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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ICET – Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia APS – ATIVIDADES PRATICAS SUPERVISIONADAS: Blocos cerâmicos vs. Blocos de concreto, bem como uma obra de alvenaria estrutural. BRASÍLIA 2021 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 4 1.2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 4 1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................... 4 1.2.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 4 2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 4 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046296 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046297 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046298 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046299 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046300 file:///C:/Users/Felipe%20Fonseca/Downloads/APS%20Rose%20(2)%20(2).docx%23_Toc87046301 1. INTRODUÇÃO Visto que a disputa no setor da construção civil aumentou, as empresas têm buscado cada vez mais formas alternativas de construção, que atenue o tempo de execução e também os custos da obra, sem interferir na qualidade do empreendimento. E nos últimos anos neste setor, a alvenaria estrutural tem se espalhado fortemente. A mesma, é uma opção bem antiga que inclusive foi utilizada em grandes obras da antiguidade, como por exemplo: O Coliseu de Roma. Mas com a difusão do aço e do concreto armado na época da Revolução Industrial, esse método antigo foi deixado de lado e sendo mais utilizado para a parte de vedação nas construções. Apesar do Concreto armado ser o modelo de construção mais utilizado no Brasil, os estudos apontam que a alvenaria estrutural, representa a maior economia no orçamento das construções, além de diminuir o tempo de obra. O trabalho tem como objetivo, comparar o uso da alvenaria estrutural, bem como o uso de blocos cerâmicos e blocos de concreto. 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Pesquisa trará mais riqueza de detalhes no âmbito da Construção civil, no que diz respeito a alvenaria estrutural e o concreto armado. Será apresentado um pouco da história, especificação, vantagens e desvantagens de cada componente citado. Não menos importante, seguirá a apresentação de uma planta baixa com itens de detalhamento. 1.2. OBJETIVOS Entender que as alvenarias no geral, são feitas de tijolos cerâmicos furados, mas podem-se usar tijolos cerâmicos maciços ou blocos vazados de concreto e que não possuem nenhuma função estrutural. Quanto que no concreto armado, sua maior característica é na utilização de vigas e pilares, que funcionam como esqueleto da edificação. 1.2.1. Objetivo Geral Apresentação dos Sistemas construtivos mais utilizados na atualidade, bem como a particularidade de cada um. 1.2.2. Objetivos Específicos Transparecer os diferencias e viabilidade da alvenaria estrutural. 2. JUSTIFICATIVA A indústria da construção civil é primordial para que os desenvolvimentos de atividades econômicas possam se desempenhar com êxito. Com constante revolução devido ao crescimento e otimização dos métodos construtivos, se faz necessário o estudo de opções que sejam economicamente viáveis. Seja por eficiência, restrições legais ou busca por economia no contexto geral do empreendimento. Seguindo esse raciocínio com a evolução dos métodos construtivos, ampliou-se o leque de materiais disponíveis, e um deles são os blocos, tanto para vedação quanto estrutural. É de grande valia estudar todas as viabilidades construtivas para que seja concluído com primazia e eficiência o objetivo do empreendimento. 