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A RELAÇÃO TRIANGULAR ENTRE O MAGREBE, A UNIÃO AFRICANA E A UNIÃO EUROPEIA UMA ANÁLISE ECONÓMICA E SECURITÁRIA

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A RELAÇÃO TRIANGULAR ENTRE O 
MAGREBE, A UNIÃO AFRICANA E A 
UNIÃO EUROPEIA: UMA ANÁLISE 
ECONÓMICA E SECURITÁRIA 
	
	Jouberth Wevertton Nunes Godoy 
 
 
 
Cultura e Sociedade do Magrebe e do Mundo Árabe 
Professor Doutor Albino Cunha 
 
Mestrado em Estudos Africanos 
 
 
Lisboa 
2021 
 
 
 
 
 
 
Resumo: Este working paper propõe analisar a relação triangular entre o Magrebe, a 
União Africana e a União Europeia sob uma perspetiva económica e securitária. Como 
conceitos chaves deste estudo tem-se a integração regional e os complexos regionais de 
segurança. Com uma abordagem metodológica mista, de predominância qualitativa na 
recolha dos dados, este é guiado por uma epistemologia pós-positivista. Estruturado 
primeiramente por uma revisão literária e embasamento teórico, posteriormente é 
desenvolvida uma análise individualizada sobre as relações estudadas a fim de 
demonstrar o potencial magrebino como ponte entre a África e a Europa, como também 
a ambiguidade entre o discurso e a realidade das parcerias entre África-Magrebe-
Europa. 
 
Palavras-Chave: Integração Regional; Complexo Regional de Segurança; Magrebe; 
União Africana; União Europeia. 
 
Abstract: This working paper proposes to analyze the triangular relationship between 
the Maghreb, the African Union and the European Union from an economic and security 
perspective. Key concepts of this study are regional integration and regional security 
complexes. With a mixed methodological approach, with a qualitative predominance in 
data collection, it is guided by a post-positivist epistemology. Structured primarily by a 
literary review and theoretical basis, an individual analysis is then developed on the 
relationships studied in order to demonstrate the Maghreb potential as a bridge 
between Africa and Europe, as well as the ambiguity between the discourse and the 
reality of partnerships between Africa-Magreb-Europe. 
 
Keywords: Regional Integration; Regional Security Complex; Maghreb; African Union; 
European Union 
 
 INTRODUÇÃO 
 O presente trabalho tem como tema central as relações económicas e securitárias 
entre o Magrebe, a União Africana (UA) e a União Europeia (UE). Assim, como problema desta 
pesquisa, aborda-se estas relações sob uma perspetiva das instituições regionais e dos 
complexos regionais de segurança (RSC) (Buzan & Wæaver, 2003). A região magrebina, é 
descrita por pesquisadores como uma ilha, estando cercada pelo Mar Mediterrânio ao norte 
e o mar de areia do Deserto do Saara ao sul (Sellier, 2004). No entanto, a análise triangular é 
capaz de possibilitar a evidência da região não isolada, mas intimamente ligada tanto ao sul 
quanto ao norte, sendo o próprio Mediterrâneo o maior fator integrador entre as dinâmicas 
europeias e africanas. 
 Para fins de recorte temporal, este trabalho aborda as relações contemporâneas entre 
a África, Europa e Magrebe, principalmente as desenvolvidas após a primeira década deste 
século. O tema aqui analisado, se insere na temática da integração regional, que, por sua vez 
costuma enquadrar-se nas áreas de conhecimento das Relações Internacionais e da 
Geopolítica. Estruturado como um estudo de caso exploratório, esta pesquisa possui como 
característica a abordagem inicial do assunto para a recolha de dados e a construção de um 
estudo posterior de forma mais aprofundada (Yin, 2001). 
 A literatura sobre esta temática, consiste sempre em análises bilaterais, não 
considerando o todo da dinâmica africana-magrebina-europeia. As relações do Magrebe 
vistas sob uma perspetiva triangular, é fundamental e justificada para o estudo sobre a região, 
já que historicamente esta é interligada ao continente europeu, mas fisicamente presente em 
África. A região é marcada pela ausência de uma integração regional de fato, ficando as 
análises existentes apenas centradas na falha da União do Magrebe Árabe (UMA), instituição 
esta criada em 1989 e que tem por finalidade a promoção da integração entre os países da 
região magrebina. No entanto, o conflito entre o Marrocos e a República Árabe Saaraui 
Democrática pelo controle do Saara Ocidental, com este último sendo apoiado pela Argélia, 
sempre foi o grande bloqueador do estreitamento de laços entre a região (Lounnas & Messari, 
2018). 
 Em um contexto fragmentado a nível regional, com busca económica por parceiros e 
gravemente afetado pelos fluxos migratórios da África subsaariana para a Europa, se insere a 
pergunta-central desta investigação: De que forma decorre a parceria contemporânea entre 
Magrebe, União Africana e União Europeia em assuntos económicos e de segurança? 
 
