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1 
 
 
 
 
 
 
SEDUC-GO 
 
 
 
1 Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos séculos 
XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as transformações 
econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, infraestrutura e 
planejamento ............................................................................................................................ 1 
2 Modernização da agricultura e urbanização do território goiano ....................................... 4 
3 A população goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica ..... 7 
4 Economia goiana: industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação ........... 8 
5 As regiões goianas e as desigualdades regionais ........................................................... 15 
6 Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo ................... 19 
7 Aspectos da história política de Goiás: a independência em Goiás, o Coronelismo na 
República Velha, as oligarquias, a Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os 
dias atuais .............................................................................................................................. 29 
8 Aspectos da História Social de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a 
escravidão e cultura negra, os movimentos sociais no campo e a cultura popular ................. 35 
9 Atualidades econômicas, políticas e sociais do Brasil, especialmente do Estado de Goiás
 ............................................................................................................................................... 45 
10 Constituição do Estado de Goiás de 05 de outubro de 1.989 ..................................... 240 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco!
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
1 
 
 
 
Mineração 
 
A necessidade de escravos para o trabalho nos canaviais e a busca de almas para a catequese, levou 
muitos paulistas e jesuítas a adentrarem o interior da colônia para a obtenção de mão-de-obra. 
Juntamente com a busca por escravos, as expedições que partiam para interior do Brasil buscavam ouro 
e pedras preciosas. 
Com a descoberta de jazidas auríferas na região das Minas Gerais e de Cuiabá, o interesse em 
encontrar novos locais de exploração aumentou, incentivando a formação de novas expedições. Em 1722 
o bandeirante Bartolomeu Bueno, conhecido como Anhanguera, partiu em busca de novas minas, 
encontrando jazidas nas margens do rio Vermelho, em Goiás. 
O ouro encontrado em Goiás, de aluvião, era proveniente de jazidas sedimentares e se encontrava 
misturado ao cascalho no fundo dos rios, e às vezes nas margens, por isso era de fácil extração, não 
exigindo muitas técnicas e equipamentos. A descoberta das minas deu origem ao povoamento, que 
ocorreu de maneira bastante acentuada. A busca pelo ouro direcionou o fluxo migratório para a região, já 
que no litoral havia certa pressão socioeconômica no sentido de deslocar contingentes populacionais para 
as áreas interioranas. Os novos habitantes se estabeleceram às margens do Rio Vermelho. 
Com o objetivo de novas descobertas auríferas, retorna Bueno ao território goiano em 1726 e detém-
se na confluência dos rios Vermelho e Bugre, onde é levantada a primeira povoação goiana, o arraial da 
Barra. 
As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: Santana, origem de Vila Boa (1727). Na 
região dos Pireneus e junto ao rio das Almas afloram as minas de Meia Ponte (1731), atual Pirenópolis. 
As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à descoberta as mais 
ricas minas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736). 
Anteriormente, Domingos Rodrigues do Prado descobrira minas quase tão ricas quanto as do Tocantins, 
em Crixás (1734). No final da década de 1730, ainda se descobrem ricos veios na região montanhosa 
localizada entre o Tocantins e o sertão da Bahia: São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal, 
Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. Entre os anos de 1740 e 1750 ainda ocorrem alguns 
achados de expressão: Carmo (1746), Santa Luzia, Conceição, Bonfim, Caldas novas e Cocai (1749). 
O único critério direcionador do fluxo populacional era a descoberta de minas auríferas, elas atraiam 
as populações alucinadas pela ânsia de obter enriquecimento fácil e rápido de uma forma espetacular. 
Com a grande quantidade de ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica 
para a Coroa Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e em meados de 1750 foi denominado de Vila 
Boa de Goiás. 
Até o ano de 1749, Goiás não existia, o território pertencia à capitania de São Paulo, somente a partir 
dessa data que surgiu a capitania de Goiás. Os principais povoados e arraiais surgiram no momento da 
mineração, no século XVII, constituíam-se de núcleos urbanos instáveis e irregulares, o primeiro 
governante enviado à nova capitania foi Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos). 
A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi 
diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a mineração entrou em decadência, o que provocou 
o abandono de muitos povoados goianos. 
No fim do século XVIII, a capitania responde por cerca de 20% da produção de ouro da colônia, o que 
representa uma média anual de 500 arrobas (entre 6 e 7,5 t), exportadas do Rio de Janeiro. 
 
Agropecuária 
A decadência do ciclo da mineração desencadeou fluxos e refluxos de correntes migratórias e de 
capital em escravos. O campo começa a ser povoado e as vilas despovoadas, sugerindo uma herança 
do sistema mercantil colonial, em que a decadência do sistema mercantil possibilitou o surgimento de 
uma nova economia agropecuária, assentada em uma produção diversificada de produtos agrícolas 
exportáveis, fortalecendo as atividades comerciais. 
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo 
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. A Província de Goiás recebeu correntes 
migratórias oriundas, principalmente, dos Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas 
cidades surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis 
1 Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária 
nos séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, 
as transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, 
industrialização, infraestruturae planejamento 
 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
2 
 
(Capelinha), entre outras. No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de novas cidades, as 
que já existiam, como Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam 
novo impulso. 
Durante todo século XIX, a atividade produtiva dominante foi a pecuária bovina, principalmente porque 
dispensava maior volume de mão de obra. O gado era criado solto, em grandes invernadas, sendo que 
um só vaqueiro podia tomar conta de um grande número de animais 
Mesmo sabendo que a agricultura e pecuária caminharam juntas por todo o século XIX e boa parte do 
século XX, a pecuária esteve sempre à frente por algumas razões: era o principal e único produto possível 
de ser exportado na época, pois o gado andava com suas próprias pernas, ou seja, mesmo de forma 
muito lenta dispensava o uso de transporte. 
Já os produtos de origem agrícola dependiam de transporte que não existia nesse período. O gado 
poderia ser comercializado a qualquer momento, portanto não existiam intervalos na produção, até 
porque, naquele momento, não existia a preocupação dos produtores em engordar os animais para 
comercializá-los, seria inútil devido à distância que os animais teriam que percorrer para chegar até o 
mercado consumidor. 
A partir do início da década de 1960 que começou realmente uma transformação mais profunda na 
estrutura produtiva da agropecuária goiana. Nessa época, segundo estimativas do IBGE, apenas 44% de 
toda a extensão do território goiano estava explorada pela produção agropecuária. 
Na década de 1960, Goiás experimentou um período onde a produção extensiva e sem capital dava 
lugar à produção mecanizada, tecnológica e com farto capital. 
Na esfera estadual, o Governador Mauro Borges criou o Plano de Desenvolvimento Econômico de 
Goiás e a Reforma Administrativa para dar dinamismo ao plano. 
Só para fomentar a agricultura e pecuária, o plano estabelecia investimentos da ordem de 15,4% do 
orçamento para criação de estações experimentais, zootécnicas; postos de sementes; equipar escritórios 
de extensão rural; incentivar a criação de reservas e conservação de forragens; incentivar estudos sobre 
criação e conservação de pastagens; instalar a Escola Agrotécnica de Goiânia; criar escolas agrícolas; 
instalar postos de mecanização e escritórios de irrigação; construir e equipar rede de armazéns e silos; 
construir fábricas de rações balanceadas; instalar fábricas de produtos de correção do solo e fazer 
estudos agrogeológicos do território goiano. 
 
A situação de Goiás no fim do século XIX e a construção da ferrovia1 
 
No final do século XIX e início do século XX, Goiás estava isolado, posicionado na porção central do 
Brasil e desprovido de meios que possibilitassem maiores relações interestaduais. A implantação de 
redes de transportes, principalmente as ferrovias, foi um elemento fundante para a emergência da 
modernização em Goiás. Os caminhos no período em que foi proclamada a república, em 1889, eram 
muito sinuosos. Os longos trechos com relevo irregular eram vencidos por dois meios de transportes: 
pelas tropas e pelo carro de bois. As viagens até Araguari-MG, ponta de linha da Estrada de Ferro 
Mogiana, duravam dias, excluindo a possibilidade de transporte de mercadorias perecíveis e tornando 
impraticável a produção de artigos agrícolas para o mercado. Pela ausência de infraestrutura de 
transportes, os fretes do sertão goiano para o Rio de Janeiro às vezes tinham valores iguais àqueles 
cobrados da Europa ao Brasil. 
Apesar das dificuldades encontradas tanto no campo político e econômico e também pela localização 
de Goiás, os trilhos começaram a ser construídos em direção às terras goianas na primeira década do 
século XX. A Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio 
do governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o 
primeiro trecho da Estrada de Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os trilhos 
da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a Estação 
Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais com 
Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera e em 1913 as 
estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em 1914 outras 
estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá, Urutaí e 
Roncador. A estação de Roncador foi ponta de linha até 1922, ano em que se inaugurou a estação em 
Pires do Rio após a conclusão da ponte Epitácio Pessoa sobre o rio Corumbá. Durante oito anos as 
intermediações da estação de Roncador foram muito dinamizadas pelas atividades de um porto fluvial, 
que perdeu sua função com a conclusão da ponte. 
 