3. MÉTODOS DO TRABALHO Foram feitas pesquisas bibliográficas em materiais diversos, como artigos científicos, livros, sites, vídeos, TCCs e algumas visitas técnicas relacionados com o tema proposto. Em resultado será apresentado os tipos de materiais e características que diferenciam cada um. O estudo leva em consideração a possibilidade construtiva e adequação as normas e legislações vigentes, averiguando a compatibilização com situações reais. 4. Bloco cerâmico 4.1. Características Normalmente, quanto mais resistente for o bloco menor será a eficiência e vice-versa. Também se pode considerar que usualmente os blocos cerâmicos apresentem uma eficiência menor que a dos blocos de concreto RAMALHO (2003). O próprio possui resistência de caráter predominante, quanto mais resistente ele for, mais resistente será a alvenaria. Há no mercado, diversas opções de bloco para alvenaria estrutural, os dois mais utilizados são eles: Bloco de concreto e o bloco cerâmico. 4.2. Classificação • Tijolo cor mais clara: são cozidos e custam mais caro. • Tijolo cor mais escura: são recozidos e custam mais barato. • Tijolos defeituosos. Figura 1 – Blocos antes e depois do forno Acervo pessoal. Figura 2 – Blocos no forno Acervo pessoal. 4.3. Composição Argila de queima vermelha ou comum. Figura 3 – Depósito de argila. Acervo pessoal. 4.4. Tamanhos Podem variar entre: – 10 x 20 x 20 – 25 blocos por m², 10 x 20 x 25 – 20 blocos por m², 10 x 20 x 30 – 16,5 blocos por m², 10 x 20 x 40 – 12,5 blocos por m² – 12,5 x 20 x 20 – 25 blocos por m², 12,5 x 20 x 25 – 20 blocos por m², 12,5 x 20 x 30 – 16,5 blocos por m², 12,5 x 20 x 40 – 12,5 blocos por m² – 15 x 20 x 20 – 25 blocos por m², 15 x 20 x 25 – 20 blocos por m², 15 x 20 x 30 – 16,5 blocos por m², 15 x 20 x 40 – 12,5 blocos por m² – 20 x 20 x 20 – 25 blocos por m², 20 x 20 x 25 – 20 blocos por m², 20 x 20 x 30 – 16,5 blocos por m², 20 x 20 x 40 – 12,5 blocos por m² 4.5. Peso Varia conforme o tamanho do bloco. 4.6. Resistência à compressão O valor de resistência mínima para bloco estrutural é 3 MPa, sendo 6 MPa o valor mais encontrado no mercado. A demanda por prédios mais altos tem incentivado alguns fabricantes a disponibilizarem blocos com 10 MPa, 15 Mpa e 18 MPa. São classificados em 10 (1 MPa), 15 (1,5 MPa), 25 (2,5 MPa), 45 (4,5 MPa), 60 (6 MPa), 70 (7 MPa) e 100 (10 MPa). 4.7. Desempenho termoacústico Tem bom conforto termoacústico, sendo bastante empregado no sul do país, onde as temperaturas são mais baixas. 4.8. Aplicação Alvenaria estrutural, de vedação ou autoportante. 4.9. Vantagens • As peças são leves (até 40% mais leves que os blocos de concreto), o que facilita o transporte e o manuseio no canteiro de obras e, consequentemente, aumenta a produtividade. • Melhor desempenho térmico. • Absorve menos água. • As juntas de dilatação podem ser maiores, pois os blocos movimentam-se menos. 2.10 Desvantagens • Por serem leves, as peças podem se quebrar mais facilmente, aumentando as perdas e o desperdício. • As peças são irregulares. • Apresentam menor resistência mecânica. • Necessitam de maior quantidade de revestimento, uma vez que são menos aderentes à argamassa. • Isolamento acústico inferior ao de concreto. 2.11 Preço Para a execuçãode 1 m² de alvenaria estrutural com blocos cerâmicos, o custo é, em média, 13% menor do que se forem usados blocos de concreto. Isso ocorre em função da quantidade de blocos e do consumo de argamassa a ser utilizada. É importante destacar que, em alguns casos, é possível compensar esse custo quando se considerar questões de desperdício e desempenho. 