 
 Para auxiliar na resposta desta pergunta de partida, este trabalho possui como objetivo 
geral a análise das relações intra e intercontinentais da Europa e África. Com o objetivo de se 
atingir este objetivo, tem-se como acessórios os seguintes objetivos: 
• Identificar e caracterizar as relações securitárias e econômicas destas regiões. 
• Analisar como o Magrebe se beneficia desta relação triangular. 
Estruturado em um cenário regional comparativo, este estudo de caso adota uma 
abordagem mista, de articulação entre abordagens qualitativas e quantitativas, com 
predominância da articulação qualitativa. A opção por esta análise com dados mistos, permite 
uma maior validade à pesquisa, decorrente da triangulação entre os dados colhidos para a 
elaboração de uma pesquisa mais robusta e realista quanto aos objetivos pretendidos 
(Bryman, 2012). O levantamento dos dados aqui propostos, decorre de uma busca por fontes 
primárias em posicionamentos da União Europeia e da União Africana e análises de políticas 
comuns. Os dados secundários consistem na literatura existente sobre este tema. Já referente 
à parte quantitativa, esta pesquisa adota a análise sobre os dados do Observatório de 
Complexidade Económica, sendo o recorte temporal econômico aqui empregado, 
condicionado pelos dados encontrados, sendo os mais recentes do ano de 2018. Concernente 
à epistemologia aqui adotada, este trabalho se estrutura por uma ótica pós-positivista 
dialogando o neorrealismo com o neoliberalismo. 
Esta opção teórica aparentemente dualista, se dá pelos objetos deste estudo, sendo 
duas organizações internacionais guiadas pela visão neoliberal da conquista de ganhos 
absolutos e a realidade da região magrebina sendo evidenciada pela insegurança entre os 
estados e a busca relativa da maximização de seus poderes. 
Assim, este trabalho se estrutura inicialmente por uma revisão da literatura sobre o 
processo de integração regional e do regionalismo sob uma perspetiva securitária, 
posteriormente se faz uma exposição sobre as relações entre a União Africana e o Magrebe, 
a União Europeia e o Magrebe e por fim a análise sobre as relações continente-continente, 
através da UA e da UE. 
 
1. A INTEGRAÇÃO REGIONAL E AS QUESTÕES DE SEGURANÇA 
A fim de visualizar a imagem deste estudo de caso, opta-se por uma estrutura teórica 
dupla, sendo a relação triangular entre o Magrebe, a União Africana e a União Europeia, 
observada tanto pela lente das teorias de integração regional (Haas, 1961); (Herz & Hoffmann, 
 
