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1 147 1. SUMÁRIO 1. Sumário ............................................................................................................. 1 2. Introdução ......................................................................................................... 4 3. Decadência e Prescrição .................................................................................... 5 3.1. Conceito ...................................................................................................................... 5 3.2. Introdução da Decadência e Prescrição no Custeio Previdenciário .......................... 6 3.3. Decadência no Custeio Previdenciário ....................................................................... 7 3.2.1. Regra Geral de Decadência ............................................................................................................... 8 3.2.1. Decadência no Lançamento por Homologação ............................................................................... 10 3.2.1. Decadência em Caso de Anulação de Lançamento por Vício Formal. ............................................. 15 3.2.1. Decadência na Regra de Antecipação de Contagem ...................................................................... 17 3.4. Prescrição no Custeio Previdenciário ....................................................................... 19 3.4.1. Prazo de Prescrição ......................................................................................................................... 19 3.4.2. Interrupção do Prazo Prescricional .................................................................................................. 21 3.4.3. Prescrição na Restituição e Compensação de Contribuições ........................................................... 22 3.5. Decadência em Matéria de Benefícios ..................................................................... 23 3.5.1. Regra Geral ..................................................................................................................................... 23 Ações Judiciais em Matéria Previdenciária Recurso das Decisões Administrativas. Justificação. Decadência e Prescrição. 2 147 3.5.2. Prazo para a Previdência Social anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os beneficiários ................................................................................................................................. 29 3.6. Prescrição em matéria de Benefícios ........................................................................ 31 3.6.1. Regra Geral ..................................................................................................................................... 31 3.6.2. Prescrição para ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho .................................. 33 4. Justificação ...................................................................................................... 42 4.1 . Conceito ................................................................................................................... 42 4.2. Justificação Administrativa (JA) ................................................................................ 43 4.3. Do Processamento da Justificação Administrativa (JA) ........................................... 53 4.4. Impossibilidade de Justificação ................................................................................ 56 5. Recurso das Decisões Administrativas .............................................................. 57 5.1 . Processo Relativo ao Custeio Previdenciário .......................................................... 57 5.1.1. Competência para Julgamento ....................................................................................................... 58 5.1.2. Do Julgamento em Primeira Instância ............................................................................................. 60 5.1.3. Recurso ao CARF ............................................................................................................................. 62 5.1.3.1. Recurso Voluntário ao CARF ......................................................................................................... 62 5.1.3.2. Recurso de Ofício ao CARF .......................................................................................................... 63 5.1.3.3. Recurso à Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF ................................................................ 64 5.2 . Processo Relativo aos Benefícios Previdenciários ................................................... 64 5.2.1. Instâncias Recursais ......................................................................................................................... 66 5.2.2. Efeito dos Recursos ......................................................................................................................... 69 5.2.3. Renúncia à Instância Administrativa ................................................................................................. 69 6. Ações Judiciais em Matéria Previdenciária ....................................................... 70 6.1 . Prévio Requerimento na Via Administrativa (INSS). ................................................ 70 6.2 . Competência das Ações Previdenciárias ................................................................. 72 3 147 6.2.1. Benefícios de Natureza Comum e Assistencial. ............................................................................... 72 6.2.2. Benefícios de Natureza Acidentária ................................................................................................. 73 6.3 . Competência dos Juizados Especiais Federais (JEF) .............................................. 75 6.4. Tutela Antecipada ..................................................................................................... 75 6.5. Coisa Julgada Previdenciária .................................................................................... 75 7. Resumo da Aula ............................................................................................... 79 8. Exercícios Comentados .................................................................................... 92 8.1 . Lista de Exercícios ............................................................................................... 129 9. Gabarito Geral ............................................................................................... 140 10. Questionário de Revisão .............................................................................. 141 10.1. Respostas Comentadas do Questionário de Revisão .......................................... 142 11. Considerações Finais da Aula ....................................................................... 