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Reforma protestante

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A reforma protestante
APRESENTAÇÃO
Quando a historiografia discute as transformações religiosas ocorridas nos diferentes períodos 
históricos, muitos temas, em diversas partes do mundo, são abordados e problematizados. 
Contudo, a Reforma Protestante representa um dos temas mais complexos e significativos da 
história moderna, pois expressa o resultado de uma série de crises vividas pela Igreja Católica na 
transição da Idade Média para a Idade Moderna. No século XVI, a singular divisão entre os 
clérigos sobre a interpretação dos dogmas da Igreja Católica, transformou-se no advento de uma 
nova ramificação do cristianismo, denominada protestantismo, inicialmente dividida em três 
grandes conjuntos de igrejas e doutrinas religiosas: luterana, calvinista e anglicana.
Outro aspecto relevante diz respeito às dificuldades enfrentadas pela Europa a partir do período 
chamado de Baixa Idade Média, marcado pela formação e pelo fortalecimento das monarquias 
nacionais, pelas guerras, pela fome, pelas perseguições e pelas adversidades relacionadas ao 
clima do continente. Em meio a isso, a Igreja Católica não abdicou do luxo e da 
“comercialização” da fé na busca de resultados pela manutenção de cargos eclesiásticos, na 
venda de relíquias e, principalmente, na “jurisprudência divina” criada para sustentar o mercado 
promissor de venda das indulgências. Todos esses aspectos enfraqueceram o comando do poder 
clerical, abrindo espaço para o debate sobre o papel da fé e da Igreja no contexto social e 
político da época.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os aspectos e as situações que levaram ao 
surgimento de contraposição ao pensamento cristão católico. Vai identificar os diversos e 
distintos movimentos de reforma religiosa, surgidos na Europa, e sua relação com as 
articulações políticas durante a Idade Moderna.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os eventos que provocaram o surgimento de contraposição ao pensamento cristão 
católico.
•
Caracterizar os diferentes movimentos de reforma religiosa que surgiram na Europa da 
Idade Moderna.
•
Relacionar o movimento de reforma religiosa com as articulações políticas dos Estados 
Nacionais.
•
DESAFIO
A história conta que Martinho Lutero pregou suas 95 teses contra a Igreja nas portas da igreja 
principal de Wittenberg, em 1517. Se o fato realmente ocorreu ou se ele simplesmente publicou 
as teses é questão de debate entre historiadores até hoje. Fato é que Lutero se tornou um símbolo 
da Reforma com o passar dos anos; tal foi sua influência, que o movimento ficou conhecido 
como luteranismo.
É sabido que boa parte das teses de Lutero falava sobre a venda de indulgências e as razões que 
levavam o sacerdote alemão a reprovar tal prática. Indulgências eram uma espécie de 
cancelamento de pecados que haviam sido confessados. Alguns padres prometiam que, se uma 
certa quantia de dinheiro fosse doada a igreja, os pecados seriam absolvidos. 
Quais seriam as três razões pelas quais, considerando as ideias de Lutero, a venda de 
indulgências é contrária à verdadeira fé cristã, como descrita nas escrituras sagradas?
INFOGRÁFICO
Apesar de ser vista, sobretudo, como um evento que afeta a esfera religiosa, a Reforma 
Protestante se insere no contexto maior de tensões e mudanças que ocorriam no século XVI. O 
mundo como um todo estava mudando. Além de novas descobertas científicas, os oceanos, antes 
temidos, foram domados pela expansão marítima e utilizados para o processo de 
colonização, comércio de matérias-primas e busca por novas terras. Camponeses cansados das 
condições precárias de trabalho ansiavam por uma revolução. A peste negra, que havia ceifado 
em torno de 75 milhões de vidas de 1347 a 1351, reaparecia e causava pânico em algumas 
cidades europeias. Alianças políticas antigas forjadas entre príncipes e papas enfraqueciam.
A invenção da prensa por Gutenberg, por exemplo, fez com que livros se tornassem acessíveis a 
uma parcela bem maior da população, aumentando consideravelmente a quantidade de pessoas 
alfabetizadas. Essa parcela escolarizada teve papel central na Reforma. Enquanto a Era 
Medieval entrava em colapso para dar lugar à Idade Moderna, as mudanças aconteciam por 
todos os lugares, e a renovação não parecia ter limites. Apesar deste cenário de mudança, 
a Igreja Católica exercia um poder incomensurável sobre a vida das pessoas. Contudo, no início 
do século XVI um movimento abalou suas bases, rompendo com a unidade que manteve por 
tanto tempo.