 
2004); (Ravenhill, 2016), quanto pela lente securitária dos complexos regionais de segurança 
(Buzan & Wæaver, 2003). Assim, primeiramente, busca-se explicar os processos de integração 
regional, podendo ser em níveis económicos, políticos e securitários e posteriormente faz-se 
uma caracterização dos complexos regionais de segurança, com foco no sub-complexo 
regional do Magrebe12. 
Tendo dois conceitos primordiais, a integração e a região, Mônica Herz e Andrea 
Hoffman (2004, p. 160) bem definem a integração regional como um “processo dinâmico de 
intensificação em profundidade e abrangência das relações entre atores levando à criação de 
novas formas de governança político-institucionais de escopo regional”. Sendo este exemplo, 
bem aplicado à União Europeia que iniciou seu processode integração na década de 1950, 
por meio da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e a Comunidade Económica 
Europeia (CEE) e também à União Africana, com sua origem na década de 1960 com a 
Organização da Unidade Africana (OUA). 
Junto com o conceito de regionalismo, há também a regionalização, dois conceitos 
fundamentais para a integração regional que se distinguem quanto aos atores envolvidos na 
dinâmica. O regionalismo, segundo John Ravenhill (2016), demanda um envolvimento estatal 
no processo de integração, constituindo uma instituição supranacional responsável pela 
coordenação deste processo. Já a regionalização, é predominantemente praticada por 
constantes trocas, sejam elas económicas, sociais ou culturais sem a necessidade de um ator 
estatal. Também não constituindo uma organização supranacional neste processo. Tendo as 
duas em comum, a necessidade do escopo geográfico regional. 
Na análise de Ernst Haas (1961) sobre as causas motivadoras da integração regional, o 
autor foca na resolução de conflitos, como fator primordial para a constituição de interesses 
comuns e posteriormente a criação de organizações internacionais. Todas estas vertentes e 
interpretações da integração regional, se pautam por uma perspetiva neoliberal das relações 
de poder absolutas e com as instituições desempenhando um papel fundamental na 
facilitação da cooperação (Herz & Hoffmann, 2004). 
 
1 Os cinco países do Magrebe, dentro da teoria dos Complexos Regionais de Segurança (Buzan & Wæaver, 2003) 
são parte do grande RSC do Oriente Médio. No entanto, constituem um subcomplexo, por estar distante do 
centro do RSC e com dinâmicas securitárias mais ligadas com a Europa e a África Ocidental, podendo de forma 
precária, ser analisado como um complexo independente, apesar de sua baixa interação e predominância de 
conflitos internos que dificultam uma abordagem comum para os problemas regionais. 
2 Ver Figura 11. Complexo Regional de Segurança do Oriente Médio em anexo. 
 
 
Outro conceito fulcral para a análise sobre a relação triangular aqui proposta, concerne 
à teoria dos complexos regionais de segurança. A partir de uma análise pós-Guerra Fria sobre 
as dinâmicas de segurança mundiais, os autores Barry Buzan e Ole Wæver (2003 apud 
Magalhães, 2012) concebem que a compreensão dessas práticas não pode ser mais 
interpretada separadamente do fenômeno da regionalização. Esse fenômeno se refere ao 
crescimento da integração social, económica e política dentro de uma região, sendo esses 
processos muitas vezes involuntário. Essa maior integração social leva ao desenvolvimento 
entre os grupos sociais e os atores políticos de novas conceções de interesses comuns e 
também a reformulação de identidades coletivas (Hurrell, 1998). 
Em uma conceção ainda tradicional e estadocêntrica, a teoria dos complexos regionais 
de segurança parte de uma perspetiva em que os Estados possuem certo grau de interações 
securitárias, onde as “[...] principais perceções e preocupações referentes à segurança são tão 
interligadas que seus problemas de segurança nacional não podem ser razoavelmente 
analisados ou resolvidos de maneira separada” (Buzan, 1991, p. 198). 
Já na reformulação da teoria dos complexos regionais de segurança feita por Buzan e 
Wæver em (2003), uma visão alargada dos conceitos de segurança é adotada, estendendo-a 
para além dos assuntos militares, passando a abranger assuntos do âmbito político, 
económico, social e ambiental (Rothschild, 1995) ao adotar outras unidades que de certa 
forma possuem sua segurança e sobrevivência ameaçadas. Sendo assim, os complexos 
regionais de segurança também podem ser formados quando “[...] um conjunto de unidades 
cujos principais processos de securitização, dessecuritização, ou ambos, são tão interligados 
que seus problemas securitários não podem ser analisados ou resolvidos de maneira separada 
entre as unidades” (Buzan & Wæaver, 2003, p. 44).3 
Essa reformulação da conceção dos complexos regionais de segurança abarcando os 
outros setores da Escola de Copenhague, 
permite que complexos de segurança sejam constituídos tanto ‘de cima para baixo’ 
quanto ‘de baixo para cima’. Na teoria de Buzan, complexos eram gerados apenas 
por intermédio dos Estados, considerados os únicos atores de uma análise de 
segurança. Na nova teoria, outros atores, tais como Nações, grupos ambientalistas e 
comunidades epistêmicas podem formar tais complexos (Tanno, 2003, pp. 70-71). 
 
