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Kamilla Galiza / 5º P / APG Objetivos Ø Caracterizar a afetividade e suas alterações Ø Analisar o limiar entre as alterações fisiológicas e pato- lógicas da afetividade, destacando os transtornos men- tais envolvidos Ø Identificar as estruturas orgânicas envolvidos na efetivi- dade Ø Discorrer sobre o manejo das alterações de afetividade patológicas. Definição A afetividade é um termo genérico, que compreende varias modalidades de vivencias afetivas, como o humor, as emo- ções e os sentimentos. Os afetos possuem pelo menos quatro componentes: (1) a avaliação subjetiva – o indivíduo se dá conta de que está alegre, por exemplo; (2) as crenças cog- nitivas – ele atribui sua alegria à ocorrência de um determi- nado evento positivo; (3) os processos fisiológicos – as alte- rações viscerais; e (4) a expressão afetiva – mímica, gestos, postura e prosódia, que têm a finalidade de comunicar aos outros como aquele indivíduo está se sentindo. Aspectos cerebrais e neuropsicológicos das emoções Sistema límbico O hipotálamo, o septo, a área paraolfatória, o epitálamo, o nú- cleo anterior do tálamo, porções dos núcleos da base, o hi- pocampo, a amígdala, o córtex orbitofrontal, o giro subcaloso, o giro cingulado, o giro para-hipocâmpico e o úncus são as principais estruturas cerebrais envolvidas no processo das emoções, e constituem o sistema límbico. O hemisfério di- reito é o dominante para a emoção: ele controla de forma bilateral as respostas autonômicas e a produção de cortisol, além de possuir uma maior conectividade com o sistema lím- bico. Amidala: A amígdala é considerada, atualmente, uma das principais estruturas neurais relacionadas às emoções. Situ- ada na região temporal medial, juntamente com suas proje- ções aferentes (de chegada) e eferentes (de saída), ela tem grande importância nas reações de medo, particularmente no aprendizado do medo e no medo condicionado, além de papel destacado na raiva e na resposta hormonal ao es- tresse. Hipocampo: A estimulação de diferentes áreas do hipo- campo pode causar raiva, passividade ou hiperatividade se- xual. A ligação do cortisol a receptores no hipocampo leva o hipotálamo a diminuir a liberação desse glicocorticoide. Du- rante eventos traumáticos, níveis muito elevados de cortisol podem destruir células hipocampais, ocasionando um preju- ízo da memória explícita. Córtex orbitofrontal: possui eferências para a amígdala e ou- tras áreas límbicas primárias. Ele pode inibir uma resposta de medo condicionado, através de sua conexão com a amíg- dala. O córtex orbitofrontal reage a estímulos mais complexos que a amígdala e está relacionado à tomada de decisões. Ele avalia os estímulos correntes e antecipa as consequências das várias possibilidades de reação a esses estímulos, le- vando em consideração as experiências emocionais prévias de toda a vida. Em outras palavras, o evento atual é associ- ado a circunstâncias similares anteriores, as quais, por sua vez, ativam os registros mnêmicos das respostas autonômi- cas de emoção referentes a elas. Assim, por exemplo, quando a decisão do passado levou a resultados insatisfatórios, a emoção despertada agora, como antes, será negativa, e o comportamento de outrora tenderá a não se repetir. Tipos de vivência afetiva 1. Humor ou estado de animo 2. Emoções 3. Sentimentos 4. Afetos 5. Paixões Humor: o humor, ou estado de ânimo, é definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal e di- fuso em que se encontra a pessoa em determinado mo- mento. É a disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica, a lente afetiva que dá às vivências do sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiências reais e, muitas vezes, modificando a natureza e o sentido das experiências vivenci- adas. No estado de ânimo (ou humor) há confluência entre a vertente somática e a vertente psíquica, que se unem de maneira indissolúvel para fornecer um colorido especial à vida psíquica momentânea. Em boa parte, o humor é vivido corporalmente e relaciona-se de forma considerável às con- dições corporais, vegetativas, do organismo. Enfim, o humor, ou estado de ânimo, é um dos transfundos essenciais da vida psíquica. Emoções: as emoções podem ser definidas como reações afetivas momentâneas, agudas, desencadeadas por estí- mulos significativos. Assim, a emoção é um estado afetivo in- tenso, de curta duração, originado geralmente como reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas, consci- entes, não conscientes ou inconscientes. Assim como o hu- mor, as emoções são frequentemente acompanhadas de re- ações somáticas, corporais (neurovegetativas, motoras, hor- monais, viscerais e vasomotoras), mais ou menos específicas. O humor e as emoções são, ao mesmo tempo, experiências psíquicas e somáticas e revelam sempre a unidade afetividade J alterações Kamilla Galiza / 5º P / APG psicossomática básica do ser humano. A emoção é uma al- teração global da dinâmica pessoal, um movimento emer- gente, podendo representar uma tempestade anímica, que desconserta, comove e perturba o instável equilíbrio existen- cial. Sentimentos: Os sentimentos são estados e configurações afetivas estáveis; em relação às emoções, são mais atenua- dos em sua intensidade e menos reativos a estímulos passa- geiros. Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores, representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. Constituem fenô- meno muito mais mental do que somático. Os afetos e os sentimentos são vivenciados, de modo geral, em dois polos: agradável e desagradável, prazeroso e desprazível. A seguir, são apresentados alguns dos vários sentimentos existentes, de acordo com sua tonalidade afetiva: • Sentimentos da esfera da tristeza: melancolia, sau- dade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência, aflição, culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, senti- mento de inferioridade, infelicidade, tédio, desespe- rança, etc. • Sentimentos da esfera da alegria: euforia, júbilo, con- tentamento, satisfação, confiança, gratificação, espe- rança, expectativa. • Sentimentos da esfera da agressividade: raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança, repúdio, nojo, desprezo. • Sentimentos relacionados à atração pelo outro: amor, atração, tesão, estima, carinho, gratidão, amizade, apego, apreço, respeito, consideração, admiração, etc. • Sentimentos associados ao perigo: medo, temor, re- ceio, desamparo, abandono, rejeição. • Sentimentos de tipo narcísico: vaidade, orgulho, arro- gância, onipotência, superioridade, empáfia, prepotên- cia. Afetos Define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que acompanham uma ideia ou representação mental. Em acepção mais ampla, usa-se também o termo “afeto” para designar, de modo inespecífico, qualquer estado de humor, sentimento ou emoção. Paixões A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que domina a atividade psíquica como um todo, captando e diri- gindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só dire- ção, inibindo os demais interesses. Emoção versus razão Na tradição do pensamento ocidental, a emoção opõe-se frontalmente à Razão. Segundo essa tradição, a emoção cega o homem e o impede de pensar com clareza e sensatez. Mesmo aceitando a tradicional primazia da razão sobre a emoção na apreensão da verdade, deve-se admitir que cer- tas dimensões da vida só são realmente acessíveis pela lente da emoção, pois, como diz o filósofo pascal, "há razões que a razão desconhece". Reação afetiva A vida afetiva ocorre sempre em um contexto de relações do eu com o mundo e com as pessoas, variando de um mo- mento para outro à medida que os eventos e as circunstâncias da vida se sucedem. Nesse sentido, há duas importantes dimensões da resposta ou reação afetiva de um indivíduo. Sintonização afetiva: a capacidade deo indivíduo ser influ- enciado afetivamente por estímulos externos; assim, o sujeito entristece-se com ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma boa piada, enfim, entra em sin- tonia com o ambiente. Irradiação afetiva: é a capacidade que o indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz com que os outros entrem em sintonia com ele. Na condição de rigidez afetiva, o indivíduo não deseja, tem dificuldade ou im- possibilidade tanto de sintonização como de irradiação afe- tiva; ele não produz reações afetivas nos outros nem reage afetivamente diante da situação existencial cambiante. Tipos de alterações psicopatológicas da afetividade Alterações psicopatológicas da afetividade Alterações do humor Distimia: em psicopatologia geral, é o termo que designa a alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição como no sentido da exaltação. Nas últimas décadas, o termo genérico depressão, significando tristeza patológica, tornou- se uma designação consagrada, que vem substituindo o termo clássico