2.12 Características da argamassa A argamassa mais comum para alvenaria estrutural tem traço 1:1:6 (usada em construções de pequeno porte). A argamassa com traço 1:4,5:0,5 é usada em locais onde há esforços de tração na alvenaria, pois tem maior resistência. 2.13 Revestimento Os revestimentos mais comuns são chapisco, emboço (ou massa grossa) e reboco (ou massa fina). A camada de chapisco deve ser a mais fina possível; o emboço é aplicado sobre o chapisco para regularizar paredes; e a camada do reboco – o acabamento final –, também deve ser bem fina. 2.14 Cuidados As peças devem ser manuseadas com cuidado para evitar quebras, pois são delicadas. 2.15 Sustentabilidade Emitem 66% menos CO2 ao longo de seu ciclo de vida do que os blocos de concreto. 2.16 Legislação • NBR 15.270-1 (blocos cerâmicos para alvenaria de vedação). • NBR 15.270-3 (ensaios de blocos cerâmicos para alvenaria de vedação). • NBR 7.171:1992 (bloco cerâmico para alvenaria/ especificação). • NBR 8.042:1983 (bloco cerâmico para alvenaria/ formas e dimensões/padronização). • NBR 6.461:1983 (bloco cerâmico para alvenaria/verificação da resistência à compressão). • NBR 8.043:1983 (bloco cerâmico autoportante para alvenaria/ determinação da área líquida). 3 BLOCO DE CONCRETO 3.11 Características Classes A, B e C para bloco estrutural e Classe C para bloco de vedação. 2.2 Composição Cimento, areia, pedrisco e água. 2.3 Tamanhos Bloco inteiro: 19 cm x 19 cm x 39 cm, 14 cm x 19 cm x 39 cm, 11,5 cm por 19 cm x 39 cm ou 9 cm x 19 cm x 39 cm. Também existe meio bloco, 3/4 de bloco, bloco canaleta e bloco compensador com 34 cm, 44 cm ou 54 cm. 2.4 Peso Varia conforme o tamanho do bloco. 2.5 Resistência à compressão De 4 MPa a 30 Mpa. 2.6 Rendimento 12,5 blocos inteiros por m². 2.7 Desempenho termoacústico As paredes de blocos de concreto (14 x 19 x 39 cm estrutural) podem atender à norma de desempenho NBR 15.575 quando revestidas com 2,5 cm de argamassa em cada face e quando há necessidade de redução acústica de 50 dB. É importante ressaltar que para atender a Norma de Desempenho, os demais itens do projeto também precisam estar de acordo com seus requisitos, como as portas, esquadrias, janelas e vãos. Paredes externas atendem a todas as zonas climáticas brasileiras quando revestidas externamente com 2,5 cm de argamassa e, internamente, com 0,5 cm de gesso. Oferecem menor conforto térmico do que os blocos cerâmicos. Nas paredes externas, é indicada pintura acrílica para aumentar a proteção contra a umidade. 2.8 Aplicação Qualquer tipo de edificação. Em paredes estruturais, eles podem ser usados nos edifícios com até 25 pavimentos. Em paredes de vedação, podem ser usados em edifícios com qualquer altura. 4.10. Vantagens • Quando usados de maneira racional, os blocos de concreto deixam a parede modulada, permitindo boa ligação com a estrutura de concreto e embutimento de conduítes elétricos. • São fáceis de assentar pela tolerância dimensional (2 mm na largura e 3 mm na altura e no comprimento). • Aceitam revestimento de gesso (0,5 cm) direto na superfície. • As resistências mecânicas e a impactos (720 Joules) nos ensaios de corpo mole são muito boas (são capazes de suportar todo o peso da construção sem a necessidade de vigas e pilares). • A perda por quebra no manuseio é baixa. • Rende mais que os blocos cerâmicos. • Quando usados na alvenaria estrutural, dispensam a carpintaria. 2.10 Desvantagens O peso dos blocos dificulta o transporte e o manuseio no canteiro de obras. Como o material absorve mais água, a aplicação precisa ser interrompida em dias chuvosos, o que reduz a produtividade. Exige mais cuidado nas juntas de dilatação, que devem ser menores, pois os blocos se movimentam mais. Tem desenvolvimento térmico fraco e, se usado em paredes externas, necessita de pintura acrílica para evitar a umidade. 