Neste Infográfico, conheça alguns dos principais eventos e fatos que levaram à Reforma, além 
de acontecimentos de importância histórica que ocorreram em paralelo às mudanças que 
atingiram a Igreja Católica.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Problematizar o passado e suas transformações exige que o conhecimento histórico seja 
estruturado por meio de convenções que facilitem a análise e a compreensão dos períodos 
históricos. Tais convenções constituem os esforços dos historiadores em representar as inúmeras 
transições das sociedades humanas ao longo do tempo e suas implicações no presente. 
A história da Igreja, instituição milenar, fortalecida ao longo do período medieval, influenciou o 
mundo ocidental e a construção do conhecimento histórico. Um dos processos mais 
transformadores da história da Igreja, certamente, é a Reforma Protestante, que marca a História 
Moderna por redimensionar as áreas de influência da Igreja Católica e, também, por suas 
conexões com as transformações culturais, políticas e sociais da época.
No capítulo A Reforma Protestante, da obra História Moderna, conheça os eventos que 
provocaram o surgimento de contraposição ao pensamento cristão católico, bem como 
compreenda os diferentes movimentos de reforma religiosa que surgiram na Europa da Idade 
Moderna, e, por fim, identifique as relações do movimento de reforma religiosa com as 
articulações políticas dos Estados Nacionais. 
Boa leitura.
HISTÓRIA 
MODERNA
Rodrigo Vieira Pinnow
A Reforma Protestante
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os eventos que provocaram o surgimento de contraposição 
ao pensamento cristão católico.
  Caracterizar os diferentes movimentos de reforma religiosa que sur-
giram na Europa da Idade Moderna.
  Relacionar o movimento de reforma religiosa com as articulações 
políticas dos Estados Nacionais.
Introdução
Durante toda a Idade Média, a Igreja Católica enfrentou inúmeros mo-
vimentos que tinham como objetivo alterar seus cânones e dogmas, 
bem como o excesso de abusos por parte do clero, buscando alcançar a 
essência original do cristianismo e a proximidade com as camadas sociais 
menos favorecidas, cumprindo sua missão, conforme as escrituras sagra-
das. Entretanto, os líderes desses movimentos de propostas de reformas 
sempre foram pessoas pertencentes aos quadros da própria Igreja, ou 
seja, muitas dessas pessoas, mesmo que com sérias divergências sobre 
os rumos da instituição, tinham dificuldade de se afastarem da Igreja, 
tendo como intuito corrigir os erros, mas não fundar outra instituição. 
Contudo, nos últimos séculos da Idade Média, o contexto cultural, 
social e político teve alterações que provocaram inúmeros focos de insa-
tisfação religiosa contra o comando da Igreja Católica, e essa insatisfação 
agregou tantos seguidores que levou a uma ruptura estrutural no seio 
da instituição: a conhecida Reforma Protestante do século XVI. Se, ainda 
na Idade Média, havia intenção de arrumar a casa e promover mudanças 
internas, as sucessivas críticas contra a Igreja não eram mais toleráveis. 
Neste capítulo, você vai ver que a Reforma Protestante, juntamente a 
todas as outras transformações do mundo moderno, representou uma 
ruptura importante e singular na história da humanidade, motivadapor 
uma série de causas que ultrapassam muitas generalizações construídas 
na historiografia atual. Assim, você vai ver que se tratou de um processo 
plural, calcado em diferentes aspectos, como o retorno da razão, o avanço 
da tecnologia, os anseios de livre interpretação das escrituras sagradas 
e, principalmente, o crescimento e o fortalecimento da burguesia, bem 
como de suas conexões com os governantes dos Estados Modernos.
1 O surgimento da contraposição 
ao pensamento cristão-católico
Segundo o dicionário Caldas Aulete Digital (2020), os sinônimos do termo 
“reforma” estão relacionados a palavras como ação ou resultado de refor-
mar, renovação, mudança na forma, no estado ou modo de algumas coisas. 
Entretanto, a obra também faz menção à história do movimento religioso 
ocorrida no século XVI, citando Lutero como seu principal líder e apontando 
o rompimento com a Igreja Católica Apostólica Romana, o que fundaria as 
bases do que hoje conhecemos como Igreja Protestante. 
Para muitos autores, dos quais podemos citar Wood, com A origem do 
capitalismo (2001), Anderson, com Linhagens do estado absolutista (1989), 
Elias, com A sociedade da corte (2001), Delumeau, com A civilização do 
renascimento (1994), Weber, com A ética protestante e o “espírito” do capi-
talismo (2015), entre outros, uma das palavras que podem estar diretamente 
conectadas ao sentido da reforma é liberdade, pois o processo desencadeou 
uma sucessão de rupturas que tiveram implicações em vários segmentos do 
mundo moderno, como na cultura, na sociedade e na estrutura das instituições 
da época, refletindo na política, na economia e, consequentemente, na fé. 
