica, com miômeros (“feixes de músculos) mais complexos em forma de W. Os vertebrados apresentam um “tecido duro”, caracterizado pela presença de tecidos mineralizados: esmalte, dentina, osso e cartilagem. CHONDRICHTHYES – PEIXES CARTILAGINOSOS São comumente divididos em 2 subclasses: Tubarões, cações e raias, representantes da subclasse Elasmobranchii • Apresentam brânquias sem revestimento externo; Quimeras, representantes da subclasse Holocephali • São “peixes” totalmente cartilaginosos; • Possui Opérculo membranoso recobrindo as brânquias Os peixes cartilaginosos possuem: • 850 espécies atualmente reconhecidas; • Seus representantes apresentam esqueleto cartilaginoso, frequentemente calcificado (principalmente crânio e vértebras), mas nunca ossificado; • Bexiga natatória está ausente • As escamas, quando presentes, são do tipo placóide (constituídas por dentina); • A nadadeira caudal é geralmente heterocerca; • Apresentam boca ventral com articulação crânio-mandibular hiostílica (cações e raias) ou autostílica (quimeras); • A articulação hiostílica deu maior mobilidade à mandíbula e permitiu que ela assumisse posições diferentes associadas às diversas oportunidades alimentares; • A fecundação é interna, através do clásper, que são nadadeiras pélvicas modificadas em “órgãos copuladores” nos machos. Morfologia geral de Elasmobranchii Tubarões e Cações: • pelágicos em sua maioria, com poucas espécies adaptadas ao hábito bentônico; • Tubarões são denominados pleurotrematas, porque possuem fendas branquiais laterais; • ovovivíparos ou vivíparos (tubarões) Raias: • predominantemente bentônicas com o corpo achatado dorso-ventralmente; • Apresentam uma série de fendas branquiais laterais externas (5 a 7 pares); • as raias são denominadas hipotrematas, por possuírem fendas branquiais ventrais; • espiráculo pode estar presente ou não; • podem ser ovíparos (raias) Nadadeira caudal pode ser heterocerca ou anficerca; Apresentam linha lateral (com células que funcionam como mecanorreceptores) e Ampolas de Lorenzzini (com células eletrorreceptoras) MORFOLOGIA EXTERNA Olhos, boca e narinas • Na cabeça estão localizados os olhos (em posição lateral ou dorsal); • pálpebra superior do olho é fixa; • pálpebra inferior dobra-se em uma membrana nictitante de proteção capaz de mover-se através da superfície ocular; • as narinas ventrais; • e a boca, que na maioria dos Chondrichthyes, está situada na porção ventral da cabeça; Espiráculos • são fendas branquiais auxiliares que tem como função levar água ao primeiro par de brânquias; • Tubarão: estão localizados posteriormente aos olhos (apresentam-se reduzidos ou ausentes em espécies pelágicas); • Raias: estão localizados na porção dorsal da cabeça, posteriormente aos olhos; Nadadeiras Tubarões • possuem nadadeiras pares (peitorais e pélvicas) e ímpares (dorsais, anal e caudal); • A maioria apresenta duas nadadeiras dorsais, uma nadadeira anal e uma caudal; • nadadeiras peitorais, tem papel locomotor, são as nadadeiras pares mais desenvolvidas; • As nadadeiras pélvicas situam-se junto à abertura cloacal, • nos machos esta nadadeira apresenta uma modificação denominada clásper que funciona como um órgão copulatório na transferência dos espermatozoides; • A primeira nadadeira dorsal é bem desenvolvida em tubarões, atua como estabilizador vertical para o nado; • A segunda nadadeira dorsal, quando existe, é amplamente variável em tamanho, podendo ser reduzida; • Em algumas espécies as nadadeiras dorsais apresentam um espinho dorsal anterior (como o cação-bagre Squalus cubensis); • A nadadeira anal, quando existente, nunca é muito desenvolvida; • a nadadeira caudal normalmente apresenta o lobo superior mais desenvolvido, suportando a coluna vertebral em seu interior (nadadeira caudal do tipo heterocerca); Raias • as nadadeiras peitorais estão fusionadas à cabeça, destacando-se pelo tamanho e forma, elas representam o principal elemento propulsor deste grupo; • nadadeiras pélvicas, assim como nos tubarões, são reduzidas; • As nadadeiras dorsais variam quanto ao número e a forma; • Algumas raias possuem duas nadadeiras dorsais (ex: raia-viola), outras possuem