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Sistema Endócrino - Tireoide

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Lyzandra Linhares 
Embriologia da Tireoide: 
 A glândula tireoide começa a se formar a partir da 
proliferação/espessamento epitelial do assoalho da 
faringe primitiva, entre a primeira e segunda bolsa 
faríngea, no ponto indicado como forame cego. 
 
 A tireoide desce na frente do intestino faríngeo 
como um divertículo bilobulado e sólido, mas 
continua conectada a língua por um canal estreito 
chamado de ducto tireoglosso, o qual se degenera 
e desaparece logo depois. 
 A glândula desce ventralmente ao osso hiode e as 
cartilagens laríngeas, alcançando sua posição final 
– na frente da traqueia – por volta da sétima 
semana. Nesse período ela já adquiriu um pequeno 
istmo mediano e dois lobos laterais. 
 Caso haja um remanescente do ducto tireoglosso, 
vai haver a formação de um cisto na língua ou na 
porção anterior do pescoço, e se houver a 
perfuração da pele, há formação do seio do ducto 
tireoglosso, que se abre no plano mediano do 
pescoço. 
 
Anatomia e Histologia da Tireoide: 
 A tireoide é uma glândula ímpar, e possui uma 
coloração vermelha/marrom. Ela está localizada 
logo abaixo da laringe, na porção anteroinferior do 
pescoço, e possui um formato de borboleta, 
dividido em dois lobos (direito e esquerdo) por um 
istmo. Vale ressaltar que há um lobo acessório, 
chamado de lobo piramidal, o qual pode surgir de 
ambos os lados ou ate mesmo do istmo, em 
direção ao osso hioide. 
 A tireoide possui relação antero-lateral com os 
músculos esterno-hioideo e esterno-tireoide; já na 
parte superior da glândula, há relação com a 
poção inferior da laringe. Ademais, a tireoide se 
comunica posteriormente com o esôfago e com 
os nervos laríngeos que percorrem na interface 
entre a traqueia; e lateralmente com as artérias 
carótidas comuns esquerda e direita, e com o 
músculo esternocleidomastóideo; além de manter 
relação com as glândulas paratireoides apoiadas na 
face dorsal do parênquima tireoidiano. 
 
 Com relação a vascularização, a tireoide é irrigada 
por duas artérias principais, derivadas da artéria 
carótida: a artéria tireóidea superior, que se divide 
em ramo anterior e ramo posterior; e a artéria 
tireóidea inferior, que se divide em ramo superior 
e ramo inferior. 
 A glândula tireoide possui inervação 
parassimpática e simpática do sistema nervoso 
autônomo, sendo que a poção simpática deriva do 
gânglio cervical e chegam à glândula 
acompanhando os vasos sanguíneos, enquanto as 
 
 
parassimpáticas, derivadas do nervo vago, são 
ramificações dos nervos laríngeos. 
 Sua drenagem sanguínea é feita pelas veias 
tireóideas, que desembocam na veia jugular. 
Sendo que as veias tireóideas superior e média 
fazem a drenagem para a veia jugular interna, 
enquanto as veias tireóideas inferiores drenam 
para a veia braquiocefálica, formando o plexo 
venoso tireóideo. 
 
 A glândula tireoide é revestida por uma capsula de 
tecido conjuntivo frouxo e é composta por 
folículos tireoidianos, os quais consistem em 
pequenas esferas de paredes de epitélio simples 
cujas células são denominadas tireócitos. Ademais 
a cavidade dos folículos contém uma substância 
gelatinosa chamada coloide. Os limites entre os 
lóbulos estão preenchidos por tecido conjuntivo, 
fibras reticulares, capilares sanguíneos e vasos 
linfáticos. 
 Alguns folículos são grandes, cheios de coloide e 
revestidos por epitélio cúbico ou pavimentoso, e 
outros são menores, com epitélio colunar. De 
maneira geral, quando a altura média do epitélio de 
um número grande de folículos é baixa, a glândula 
é considerada hipoativa. Em contrapartida, o 
aumento acentuado na altura do epitélio folicular 
acompanhado por diminuição da quantidade de 
coloide e do diâmetro dos folículos costuma indicar 
hiperatividade da glândula. 
 O coloide é constituído principalmente por uma 
glicoproteína de alto peso molecular, denominada 
tireoglobulina, a qual contém os hormônios da 
tireoide (t3 e t4 armazenado no coloide). 
 Além disso, há as células parafoliculares ou célula 
C, as quais ficam localizada no epitélio folicular ou 
forma agrupamentos isolados entre os folículos 
tireoidianos, e estão relacionadas a produção de 
calcitonina/tirocalcitonina. 
 
