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CONCURSO PÚBLICO APOSTILA TOTALMENTE ATUALIZADA 2022 PREFEITURA DE PARAUAPEBAS-PA PARAUAPEBAS-PA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL NOÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LEGISLAÇÃO PEDAGÓGICA ATUALIDADES LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ÁREA 1 IMPRESSÃO LIBERADA, SOMENTE PARA USO PESSOAL NÍVEL SUPERIOR NÍVEL SUPERIOR NÍVEL SUPERIOR PREFEITURA DE PARAUAPEBAS-PA APOSTILA COM MATERIAS E PROVAS ANTERIORES EDUCAÇÃO INFANTIL , CRECHE E CICLOS INICIAIS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1 PROFESSOR ÁREA 1 - PREFEITURA DE PARAUAPEBAS/PA 2022 PORTUGUÊS 1. Compreensão de texto ................................................................................................................................ 2 2. Gêneros e tipos de texto ............................................................................................................................. 4 3. Recursos que estabelecem a coesão no texto .......................................................................................... 7 4. Relações semântico-discursivas ................................................................................................................ 10 (Causa, condição, concessão, conclusão, explicação, inclusão, exclusão, oposição, etc.) entre ideias no texto e os recursos linguísticos usados em função dessas relações ............................................................................. 10 5. Níveis de linguagem .................................................................................................................................... 18 Emprego adequado de itens lexicais, considerando os diferentes níveis de linguagem .................................... 18 Sintaxe de regência nominal e verbal, de concordância nominal e verbal, de colocação pronominal, segundo a norma culta ........................................................................................................................................................ 20 6. Semântica: .................................................................................................................................................... 22 Sinonímia, homonímia, antonímia, paronímia e ambiguidade ........................................................................... 22 Figuras de sintaxe, de pensamento e de linguagem .......................................................................................... 25 Conotação e denotação ..................................................................................................................................... 28 Ordem das palavras nas orações: mudança de sentido ocasionada pela inversão........................................... 29 Ordem das orações no enunciado: efeito de sentido (realce) ocasionado pela inversão .................................. 30 7. Discursos direto e indireto .......................................................................................................................... 31 8. Regras da escrita: ........................................................................................................................................ 33 Ortografia ........................................................................................................................................................... 33 Acentuação gráfica ............................................................................................................................................ 40 Pontuação .......................................................................................................................................................... 43 9. Estrutura e formação de palavras .............................................................................................................. 48 10. Classes de palavras, flexão e emprego ................................................................................................... 53 11. Concordância nominal e verbal ................................................................................................................ 77 12. Regência nominal e verbal ........................................................................................................................ 80 13. Colocação pronominal .............................................................................................................................. 85 14. Redação oficial: ......................................................................................................................................... 87 Estrutura e organização de documentos oficiais (requerimento, carta, certidão, atestado, declaração, ofício, memorando, ata de reunião, relatório, etc.) ....................................................................................................... 87 Expressões de tratamento ................................................................................................................................. 97 PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 2 COMPREENSÃO DO TEXTO Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa operação de compreensão. E assim teremos: Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura, sendo a primeira a informativa e a segunda à de reconhecimento. A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido, o fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho não se perca. Por isso se faz necessária a compressão da coesão e coerência. Coesão É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos e vocábulos gramaticais,que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e semanticamente resulta num texto coeso. Coerência A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações e motivações. Tipos de Composição: Narrar é contar uma história. A Narração é uma sequência de ações que se desenrolam na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de um personagem ou actante que a prática em determinado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de que um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço e tempo em desenvolvimento. Os outros dois componentes da narrativa são: narrador e enredo ou trama. Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por não se preocupar com a sequência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma mesma fração da linha cronológica. É a foto de um instante. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 3 A descrição pode ser estática ou dinâmica. A descrição estática não envolve ação. Exemplos: "Uma velha gorda e suja." "Árvore seca de galhos grossos e retorcidos." A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como em uma fotografia. No texto, a partir do momento em que o operador para as máquinas projetoras, todas as ações que se veem na tela estão ocorrendo simultaneamente, ou seja, estão compondo uma descrição dinâmica. Descrição porque todas as ações acontecem ao mesmo tempo, dinâmica porque inclui ações. Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de ideias, de juízos, de pensamentos. Exemplos: "As circunstâncias externas determinam rigidamente a natureza dos seres vivos, inclusive o homem..." "Nem a vontade, nem a razão podem agir independentemente de seu condicionamento passado." ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 4 Tipo textual Forma como um determinado enunciado de um texto é apresentado. Os tipos textuais básicos são: a narração, a descrição, a dissertação, a exposição, a injunção e a informação. Estes tipos são definidos pela natureza linguística da sua composição (relações lógicas, aspectos lexicais, etc) permitindo assim criar modelos teóricos definidos pelas suas propriedades linguísticas. Esta divisão, no entanto, é frágil pois é comum a utilização de diversos tipos textuais combinados, gerando textos que não podem ser facilmente enquadrados em nenhum dos tipos anteriormente citados. Tipo Textual é diferente de Gênero Textual, que é a realização concreta (oral ou escrita) de um tipo textual. Exemplos de gêneros podem incluir: crônica, conto, telefonema, bilhete, resenha, anúncios, cartazes, histórias, instruções de uso, etc. Tipos textuais são um grupo limitado de formas que são definidos pelas suas propriedades linguísticas. Gêneros Textuais podem combinar um ou mais tipos para atender uma necessidade específica. Desta forma, um conjunto de gêneros pode ser baseado em um mesmo tipo textual. Tipos Textuais Texto Descritivo Baseia-se na percepção e descrição de elementos de um determinado ambiente, em geral, descrevendo pessoas ou lugares. Em geral é utilizado em textos para descrever uma personagem, local, objeto ou ambiente. O tipo de linguagem utilizado, em geral, utiliza adjetivos e advérbios. Um texto descritivo pode ser feito de duas formas: Descrição objetiva: busca descrever a personagem, local, objeto ou ambiente como realmente é. Por exemplo: “João é brasileiro, possui 1,90 m, 85 kgs e gosta de jogar futebol“. Descrição subjetiva: quando aquele que descreve faz juízo de valor sobre aquilo que é descrito. Por exemplo: “Cova fria e úmida, teu refúgio / Habitação solitária e limitada“. Texto Narrativo Baseia-se na descrição de ações utilizando uma combinação de lugar e tempo. A narração baseia-se em um conjunto de eventos, reais ou não, apresentados em uma ordem cronológica vividos por personagens. O autor (narrador) pode participar diretamente da história ou apenas descrever os eventos (observador). Há diversas formas de escrever um texto narrativo. Na maioria dos casos, a estrutura das histórias ficcionais possui (1) uma situação inicial – em que o cenário e as personagens são apresentados, (2) estabelecimento de um evento – que modifica a situação inicial e solicita uma solução por parte das personagens, (3) clímax – após um contínuo progresso em busca de solução por parte das personagens, há um evento máximo do qual depende o resultado final do texto e (4)epílogo- que é o final do texto. Desta forma, é possível visualizar que a maior parte dos contos, novelas, filmes, histórias em quadrinhos e afins segue este modelo. Texto Expositivo Este tipo de texto tem o objetivo de descrever de forma analítica um determinado evento ou tema. No texto expositivo não busca-se fazer juízo de valor, mas apenas descrever de forma lógica um determinado assunto. Assim, há dois métodos de construção: Exposição sintética que utiliza um processo de composição: isto é, o objeto é descrito de forma encadeada, demonstrando seu relacionamento com um elemento maior. Exemplo: “”Faz Parte Do Meu Show” é uma faixa que faz parte do terceiro álbum solo, Ideologia de 1988, do cantor de rock brasileiro Cazuza.“ Exposição analítica que utiliza um processo de decomposição: isto é, descreve-se o objeto através dos elementos que o constituem. Em geral possui um sujeito, um verbo ter, compreender, consiste ou contém e um complemento. Por exemplo: O cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios ligados por mais de 10.000 conexões sinápticas cada. Texto Dissertativo Consiste na análise de um determinado assunto através do uso de uma metodologia e de uma posterior conclusão subjetiva sobre o assunto estudado, baseado no método utilizado para a análise. Em geral, é o formato exigido para trabalhos acadêmicos e redações de provas/ concursos públicos, porém pode também ser um enunciado simples com juízo de qualidade. Neste tipo de texto recomenda-se a utilização da terceira pessoa do singular nas construções textuais e que não haja juízos de valor que não estejam amparados pelo método utilizado. A sua estrutura básica, na maioria dos casos, obedece ao seguinte padrão (o tamanho do texto irá PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 5 variar conforme o propósito do texto): (1) introdução ao tema– apresenta o assunto que será tratado, o problema que será respondido pelo seu texto e, se possível, o que já foi feito por outras pessoas para solucionar o problema proposto; (2) desenvolvimento e argumentação- de forma estruturada, busca-se desenvolver o tema a partir da introdução utilizando-se uma metodologia lógica para responder ao problema inicialmente proposto. Desta forma, evitam-se argumentos sem base ou apenas de caráter opinativo; (3) Conclusão ou Considerações Finais: resumo do que foi dito no texto e análise das vantagens/desvantagens da solução proposta para o problema inicial. Texto Injuntivo Consiste na indicação de como realizar uma ação ou em descrever um determinado comportamento. Por exemplo: manuais técnicos, contratos, leis, normas, receitas, placas informativas, etc. Possui uma linguagem mais simples e objetiva. Em geral, pode ser dividido em dois grupos: Texto injuntivo: textos de caráter não- coercitivos, sendo utilizado como instrução ao usuário. Por exemplo: “Seja feliz.” Texto prescritivo: possui um caráter coercitivo. Por exemplo: “Aquele que não possuir uniforme adequado não poderá assistir à aula“. Texto Informativo Consiste em texto que tem como objetivo apresentar, esclarecer e explicar um determinado assunto. É geralmente apresentado sob forma de prosa e é de uso comum em textos didáticos, jornais, revistas e outras mídias. Gênero Textual Tipo de classificação de um texto de acordo com seu objetivo, natureza e em como é utilizado pela sociedade. Gêneros textuais são diversos, podem ser formais e informais e se modificam de acordo com a região, a época e seu uso pelas pessoas. No entanto, em geral, possuem uma estrutura básica que orienta sua utilização em um determinado grupo social. Alguns tipos de gêneros textuais Artigo acadêmico: matéria escrita em revista especializada na qual um ou mais pesquisadores relatam os resultados de suas pesquisas para outros pesquisadores. Cada revista especializada possui seu próprio formato sobre como o artigo deverá ser escrito. Artigos científicos: são um tipo especializado de artigos acadêmicos escritos por pesquisadores nas áreas da Ciência e da Engenharia. São caracterizados pela escrita sucinta, imparcial e na terceira pessoa. A estrutura básica destes textos pode ser sistematizada nos seguintes tópicos: Introdução, Problema de Pesquisa, Metodologia de Pesquisa, Revisão Bibliográfica, Resultados e Conclusão. Artigo de opinião: texto argumentativo direcionado a público geral publicado em revista ou jornal. Sua proposta é apresentar o ponto de vista do autor sobre um determinado tema. Pode adotar tom formal ou informal conforme o tipo de público. Biografia: se caracteriza pela descrição da vida de uma pessoa de interesse. Esta descrição pode ser imparcial (isto é, o autor busca apenas narrar os eventos sem juízo de valor) ou parcial (quando o autor narra os eventos sob uma determinada ótica crítica). Uma biografia pode ser escrita de forma descritiva, narrativa, expositiva ou dissertativa. Carta: se caracteriza por um tipo de comunicação entre um remetente