apenas uma nadadeira dorsal (ex: a raia-chita), nenhuma raia apresenta nadadeira anal; • nadadeira caudal nunca é tão desenvolvida como a dos tubarões e, em muitas espécies que têm uma nadadeira caudal filamentosa (dificerca), pode estar totalmente ausente em algumas espécies; • Algumas raias possuem ainda um ferrão (aguilhão) que são estruturas afiadas derivadas de dentículos dérmicos modificados, geralmente são utilizados para defesa e apresentam uma glândula de veneno na base; Clásper • Modificação da nadadeira pélvica situada junto a abertura cloacal; • normalmente tem formato triangular, e está presente apenas em machos como órgão copulatório, com função de auxiliar na transferência de espermatozóides durante a cópula; Escamas do tipo placóide O corpo dos tubarões e das raias é revestido por estruturas microscópicas dispostas na superfície da pele, denominadas dentículos epidérmicos ou escamas do tipo placóide (Figura 5), dispostas de forma imbricada reduzindo a turbulência da água que flui ao longo do corpo durante a natação. Órgãos sensoriais Linha lateral • Sistema mecanorreceptor bilateral • composto por células receptoras (neuromastos) em tubos interconectados e poros estendendo-se sobre a cabeça e nas laterais do corpo; • são sensíveis a perturbações na água, capacitando um tubarão a detectar objetos próximos através das ondas na água. Ampolas de Lorenzzini • Conjunto de estruturas eletrorreceptoras • localizadas na cabeça, distribuídas na região do focinho, no entorno da boca e olhos em diminutos poros; • São utilizadas para localizar presas (detecção de campo bioelétrico) e para navegação Fendas branquiais Os tubarões e as raias possuem fendas branquiais laminares (elasmobrânquios do grego elasmos = lâminas + branchia = brânquia), sendo cinco fendas na maioria das espécies. • Tubarões: as fendas branquiais estão situadas lateralmente à cabeça (pleurotrematas); • Raias: s apresentam o corpo achatado dorso ventralmente e suas fendas branquiais estão localizadas na região ventral (hipotrematas); OSTEICHTHYES – peixes ósseos • Incluem mais de 35.000 espécies de “peixes” que apresentam grande variedade de formas associadas à ocupação de diferentes nichos ecológicos nos ambientes marinhos e de água doce; • o esqueleto dos representantes da classe é pelo menos em parte ossificado; • A maioria dos “peixes” desta classe apresenta crânio, vértebras, cinturas, raio das nadadeiras e escamas ósseas;• Em relação ao crânio, são caracterizados pela presença de ossos pré-maxilar e maxilar. As vértebras são anficélicas. • Apresentam os elementos da cintura escapular conectados ao crânio por uma série de ossos. • Os peixes ósseos são os únicos vertebrados que possuem brânquias no interior de uma única câmara, recoberta por um opérculo ósseo; • As escamas que revestem o corpo são ósseas, classificadas como ganóides, cosmóides e elasmóides (ciclóides e ctenóides). • Geralmente apresentam uma bexiga natatória que é um divertículo esofágico que pode ter a função de órgão respiratório acessório (em Sarcopterygii) e/ou órgão de controle hidrostático, podendo ser dos tipos fisóstoma ou fisóclista; A classe é tradicionalmente subdividida em 2 subclasses: • Actinoptherygii (peixes de nadadeiras raiadas) • Sarcopterygii (peixes de nadadeiras lobadas) Morfologia geral de Actinoptherygii (peixes de nadadeira raiadas) • A Subclasse tem sido representada pelas Subordens Cladistia, Chondrostei e Neopterygii; • A maioria dos peixes ósseos pertence à Subclasse Actinoptherygii, constituindo a maioria das espécies marinhas e de águas continentais; • Os representantes são denominados como peixes de nadadeiras raiadas; • As membranas das nadadeiras pares são sustentadas pelos raios ósseos que irradiam da base da nadadeira; • Este esqueleto de suporte é formado por vários raios de origem dérmica; Morfologia geral de Osteichthyes Olhos, boca e narinas • A cabeça pode ou não apresentar escamas, acessórios e ornamentações; • É possível observar a boca, narinas e olhos; • As narinas apresentam função estritamente olfatórias; Opérculos ósseo • são estruturas ósseas, bilaterais, que recobrem a cavidade branquial, protegendo