Segundo Azevedo (2007), a reforma se consolida a partir de um somatório 
de acontecimentos, ainda na Idade Média, que contribuíram decisivamente 
para as transformações religiosas da chamada Idade Moderna, com processos 
e ciclos contínuos, moldando a sociedade dentro da ideia de livre interpre-
tação das escrituras e uma experiência, ainda seminal, de Estado Moderno 
em expansão.
Vale lembrar que o mundo medieval girava em torno do comando da Igreja 
e, a partir dela, eram definidos os padrões culturais, sociais e, principalmente, 
comerciais da época. Nesse sentido, Azevedo (2007) propõe uma classificação 
de fatores decisivos e embrionários para o surgimento da contraposição ao 
pensamento cristão católico, dos quais são destacados seis como decisivos 
para o processo:
A Reforma Protestante2
  a instabilidade política, em um mundo em que a crescente burguesia 
almejava o poder dentro do Estado;
  o fim das cruzadas, com certo enfraquecimento da Igreja Católica; 
  o aumento vertiginoso da densidade demográfica; 
  a crise climática, impactando diretamente a agricultura; 
  a terrível peste bubônica, que gerou um clima de pessimismo;
  dúvidas sobre papel da Igreja Católica diante desses acontecimentos.
Toda a crise encontrou na fragilidade da Igreja Medieval combustível para 
a emergência de movimentos reformadores. A sólida política eclesiástica 
medieval, embasada no direito canônico, na importância da figura unifica-
dora do Papa e na disseminação ideológica da Igreja dentro das diretrizes 
do colegiado, foi abalada por distúrbios de natureza interna. O chamado 
cativeiro babilônico, que foi a existência de um Papa na cidade de Avignon, 
foi o primeiro sinal mais claro do desgaste político-ideológico da Igreja Me-
dieval. Mais tarde, o Grande Cisma, com a coexistência de dois Papas, um 
em Roma e outro em Avignon, ocasionando a descentralização do poder da 
Igreja, facilitou o surgimento de surtos reformadores e oposicionistas, que 
eram do interesse das monarquias estabelecidas e dos burgueses detentores 
do capital outrora volátil devido à evasão de importantes divisas à Igreja de 
Roma (AZEVEDO, 2007, p. 90).
Segundo Santos (2010), mesmo após as transformações da Europa cristã 
com o fim da Idade Média, não havia um limite claro entre questões públicas 
e privadas, principalmente no quesito religioso. A autora relembra que as 
próprias leis dos reinos, como o direito positivo, estavam centradas nos dogmas 
e cânones da Igreja Católica Ortodoxa Romana. 
Além disso, os súditos dos respectivos reinos foram condicionados a adotar 
a religião de seu rei, que em grande medida era a religião oficial do país, pois 
não havia laicidade na época, com regulamentação jurídica assegurada pelo 
princípio jurídico chamado de usus regio cujus religio.
O século XVI pode ser considerado como o século maduro para a implementa-
ção do movimento conhecido como a Reforma Protestante. Maduro porque os 
séculos anteriores pavimentaram e fertilizaram os acontecimentos que estavam 
por acontecer nesse período da História. A Reforma foi um movimento fruto 
de uma grave crise espiritual que se abatia sobre a Igreja de então. O povo, de 
modo geral, não encontrava satisfação e realização em sua práxis religiosa. 
Reinava um vazio espiritual (AZEVEDO, 2007, p. 88).
3A Reforma Protestante
Se na Idade Média havia saberes distintos, como a cultura letrada, quase que 
na sua maioria eclesiástica, juntamente com as tradições e os conhecimentos 
produzidos pela cultura oral, herança da miscigenação dos chamados povos 
bárbaros, na Idade Moderna, a partir da coexistência dessas duas práticas, 
somadas aos inúmeros questionamentos sobre as práticas da Igreja Católica, 
desperta de forma bastante específica o desejo da livre interpretação das 
escrituras sagradas, além da necessidade de informação. 
Nesse sentido, o conjunto de fatores que consolidam as transformações 
religiosas está diretamente conectado a outros elementos que superam a fé. 