e um (ou mais) destinatários. A estrutura básica inclui data, saudação, o corpo da carta e a despedida. A carta pode ser pessoal ou institucional. Em geral, os principais estilos utilizados para sua composição incluem a dissertação, a narração e a descrição. Dissertação: texto argumentativo orientado para público geral. Trata-se de texto impessoal que busca convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor sobre um determinado tema. Em geral deve ser escrito em linguagem objetiva e padrão culto. A estrutura básica envolve Introdução ao Tema, Argumento a ser defendido, Prós e Contras do Argumento e Conclusão. Crônica: narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal ou mesmo na rádio. Conto: obra de ficção curta. São mais sucintos e concisos do que romances e novelas, sendo normalmente centrados em um evento único, sem grande complexidade. Exemplo: contos de fada. Curriculum Vitae: texto que se caracteriza pela descrição das competências de um indivíduo em uma determinada área do conhecimento, em geral, profissional. O objetivo é fornecer a uma pessoa de interesse (possível empregador, por exemplo) elementos para julgar se a pessoa é adequada ou não para uma determinada função. Diário: agenda, geralmente de caráter íntimo, onde se fazem anotações que contém uma narrativa diária de experiências pessoais. Estas experiências são organizadas pela data de entrada das informações. Editorial: texto argumentativo direcionado para o leitor de uma publicação. Seu objetivo é expressar a opinião de uma publicação de forma coletiva. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 6 E-mail: tipo de comunicação eletrônica moderna. Possui o formato semelhante à carta, porém como é um tipo de comunicação mais rápido, não raro opta-se por abreviar ou eliminar algumas partes da mensagem. Notícia: formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos (jornal, revista, telejornal, etc.). Palestra: apresentação oral que pretende apresentar informação ou ensinar pessoas a respeito de um assunto. Piada (Anedota): breve história, de final engraçado ou surpreendente, cujo objetivo é provocar risos a quem a ouve ou lê. Poema: gênero textual em que o texto dividido em estrofes e versos (em geral, em oposição aos textos mais longos em prosa). Podem ser empregados recursos de métrica e rimas. São elementos comuns a utilização de recursos visuais, sonoros, musicalidade,musicalidade e linguagem metafórica. Propaganda: se caracteriza pelo apelo (divulgação) de um produto, serviço ou ideia às pessoas de interesse. Este apelo pode ser verbal ou visual e, apesar de permitir a utilização de diversos tipos textuais, em geral, o tipo textual mais utilizado para este fim é o injuntivo. Receita: se caracteriza pela prescrição dos passos para executar alguma coisa (ex. receita culinária, receita médica). A estrutura envolve descrever os elementos a serem utilizados (p.ex. ingredientes de uma refeição e suas quantidades) e o modo de preparo. O tipo textual mais utilizado para este fim é o prescritivo. Resenha crítica: texto argumentativo direcionado ao leitor de uma publicação ou público- alvo de uma área de interesse. Uma resenha tem o objetivo de resumir um livro, peça teatral, filme, música ou outro tipo de obra, apresentando a opinião do autor da resenha sobre esta obra. ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7 O QUE É COESÃO TEXTUAL? Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos: As referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e da catáfora. As substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da mesma unidade lexical (mesma palavra). Os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos coesivos estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja, são conjunções, preposições e advérbios conectivos. A correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta utilização dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos. São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias. Recursos da coesão Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual. Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecendo unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos. Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa”. (Jornal O Globo – 27/09/2009) Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe: A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. O conectivo “portanto” confere ao período valor de conclusão, porém não há verdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, o problema na coesão: É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato. Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.O período reescrito de forma adequada, fica assim:A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato….,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …,contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …,todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …, no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. …, não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato. A palavra texto provém do latim”textum”, que significa tecido, entrelaçamento. Expondo de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes). PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 8 Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Aquela se impõe no emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais presentes na superfície textual; esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto. A referenciação ocorre, basicamente,por meio de dois movimentos, chamados de movimentos retrospectivo e progressivo, respectivamente anáfora e catáfora. Tomando como objeto de análise o mesmo exemplo, vamos observar agora as anáforas e catáforas. Vejamos as principais características de cada uma delas: Endófora é dividida em: anáfora e catáfora. a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa. “Secretária de Educação escreve pichação com “x”. Ela justifica a gafe pela pressa”. Observe que o pronome “Ela” retoma uma expressão já citada anteriormente – Secretária de Educação – , portanto trata-se de uma retomada por anáfora.Dica: vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação) é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico. b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe: Só queremos isto: a aprovação! No exemplo, o pronome “isto” só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos outros: Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você. (catáfora ou remissão catafórica) Não viu seu amigo na festa. (catáfora ou remissão catafórica) “A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome”. (anáfora ou remissão anafórica) Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros no carro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica) Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente está fora da superfície textual. Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são: 1) Coesão por substituição: consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira. Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um. Ele comprou um carro novo e eu também. Observe que ocorre uma redefinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. Comparemos com outro exemplo: Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde. O termo “vermelho” é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador do substantivo. Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa “verde”. Logo, trata-se de uma redefinição do referente. 