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TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO Módulo 2: Orixás Aula 1: Orixás Página 1 de 3 ORIXÁS Os Orixás são energias da natureza, são seres de altíssima vibração que já foram criados perfeitos ou, que já passaram por matéria, não só neste planeta, e que conseguiram chegar a um altíssimo nível de esclarecimento e purificação. Não são simplesmente espíritos como se diz, são energia pura, não possuem mais nenhuma energia ligada à matéria. São Deuses, pois agem sobre os elementos da natureza e em tudo que se existe. Existe uma grande polêmica no que diz respeito ao que os Orixás são realmente; pois muitos dizem que já foram feitos perfeitos, enquanto que outros dizem que já foram espíritos, e que, se aperfeiçoaram até tão elevado nível. Deve-se salientar aqui que, os Orixás, por serem energias superiores, não vivem na mesma dimensão que os demais espíritos, mesmo que estes espíritos sejam muito iluminados, pois os espíritos, mesmo iluminados, ainda possuem algumas impurezas da matéria, e os Orixás, são puros demais para coexistirem. Lembrando também, que o culto aos Orixás (Xirê), não deve ser feito junto com os demais espíritos. Simplificando mais ainda, os Orixás, são o princípio ativo do início da criação de tudo que existe, do próprio universo, pois estes, são o princípio ativo vital de tudo que existe em todo o universo, pois tudo foi criado por Eles, com a força de Olorum; são a própria essência da vida. Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorum (dentro da corrente Nagô) ou Zambi (dentro da corrente Bantu e das correntes sincréticas). A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais, são seus protegidos e uma parte das emanações do próprio Orixá, presentes no Orí (Cabeça) desses filhos. Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não são incorporados (não se incorpora o fogo de Xangô, os ventos de Iansã, as águas doces de Oxum ...). O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas, são os Falangeiros dos Orixás (ou também conhecidos como encantados); ou seja, Espíritos de grande força espiritual (de grande Luz, como alguns gostam de falar) que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá. TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO Módulo 2: Orixás Aula 1: Orixás Página 2 de 3 Os Falangeiros são os representantes dos Orixás, e, em muitos casos, a essência dos próprios Orixás manifestada nos médiuns, pois sua força é a emanação pura dos Orixás (ou como alguns dizem: são a vibração virginal dos Orixás). Sendo assim, eles podem incorporar nos médiuns, em seus cavalos, e mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá. Porém, são frágeis (o médium pode perder sua sintonia muito facilmente) e exigem muito dos médiuns, não podendo permanecer por muito tempo em Terra. COMIDAS DE SANTO Certo que os Orixás Comem o que os homens comem, porém, recebem a seus pés, nos terreiros onde os modos de preparar, ao lado dos saberes: Palavras de encantamento (fó), rezas (ádùrà), evocações (oriki) e cantigas (orin); ligadas a estórias sagradas (itans), são elementos essenciais e vitais para a transmissão do axé. São alimentos votivos preparados ritualmente e oferecidos aos orixás, aos quais necessitam de suas vibrações para a manutenção da própria força dinâmica. Algumas comidas são preparadas com a carne dos animais sacrificados ritualmente, outras como o peixe, camarão, verduras, legumes, farinhas, etc., muitas são bem temperadas, levando sal (menos de Oxalá), louro e etc., e algumas ainda levam mel. A grande maioria das comidas salgadas é feita no azeite de dendê, ou frita nele. As comidas não são oferecidas todas de uma vez, sendo feitas algumas em certas festas, outras depois. Nos templos de umbanda diferentemente do candomblé, as comidas são dadas aos guias incorporados, e eles mesmos consomem. Portanto são comidas feitas com condimentos que os médiuns estão acostumados a comer. Geralmente é dada em dias de festas ou acontecimento especial de cada templo. Dividir o alimento com os deuses é ter a insigne hora de comer com eles, garantindo, dessa forma, a presença dos Orixás em nossas vidas e da refeição em nossa mesa. Ao preparar as comidas de santo, deve-se observar os tabus de cada um deles. Por exemplo, o azeite de dendê nunca deve ser oferecido a Oxalá, o mel é proibido a Oxóssi, o carneiro não pode sequer entrar em uma casa consagrada a Iansã etc. Os filhos de santo devem observar todas as quizilas dos seus Orixás e, sendo parte do Orixá, também não podem consumi-las. O QUE É UMA OFERENDA? Chamamos oferendas aos rituais compostos de frutas, alimentos, carnes, bebidas, flores, louças e adereços que servem para oferecer aos Orixás, como uma súplica para se alcançar uma graça, bem como para homenagear e cultuar um Orixá, de forma a fortalecer o nosso vínculo com o mesmo. TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO Módulo 2: Orixás Aula 1: Orixás Página 3 de 3 Cada Orixá tem os seus respectivos alimentos, as suas flores, as suas cores, as suas bebidas e a sua forma particular de culto, orações e invocações. O primeiro Orixá cultuado também é o primeiro a comer, Exu ele come tudo que a nossa boca come, as oferendas dadas ele mais comumente são os padês a base de farinha de mandioca branca (paki), combinada com azeite de dendê ou mel de abelha, água, bebida alcoólica e acaçá vermelho feito com farinha de milho amarelo e enrolado em folha de bananeira. em algumas ocasiões também são utilizados pimenta, cebola, bife e moedas nas oferendas a este Orixá. CORRESPONDÊNCIA DOS ORIXÁS ORIXÁ INKISI BACURO LUNDA/KALUNDU VODUN (Ketu/Nagô) (Angola) (Omolocô) (Omolocô) (Jeje) Exu Pangira Aluvaiá Dundu Kianguim Bará Ogum Nkosi-Mukumbi Kangira Kianguim Uisu Togunsi Oxossi Kabila/Tawamin Madé Uisi Xangô Nzaze-Loango Jambangurim Kiaguim Kindelé Badé Adantorun Yansã Matamba Inhapopô Uisu Kukusuka Avejidá Oxum Kissimbé Kamba Lassinda Mulombe Aziri Yemanjá Mikaiá/Kaitumbá Dandalunda Anili Kindelé Nanã Zumbarandá Querequerê Numba Kindelé Omolu Kaivungo Burunguça Dandu Kindelé Azanssum Oxalá Lembá Lembá di Lê Kindele Olissá
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