2.11 Preço Com baixo custo, é uma excelente solução para paredes estruturais. Para alvenaria de vedação, o preço é equivalente ao de bons blocos cerâmicos. 2.12 Características da argamassa Pode ser usada argamassa industrializada ou argamassa feita em obra com cimento, cal, areia e água. Uma camada é suficiente. 2.13 Revestimento Aceita argamassa com até 2 cm de espessura aplicada diretamente sobre a superfície quando não houver exigência de chapisco, ou gesso com 0,5 cm também diretamente sobre a superfície. 2.14 Cuidados Devem ser paletizados. 2.15 Sustentabilidade Segundo pesquisa feita com 33 empresas associadas à BlocoBrasil (Associação Nacional dos Fabricantes de Blocos de Concreto) por meio do projeto CBCS, a emissão de CO² dos blocos de concreto é bastante aceitável, considerando o recebimento de matérias-primas e a manufatura. Contudo, por conterem cimento, impactam o meio ambiente. 2.16 Legislação NBR 6.136 (requisitos mínimos), e NBR 1.961-1 e 15.961-2: 2013 (projeto, execução e controle), ambas da ABNT. Tabela 1 – Comparativo entre tijolo cerâmicos e blocos de concreto e bloco cerâmico Blok 3. Construções históricas 3.1 Edifício Monadnock O edifício Monadnock em Chicago se tornou um símbolo da moderna alvenaria estrutural, mesmo com suas paredes da base de 1,80m (RAMALHO; CORRÊA, 2003). Este edifício foi considerado na época como limite dimensional máximo para estruturas de alvenaria calculadas pelos métodos empíricos (ABCI, 1990). Acredita-se que se este edifício fosse dimensionado pelos procedimentos utilizados atualmente, com os mesmos materiais, esta espessura seria inferior a 30 cm (RAMALHO e CORRÊA, 2003). Figura 4 – Edifício Monadnock Wikipédia 2018 https://www.nucleodoconhecimento.com.br/wp-content/uploads/2018/12/https-upload-wikimedia-org-wikipedia-commons-thu.jpeg 3.2 Coliseu Construído por ordens do imperador Vespasiano, suas fundações possuem mais de 12 metros de profundidade, e seus 187,5 metros de comprimento por 155,5 metros de largura formam um perímetro de mais de 540 metros. É assim, uma das maiores construções de todo o império romano, e podia acomodar entre 45.000 e 55.000 espectadores. Fonte: (USP, 2018). Figura 5 – Coliseu. Washington, D.C. 3.3 Catedral de Reims Um grande exemplo de catedral gótica. Construída entre 1211 e 1300 d.C. demonstra a aprimorada técnica de se conseguir vãos relativamente grandes utilizando-se apenas estruturas comprimidas. Seu interior é amplo, com os arcos que sustentam o teto sendo apoiados em pilares esbeltos, que, por sua vez, são contra ventados adequadamente por arcos externos. As catedrais góticas em geral, e a catedral de Reims em particular, podem ser citadas como os grandes exemplos de estruturas de alvenaria com interiores que conferem sensação de amplitude e grandeza. Ao se adentrar nessas edificações fica claro que, apesar de todas as limitações que os procedimentos empíricos impunham aos arquitetos desses edifícios, as técnicas construtivas que foram sendo refinadas ao longo de séculos acabaram produzindo resultados muito satisfatórios. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/wp-content/uploads/2018/12/foto003d-jpg-34122-bytes.jpeg Figura 6 – Catedral de Reims. Catedrais Medievais Essas obras esplendorosas existem até hoje e em perfeito estado de conservação, apesar dos milhares anos de suas construções.E isso só comprova a durabilidade e qualidade do processo construtivo que é a alvenaria estrutural. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/wp-content/uploads/2018/12/catedral-de-reims-iluminada-na-noite.jpeg 5. ALVENARIA ESTRUTURAL “Chamamos de alvenaria o conjunto de peças justapostas coladas em sua interface, por uma argamassa apropriada, formando um elemento vertical coeso. ” (TAUIL & NESE, 2010). Figura 7 – Pirâmides de Gizé Pixabay Desde muito tempo a alvenaria faz parte da composição do sistema construtivo. Há relatos de construções em Jericó, na Cisjordânia datada em 7.000 anos. Os materiais são diversos, desde argila, pedras e outros materiais com um pouco mais de controle tecnológico. Há obras históricas com o uso de alvenaria, como as Pirâmides de Gizé, no Egito, o Coliseu na Itália, e a Catedral de Reims na França. Figura 8 – Edifício em alvenaria estrutural Cerâmica City4 44444447 4. 1 Composição da alvenaria estrutural 5.1.1 Blocos Os blocos ou unidades, podem ser de concreto, cerâmico ou sílico-calcáreas, podem ser maciços, classificados com áreas vazias menor que 75% de sua área total, ou vazados que excede esse limite. O desempenho característico desse tipo de bloco é regido pela NBR 6136 – Blocos vazados de concreto simples para Alvenaria estrutural, para o bloco de concreto, e a NBR 7171 – Bloco cerâmico para Alvenaria, para blocos cerâmicos para essa finalidade. No cotidiano, a resistência mínima aceitável é de 4,5Mpa para os blocos de concreto, e 4Mpa para blocos de cerâmica. Todos os componentes da alvenaria estrutural fazem parte da composição do método construtivo. Desde a unidade, a argamassa, graute e armadura. Figura 9 – Assentamento de bloco com argamassa Wetterlt 5.1.2 Argamassa A argamassa tem como função solidarizar os blocos, transmitindo e uniformizando as tensões entre as unidades de alvenaria, também absorver pequenas deformações e proteger de fatores externos como vento e chuva. De característica técnica, a argamassa deve seguir especificações técnicas de acordo com a NBR 10837 com valores pré- determinados de compressão e tração. Além de garantir trabalhabilidade, resistência, e plasticidade ao longo da aplicação. Ilustração 1 – Posicionamento do graute UFGRS 5.1.3 Graute O graute, é uma espécie de concreto altamente adensável, afim de preencher os vazios que podem restar nos blocos. Com sua função bem definida, o seu objetivo é aumentar a área de seção transversal das unidades, podendo trabalhar em conjunto com armaduras. Também regido por norma, o desempenho desse material é definido pela NBR 8798 e NBR 10837, onde é defina as proporções de dosagens e resistência mínima. Com os vazios devidamente preenchidos, o graute juntamente com armadura, tem desempenho bem semelhante ao concreto armado, se transformando em uma armadura monolítica. Figura 10 – Posição das armaduras nos blocos UFGRS 5.1.4 Armaduras As armaduras são as mesmas utilizadas em concreto armado, com a característica que sempre estão correlacionadas ao graute, provendo um desempenho ideal de compressão e tração. 5.2.1 Viabilidade e limitação Há uma série de fatores que podem viabilizar ou não um empreendimento em alvenaria estrutural. Eis alguns itens que são primordiais: 5.2.1.1 Altura da edificação O máximo para os parâmetros atuais são de 25 pavimentos. Os blocos por si não suportam cargas tão altas, a partir de 15 ou 16 pavimentos há a exigência de reforço estrutural que pode encarecer a edificação e retirar o benefício econômico. 5.2.1.2 Compatibilização arquitetônica É de extrema importância que o projeto arquitetônico seja o mais conservador possível, sendo assim limita muito as possibilidades criativas do profissional responsável, um projeto já pensado em alvenaria estrutural tem menos dificuldades estruturais, o que naturaliza uma integração maior evitando situações em que necessitam de reforço estrutural em concreto armado para vencer especificidades arquitetônicas. 