2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos em que deveria ocorrer. -Pedro vai comprar o carro? – Vai! Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico de coesão por elipse. 3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou orações do texto, através do uso de marcadores formais – as conjunções. Essas podem exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo… Perdeu as forças e caiu. (adição) Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade) Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa) Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo) Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando. 4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois tipos de procedimentos: a) Reiteração (repetição): ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos. O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item lexical)Uma PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 9 menina desapareceu. A garota estava envolvida com drogas. (coesão resultante do uso de sinônimo)Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só precisava achar o martelo. (coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie) Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da mesa. (coesão resultante de um nome genérico) Observação: nos exemplos acima, observamos que retomar um referente por meio de uma expressão genérica ou por hiperônimo é um recurso natural de um texto. Muitos estudantes de concursos ou vestibulares perguntam se é errado repetir palavras em suas redações. A resposta é simples: se houver, na repetição, finalidade enfática você não será penalizado. Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, levando-se em consideração a articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se deseja obter. b) Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico. Houve um grande evento nas areias de Copacabana, no último dia 02. ANOTAÇÕES __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10 (CAUSA, CONDIÇÃO, CONCESSÃO, CONCLUSÃO, EXPLICAÇÃO, INCLUSÃO, EXCLUSÃO, OPOSIÇÃO, ETC.) ENTRE IDEIAS NO TEXTO E OS RECURSOS LINGUÍSTICOS USADOS EM FUNÇÃO DESSAS RELAÇÕES RELAÇÕES DISCURSIVO ARGUMENTATIVAS Causalidade A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação aconteceu. A principal conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver uma conjunção e aí será necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o contexto. Exemplo: "Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia". Consequência A consequência é o efeito que é declarado na oração principal.Geralmente, utiliza-se apenas a conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que bebi muitos litros de água". Condição As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo aconteça. É necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da condição é a partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero a festa". Concessão Para o concurseiro não esquecer jamais o que indica concessão, tenha em mente a palavra contraste, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá". Comparação Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma comparação entre os elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um exemplo: "Ele come como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda existe metaforicamente, indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo. Conformidade A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir uma regra, uma norma, conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”, “Conforme”. Exemplo: "Conforme foi dito, realizei a tarefa". Temporalidade É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e anterioridade, além de simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que geralmente está acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso, você fica assim" (expressa a condição do tempo, do que aconteceu). Finalidade A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer chegar? Através da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica-discursiva, como acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você". Abordagem dos operadores discursivo- argumentativos na perspectiva da Linguística Textual Nas décadas de 60/70, a Linguística Textual – corrente teórica recém-surgida e que começava a ser propalada em todo o continente europeu –, embora já afirmasse o texto – e não as frases isoladas – como o verdadeiro fundamento para os estudos linguísticos, sua perspectiva ainda era limitada, ocupando-se basicamente com o exame dos mecanismos de análise das frases. Nesse período, de acordo com Isenberg (1971 apud KOCH, 2009, p. 10), o texto era concebido como uma “sequência coerente de significados”. Nessa época, Dressller (apud KOCH, 2009) apresentou a possibilidade de estabelecer limites rígidos entre sintaxe e semântica, postulando que esta última deveria constituir o ponto de partida para a representação da estrutura dos significados do texto e que as relações de sentido excediam as acepções das frases tomadas avulsamente. Numa segunda fase, graças, sobretudo, à influência dos estudos de Teun Van Dijk (1972 apud KOCH, 2009), a vertente linguística em questão ampliou seus horizontes, passando a conceber o texto como fenômeno discursivo. É dessa época que advêm as “gramaticas textuais”. Por fim, numa terceira fase, os estudiosos dessa linha de pesquisa sentiram a necessidade de ir além da abordagem sintático-semântica, procurando estabelecer uma relação entre a teoria e a prática. Bunzen e Mendonça (2006), discorrendo sobre esse período, relata que, a partir de então, começaram a ganhar destaque questões do tipo: “Para quê ensinar a Gramática”? “O que ensinar como ensinar e o que avaliar?”. Com efeito, compreendeu-se que a investigação de um texto envolve processos de ordem cognitiva, o que implica saberes acumulados, experiências e conhecimentos de mundo. Portanto, somente uma abordagem global das manifestações textuais, que apreendesse toda a conjuntura a elas imanente, poderia esquadrinhar de modo cabal os fenômenos linguísticos. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 11 De tais reflexões, plasmou-se a Análise Linguística, segmento teórico que ultrapassou o estudo tradicional das formas gramaticais, inserindo novos paradigmas para o ensino de língua materna. A Análise Linguística trouxe novas abordagens para temas historicamente tratados pela Gramática Tradicional. Um exemplo disso ocorre com os operadores discursivo- argumentativos – tema deste trabalho – que, em épocas anteriores, eram enquadrados – e de forma muito limitada – ao conceito de conjunção. Com efeito, os operadores discursivo- argumentativos integram, juntamente com os lógico-semânticos, o tema da coesão sequencial, o qual, segundo Koch, [...] diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem, entre os segmentos do texto (enunciados, partes de enunciados, parágrafos e sequências textuais), diversos tipos de relações semânticas e/ou pragmáticas, à medida que se faz o texto progredir (KOCH, 2004, p. 53). Conforme Fávero (2006), os mecanismos da coesão sequencial são os que têm por função a progressão temática. Entre tais mecanismos, encontram-se os operadores discursivo- argumentativos, os quais recebem esse nome por terem a função de estruturar enunciados por meio de encadeamentos sucessivos, orientando-os argumentativamente (KOCH, 2004). Neste trabalho, nos interessa