 
3 [...] a set of units whose major processes of securitisation, securitisation, or both are so interlinked that their 
security problems cannot reasonably be analysed or resolved apart from one another. 
 
 
Apesar de formular tal teoria com propensões universalistas, o trabalho de Buzan e 
Wæver (2003) apresenta algumas inconsistências ou mesmo limitações ao enquadrar a região 
do Grande Magrebe, em uma dinâmica estritamente pelo fator árabe, junto ao RSC do Oriente 
Médio, não considerando as dinâmicas mediterrânicas ou subsaarianas em sua análise. Fato 
é que, à época da formulação, em 2003, esta região não possuía níveis significativos de 
interdependência nas relações entre os agentes securitizantes e entre os Estados, com relação 
à segurança, suficientes para que se pudesse pensar em um complexo completamente 
estabelecido e desvinculado do Oriente Médio. Portanto, o Magrebe ficou caracterizado como 
um sub-complexo regional, devido à fragilidade e pouca relevância das suas dinâmicas 
regionais de segurança (Antonelo, 2014), ocorrendo apenas situações de spillover 4 das 
dinâmicas domésticas entre os governos e atores não estatais, para as relações interestatais 
destes Estados africanos. Sendo tais interações geradas mais pela fraqueza dos Estados, que 
pela força de algum deles (Buzan & Wæaver, 2003). 
 
1.1. A RELAÇÃO UNIÃO AFRICANA – MAGREBE 
A relação do Magrebe com a União Africana ou sua antecessora, a OUA, a partir de 
1982, foi marcada pela peculiaridade da ausência do Reino do Marrocos como membro da 
organização continental que contava com a participação de todos os demais países africanos 
independentes5. Um dos pais fundadores da Organização da Unidade Africana em 1963 e sede 
do encontro pan-africanista em 1961 na cidade de Casablanca, o Marrocos se retira da OUA 
em 1984 após o reconhecimento pela instituição, da República Árabe Saaraui Democrática, 
como estado soberano e membro pleno. 
 Por trinta e três anos esta foi a configuração da OUA/UA, não contando com o 
Marrocos como membro. No entanto, em 2017, a readmissão do Reino do Marrocos como 
membro da União Africana, descrita pelo rei marroquino Mohammed VI, como um “retorno à 
casa” (The New Arab, 2017), marcando assim uma reconfiguração nas dinâmicas económicas 
e securitárias da região com o continente. 
 
4 Processo inter-relacionado de transbordamento de questões de níveis nacionais para o plano internacional 
(Haas, 1970). 
5 É necessário destacar que a África do Sul só fora aceita como membro em 1994 após o fim do regime de 
Apartheid no país. 
 