O desenvolvimento cultural, comercial e social após séculos de controle da 
Igreja Católica, além do advento da burguesia como camada dominante, 
aliada aos líderes dos Estados Nacionais, propiciou um mundo moderno, com 
a necessidade propagação de ideias e a de uma nova forma de comunicação:
Vejamos, por exemplo, a invenção da imprensa em 1453, que, em uma pri-
meira abordagem, pode ser considerada como uma questão essencialmente 
cultural. No entanto, esse acontecimento não é, nele mesmo, nem econômico, 
nem político, nem religioso, nem cultural, mas possui implicações em todos 
esses campos e, portanto, pode ser considerado como protagonista tanto de 
uma História Econômica quanto de uma História Cultural. Considerada no 
seu aspecto econômico, será preciso considerar a redução do tempo e do 
custo necessário à produção do livro na Europa, assim como a emergência de 
um novo ramo de negócios que se tornará, ao logo do tempo, uma atividade 
bastante lucrativa. Ao propiciar a maior circulação de livros e da palavra 
escrita em geral, a imprensa modifica as relações sociais e políticas e tam-
bém as atitudes religiosas. Tendo sido a Bíblia o primeiro livro impresso por 
Gutenberg, a nova técnica assume, imediatamente, um significado religioso e 
político. A impressão da Bíblia será acompanhada de sua tradução em língua 
vulgar, propiciando que maior número de pessoas tenha acesso às Sagradas 
Escrituras e, enfraquecendo, consequentemente, o monopólio da Igreja sobre 
a interpretação dos textos sagrados (MOURA; SANTOS, 2010, p.14).
A disputa no mundo moderno entre a permanência do status quo da Igreja 
Católica Romana e os movimentos reformistas, entre os séculos XVI e XVII, 
provocou mudanças que estão presentes até hoje na história da religiosidade 
mundial. Durante muito tempo, a historiografia se debruçou sobre o tema, 
por vezes com um olhar mais confessional, elencando líderes, destacando 
personagens e fatos marcantes, e, em outras, concentrou-se em aspectos 
puramente políticos e econômicos. Porém, é necessário analisar o tema com 
uma perspectiva mais plural, atenta às nuances contidas nas entrelinhas da 
produção historiográfica e nas fontes primárias da época.
A Reforma Protestante4
2 Os diferentes movimentos de reforma 
religiosa que surgiram na Europa da 
Idade Moderna
Os movimentos que compunham os movimentosreligiosos que surgiram na 
Europa tiveram como base um grupo que vivia em profunda inquietação, 
ainda no mundo medieval, os chamados pré-reformadores. Conforme Moura 
e Santos (2010), a partir de sua cosmovisão medieval, estavam buscando 
uma transição, ainda que incipiente, para as interpretações sobre a fé a 
partir das escrituras. 
Segundo Sá (2008), tal processo desencadeado pelos pré-reformadores a 
partir da efervescência de ideias, de movimentos sociais, políticos, religiosos 
e econômicos constrói um cenário ideal para a transição de um novo modelo 
de vida. Conforme o autor, aproximadamente os dois últimos séculos da Idade 
Média foram suficientes para preparar o mundo para uma série de mudanças 
radicais que foram estabelecidas na modernidade:
Os pré-reformadores são pensadores cristãos de transição. A necessidade de 
mudanças profundas na Igreja vinha sendo anunciada, já que a Igreja estava 
em situação de profundo desprestígio. Para o surgimento dos pré-reformadores, 
o cenário social, político, econômico e eclesiástico da época contribuiu para 
manifestações de insatisfação com a Igreja da época e, muitas vezes, com o 
apoio do Estado, para divulgar suas posições teológicas, com consequências 
diretas na vida eclesial e social. (AZEVEDO, 2007, p. 95).
Um dos principais pré-reformadores foi John Wycliff (1330–1384), de 
North Riding of Yorkshire. Com formação em filosofia e teologia e ordenação 
para o sacerdócio, Wycliff foi a fundo na pesquisa das escrituras e nas suas 
interpretações. 
John Wycliffe (1320–1384) foi um filósofo da escolástica, teólogo, tradutor das escrituras 
sagradas, reformador, padre inglês e professor seminarista na Universidade de Oxford. 
5A Reforma Protestante
Conforme Wolff (2017), o pré-reformador leu para seus alunos o tratado 
Do Domínio Civil, de sua autoria. O fato teve tamanha repercussão que o 
parlamento inglês utilizou o tratado como base para a produção de 140 artigos 
de uma lei impedindo os abusos eclesiásticos. Wyclif fundamentava suas 
críticas na Bíblia para pleitear a reforma da Igreja e, além de criticar o clero, 
desaprovava o celibato, o culto das imagens, santos e relíquias.
Outro pré-reformador importante foi Jan Huss (1369–1415), adepto dos 
ensinamentos de Wycliff. Huss foi condenado à morte na fogueira, pois se negava 
a refutar suas teorias para a reforma da Igreja. Suas ideias consistiam na crítica 
à posse de patrimônio terreno por parte do corpo eclesiástico, ser favorável à 
autoridade da consciência, à promoção da aproximação da Igreja com os mais 
humildes e a pregar em sua língua natal, o tcheco, e não na língua oficial, o latim.
Reformadores
Vimos, anteriormente, alguns pré-reformadores, pioneiros na tentativa da 
livre interpretação das escrituras, na transição entre a Idade Média e Idade 
Moderna. O contexto social da época foi de violência, expectativa de vida 
baixa, desigualdade social e advento do nacionalismo. 
