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Psicopatologia I - Funções Psíquicas Simples

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Funções Psíquicas
Distúrbios neuropsiquiátricos e neuropsicológicos
190- 252
A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES
● Consciência = cum (com) + scio (conhecer) Conhecimento compartilhado com
outro e consigo mesmo.
● Existem 3 de�nições diferentes:
1. A de�nição neuropsicológica (estado desperto, acordado, lúcido)
2. A de�nição psicológica (Soma total das experiências conscientes de um
indivíduo em determinado momento)
3. A de�nição ético-�losó�ca (é a consciência moral e ética, a capacidade de
tomar ciência dos deveres éticos e assumir responsabilidades, direitos e
deveres)
ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA
● O sono normal: 4 estágios
● O sonho
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA CONSCIÊNCIA
● Obnubilação: rebaixamento da CS em grau leve a moderado. Di�culdade de integrar informações sensoriais.
● Sopor: o sujeito só desperta com alguma dor, sonolência.
● Coma: grau mais profundo do rebaixamento do nível da CS.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA
● Estados crepusculares: patológico transitório, ex. atos violentos e episódio de descontrole emocional
● Estado segundo: também transitório, há uma atividade psicomotora estranha a personalidade
● Dissociação da CS: fragmentação ou a divisão do campo da CS.
● Transe: sonhar acordado e sensação de fusão com o universo
● Estado hipnótico: CS reduzida, semelhante ao transe, técnica de concentração da atenção e de alteração induzidas.
● EQM
A ATENÇÃO E SUA ALTERAÇÕES
● A atenção pode ser de�nida como a direção da CS, o estado de concentração sobre um objeto. A atenção é um
conjunto de processos psicológicos que nos tornam capazes de selecionar, �ltrar e organizar as informações.
Consciência e atenção estão estreitamente relacionados.
● Dois tipos de atenção:
1. Atenção voluntária: concentração ativa e intencional da CS sobre um objeto
2. Atenção espontânea: atenção suscitado pelo interesse momentâneo
A ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
● Hipoprosexia: perda básica da capacidade de se concentrar, fatigabilidade, lenti�cação
● Aprosexia: abolição da capacidade de atenção
● Hiperprosexia: consiste em um estado da atenção exacerbada
● Distração: super concentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos, com a inibição de tudo mais.
● Distraibilidade: é um estado patológico incapacidade de se deter em algo.
Atenção = Concentração?
Sim. Mas o termo concentração não é adequado pois trata de apenas um dos aspectos da atenção.
Atenção = Consciência?
Não. Os processos conscientes requerem atenção mas nem todo processo atencional é consciente.
(TESTE DE ATENÇÃO)
ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
● Capacidade de situar-se quanto a si mesmo (orientação autopsíquica) e quanto ao ambiente (orientação alopsíquica)
● Orientação alopsíquica = Espacial e temporal
Distinguem-se vários tipos de desorientação, de acordo com a alteração de base que a condiciona. É preciso lembrar que
geralmente a desorientação ocorre,em primeiro lugar, em relação ao tempo. Só após o agravamento do transtorno o
indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, por �m, quanto a si mesmo.
● Desorientação por redução do nível de consciência. Também denominada desorientação torporosa ou confusa, é
aquela na qual o indivíduo está desorientado por rebaixamento ou turvação da consciência. Tais turvação e
rebaixamento do nível de consciência produzem alteração da atenção, da concentração, da memória recente e do
trabalho e, consequentemente, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais. Isso impede que o
indivíduo aprenda a realidade de forma clara e precisa e integre, assim, a cronologia dos fatos. Portanto, nesse caso,
a alteração do nível de consciência é a causa da desorientação. Essa é a forma mais comum de desorientação.
● Desorientação por dé�cit de memória imediata e recente. Também denominada desorientação amnéstica. Aqui, o
indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua memória recente. Não conseguindo �xar as
informações, perde a noção do �uir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a �car desorientado temporo
espacialmente. A desorientação amnéstica é típica da síndrome de Korsako�. Já a desorientação demencial é muito
próxima à amnéstica. Ocorre não apenas por perda da memória de �xação, mas por dé�cit de reconhecimento
ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções cognitivas. Ocorre nos diversos quadros
demenciais (doença de Alzheimer, demências vasculares, etc.).