distimia hipotímica ou melancólica. A psico- patologia geral utiliza, nessa mesma linha, os termos distimia hipertímica, expansiva ou eufórica, para nomear a exaltação patológica do humor, ou seja, as bases afetivas dos quadros maníacos. Disforia: por sua vez, diz respeito à distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. Quando se fala em depressão disfórica ou mania disfórica, está sendo designado um quadro de depressão ou de mania Acompanhado de forte componente de irritação, amargura, desgosto ou agressividade. No espectro maníaco, o termo euforia, ou alegria patológica, define o humor morbida- mente exagerado, no qual predomina um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias. Já no estado de elação, há, além da alegria patológica. A expansão do eu. Uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O eu vai além dos seus limites, ganhando o mundo. A puerilidade é uma alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido. O indivíduo ri ou chora por motivos banais; sua vida afetiva é superficial, sem afetos profundos, consistentes e duradouros. No estado de êxtase, há uma experiência de beatitude, uma sensação de dissolução do eu no todo. Está frequentemente associado a experiências circunscritas a um contexto religioso ou místico, não sendo aqui considerado como fenômeno psicopatoló- gico, mas cultural. Na irritabilidade patológica, há hiper-rea- tividade desagradável, hostil e, eventualmente, agressiva a Kamilla Galiza / 5º P / APG estímulos (mesmo leves) do meio exterior. Qualquer ruído (de crianças, da televisão, de carros, etc.), a presença de muitas pessoas no local, qualquer crítica à pessoa do doente, enfim, tudo é vivenciado com muita irritação. Ansiedade, angústia e medo A ansiedade é definida como estado de humor desconfortá- vel, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação in- terna desagradável. Inclui manifestações somáticas e fisioló- gicas (dispneia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, sudorese, tontura, etc.) e manifestações psíquicas (inquietação interna, apreen- são, desconforto mental, etc.). O termo angústia relaciona-se diretamente à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão, sufocamento. Assemelha-se muito à ansie- dade, mas tem conotação mais corporal e mais relacionada ao passado. O medo, caracterizado por referir-se a um objeto mais ou menos preciso, diferencia-se da ansiedade e da an- gústia, que não se referem a objetos precisos (o medo é, quase sempre, medo de algo). Alterações das emoções e dos sentimentos Apatia: é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os pacientes queixam-se de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente de mo- dular a resposta afetiva de acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo. Inadequação do afeto ou paratimia: reação completa- mente incongruente a situações existenciais ou a determina- dos conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda da vida psíquica, contradição profunda entre a esfera ideativa e a afetiva. Pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: perda progressiva e patológica das vivências afetivas. Há, aqui, o empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alter- nâncias e variações sutis na esfera afetiva. Embotamento afetivo e devastação afetiva: perda profunda de todo tipo de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é basicamente subjetiva, o embotamento afetivo é observável, constatável por meio da mímica, da postura e da atitude do paciente. Sentimento de falta de sentimento: é percebido claramente pelo doente, que se queixa de sentir-se intimamente morto ou em estado de vazio afetivo. Ao contrário da apatia, o sentir o "não-sentir" é vivenciado com muito sofrimento, como uma tortura. Anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e experiências da vida. O paciente relata que, diferentemente do que ocorria antes de adoecer, agora não consegue mais sentir prazer sexual. Não consegue desfrutar de um bom papo com os amigos, de um almoço gostoso com a família, de um bom filme, etc. Obs.: a apatia (incapacidade de sentir afetos) e a anedonia (incapacidade de sentir prazer) são fenômenos muito próxi- mos que ocorrem, na maioria das vezes, de forma simultânea. Indiferença afetiva: foi descrita particularmente na histeria como uma "bela indiferença" (belle indifference). Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta. Labilidade afetiva e incontinência afetiva: são os estados nos quais ocorrem mudanças súbitas e motivadas de humor, sentimentos ou emoções. O indivíduo oscila de forma ab- rupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. Ambivalência afetiva: sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou objeto, sentimentos que ocorrem de modo absolutamente simultâneo. Assim, o indivíduo sente, ao mesmo tempo, ódio e amor, rancor e carinho por alguém. Neotimia: são afetos muito estranhos e bizarros para a pró- pria pessoa que os experimenta. Faz parte da experiência pe- culiar e radicalmente diferente da esquizofrenia. Medo: trata-se do estado de progressiva insegurança e an- gústia, de impotência e invalidez crescentes, ante a impres- são iminente de que sucederá algo que o indivíduo quer evi- tar, o que progressivamente se considera menos capaz de fazer. O medo pode ser dividio em seis fases, de acordo com o grau de extensão e intensidade que nele alcançam as ma- nifestações de inativação. São elas: 1. Prudência 2. Cautela 3. Alarme 4. Ansiedade 5. Pânico (medo intenso) 6. Terror (medo intensíssimo) Fobias: são medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidas pelos desencadeantes, chamados de objetos ou situações fobígenas. Fobia simples: é o medo intenso e desproporcional de deter- minados objetos. Fobia social: é o medo de contato e interação social. A ago- rafobia é o medo de espaços amplos e de aglomerações como estádios. A claustrofobia é o medo de entrar (e ficar preso) em espaços fechados, como elevadores. Pânico: é uma reação de medo intenso, de pavor, relacio- nada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente, descontrole ou desintegração. Ocorrem sintomas somáticos autonômicos, decorrentes da ansiedade intensa, como pal- pitações, sudorese fria, tremores, parestesias (principalmente formigamentos nos lábios e/ou ponta dos dedos), sensação de falta de ar, desconforto respiratório, dor ou desconforto no peito, náusea, sensação da cabeça ficar leve, medo de per- der o controle ou enlouquecer, medo de morrerou de ter um ataque cardíaco e, em alguns casos, despersonalização e/ou desrealização. Obs.: o paciente frequentemente relata que tinha a nítida sensação de que iria morrer, perder o controle ou ter um ata- que do coração. • As crises duram alguns minutos e tendem a repetir-se com periodicidade variável. Obs.: alguns sentimentos e emoções considerados normais podem ter implicações psicopatológicas conforme a intensi- dade e o contexto no qual surgem e se desenvolvem. Vale ressaltar aqui a inveja e o ciúme. O ciúme é um fenômeno emocional complexo no qual o in- divíduo sente receio, medo, tristeza ou raiva diante da ideia, sensação ou certeza de que a pessoa amada gosta mais de Kamilla Galiza / 5º P / APG outra pessoa (ou objeto) e pode abandoná-lo ou preteri-lo. A inveja é a sensação de desconforto, raiva e angústia diante da constatação de que outra pessoa possui objetos, qualida- des, relações que o indivíduo gostaria de ter, mas não tem. O exame da afetividade Comunicação não verbal do afeto: não é necessário que o paciente nos conte como está se sentindo para podermos avaliar a sua afetividade: o afeto é expresso através da mí- mica, do olhar, dos gestos, da postura e do tom de voz. Empatia: a afetividade é avaliada empaticamente. É como se o observador dissesse para si mesmo, por exemplo: “Se eu estivesse me sentindo como aquele indivíduo aparenta estar – pela sua expressão facial, gestos etc. –, eu me sentiria muito alegre; portanto, ele está alegre.” A afetividade nos principais transtornos mentais Mania Na mania, observa-se uma alegria (euforia, ou melhor, hiper- foria) ou irritabilidade patológicas (exaltação afetiva). Tipica- mente, há labilidade ou incontinência afetiva. Depressão. Na depressão, ocorre uma tristeza patológica (exaltação afe- tiva), que costuma ser caracterizada como uma tristeza vital. Em alguns pacientes, podem ocorrer ansiedade ou irritabili- dade intensas. O estado de humor sofre poucas variações, caracterizando assim uma4 rigidez afetiva. Esquizofrenia O embotamento afetivo está entre os sintomas negativos da esquizofrenia. A mória pode estar presente no subtipo hebe- frênico. Em quadros delirantes ou de grande agitação, a an- siedade pode ser proeminente, constituindo assim uma hi- pertimia. Podem ser encontradas rigidez afetiva, paratimias, ambitimias e neotimias. Demência Na demência, tipicamente há labilidade ou