1 Adaptado de Castilho, Denis 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
3 
 
A implantação da ferrovia proporcionou a redução dos preços dos fretes e a melhoria do sistema de 
transporte, dinamizando a economia do território, principalmente na área de influência da ferrovia. As 
exportações agrícolas cresciam a partir do excedente de uma agricultura de subsistência. Nesse sentido, 
a ferrovia ampliou as possibilidades de circulação dos excedentes e dinamizou a prática agrícola. Com a 
implantação dos trilhos e a ligação com a região econômica mais dinâmica do Brasil, houve um crescente 
movimento ocupacional da porção sul de Goiás, sobretudo na área de influência da Ferrovia. Em 1900 a 
população de Goiás somava 270.000 habitantes. Em 1908 houve um incremento de apenas 10 mil 
habitantes. Em 1910, um ano após o início da construção da ferrovia, o estado registrou 340.000 
habitantes. Em 1920 houve um crescimento de 66,42 % da população, com registro de 511.818 habitantes 
nesse ano. 
Além de influenciar o crescimento populacional, a ferrovia também favoreceu a posição de sua região 
de influência em relação ao sudeste brasileiro, aumentando a demanda de consumo e consequentemente 
as exportações. Até a década de 1910, a agricultura atendia as necessidades do autoconsumo local. Com 
a chegada dos trilhos, houve incremento na exportação de produtos agrícolas, como fumo, arroz, feijão, 
farinha de mandioca, mamona, caroço de algodão, etc. Em 1916 Goiás exportou 5.967.378 quilos de 
arroz para São Paulo por meio da Estrada de Ferro Goiás. Em 1922 foi registrado o número de 6.338.647 
quilos para o mesmo produto. No caso do café houve um crescimento nas exportações pela ferrovia entre 
os anos 1921 e 1924 de 376,4%, com 417.473 quilos e 1.110.910 quilos em cada ano, respectivamente. 
O crescimento das exportações para a atividade pecuária também foi significativo. Em 1916 foram 
exportadas 7.021 cabeças de bois gordos. Nos dois anos seguintes foram exportados pela estrada de 
ferro 16.642 “vacuns” e 85.598 cabeças de bois, respectivamente. Conforme dados da revista A 
Informação Goyana, a década de 1920 foi um marco no crescimento das exportações de gado, uma vez 
que em 1923 foram exportadas 149.545 cabeças de bois e 10.509 cabeças de vacas, registrando um 
aumento de 53,4%. 
 
As transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília 
 
A construção de Goiânia deve ser compreendida dentro do contexto do governo Vargas, ou seja, a 
busca da unidade nacional, diminuindo as particularidades regionais e fortalecendo o sentimento de 
nação brasileira. Ainda, o desejo regional de destituir a antiga capital Goiás correspondia aos novos 
tempos, uma vez que essa cidade era símbolo da aristocracia rural. Além disso, permitiu condições para 
o avanço de novas fronteiras agrícolas em direção ao Centro-Oeste. 
Após os anos 1930, o estado de Goiás experimentou uma verdadeira transformação econômica com 
a construção da ferrovia em Goiânia e a construçãode Brasília (no governo de Juscelino Kubitschek, na 
década de 1950), e posteriormente com a implantação de rodovias importantes, como Belém-Brasília e a 
BR-153. A construção de rodovias e ferrovias ligavam a região ao restante do país, integrando-a 
definitivamente ao mercado consumidor e fornecedor do Sul e Sudeste. 
Junto a isso, o governo Vargas incentivou a articulação entre o campo e a indústria, integrando ao 
sistema capitalista de produção. O setor agropecuário era percebido como atrasado. Para tanto, investiu-
se na formação de um mercado interno, na racionalização da pecuária com investimentos na melhoria 
genética das raças, no financiamento agropecuarista para a modernização da produção e vinculação aos 
grandes frigoríficos. Esses grandes frigoríficos, estabelecidos entre os anos 1910 e 1950, principalmente 
na cidade de Barretos (SP), eram os grandes compradores de gado do Planalto Central, estabelecendo 
uma relação cada vez mais estreita entre campo e a indústria. 
O incentivo à nacionalização do capital da indústria frigorífica, com a isenção de impostos, por exemplo, 
levou à instalação de inúmeras empresas de capital nacional na região do Centro-Oeste, em especial, em 
Goiás. Esse fato ajudou o desenvolvimento da região. 
As intervenções do Estado brasileiro para o desenvolvimento do interior do país levaram à expansão 
das pastagens plantadas e da agricultura comercial. 
Ancorada na soja, essa agricultura trouxe riquezas para Goiás, transformando-se em um grande 
produtor nacional, ajudando a elevar o país a maior produtor mundial de soja. 
 
 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
4 
 
 
 
Modernização da Agricultura e Urbanização do Território Goiano2 
 
A ocupação populacional em Goiás foi lenta e diversificada. Sua intensificação ocorreu com a 
descoberta do ouro a partir do século XVII. Com a formação da segunda expedição para desbravar as 
jazidas de ouro do estado, formaram-se alguns núcleos populacionais em torno das lavras auríferas, os 
quais se tornaram aglomerados urbanos. Antes do descobrimento do ouro em Goiás, inexistia modalidade 
produtiva no território que não fosse a dos silvícolas nativos. As pastagens extensivas surgiram 
juntamente com as primeiras minerações. O grande distanciamento, e a decorrente dificuldade de 
abastecimento, fizeram com que lavoura e pecuária coexistissem com a extração metalífera, que, por sua 
vez, servia como amenizadora das crises. 
Com o declínio da mineração, os moradores foram abandonando os núcleos urbanos em direção ao 
campo e ruralizaram a vida social na maior parte do território. A lavoura e pecuária forneciam a 
possibilidade de ter um rendimento, e por esse motivo, o aumento da população em Goiás provém da 
exploração agropecuária. A tendência da população foi dirigir-se para as lavouras e produção agropastoril 
sustentada pela qualidade das terras goianas. Esses fatores condicionaram o aumento do número de 
estabelecimentos rurais. 
Goiás, no século XIX, tem como base de organização sócio produtiva, as propriedades rurais, ou seja, 
as fazendas. A apropriação do espaço goiano foi realizada por uma ocupação sem maiores ordenações 
ou formalidades. A interiorização do povoamento se deu na posse de terras, o que possibilitou para alguns 
a ocupação de grandes áreas. 
A Lei de Terras esbarrou na realidade socioeconômica de Goiás. Sua valorização impulsionava o 
interesse pela regularização da propriedade fundiária. Por outro lado, esse processo era caro, e a situação 
irregular possibilitava a incorporação de novas terras, modificando a estrutura agrária de forma 
concentrada com poucas famílias assegurando o controle das terras. 
A ocupação das zonas rurais no interior de Goiás se deu pelo fato dos despossuidores adentrarem no 
sertão na busca de estabelecer sua posse ou agregar-se a uma propriedade. O acréscimo nos valores 
das terras incitou a incorporação de regiões de fronteira, pela especulação de lucros com a valorização 
fundiária. O Estado de Goiás era essencialmente agrário, com população quase totalmente rural, e 
dedicada à agropecuária. 
Anos depois, a passagem dos anos 1930 representou um marco no desenvolvimento econômico 
brasileiro, ocasionando o deslocamento do centro dinâmico da economia e das atividades primárias para 
a indústria. Tal fato eliminou as barreiras do comércio interno propiciando a integração do mercado 
nacional. 
Com a política de integração do governo Vargas, o território Goiano é inserido em um projeto que 
busca articular as regiões produtivas do Estado de Goiás com as Regiões Sudeste e Sul. A apropriação 
do território goiano sucedeu de maneira planejada com funções políticas e econômicas bem definidas. 
As Regiões Sul e Sudeste tiverem um grande aumento em sua produção e ampliaram a 
comercialização com outros estados, que em virtude do crescimento econômico buscou ampliar 
participação no processo político e de integração com estados periféricos. 
A integração do Estado de Goiás com as Regiões Sul e Sudeste dinamizou as vias de comunicação e 
introduziu meios de transportes mais eficientes como a estrada de ferro. 
Estabeleceu-se, portanto, maior agilidade nas comunicações e na capacidade de transporte. 
A grande corrente migratória emergiu na década de 1940, quando o governo criou projetos que 
promoveram o assentamento de colonos na região do planalto central brasileiro em uma parceria de 
governos federal e estadual. 
A Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG) foi a primeira de uma série de oito colônias criadas pelo 
governo federal. A CANG foi inserida em um terreno fértil, ao norte de Goiânia, em uma área ainda 
inexplorada. 
Nas décadas de 1940 e 1950, a imigração para Goiás, avolumou-se substancialmente, e a implantação 
da GANG foi responsável pelo assentamento de significativa parte dos imigrantes, além de fazer 
nascerem as cidades de Ceres e Rialma no vale do rio São Patrício. 
 
