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APG 21 - ALTERACOES DA AFETIVIDADE

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Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ø Caracterizar a afetividade e suas alterações 
Ø Analisar o limiar entre as alterações fisiológicas e pato-
lógicas da afetividade, destacando os transtornos men-
tais envolvidos 
Ø Identificar as estruturas orgânicas envolvidos na efetivi-
dade 
Ø Discorrer sobre o manejo das alterações de afetividade 
patológicas. 
 
Definição 
A afetividade é um termo genérico, que compreende varias 
modalidades de vivencias afetivas, como o humor, as emo-
ções e os sentimentos. Os afetos possuem pelo menos quatro 
componentes: (1) a avaliação subjetiva – o indivíduo se dá 
conta de que está alegre, por exemplo; (2) as crenças cog-
nitivas – ele atribui sua alegria à ocorrência de um determi-
nado evento positivo; (3) os processos fisiológicos – as alte-
rações viscerais; e (4) a expressão afetiva – mímica, gestos, 
postura e prosódia, que têm a finalidade de comunicar aos 
outros como aquele indivíduo está se sentindo. 
 
Aspectos cerebrais e neuropsicológicos das emoções 
Sistema límbico 
O hipotálamo, o septo, a área paraolfatória, o epitálamo, o nú-
cleo anterior do tálamo, porções dos núcleos da base, o hi-
pocampo, a amígdala, o córtex orbitofrontal, o giro subcaloso, 
o giro cingulado, o giro para-hipocâmpico e o úncus são as 
principais estruturas cerebrais envolvidas no processo das 
emoções, e constituem o sistema límbico. O hemisfério di-
reito é o dominante para a emoção: ele controla de forma 
bilateral as respostas autonômicas e a produção de cortisol, 
além de possuir uma maior conectividade com o sistema lím-
bico. 
 
 
 
Amidala: A amígdala é considerada, atualmente, uma das 
principais estruturas neurais relacionadas às emoções. Situ-
ada na região temporal medial, juntamente com suas proje-
ções aferentes (de chegada) e eferentes (de saída), ela tem 
grande importância nas reações de medo, particularmente 
no aprendizado do medo e no medo condicionado, além de 
papel destacado na raiva e na resposta hormonal ao es-
tresse. 
 
 
 
Hipocampo: A estimulação de diferentes áreas do hipo-
campo pode causar raiva, passividade ou hiperatividade se-
xual. A ligação do cortisol a receptores no hipocampo leva o 
hipotálamo a diminuir a liberação desse glicocorticoide. Du-
rante eventos traumáticos, níveis muito elevados de cortisol 
podem destruir células hipocampais, ocasionando um preju-
ízo da memória explícita. 
Córtex orbitofrontal: possui eferências para a amígdala e ou-
tras áreas límbicas primárias. Ele pode inibir uma resposta de 
medo condicionado, através de sua conexão com a amíg-
dala. O córtex orbitofrontal reage a estímulos mais complexos 
que a amígdala e está relacionado à tomada de decisões. Ele 
avalia os estímulos correntes e antecipa as consequências 
das várias possibilidades de reação a esses estímulos, le-
vando em consideração as experiências emocionais prévias 
de toda a vida. Em outras palavras, o evento atual é associ-
ado a circunstâncias similares anteriores, as quais, por sua 
vez, ativam os registros mnêmicos das respostas autonômi-
cas de emoção referentes a elas. Assim, por exemplo, quando 
a decisão do passado levou a resultados insatisfatórios, a 
emoção despertada agora, como antes, será negativa, e o 
comportamento de outrora tenderá a não se repetir. 
 
Tipos de vivência afetiva 
1. Humor ou estado de animo 
2. Emoções 
3. Sentimentos 
4. Afetos 
5. Paixões 
 