incontinência afe- tiva, mas também pode ocorrer rigidez afetiva. Ansiedade, tristeza e irritabilidade são manifestações frequentes. Nos es- tágios mais avançados, observa-se embotamento afetivo. Delirium Nos quadros de delirium sem psicose, há embotamento afe- tivo. Naqueles em que os sintomas psicóticos estão presentes, encontram-se exaltação afetiva e labilidade afetiva. Transtornos de ansiedade Nos transtornos de ansiedade, há uma ansiedade patológica (exaltação afetiva), que atinge uma intensidade extrema – como no transtorno de pânico – ou que é muito frequente ou persistente – como no transtorno de ansiedade generalizada. Especialmente no transtorno de ansiedade generalizada, a ansiedade pode acompanhar-se de irritabilidade. Nos trans- tornos fóbicos, a ansiedade é desproporcional ao estímulo, é reconhecida como excessiva pelo paciente e leva a um com- portamento de esquiva. Retardo mental No retardo mental, podem estar presentes labilidade ou in- continência afetiva. Encontram-se tanto exaltação afetiva (oligofrenia erética) quanto embotamento afetivo (oligofre- nia apática). Transtorno de personalidade borderline O transtorno de personalidade borderline caracteriza-se, en- tre outras coisas, por dificuldade de controle sobre a raiva, havendo com frequência exaltação afetiva, além de labili- dade ou incontinência afetiva. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) No TEPT ocorrem sintomas depressivos e ansiosos, além de ir- ritabilidade, mas também pode persistir um estado de em- botamento afetivo. Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) O TDPM caracteriza-se pela presença de exaltação afetiva, principalmente irritabilidade, mas também por tristeza e an- siedade de grande intensidade. Tipicamente há labilidade afetiva. Semiotécnica da afetividade Humor ansioso Sente-se nervoso(a)? Sente-se agoniado(a)? Com inquietação interna? Sente angústia ou ansie- dade? Sente medos ou te- mores? Sente-se tenso(a)? Tem dificuldades para re- laxar? Tem dificuldades para se concentrar? Tem insônia? Sente dores de cabeça, dores nas costas, etc. Tem taquicardia, falta de ar? Humor irritado Você tem-se irritado com mais facilidade que antes? Os ruídos (da rua, de pes- soas falando, de buzinas, etc.) o(a) incomodam muito? As crianças o(a) in- comodam? Tem discutido ou brigado com facilidade? Às vezes acha que vai ex- plodir? Os nervos estão à flor da pele? Tem, às vezes, vontade de matar ou es- ganar alguém? Humor triste, apático ou inibido Você tem-se sentido triste ou melancólico(a)? Desa- nimado(a)? As coisas que antes lhe davam prazer agora lhe são indiferentes? Sente-se cansado(a), sem energia? Sente-se fraco(a)? Não se alegra com mais nada? Perdeu (ou aumentou) o apetite ou o sono? Perdeu o inte- resse pelas coisas? Tem vontade de sumir ou mor- rer? Sente que não tem mais saída (desespe- rança)? Sente tédio? Reali- zar as tarefas rotineiras passou a ser um grande fardo para você? Prefere se isolar, não receber visitas? Sente um vazio por dentro? Às vezes, sente-se como se estivesse morto(a)? Sente-se mais alegre que o comum? Mais disposto(a)? Kamilla Galiza / 5º P / APG Humor hipertímico (alegre) Tem, nos últimos dias, mais vontade de falar e andar que geralmente? Sente-se mais forte? Mais pode- roso(a)? Sente o tempo passar mais rápido? Tem muitos amigos? Eles são importantes? Tem proprie- dades ou é uma pessoa in- fluente? Você se acha inte- ligente? Acha-se uma pes- soa especial? Verificar para todas as alterações do humor, se são mais fre- quentes e intensas pela manhã, à tarde ou à noite. Emoções e sentimentos Verificar o padrão de rea- ções emocionais do paci- ente (reações emocionais intensas ou atenuadas, fá- ceis ou difíceis de serem desencadeadas, rápidas e superficiais ou profundas e duradouras, etc.). Investigar os sentimentos predomi- nantes que o indivíduo tem pelas pessoas significativas de seu convívio. Perguntar, por exemplo: Você tem muitos amigos? Você os vê com que frequência? Como você se dá com seus familiares? Você tem relacionamentos íntimos com amigos ou parentes? Como são esses relaciona- mentos? Tem inimigos ou pessoas que odeia? Como isso começou? Perguntar há quanto tempo o paci- ente tem os sintomas, o que os desencadeou, o que os faz piorar ou melhorar. Os afetos que o paciente está apresentando recen- temente diferem do pa- drão afetivo do paciente ao longo de sua vida?
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