2 Conjuntura Econômica Goiana. Março/2016, nº 36 – SEGPLAN. JÚNIOR, Ademir Rodrigues Silva; VALE, Najla Kauara Alves do; WANDER, Alcido Elenor. 
Modernização agrícola e o êxodo rural entre 1960 e 2010 no Estado de Goiás. Disponível em: http://www.imb.go.gov.br/pub/conj/conj36/artigo_06.pdf. 
2 Modernização da agricultura e urbanização do território goiano 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
5 
 
Em Ceres, na década de 1950, a população chegou a 29.522 habitantes, impulsionados pela promessa 
de terra gratuita garantida pelo governo federal. A cidade obteve um acréscimo populacional relativo 
superior ao do próprio Estado de Goiás. 
A maioria dos imigrantes em Ceres eram mineiros, nortistas e as próprias pessoas que residiam no 
interior de Goiás. As principais culturas desenvolvidas na região foram o arroz, milho e feijão, que fizeram 
a cidade se tornar fornecedor de alimentos no centro-sul de Goiás. 
Até meados de 1950, a CANG foi responsável por 38,0% do arroz produzido em Goiás, atraindo 
algumas empresas transformadoras de alimentos para sua área de abrangência. Todavia, a partir de 
então, a colônia enfrentou sérios problemas de desarticulação, e o capital mercantil forçou os colonos, 
destituídos de recursos, a se subordinarem aos fornecedores de créditos e comerciantes, principalmente 
de Anápolis, comprometendo o rendimento da colheita. 
A implantação da CANG foi bem sucedida, mesmo que temporariamente, permitindo ao governo 
federal a criação de uma rodovia de acesso ao médio-norte goiano. Essa estrada permitiu a ligação de 
zonas pioneiras com os principais centros urbanos de Goiás. 
Os projetos colonizadores e a marcha de interiorização foram responsáveis por modificações na área 
centro-sul do estado, ocasionando alterações na composição populacional da região. Nas décadas de 
1940 e 1950, o estado tornou-se foco da migração do processo de marcha para o oeste. 
A implantação de indústrias, abertura de estradas, projetos de colonizaçãoe o desenvolvimento 
regional são alguns dos fatores que influenciam a distribuição populacional em Goiás. 
A implantação da ferrovia colaborou para um novo ordenamento econômico, político e social em Goiás, 
representando uma nova divisão inter-regional do trabalho e incorporando a economia goiana no corpo 
capitalista. A modernização e o desenvolvimento do estado eclodiram durante o governo de Pedro 
Ludovico Teixeira, atenuando a partir da década de 60 com a implantação das estatais do governo Mauro 
Borges. 
A expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste teve início da década de 40 com a “Marcha para o 
Oeste”, e seu principal objetivo era atender a demanda de produtos primários da região sudeste. Goiás 
foi incorporado ao processo produtivo nacional como fornecedor de gêneros alimentícios e matérias-
primas. Essa foi considerada uma frente pioneira em que o estado teve importante papel ao acelerar o 
seu deslocamento sobre os territórios novos, já ocupados pela frente de expansão. 
O crescimento agrícola em Goiás foi direcionado pelas políticas governamentais que tinham como 
objetivo obter uma maior participação nas exportações a partir do aumento da produção de commodities. 
A infraestrutura indispensável aos novos investimentos foi estimulada com os projetos de integração 
nacional ocorridos na década de 50 com a construção de Brasília e de rodovias que direcionavam a 
mobilidade do capital e do trabalho no território brasileiro. 
A partir da década de 1960, surge uma nova forma de ocupação do solo, resultantes das formas 
modernas implantadas na agricultura e pecuária. O processo de modernização da agricultura fomentou 
com a inserção de novas tecnologias, desenvolvimento em pesquisa e na construção de infraestrutura 
como forma de viabilizar os interesses do capital privado nacional. 
O progresso tecnológico inserido no campo representou a dominação do capital sobre o trabalho. 
Avaliando esse contexto, o progresso no meio rural deveria melhorar as condições de vida do sertanejo. 
Essa forma de abordar o sertão expressa o controle do capital sobre os trabalhadores. 
O Estado de Goiás tornou-se celeiro agrícola a partir das melhores condições de infraestrutura e da 
ocupação indiscriminada do uso de suas terras. Tal fato reforçou o poderio das elites do poder político e 
econômico do período. 
A partir dos anos 1970, a concretização das inovações tecnológicas no estado, aliado com as políticas 
governamentais, provoca o êxodo de milhares de trabalhadores do campo que foram obrigados a se 
deslocarem para os centros urbanos. 
A década de 70 assistiu a uma profunda mudança no conteúdo do debate. Impulsionada por uma 
política de créditos facilitados, que se inicia na segunda metade dos anos 60, pelo desenvolvimento 
urbano-industrial daquele momento, que se convencionou chamar de “milagre brasileiro”, a agricultura 
brasileira não apenas respondeu às demandas da economia, como foi profundamente alterada em sua 
base produtiva. 
O maciço crescimento do uso da tecnologia mecânica, de defensivos e adubos, a presença da 
assistência técnica, o monumental êxodo rural, permite dizer que o Brasil mudou e o campo também. 
A consolidação da industrialização da agricultura ocorre a partir dos Complexos Agroindustriais (CAIs). 
Nesse processo, as atividades agropecuárias tornaram-se subordinadas à indústria. 
Essa modernização proporcionou uma diminuição significativa de oferta de trabalho no campo, 
promovendo a migração forçada de milhares de famílias do campo para os grandes centros urbanos. 
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Graziano da Silva (1998) ressalta que a modernização da agricultura brasileira foi concentrada e 
excludente, sendo essas particularidades arraigadas pelos atos executados pelo governo. 
O processo de utilização de técnicas avançadas como adubação química, controle de pragas por 
meios químicos, mecanização e desenvolvimento de novas espécies vegetais e animais etc., mas 
entendemos também o aprofundamento das relações capitalistas no campo. Essas relações capitalistas 
se dão pelo uso de trabalho assalariado, produção para um mercado (e não para autoconsumo) e 
constituição de verdadeiras empresas rurais, que nada têm a ver com antigas propriedades rurais 
familiares. 
O uso de máquinas e implementos é sinalizado como uma mudança para o novo padrão agrícola. Essa 
agricultura que se moderniza foi evidenciada pela internalização da indústria de equipamentos, pelos 
incentivos dos mercados e pela criação de créditos e subsídios. 
Na década de 70, observa-se que houve uma apropriação acelerada da terra, modernização técnica 
do campo, concentração das propriedades, recursos financeiros e modificação das relações sociais de 
produção, como alterações nas relações de trabalho. 
Essas reduções da estrutura fundiária levaram a uma diminuição da necessidade de mão-de-obra no 
campo, e consequentemente, a uma mobilidade ocupacional e espacial da força de trabalho. Esses anos 
ficaram marcados pela absorção de excedentes populacionais de outras regiões pela agricultura regional 
e fluxo de trabalhadores agrícolas em direção às cidades. A grande questão no que diz respeito às 
migrações era o êxodo rural que relaciona a modernização agrícola com estrutura fundiária. 
A parcela da humanidade que vivia em função da agropecuária brasileira, nada tinha de homogênea, 
e muito pelo contrário, se encontra profundamente diferenciada e classificada em setores largamente 
apartados, que são de um lado, uma pequena minoria de grandes proprietários que não atingem 10% da 
população rural (incluindo famílias, empregados), e do outro lado, a grande maioria dessa população que 
vive em péssimas condições. 
No processo de modernização, priorizaram-se determinadas culturas, e o crédito rural foi tendencioso 
para grandes produtores. Esse destaque é crucial para entender a grande migração de pequenos 
produtores do campo. Delgado (1985) relata que o processo de modernização da agricultura intensifica a 
disparidade entre as regiões e exclui grupos sociais, ou seja, não contribui para diminuir a distância entre 
o grande e o pequeno produtor. 
Em um panorama geral, a população goiana, até a década de 70, era predominantemente rural. O 
esvaziamento das áreas rurais, como já foi afirmado, ocorreu em função da adoção de formas capitalistas 
de produção na agricultura, da valorização das terras, e da apropriação fundiária. 
É interessante notar que as transformações que ocorrem no agro, a partir da segunda metade dos 
anos 60, fortemente pressionada pela expansão do capital industrial, promovem uma reviravolta das 
violentas transferências de populações para o setor urbano, que é promovido por amplo conjunto de 
fatores, tais como mecanização, a substituição de culturas intensiva em mão-de-obra pela pecuária, o 
fechamento da fronteira, a aplicação da legislação trabalhista no campo, ou simplesmente pelo uso da 
violência, etc., ocorre também uma reformulação na mão-de-obra restante no interior das propriedades, 
com eliminação dos parceiros, agregados, etc., pela disseminação do trabalho assalariado, sobretudo 
nas grandes propriedades, que se modernizam e se transformam em empresas. 
Restou às pequenas propriedades a possibilidade da subordinação ao capital industrial, a 
marginalização, o esfacelamento ou a venda e migração para os centros urbanos. 
A mudança nas relações de trabalho ocasionou diferenciação social no campo, e isso se consolidou 
nos anos 1970 e 1980 em Goiás. Os meeiros e posseiros foram transformados em diaristas, nos grandes 
empreendimentos de terras do cerrado, provocando uma drástica mudança na condição de acesso à terra 
e de assalariamento. 
Em outras palavras, houve estruturação da fazenda em organização de classes, rompendo as 
tradicionais relações de parcerias. 
Com a ploretarização, algumas categorias sociais, como agregados e meeiros, tenderam ao 
desaparecimento, outras se adequaram comoos vaqueiros, e foi possível perceber o surgimento de 
tratoristas, diaristas e boias frias, por exemplo. Esse processo demonstra que as inovações técnicas e o 
emprego de capital intensivo mudaram as relações de trabalho em Goiás, com a troca da mão-de-obra 
por volantes, pequenos produtores e empregados semiqualificados. 
No aprofundamento da diferenciação de classes, os novos moldes de acesso à terra, a deterioração 
de laços tradicionais de convivência e a proeminência de relações monetárias fizeram surgir uma nova 
organização socioeconômica regional. 
As empresas agrícolas e agroindústrias representaram as produções avançadas e capitalistas, e os 
pequenos produtores tiveram que se adaptar em suas novas e limitadas possibilidades. O êxodo rural em 
Goiás foi muito intenso nessa época. 
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E uma redistribuição urbano/rural ocorreu, principalmente, em função da adoção de formas capitalistas 
de produção na agricultura, da valorização das terras, da apropriação fundiária especulativa e ainda tendo 
em vista a legislação que instituiu direitos trabalhistas para os antigos colonos, levando fazendeiros a 
preferir “expulsá-los” — por falta de condições econômicas — do que obedecer às normas legais. 
Em outros termos, o crescimento demográfico em Goiás caracterizou-se por um processo de intensa 
urbanização e ostentou acelerada redução do contingente rural. Os maiores adensamentos estiveram no 
Centro-Sul do estado em função, principalmente, das influências de Goiânia-Anápolis, no entorno do 
Distrito Federal e, em menor monta, na zona do Sudoeste goiano. 
Durante o século XIX, o território goiano esteve ligado ao Sudeste brasileiro por uma relação de 
subordinação econômica baseada na agricultura de subsistência, e na pecuária tradicional. A construção 
da estrada de ferro contribuiu com o processo de industrialização. 
A ferrovia, através da Viação Férrea Centro-Oeste, foi o primeiro meio de transporte e comunicação 
modernos. 
A ferrovia fez surgir cidades goianas como Cumari, Anhanguera, Urutaí, Goiandira, Pires do Rio, 
Vianópolis, Senador Canedo, e reativou outras cidades como Ipameri, Catalão, Silvânia, Orizona, 
Leopoldo de Bulhões, além de destacar o papel da cidade de Anápolis como centro polarizador de todo 
o sul-sudeste de Goiás. 
Evidentemente, essa explosão urbana exigiu diversificação das atividades econômicas para 
acomodação e sustento dos fluxos migratórios. O grau de urbanização refletiu na composição de renda 
interna do Estado de Goiás, com participação indústria, e setor de serviços que se sustentou em virtude 
da acelerada urbanização regional. Outro fator que explicita isso é a estrutura de ocupação e emprego 
da população conforme Tabela 1: 
 