Humor: o humor, ou estado de ânimo, é definido como o 
tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e di-
fuso em que se encontra a pessoa em determinado mo-
mento. É a disposição afetiva de fundo que penetra toda a 
experiência psíquica, a lente afetiva que dá às vivências do 
sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou 
reduzindo o impacto das experiências reais e, muitas vezes, 
modificando a natureza e o sentido das experiências vivenci-
adas. No estado de ânimo (ou humor) há confluência entre a 
vertente somática e a vertente psíquica, que se unem de 
maneira indissolúvel para fornecer um colorido especial à 
vida psíquica momentânea. Em boa parte, o humor é vivido 
corporalmente e relaciona-se de forma considerável às con-
dições corporais, vegetativas, do organismo. Enfim, o humor, 
ou estado de ânimo, é um dos transfundos essenciais da 
vida psíquica. 
Emoções: as emoções podem ser definidas como reações 
afetivas momentâneas, agudas, desencadeadas por estí-
mulos significativos. Assim, a emoção é um estado afetivo in-
tenso, de curta duração, originado geralmente como reação 
do indivíduo a certas excitações internas ou externas, consci-
entes, não conscientes ou inconscientes. Assim como o hu-
mor, as emoções são frequentemente acompanhadas de re-
ações somáticas, corporais (neurovegetativas, motoras, hor-
monais, viscerais e vasomotoras), mais ou menos específicas. 
O humor e as emoções são, ao mesmo tempo, experiências 
psíquicas e somáticas e revelam sempre a unidade 
 afetividade 
J alterações 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
psicossomática básica do ser humano. A emoção é uma al-
teração global da dinâmica pessoal, um movimento emer-
gente, podendo representar uma tempestade anímica, que 
desconserta, comove e perturba o instável equilíbrio existen-
cial. 
Sentimentos: Os sentimentos são estados e configurações 
afetivas estáveis; em relação às emoções, são mais atenua-
dos em sua intensidade e menos reativos a estímulos passa-
geiros. Os sentimentos estão comumente associados a 
 
conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, 
não implicam concomitantes somáticos. Constituem fenô-
meno muito mais mental do que somático. Os afetos e os 
sentimentos são vivenciados, de modo geral, em dois polos: 
agradável e desagradável, prazeroso e desprazível. A seguir, 
são apresentados alguns dos vários sentimentos existentes, 
de acordo com sua tonalidade afetiva: 
• Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, sau-
dade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, aflição, 
culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, senti-
mento de inferioridade, infelicidade, tédio, desespe-
rança, etc. 
• Sentimentos da esfera da alegria: euforia, júbilo, con-
tentamento, satisfação, confiança, gratificação, espe-
rança, expectativa. 
• Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, 
rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança, repúdio, nojo, 
desprezo. 
• Sentimentos relacionados à atração pelo outro: amor, 
atração, tesão, estima, carinho, gratidão, amizade, 
apego, apreço, respeito, consideração, admiração, etc. 
• Sentimentos associados ao perigo: medo, temor, re-
ceio, desamparo, abandono, rejeição. 
• Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arro-
gância, onipotência, superioridade, empáfia, prepotên-
cia. 
 
Afetos 
Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que 
acompanham uma ideia ou representação mental. Em 
acepção mais ampla, usa-se também o termo “afeto” para 
designar, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, 
sentimento ou emoção. 
 
Paixões 
A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que 
domina a atividade psíquica como um todo, captando e diri-
gindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só dire-
ção, inibindo os demais interesses. 
 
Emoção versus razão 
Na tradição do pensamento ocidental, a emoção opõe-se 
frontalmente à Razão. Segundo essa tradição, a emoção 
cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez. 
Mesmo aceitando a tradicional primazia da razão sobre a 
emoção na apreensão da verdade, deve-se admitir que cer-
tas dimensões da vida só são realmente acessíveis pela lente 
da emoção, pois, como diz o filósofo pascal, "há razões que a 
razão desconhece". 
 
Reação afetiva 
A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de relações do 
eu com o mundo e com as pessoas, variando de um mo-
mento para outro à medida que os eventos e as 
circunstâncias da vida se sucedem. Nesse sentido, há duas 
importantes dimensões da resposta ou reação afetiva de um 
indivíduo. 
Sintonização afetiva: a capacidade deo indivíduo ser influ-
enciado afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito 
entristece-se com ocorrências dolorosas, alegra-se com 
eventos positivos, ri com uma boa piada, enfim, entra em sin-
tonia com o ambiente. 
Irradiação afetiva: é a capacidade que o indivíduo tem de 
transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado 
afetivo momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz com 
que os outros entrem em sintonia com ele. Na condição de 
rigidez afetiva, o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou im-
possibilidade tanto de sintonização como de irradiação afe-
tiva; ele não produz reações afetivas nos outros nem reage 
afetivamente diante da situação existencial cambiante. 
 