as brânquias e delimitando as fendas por onde a água utilizada na respiração é expelida; • Movimentos de mandíbula coordenados com a abertura e fechamento do opérculo e expansão e retração da cavidade oral funcionam como uma bomba de sucção e pressão que otimiza as trocas gasosas gerando fluxo contínuo de água para as brânquias. Arcos branquiais • O aparelho branquial é constituído pelo arco branquial, por filamentos branquiais (lamelas) e rastros branquiais cobertos por um opérculo ósseo; • As trocas gasosas são realizadas nos filamentos branquiais dispostos em fileiras duplas ao longo de quatro pares de arcos branquiais; Nadadeiras • são constituídas de raios ósseos (denominados tríquios) e membranas e são classificadas em pares (peitorais e pélvicas) e ímpares (dorsais, anal e caudal); • As nadadeiras impulsionam a natação e mantêm o equilíbrio do corpo, controlando movimentos de rotação ao redor do eixo do corpo, arfagem (para cima e para baixo) e guinada (para os lados); Tipos de nadadeira caudal A nadadeira caudal pode ser classificada em três tipos principais: • Heterocerca: Na nadadeira heterocerca, a região posterior da coluna vertebral curva-se para cima compondo o lobo maior da cauda; • Homocerca: A nadadeira homocerca apresenta raios articulados e pode ter formatos variados; • Dificerca: A nadadeira caudal dificerca é afilada, com a coluna vertebral reta ao longo de toda a sua extensão. Modificações nas nadadeiras Algumas espécies apresentam modificações nas nadadeiras que assumem outras funções. • No mandi e tilápia, por exemplo, os raios são modificados em formato de espinhos nas nadadeiras dorsais e peitorais; • O peixe-morcego tem modificações nas nadadeiras peitorais, pélvicas e dorsais; • Nas rêmoras as nadadeiras dorsais foram modificadas em ventosas. Barbilhão Os barbilhões são ricos em papilas gustativas e constituem estruturas táteis para inspecionar o meio. Linha lateral • A linha lateral é um sistema sensorial que orienta os peixes em seus movimentos e na localização de predadores, presas e parceiros sociais. • É um órgão mecanorreceptor composto por células (neuromastos) localizadas em canais e sulcos na cabeça e nos lados do corpo de peixes as quais detectam vibrações da água. Disposição e tipo de escamas As escamas são estruturas ósseas, têm origem dérmica e são recobertas por uma fina camada de epiderme com glândulas mucosas. • As escamas ganóides tem um aspecto esmaltado; • As escamas elasmóides se subdividem em escamas ciclóides e ctenóides; • As escamas ciclóides têm a margem posterior arredondada e lisa; • As escamas ctenóides têm pequenos espinhos na borda externa, o que confere aspereza ao corpo, que é percebida quando se passa o dedo sobre o peixe na direção da cauda para a cabeça; • Escamas ciclóides e ctenóides são dispostas de maneira imbricada, em que o fim de uma escama fica sobreposto ao início da outra. FILO CHORDATA - SUBFILO VERTEBRATA - AMPHIBIA LISSAMPHIBIA • O nome Amphibia deriva de sua condição restrita a ambientes aquáticos ou de elevada umidade e ao processo de metamorfose que sofrem da fase larval à fase adulta processo que não ocorre como regra em todo o grupo; • Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre e constituem um diversificado conjunto de vertebrados anamniotas; • composto por formas fósseis e recentes, cuja posição filogenética é ainda amplamente discutida. As três ordens de anfíbios viventes: • Gymnophiona (cecílias), • Caudata (salamandras) • Anura (sapos, rãs e pererecas) São frequentemente agrupadas na subclasse Lissamphibia, constituindo um grupo monofilético corroborado por algumas sinapomorfias como: • dentição pedicelada, • presença no ouvido médio de um osso denominado complexo operculum- plectrum (não homólogo ao opérculo de Osteichthyes), • papilla basilaris e papilla amphibiorum, • presença de bastonetes verdes e musculatura levator bulbi associados aos olhos, • presença de glândulas de veneno associadas ao tegumento • corpos adiposos situados cranialmente às gônadas. Gymnophiona • Cecílias • consideradas como anfíbios ápodos, sem quaisquer resquícios de elementos das cinturas escapular e