5.2.1.3 Tipo de uso Se tratando do tipo de uso do edifício se faz necessário restringir o uso ou até mesmo ser proibitivo. Residências de alto padrão ou prédios comerciais tem especificidades características, geralmente com vãos maiores o que é possível vencer com alvenaria estrutural por si só. Comumente utilizado em residências mais populares, de baixo e médio padrão devido ao leiaute dos ambientes, com vãos menores. 5.3.1 Pontos positivos • Economia de formas, utilizadas apenas em lajes. • Redução de revestimentos, a uniformidade dos blocos reduz as possíveis diferenças compensatórias de reboco e nivelamento do acabamento. Podendo também ter azulejos diretamente aplicados nos blocos. • Redução nos desperdícios e impossibilidade de retrabalhos, onde os projetos hidráulicos e elétricos são perfeitamente compatibilizados e em harmonia com a estrutura, não necessitando de rasgos ou aberturas para a passagem de instalações. • Redução do quadro de funcionários quanto a funções, eliminando a mão de obra dos armadores e carpinteiros. 5.3.2 Pontos positivos • Impossibilidade ou inviabilidade de compatibilização dos ambientes em rearranjos arquitetônicos. • Pode haver incompatibilização entre os projetos tanto arquitetônico quanto hidráulico e elétrico. • Essencialmente e fundamental a mão de obra qualificada, o que pode ser um grande problema em regiões de pouca qualificação profissional. Figura 11 – Primeiro edifício residencial do Brasil 123i A alvenaria estrutural como conhecemos hoje no Brasil, teve início na década de 1960, com alguns empreendimentos em São Paulo em alvenaria armada. Na década seguinte surgiram os primeiros prédios com a alvenaria não armada, que é mais popular nos dias de hoje. Mesmo com delay de algumas décadas, a aceitação desse tipo de método construtivo foi bem aceito, e é aplicado e aperfeiçoado a todo instante. O surgimento de empresas produtoras de blocos, cria uma atmosfera positiva para que o mercado passe a utilizar a alvenaria estrutural como uma boa opção. Testes realizados nos blocos Os diversos tipos existentes de blocos, são submetidos a inúmeros testes laboratoriais, com o objetivo assegurar que os materiais cumpram com regulamentos obrigatórios e padrões de qualidade, como: • Resistência à compressão de tijolos • Resistência à compressão dos blocos • Resistência à compressão das unidades de alvenaria • Carga de ruptura • Resistência à corrosão de sal • Teor de umidade e densidade seca • Resistência a deslizamento dos materiais de superfície para pedestres Pesquisa realizada pelo grupo A fonte da pesquisa foi a construção de um galpão com estrutura de concreto armado e vedação em blocos de concreto. Obra essa realizada no ano de 2021, finalizada recentemente, alocada no 11º Depósito de Suprimento (Brasília-DF). A instalação foi visitada pelo grupo, que entrou em contato com a equipe responsável com a finalidade de sanar as dúvidas referentes ao método construtivo, materiais utilizados e ao projeto estrutural. Projeto O projeto estrutural é de suma importância em qualquer obra ou serviço independente do porte, afinal é nele que serão dispostos uma série de informações preliminares que contribuem com a agilidade e a economicidade da construção, além de ser feito com base nos cálculos estruturais e conter informações do dimensionamento de toda a estrutura. No caso da edificação em questão, o engenheiro responsável pela elaboração do projeto, determinou que fosse utilizado no serviço uma fundação de estacas e blocos de coroamento de concreto armado, além dos pilares e vigas que seguem na mesma metodologia. Cabe ressaltar que a cobertura é sustentada