147 4 147 2. INTRODUÇÃO Olá meus amigos e minhas amigas! Sejam todos muito bem-vindos a mais uma aula do nosso curso de Direito Previdenciário. Vamos continuar com nosso trabalho diário de preparação, sempre com muita disciplina, rotina e comprometimento, até o dia da sua aprovação. Em nossa aula de hoje estudaremos Decadência e Prescrição, Acumulação de Benefícios, Justificação e Recurso das Decisões Administrativas. São assuntos de grande importância para a nossa prova de Direito Previdenciário, razão pela qual aprofundei cada um dos temas, mantendo a objetividade e o costumeiro foco na retenção de conteúdo e preparação para enfrentar a prova, sem rodeios inúteis e sem perda de tempo. No estudo da Decadência e Prescrição, tenham muita atenção para memorizar quais são prazos são decadenciais e quais são prescricionais. Ademais, percebam que dividimos o estudo da decadência e prescrição em área de custeio e área de benefícios, pois as regras aplicáveis, bem como os respectivosprazos, são diferentes. Sobre acumulação de benefícios, procurei cobrir da forma mais abrangente e detalhada possível o assunto, para que não exista questão perdida na prova. Ao final deste assunto, montei uma tabela para facilitar a memorização. No assunto de Justificação Administrativa, vamos conhecer todas as regras e fazer inúmeros exercícios, para que consigamos consolidar o conteúdo e fechar qualquer prova que cobre este assunto. Por fim, trataremos dos Recurso das Decisões Administrativas. Neste tópico, também fiz a divisão entre as regras aplicáveis ao custeio previdenciário e as regras aplicáveis aos benefícios previdenciários, para facilitar o entendimento, a consolidação e a retenção de conteúdo. Espero que consigamos, juntos, cobrir de maneira eficaz e eficiente todos os detalhes do Direito Previdenciário, tornando seu estudo agradável e de fácil compreensão. Que Deus os abençoe e consolide o aprendizado de hoje. 5 147 3. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 3.1. CONCEITO A prescrição e a decadência são institutos muito parecidos, porém não devemos confundi- los. Ambos possuem em comum, essencialmente, a perda de um direito ante a falta de iniciativa de seu titular em exercê-lo dentro dos prazos legais. Constituem, outrossim, instrumentos que têm a finalidade de garantir a segurança jurídica, haja vista que a pretensão do titular do direito não pode se perpetuar no tempo. No entanto, inobstante as semelhanças, existem pontuais diferenças entre os institutos, as quais serão destacadas a seguir: Decadência: • é a perda de um direito que não foi exercido pelo seu titular no prazo previsto em lei; • é a perda do próprio direito em si, em razão do decurso do tempo; • é a perda do direito pelo seu não uso no prazo legalmente previsto; • é a perda próprio direito material, por não ter formalizado o pedido de seu direito dentro de um prazo definido. Prescrição: • é a perda do direito de mover ação judicial para reaver um direito violado; • é a perda do direito de exigir algo pela via jurisdicional, pelo decurso do prazo legal; • é a perda de uma pretensão de exigir judicialmente de alguém um determinado comportamento; • é a perda do direito à pretensão em razão do decurso do tempo; • é a perda do direito de ação, de modo de o direito material subsiste, contudo, não pode mais ser alcançado pelas vias judiciais, em razão da extinção do direito de pleitear em juízo. PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 6 147 3.2. INTRODUÇÃO DA DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO NO CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO Na mesma linha conceitual já apresentada, vamos agora analisar os conceitos específicos de decadência e prescrição dentro do custeio previdenciário: Decadência no custeio previdenciário: É a extinção do direito de constituir o crédito previdenciário através do lançamento. Ou seja, é o prazo que a Receita Federal do Brasil tem para lavrar o auto-de-infração ou emitir a notificação de lançamento contra o sujeito passivo devedor. Assim sendo, o prazo para que a Administração Tributária , por meio da autoridade competente, promova o lançamento, é um prazo decadencial. Prescrição no custeio previdenciário: É a extinção do direito de cobrar judicialmente, por meio de uma ação de execução fiscal, o crédito previdenciário já definitivamente constituído, tendo em vista o inadimplemento do sujeito passivo. Na prescrição não se perde o direito material em si (pois este direito já foi garantido pela lavratura do auto-de- infração ou notificação de lançamento), mas tão somente a oportunidade de exigir judicialmente este direito, por meio de uma ação judicial de execução fiscal. Assim sendo, o prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal é prescricional. Em resumo, podemos afirmar que o lançamento é o marco que separa, na linha do tempo, a prescrição da decadência. CONCEITO NO CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO É A EXTINÇÃO DO DIREITO DE CONSTITUIR O CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO ATRAVÉS DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO DECADÊNCIA É A EXTINÇÃO DO DIREITO DE COBRAR JUDICIALMENTE O CRÉDITO JÁ CONSTITUÍDO (PERDA DO DIREITO À AÇÃO) PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO: PERDA DO DIREITO PELO DECURSO DO PRAZO LEGAL Cintia Highlight 7 147 3.3. DECADÊNCIA NO CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO A decadência no custeio previdenciário segue as mesmas regras do da decadência tributária, previstas no Código Tributário Nacional - CTN, em seu art. 173 e art. 150, §4º, conforme segue: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Como podemos perceber pela leitura dos dispositivos mencionados acima, o prazo de decadência para o fisco constituir o crédito tributário/previdenciário pelo lançamento é de 5 anos, em qualquer caso. No entanto, para cada situação mecionada, temos um marco inicial específico para a contagem deste prazo, senão vejamos: 1º marco inicial (regra geral): primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 2º marco inicial: da ocorrência do fato gerador; 3º marco inicial: da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 8 147 4º marco inicial: da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. A seguir, vamos estudar detalhadamente quando utilizamos cada um dos pontos de partida para a contagem do prazo decadencial. 3.2.1. Regra Geral de Decadência Vamos iniciar nosso estudo de decadência no custeio previdenciário pela regra geral, prevista no inciso I do art. 173 do CTN, conforme segue: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; (...) Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando o contribuinte não realizou qualquer pagamento ou quando agiu com dolo, fraude ou simulação. Exemplo: Vamos supor que ocorreram fatos geradores de contribuição previdenciária em maio/2018, com a prestação dos serviços de empregados a uma determinada empresa. DECADÊNCIA (CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO) ART. 150, 4º ART. 173, INCISO I ART. 173, PARÁGRAFO ÚNICO ARTIGO 173, INCISO II CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce 9 147 A empresa teria, consequentemente, que recolher suas contribuições, juntamente com as contribuiçõesarrecadadas do emprego a seu serviço, até o dia 20 do mês seguinte (no exemplo, até 20/junho/2018). Caso não recolha qualquer contribuição até o vencimento, a Receita Federal poderá, por meio do auditor-fiscal (autoridade competente), lavrar um respectivo auto-de-infração (lançamento tributário) para constituir o crédito tributário correspondente. O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito tributário será de 5 anos, contados de 01/01/2019, pois este é primeiro dia do exercício seguinte (ano seguinte) àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No exemplo acima, o lançamento poderia ter sido efetuado pelo fisco a partir do dia seguinte ao vencimento da contribuição previdenciária, sem que tenha havido qualquer pagamento. E o primeiro dia do exercício seguinte (ano seguinte) àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/2019, sendo este o termo inicial da contagem do prazo decadencial. Consequentemente, a decadência estará consumada em 01/01/2024, de forma que o lançamento somente poderia ser realizado até 31/12/2023. Como podemos perceber, por esta regra a Administração Tributária acaba tendo maias de 5 anos para exercer seu direito de constituir o crédito tributário, pois a contagem dos 5 a os só tem início no primeiro dia do ano seguinte, conferindo um maior prazo para que o Fisco tome conhecimento da ocorrência do fato gerador. Esta regra, como dissemos, é aplicável nos seguintes casos: • o sujeito passivo não realizou qualquer pagamento; • ficar provado que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação. A seguir, vamos estudar outras situações e seus respectivos inícios de contagem do prazo decadencial. 10 147 3.2.1. Decadência no Lançamento por Homologação Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário segundo a regra aplicável aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, desde que não se comprove dolo, fraude ou simulação por parte do sujeito passivo, conforme previsto no § 4º do art. 150 do CTN abaixo: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando o contribuinte não realizou qualquer pagamento ou quando agiu com dolo, fraude ou simulação. Inicialmente, para melhor compreensão desta contagem de prazo decadencial, temos que esclarecer o que é lançamento por homologação: O lançamento por homologação é usado em relação aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Ou seja, o próprio contribuinte apura o tributo que entende devido, declara ao fisco e efetua o pagamento, sem prévio exame da autoridade administrativa. Contudo, REGRA GERAL OU QUANDO FOR COMPROVADO DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO DO PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE ÀQUELE EM QUE O LANÇAMENTO PODERIA TER SIDO EFETUADO DECADÊNCIA (ART. 173, INCISO I – CTN) O DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA CONSTITUIR SEUS CRÉDITOS EXTINGUE-SE APÓS 5 ANOS, CONTADOS: Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 11 147 após realizado o pagamento pelo contribuinte dos valores que este entende devidos, compete a autoridade fiscal homologá-lo, aceitando o cálculo e pagamento realizados pelo contribuinte, ou recusar a homologação. No caso de recusar a homologação, o fisco deverá efetuar o lançamento e cobrar a diferença correspondente ao tributo que deixou de ser pago pelo contribuinte, acrescido de juros e multa. Este lançamento, por se tratar de tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve ser realizado dentro de 5 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, salvo se comprovado dolo, fraude ou simulação, como estudamos pela regra anterior. Entretanto, passado o prazo sem qualquer providência ou discordância do fisco em relação aos valores apurados e recolhidos pelo sujeito passivo, o lançamento por homologação reputa-se legalmente efetuado, decaindo, portando, o direito de a Administração Tributária lançar de ofício as diferenças apuradas . Assim sendo, passados os 5 anos contados do fato gerador, sem manifestação contrária da autoridade competente, considera-se realizado tacitamente o lançamento por homologação, tendo tal prazo natureza decadencial, pois ele implica na perda do direito do fisco de efetuar, de ofício, o lançamento de eventuais diferenças devidas. Para que ocorra o lançamento por homologação é necessário que exista algum pagamento por parte do contribuinte, ainda que insuficiente para cobrir a totalidade do crédito tributário. No entanto, caso não exista qualquer pagamento, o prazo decadencial é computado pela regra geral, prevista no inciso I do art. 173 do CTN, ou seja, a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No entanto, nunca é demais repetir: se houver dolo, fraude ou simulação por parte do sujeito passivo, com a intenção de reduzir ou suprimir tributo devido, o dia inicial para a contagem do prazo decadencial deixará de ser a data do fato gerador, passando a obedecer a regra geral, ou seja, iniciará a contagem no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos a lançamento por homologação, ou seja, cabe ao próprio sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento que entende devido sem prévio exame da autoridade administrativa. Assim sendo, para as contribuições previdenciárias o prazo decadencial deverá ser contado da data da ocorrência do fato gerador, salvo nos seguintes casos: • se o sujeito passivo não efetuou qualquer pagamento; Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce 12 147 • se ficar provado que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação; Obs: Nestes dois casos acima, o prazo decadencial será contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim sendo, se o contribuinte realizou pagamento de contribuição previdenciária dentro do prazo legal, ainda que o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá em 5 anos contados da data do fato gerador, sendo este o prazo que o fisco tem para cobrar as diferenças que apurar. No entanto, se o contribuinte não antecipou qualquer valor, o prazo para a realização do lançamento de ofício começará a fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Segundo o entendimento atual do Superior Tribunal de Justiça – STJ, temos os seguintes posicionamentos: 1) Contribuição previdenciária não declarada e nem paga: • Termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. • Art. 173, I, do CTN. 2) Se for realizado algum pagamento: • Termo inicial do prazo decadencial é a data do fato gerador, para o fisco homologar expressamente o pagamento efetuado pelo contribuinte (caso concorde com os valores recolhidos), ou efetuar lançamento suplementar em relação aos valores devidos. • Art. 150, §4º, do CTN. DECADÊNCIA (ART. 150, 4º – CTN) O DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA CONSTITUIR SEUS CRÉDITOS EXTINGUE-SE APÓS 5 ANOS, CONTADOS:DA DATA DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO SALVO SE COMPROVADA FRAUDE, DOLO OU SIMULAÇÃO Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce 13 147 3) Contribuição previdenciária declarada corretamente e não paga integralmente: • Não há que se falar em decadência, pois o crédito tributário já se considera constituído pela própria declaração de débito do contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de execução fiscal. • Súmula STJ 436: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco” Exemplo: Vamos supor que ocorreu fato gerador de contribuição previdenciária em 31/maio/2018. Em decorrência de tais fatos geradores, o sujeito passivo deveria ter declarado e recolhido R$800.000,00. No entanto, a empresa apenas declarou e recolheu R$300.000,00. Neste caso, a Receita Federal do Brasil poderá, por meio do auditor-fiscal (autoridade competente), lavrar um respectivo auto-de-infração (lançamento tributário) para constituir o crédito tributário sobre a diferença de R$500.000,00 (com os devidos acréscimos de juros e multa), uma vez que tais valores não foram declarados e nem recolhidos pelo sujeito passivo. O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito tributário, neste caso, será de 5 anos, contados do fato gerador. Desta forma, o prazo de decadência para se cobrar os valores ainda devidos pelo sujeito passivo inicia-se em 31/05/2018 e termina em 31/05/2023. Utilizando os mesmos dados do exemplo acima, vamos trabalhar com a seguinte situação: • Valor correto que deveria ser declarado e pago pelo contribuinte: R$ 800.000,00. Diante desta premissa, vamos ver algumas situações possíveis e os respectivos prazos para início da contagem da decadência: Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce 14 147 Analisando o quadro acima, temos: Situação 1: Como o contribuinte declarou a menor sua contribuição previdenciária devida e efetuou algum recolhimento, ainda que menor que o devido, temos um caso típico de contagem de prazo desde a ocorrência do fato gerador (Art. 150, §4º, do CTN). Situação 2: Como o contribuinte declarou corretamente o valor devido, sem ter recolhido tais valores conforme declarado, não há que se falar em decadência, pois o crédito tributário já se considera constituído pela própria declaração de débito do contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de execução fiscal, nos termos da Súmula STJ 436. Situação 3: Como o contribuinte declarou corretamente o valor devido, sem ter recolhido a totalidade dos valores conforme declarado, não há que se falar em decadência, pois o crédito tributário já se considera constituído pela própria declaração de débito do contribuinte, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa e posterior ajuizamento da ação de execução fiscal, nos termos da Súmula STJ 436. Situação 4: Como o contribuinte nada declarou e nada pagou, temos um caso típico de contagem de prazo que tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (Art. 173, I, do CTN). DECADÊNCIA (LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO) DECLARADO R$ 800.000,00 R$ 800.000,00 PAGO NADA R$ 300.000,00 INÍCIO DA CONTAGEM DOS 5 ANOS JÁ CONSTITUÍDO (SÚMULA STJ 436) JÁ CONSTITUÍDO (SÚMULA STJ 436) FRAUDE / DOLO / SIMULAÇÃO 1º DIA DO ANO SEGUINTE (ART. 173 §1º) R$ 300.000,00 R$ 300.000,00 FATO GERADOR (ART. 150 §4º) NADA NADA 1º DIA DO ANO SEGUINTE (ART. 173 §1º) 1 2 3 4 5 15 147 Situação 5: Nos casos em que houver dolo, fraude ou simulação, temos, também, um caso típico de contagem de prazo que tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (Art. 173, I, do CTN). 3.2.1. Decadência em Caso de Anulação de Lançamento por Vício Formal. Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário em caso de anulação, por vício formal, de um lançamento anteriormente efetuado, conforme previsto no inciso II do art. 173 do CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: (...) II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Esta regra de contagem de prazo decadencial ocorre quando é efetuado um lançamento, dentro do prazo legal, porém com vício de forma, sendo posteriormente anulado por uma decisão administrativa ou judicial definitiva. Considera-se vício formal, neste contexto, situações em que se verifique desrespeito a alguma regra do procedimento de lançamento. Ou seja, o vício formal não se refere ao conteúdo do ato, mas sim a um aspecto formal. Como exemplo podemos citar um auto-de-infração lavrado por pessoa incompetente (sem competência legal) para a prática do ato, bem como erro de identificação do sujeito passivo, cerceamento do direito de defesa, etc. Assim sendo, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Exemplo: Vamos supor que ocorreu fato gerador de contribuição previdenciária em 31/05/2013. Em decorrência de tais fatos geradores, o sujeito passivo deveria ter declarado e recolhido R$800.000,00. No entanto, o respectivo contribuinte apenas Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce 16 147 declarou e recolheu R$300.000,00. Neste caso, a Receita Federal do Brasil poderá, por meio do auditor-fiscal (autoridade competente), lavrar um respectivo auto-de-infração (lançamento tributário) para constituir o crédito tributário sobre a diferença de R$500.000,00 (com os devidos acréscimos de juros e multa), uma vez que tais valores não foram declarados e nem recolhidos pelo sujeito passivo. O prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de-infração e constitua o crédito tributário, neste caso, será de 5 anos, contados do fato gerador. Desta forma, o prazo de decadência para se cobrar os valores ainda devidos pelo sujeito passivo inicia-se em 31/05/2013 e termina em 31/05/2018. Admita-se que, no dia 15/04/2016 um agente público sem competência legal promova o lançamento das contribuições previdenciárias devidas e que, posteriormente, o sujeito passivo impugne o lançamento realizado, resultando em anulação, por vício formal, decorrente da incompetência da autoridade lançadora. Admita-se, ainda, que a declaração de nulidade se tornou definitiva no dia 15/08/2018. Pelas regras que acabamos de estudar, como trata-se de anulação por vício formal, a partir de 15/08/2018 começará a fluir, novamente, um prazo decadencial de 5 anos, para que o fisco realize um novo lançamento (desta vez sem o vício formal), o qual poderá ser realizado, neste exemplo, até 15/08/2023. DA DATA EM QUE SE TORNAR DEFINITIVA A DECISÃO QUE HOUVER ANULADO, POR VÍCIO FORMAL, O LANÇAMENTO ANTERIORMENTE EFETUADO. OCORREU O LANÇAMENTO DENTRO DO PRAZO LEGAL MAS FOI ANULADO POR QUESTÕES FORMAIS DECADÊNCIA (ART. 173, INCISO II – CTN) O DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA CONSTITUIR SEUS CRÉDITOS EXTINGUE-SE APÓS 5 ANOS, CONTADOS: Cintia Highlight 17 147 3.2.1. Decadência na Regra de Antecipação de Contagem Vamos estudar agora a decadência no custeio previdenciário no caso em que ocorre a antecipação do início da contagem do prazo decadencial, conforme previsto no parágrafo único do art. 173 do CTN: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-seapós 5 (cinco) anos, contados: (...) Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Trata-se aqui de uma situação em que poderá ocorrer antecipação do início da contagem do prazo decadencial, quando, originalmente, sua contagem teria início no primeiro dia do exercício seguinte. Aplica-se este dispositivo se, durante o lapso de tempo compreendido entre o fato gerador e o início da fluência do prazo decadencial (nos casos em que tal contagem teria início no primeiro dia do exercício seguinte), o fisco adota medida preparatória para o lançamento, antecipando-se o início da contagem do prazo decadencial para esta data. Como exemplo de medida preparatória para o lançamento podemos citar o recebimento, pelo sujeito passivo, de um Termo de Início de Procedimento Fiscal, tomando ciência do início do procedimento de fiscalização relativo ao fato. Uma vez que a administração tributária iniciou procedimento de fiscalização relativo ao contribuinte (ou deu ciência ao contribuinte de qualquer outra medida preparatória indispensável ao lançamento), antecipa-se o marco inicial da decadência (caso ainda não tenha iniciado) para a data em que o sujeito passivo foi cientificado das medidas preparatórias adotadas pelo fisco. Caso o prazo decadencial já esteja em curso, não haverá qualquer alteração. Tal regra somente tem o condão de antecipar a contagem de prazo, não gerando qualquer efeito sobre o prazo que já teve sua fluência iniciada. Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce 18 147 Exemplo: Vamos supor que ocorreram fatos geradores de contribuição previdenciária em maio/2018, com a prestação dos serviços de empregados a uma determinada empresa. A empresa teria, consequentemente, que recolher suas contribuições, juntamente com as contribuições arrecadadas do emprego a seu serviço, até o dia 20 do mês seguinte (no exemplo, até 20/junho/2018). Caso não recolha qualquer contribuição até o vencimento, a Receita Federal poderá, por meio do auditor-fiscal, lavrar um respectivo auto-de-infração para constituir o crédito tributário correspondente. Considerando que não houve qualquer declaração ou pagamento por parte do sujeito passivo, o prazo para que a autoridade competente lavre o auto-de- infração e constitua o crédito tributário será de 5 anos, contados de 01/01/2019, pois este é primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No entanto, vamos considerar que o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil mandou um Termo de Início de Fiscalização para o sujeito passivo, tendo este tomado ciência do início do procedimento de fiscalização relativo ao fato em 15/07/2018. Desta forma, e nos termos do parágrafo único do art. 173 do CTN, o início da contagem do prazo decadencial (que seria em 01/01/2019) será antecipado para 15/07/2018. DA DATA EM QUE TENHA SIDO INICIADA A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELA NOTIFICAÇÃO, AO SUJEITO PASSIVO, DE QUALQUER MEDIDA PREPARATÓRIA INDISPENSÁVEL AO LANÇAMENTO ESTA REGRA SERVE APENAS PARA ANTECIPAR O INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO. DECADÊNCIA (ART. 173, PARÁGRAFO ÚNICO – CTN) O DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA CONSTITUIR SEUS CRÉDITOS EXTINGUE-SE APÓS 5 ANOS, CONTADOS: Cintia Highlight 19 147 3.4. PRESCRIÇÃO NO CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO 3.4.1. Prazo de Prescrição Estudaremos agora a prescrição em relação às contribuições previdenciárias. Como sabemos, a prescrição, neste caso, é a extinção do direito da Fazenda Pública de cobrar judicialmente, por meio de uma ação de execução fiscal, o crédito previdenciário já definitivamente constituído, tendo em vista o inadimplemento do sujeito passivo. A regra de prescrição das contribuições previdenciárias segue a mesma regra da prescrição dos demais tributos, prevista no Código Tributário Nacional - CTN, em seu art. 173 e art. 150, §4º, conforme segue: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Na prescrição, como já estudado, não se perde o direito material em si (pois este direito já foi garantido pelo lançamento), mas tão somente a oportunidade de exigir judicialmente este direito, por meio de uma ação judicial de execução fiscal. Uma vez constituído o crédito previdenciário pelo lançamento, surge para a União (sujeito ativo), por meio da Fazenda Pública, o direito de cobrá-lo judicialmente, mediante uma ação judicial de execução fiscal. Assim sendo, opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo legal, a respectiva ação judicial de execução fiscal, para exigir do sujeito passivo devedor a satisfação do crédito previdenciário. O prazo legal para a Fazenda Pública propor a ação de execução fiscal é de 5 anos, constados da data da constituição definitiva do crédito previdenciário. Cintia Highlight 20 147 Considera-se definitivamente constituído o crédito previdenciário quando não possa mais ser modificado administrativamente, ou seja, não caiba mais qualquer impugnação ou recurso administrativo por parte do sujeito passivo dentro do processo contencioso administrativo fiscal. Quando o sujeito passivo é notificado do lançamento, o crédito tributário está constituído. Neste caso, não falamos mais em decadência, pois houve a constituição tempestiva do crédito tributário pelo lançamento. No entanto, para que ele esteja definitivamente constituído, como vimos, é necessário que não possa mais ser modificado na esfera administrativa. Assim sendo, podemos concluir que o curso da decadência termina no momento da ciência do auto-de-infração ou notificação de lançamento pelo sujeito passivo, quando se considera constituído o crédito previdenciário. Outrossim, o prazo de prescrição só tem início com a constituição definitiva do crédito previdenciário, após concluído todo o processo contencioso administrativo fiscal referente a este lançamento (auto-de-infração ou notificação de lançamento). Assim, no intervalo entre a ciência do lançamento e a decisão administrativa final não corre nem prazo de decadência e nem prazo de prescrição. De forma resumida, podemos afirma que a ação para a cobrança do crédito previdenciário prescreve em 5 anos, contados da data da sua constituição definitiva, ou seja, 5 anos contados: • Da data em que expirar o prazo para o sujeito passivo impugnar o lançamento; • Da data em que expirar o prazo para recorrer de decisão administrativa que manteve o lançamento, no todo ou em parte; • Da data da ciência da decisão administrativa final, para a qual não caiba mais recurso. Caso a contribuição previdenciária tenha sido declarada em GFIP (ou por meio do eSocial ou por qualquer outro documento legal de declaração dos fatos gerados previdenciários), nos termos da Súmula STJ 436, os valores declarados já se consideram definitivamente constituído, independentemente de qualquer procedimento administrativo, conforme segue: Súmula STJ 436: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.” Neste caso, a contagem do prazo prescricional se inicia: Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 21 147 • GFIP (oudocumento equivalente) entregue antes do vencimento do prazo para pagamento da contribuição previdenciária: o prazo prescricional começa a fluir no dia seguinte ao do vencimento da contribuição. • GFIP (ou documento equivalente) entregue após o vencimento do prazo para pagamento da contribuição previdenciária: o prazo prescricional começa a fluir no dia seguinte ao da entrega. 