pélvica, com uma biologia de vida e morfologia externa relacionadas aos hábitos fossoriais; • apresenta crânio compactado para escavação, • olhos sob a pele, • presença de tentáculos sensoriais • Corpo dividido por anullis primários e secundários • A ordem é representada pelas cecílias, com duas famílias no Brasil: Rhinatrematidae (2 espécies) e Caeciliidae (25 espécies). Caudata • representada pelas Salamandras; • apresentam como característica mais marcante a presença de uma cauda longa e muscular que dá origem ao nome da ordem; • Os olhos são posicionados no topo da cabeça • os membros pelvinos e torácicos são pouco desenvolvidos; • a cauda desempenha papel importante na locomoção. • Podem passar pelo processo de pedomorfose e sofrer autotomia da cauda, em pontos de quebra específicos; • Apenas uma família é representada no Brasil, Plethodontidae, pelas espécies Bolitoglossa paraensis e B. altamazonica. Anura • a inclui os sapos, as rãs e as pererecas; • são adaptados para o salto e não possuem cauda quando adulto; • Suas vértebras caudais estão fundidas no adulto num osso conhecido como uróstilo. • Apresentam glândulas mucosas e granulares espalhadas por todo o corpo. • Os olhos são localizados no topo da cabeça e o tímpano posteriormente a eles. Morfologia externa Os termos sapo, perereca e rã não correspondem fielmente a grupos taxonômicos e estão mais relacionadas a um conjunto de características físicas das espécies, como formato do corpo, dos membros, presença ou ausência de discos digitais, de glândulas paratóides, de verrugas, textura da pele e ao grau de desenvolvimento das membranas interdigitais. Estas características geralmente estão ligadas ao hábitat e à forma de locomoção desses animais. Os sapos possuem: • corpo e membros geralmente mais “compactos”, • glândulas de veneno (glândulas paratóides)• verrugas (acúmulos de queratina) evidentes, • pele mais áspera do que rãs e pererecas, • membranas interdigitais pouco desenvolvidas • hábitos mais ligados a ambientes terrestres onde se locomovem por saltos curtos. As pererecas geralmente têm: • cabeça e olhos grandes, muitas vezes, cintura fina, pernas longas • muitas espécies têm discos digitais • membranas interdigitais desenvolvidos • As espécies arborícolas caminham e escalam de modo quadrúpede, além de saltarem • As rãs possuem a pele lisa e membros fortes mais especializados ao meio aquático, com membranas interdigitais desenvolvidas Boca, narinas e estruturas anexas • A boca é larga e algumas espécies têm a presença de dentes pequenos no céu da boca (dentes vomerianos) implantados no palato, que ajudam a imobilizar a presa; • Um par de narinas em comunicação com a cavidade oral, fechadas por válvulas externas que impedem a entrada de água; • As fossas nasais se comunicam com a parte interna da boca através de dois orifícios situados na porção rostral denominados coanas; • A língua, bem desenvolvida, fica presa na região anterior da mandíbula. • Em alguns sapos e rãs, a língua dobra-se sobre si mesma (protrátil), quando não está sendo usada, funcionando como órgão apreensor, enquanto em outras é ausente ou imóvel; • Na cavidade oral também estão presentes as aberturas das trompas faringotimpânicas (abaixo da saliência interna dos olhos); • abertura do esôfago (fenda transversal situada no fundo da cavidade oral); • fenda da glote (abertura longitudinal situada em uma protuberância da mucosa oral) Membrana timpânica • A membrana timpânica ou tímpano, é uma estrutura bilateral localizada posteriormente aos olhos, faz o recobrimento da cavidade do ouvido médio e transmissão das vibrações sonoras para a columela (osso que promove a amplificação do estímulo sonoro recebido pela membrana timpânica); Glândulas • As glândulas de veneno estão geralmente distribuídas pelo corpo, principalmente na região dorsal e lateral podendo variar consideravelmente entre as diferentes espécies; • As glândulas paratóides (se presentes), são bilaterais e estão localizadas na superfície da pele e posteriormente aos olhos (presentes apenas em sapos); • As glândulas paracnêmicas são bilaterais, estão localizadas na superfície da pele sobre a