De maneira geral, havia um sentimento de insatisfação generalizado entre 
os governantes e o povo em função dos abusos cometidos pela Igreja, especifi-
camente pelo alto clero. No campo espiritual, havia um misto de insegurança, 
incerteza, sofrimento e ansiedade relacionados a uma suposta salvação que 
tinha como base as obras em prol da Igreja Católica Romana, em uma espécie 
de contabilidade espiritual em que os pecados impediam o paraíso e as boas 
obras, a vida eterna. Foi nesse contexto que Martinho Lutero e a publicação de 
suas 95 teses na Alemanha desencadearam o apogeu da Reforma Protestante.
As motivações de Lutero para a Reforma foram, substancialmente, de ordem 
religiosa, originando um movimento de matriz e princípio fundamentalmente 
teológico que visa reformular a fé cristã com base na doutrina da justificação. 
Para isso, Lutero questiona três elementos na Igreja do seu tempo: (1) O pen-
samento teológico centrado na racionalidade da escolástica: “Uma reforma 
na Igreja é impossível se não se arrancam até a raiz os cânones, os decretais, a 
teologia escolástica, a filosofia, a lógica... peço a cada dia ao Senhor que uma 
coisa semelhante aconteça e que se voltem ao estudo puríssimo da Bíblia e dos 
santos padres” a prática pastoral, centrada nas devoções, nos sacramentos e 
nas obras – a prática das indulgências é o foco do momento; o papado, como 
instância definitiva da verdade sobre a fé. Para Lutero esses três elementos 
desvirtuavam a Igreja do seu centro cristológico, de onde provém a justificação 
do pecador (WOLFF, 2017, p. 241).
A Reforma Protestante6
Segundo Santos (2014), Lutero publicou três escritos importantes para reforma: 
À Nobreza Cristã da Nação Alemã, O Cativeiro Babilônico da Igreja e A Liberdade 
do Cristão. Com isso, a ideia da reforma propagou-se pelo Sacro Império, ganhando 
seguidores em vários principados alemães. Em 1521, houve a publicação de uma 
bula de excomunhão, conhecida como Decet Pontificem Romanum. 
No mesmo ano, Lutero foi convocado para uma reunião do parlamento, a chama 
Dieta de Worms. A expectativa era que Lutero se retratasse, mas, na prática, ele 
reforçou suas ideias. Na sequência dos acontecimentos, um novo Édito de Worms 
foi promulgado, contrário a Lutero. Então, o monge foi obrigado a exilar-se no 
castelo de Wartburgo, com a proteção do príncipe-eleitor da Saxônia, Frederico, 
o Sábio. Nesse período, Lutero produziu a tradução das escrituras sagradas.
Conforme Azevedo (2007), outro importante reformador foi Ulrico Zuín-
glio, sacerdote em Glarus (1506) e em Einsiedeln (1516). Zuínglio foi bastante 
impactado pelo Novo Testamento, de autoria de Erasmo de Roterdã, virando 
um dedicado estudioso das Escrituras, com pregações pontuais sobre as pas-
sagens bíblicas. Após seu destaque como pregador, foi convidado para compor 
o quadro eclesiástico na Catedral de Zurique. 
Depois de aproximadamente quatro anos, Zuínglio entraria em divergência 
com a doutrina católica, tendo como base a Bíblia. Seu foco de contestação 
estava relacionado às questões relacionadas a consumo de carne no decorrer da 
Quaresma, celibato e casamento para membros do corpo eclesiástico, dogmas 
que o sacerdote afirmava não estarem na Bíblia. Sua marca histórica foi propor 
que tudo deveria ser analisado e julgado conforme as escrituras sagradas. 
Nascido em 10 de julho de 1509, em Noyon, na França, João Calvino, 
no decorrer da década de 1520, estudou religião e direito e foi um dos mais 
importantes representantes da Reforma Protestante. Em 1533, Calvino trocou 
a França pela Suíça, local em que aprofundou seus estudos sobre as escrituras 
sagradas, em específico do sacerdote alemão Martinho Lutero. Assim como 
Lutero, Calvino refutava as práticas do catolicismo. 
Diferentemente de Lutero, em 1536, Calvino não estava preocupado, neste 
tempo, com as discussões acirradas com o escolasticismo medieval ou qualquer 
tipo de mudança no programa teológico das universidades. Quando lança as 
Institutas, sua preocupação era lutar contra os inimigos da indiferença e da 
ignorância, apresentando, de forma sistematizada, os pontos fundamentais 
da Reforma. É preciso dizer que, no início da Reforma, a maior preocupação 
de Lutero era o embate com a Igreja sobre a doutrina da justificação somente 
pela fé, ou como o homem entrava em comunhão com Deus. Mas a Reforma, 
vivida mais ao Sul, buscava discutir as mudanças necessárias tanto na Igreja 
quanto na sociedade, segundo as Escrituras (AZEVEDO, 2007, p.107).