 
 
Houve alteração gradativa em função do setor agrícola em favor do setor industrial e de serviços. Os 
programas, Fomentar nos anos 1980 e 90, e o Produzir, de 2000, possibilitando novos investimentos, e 
os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), financiando projetos, fizeram cidades se 
transformaram em polos econômicos, como Catalão, Itumbiara, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Rio 
Verde e Jataí. 
Diante disso, cabe ressaltar, Goiás e suas cinco mesorregiões (Noroeste Goiano, Norte Goiano, Leste 
Goiano, Centro Goiano e Sul Goiano) que são um conjunto de microrregiões, contíguas e contidas na 
mesma unidade da federação, sendo elas: São Miguel do Araguaia, Rio Vermelho, Aragarças, Porangatu, 
Chapada dos Veadeiros, Ceres, Anápolis, Iporá, Anicuns, Goiânia, Vão do Paranã, Entorno de Brasília, 
Sudoeste de Goiás, Vale do Rio dos Bois, Meia ponte, Pires do Rio e Catalão (IBGE, 2010). 
Esse histórico de decréscimo populacional, evidencia por meio de dados secundários o êxodo rural as 
mesorregiões do estado: 
 
 
 
Em 2010, de acordo com dados do IBGE3, a população de Goiás era composta por 6.003.788 
habitantes, sendo a densidade demográfica de 17,65 (hab./km²). 
Já em 2021, a população estimada evoluiu para 7.206.589 habitantes. 
 
O povoamento do estado de Goiás intensificou-se em decorrência de uma série de políticas públicas 
para a ocupação e desenvolvimento econômico da porção oeste do território brasileiro, a chamada 
Marcha para o Oeste. Houve a expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura 
no estado, além da construção da nova capital, Goiânia, e da capital Federal, Brasília. Fatos estes que 
desencadearam grandes fluxos migratórios para Goiás. 
 
3 https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/panorama 
3 A população goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade 
demográfica 
 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
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De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população de Goiás é formada por imigrantes, ou 
seja, pessoas oriundas de outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas políticas públicas 
para ocupação da porção oeste do território brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950. 
 
Povo Goiano4 
Povos do passado e do presente se reuniram na formação do gentílico goiano. Seguindo a tendência 
do resto do país, na mistura de povos indígenas, africanos e europeus, mais tarde dos imigrantes e 
migrantes vindos de todas as partes do globo, Goiás reinventou a cada dia sua identidade. É um povo 
misturado, com fortes traços do sertanejo original e que contribuíram, cada qual a seu modo, na 
caracterização desse povo goiano. 
 
Goianos e Goianienses 
A composição inicial da população de Goiás se deu por meio da convivência nem tão pacífica entre os 
índios que ali residiam e as levas de paulistas e portugueses que vinham em busca das riquezas minerais. 
Estes por sua vez, trouxeram negros africanos à tira colo para o trabalho escravista, moldando a 
costumeira tríade da miscigenação brasileira entre índios, negros e brancos, e todas as suas derivações. 
Entretanto, a formação do caráter goiano vai além dessa visão simplista e adquiriu características 
especiais à medida que o espaço físico do Estado passou a ser ocupado. 
Até o início do século XIX, a maioria da população em Goiás era composta por negros. Os índios que 
habitavam o Estado ou foram dizimados pelo ímpeto colonizador ou migraram para aldeamentos oficiais. 
Segundo o recenseamento de 1804, o primeiro oficial, 85,9% dos goianos eram “pardos e pretos” e este 
perfil continuou constante até a introdução das atividades agropecuárias na agenda econômica do 
Estado. 
Havia no imaginário popular da época a ideia de sertão presente na constituição física do Estado. O 
termo, no entanto, remeteria a duas possibilidades distintas de significação: assim como na África, 
representava o vazio, isolado e atrasado, mas que por outro lado se apresentava como desafio a ser 
conquistado pela ocupação territorial. 
Essa ocupação viria acompanhada predominantemente pela domesticação do sertão segundo um 
modelo de trabalho familiar, cujo personagem principal, o sertanejo, assumiu para si a responsabilidade 
da construção do país, da ocupação das fronteiras e, por seguinte, da Marcha para o Oeste 
impulsionadora do desenvolvimento brasileiro. 
Registros da época dão conta de processos migratórios ao longo do século XIX e metade do século 
XX, com correntes migratórias de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará, resultando em uma ampla 
mestiçagem na caracterização do personagem sertanejo. 
O sertanejo, aí, habitante do vazio e isolado sertão, tinha uma vida social singela e pobre de 
acontecimentos. O calendário litúrgico e a chegada de tropas e boiadas traziam as únicas novidades 
pelas bocas de cristãos e mascates. Nessa época, a significação da vida estava diretamente ligada ao 
campo e dele resultaram, segundo as atividades registradas nos arraias, o militar, o jagunço, o funcionário 
público, o comerciante e o garimpeiro. 
Ao longo do século XX, novas levas migratórias, dessa vez do sul e de estrangeiros começam a serregistradas no território goiano, de modo que no Censo do ano 2000, os cinco milhões de habitantes se 
declararam como 50,7% de brancos, 43,4% de pardos, 4,5% de negros e 0,24% de outras etnias. 
 
Goianos e muitas goianas 
Em termos de gênero, a população feminina sai na frente – em uma proporção de 98 homens para 
cada 100 mulheres. Reflexo também sentido na capital, Goiânia, com uma diferença de aproximadamente 
60.287 pessoas. 
 
 
 
Política de Inovação5 
De acordo com o Governo do Estado de Goiás, a economia goiana está passando por uma fase de 
modernização e diversificação que busca maior inserção tanto no mercado nacional como internacional. 
 
4 Governo do Estado de Goiás. Disponível em: http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/povo-goiano/. 
5 Governo do Estado de Goiás. Disponível em: http://www.goias.gov.br/paginas/invista-em-goias/politica-de-inovacao. 
4 Economia goiana: industrialização e infraestrutura de transportes e 
comunicação 
 