tibiofíbula e tem como função a defesa contra predadores; Discos adesivos e membrana interdigital • As rãs apresentam membranas bem desenvolvidas entre os dedos (membrana interdigital), principalmente as traseiras, para deslocamento aquático; • Pererecas apresentam ventosas para aderência em superfícies verticais nas extremidades dos dedos (discos adesivos) • também apresentam membrana interdigital que tem como função estabilizar os saltos • os sapos não possuem estas estruturas desenvolvidas, em contrapartida apresentam membros posteriores bem desenvolvidos para o deslocamento na terra. Osteologia • As especializações morfológicas para o salto constituem a característica mais marcante do grupo; • Os membros pelvinos são alongados e juntamente com os músculos formam um sistema de alavanca capaz de arremessar o animal no ar; • Os membros torácicos fortes e a cintura escapular flexível absorvem o impacto da aterrissagem; • Outras modificações osteológicas como uma coluna vertebral curta e com pouca flexão lateral; • presença de um íleo alongado e vértebras caudais fundidas em um bastão sólido denominado uróstilo, também estão diretamente associadas ao padrão de locomoção por saltos desenvolvido pelo grupo. A coluna vertebral dos anfíbios se tornou uma estrutura rígida que transmite as forças dos membros posteriores para o corpo. Os sapos têm apenas nove vértebras e um uróstilo cilíndrico, que representa as várias vértebras caudais fusionadas em uma única estrutura Os membros posteriores são alongados e geralmente bem maiores que os anteriores. A tíbia e a fíbula são fusionadas e, geralmente, de tamanho similar ou mais longas que o fêmur. O astrágalo e o calcâneo são muito alongados, conferindo aos anuros um longo tornozelo. SUBFILO VERTEBRATA “REPTILIA” Os “répteis” surgiram de ancestrais anfíbios labirintodontes (Leposdondylii) e tornaram- se independentes da água para a reprodução graças ao desenvolvimento de um ovo amniótico, dotado de casca resistente (calcária ou coriácea) e provido, em seu interior, de uma membrana amniótica. Além do ovo amniótico, os répteis apresentam um tegumento composto de escamas de beta-queratina. Este tegumento também protege o animal contra o ressecamento da pele, garantindo sucesso na ocupação do meio terrestre. A classe “reptilia” constitui o exemplo clássico de um grupo parafilético, não apenas por incluir a linhagem Anapsida (representada na fauna atual pelos Testudines), mas também por excluírem seus descendentes comuns, as Aves. Algumas classificações recentes propõem a formação de um grupo monofilético pela exclusão dos Anapsida e inclusão das aves, subdividindo os “Reptilia” em dois grandes grupos: Anapsida, que inclui apenas a ordem Chelonia, e Diapsida. Os Diapsida, por sua vez, são divididos em dois grandes grupos aparentemente monofiléticos: Archosauromorpha (aves, crocodilianos e os grandes grupos de dinossauros), e Lepidosauromorpha (lagartos, serpentes, amphisbaenas e tuataras). SUBFILO VERTEBRATA - “REPTILIA” LEPIDOSAUROMORPHA SERPENTIA • As serpentes são animais ápodos com o corpo alongado (apresentam de 140 a 400 vértebras), recoberto por escamas córneas imbricadas e sem o pavilhão auditivo externo. • Apresentam órgãos internos alongados, rins, fígado e pulmão e um crânio com uma surpreendente mobilidade cinética; • Apesar de apresentarem, em geral, olhos bem evidentes com pálpebras soldadas e transparentes, as serpentes enxergam mal, sendo que a maioria das espécies percebe apenas movimentos; • A visão tem uma função importante para as serpentes arborícolas. • A audição pode ser considerada rudimentar, os animais captam os sons através da vibração dos ossos da mandíbula e uma série de ossos do crânio transmitem essas vibrações sonoras ao ouvido interno. • O olfato é bem desenvolvido e, para a captação de moléculas do ambiente, é utilizada uma língua bífida ou bifurcada que conduz as partículas até o órgão vomeronasal (quimiorreceptor). Olhos, narinas, língua bífida e fosseta loreal • As serpentes apresentam uma audição fraca, • visão binocular (com acuidade variável) • olfato apurado • Os olhos localizados lateralmente e protegidos por