7A Reforma Protestante
Calvino morreu em Genebra, em 27 de maio de 1564; a partir de então, 
os chamados calvinistas continuaram a difusão das ideias do sacerdote por 
toda a Europa. Atualmente, muitos protestantes consideram Calvino como o 
idealizador do protestantismo para a Igreja Reformada e Presbiteriana.
Um novo período de declínio e desmoralização do papado ocorreu entre o século 
XIV e o início do século XV. Primeiro, os papas residiram na cidade de Avinhão, ao sul 
da França, por mais de setenta anos (1305–1378), colocando-se sob a influênciados 
reis franceses. Esse período ficou conhecido como “o cativeiro babilônico da Igreja”. 
Em seguida, por outros quarenta anos (1378–1417), houve dois e finalmente três papas 
simultâneos (em Roma, Avinhão e Pisa), no que ficou conhecido como “o grande cisma” 
(MATOS, 2001, documento on-line).
3 Conexões entre o movimento de reforma 
religiosa e articulações políticas dos Estados 
Nacionais
Como vimos, o contexto social e político no início da Idade Moderna não era 
mais favorável aos abusos da Igreja. Os governantes e o povo já não tolera-
vam o uso da fé como força arrecadatória e de fortalecimento da instituição 
católica. Nesse contexto, fi ca evidente que o mundo moderno caminhava para 
um processo de laicização do Estado, com uma ruptura signifi cativa com o 
poder papal em Roma.
Com a Reforma, houve uma quebra de autoridade. Desvinculou-se do Papa. 
Rompeu-se com a Igreja, que se dizia única, infalível e universal. Igreja que 
era também o “Estado”, em quase toda a Europa Ocidental. Igreja que tinha 
o monopólio do saber. Igreja que era proprietária de aproximadamente um 
terço das terras nos países católicos. Não se deve esquecer de que o Papa era 
chefe da toda poderosa Igreja e também chefe de “Estado”. A Santa Sé era 
um “Estado”, que, em certo nível, era como qualquer outro, todavia detinha 
privilégios de que nenhum outro “Estado” dispunha (SÁ, 2008, p. 30).
A Reforma Protestante8
Um exemplo claro de movimento de reforma, com fundamentação essen-
cialmente política, foi o anglicanismo. Em 1531, o então rei Henrique VIII 
decidiu romper com a Igreja Católica em função de o Papa ter ignorado e 
rejeitado um pedido de divórcio. O rei fora casado com Catarina de Aragão 
(filha dos reis católicos da Espanha), mas desejava o divórcio para casar-se 
com Ana Bolena sob o argumento de poder ter herdeiros homens. 
A partir da recusa do Papa, três anos mais tarde, o parlamento inglês 
decidiu, unanimemente, pela aprovação do Ato de Supremacia, oficializando 
a laicização do Estado inglês, ou seja, a separação entre a Igreja da Inglaterra 
e a Igreja Católica Apostólica Romana. Com isso, o reino inglês confiscou as 
terras e os bens da Igreja Católica, redirecionando os impostos outrora pagos 
a Roma para a Coroa Inglesa.
A ruptura das igrejas protestantes com a Igreja Católica, provocada pela 
Reforma, gerou a formação de igrejas nacionais, que traziam consigo o sen-
timento nacional ou de nacionalidade. A ideia de nação, nesse momento já 
envolvia a de um território, habitado por um conjunto de indivíduos, com 
certos elementos culturais comuns, com destaque para a língua e o sistema 
de moedas. Às vezes, não era possível atingir-se o ideal de uma língua única, 
mas um sistema comum de moedas, sim. A circulação de mercadoria, inerente 
à maneira de produzir do capitalismo moderno, impunha também a existência 
de um Estado moderno, que lhe garantisse, inclusive, um sistema de moeda 
única, com a finalidade de dar suporte ao livre e permanente movimento de 
troca das mercadorias por dinheiro e vice-versa (SÁ, 2008, p. 30).
O caso inglês é apenas um dos inúmeros exemplos que poderiam ser dados 
sobre o sentido político dos movimentos de reforma, uma vez que também 
estavam em jogo os abusos da Igreja Católica e o fortalecimento dos Esta-
dos Nacionais. Dentro da dinâmica do Estado Moderno, com o aumento da 
densidade demográfica, era imprescindível que a questão arrecadatória fosse 
direcionada para as monarquias nacionais, e não mais para a Igreja Católica. 