Tipos de alterações psicopatológicas da afetividade 
 
 
 
Alterações psicopatológicas da afetividade 
Alterações do humor 
Distimia: em psicopatologia geral, é o termo que designa a 
alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição 
como no sentido da exaltação. Nas últimas décadas, o termo 
genérico depressão, significando tristeza patológica, tornou-
se uma designação consagrada, que vem substituindo o 
termo clássico distimia hipotímica ou melancólica. A psico-
patologia geral utiliza, nessa mesma linha, os termos distimia 
hipertímica, expansiva ou eufórica, para nomear a exaltação 
patológica do humor, ou seja, as bases afetivas dos quadros 
maníacos. 
Disforia: por sua vez, diz respeito à distimia acompanhada de 
uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. 
Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, 
está sendo designado um quadro de depressão ou de mania 
Acompanhado de forte componente de irritação, amargura, 
desgosto ou agressividade. No espectro maníaco, o termo 
euforia, ou alegria patológica, define o humor morbida-
mente exagerado, no qual predomina um estado de alegria 
intensa e desproporcional às circunstâncias. Já no estado de 
elação, há, além da alegria patológica. A expansão do eu. 
Uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O eu vai 
além dos seus limites, ganhando o mundo. 
 
A puerilidade é uma alteração do humor que se caracteriza 
pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou 
chora por motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem 
afetos profundos, consistentes e duradouros. No estado de 
êxtase, há uma experiência de beatitude, uma sensação de 
dissolução do eu no todo. Está frequentemente associado a 
experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, 
não sendo aqui considerado como fenômeno psicopatoló-
gico, mas cultural. Na irritabilidade patológica, há hiper-rea-
tividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer ruído (de 
crianças, da televisão, de carros, etc.), a presença de muitas 
pessoas no local, qualquer crítica à pessoa do doente, enfim, 
tudo é vivenciado com muita irritação. 
 
Ansiedade, angústia e medo 
A ansiedade é definida como estado de humor desconfortá-
vel, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação in-
terna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisioló-
gicas (dispneia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, 
tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, 
etc.) e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreen-
são, desconforto mental, etc.). O termo angústia relaciona-se 
diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de 
compressão, sufocamento. Assemelha-se muito à ansie-
dade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada 
ao passado. O medo, caracterizado por referir-se a um objeto 
mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da an-
gústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, 
quase sempre, medo de algo). 
 
 
 
Alterações das emoções e dos sentimentos 
Apatia: é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os 
pacientes queixam-se de não poderem sentir nem alegria, 
nem tristeza, nem raiva, nem nada. 
Hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente de mo-
dular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, 
indicando rigidez na sua relação com o mundo. 
Inadequação do afeto ou paratimia: reação completa-
mente incongruente a situações existenciais ou a determina-
dos conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda da 
vida psíquica, contradição profunda entre a esfera ideativa e 
a afetiva. 
Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: perda 
progressiva e patológica das vivências afetivas. Há, aqui, o 
empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alter-
nâncias e variações sutis na esfera afetiva. 
Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda 
de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é 
basicamente subjetiva, o embotamento afetivo é observável, 
constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do 
paciente. 
Sentimento de falta de sentimento: é percebido claramente 
pelo doente, que se queixa de sentir-se intimamente morto 
ou em estado de vazio afetivo. Ao contrário da apatia, o sentir 
o "não-sentir" é vivenciado com muito sofrimento, como uma 
tortura. 
Anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter e sentir 
prazer com determinadas atividades e experiências da vida. 
O paciente relata que, diferentemente do que ocorria antes 
de adoecer, agora não consegue mais sentir prazer sexual. 
Não consegue desfrutar de um bom papo com os amigos, de 
um almoço gostoso com a família, de um bom filme, etc. 
Obs.: a apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia 
(incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próxi-
mos que ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea. 
Indiferença afetiva: foi descrita particularmente na histeria 
como uma "bela indiferença" (belle indifference). Trata-se de 
certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que 
o paciente apresenta. 
Labilidade afetiva e incontinência afetiva: são os estados 
nos quais ocorrem mudanças súbitas e motivadas de humor, 
sentimentos ou emoções. O indivíduo oscila de forma ab-
rupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. 
Ambivalência afetiva: sentimentos opostos em relação a um 
mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de 
modo absolutamente simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao 
mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém. 
Neotimia: são afetos muito estranhos e bizarros para a pró-
pria pessoa que os experimenta. Faz parte da experiência pe-
culiar e radicalmente diferente da esquizofrenia. 
Medo: trata-se do estado de progressiva insegurança e an-
gústia, de impotência e invalidez crescentes, ante a impres-
são iminente de que sucederá algo que o indivíduo quer evi-
tar, o que progressivamente se considera menos capaz de 
fazer. O medo pode ser dividio em seis fases, de acordo com 
o grau de extensão e intensidade que nele alcançam as ma-
nifestações de inativação. São elas: 
1. Prudência 
2. Cautela 
3. Alarme 
4. Ansiedade 
5. Pânico (medo intenso) 
6. Terror (medo intensíssimo) 
Fobias: são medos determinados psicopatologicamente, 
desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de 
perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de 
objetos ou situações fobígenas. 
Fobia simples: é o medo intenso e desproporcional de deter-
minados objetos. 
Fobia social: é o medo de contato e interação social. A ago-
rafobia é o medo de espaços amplos e de aglomerações 
como estádios. A claustrofobia é o medo de entrar (e ficar 
preso) em espaços fechados, como elevadores. 
Pânico: é uma reação de medo intenso, de pavor, relacio-
nada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, 
descontrole ou desintegração. Ocorrem sintomas somáticos 
autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como pal-
pitações, sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente 
formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), sensação 
de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no 
peito, náusea, sensação da cabeça ficar leve, medo de per-
der o controle ou enlouquecer, medo de morrerou de ter um 
ataque cardíaco e, em alguns casos, despersonalização e/ou 
desrealização. 
Obs.: o paciente frequentemente relata que tinha a nítida 
sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um ata-
que do coração. 
• As crises duram alguns minutos e tendem a repetir-se com 
periodicidade variável. 
Obs.: alguns sentimentos e emoções considerados normais 
podem ter implicações psicopatológicas conforme a intensi-
dade e o contexto no qual surgem e se desenvolvem. Vale 
ressaltar aqui a inveja e o ciúme. 
O ciúme é um fenômeno emocional complexo no qual o in-
divíduo sente receio, medo, tristeza ou raiva diante da ideia, 
sensação ou certeza de que a pessoa amada gosta mais de 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
outra pessoa (ou objeto) e pode abandoná-lo ou preteri-lo. A 
inveja é a sensação de desconforto, raiva e angústia diante 
da constatação de que outra pessoa possui objetos, qualida-
des, relações que o indivíduo gostaria de ter, mas não tem. 
 