membrana transparente, reduzem o movimento da pupila. • Em geral as serpentes com pupila do olho redonda apresentam atividade diurna e as com pupila vertical ou elíptica são noturnas. • As narinas bilaterais destinam-se apenas à entrada de ar para respiração. • A língua bífida (bifurcada) atua como receptor olfativo (quimiorreceptor); • As serpentes lançam e recolhem a língua bífida para fora da boca (através das escamas labiais) capturando moléculas odoríferas do ambiente e transportando até o Órgão de Jacobson (duas câmaras sensitivas que se abrem no palato) situado no céu da boca. • A fosseta loreal (orifício localizado entre o olho e narina) constitui um órgão termorreceptor que permite a detecção de variações mínimas de calor (da ordem de 0,003ºC), auxiliando na localização de presas endotérmicas principalmente durante a noite. • Apenas as serpentes da família Viperidae apresentam fosseta loreal Disposição e tipo de escamas • As serpentes apresentam pele lisa ou áspera, opaca ou brilhante, possuem diferentes tipos de escamas (queratinizadas) em diferentes partes do corpo; • Forma, disposição e número de escamas, e também presença ou ausência de determinadas escamas, são características de cada espécie; • Cada tipo serve a um fim específico, e varia de acordo comos hábitos e estilo de vida do animal; As escamas em serpentes tem como função; • proteger a pele, • diminuir o desgaste causado pelo atrito do seu corpo com o substrato, • defendê-la do ataque de parasitas e insetos, • auxiliar na locomoção gerando atrito contra o substrato, • dispersar a luz e reduzir a quantidade de radiação que penetra no corpo, evitando que ela se desidrate com a perda de água pela pele. Disposição das escamas dorso-laterais Localizadas no dorso e laterais do corpo, são geralmente dispostas em linhas, e o número de linhas pode identificar a espécie. Existem 3 tipos de escamas dorsais: • Lisa: em forma de losango, é plana. Cria uma superfície lisa e brilhante. • Granular: pequena, de formato cônico e textura áspera, cria uma superfície granular (ocorre em poucas espécies de serpentes, algumas aquáticas). • Quilhada (carenada): alongada, imbricada, com uma ou duas quilhas no sentido do comprimento e terminando em ponta, cria uma superfície áspera e opaca. Disposição das escamas ventrais e subcaudais • Escamas ventrais localizadas na parte de baixo do corpo do animal, do queixo até a cloaca, são lisas e planas, para ajudar na locomoção; • Mais largas que as outras escamas, geralmente formam uma só linha de escamas sobrepostas que se prendem às costelas por ligamentos e musculatura; • Escamas subcaudais localizadas na parte inferior da cauda da serpente, após a cloaca (fenda transversal), estas escamas são similares às ventrais; • Podem ser largas, formando uma única fileira, ou em pares. Cloaca • Nas serpentes a cloaca é linear e encontra-se dividida em três seções através de dobras mucosas, sendo estas: coprodeu, urodeu e proctodeu. • Compartimento de desembocadura dos sistemas urinário, digestório e reprodutor Troca de pele • A pele das serpentes é recoberta por escamas de queratina resistentes e pouco elásticas, que têm principalmente a função de impedir a desidratação desses animais; • A troca de pele é importante não só para a renovação da epiderme das serpentes, mas também para seu crescimento; Os intervalos entre as mudas de pele dependem de fatores como: • idade, • crescimento, • alimentação, • saúde e condições climáticas (umidade e temperatura) Nas serpentes sadias, por exemplo, o processo todo de mudança de pele pode demorar cerca de duas semanas e elas tendem a trocar a pele toda do corpo de uma vez. Tipos de dentição A dentição apresenta grande importância no reconhecimento das espécies causadoras de acidentes ofídicos, uma vez que, o veneno é inoculado apenas através de dentes especialmente modificados para esta função. • Áglifa: quando os dentes são totalmente maciços, não apresentando canais de comunicação com a glândula de veneno – ocorrem em serpentes não peçonhentas. • Opistóglifa: serpentes com dentes inoculadores de veneno fixos, sulcados (por onde o veneno escorre) ou não sulcados e