a coesão sequencial, que está relacionada aos mecanismos empregados no texto para que ele possa progredir. Segundo Koch (2004), os operadores do tipo discursivo ou argumentativo têm a função de estabelecer relações pragmáticas, retóricas ou argumentativas entre orações de um mesmo período, entre dois ou mais períodos e entre parágrafos de um texto. São responsáveis pela estruturação de enunciados em textos, por isso também são chamados de operadores ou encadeadores do discurso, de acordo com a autora. Ainda de acordo com Koch (2003), as relações discursivo-argumentativas encadeiam atos de fala distintos, como oposição, contraste, concessão, justificativa, explicação, generalização, especificação, comprovação. Esses operadores são responsáveis pela estruturação dos enunciados em textos, visando a justificar, explicar, atenuar, contraditar, enfim, possuem suma importância para melhor compreensão do funcionamento textual e das intenções do produtor do texto. Os articuladores discursivo-argumentativos colaboram, então, para a argumentatividade do texto. Segundo Koch (2004), são elementos que determinam o valor argumentativo dos enunciados, constituindo-se em marcas linguísticas imprescindíveis para a enunciação. Nesse contexto, ressalta-se a importância da investigação acerca do uso desses operadores em artigos de opinião e produções textuais, já que um desvio em seu uso pode implicar em efeito de sentido(s) diferente(s) daquele(s) pretendido(s) pelo autor. Os articuladores discursivo-argumentativos são classificados de acordo com as funções (relações semânticas) que desempenham. A seguir, colocam-se alguns exemplos com base nos estudos desenvolvidos por Koch (2004, p. 72-77): Conjunção: Ligam enunciados que constituem argumentos para uma mesma conclusão. Ex.: e, também, mas também, tanto... como, além de , além disso, ainda, nem... Disjunção argumentativa: São orientações discursivas diferentes e resultam de dois atos de falas distintos, em que, por meio do segundo, procura-se provocar o leitor ouvinte para levá-lo a modificar sua opinião ou, simplesmente, aceitar a opinião expressa no primeiro. Normalmente, essa relação é representada pela conjunção ou. Contrajunção: Através da qual se contrapõem enunciados de orientações argumentativas diferentes, devendo prevalecer a do enunciado introduzido pelo operador em questão. Ex.: mas, porém, contudo,todavia... Explicação ou justificativa: quando se encadeia, sobre um primeiro ato de fala, outro ato que justifica ou explica o anterior. Ex.: pois, porque, que, já que... Comprovação: São aqueles que, através de um novo ato de fala, acrescenta-se uma possível comprovação da asserção apresentada no primeiro. Ex.: (tanto, tal)... como (quanto), mais... (do), que, menos... (do) que... Conclusão: Introduz um enunciado de valor conclusivo em relação a dois (ou mais) atos de falas anteriores. Ex.: portanto, logo, por conseguinte, pois... Comparação: Estabelece uma relação de inferioridade, superioridade ou igualdade entre um termo comparante e outro comparado. Ex.: como (quanto), mais, (do) que, menos... Generalização/extensão: É quando o segundo enunciado exprime uma generalização do fato contido no primeiro ou uma amplificação da ideia nele expressa. Ex.: aliás, também, é verdade que, de fato, bem, mas, realmente... Especificação/exemplificação: Ocorre quando o segundo enunciado particulariza ou exemplifica uma declaração de ordem mais geral apresentada no primeiro. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 12 Ex.: por exemplo, a saber, como... Correção/definição: É quando, através de um segundo enunciado, se corrige, suspende ou redefine o conteúdo do primeiro. Ex.: na verdade, pelo contrário, isto é, ou melhor, de fato, ao contrário, ou seja... Os articuladores discursivo-argumentativos presentes no ato de argumentar são marcas linguísticas, cuja função é de orientar a sequência discursiva de um enunciado, o que é indispensável ao desencadeamento de efeitos, de conclusões propiciadas pelo contexto. Ou seja, tais marcas instigam e direcionam argumentativamente a produção de sentido(s) para os textos. Os operadores discursivo- argumentativos no Artigo de Opinião Com o reconhecimento alcançado pela Linguística Textual no âmbito do ensino de Língua Portuguesa, houve, consequentemente, uma valorização dos gêneros textuais. Isso porque, para essa corrente de estudos, o texto é o lugar por excelência de onde o professor deve extrair as devidas reflexões, bem como delinear as atividades a serem desenvolvidas com os alunos. Em nosso caso, como pretendíamos trabalhar os operadores discursivo- argumentativos, era imprescindível que lançássemos mão de um gênero que calhasse com tal proposta. Examinando, então, o quadro de gêneros discursivos disposto pelas DCEs paranaenses – o qual está dividido em nove “esferas de circulação” – , chamou nossa atenção um grupo muito diversificado ligado à esfera “imprensa”. Entre os gêneros constantes nesse segmento, vislumbramos que o “Artigo de Opinião” se enquadrava perfeitamente ao nosso intento final, que era o de fomentar nos estudantes o poder da argumentatividade. Com efeito, o Artigo de Opinião é um gênero fundamentalmente argumentativo, “pois está voltado ao domínio social da discussão de assuntos sociais controversos, objetivando um posicionamento frente a eles, exigindo para tal, sustentação e tomadas de posição” (OHUSCHI; BARBOSA, 2011, p. 305). Ademais, a opção por essa modalidade textual teve como vantagem o fato de, em razão de o jornal Hoje, de Cascavel, conter seções direcionadas para tal gênero, poderíamos discutir com os alunos temas locais, partindo da opinião de um jornalista desta região. Assim, os estudantes tiveram por objeto de estudo algo próximo ao seu cotidiano, o que facilitou o bom andamento das atividades. Com efeito, segundo Koch (2004), quando interagimos por meio da linguagem, temos sempre objetivos, fins a serem atingidos; há relações que desejamos estabelecer, efeitos que pretendemos causar, comportamentos que queremos ver desencadeados, isto é, pretendemos atuar sobre o(s) outro(s) de determinada maneira, obter dele(s) determinadas reações (verbais ou não verbais). É por isso que se pode afirmar que o uso da linguagem é essencialmente argumentativo, pois pretendemos orientar os enunciados que produzimos no sentido de determinadas conclusões (com exclusão outras), conforme pontua a autora. “Em outras palavras, procuramos dotar em nossos enunciados determinada força argumentativa” (KOCH, 2004, p. 29). A argumentação e a persuasão fazem parte do cotidiano, estando presentes em editoriais, discursos políticos, jurídicos, publicitários e até em alguns textos que se pretendem neutros, mas não resistem a uma análise que desmascare as ideias ali defendidas. Como ser dotado de razão e vontade, o homem, constantemente, avalia, julga, critica, isto é, forma juízos e valor. Por outro lado, por meio do discurso – ação verbal dotada de intencionalidade – tenta influir sobre o comportamento do outro ou fazer com que compartilhe determinadas de suas opiniões. Conforme Koch (2002), [...] É por essa razão que se pode afirmar que a todo e qualquer discurso subjaz uma ideologia, na acepção mais ampla do termo. A neutralidade é apenas um mito: o discurso que se pretende “neutro”, ingênuo, contém também uma ideologia – a da sua própria objetividade (KOCH, 2002, p.17). Qualquer uso de linguagem implica argumentação, como afirma Koch (2004), porém há