3.4.2. Interrupção do Prazo Prescricional Existem situações legalmente previstas em que o prazo prescricional poderá ser interrompido. Tais situações estão enumerados no art. 174 do CTN, conforme segue: Art. 174. (...) (...) Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Interrupção da prescrição implica na devolução integral do prazo ao interessado, com o reinício de sua contagem, desconsiderando o tempo já decorrido. A AÇÃO PARA A COBRANÇA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PRESCREVE EM 5 ANOS, CONTADOS DA DATA DA SUA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA SIGNIFICA QUE NÃO PODERÁ MAIS SER MODIFICADO NA VIA ADMINISTRATIVA. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL PRESCRIÇÃO - ART. 174 – CTN (CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO) Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight 22 147 Como vimos, uma vez que o crédito previdenciário esteja definitivamente constituído, começa o curso da prescrição. No entanto, se antes de decorridos os 5 anos ocorre umas das hipóteses de interrupção prevista no CTN, o prazo decorrido é desconsiderado e a contagem volta a ser iniciada. Assim sendo, nos termos do parágrafo único do art. 174 do CTN, interrompem o prazo de prescrição: • o despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; • o protesto judicial; • qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; • qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 3.4.3. Prescrição na Restituição e Compensação de Contribuições O art. 253 do Regulamento da Previdência Social – RPS trata da prescrição na restituição e compensação de contribuições previdenciárias, conforme segue: Art. 253. O direito de pleitear restituição ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extingue-se em cinco anos, contados da data: I - do pagamento ou recolhimento indevido; ou II - em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória. A PRESCRIÇÃO SE INTERROMPE: PELO DESPACHO DO JUIZ QUE ORDENAR A CITAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL PRESCRIÇÃO (ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO – CTN) PELO PROTESTO JUDICIAL POR QUALQUER ATO JUDICIAL QUE CONSTITUA EM MORA O DEVEDOR POR QUALQUER ATO INEQUÍVOCO AINDA QUE EXTRAJUDICIAL, QUE IMPORTE EM RECONHECIMENTO DO DÉBITO PELO DEVEDOR Cintia Highlight Cintia Highlight 23 147 Neste caso, a contagem do prazo prescricional se inicia: • na data do pagamento ou recolhimento indevido: nos casos em que o sujeito passivo pagou espontaneamente contribuição previdenciária indevida ou maior do que a devida. • na data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória: nos casos em que o sujeito passivo tenha pago os valores exigidos no auto-de-infração ou notificação de lançamento, conforme decisão condenatória, e, posteriormente, instaura-se um litígio judicial ou administrativo para discutir a legitimidade da cobrança. Caso a cobrança seja considerada ilegítima, o contribuinte tem direito de pleitear restituição ou de realizar compensação dentro de 5 anos, a contar da decisão final. 3.5. DECADÊNCIA EM MATÉRIA DE BENEFÍCIOS 3.5.1. Regra Geral Estudaremos agora os prazos determinados por lei para que os beneficiários do RGPS (segurados e dependentes) possam pleitear seus direitos previdenciários. Começaremos com o estudo da decadência em matéria de benefícios, conforme disposto no caput do art. 103 da Lei 8.213/91, reproduzido a seguir: Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: (...) Em outras palavras podemos dizer que os beneficiários do RGPS têm um prazo de 10 anos para pedir revisão do ato de concessão dos seus benefícios previdenciários. Esse prazo de 10 anos será contado: • do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou da data que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto: uma vez recebida a primeira prestação do benefício previdenciário, o beneficiário tem um prazo de 10 anos, a contar do primeiro dia do mês seguinte, para pedir revisão (correção) do ato de concessão do benefício, na via administrativa ou judicial. Cintia Highlight Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 24 147 • do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo: neste caso, o segurado ingressou tempestivamente com seu pedido de revisão de benefício na via administrativa, mas seu pedido foi indeferido (negado). Diante da negativa administrativa, o beneficiário tem um prazo de 10 anos para pedir revisão do ato de concessão na via judicial, contados do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. Segundo a Súmula 81 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais – TNU, “Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91, nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão.” Assim sendo, nos termos da Súmula 81 da TNU, este prazo decadencial de 10 anos não pode ser invocado: • para impedir ações revisionais nos casos de indeferimento e cessação de benefícios; • em relação às questões não apreciadas pela Administração no ato da concessão. O prazo decadencial em questão é aplicado somente à revisão do ato concessório, uma vez que o benefício já tenha sido concedido. No entanto, os beneficiários poderão pleitear administrativamente ou judicialmente, a qualquer tempo, os benefícios cujo direito já tenha sido adquirido, mesmo que em prazo superior a 10 anos. Devemos destacar, outrossim, que nos termos do art. 79 da Lei 8.213/91, não se aplica o prazo de decadência que acabamos de estudar ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei. DECADÊNCIA (BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS) O PRAZO DE DECADÊNCIA DO DIREITO OU DA AÇÃO DO SEGURADO OU BENEFICIÁRIO PARA A REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO, INDEFERIMENTO, CANCELAMENTO OU CESSAÇÃO DE BENEFÍCIO, DO ATO DE DEFERIMENTO, INDEFERIMENTO OU NÃO CONCESSÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO É DE DEZ ANOS, CONTADO: DO PRIMEIRO DIA DO MÊS SUBSEQUENTE AO DO RECEBIMENTO DA PRIMEIRA PRESTAÇÃO OU DA DATA EM QUE A PRESTAÇÃO DEVERIA TER SIDO PAGA COM O VALOR REVISTO; DO DIA EM QUE O SEGURADO TOMAR CONHECIMENTO DA DECISÃO DE INDEFERIMENTO, CANCELAMENTO OU CESSAÇÃO DO SEU PEDIDO DE BENEFÍCIO OU DA DECISÃO DE DEFERIMENTO OU INDEFERIMENTO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO, NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. Cintia Highlight Cintia Highlight Cintia Highlight 25 147 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (FCC - Juiz do Trabalho - TRT 1ª Região – 2014). Isis recebe benefício previdenciário constituído por renda mensal desde abril de 2010. Entretanto, efetuada uma perícia contábil particular, que considerou os valores de contribuição dabase de cálculo do benefício, ficou constatado que o cálculo da renda mensal inicial está equivocado. Isis ingressou com petição junto ao INSS, requerendo a revisão do valor inicial do benefício, pedido esse que foi administrativamente negado em todas as instâncias. Nesse caso, é a) de dez anos o prazo de decadência de qualquer direito ou ação do segurado para a revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. b) de dez anos o prazo prescricional para ajuizar ação visando à revisão da