● Desorientação apática ou abúlica. Ocorre por apatia marcante e/ou desinteresse profundos. Aqui, o indivíduo
torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, comumente em quadro depressivo
grave. Por falta de motivação e interesse, o paciente, geralmente muito deprimido, não investe sua energia no
mundo, não se atém aos estímulos ambientais e, portanto, torna-se desorientado.
● Desorientação delirante. Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante, vivenciando
ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão “habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus
delírios. Nesses casos, pode-se, eventualmente, observar a chamada dupla orientação, na qual a orientação falsa,
delirante, coexiste com a correta. O paciente a�rma que está no inferno, cercado por demônios, mas também pode
reconhecer que está em uma enfermaria do hospital ou em um CAPS. Pode, ainda, ocorrer de o indivíduo dizer, em
um momento, que está na cadeia e que as enfermeiras são carcereiros, e a�rmar, logo em seguida, que são
enfermeiras do hospital (alternando sequencialmente os dois tipos de orientação).
● Desorientação por dé�cit intelectual. Ocorre em pessoas com de�ciência intelectual (DI) grave ou moderada
(eventualmente em DI leve). Nesse caso, a desorientação ocorre pela incapacidade ou di�culdade em compreender
aspectos complexos do ambiente e de reconhecer e interpretar as convenções sociais (horários, calendário, etc.) que
padronizam a orientação do indivíduo no mundo.
● Desorientação por dissociação, ou desorientação histérica. Ocorre em geral em quadros dissociativos graves,
normalmente acompanhada de alterações da identidade pessoal (fenômeno do desdobramento da personalidade) e de
alterações da consciência secundárias à dissociação associada ou não com personalidade histriônica (antigamente
chamada de “estado crepuscular histérico” e, na atualidade, de “quadros dissociativos”).
● Desorientação por desagregação. Ocorre em pacientes com psicose, geralmente com esquizofrenia, em estado
crônico e avançado da doença, quando o indivíduo, por desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua
atividade mental gravemente desorganizada, o que o impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e
quanto a si mesmo.
● Desorientação quanto à própria idade. É de�nida como uma discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e
aquela que o indivíduo diz ter. Tem sido descrita em alguns pacientes com esquizofrenia crônica e parece ser um �el
indicativo clínico de dé�cit cognitivo na esquizofrenia (Crow; Stevens, 1978).
Cabe lembrar que, em indivíduos com quadros de desorientação por lesão ou disfunção cerebral, o modo de recuperação do
paciente, quando há reversão e cura do quadro e a lesão ou disfunção não produz sequelas de�nitivas, é o seguinte:
1. inicialmente recupera a orientação quanto a si mesmo;
2. depois recupera a orientação espacial; e, por �m,
3. recupera a orientação temporal
Neuropsicologia da orientação temporal
A orientação temporal depende de uma adequada percepção
da passagem do tempo, do registro e da discriminação dos
intervalos temporais, assim como da capacidade de
apreender o tempo passado e antever o tempo futuro
(Damasceno,
1996).
A orientação temporal, a representação e o processamento
mental do tempo (timing) foram amplamente revistos por
Sundeep Teki (2016). Nessa área complexa de estudo, foram
constatados alguns dados relevantes, como:
Núcleos da base
● Marcador do tempo (timer) para intervalos temporais,
sobretudo mais longos.
● Núcleos da base e área motorasuplementar medeiam a
percepção de batidas rítmicas.
● O striatum é um marcador de tempo (timer), sendo
parte de um sistema amplo de temporalidade.
● Gânglios da base são fundamentais para a temporalidade
explícita (consciente), e áreas parietais e pré motoras,
para a temporalidade implícita
● Em tarefa de estimar o tempo, em ressonância
magnética funcional, o putame à direita foi
marcadamente ativado.
Cerebelo
● Marcador do tempo (timer), sobretudo para intervalos
temporais mais curtos e precisos.
● Estudos sugerem que o cerebelo pode funcionar como um
relógio interno.
● Representação explícita do tempo.
● Pacientes com lesão cerebelar podem produzir
movimentos rítmicos contínuos, mas não os
descontinuados.