O exame da afetividade 
Comunicação não verbal do afeto: não é necessário que o 
paciente nos conte como está se sentindo para podermos 
avaliar a sua afetividade: o afeto é expresso através da mí-
mica, do olhar, dos gestos, da postura e do tom de voz. 
Empatia: a afetividade é avaliada empaticamente. É como 
se o observador dissesse para si mesmo, por exemplo: “Se eu 
estivesse me sentindo como aquele indivíduo aparenta estar 
– pela sua expressão facial, gestos etc. –, eu me sentiria muito 
alegre; portanto, ele está alegre.” 
 
A afetividade nos principais transtornos mentais 
Mania 
Na mania, observa-se uma alegria (euforia, ou melhor, hiper-
foria) ou irritabilidade patológicas (exaltação afetiva). Tipica-
mente, há labilidade ou incontinência afetiva. 
Depressão. 
Na depressão, ocorre uma tristeza patológica (exaltação afe-
tiva), que costuma ser caracterizada como uma tristeza vital. 
Em alguns pacientes, podem ocorrer ansiedade ou irritabili-
dade intensas. O estado de humor sofre poucas variações, 
caracterizando assim uma4 rigidez afetiva. 
Esquizofrenia 
O embotamento afetivo está entre os sintomas negativos da 
esquizofrenia. A mória pode estar presente no subtipo hebe-
frênico. Em quadros delirantes ou de grande agitação, a an-
siedade pode ser proeminente, constituindo assim uma hi-
pertimia. Podem ser encontradas rigidez afetiva, paratimias, 
ambitimias e neotimias. 
Demência 
Na demência, tipicamente há labilidade ou incontinência afe-
tiva, mas também pode ocorrer rigidez afetiva. Ansiedade, 
tristeza e irritabilidade são manifestações frequentes. Nos es-
tágios mais avançados, observa-se embotamento afetivo. 
Delirium 
Nos quadros de delirium sem psicose, há embotamento afe-
tivo. Naqueles em que os sintomas psicóticos estão presentes, 
encontram-se exaltação afetiva e labilidade afetiva. 
Transtornos de ansiedade 
Nos transtornos de ansiedade, há uma ansiedade patológica 
(exaltação afetiva), que atinge uma intensidade extrema – 
como no transtorno de pânico – ou que é muito frequente ou 
persistente – como no transtorno de ansiedade generalizada. 
Especialmente no transtorno de ansiedade generalizada, a 
ansiedade pode acompanhar-se de irritabilidade. Nos trans-
tornos fóbicos, a ansiedade é desproporcional ao estímulo, é 
reconhecida como excessiva pelo paciente e leva a um com-
portamento de esquiva. 
Retardo mental 
No retardo mental, podem estar presentes labilidade ou in-
continência afetiva. Encontram-se tanto exaltação afetiva 
(oligofrenia erética) quanto embotamento afetivo (oligofre-
nia apática). 
Transtorno de personalidade borderline 
O transtorno de personalidade borderline caracteriza-se, en-
tre outras coisas, por dificuldade de controle sobre a raiva, 
havendo com frequência exaltação afetiva, além de labili-
dade ou incontinência afetiva. 
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) 
No TEPT ocorrem sintomas depressivos e ansiosos, além de ir-
ritabilidade, mas também pode persistir um estado de em-
botamento afetivo. 
Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) 
O TDPM caracteriza-se pela presença de exaltação afetiva, 
principalmente irritabilidade, mas também por tristeza e an-
siedade de grande intensidade. Tipicamente há labilidade 
afetiva. 
 