Síntese dos Hormônios da Tireoide: 
 Os hormônios T3 e T4 são iodados, logo é 
necessário a ingestão desse sal para que ocorra a 
síntese desses hormônios, sendo que o principal 
alimento que contém iodo é o sal de cozinha. 
 Primeiramente ocorre a síntese de tireoglobulina, 
a qual é formada semelhante a outras proteínas, 
passando pelo retículo endoplasmático rugoso, 
pelo complexo de Golgi e saindo dessa última 
organela no interior de vesículas, indo em direção 
a porção apical da célula (parte virada para o 
coloide) e sendo liberada no lúmen do folículo. 
 Ademais, ocorre a captação de iodeto circulante, 
através de uma proteína presente na membrana 
basolateral das células foliculares que transporta 
dois íons simultaneamente em direções opostas 
(cotransportador de sódio/iodo: NIS), fazendo com 
que a concentração de iodo celular seja maior que 
a do plasma. 
 Após essa captação do íon, esse iodeto intracelular 
é oxidado pela peroxidase da tireoide 
 
 
(tireoperoxidase) na membrana apical da célula. Em 
seguida o iodo é transportado para cavidade do 
folículo por uma molécula chamada pendrina (PDS). 
 Por fim, O iodo oxidado é, então, incorporado aos 
resíduos tirosina (iodação/organificação) da 
molécula da tireoglobulina (TG), sendo que quando 
uma molécula de iodo é incorporada à tirosina, 
gera-se uma monoiodotirosina (MIT); quando dois 
iodos se incorporam, temos a di-iodotirosina (DIT). 
 
 Ainda ligadas à tireoglobulina, algumas das tirosinas 
(MIT e DIT) se acoplam e geram tironinas iodadas. 
O acoplamento de MIT com DIT leva à formação 
de dois tipos de tironinas: a tri-iodotironina (ou T3) 
e a tri-iodotironina reversa (ou T3 reversa ou rT3), 
que diferem quanto à posição de iodação. Já o 
acoplamento de duas DIT resulta na geração de 
tiroxina (T4, ou tetraiodotironina). Vale ressaltar 
que o acoplamento de duas MITs gera T2 (di-
iodotironina), que, de modo semelhante à rT3, não 
apresenta efeito biológico significativo sob o ponto 
de vista de ação genômica. 
Secreção dos Hormônios da Tireoide: 
 Para que os hormônios da tireoide cheguem à 
circulação sanguínea, eles devem ser removidos 
da tireoglobulina, presente no coloide do lúmen 
intrafolicular, e secretados para a corrente 
sanguínea. 
 A movimentação das microvilosidades presentes 
na membrana apical da célula folicular faz com que 
suas extremidades apicais se fundem, e o 
resultado é a formação de vesículas contendo 
coloide/tireoglobulina (endocitose de coloide), que 
se incorporam ao citoplasma da célula folicular 
tireoidiana. 
 Em seguida, lisossomos se fundem às vesículas 
contendo coloide, formando o fagolisossomo e 
liberando suas enzimas proteolíticas, que 
provocam hidrólise da molécula de TG, com 
subsequente liberação de T3, T4, rT3, T2, MITs 
e DITs. A maior parte das MITs e DITs geradas 
sofre ação de desiodases tireoidianas, que 
removem iodo desses compostos, e as tirosinas e 
os iodos liberados, na sua grande maioria, são 
reutilizados pela glândula. 
 Por fim, a secreção de T3 e T4 ocorre por 
difusão facilitada, através de transportadores de 
HT (megalina), presentes na membrana basal dos 
tirócitos, e caem na corrente sanguínea. 
 Cerca de 75% da produção hormonal tireoidiana 
corresponde a T4, e os 25% restantes 
representam T3. No entanto, como veremos 
adiante, grande parte da T4 circulante sofre 
desiodação em tecidos periféricos, gerando T3, 
que passa para a circulação, fato importante para 
manutenção da concentração desse hormônio no 
sangue. 
 
Fisiologia: 
 
 
 A partir do momento que os hormônios 
tireoidianos chegam na corrente sanguínea, eles 
são transportados por proteínas,devido a sua 
baixa hidrossolubilidade, logo esses hormônios 
possuem uma meia vida longa 
 A principal proteína que transporta o T3 e o T4 
é a globulina transportadora de tiroxina (TGB), e 
outra parte é transportada pela pré-albumina 
transportadora de hormônios tireoidianos (TBPA) 
ou transtirretina (TTR) e pela albumina. 
 A TBG e a TTR apresentam maior afinidade à T4 
que à T3, de modo que há mais T3 do que T4 
circulando na forma livre. Já a albumina se liga 
tanto à T4 quanto à T3, bem como a outros 
hormônios, como os glicocorticoides e os 
esteroides sexuais. 
 À medida que os HTs vão sendo carreados na 
circulação, eles se dissociam e se associam 
novamente às proteínas transportadoras 
plasmáticas, o que permite que sejam 
transportados a grandes distâncias. 
 A passagem do HT do meio extra para o 
intracelular pela membrana plasmática era atribuída 
a um processo de difusão passiva, por causa de o 
HT ser lipofílico (e, portanto, solúvel na membrana 
lipoproteica). No entanto, recentemente, vários 
transportadores de membrana que realizam a 
captação de HT nos diferentes tecidos do 
organismo foram identificados e agrupados em 
duas categorias: (1) transportadores de ânions 
orgânicos e (2) transportadores de aminoácidos. 
 Logo, as MCT8 (transportadores de 
monocarboxilatos) e os peptídeos transportadores 
de ânions orgânicos (AOTPs), são as principais vias 
de acesso de T3 e T4, respectivamente, às suas 
células-alvo. 
 O hormônio tireoidiano intracelular predominante é 
o T3, pois tem maior facilidade em se ligar ao 
receptor nuclear do que o T4, logo entende-se 
que o T3 é o hormônio metabólico mais ativo. 
 Com isso, o T4 vai sofrer uma desiodação por 
meio de enzimas conhecidas como desiodases, 
que são classificadas como D1, D2 e D3. 
 Vale ressaltar que fígado, rins, músculos 
esqueléticos e os leucócitos são tecidos que a 
desiodadse do tipo D1 é predominante, que é 
responsável pelo T3 circulante. Por sua vez, 
hipófise, SNC, placenta, tecido adiposo marrom, 
apresentam expressão elevada de D2, que geram 
T3 e é preferencialmente utilizada no próprio 
tecido. Ademais, o D3 converte T4 a rT3 e T3 a 
T2, sendo responsável, portanto, pela inativação 
biológica dos HTs. 
 