localizados posteriormente na maxila. • Proteróglifa: serpentes com dentes inoculadores de veneno fixos, sulcados e localizados rostralmente na maxila. • Solenóglifa: serpentes com dentes inoculadores de veneno móveis, longos e canulados (perfuração subterminal), inseridos rostralmente na maxila. Serpentes peçonhentas e não peçonhentas As serpentes que possuem dentes especializados para inoculação de veneno, são consideradas peçonhentas. Considerando os diferentes tipos de dentições vistos anteriormente, as serpentes peçonhentas brasileiras restringem-se às famílias: • Viperidae (solenóglifas), • Elapidae (proteróglifas) • E algumas espécies da família Colubridae que apresentam dentição opistóglifa (toxina sem maiores riscos para humanos em caso de acidentes ofídicos) As cascavéis (Viperidae) são serpentes peçonhentas de fácil reconhecimento devido a: • aparência das escamas carenadas • formato da cabeça triangular • e principalmente a presença do chocalho. Ao contrário do que muitas vezes é dito, o número de anéis no chocalho não representa sua idade. A cascavel muda de pele de 2 a 4 vezes por ano e, a cada vez que isso ocorre, acrescenta um novo anel no chocalho, mas parte desses anéis também pode ser perdida ao longo da vida. Dentro da diversificada família Colubridae, muitas espécies não são peçonhentas (áglifas) ou são peçonhentas com baixo risco de acidentes com humanos por serem opistóglifas. No entanto, alguns colubrídeos como as falsas corais e falsas jararacas podem ser confundidas com serpentes peçonhentas de risco potencial à saúde humana, sendo importante a diferenciação pelas características externas do corpo do animal. As jararacas (verdadeiras) pertencem à família Viperidae, apresentam: • escamas carenadas, • fosseta loreal • e formato da cabeça com ângulos que a distingue facilmente do restante do corpo. Compare com o formato da cabeça e olhos mais arredondados da falsa jararaca e observe que a fosseta loreal é ausente na falsa jararaca. As corais verdadeiras pertencem à família Elapidae e são: • proteróglifas, • geralmente apresentam tríades coloridas, completas e bem distintas de anéis negros, amarelos ou brancos e vermelhos se extendendo à região ventral do corpo, • têm cauda curta em relação ao tamanho corporal • e olhos pequenos em relação a cabeça. Enquanto nas corais falsas (Colubridae): • as tríades coloridas são menos distintas, • estes anéis são incompletos, não incluindo a região ventral do corpo, • a cauda é mais longa em relação ao tamanho corporal • e os olhos são grandes em relação à cabeça FILO CHORDATA VERTEBRATA ARCOSAUROMORPHA: AVES As aves são tetrápodes bípedes com extrema diferenciação dos membros anteriores para o vôo. O registro fóssil mais antigo das aves data de sedimentos do Jurássico na Alemanha e é representado por Archaeopterix lithographica, do qual se conhecem apenas sete esqueletos e uma pena isolada. As aves constituem um grupo monofilético originado de répteis archosauromorpha (dinossauros e crocodilianos). Apesar de apresentarem variações morfológicas em alguns aspectos relacionados a diferentes modos de alimentação e locomoção, a morfologia geral das aves é uniforme e parte desta uniformidade resulta da especialização do grupo para o vôo. Mesmo espécies que secundariamente perderam a capacidade de voar (aves Ratitas: ema, avestruz, casuar, etc.), conservam ainda caracteres ancestrais associados a esta forma de locomoção. Dentre os pré-requisitos para o vôo merecem destaque algumas características como: • presença de penas; • sacos aéreos para a refrigeração associados a pulmões parabronquiais (onde o fluxo de ar segue em um único sentido); • presença de um bico córneo; • ossos pneumáticos; • ausência de bexiga urinária; • redução ou ausência da gônada direita (nas fêmeas); • presença de um estômago mecânico (moela). Ossos do crânio Os ossos do crânio, na maioria das vezes, são fusionados em uma única peça. Aves modernas são desprovidas de dentes e o bico córneo queratinizado está moldado ao redor dos ossos das maxilas. Ossos pneumáticos O desenvolvimento do voo implicou em uma redução de peso dos ossos sem prejudicar a estabilidade