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9 
 
A cadeia produtiva da agropecuária continua com grande relevância para a economia do Estado e para 
se manter em patamares competitivos em âmbito internacional é imprescindível que se mantenha 
atualizada com técnicas inovadoras de produção, utilizando de mão de obra qualificada e das mais 
avançadas tecnologias disponíveis. 
Para além da agropecuária, a economia goiana vem buscando se industrializar mais a cada dia. Outro 
setor de extrema importância, e que possui maior participação no PIB estadual, é o de serviços. O setor 
de serviços, em especial com as novas tecnologias da informação também necessita se manter atualizado 
no que se refere aos avanços tecnológicos. 
Devido a estes aspectos e à busca constante de modernização da economia goiana, calcula-se que 
os investimentos em ciência, tecnologia e inovação serão essenciais para o desenvolvimento do Estado 
de Goiás nos próximos anos. 
Neste sentido, várias iniciativas foram feitas no âmbito da antiga Secretaria de Ciência e tecnologia 
(Sectec). Dentre estas iniciativas está o Sistema Goiano de Inovação (SIGO). Este sistema tem por 
objetivo incentivar processos de inovação em Goiás integrando instituições, empresas e pesquisadores 
de ciência, tecnologia e inovação. 
O SIGO sistematiza informações das áreas de inovação e promove programas estruturantes como a 
Rede Goiana de Extensão Tecnológica (Regetec), o Programa Goiano de Parques Tecnológicos (PGTec) 
e a Rede Goiana de Arranjos Produtivos Locais (RG-APL). 
A Regetec integra o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Esta rede presta assistência técnica 
especializada a micro, pequenas e médias empresas nas áreas de calçados, móveis e confecções. Esta 
assistência técnica consiste em subsidiar empreendedores e trabalhadores dos referidos ramos de 
atividade com informações técnicas, serviços e comendações visando a melhora na produtividade e o 
aumento da competitividade das empresas goianas. Até o ano de 2014, 130 empresas já haviam se 
beneficiado do programa. 
A Rede Goiana de Arranjos Produtivos Locais (APLs) é um importante instrumento não apenas de 
inovação produtiva como também de desenvolvimento regional. Já foram investidos R$20 milhões pela 
antiga Sectec em APLs nas regiões Norte, Noroeste, Entorno do Distrito Federal, Centro Goiano, Oeste 
Goiano, Metropolitana de Goiânia, Sudoeste, Sudeste e Sul de Goiás. 
Além de estarem distribuídos por todo o território goiano, os APLs estão presentes em diversos ramos 
de atividade econômica, como a produção de cachaça, laticínios, banana, mel, confecção, tecnologia da 
informação, açafrão, carne, orgânico e cerâmica. Além disso, também foram montados laboratórios para 
a capacitação profissional para atuarem nessas áreas. 
O APL da confecção em Goiás é grande exemplo de sucesso no desenvolvimento e modernização de 
micro e pequenas empresas que atuam no setor. Foram instalados laboratórios nos municípios de 
Jaraguá, Catalão, Pontalina, Itapuranga e Itaguaru. Além destes laboratórios foram adquiridas e já estão 
em funcionamento seis máquinas de corte que transformaram uma produção manual em automatizada 
que promoveu ganhos significativos de produtividade. 
Uma unidade de produção que possuía capacidade de produção de cinco mil cortes por dia passou a 
realizar 20 mil cortes no mesmo período. O desenvolvimento dos APLs conta com parceria junto ao 
Pronatec do governo federal para a capacitação de trabalhadores para o manuseio das novas máquinas 
e maior adaptação às modernas formas de produção. 
Importante iniciativa do governo estadual na área de Ciência, Tecnologia e Inovação foi a criação da 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). A Fapeg subdivide-se em cinco áreas 
de fomento à pesquisa e inovação. Fapeg Áreas Estratégicas, Fapeg Inova, Fapeg Universal, Fapeg 
Difusão de Ciência, tecnologia e Inovação e a Fapeg Infra. 
A dinamização da economia goiana passa pela melhora em outro gargalo verificado em nosso Estado, 
a qualificação da mão de obra. Além dos programas citados que promovem a qualificação da mão de 
obra no Estado o Governo de Goiás criou o Bolsa Futuro, que concede bolsas de estudo para pessoas 
de baixa renda realizarem cursos de qualificação profissional. 
O programa atendia alunos de 16 anos ou mais, que tenham estudado pelo menos até a quinta série 
do ensino fundamental, com cursos na modalidade à distância e integram a rede de educação técnica no 
Estado. Os cursos são gratuitos e os alunos que comprovem baixa renda recebem incentivo financeiro 
de R$75,00 por mês durante a vigência do curso, segundo algumas exigências. Ou seja, além da 
qualificação profissional, o programa tem um viés de transferência de renda importante para a população 
de baixa renda do Estado. 
O Bolsa Futuro possui alcance em todas as regiões do Estado, em especial as de renda mais baixa. 
Desta forma, o programa também procura colaborar com o desenvolvimento regional e, assim, diminuir 
um dos grandes problemas do estado que é a desigualdade de desenvolvimento regional. 
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Um dos problemas enfrentados na realização do programa é o acesso à internet pelos alunos. Por ser 
um público de baixa renda, a maioria dos alunos depende de centros de acesso à internet que nem 
sempre estão em fácil acesso. Assim, é desejável para os próximos quatro anos, além de continuar com 
a qualificação e melhora dos cursos ofertados, ampliar a rede de telecentros que servem de suporte para 
os alunos beneficiários do programa. 
O desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no Estado depende não apenas de ações 
governamentais como também de investimentos privados na área. Para tanto, o governo do Estado tenta 
estimular os investimentos privados. Uma dessas tentativas ocorre por meio dos incentivos fiscais de 
programas como o Fomentar e o Produzir. Empresas que se beneficiam da renúncia fiscal do Estado 
deveria utilizar parte desse recurso em pesquisa e desenvolvimento (P&D). No entanto, estudo realizado 
pelo IMB revela que os investimentos em P&D, pelas empresas que participam dos programas, atingem 
apenas 2% do total de investimentos. Isto revela a necessidade de melhor ajuste dos programas de 
incentivos fiscais para que ocorram maiores investimentos que levem à geração de tecnologia e ao 
aumento da produtividade das empresas instaladas em Goiás. 
Importante instituição vinculada à antiga Secretaria de Ciência e tecnologia é a Universidade Estadual 
de Goiás (UEG). Criada em 1999, a UEG possui, desde seu princípio, a missão de produzir e socializar 
o conhecimento científico, desenvolver a cultura e a formação profissional, além de promover o 
desenvolvimento regional no Estado de Goiás. A UEG atingiu seu auge no número de matrículas no ano 
de 2003, quando alcançou a marca de 38.517 matrículas em cursos de bacharelado, licenciatura, 
tecnólogo e sequencial,nas modalidades presenciais e à distância. No ano de 2013 apenas 18.093 
matrículas foram realizadas pela instituição. 
As unidades acadêmicas que compõem a Universidade Estadual de Goiás estão presentes em 39 
municípios goianos distribuídos em todas as regiões de planejamento do Estado. As unidades 
acadêmicas oferecem cursos voltados para as potencialidades regionais com o intuito de subsidiar o 
desenvolvimento econômico de todas as regiões do Estado. 
Ademais do ensino, outros dois pilares de atuação da UEG é a pesquisa e a extensão. A extensão 
busca uma proximidade maior entre a comunidade acadêmica e a sociedade civil levando benefícios 
sociais para as comunidades. A pesquisa busca o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em 
áreas prioritárias das regiões em que estão inseridas. 
O ensino superior público e gratuito foi um dos mais importantes instrumentos de desenvolvimento e 
inovação econômica do Brasil desde meados do século XX. Da mesma forma, a UEG é essencial para o 
desenvolvimento econômico de Goiás. Assim sendo, é necessário que se aumente os investimentos na 
universidade, na pesquisa, amplie o número de vagas e proporcione maior integração entre a comunidade 
acadêmica e a sociedade em geral. 
Por último, outra área extremamente relevante na área de ciência e tecnologia de Goiás são os 
sistemas de hidrologia e meteorologia do Estado. Estes sistemas têm importância tanto para colaborar 
com atividades econômicas, em especial as ligadas à agricultura e pecuária, quanto em relação à 
segurança da população ante fenômenos da natureza. 
No período anterior foram instaladas 3 estações meteorológicas nos municípios de Aparecida de 
Goiânia, Anápolis e Pirenópolis. Uma quarta estação está em construção na cidade de Itumbiara. Estas 
estações integram a rede de alertas de fenômenos naturais extremos da sala de situação da Secretaria. 
Estes sistemas também colaboram com a coleta de dados hidrometeorológicos e possibilitam o 
desenvolvimento de projetos e parcerias relevantes para o Estado como a Previsão de Fenômenos 
Meteorológicos Extremos em conjunto com o FIMES, FEA, UEG e Corpo de Bombeiros/Defesa Civil. 
Outro projeto nesse sentido é o Projeto Previsão de Clima e Tempo (CLIMATE-GO) em parceria com 
a Embrapa Arroz e Feijão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Infraestrutura e Energia6 
 
Transportes 
A infraestrutura de transportes brasileira e, especialmente, a goiana é fundamental para o 
desenvolvimento econômico de Goiás, pois o Estado tem localização privilegiada no país. Essa 
localização central de Goiás no território brasileiro favorece o uso de diferentes modais - rodoviário, 
ferroviário, aeroviário, hidroviário e dutoviário - que interligam as demais regiões do país. Alguns 
apresentam vantagens e desvantagens em decorrência de fatores como segurança e eficiência no 
atendimento às demandas, custo do frete em relação ao valor da mercadoria, tipo e destino da 
mercadoria. 
Existe uma preferência, inclusive histórica, pelo transporte rodoviário, que deve ser repensada no 
contexto de um planejamento de longo prazo. O atraso no desenvolvimento de novos modais 
sobrecarrega as rodovias, encarecendo o custo de transporte, já que para grandes distâncias, esse não 
é o meio de menor custo operacional. Neste sentido, o investimento nesta e em outras alternativas é um 
desafio para o Estado. 
O Plano de Desenvolvimento do Sistema de Transporte do Estado de Goiás (PDTG) foi o primeiro 
planejamento estratégico intermodal de transportes, realizado em Goiás, e contou na sua elaboração com 
a participação das três instâncias governamentais e da sociedade civil. Teve como meta alinhar políticas 
e ações públicas necessárias para adequar o setor de transportes aos fluxos produtivos relevantes para 
o Estado e constituir parte do financiamento da malha rodoviária estadual. Portanto, para entender o atual 
contexto dos transportes em Goiás é interessante que se retome o PDTG e se entenda a estratégia 
logística nacional. 
 