 
Economicamente, o Magrebe sempre teve seus olhos virados para a europa, 
negligenciando assim o comércio com a África subsaariana. No entanto, a crise financeira do 
fim da década de 2000 que assolou o mundo e impactou significativamente os mercados 
europeus, fez diminuir a demanda destes, obrigando a região magrebina a procurar novos 
mercados para seus produtos (Abderrahim & Aggad, 2018). Como pode-se observar pela 
figura 6 em Anexo, no período entre 2010 e 2018, o Marrocos foi o país da região com a maior 
diversificação de parceiros económicos em África, por isso o seu regresso ao seio da União 
Africana é fator tão importante para a análise da relação desta região com o continente. 
Nessa busca por novos mercados, a região demonstra ser incapaz de obter os 
benefícios do comércio com seus vizinhos ao sul (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). 
Fatorimportantíssimo para as interações económicas do Magrebe é notar a baixa relação 
intra-magrebina entre os cinco países da região, não ultrapassando os 3% do comércio total 
praticado por esses países (Abderrahim & Aggad, 2018). Mesmo com os incentivos da UA por 
uma maior interação comercial entre estes países por meio da União do Magrebe Árabe como 
uma das 8 Comunidades Económicas Regionais (RECs) do continente, está é a que menos 
possui suas dinâmicas interligadas. Sendo descrito como um “colapso definitivo da experiência 
endógena de regionalismo no nível sub-regional” (Colombo, 2018). Essa baixa interação 
anteriormente provocada pelos conflitos decorrentes da reivindicação do Saara Ocidental 
pelo Marrocos, agora fora substituída pelo conflito Líbio, resultado direto da Primavera Árabe 
que atingiu a região a partir de 2011, tendo impacto significativo na economia destes países 
(Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). 
Já no que concerne às interações securitárias, as questões migratórias na última 
década se tornaram tópicos de prioridade política para os países do Magrebe para uma maior 
interação da região em direção ao sul (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). A 
presença de grupos terroristas nos países ao sul do Magrebe, nomeadamente o Boko Haram 
e da instabilidade líbia que propiciou a proliferação de operadores de tráfico internacional de 
pessoas, diversifica as dinâmicas securitárias da região sofrendo uma interação maior com o 
Complexo Regional de Segurança do Oeste Africano, sendo o sub-complexo do Magrebe, 
atingido diretamente pelo spillover do fluxo migratório advindo da África subsaariana. 
Tornando assim, a Argélia e Líbia pontos de saída destes migrantes em sentido a Europa. 
O retorno do Marrocos à União Africana, pode vir a representar um embate 
diplomático no âmbito da organização continental entre Rabat e Argel pela liderança da 
 
 
região. A diversificação de parceiros em uma abordagem bilateral do Marrocos como 
evidenciado pela figura 6 em anexo, permite compreender que o país entre os outros 4 da 
região, melhor tem seu mercado em diálogo com o continente africano.6 Essas parcerias 
diversificadas, foram fundamentais para a conquista dos votos necessários para o regresso à 
UA em 2017. Assim, 
 A luta anti-imperialista da Argélia no conflito contra a França nas décadas de 1950-60, 
propiciou ao país certo grau de destaque na OUA recém fundada e centrada no fim do 
colonialismo em África (Zoubir, 2015). Já a política continental argelina de combate ao 
terrorismo, capitaneou o país a uma posição de prestígio dentro da UA, tendo este, a liderança 
da Comissão da União Africana de Paz e Segurança desde 2002, ano de fundação desta 
comissão. Ao longo dos últimos 19 anos, três argelinos foram Comissários deste importante 
órgão da UA, sendo a comissão atualmente gerida pelo diplomata Smaïl Chergui desde 2013 
(Abderrahim & Aggad, 2018). 
Para a UA, as questões de segurança que são capitais à instituição, principalmente o 
afluxo de jovens africanos que passam pelo Magrebe ou se estabelecem na região, possuem 
como foco a ação na origem destas rotas, nas regiões da África Central e Golfo da Guiné, como 
também no Corno de África. Através da New Partnership for Africa's Development (NEPAD) e 
do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), a União Africana se concentra no apoio ao 
desenvolvimento destas regiões, na capacitação dos jovens, mas principalmente no fomento 
de programas educacionais (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). 
Essa preocupação dos países magrebinos com a migração subsaariana, é evidente 
atualmente, na abstenção de todos estes da assinatura do Protocolo de Livre Circulação de 
Pessoas à nível do Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCTA) que entrou em vigor 
na primeira hora de 2021. A defesa desta não assinatura, se passa pela busca de uma 
alternativa gradual que permita o controle do impacto potencial deste acordo tanto pelo 
influxo de migrantes para a região, quanto pelo possível abalo das relações bilaterais com a 
Europa concernentes às questões securitárias (Abderrahim & Aggad, 2018). 
 