por estrutura metálica e o fechamentoda área entre os pilares é de bloco de concreto assentados com juntas amarradas. A amarração dos blocos nos pilares foi feita com barras de aço, inseridas no pilar e na junta da alvenaria. - Amarração de paredes e pilares. Prancha 01 – Locação e Carga dos Pilares Prancha 02 – Planta de Fundação Prancha 03 – Forma do Térreo Prancha 04 – Cortes das Fachadas Prancha 05 – Cortes Prancha 06 – Cortes 2 Fotos da obra Figura 12 – Execução das formas para enchimento dos pilares Fonte: Pesquisa prórpia Figura 13 – Assentamento dos blocos Fonte: Pesquisa própria Figura 14 – Execução de Chapisco Fonte: Fonte: Pesquisa prórpia Figura 15 -Finalização da fiada intermediária Fonte: Pesquisa prórpia Figura 16 – Execução de alvenaria Fonte: Pesquisa prórpia Figura 17 – Alvenaria Pronta Fonte: Pesquisa prórpia Figura 18 – Obra Pronta Fonte: Pesquisa prórpia Figura 19- Obra Pronta Fonte: Pesquisa prórpia Planilha de composições, com base SINAPI, incluindo serviços e materiais: 13 PAREDES/PAINÉIS 26.058,98 13.1 ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO DE 9X19X39CM (ESPESSURA 9CM) DE PAREDES COM ÁREA LÍQUIDA MAIOR OU IGUAL A 6M² COM VÃOS E ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO COM PREPARO EM BETONEIRA. AF_06/2014 m² 642,63 15,77 22,85 38,62 10.134,28 14.684,10 24.818,37 13.2 LOCACAO DAS ALVENARIAS m² 10,91 3,22 1,05 4,27 35,13 11,46 46,59 13.3 FIXAÇÃO (ENCUNHAMENTO) DE ALVENARIA DE VEDAÇÃO COM ARGAMASSA APLICADA COM COLHER. AF_03/2016 M 114,80 2,71 1,42 4,13 311,11 163,02 474,12 13.4 VERGA PRÉ-MOLDADA PARA PORTAS COM ATÉ 1,5 M DE VÃO. AF_03/2016 M 46,00 4,64 11,01 15,65 213,44 506,46 719,90 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, podemos concluir que independente do método construtivo e dos materiais utilizados, onde é capaz de conciliar baixo custo, agilidade na execução, resistência e qualidade, resultando um bom custo benefício na Obra, desde que seja bem racionalizada. De acordo com a pesquisa efetuada conclui-se que é necessária a integração total entre todos os participantes das equipes envolvidas, desde a etapa da concepção do projeto, ou seja, entre o arquiteto e o engenheiro estrutural, até a fase construtiva da edificação, quando são envolvidos os engenheiros e os encarregados técnicos de todas as instalações. Portanto, nos projetos é fundamental que ocorra essa interação, pois o resultado final é baseado na inter-relação dos diversos projetos e na harmonia das equipes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.sgsgroup.com.br/pt-br/construction/services-related-to- materials/materials-testing/brick-and-block-testing Ramalho, Marcio. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural / Marcio A. Ramalho, Marcio R. S. Corrêa . São Paulo : Pini, 2003. Construções em Alvenaria Estrutural – Materiais, projeto e desempenho © 2015 Gihad Mohamad Editora Edgard Blücher Ltda 8º EnTec – Encontro de Tecnologia da UNIUBE / 28 a 30 de outubro de 2014 www.uniube.br/entec - UNIUBE Campus Aeroporto – Uberaba/MG Estudo Comparativo Entre Alvenaria Estrutural e Alvenaria de Vedação Comum Thaís da Silva Pereira; Fernanda Chicoginigi Alves; Luciano Gonçalves Gomes; Marcelo Henrique Silva; Sabrina Rafaela Rosa; Sérgio Luis Fernandes Silva, Carolina Oliveira Pinto. Universidade de Uberaba Tijolos Cerâmicos x Blocos de Concreto (Guia Completo 2021) (blok.com.br) https://www.sgsgroup.com.br/pt-br/construction/services-related-to-materials/materials-testing/brick-and-block-testing https://www.sgsgroup.com.br/pt-br/construction/services-related-to-materials/materials-testing/brick-and-block-testing
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