Por outro lado, é compreensível que a produção historiográfica tenha, vez 
por outra, focado nas virtudes teológicas de cada movimento e seus respectivos 
líderes, mas a questão cerne está na gama de interesses que os movimentos 
agregaram. Segundo Sá (2008), o que está implícito nas entrelinhas de todos 
os movimentos reformadores eram as condições de vida das populações, o 
crescimento e o avanço da ciência, bem como a valorização do progresso por 
intermédio da ciência. 
9A Reforma Protestante
Do ponto de vista político, uma nova camada social em ascensão, os bur-
gueses, construíram uma série de alianças que tinham como objetivo consolidar 
o monopólio do poder político, econômico e, consequentemente, do Estado, 
dando origem ao que Weber (2015) chamou de espírito do capitalismo.
Além disso, todas essas iniciativas também vislumbravam uma nova or-
ganização econômica e política, com foco na lógica de produção, circulação, 
consumo de bens e serviços, com a face reformulada de uma estrutura social 
adaptada ao Estado Moderno que se moldava a um sistema econômico que 
viria a se fortalecer no decorrer da Idade Moderna, o capitalismo.
ANDERSON, P. Linhagens do estado absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1989.
AZEVEDO, M. A. F. A liberdade cristã em Calvino: uma resposta ao mundo contempo-
râneo. 2007. 418 f. Tese (Doutorado) — Pontifícia Universidade Católica do Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
DELUMEAU, J. A civilização do renascimento. Lisboa: Estampa, 1994. v. 1.
ELIAS, N. A sociedade da corte. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
MATOS, A. S. O papado: origem e evolução histórica. Thirdmill, 2001. Disponível em: 
https://thirdmill.org/portuguese/96428~11_1_01_10-15-21_AM~O_PAPADO.html. 
Acesso em: 26 jan. 2020.
MOURA, A. M. S.; SANTOS, C. História moderna. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 
2010. v. 1.
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WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Barcarena: Presença, 2015.
WOLFF, E. A reforma de Lutero uma releitura ecumênica. Theologica Xaveriana, v. 67, 
n. 183, p. 237–262, 2017.
WOOD, E. M. A origem do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Leituras recomendadas
BLOCH, M. Os reis taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio, França e Inglaterra. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
BURKE, P. Cultura popular na idade moderna. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
A Reforma Protestante10
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GINZBURG, C. O queijo e os vermes. São Paulo: Cia das Letras, 2006.
HAUSSIG, H. W. A history of byzantine civilization. New York: Praeger, 1971. 
HUSSEY, J. M. The orthodox church in the byzantine empire. Oxford: Clarendon, 1986. 
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de 
Janeiro: Contraponto, 2006.
LOYN, H. R. (Org.). Dicionário da idade média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
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MOURA, A. M. S.; SANTOS, C. História Moderna. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 
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RUNCIMAN, S. A teocracia bizantina. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 
SARTORIUS, B. Igreja ortodoxa. Lisboa: Verbo, 1982. 
11A Reforma Protestante
DICA DO PROFESSOR
Desde o fim do século XV e início do século XVI, a Europa viveu um período de prosperidade e 
mudança. Novas universidades surgiram, espalhando as ideias dos filósofos humanistas por toda 
a Europa. Estes pensadores defendiam que era urgente reformar a Igreja, a qual, segundo eles, 
havia desvirtuado seu propósito original. Alguns criticavam a Igreja por se envolver demais com 
a política, outros por gastar muito tempo arrecadando dinheiro. Para muitos, a igreja parecia 
mais envolvida com questões materiais do que espirituais.
Um destes pensadores, Martinho Lutero, se opôs veementemente contra a venda de 
indulgências, uma espécie de cancelamento de pecados que tinham sido confessados. Alguns 
padres prometiam que, se uma certa quantia de dinheirofosse doada à Igreja, os pecados seriam 
absolvidos. Para eles, se uma pessoa podia comprar indulgências, ela seria levada a pensar que 
poderia comprar o perdão de Deus. Lutero defendia que bastava a fé em Deus para salvar uma 
pessoa. A Reforma promoveu uma cisão na unidade de pensamento que vigorava na Igreja; com 
isso, diferentes concepções do cristianismo surgiram e foram se ramificando.
Nesta Dica do Professor, conheça as principais diferenças 
entre o catolicismo e o protestantismo e suas interpretações 
das escrituras sagradas.
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EXERCÍCIOS
1) Revoltado contra a corrupção que afligia a Igreja Católica no Sacro Império 
Romano-Germânico, no decorrer do século XVI, escreveu teses contra a Igreja, 
defendendo que os homens alcançavam a salvação por si mesmos, sem a necessidade 
de intermediação dela. O abuso do poder exercido pela Igreja causou profunda 
revolta neste monge que marcou a história da Idade Moderna.