Rodoviário 
Um dos estudos mais importantes sobre o transporte rodoviário é feito periodicamente pela 
Confederação Nacional do Transporte (CNT). Para Goiás, o estudo cobriu 5.384 km de rodovias em 2014. 
A frota goiana era de mais de 3,2 milhões de veículos para uma extensão de 11.155 km pavimentados, 
dos quais 3.466 km são federais e 7.629 km são estaduais. DO total, 87% são de pistas simples de mão 
dupla e apenas 13% de pista dupla. 
A condição geral das rodovias localizadas no Estado é de 7% em ótimo, 30% bom, 44% regular, 13% 
ruim e 6% péssimo. Sobre a classificação de alguns aspectos especificamente, a respeito da superfície 
do pavimento e pinturas das faixas centrais e laterais, quase metade está em ótimas condições, 
entretanto, a outra metade está desgastada ou em más condições, sendo esta uma das fragilidades do 
principal meio de escoamento da produção goiana. 81% dos quilômetros de rodovias em Goiás possuem 
placas de indicação, com 80% destas visíveis e 85% legíveis. 
 
 
 
Recentemente o Governo de Goiás anunciou pacote de obras de conclusão e construção de novas 
estradas, pontes, aeroportos, viadutos e duplicações. Este volume de obras significou o maior pacote de 
investimentos já feito na infraestrutura rodoviária e aeroportuária em Goiás, através do Programa 
 
6 Governo do Estado de Goiás. Disponível em: http://www.goias.gov.br/paginas/invista-em-goias/infraestrutura-e-energia. 
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Rodovida. O programa foi dividido em quatro eixos (Reconstrução, Urbano, Manutenção e Construção), 
sendo que para o modal rodoviário a prioridade foi atender trechos que apresentavam dificuldades nas 
condições de tráfego e propor o aumento da vida útil das rodovias em, no mínimo, 10 anos. 
Nos últimos anos, o governo federal vem duplicando algumas das principais rodovias que cortam o 
Estado. Assim, grande parte dos investimentos será realizada por meio de concessões, que atingiram o 
território goiano, na BR-153 GO/TO, trecho Anápolis (Entr. BR-060) – Entr. TO-080 (56 km de Palmas); 
e, na BR-050 GO/MG - Entr. BR-040 (Cristalina) – Div. SP/MG, passando por Catalão. 
Ressalta-se que o estudo da CNT mostra que as condições das rodovias com gestões concedidas 
são, em média, melhor que as de gestão pública. Logo, provavelmente, além da duplicação, as referidas 
rodovias terão uma melhora qualitativa que facilitará o tráfego, e consequentemente, o desenvolvimento 
econômico do Estado. 
 
Mobilidade Urbana 
A Constituição Federal rege que o sistema de transporte público urbano é gerido pelo governo 
municipal, enquanto o transporte metropolitano de passageiros é responsabilidade dos estados em 
conjunto com as cidades da região metropolitana, restringindo-se às linhas de ônibus urbanos e semi-
urbanos. Logo, a mobilidade urbana é um tema que diz respeito, especialmente, aos maiores centros 
urbanos do Estado, como a Região Metropolitana de Goiânia, Anápolis e o Entorno do DF, que tem grande 
ligação com o Distrito Federal. Este possui suas próprias políticas de mobilidade, mais articuladas aos 
governos municipais daquela região do que à esfera estadual goiana. 
Em Goiânia, chama atenção a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), projeto integrado ao 
sistema de transporte metropolitano. Os recursos, da ordem de bilhões, serão do Programa de Aceleração 
do Crescimento (PAC), do Governo do Estado de Goiás e da iniciativa privada. Outra obra importante a 
ser executada é o sistema BRT (Bus Rapid Transit) de Goiânia, chamado de Corredor Goiás Norte/Sul, 
que tinha previsão de início das operações para 2016. 
A concepção do sistema prevê a implantação de faixas exclusivas para o transporte coletivo e a 
substituição da frota atual por veículos de maior capacidade. Esses tipos de iniciativas são importantes 
para dar mais qualidade ao transporte públicoe reduzir o tempo médio de viagem, o que representa maior 
qualidade de vida para os goianos. Além disso, são exemplos para cidades de menor porte, que já 
começam a sofrer os problemas ligados ao trânsito das grandes cidades. 
Nessa linha, de acordo com o estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil do 
IBGE, Anápolis possui uma intensidade de deslocamento média alta com Goiânia, o que instiga uma 
maior atenção do poder público a respeito das políticas de transporte de passageiros entre as duas 
cidades. 
 
Ferroviário 
É sabido que um dos transportes terrestres com menor custo para longas distâncias é o ferroviário. 
Essa seria uma das melhores alternativas de escoamento da produção agrícola de grãos do Estado de 
Goiás. Dentre os benefícios das ferrovias estão os de reduzir os custos de comercialização no mercado 
interno, reduzir a emissão de poluentes, reduzir o número de acidentes em estradas, melhorar o 
desempenho econômico de toda a malha ferroviária e desafogar os outros modais, aumentar a 
competitividade dos produtos brasileiros no exterior e, melhorar a renda e a distribuição da riqueza 
nacional. 
Atualmente, Goiás conta com o recém construído ramal norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS). Esta teve 
sua construção iniciada por trechos, na década de 1980, a partir da ligação com a Estrada de Ferro 
Carajás. O traçado inicial previa a construção de 1.550 km, de Açailândia (MA) até Anápolis (GO), 
entretanto o trecho recém inaugurado faz parte do Tramo Central (855 km) e vai de Anápolis até Porto 
Nacional (TO). Atualmente existem investimentos em execução do Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC) no ramal sul da FNS. Este trecho vai de Ouro Verde de Goiás (GO) a Estrela d´Oeste 
(SP), correspondendo a 669km. 
Outra ferrovia importante com presença em Goiás é a Centro-Atlântica (FCA), originária da antiga Rede 
Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e voltada exclusivamente para a operação ferroviária de cargas com 
logística focada, principalmente, em granéis. 
Em Goiás, novos investimentos no modal ferroviário fazem parte do Programa de Concessões de 
Rodovias e Ferrovias, no qual a Valec comprará capacidade de transporte da ferrovia e oferecerá sua 
capacidade. O governo federal dividiu o programa em duas etapas que contemplam trecho entre Lucas 
do Rio Verde (MT) – Uruaçu (GO) da Ferrovia da Integração Centro-Oeste e faz parte do primeiro grupo. 
A conclusão e operação dessas ferrovias revelam uma série de oportunidades, mas, por outro lado, 
geram alguns desafios para o Estado. Entre eles, e talvez o mais importante, o de interligar as rodovias 
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aos terminais de cargas dessas ferrovias. Além disso, o aumento da competitividade dos produtos goianos 
pode agravar ainda mais a questão da demanda por transporte rodoviário, demandando do Governo do 
Estado investimento ainda maior em estradas. 
 
Aeroviário 
De acordo com Anuário de Transporte Aéreo 2012 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), 
existem em Goiás quatro aeroportos utilizados por voos domésticos regulares e não regulares: Goiânia, 
Rio Verde, Caldas Novas e Minaçu. 
Segundo estudo do IMB, existem 31 aeródromos públicos, 107 aeródromos privados e 17 heliportos. 
Está em execução um programa do Governo federal de expansão dos aeroportos regionais, além de um 
projeto do Governo estadual em execução, que contempla um aeroporto de cargas (e, possivelmente, 
passageiros) em Anápolis, que integra a Plataforma Logística Multimodal de Goiás. 
O Programa de Investimentos em Logística-Aeroportos, da Empresa de Planejamento e Logística 
(EPL) tem o objetivo de fortalecer e ampliar a aviação regional, com novos aeroportos, aumento do 
número de rotas operadas pelas empresas aéreas, melhoria da infraestrutura aeroportuária e ampliação 
da malha de aeroportos regionais. 
Este programa prevê a construção ou expansão de 10 aeroportos em Goiás (como demonstra o mapa 
acima), e conta com parceria, por meio de convênio, com Estados e municípios, o que garantiria o custeio 
e gestão desses aeroportos. 
Desse modo, a sobrecarga no transporte rodoviário reduziria, elevando a eficiência do transporte aéreo 
no Estado. Além de tudo, a localização estratégica de Goiás para esse tipo de transporte o coloca entre 
um dos principais Estados para receber novas rotas. Neste contexto, o Aeroporto de Goiânia, prestes a 
ser concluído, vai exigir a atenção do Governo do Estado no que se refere às obras urbanísticas em torno 
da área, assim como um plano de expansão, dada a recente elevação da demanda não acompanhada 
pela oferta de infraestrutura aeroviária. 
Por fim, ressalta-se a adequação da interligação dos diferentes tipos de transportes, que, neste 
sentido, foi criada a Plataforma Logística Multimodal de Goiás, baseada em sua localização estratégica, 
"Trevo do Brasil", situada entre Goiânia e Brasília, com fácil acesso rodoviário ao DAIA (Distrito 
Agroindustrial de Anápolis) e Porto Seco (Estação Aduaneira do Interior) pelas BR-153 e BR-060, além 
do ramal ferroviário com a Ferrovia Centro-Atlântica - cuja ligação com os trilhos da ferrovia Norte-Sul 
está na iminência de se efetivar - e do Aeroporto de Cargas de Anápolis. A Plataforma se oferece para 
ser o centro de serviços de logística integrado com as principais rotas logísticas do país, com acesso 
eficiente aos eixos de transporte rodoviário, ferroviário e aeroportuário, promovendo uma maior sinergia 
operacional entre as empresas do Estado. 
 