● O cerebelo pode “aprender” respostas temporais
adaptativas.
● O cerebelo posterior fornece sinais sobre a
temporalidade para circuitos corticais de orientação
espacial.
Córtex pré-frontal
● O córtex pré-frontal dorsolateral modula tanto a
memória de trabalho como a temporalidade e está
envolvido na percepção do tempo.
● Os circuitos pré-frontais que incluem o núcleo caudado,
o núcleo talâmico dorsolateral e o giro cingulado
participam da percepção do tempo, da orientação
temporal, da síntese temporal e da noção de duração.
● Pacientes com lesões nas áreas pré-frontais têm suas
capacidades de perceber e avaliar intervalos de tempo,
tanto do passado como do futuro, comprometidas. Devido
ao dé�cit de síntese temporal, seu comportamento é
altamente suscetível de perturbação por interferência
de estímulos externos ou internos.
Sistemas motores
automáticos e
cognitivos frontais e
parietais
● Regulação e mensuração do tempo (timing
measurement).
● A escuta passiva de ritmos recruta regiões motoras do
cérebro
Circuitos
corticoestriatal
● Atenção dirigida à temporalidade.
● Esses circuitos são ativados na percepção de intervalos
de tempo. Circuitos fronto estriatais processam
intervalos de tempo.
Hipocampo
● Neurônios hipocampais especializados em temporalidade
codi�cam momentos sucessivos em uma sequência de
eventos.
● Também participam da temporalidade circuitos
hipocampais que incluem, além do hipocampo, os corpos
mamilares, os núcleos anteriores e mediais do tálamo e
os núcleos septais.
Ínsula
● A ínsula está intimamente envolvida na percepção do
próprio corpo, do self corporal, e a percepção do tempo
processada pela ínsula relaciona-se à mensuração
interna e subjetiva do tempo, marcada pelas
experiências do self corporal.
● Áreas posteriores da ínsula modulam grati�cações
atrasadas do sistema de recompensa, enquanto o
striatum codi�ca intervalos de tempo.
● Ínsula é um marcador de tempo (timer) central.
● O perculum é área-chave para mediar aspectos
atencionais da estimação do tempo.
Memorização
● Nível de consciência e estado geral do organismo: o indivíduo deve estar desperto, não muito cansado, calmo, em bom
estado geral, para que a memorização ocorra da melhor maneira possível.
● Atenção focal: diz respeito à capacidade de manutenção de atenção concentrada sobre o conteúdo novo a ser �xado.
Informações novas entram na memória de longo prazo principalmente quando se presta bastante atenção durante o
aprendizado.
● Organização e distribuição temporal: diz respeito a distribuir, no processo de aprendizado de novas informações, as
tentativas de aprendizado ao longo de um período de tempo mais longo e cadenciado; é melhor praticar “pouco e
sempre” do que tentar memorizar e aprender tudo apressadamente, em um único dia (p. ex., no dia antes da prova).
● Interesse e colorido emocional: relaciona-se às informações a serem �xadas, assim como ao empenho do indivíduo
em aprender (vontade e afetividade).
● Conhecimento anterior: elementos já conhecidos ajudam a adquirir elementos novos, principalmente quando se
articulam os novos conhecimentos a informações, classi�cações e esquemas cognitivos já bem assentados, formando
uma cadeia de elementos mnêmicos.
● Capacidade de compreensão do signi�cado da informação: buscar entender o signi�cado da informação ou
conhecimento que se está tentando aprender é de fundamental ajuda para a memorização. Se a informação não tem
um signi�cado particular (é algo aleatório), então é útil atribuir-lhe um signi�cado arbitrário.
● Estabelecimento de um contexto rico e elaborado: o contexto e as circunstâncias associadas à informação que se
quer memorizar têm papel central na e�cácia da memorização.
● Codi�cação da informação nova em mais de uma via: para o armazenamento mais e�caz de uma informação nova,
quanto maior for o número de canais sensoriais e dimensões cognitivas distintas, mais e�caz será a �xação. Por
exemplo, se a informação for uma palavra, deve-se buscar associar uma imagem visual; se for visual, deve-se buscar
associar uma palavra. Com isso, são criados mapas mentais, que colaboram para o armazenamento e�caz.

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