textos em que a argumentação fica explícita, como é o caso do Artigo de Opinião. Neste e em outros textos opinativos, para convencer alguém, os argumentos são essenciais e precisam estar postos de forma clara, explícita. No diálogo propiciado por meio de textos opinativos, a argumentação leva a conhecer novas formas de pensar e oportunidades de reelaborar conceitos e atitudes, portanto, é uma estratégia de aprendizagem e amadurecimento (DEPUBEL; SOARES, 2010). Em face do exposto, o modelo de análise de artigos de opinião proposto neste trabalho deve levar em consideração o texto como um todo. Sendo assim, ao analisarmos os operadores argumentativos, não olharemos frases isoladas de um contexto, pois assim estaríamos separando elementos de um conjunto, e num texto absolutamente nada é separável totalmente (ANTUNES, 2010). Dessa forma, mesmo que se olhe atentamente para um aspecto particular, o que pretendemos compreender é de que forma os elementos linguísticos focalizados podem afetar a dimensão global da produção. Em suma, o entendimento do uso dos operadores discursivo-argumentativos pelos alunos é essencial para estes desenvolvam a capacidade de argumentação. Para tanto, o gênero Artigo de PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 13 Opinião, como ser verá, configura um terreno fértil para tal abordagem. Exercícios de Análise Linguística com foco nos operadores discursivo-argumentativos Conforme Bezerra e Reinaldo (2013), a prática de Análise Linguística propicia aos alunos, entre outras coisas, a comparação entre textos, bem como a reflexão sobre a adequação e sobre efeitos de sentidos presentes. Procura-se, assim, levar o aluno a compreender e a se apropriar das alternativas que a língua lhes oferece para sua comunicação. Todavia, a ascensão da Análise Linguística no currículo de língua portuguesa nacional é uma conquista relativamente recente. De acordo com Souza e Cavalcante (2012), a partir das décadas de 1980 e 1990, passou-se a viver uma redefinição bastante marcante quanto aos objetivos do ensino da Língua Portuguesa, até então marcado pela Gramática Normativa. Com efeito, em meados dos anos 80, além das contribuições advindas dos estudos da Linguística e da Linguística Aplicada, os estudos construtivistas começaram a ser disseminados no Brasil. Por conseguinte, o ensino pautadona memorização e na fixação dos conteúdos da gramática, bem como a reprodução de atividades de escrita propostas pela escola até então começaram a ser motivo de questionamentos entre estudiosos da língua e professores. Outrossim, no processo de ensino e aprendizagem, passou-se a considerar o conhecimentos prévio dos alunos e o papel do professor como mediador entre a reflexão acerca desses conhecimentos e aqueles que à escola cabia ensinar (MENDONÇA; BUZEN, 2006). Nesse sentido, a análise linguística se diferencia, em diversos aspectos, do ensino tradicional de gramática, conforme o quadro abaixo, elaborado por Mendonça (2006): Linguística Ensino de Gramática Prática de Análise Linguística (AL) Concepção de língua como sistema, estrutura inflexível e invariável. Concepção de língua como ação interlocutiva situada, sujeita às interferências dos falantes. Fragmentação entre os eixos de ensino: as aulas de gramática não se relacionam necessariamente com as de leitura e de produção textual. Integração entre os eixos de ensino: a AL é ferramenta para a leitura e a produção de textos. Metodologia transmissiva, baseada na exposição dedutiva (do geral para o particular, isto é, das regras para o exemplo) + treinamento. Metodologia reflexiva, baseada na indução (observação dos casos particulares para conclusão das regularidades/regras). Privilégio das habilidades metalinguísticas. Trabalho paralelo com habilidades metalinguísticas e epilinguísticas. Ênfase nos conteúdos gramaticais como objetos de ensino, abordados isoladamente e em sequência mais ou menos fixa. Ênfase nos usos como objetos de ensino (habilidades de leitura e escrita), que remetem a vários outros objetos de ensino (estruturais, textuais, discursivos, normativos), apresentados e retomados sempre que necessário. Centralidade na norma-padrão. Centralidade nos efeitos de sentido. Ausência de relação com as especificidades dos gêneros, uma vez que a análise é mais de cunho estrutural e, quando normativa, desconsidera o Fusão do trabalho com os gêneros, na medida em que contempla justamente a intersecção das condições de produção dos textos e as escolhas linguísticas. Unidade privilegiada: a palavra, a frase e o período. Unidade privilegiada: o texto. Preferência pelos exercícios estruturais, de identificação e classificação de unidades/funções morfossintáticas e correção. Preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que exigem comparação e reflexão sobre adequação e efeitos de sentido. Fonte: Mendonça (2006, p. 207) Ainda na década de 1980, a Análise Linguística teve um grande impulso com os trabalhos de João Wanderley Geraldi. Aliás, foi esse autor quem primeiro utilizou o termo “Análise Linguística” (TEIXEIRA, 2011). Muitos associam Geraldi à ideia de um pensador que postulou a supressão absoluta da Gramática Tradicional nas aulas de português. Essa fama se deve, sobretudo, à perspectiva aparentemente iconoclasta de sua obra O texto em sala de aula, publicada em 1984. Todavia, conforme vemos no livro Portos de Passagem, de 1991, Geraldi, em vez de simplesmente contestar o ensino gramatical, parece querer alçar o conceito de Análise Linguística a um patamar mais elevado, que englobaria tanto as atividades “metalinguísticas” quanto as “epilinguísticas”. Portanto, ele refuta a ideia que entre essas esferas haveria uma dicotomia. Com a expressão “Análise Linguística” pretendo referir precisamente este conjunto de atividades que tomam uma das características da linguagem como seu objeto: o fato de ela poder remeter a si própria, ou seja, com a linguagem não só falamos sobre o mundo ou sobre nossa relação com as coisas, mas também falamos sobre como falamos. Como já vimos, a estas atividades têm sido reservadas as expressões 'atividades epilinguísticas' PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 14 ou 'atividades metalinguísticas' (GERALDI, 2002, p. 191). Com o termo “atividades metalinguísticas”, Geraldi está se referindo a uma abordagem que apreende a linguagem em si – como o faz a Gramática. Já pelo termo “atividades epilinguísticas” o autor se reporta a um estudo que investiga pragmaticamente o fenômeno linguístico, relacionando este a todo o contexto (histórico, social, ideológico etc.) que o subjaz. Embora afirme que “as gramáticas existentes, enquanto resultado de uma certa reflexão sobre a linguagem, são insuficientes para dar conta das muitas reflexões que podemos fazer” (GERALDI, 2002, p. 192), o linguista em questão observa: Note-se, pois, que não estou banindo das salas de aulas as gramáticas (tradicionais ou não), mas considerando-as fonte de procura de outras reflexões sobre as questões que nos ocupam nas atividades epilinguísticas (GERALDI, 2002, p. 192, grifo do autor). Em suma, Geraldi não contesta a abordagem dos tópicos gramaticais em sala de aula, mas sim que essa abordagem se dê mediante o exame de frases isoladas. Então, o linguista postula que o professor deve partir de atividades de leitura e de produção de textos – “pois é no interior destas e a partir destas que a Análise Linguística se dá” (GERALDI, 2002, p. 189) – e, daí por diante, desenvolver