e a resistência do esqueleto. • O esqueleto das aves é leve e delicado, • contém alguns ossos entremeados por cavidades aéreas que diminuem o peso (ossos pneumáticos ou fenestrados). • Em alguns ossos grandes é mais fácil a visualização das fenestras como no esterno, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e fêmur, Esterno e fúrcula Esterno e fúrcula • As clavículas fundidas formam uma fúrcula elástica, que armazena energia quando se flexiona durante as batidas das asas. • O esterno apresenta uma quilha grande e delgada, que proporciona fixação para os músculos de voo, exceto nas aves não voadoras. Sinsacro, pigóstilo e fêmur O sinsacro é formado: • pela fusão das últimas vértebras torácicas,• vértebras lombares, • vértebras sacrais • e pelas primeiras vértebras caudais. Observe que o sinsacro é fundido à cintura pélvica (íleo, ísquio e púbis). • A fusão do sinsacro com a cintura pélvica produz uma plataforma estável e firme durante o voo. • O pigóstilo é o osso na extremidade da coluna vertebral das aves formado a partir da fusão das últimas vértebras caudais. Observe também as fenestras do fêmur. Morfologia das penas • As penas são estruturas especializadas da epiderme, tecnicamente uma pena nada mais é que uma escama modificada. • As penas compõem cerca de 4% a 12% da massa corpórea total da ave. • Possuem funções como proteção da pele, termorregulação, camuflagem, côrte, reconhecimento e são essenciais para o vôo. As penas possuem partes internas: cálamo, raque, vexilo, barba e bárbulas. • O cálamo é a porção semi transparente, arredondada e oca da pena que se insere na pele da ave. • Raque é a haste principal da pena e de onde parte uma série de ramos transversais denominados barbas. • O conjunto de barbas em cada lado da raque forma o chamado vexilo. • Das barbas se originam as bárbulas com extremidades enroladas e ganchos microscópicos denominados hámulos; • estes ganchos ligam cada barba com a adjacente formando então uma ligação forte e uma rede flexível praticamente impermeável à passagem do ar Porções penácea e plumácea • A estrutura penácea possui ganchos nas bárbulas e é isso que garante o efeito de “velcro” da pena. • Penas com estrutura penácea em sua grande maioria possuem também estruturas plumáceas na base da raque. • A porção plumácea não possui tais ganchos, desta forma, as bárbulas são soltas. • Penas mais internas, penas de aves jovens ou de aves Ratitas são plumáceas. • Geralmente a coloração está na parte penácea da pena e a plumácea tende mais para o cinza; O corpo das aves pode ser coberto por até seis diferentes tipos de penas: • penas de contorno, • semiplumas, • filoplumas, • plumas, • plumas de pó, • pulviplumas e cerdas (Figura 49). No entanto, abordaremos apenas as penas de contorno, semiplumas e plumas. Penas de contorno • As penas de contorno ou tectrizes, são as penas de vôo distribuídas pelo corpo e são visualizadas quando se olha uma ave. • As penas denominadas rêmiges são consideradas penas de contorno das asas e são divididas em primárias e secundárias. • As rêmiges são assimétricas, com o vexilo no lado externo mais estreito do que no lado interno para auxiliar na aerodinâmica. • As penas denominadas rectrizes são as penas da cauda fixadas ao pigóstilo e são usadas para a direção e frenagem durante o vôo Semiplumas • As semiplumas apresentam uma estrutura intermediária entre as penas de contorno e as penas conhecidas como plúmulas. • Apresentam uma raque longa, porém todo o vexilo é plumáceo, diferentemente das penas de contorno. • Essas penas apresentam importante papel no isolamento térmico da ave. • São encontradas abaixo das penas de contorno e auxiliam no isolamento térmico das aves e flutuação das aves aquáticas. Plumas • As plumas são completamente plumáceas e com uma raque, em alguns casos, ausente ou bem menor quando comparada à das semiplumas. • É comum observar plumas nos indivíduos recém-nascidos desempenhando um papel fundamental no controle da temperatura. • Nos adultos localizam-se próximo a pele abaixo das penas de contorno tendo a função de isolamento térmico;
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