concessão do benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao recebimento da primeira prestação. c) de cinco anos o prazo de decadência de qualquer direito ou ação do segurado para a revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia do recebimento da primeira prestação. d) de cinco anos o prazo prescricional para toda medida judicial do segurado para revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. e) decadencial ou prescricional de dez anos o prazo para o direito de ajuizar ação postulando revisão do cálculo inicial do benefício, contado do dia imediato ao recebimento da primeira prestação, vez que não há interrupção ou suspensão do prazo por via administrativa. COMENTÁRIOS: Vamos às assertivas, bem como suas peculiaridades no que tange este tema e suas bases legais: PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 26 147 a) de dez anos o prazo de decadência de qualquer direito ou ação do segurado para a revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. Correta, conforme podemos verificar no Art. 103-A da Lei 8.213/91, Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). b) de dez anos o prazo prescricional para ajuizar ação visando à revisão da concessão do benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao recebimento da primeira prestação. Incorreto, pois, conforme podemos verificar no Art. 103 da Lei 8.213/91, o prazo é de decadência (e não de prescrição). Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). c) de cinco anos o prazo de decadência de qualquer direito ou ação do segurado para a revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia do recebimento da primeira prestação. Incorreta, prazo de decadência é de 10 anos, conforme podemos verificar no Art. 103-A da Lei 8.213/91: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm PAULO Realce PAULO Realce 27 147 Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). d) de cinco anos o prazo prescricional para toda medida judicial do segurado para revisão do ato de concessão do benefício, a contar do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. Incorreto, pois, conforme podemos verificar no Art. 103 da Lei 8.213/91, o prazo de decadência (e não de prescrição) é de 10 anos (e não 5 anos). Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). e) decadencial ou prescricional de dez anos o prazo para o direito de ajuizar ação postulando revisão do cálculo inicial do benefício, contado do dia imediato ao recebimento da primeira prestação, vez que não há interrupção ou suspensão do prazo por via administrativa. Incorreto, pois, conforme podemos verificar no Art. 103 da Lei 8.213/91, o prazo para o direito de ajuizar ação postulando revisão do cálculo inicial do benefício é de decadência (e não de prescrição). Ademais, a contagem do prazo decadencial tem início no dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm 28 147 do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo ( e não do dia imediato ao recebimento da primeira prestação). Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). Fique atento, é muito comum o examinador tentar confundir o candidato trocando prescrição por decadência; trocar os prazos de 5 anos pelos prazos de 10 anos; ou alterar a data do início da contagem dos prazos. A maior parte das questões sobre este tema resume-se a isto. Portanto, é importante que você saiba os prazos e a partir de quando eles começam a contar. Gabarito:A. (FCC - Técnico do Seguro Social – 2012). José pleiteou aposentadoria por tempo de contribuição perante o INSS, que foi deferida pela autarquia e pretende a revisão do ato de concessão do benefício para alterar o valor da renda mensal inicial. O prazo decadencial para o pedido de José é de a) dez anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. b) cinco anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. c) três anos contados a partir do primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. d) cinco anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício. e) dez anos contados da ciência da decisão que deferiu o benefício. COMENTÁRIOS: PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 29 147 Conforme podemos verificar no Art. 103 da Lei 8.213/91: Art. 103. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de dez anos, contado: I - do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de revisão de benefício, no âmbito administrativo. (Destaque Nosso). A partir do dispositivo legal, podemos constatar que a alternativa correta é a letra A. Gabarito: A. 3.5.2. Prazo para a Previdência Social anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os beneficiários Do lado da administração pública, a revisão de benefício concedido também sofre prazo decadencial de 10 anos. Ou seja, o INSS tem lapso temporal decenal (10 anos) para exercer o seu direito de revisão do benefício concedido, sob pena de decadência pelo transcurso do tempo, nos termos do art. 103-A, da Lei 8.213/91, conforme segue: Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. O prazo decadencial de 10 anos fixados para que o INSS possa revisar e anular os benefício previdenciários concedidos não poderia ser eterno, sob pena de prejudicar o direito à ampla defesa dos segurados, uma vez que demandar beneficiários sobre a legalidade de Cintia Highlight PAULO Realce 30 147 seus benefícios após longos lapsos temporais implica, indiretamente, no cerceamento ou total exclusão do direito à ampla defesa, pois, por óbvio, o beneficiário raramente terá todos os documentos solicitados pelo INSS, bem como o próprio beneficiário poderá já se encontrar em idade avançada, sem a menor condição física ou psicológica para fazer prova perante a Previdência Social. Por outro lado, quando comprovada má-fé do beneficiário, o mencionado prazo decadencial não irá correr. Importante destacar, por oportuno, que a má-fé deve ser única e exclusivamente do beneficiário, excluindo, assim, a má-fé de terceiros sem conhecimento do beneficiário. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Procurador Federal – 2013). Julgue o item de relativo à seguridade social. O termo inicial para a contagem do prazo decadencial para a previdência social anular o ato administrativo do qual decorram efeitos favoráveis para o beneficiário é de dez anos a partir da data em que for praticado o ato, ainda que se comprove má-fé do beneficiário. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Vamos analisar a assertiva, avaliando as peculiaridades do conceito exposto, bem como o embasamento legal pertinente ao caso: O prazo para administração anular seus atos é de dez anos, salvo comprovada má-fé, conforme podemos verificar no art. 103-A, da Lei 8.213/91, a seguir: Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (Destaques Nossos). Quando comprovada má-fé do beneficiário, o mencionado prazo decadencial não irá correr. Importante destacar, por oportuno, que a má-fé deve ser única e exclusivamente do beneficiário, excluindo, assim, a má-fé de terceiros sem conhecimento do beneficiário PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 31 147 Sendo assim podemos concluir que a assertiva está incorreta. Gabarito: ERRADO. 