Hidroviário 
O território goiano é ocupado pelas maiores bacias hidrográficas do Brasil: a do Paraná, 
Tocantins/Araguaia e São Francisco. Entretanto, apenas nas duas primeiras há navegação com 
transporte de cargas viável economicamente. Em Goiás destacam-se como centros polarizadores os 
municípios de Luís Alves, no rio Araguaia, e São Simão, no Paranaíba-Tietê-Paraná. Estes chamam 
atenção pela sua potencialidade produtiva e disponibilidade de infraestrutura, que viabilizam o transporte 
da produção, principalmente agrícola e de minérios, atividades que o Estado tem se sobressaído no 
período recente. 
A pesquisa da CNT da Navegação Interior de 2013 levantou os principais problemas das hidrovias 
brasileiras. No caso goiano, os portos foram identificados com problemas sem gravidade nos quesitos 
eficiência, carência de terminais, berços e retroáreas. 
No que se refere aos canais de navegação, as profundidades observadas durante as cheias foram 
consideradas ideais. Porém, na seca, as profundidades médias observadas nos terminais de Goiás são 
inferiores à profundidade informada como necessária para garantir a navegação segura, obrigando os 
armadores a operarem com embarcações carregadas abaixo da capacidade ou até não navegarem. 
Neste sentido, para garantir a profundidade necessária para comportar, o tráfego das embarcações (no 
canal de navegação ou na área dos berços) é fundamental a realização de operações de dragagem. 
Neste quesito, Goiás teve 50% das avaliações negativas, portanto, necessitando de especial atenção do 
poder público. Por fim, a pesquisa mostra que o tempo de espera para atracação é razoável. 
 
Dutoviário 
O modal dutoviário em Goiás se refere ao duto que vai de Senador Canedo (GO) a Paulínia (SP) e de 
lá para o porto de São Sebastião, além dos projetos de duto paralelo ao anterior e do ramal que partirá 
de Jataí (GO), passando por Itumbiara (GO) com o mesmo destino. 
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O projeto é de um grupo de empresas e se estende por 1,3 mil km ligando algumas das principais 
regiões produtoras do Estado com o principal centro consumidor do país. O alcoolduto prevê uma redução 
média de 50% dos custos de escoamento da produção goiana de etanol do sul do Estado, além de reduzir 
a emissão de poluentes, desafogar as rodovias e ser mais ágil no atendimento dos centros consumidores. 
 
 
 
Energia 
Em 2012a oferta interna de energia em Goiás foi de 12,32 milhões de tep - tonelada equivalente de 
petróleo - medida internacional para expressar as diferentes formas de energia em unidade padrão. Na 
matriz energética predominam as fontes não renováveis (52%), com destaque para o óleo diesel, que 
representa 18,4% da matriz, além do gás natural veicular, com 8,9% de participação. 
As fontes renováveis possuem menor participação, com 48%, sendo destaque os produtos da cana-
de-açúcar com 38,1%, seguido da energia hidráulica/eletricidade com 7,8%. Dessa forma, a proporção 
de fontes renováveis na matriz energética goiana é considerada alta, superior à média nacional (42,4%) 
e à média mundial (13,2%). O setor de Transporte é o maior consumidor na matriz energética de Goiás: 
46,6% do total. O setor industrial em seguida tem participação de 19,9% e o setor energético 19,7%. No 
entanto, o setor comercial foi o que mais cresceu no consumo de energia, um aumento de 17,7% em 
relação ao ano de 2011, indicando o crescimento do setor no Estado. 
No geral, a oferta interna de energia e o consumo final de energia tiveram acréscimos de 13,6% e de 
8,41%, respectivamente. Como resultado, a autossuficiência de energia saltou de 77,36 para 81,59 tep 
em 2012. Também teve crescimento o consumo de energia per capita em Goiás, passando de 1,51 
tep/hab em 2011 para 1,6 tep/hab em 2012 (aumento de 5,96%), superior à média nacional de 1,31 
tep/hab. 
O etanol se tornou destaque na balança comercial energética de Goiás, tendo nos últimos cinco anos 
apresentado crescimento de 302,5%, saltando de 1.525 tep em 2007 para 2.267 tep em 2012, o que 
reduziu significativamente a dependência externa. Goiás consumiu 954 mil m³ e exportou 2,18 milhões 
de m³ de etanol. 
Em se tratando de energia elétrica, em 2012, segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos 
Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos em seu Balanço Energético do Estado, Goiás 
é o 4º estado brasileiro em capacidade instalada de energia elétrica, com 8,6% da capacidade. 
O consumo interno foi de 11,73 mil GWh, que representam 28,9% da produção, portanto Goiás 
exportou para a rede nacional 21,5 mil GWh, ou seja 67,1% da produção. O parque gerador elétrico 
goiano destaca-se pela geração de eletricidade por meio de energia renovável. São 95 usinas em 
operação com capacidade instalada de 10.572 MW de potência. Desse total, 86,3% são gerados por 
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usinas hidrelétricas, 13,7% por usina térmica. Além das usinas em operação, há 22 outras em construção 
ou com outorga de concessão, cujo potencial soma 598 MW. 
 
 
 
Mesorregião Noroeste Goiano 
O noroeste goiano abarca 3 microrregiões, sendo elas: São Miguel do Araguaia, Aragarças e Rio 
Vermelho. 
Conforme o Gráfico 1, o ápice da população residente no campo na mesorregião noroeste ocorre no 
ano de 1970 com 113.817 pessoas residindo no meio rural. 
Após esse período observa-se um decréscimo populacional, caracterizando um fluxo migratório do 
campo para as zonas urbanas para 54.018 pessoas, em 2010, totalizando 53,5% de queda habitacional. 
Analisando as atividades econômicas existentes e observando as características da mesorregião, 
observa-se que em algumas cidades tinham atividades auríferas, remetendo ao período inicial da inserção 
populacional em Goiás. Outra atividade refere-se à pecuária, em que boa parte da mesorregião ainda 
carece de fomentos para transformar-se em terras férteis. 
 
 
 
Mesorregião Norte Goiano 
A mesorregião do Norte Goiano compreende as microrregiões de Porangatu e Chapada dos 
Veadeiros. 
Com base no Gráfico 2, o pico populacional foi no ano de 1970 com 133.118 pessoas residindo no 
campo. Em 2010 são 66.910, evidenciando 50% de decréscimo no número de pessoas dessa 
mesorregião. O pouco desenvolvimento e o processo histórico de ocupação justificam tal fato que é 
paralelo à ausência de infraestrutura e incentivos políticos para essa porção do estado. 
 
 
 
Vale ressaltar ainda que as mesorregiões norte e noroeste goiano apresentam um menor desempenho 
econômico, evidenciando uma menor modernização das atividades agropecuárias. 
5 As regiões goianas e as desigualdades regionais 
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Mesorregião Centro Goiano 
A Mesorregião Centro Goiano foi consolidada a partir da participação econômica do estado, remetendo 
a década de 30 que tinha como objetivo urbanizar o território goiano. 
O Centro Goiano foi alvo de transformações nas formas de produção, caracterizadas por buscar novas 
terras para a expansão da fronteira agrícola. 
As terras garantiam a produção por certo período de tempo, porém, com o desgaste do solo, os 
agricultores procuravam outras áreas para o cultivo. A forte necessidade da chegada da fronteira 
econômica induziu os agricultores a modernizarem-se, e isso modificou as formas de ocupação e de 
produção da terra. 
Esse processo de modernização impactou principalmente no campo. Destaca-se que o povoamento 
das microrregiões de Goiânia, Ceres e Anápolis, foi impulsionado pela construção das capitais Goiânia e 
Brasília, além dos vínculos com São Paulo que teve uma influência direta com a modernização da 
agricultura. 
Devido às inovações químicas do uso de calcário e dos fertilizantes, essa mesorregião tornou-se 
importante no mercado de exportação agrícola do estado, com a soja se tornando uma das principais 
matérias-primas. 
 
 
 
A Mesorregião Centro Goiano é composta pela Microrregião de Anápolis, Goiânia, Anicuns, Ceres e 
Iporá. Essa Mesorregião apresenta uma polarização do crescimento econômico goiano decorrente de um 
maior recebimento de investimentos públicos. 
Além de possuir localização estratégica e instalação de agroindústrias. Todos esses fatores contribuem 
para diversificação de ofertas de empregos, estudo e saúde de melhor qualidade. Observa-se no Gráfico 
3 que a população residente na zona rural, no ano de 1960, correspondia a 498.269 pessoas, declinando 
em 2010 para 148.509, representando queda de 70%. 
Pode-se afirmar que existe maior concentração de pessoas que saíram da zona rural para as cidades 
nessa mesorregião, evidenciando fortemente uma grande perca populacional. 
 