A) Erasmo de Roterdã
B) Thomas Morus
C) René Descartes
D) Martinho Lutero
E) Nicolau Copérnico
2) O movimento reformista teve seu auge em 1517, com Martinho Lutero, e se espalhou 
por toda Europa, com inúmeras revoltas sociais e conflitos políticos. Entre os 
reformistas, destacam-se João Calvino, nascido em 10 de julho de 1509, em Noyon, na 
França. Calvino, no decorrer da década de 1520, estudou Religião e Direito e foi um 
dos mais importantes representantes da Reforma Protestante. Em 1533, Calvino 
trocou a França pela Suíça, local em que aprofundou seus estudos sobre as escrituras 
sagradas, em específico, do sacerdote alemão Martinho Lutero. Assim como Lutero, 
Calvino refutava as práticas do catolicismo de maneira mais efusiva e radical. 
Identifique a opção que melhor define a visão de Calvino:
A) Negação da autoridade religiosa como caminho para a salvação.
B) Pregava a salvação por meio das obras e a redenção dos pecadores por meio da palavra de 
Deus.
C) Propagava a predestinação por completo dos eleitos de Deus.
D) Defendia que a salvação pela fé poderia ser alcançada pelo uso da razão e do celibato.
E) Pregava o uso das escrituras juntamente com as obras dos pais da Igreja como fonte da 
verdade para os cristãos.
O conhecido Ato de Supremacia (Act of Supremacy), promulgado pelo parlamento 3) 
inglês em 1534, condicionou a Igreja aos preceitos jurídicos do código de leis civis, 
estabelecendo que o Rei Henrique VIII acumulasse a função de liderança no Estado e 
na Igreja. É consequência do Ato de Supremacia o seguinte:
A) Crescimento do calvinismo, especificamente na Escócia, com a propagação dos dogmas 
criados por Calvino.
B) O começo da expansão colonial inglesa, estruturando os alicerces do império colonial.
C) A concentração e a centralização de poder, característica principal da Reforma Anglicana.
D) O catolicismo como religião oficial, com oposição de reformistas e membros do 
parlamento inglês.
E) Oposição entre o rei e o parlamento, pelo restabelecimento dos antigos direitos feudais, 
outrora excluídos da Magna Carta de 1215.
4) Um dos principais reformadores do século XVI, João Calvino, morreu em Genebra, 
em 27 de maio de 1564. Com sua morte, os chamados calvinistas continuaram a 
difusão das ideias do sacerdote por toda Europa. Atualmente, muitos protestantes 
consideram Calvino como o idealizador do protestantismo para a Igreja Reformada e 
Presbiteriana. Identifique a opção que expressa a conexão entre o Estado Moderno e 
as ideias de Calvino.
A) Liberdade de interpretação da Bíblia.
B) Conceito de predestinação.
C) Práticas de indulgências organizadas pelos eclesiásticos.
D) Prática da simonia.
E) Ato de Supremacia.
5) Um dos movimentos da Reforma Protestante no continente europeu destacava a 
atividade profissional do homem como uma espécie de treino moral, conectado ao seu 
estado de graça e paz de sua consciência. Desse modo, conforme os preceitos do 
movimento, a atividade profissional, pautada por método e zelo, faria com que o 
indivíduo achasse sua verdadeira vocação. A partir disso, não apenas o trabalho, mas 
a racionalidade da prática do trabalho, ligada à vocação, encontraria aquilo que está 
designado por Deus. A qual movimento reformista pertence esta linha de 
pensamento?
A) Catolicismo apostólico romano.
B) Movimento calvinista, idealizado por João Calvino.
C) Movimento luterano, idealizado por Martinho Lutero.
D) Movimento anglicano, idealizado pelo rei Henrique VIII.
E) Movimento anabatista, idealizado por Thomas Muentzer.
 
NA PRÁTICA
Os reflexos da Reforma Protestante estão presentes por todo o mundo ocidental, trazendo uma 
nova reconfiguração da cristandade nos séculos posteriores às movimentação religiosa. Muitas 
denominações foram criadas, com suas próprias interpretações sobre as escrituras sagradas e 
estruturas organizacionais distintas. 
Neste Na Prática, veja uma relação com o presente para mostrar como as diferentes 
interpretações do cristianismo, surgidas no século XVI, continuam a se diversificar com a 
Reforma, gerando novas denominações cristãs. A partir disso, veja alguns dados do 
protestantismo no Brasil.
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SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O desafio de compreender Lutero e a reforma 500 anos depois
Neste site, confira um artigo que traz uma síntese de uma conferência, com reflexões e 
apontamentos do teólogo e pesquisador da Escola Superior de Teologia - EST - Walter 
Altmann.
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A Reforma que Mudou o Mundo
Neste documentário, veja mais sobre a história da Reforma Protestante, como ela é 
compreendida após 500 anos e como refletiu em áreas como a política, economia, educação e 
em diversos outros aspectos sociais.
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