Semiotécnica da afetividade 
 
 
 
 
 
 
 
Humor ansioso 
Sente-se nervoso(a)? 
Sente-se agoniado(a)? 
Com inquietação interna? 
Sente angústia ou ansie-
dade? Sente medos ou te-
mores? Sente-se tenso(a)? 
Tem dificuldades para re-
laxar? Tem dificuldades 
para se concentrar? Tem 
insônia? Sente dores de 
cabeça, dores nas costas, 
etc. Tem taquicardia, falta 
de ar? 
 
 
 
 
 
 
Humor irritado 
Você tem-se irritado com 
mais facilidade que antes? 
Os ruídos (da rua, de pes-
soas falando, de buzinas, 
etc.) o(a) incomodam 
muito? As crianças o(a) in-
comodam? Tem discutido 
ou brigado com facilidade? 
Às vezes acha que vai ex-
plodir? Os nervos estão à 
flor da pele? Tem, às vezes, 
vontade de matar ou es-
ganar alguém? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Humor triste, apático ou 
inibido 
Você tem-se sentido triste 
ou melancólico(a)? Desa-
nimado(a)? As coisas que 
antes lhe davam prazer 
agora lhe são indiferentes? 
Sente-se cansado(a), sem 
energia? Sente-se 
fraco(a)? Não se alegra 
com mais nada? Perdeu 
(ou aumentou) o apetite 
ou o sono? Perdeu o inte-
resse pelas coisas? Tem 
vontade de sumir ou mor-
rer? Sente que não tem 
mais saída (desespe-
rança)? Sente tédio? Reali-
zar as tarefas rotineiras 
passou a ser um grande 
fardo para você? Prefere se 
isolar, não receber visitas? 
Sente um vazio por dentro? 
Às vezes, sente-se como se 
estivesse morto(a)? 
 
 
Sente-se mais alegre que o 
comum? Mais disposto(a)? 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
Humor hipertímico 
(alegre) 
Tem, nos últimos dias, mais 
vontade de falar e andar 
que geralmente? Sente-se 
mais forte? Mais pode-
roso(a)? Sente o tempo 
passar mais rápido? Tem 
muitos amigos? Eles são 
importantes? Tem proprie-
dades ou é uma pessoa in-
fluente? Você se acha inte-
ligente? Acha-se uma pes-
soa especial? 
 
Verificar 
para todas as alterações 
do humor, se são mais fre-
quentes e intensas pela 
manhã, à tarde ou à noite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Emoções e sentimentos 
Verificar o padrão de rea-
ções emocionais do paci-
ente (reações emocionais 
intensas ou atenuadas, fá-
ceis ou difíceis de serem 
desencadeadas, rápidas e 
superficiais ou profundas e 
duradouras, etc.). Investigar 
os sentimentos predomi-
nantes que o indivíduo tem 
pelas pessoas significativas 
de seu convívio. Perguntar, 
por exemplo: Você tem 
muitos amigos? Você os vê 
com que frequência? 
Como você se dá com 
seus familiares? Você tem 
relacionamentos íntimos 
com amigos ou parentes? 
Como são esses relaciona-
mentos? Tem inimigos ou 
pessoas que odeia? Como 
isso começou? 
 
 
 
 
Perguntar 
há quanto tempo o paci-
ente tem os sintomas, o 
que os desencadeou, o que 
os faz piorar ou melhorar. 
Os afetos que o paciente 
está apresentando recen-
temente diferem do pa-
drão afetivo do paciente 
ao longo de sua vida?

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