Mesorregião Leste Goiano 
A Mesorregião Leste Goiano é composta pelas microrregiões: Entorno de Brasília e Vão do Paranã. 
Com base no Gráfico 4, em 1970, a população rural era de 159.498 pessoas. 
No ano de 2007, o decréscimo em evidência foi de 116.803, ou seja, 27%. Nessa mesorregião, um 
adendo deve ser feito para o ano de 2010, em que se observa um aumento populacional de residentes 
nas zonas rurais. 
O fato pode ser justificado, também, pela falta de atração dos centros urbanos, considerando as 
peculiaridades negativas da região do entorno de Brasília e nos evidentes projetos de assentamento 
agrário existentes. 
Na década de 1960, houve a criação de rodovias federais e de Brasília no governo de Juscelino 
Kubitschek. Aliado ao processo de modernização da agricultura, o estado, por meio de políticas de 
financiamento, foi agente ativo no apontamento das localidades produtivas. As migrações, como fruto do 
capitalismo, representam uma mudança na dinâmica espacial e na força de trabalho. 
 
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Mesorregião Sul Goiano 
A mesorregião Sul Goiano compreende as microrregiões do Vale do Rio dos Bois, Pires do Rio, Meia 
Ponte, Catalão e Quirinópolis. O êxodo rural intensificou-se devido ao processo de urbanização 
desordenado que atraiu para as cidades os mesmos problemas enfrentados pelos habitantes da zona 
rural, como a falta de educação, moradia e saneamento. 
Essa mesorregião recebeu grandes investimentos por parte de vários governos, como vias de créditos, 
incentivos fiscais que beneficiaram grandes grupos econômicos e construção deinfraestrutura. 
Conforme o Gráfico 5, verifica - se decréscimo populacional a partir da década de 80 devido ao 
deslocamento da população para as cidades. O pico populacional foi em 1970, com 426.932 pessoas na 
zona rural, e em 2007, uma redução para 160.934, ou seja, 62% evidenciando a segunda maior 
porcentagem de êxodo em Goiás. A modernização agrícola impulsionou o êxodo rural, e a consequente 
busca por melhores condições de vida nos meios urbanos. 
 
 
 
Essa mesorregião é caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura moderna, melhores solos e 
proximidade com os grandes centros do país que é base para explicação do deslocamento observado no 
Gráfico 5. 
As mesorregiões mais desenvolvidas são do Centro Goiano, onde está localizada a região 
metropolitana de Goiânia e a mesorregião Leste goiano, em que se encontram a microrregião entorno de 
Brasília e o próprio Distrito Federal. 
A mesorregião com maior média de êxodo rural foi a Centro Goiano, com 278.969 pessoas por década. 
Isso pode ser evidenciado pela busca de grandes polos econômicos existentes em sua proximidade. 
Os fluxos migratórios foram influenciados pela dinâmica econômica induzida pela presença do estado, 
que, em associação a grandes grupos privados e programas de colonização, ampliou as políticas voltadas 
para doação de lotes em áreas urbanas, ampliação da fronteira agrícola e programas assistenciais. 
 
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O Gráfico 6 demonstra as mesorregiões do estado e o êxodo rural de 1960 a 2010. As regiões Centro 
e Sul Goiano são as que mais apresentaram evidência de migração. 
A modernização e a evolução da agricultura goiana estão diretamente associadas ao desenvolvimento 
econômico, agrícola e rural do estado, e tal fato ressalta o desempenho dessas mesorregiões (Centro e 
Sul) que se inseriram no mercado internacional de produtos agrícolas, inserção essa comandada por 
grandes empresas agroindustriais. 
O processo de industrialização da agricultura, urbanização e migração campo/cidade e cidade/cidade, 
propiciaram a formação dos centros metropolitanos de Goiânia e Brasília. 
Tal fato pode ser evidenciado com os complexos industriais da soja no Sudoeste Goiano, com a 
industrialização de Catalão no Sudeste Goiano, Anápolis no Centro, e Aparecida de Goiânia na Região 
Metropolitana de Goiânia, bem como a evolução dos setores terciários em Goiânia e Anápolis. 
Relevante destacar a importância de regiões como Iporá, Ceres, Rio Verde, dentre outras, com seus 
aglomerados urbanos. Por outro lado, as tecnologias informacionais ligam cidades pequenas, médias, e 
grades polos ao mercado global, negociam seus produtos e serviços sem a intermediação das demais 
cidades. Isso possibilita o fortalecimento das dimensões econômicas, políticas, produtivas e culturais e a 
consolidação das tradições festivas de cidades como Goiás, Pirenópolis e Trindade. 
Em Goiás, o fluxo migratório é acelerado e concentrado, o que permite dizer que há cidades polos 
econômicos regionais. Porém, cabe relatar que a cada ano, essas cidades perdem habitantes para outros 
centros, ou seja, ele movimenta capital e pessoas que migram para as grandes regiões metropolitanas e 
intensificam o processo de desterritorialização e reterritorialização. 
Todo o processo de modernização agrícola de Goiás trouxe consequências perversas como êxodo 
rural, impactos ambientais, falência de pequenos fazendeiros e desemprego de trabalhadores rurais 
migrados para os grandes centros urbanos, concentração de renda e subordinação da agropecuária aos 
segmentos antes da porteira. 
A falta de empregos no campo e a baixa remuneração do trabalho nas áreas rurais são fatores 
responsáveis pelas migrações inter-regionais das áreas de mais antigos povoamentos para as de 
expansão da fronteira agrícola. 
Os programas de crédito agrícola, o fortalecimento da economia nacional e a ligeira melhoria na 
qualidade de vida no campo (energia elétrica, telefone, internet e educação) ajudaram a manter as 
famílias no campo. No entanto, a quantidade de pessoas no meio rural continua diminuindo. Tais 
melhorias se mostram longe do ideal, e os impactos na vida dos produtores rurais permanecem. 
Assim, nas décadas de 1940 e 1950, o estado tornou-se foco da migração do processo de marcha 
para o oeste. A implantação de indústrias, aberturas de estradas, projetos de colonização e o 
desenvolvimento regional são alguns dos fatores que influenciam a distribuição populacional em Goiás. 
A transição entre o rural e o urbano foi marcada pela construção de Goiânia, com a marcha para o oeste, 
e pela modernização da agricultura. 
A economia do território Goiano nos anos de 1960 e 1970 era basicamente sustentada por dinâmicas 
agropecuárias, como a pecuária extensiva e a agricultura camponesa. A cidade não cumpria o seu papel 
substancial e nem remetia grande significância econômica, como apresentava o meio rural. A partir da 
década de 70, Goiás enfrentava uma frente migratória impulsionada pela modernização da agricultura 
que culminou na superpopulação dos centros urbanos. 
A mecanização e os investimentos de infraestrutura levaram Goiás a participar do apogeu econômico 
no período estudado. Em contrapartida, o homem do campo se viu obrigado a sair do meio rural pela 
inserção do processo modernizante. 
As composições agrárias foram se dissolvendo e levaram os camponeses a buscar novos meios de 
sobrevivência na cidade. Ressaltando que a modernização não ocorreu de forma homogênea nas 
Apostila gerada especialmente para: Júlio César Albuquerque da Rocha 051.955.071-47
 
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mesorregiões, visto a disparidade de incentivos, as microrregiões Sul, Leste e Centro goiano foram as 
mais representativas no êxodo rural com suas formas de incentivos das fontes de financiamento, seus 
custeios na implantação das agroindústrias, as indústrias de base, e pela construção de Brasília. 
Goiás passou por um processo dinâmico e de transformação estrutural com grande influência dos 
modelos de planejamentos que foram implantados durante seu processo de modernização, constituindo 
múltiplos territórios de diversas dimensões sócio espaciais. 
É notório que o Êxodo rural provoca mudanças na sociedade. Em Goiás, suas consequências 
trouxeram problemas sociais que irão se perpetuar por muito tempo. 
As políticas governamentais devem estar atentas para o fortalecimento do campo em um sentido amplo 
e inclusivo, pois irá permitir a diminuição do inchaço das grandes cidades, garantirá a segurança alimentar 
da população e o fortalecimento da economia goiana. 
 
 
 
Cercado de histórias e culturas que aproveitaram das características naturais herdadas na 
consolidação do território, o Estado de Goiás se desenvolveu reunindo etnias e tradições diversas. Nesse 
ambiente dominado pelo Cerrado, apresentou a medida necessária para afirmar sua identidade 
reconhecida entre pequis e pamonhas, tropas e boiadas, indo até o agronegócio e a prestação de 
serviços. 
Aliado a antíteses complementares, apresentou a centelha formadora do desenvolvimento dentro do 
Centro-Oeste brasileiro, de forma moderna e atual, sem, por outro lado, perder as ligações com sua 
história e com seu solo do sertão. 
 
Aspectos Físicos7 
Centralizado no coração do território brasileiro, o Estado de Goiás apresenta vasta diversidade de 
paisagens e nuances que o tornam único. Em seu solo estão as bases do desenvolvimento, explicado 
em parte pela distribuição mineral, requisito do desenvolvimento extrativista, e mais além pela 
caracterização do principal bioma que o compõe, o Cerrado. O clima, nesse sentido é propício ao 
desenvolvimento, visto pela alternância entre quente e úmido ou frio e seco, e suas águas abrigam a 
centelha das principais bacias hidrográficas que alimentam a agricultura e propiciam o desenvolvimento 
econômico de boa parte do país. 
 
Clima 
O clima goiano é predominantemente tropical, com a divisão marcante

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