 
 
 
6 Ver figuras 2, 4, 6, 8 e 10 sobre o crescimento de mercado dos países magrebinos entre 2010 e 2018. 
 
 
1.2. A RELAÇÃO UNIÃO EUROPEIA – MAGREBE 
Dentro do recorte temporal adotado por esta análise, as relações União Europeia – 
Magrebe aqui abordadas, se referem a um contexto contemporâneo, sem prejuízo do passado 
histórico de relações entre a porção norte e sul do Mar Mediterrâneo ou o período colonial 
de domínio europeu sobre a África. Estas relações contemporâneas, são geridas tanto pela 
Política Europeia de Vizinhança (PEV), adotada a partir de 2004, que proporciona aos países 
do Norte de África um tratamento preferencial, quanto pela Política Comum de Segurança e 
Defesa (PCSD), adotada a partir de 2009, com o Tratado de Lisboa. Importante também para 
as relações Magrebinas com a Europa, está o Diálogo 5+57, instituído a partir de 1990 com a 
finalidade de uma maior cooperação do Mediterrâneo Ocidental nas áreas de “Administração 
Interna, Defesa, Transportes, Ambiente, Turismo e, mais recentemente, Ensino Superior e 
Investigação Científica, Agricultura e Segurança Alimentar” (Turismo de Portugal, s.d). 
No que concerne à PEV, esta política adotada em um contexto de alargamento da 
União Europeia para o leste, se referia às preocupações europeias quanto à segurança da UE 
(Attinà, 2004). Para o Norte de África, essa política significou uma dinâmica económica de 
trato preferencial e diferenciado em um modelo bilateral, entre os estados do Magrebe de 
modo individual e à União Europeia (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). No 
entanto, essa política bilateral favorece a UE que mantém o controle sobre os rumos destes 
acordos por tratar a região Magrebina de forma fragmentada, o que enfraquece as 
reivindicações dos países africanos nas relações União Europeia – Magrebe (Dias, 2014). Essa 
atitude europeia, relega então aos seus vizinhos da porção sul um papel meramente 
consultivo quanto às políticas económicas estabelecidas (Nogueira, 2018). 
Como evidenciado nas imagens 1, 3, 5, 7, 9 em anexo, os países da União Europeia são 
os maiores parceiros comerciais do Magrebe, com exceção da Mauritânia, que pela ausência 
de ligação territorial com o Mediterrâneo, diversificou seu comércio tendo a China como 
principal compradora de seus produtos. Essa dependência magrebina pelos mercados 
europeus, acaba por condicionar e perpetuar a influência europeia sobre suas ex-colônias. O 
norte de África assim, matem sua visão e planeamento sempre alinhados à Europa enquanto 
sua realidade ocorre em África. 
 
7 Grupo de diálogo informal entre ministérios setoriais formado pelos países da margem sul e norte do Mar 
Mediterrâneo Ocidental, sendo eles: Portugal, Espanha, França, Itália e Malta, do lado europeu e, Mauritânia, 
Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, do lado africano (Turismo de Portugal, s.d). 
 