os conteúdos conforme a dinâmica que o texto propicia. Assim, estas atividades produzem uma linguagem (a metalinguagem) mais ou menos coerente que permite falar sobre a linguagem, seu funcionamento, as configurações textuais e, no interior destas, o léxico, as estruturas morfossintáticas e entonacionais (GERALDI, 2002, p. 191). As propostas de Geraldi, como também a de outros linguistas que, semelhantemente, propunham a substituição do modelo gramatical normativo pelo da Análise Linguística no ensino do português, foram se consolidando nas décadas seguintes. No Paraná, em 2008, com a publicação das Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEs), a corrente de estudos em pauta foi abonada. O estudo da língua que se ancora no texto extrapola o tradicional horizonte da palavra e da frase. Busca-se, na análise linguística, verificar como os elementos verbais (os recursos disponíveis da língua), e os elementos extras verbais (as condições e situação de produção) atuam na construção de sentido do texto (PARANÁ, 2008, p. 60). Segundo Travaglia, Quando se trabalha com o ensino teórico, sugerimos que ele deve ter objetivos, tais como: facilitar, no ensino, a referência a elementos da língua, mas não deve ser cobrado dos alunos, sobretudo no Ensino Fundamental e em especial em suas séries iniciais (1ª a 4ª); portanto, ser um instrumento de mediação e não um fim em si; b) ser objeto de uma cultura científica necessária na vida moderna; c) ser usado como um instrumento para ensinar a pensar (objetivo geral da educação e não um objetivo de ensino de língua) (TRAVAGLIA apud TEIXEIRA, p. 2011, p. 165). RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS Relação de condicionalidade (se p então q) - expressa-se pela conexão de duas orações, uma introduzida pelo conector se ou similar (oração antecedente) e outra por então, que geralmente vem implícita (oração consequente). O que se afirma nesse tipo de relação é que, sendo o antecedente verdadeiro, o consequente também o será. Vejam-se os exemplos: Se aquecermos o ferro, (então) ele se derreterá. Caso faça sol, (então) iremos à praia. ● relação de causalidade (p porque q) - expressa-se pela conexão de duas orações, uma das quais encerra a causa que acarreta a consequência contida na outra. Tal relação pode ser veiculada sob diversas formas estruturais, como: O torcedor ficou rouco porque gritou demais. consequência causa O torcedor gritou tanto que ficou rouco. causa consequência O torcedor gritou demais; então (por isso)ficou rouco. Como tivesse gritado demais , o torcedor ficou rouco. Por ter gritado demais Causa ● relação de mediação - que se exprime por intermédio de duas orações, numa das quais se explicitam o(s) meio(s) para atingir um fim expresso em outra: O jovem envidou todos os esforços para conquistar / o amor da garota dos seus sonhos. meio fim Embora, do ponto de vista lógico, a relação de condicionalidade (implicação) englobe as de causalidade e de mediação, são apresentadas separadamente por razões didáticas. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 15 ● relação de disjunção - se expressa através do conectivo ou. Esse conector, porém, é ambíguo, correspondendo ora à forma latina aut, com valor exclusivo (isto é, um ou outro, mas não ambos), ora à forma vel com valor inclusivo (ou seja, um ou outro, possivelmente ambos). Você vai passar o fim de semana em São Paulo ou vai descer para o litoral? (exclusivo) Todos os congressistas deveriam usar crachás ou trajar camisas vermelhas. (inclusivo: e/ou). ● relação de temporalidade - por meio da qual, através da conexão de duas orações, localizam-se no tempo, relacionando-os uns aos outros, ações, eventos, estados de coisas do "mundo real" ou a ordem em que se teve percepção ou conhecimento deles. O relacionamento temporal pode ser de vários tipos: a. tempo simultâneo (exato, pontual): Quando /Mal / Nem bem / Assim que / Logo que / No momento em que ...... o filme começou, ouviu-se um grito na plateia. b. tempo anterior/posterior: Antes que o inimigo conseguisse puxar a arma, o soldado desferiu-lhe uma saraivada de tiros. Depois que Maria enviuvou, ele preferiu viver na fazenda de seus pais. c. tempo contínuo ou progressivo: Enquanto os alunos faziam os exercícios, o professor corrigia as provas da outra turma. À medida que os recursos iam minguando, aumentava o desespero da população do vilarejo isolado pelas inundações. ● relação de conformidade - expressa-se pela conexão de duas orações em que se mostra a conformidade do conteúdo de uma com algo asseverado na outra: O réu agiu conforme o advogado lhe havia determinado. ● relação de modo - por meio da qual se expressa, numa das orações, o modo como se realizou a ação ou evento contido na outra. Exemplo: Sem levantar a cabeça, a criança ouvia as reprimendas da mãe. Como se fosse um raio, o cavaleiro disparou pela campina afora. Relações discursivas ou argumentativas ● conjunção - efetuada por meio de operadores como é, também, não só...mas também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem (=e não), quando ligam enunciados que constituem argumentos para uma mesma conclusão. Exemplo: João é, sem dúvida, o melhor candidato. Tem boa formação eapresenta um consistente programa administrativo. Além disso, revela pleno conhecimento dos problemas da população. Ressalte-se, ainda, que não faz promessas demagógicas. A reunião foi um fracasso. Não se chegou a nenhuma conclusão importante, nem (= e não) se discutiu o problema central. ● disjunção argumentativa - trata-se aqui da disjunção de enunciados que possuem orientações discursivas diferentes e resultam de dois atos de fala distintos, em que o segundo procura provocar o leitor/ouvinte para levá-lo a modificar sua opinião ou, simplesmente, aceitar a opinião expressa pelo primeiro: Todo voto é útil. Ou não foi útil o voto dado ao rinoceronte "Cacareco" nas eleições municipais, há alguns anos atrás? ● contrajunção - através da qual se contrapõem enunciados de orientações argumentativas diferentes, devendo prevalecer a do enunciado introduzido pelo operador mas (porém, contudo, todavia etc.). Tinha todos os requisitos para ser um homem feliz. Mas vivia só e deprimido. Quando se utiliza o operador embora (ainda que, apesar de (que) etc.), prevalece a orientação argumentativa do enunciado não introduzido pelo operador: Embora desconfiasse do amigo, nada deixava transparecer. O calor continuava insuportável, apesar da chuva que caiu o dia todo. ● explicação ou justificativa - quando se encadeia, sobre um primeiro ato de fala, outro ato que justifica ou explica o anterior: Não vá ainda, que tenho uma coisa importante para lhe dizer. (Justificativa) Deve ter faltado energia por muito tempo, pois a geladeira está totalmente descongelada. (Explicação) ● comprovação - em que, através de um novo ato de fala, acrescenta-se uma possível comprovação da asserção apresentada no primeiro: Encontrei seu namorado na festa, tanto que ele estava de tênis Adidas. ● conclusão - em que, por meio de operadores como portanto, logo, por conseguinte, pois etc., introduz-se um enunciado de valor conclusivo em relação a dois (ou mais) atos de fala anteriores que contêm as premissas, uma das quais, geralmente, permanece implícita, por tratar-se de PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 16 algo que é voz geral, de consenso em dada cultura, ou, então, verdade universalmente aceita. Toda a equipe jogou desentrosada. Portanto (logo) o