 Após a entrada do HT na célula, a maioria dos 
efeitos do HT vai ocorrer pela via de interação 
com os receptores nucleares regulando a 
transcrição de genes-alvo, mecanismo conhecido 
como ação genômica (ou nuclear). 
 A ação genômica do HT promove modificação da 
transcrição de genes na célula-alvo. O HT entra na 
célula e a T3, liga-se ao receptor de HT. O 
receptor de HT é nuclear e se encontra ligado a 
regiões específicas do DNA do gene-alvo, 
denominadas regiões TRE. A este complexo, 
agregam-se diversas proteínas correguladoras que 
auxiliam na ativação ou na inativação da 
transcrição dos genes-alvo. 
Sistema Hipotálamo - Hipófise – Tireoide 
 A função hormonal da glândula tireoide é 
controlada pela adeno-hipofise, por meio da 
produção de TSH, o qual estimula a síntese e 
secreção dos hormônios tireoidianos, além de 
induzir a proliferação das células foliculares. 
 Já a síntese de TSH é controlada pelos hormônios 
hipotalâmicos TRH (hormônio liberador de TSH) e 
somatostatina (SS ou GHRIH), os quais atuam nos 
tireotrofos. Além desse fator, o TSH é regulado, 
por meio de feedback negativo, pelos HTs, os 
 
 
quais exercem efeitos diretos nos tireotrofos, 
reduzindo sua secreção, bem como sobre o 
hipotálamo, reduzindo a secreção de TRH e 
estimulando a de SS. 
 Logo, depreende-se que mesmo em 
concentrações fisiológicas, os HTs exercem efeito 
modulador inibitório sobre a secreção de TRH e 
TSH. O principal HT circulante que exerce o efeito 
de feedback negativo sobre esse sistema é a T4, 
que é desiodada a T3 no hipotálamo e na hipófise. 
 Sabe-se que a redução da ingestão de iodo leva 
à diminuição da síntese de HT, cujo resultado é a 
elevação da secreção de TRH e TSH. O TSH, por 
sua vez, ao interagir com seus receptores de 
membrana nas células foliculares, desencadeia 
sinais intracelulares que resultam em vários 
vatores: o aumento de fatores de crescimento 
(como IGF-I); aumento da síntese de TG e de 
enzimas envolvidas na biossíntese de HT, as quais, 
embora se apresentem com sua expratividade 
elevada, não são capazes de aumentar a síntese 
de HT em função da redução da iodemia; e 
aumento da atividade das microvilosidades e da 
atividade lisossomal, o que leva ao aumento da 
secreção tireoidiana. 
 
 A administração aguda de doses excessivas de 
iodo provoca inibição da atividade tireoidiana, 
fenômeno conhecido como efeito Wolff-Chaikoff, 
dado que o NIS e TPO é inibida/bloqueado e 
consequentemente a queda na síntese de T3 e 
T4. 
 De modo geral os HT atuam no metabolismo 
celular, no crescimento e no desenvolvimento do 
SNC. Eles estimulam a síntese e degradação de 
proteínas (anabolismo e catabolismo); estimulam a 
lipólise, aumentam o consumo de O2 (aumento da 
taxa metabólica basal); aumentam os transportes 
ativos; estimulam a produção de calor 
(vasodilatação); aumentam a força de contração 
do músculo do coração e entre outros. 
 
 Referências: 
Sadler, T. W. Langman Embriologia Médica. Rio de 
Janeiro: Grupo GEN, 2021. 
Aires, M.D. M. Fisiologia, 5ª edição. Rio de Janeiro: 
Grupo GEN, 2018. 
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica, 2ª edição. Rio 
de Janeiro: Grupo GEN, 2017. 
JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica - 
Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. 
Netter, F. H. Netter: Atlas de Anatomia Humana. Rio de 
Janeiro: Grupo GEN, 2018.

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