 
Embora a força magrebina nas relações com a União Europeia seja mínima, são as 
questões migratórias e de segurança que fortalecem a barganha na defesa e conquista dos 
interesses dos países africanos, maximizando seus ganhos económicos e políticos ao mesclar 
as agendas securitárias e económicas (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019). No 
âmbito da PCSD, o Marrocos ganha destaque na relação com a UE, justamente pelo período 
em que esteve fora da União Africana. Pela estabilidade política e económica ao longo dos 
últimos anos, o país se torna um parceiro vital para a UE no Mediterrâneo Sul (Nogueira, 
2018). A questão do conflito do Saara Ocidental que dificulta uma maior interação do 
Marrocos com África, não é um problema para a Europa, possibilitando assim, a atuação do 
país como uma ponte entre a Europa e a África (Groof, Bossuyt, Abderrahim, & Djinnit, 2019), 
sendo atualmentecom o retorno do Reino à UA, um porta-voz dos interesses europeus na 
União Africana. 
 
1.3. A RELAÇÃO UNIÃO AFRICANA – UNIÃO EUROPEIA 
O diálogo intercontinental entre África e Europa, nas últimas décadas, passou por uma 
reformulação tanto pela África, que intensifica suas dinâmicas de integração a nível sub-
regional e continental, para o fortalecimento do continente como um ator global e da Europa 
a partir da primeira década deste novo milênio por meio de sua Joint Africa-EU Strategy (JAES) 
adotada em 2007. Do ponto de vista africano, uma política pan-africanista a partir da adoção 
da Agenda 2063 8 pela União Africana e do AfCTA, representa uma abordagem única 
internamente, no entanto, não significando de forma automática uma ação integrada a nível 
externo (Groof & Bossuyt, 2019). 
A partir de 2018 e com a necessidade da atualização da JAES firmada uma década 
antes, a UE parte para a adoção do Neighbourhood, Development and International 
Cooperation Instrument (NDICI), um instrumento de política externa que em teoria prioriza 
pela ação conjunta e coordenada das relações com África (European Commission, 2018). Essa 
nova política, vem em contraponto à anterior prevalência dos acordos bilaterais com países 
africanos e principalmente com o Magrebe, que tanto se beneficiou com a política de 
investimentos europeia. Essa parceria Europa-África, no entanto, parece ser contraditória 
 
8 Conjunto de iniciativas propostas em 2015 e em implementação pela União Africana com foco no 
desenvolvimento económico, integração política, boa governança e justiça, além de uma política de paz e 
segurança conjunta (African Union, s.d.). 
 
 
dentro da perspetiva triangular das relações com o Magrebe, já que o diálogo com a África 
subsaariana ocorre também dentro do contexto do Acordo de Cotonu9 e das relações África-
Caraíbas-Pacífico (ACP), no qual apenas a Mauritânia faz parte. 
Apesar do discurso de alto nível da UE bem estabelecido sobre a necessidade de uma 
abordagem continente-continente, ao mesmo tempo essa política apresenta uma aplicação 
fragmentada (Groof & Bossuyt, 2019). As medidas apresentadas pelo Conselho Europeu e pela 
Comissão da União Europeia dão cabo para a necessidade de uma ação de estabilidade 
africana, assim tratada em nível continental, para a proteção e maximização dos ganhos 
absolutos da Europa, sob uma perspetiva da interdependência das dinâmicas africanas e 
europeias. 
Na prática, esta divergência entre discurso e prática da relação UE-UA se dá segundo 
a definição de Emmanuel De Groof e Jean Bossuyt (2019) por três importantes fatores. 
Nomeadamente, sendo eles: (i) A complexidade da integração regional africana dificulta um 
diálogo direto com o continente; (ii) As prioridades políticas da UE para o Norte de África e a 
África subsaariana são divergentes; e por fim (iii) a política externa comum europeia enfrenta 
dificuldades persistentes de coordenação entre as instituições e acordos estabelecidos pela 
UE. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A relação triangular apresentada ao longo deste trabalho, demonstra uma dinâmica 
peculiar e que fora determinante para a compreensão destes processos e destas medidas tão 
divergentes entre a União Africana e a União Europeia quanto ao Magrebe. Em aspetos 
económicos, as relações do Magrebe aparentam estar totalmente integradas e dependentes 
da Europa, refletindo assim, também na abordagem securitária que a UE possui com estes 
países, tendo como foco o investimento no Norte de África sob uma perspetiva da promoção 
da paz liberal. Já a relação da subsaariana com a Magrebe, apresenta uma dinâmica de norte 
para sul em assuntos económicos, a partir da busca de novos mercados, principalmente pelo 
Marrocos. No entanto, o inverso ocorre nas relações securitárias, em que o sub-complexo 
 