novo atacante não poderia mesmo ter mostrado o seu bom futebol. João é um indivíduo perigoso. Portanto, fique longe dele. ● comparação - expressa-se por meio dos operadores (tanto, tal) ...como (quanto), mais... (do) que, menos... (do) que, estabelecendo entre um termo comparante e um termo comparado, uma relação de inferioridade, superioridade ou igualdade. A relação comparativa possui um caráter eminentemente argumentativo: a comparação se faz tendo em vista dada conclusão a favor ou contra a qual se pretende argumentar. Assim, se a uma pergunta como: "Devemos chamar Pedro para tirar a mala de cima do armário?", se obtivesse como resposta: "João é tão alto quanto Pedro" a resposta seria desfavorável a Pedro (embora não negando a sua altura) e favorável a João. Se, por outro lado, a resposta fosse: "Pedro é tão alto como João." Haveria inversão da orientação argumentativa, agora favorável a Pedro. ● generalização/extensão - em que o segundo enunciado exprime uma generalização do fato contido no primeiro, ou uma amplificação da ideia nele expressa: Maria está atrasada. Aliás / Também / É verdade que... , ela nunca chega na hora. Tive prazer em conhecê-la. De fato / Realmente... , estou encantado. Pedro está de novo sem dinheiro. Bem / Aliás / Mas ... , é o que acontece com todo estudante que vive de mesada. ● especificação/exemplificação - em que o segundo enunciado particulariza e/ou exemplifica uma declaração de ordem mais geral apresentada no primeiro: Muitos de nossos colegas estão no exterior. Pierre, por exemplo, está na França. Nos países do Terceiro Mundo, como a Bolívia e o Brasil, falta saneamento básico em muitas regiões. ● contraste - na qual o segundo enunciado apresenta uma declaração que contrasta com a do primeiro, produzindo um efeito retórico: Gosto muito de esporte. Mas luta-livre, faça-me o favor! Os ricos ficam cada vez mais ricos, ao passo que os pobres tornam-se cada vez mais pobres. ● correção/redefinição - quando, através de um segundo enunciado, se corrige , suspende ou redefine o conteúdo do primeiro, se atenua ou reforça o comprometimento com a verdade do que nele foi veiculado ou, ainda, se questiona a própria legitimidade de sua enunciação: Irei à sua festa. Isto é, se você me convidar. Eu não agiria deste modo. Se você quer saber a minha opinião. Meus parabéns! Ou não devo cumprimentá-lo por isso? Pedro chega hoje. Ou melhor, acredito que chegue, nãotenho certeza. Ele não é muito esperto. De fato (Pelo contrário), parece-me bastante estúpido. Prometo ir ao encontro. Isto é (Ou melhor), vou tentar. RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO ADVERSATIVA RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO RELAÇÃO DE ALTERNANCIA Enunciados de conteúdos independentes Trata de relações lógico-semânticas de conteúdos independentes, que pertencem a atos de fala distintos. Principais relações lógico-semânticas: 1) adição 2)oposição adversativa 3)disjunção argumentativa ou alternância 4) explicação ou justificativa 5)conclusão 6) alternância RELAÇÃO DE EXPLICAÇÃO OU JUSTIFICATIVA Respeite-o, pois se trata de uma pessoa mais velha. Não pude comparecer à reunião porque tinha um compromisso inadiável. “Não fujas, que eu te sigo...” (Menotti Del Picchia) RELAÇÃO DE CONCLUSÃO RELAÇÃO DE DISJUNÇÃO ARGUMENTATIVA OU ALTERNÂNCIA Conectivos: O que são? Para que servem? Beba mais água e faça promessas com moderação! relação de adição PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 17 Beba mais água, Faça promessas com moderação! São responsáveis pela orientação argumentativa do texto. O conectivo empregado é responsável pelo sentido do período. RELAÇÃO DE ADIÇÃO Principais articuladores: e nem não só...mas também além de ainda Relação de adição Principais conectivos: mas porém contudo no entanto Não só é inteligente, mas também educado. Ela nem estuda nem trabalha. Ele se esforçou bastante, contudo não obteve bom resultado. Tratava-se de um local muito aconchegante, no entanto não fomos bem recebidos. Ou você trabalha, ou procure outro lugar para se hospedar. Quer você queira, quer não, iremos visitá- lo. Ora se mostrava calmo, ora agitado. Principais conectivos: ou ... ou ora ... ora quer ... quer já ... já Principais conectivos: que porque porquanto pois (quando precede o verbo) RELAÇÃO DE EXPLICAÇÃO Obteve bom desempenho no teste, logo demonstrou ser capacitado. Hoje está bastante quente, portanto iremos ao clube. Não valorizava a companhia de sua amada, por isso hoje está sozinho. Principais conectivos: logo portanto por conseguinte por isso pois ( depois do verbo) PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 18 EMPREGO ADEQUADO DE ITENS LEXICAIS, CONSIDERANDO OS DIFERENTES NÍVEIS DE LINGUAGEM Itens lexicais São palavras simples ou agrupamentos de palavras no léxico de uma determinada língua. Exemplo do uso da palavra Itens lexicais: Exemplos são "gato", "farol vermelho", "tomar conta de", "em todo caso" e "comer e coçar é só começar". A língua e os níveis da linguagem pertence a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos. Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos (neologismos), quando consagrados pelo uso. Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos — alguns necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis, porque duplicam palavras existentes na linguagem. O único critério para sua integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número considerável de usuários. De fato, quem determina as transformações linguísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de usuários, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. “O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma ‘língua brasileira’, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros [...] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha) A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil (Manuel Bandeira) Tipo de linguagem Embora as variações lingüísticas e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns lingüistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros: “No português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno verificado no italiano ou no alemão, por exemplo, com a distância entre um dialeto e outro.” (Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?) Com base nessas considerações, não se deve reger o ensino da língua pelas noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos. Não se espera que um adolescente, reunido a outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas aceita-se: “Vamos no shopping assistir um filme”. Não seria adequado a um professor universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”. Escrever conforme a norma culta — que não representa uma camisa-de-força, mas um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua — é um requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar acima da vala comum de sua profissão. O domínio eficiente da língua, em seus variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das condições para o bom desempenho profissional e social. A linguagem popular ou coloquial É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambigüidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc. PORTUGUÊS Central de Atendimento: (91) 9.8318-6353 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 19 A linguagem culta ou padrão É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada
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