9 Acordo comercial firmado em Cotonu, no Benin, em 2000, constituindo os parâmetros da parceira entre a 
União Europeia e 79 países da África, das Caraíbas e do Pacífico (União Europeia, 2000). 
 
 
regional de segurança do Magrebe tem suas interações e dinâmicas guiadas pelo spillover do 
RSC do Oeste Africano, ao sul. 
 A abordagem da União Africana nesse contexto securitário, também se diverge da 
Europa, tendo como base o foco na região subsaariana para a resolução dos problemas 
securitários que transbordam para o Magrebe. Sendo os investimentos continentais geridos 
sob a ótica do fortalecimento destes estados, da ampliação das possibilidades ao iminentes 
migrantes em sua terra natal e a capacitação da população jovem em busca da inserção no 
mercado de trabalho. 
 Outro problema notado nesta pesquisa prévia, consiste na necessidade de uma 
liderança regional estabelecida no Magrebe, notadamente como ocorre no RSC do Oeste 
Africano com a Nigéria, no RSC do Sul de África com a África do Sul e no proto-complexo do 
Corno de África com a Etiópia. O conflito diplomático entre Rabat e Argel, patrocinado 
respetivamente pela União Europeia e a União Africana, ainda enfraquece a região 
representando uma baixa interação económica e de confiança mútua entre estes países. 
 No entanto, o que se destaca é a potencialidade que os países do Magrebe possuem 
em ser a ponte entre a Europa e a África nesta guinada para o fortalecimento da parceria 
continente-continente. Com os olhos para a Europa e o corpo em África, o que se nota é que 
os benefícios para a região magrebina podem advir com a transposição do grande mar de areia 
ao sul. Estes ganhos podem ser evidenciados nos últimos anos pela busca de mercados 
subsaarianos pelo Marrocos, possibilitando uma maior diversificação de seus parceiros e a 
conquista de seus objetivos políticos ao conseguir transformar parceiros económicos em 
votos e parceiros diplomáticos dentro da União Africana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
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ANEXOS 
 
Figuras 
 
Figura 1. Relação das exportações da Argélia por produtos e destinos – 2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/dza?deltaTimeSelector1=deltaTime8&tradeScaleSelector1=tradeScale0
>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
Figura 2. Crescimento de Mercado das exportações argelinas – 2010-2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/dza?deltaTimeSelector1=deltaTime8&tradeScaleSelector1=tradeScale>. 
Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
Figura 3. Relação das exportações da Líbia por produtos e destinos – 2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/lby?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
Figura 4. Crescimento de Mercado das exportações líbias – 2010-2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/lby?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Relação das exportações do Marrocos por produtos e destinos – 2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/mar?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
Figura 6. Crescimento de Mercado das exportações marroquinas – 2010-2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/mar?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Relação das exportações da Mauritânia por produtos e destinos – 2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/mrt?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
Figura 8. Crescimento de Mercado das exportações mauritanas – 2010-2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity 
<https://oec.world/en/profile/country/mrt?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Relação das exportações da Tunísia por produtos e destinos – 2018 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity < 
https://oec.world/en/profile/country/tun?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
Figura 10. Crescimento de Mercado das exportações tunisinas – 2010-2018 
 
Fonte: The Observatory of Economic Complexity < 
https://oec.world/en/profile/country/tun?deltaTimeSelector1=deltaTime8>. Acesso em: 18 de jan. de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Complexo Regional de Segurança do Oriente Médio 
Fonte: (Buzan & Wæaver, Regions and Powers: The Structure of International Security, 2003).

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