3.6. PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA DE BENEFÍCIOS 3.6.1. Regra Geral O estudo da prescrição em matéria de benefícios está disposto no parágrafo único do art. 103 da Lei 8.213/91, reproduzido a seguir: Art. 103. (...) Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. Em outras palavras, podemos dizer que os beneficiários do RGPS têm um prazo de 5 anos para promover toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social. Esse prazo de 5 anos será contado da data em que deveriam ter sido pagas tais prestações, restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social. Assim sendo, mesmo que reconhecido um erro no cálculo do benefício nos últimos 10 anos, o beneficiário só terá direito a receber a diferença dos últimos 5 anos. O prazo prescricional que estamos estudado apenas garante o recebimento dos valores devidos pela Previdência Social aos beneficiários referentes aos últimos 5 anos, mesmo que se prove diferenças devidas em período superior a 5 anos. Enquanto a decadência permite que o beneficiário solicite ao INSS uma revisão do ato de concessão do seu benefício no prazo de até 10 anos, a prescrição só garante o recebimento de valores devidos referente aos últimos 5 anos, contados da data em que deveriam ter sido pagas tais prestações, restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social. Devemos destacar, outrossim, nos termos do parágrafo único, do art. 103, da Lei 8.213/91, em sua parte final, que não se aplica o prazo de prescrição que acabamos de estudar aos menores, incapazes ou ausentes, na forma do Código Civil. Cintia Highlight Cintia Highlight 32 147 Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: CESPE - Técnico do Seguro Social – 2016). Com relação a contribuições sociais dos segurados e (ou) a decadência e prescrição relativamente a benefícios previdenciários, o próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Dagoberto obteve aposentadoria por tempo de contribuição concedida pelo INSS em junho de 2012. Entretanto, o INSS não efetuou o pagamento do abono anual proporcional do ano de 2012 nem o do ano de 2013. Nessa situação, atualmente, Dagoberto não mais tem direito a exigir o pagamento dos abonos anuais referentes aos anos de 2012 e 2013, visto que está prescrito o direito ao percebimento das referidas prestações. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Vamos analisar a assertiva, avaliando as peculiaridades do conceito, bem como o embasamento legal pertinenteao caso: Vejamos o disposto no parágrafo único, do Art. 103, da Lei 8.213/91: Art. 103. [...] Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. PRESCREVE EM 5 ANOS, A CONTAR DA DATA EM QUE DEVERIAM TER SIDO PAGAS, TODA E QUALQUER AÇÃO PARA: HAVER PRESTAÇÕES VENCIDAS HAVER QUAISQUER RESTITUIÇÕES OU DIFERENÇAS DEVIDAS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL SALVO O DIREITO DOS MENORES, INCAPAZES E AUSENTES, NA FORMA DO CÓDIGO CIVIL PRESCRIÇÃO (BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 33 147 (Destaques Nossos). Considerando que essa questão é de 2016, está incorreta, pois em 2016, ainda não havia passado o prazo de 5 anos. Gabarito: ERRADO. (CESPE - Inspetor de Controle Externo - TCE-RN - Administração, Contabilidade, Direito ou Economia – 2015). Com base nas disposições legais referentes ao regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item subsequente. Uma ação que tenha por objetivo haver prestações vencidas devidas pela previdência social está sujeita a prescrição decenal. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Vamos analisar a assertiva, avaliando as peculiaridades do conceito exposto, bem como o embasamento legal pertinente ao caso: Conforme podemos verificar no parágrafo único, do Art. 103, da Lei 8.213/91, temos: Art. 103. [...] Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. (Destaques Nossos). Assim sendo, podemos concluir que a assertiva está incorreta, pois uma ação que tenha por objetivo haver prestações vencidas devidas pela previdência social está sujeita a prescrição quinquenal (5 anos) e não decenal (10 anos). Gabarito: ERRADO. 3.6.2. Prescrição para ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm PAULO Realce PAULO Realce 34 147 • do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou • em que for reconhecida, pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente. Esta regra está prevista no art. 104, da Lei 8.212/91, conforme segue: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente. Vejamos como tais assuntos já foram cobrados em prova: (CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-RO – Direito – 2013). Considerando as normas de concessão de benefícios pelo regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item a seguir. Prescrevem em dez anos as ações referentes à prestação por acidente de trabalho, contados da data do acidente, quando dele resultar morte ou incapacidade temporária do beneficiário, verificada em perícia médica a cargo da previdência social; ou nos casos em que seja reconhecida a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS: Vamos analisar a assertiva, avaliando as peculiaridades do conceito exposto, bem como o embasamento legal pertinente ao caso: A prescrição mencionada na presente assertiva encontra-se amparada pelo art. 104 da Lei 8.213/91, conforme segue: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: Cintia Highlight PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 35 147 I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente. (Destaques Nossos). Como vimos, o prazo de prescrição para ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho é de 5 anos (e não de 10 anos). Outrossim, nos casos em que seja reconhecida a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente, o prazo de prescrição é contado da data em que for reconhecida pela Previdência Social tal incapacidade permanente ou agravamento das sequelas (e não da data do acidente). Sendo assim, podemos concluir que, para a situação exposta pelo examinador, a assertiva está incorreta. Gabarito: ERRADO. (FCC – Auditor – TCE/AM – 2015). Medusa pretende ajuizar ação referente à prestação por acidente de trabalho, prevista no regime geral. Neste caso, o prazo prescricional para ajuizar ação judicial é de: a) dez anos, contados da data do acidente, quando dele resultar incapacidade temporária, verificada em perícia médica a cargo da Previdência Social. b) cinco anos, contados da data do indeferimento do pedido junto ao órgão previdenciário. c) cinco anos, contados da data em que for reconhecida pela Previdência Social a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. d) dois anos, contados da data do acidente, seja em caso de incapacidade temporária ou permanente. e) cinco anos, contados da data do acidente em caso de incapacidade temporária, e dez anos, contados da data do acidente em caso de incapacidade permanente. COMENTÁRIOS: PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 36 147 A resposta dessa questão virá da leitura atenta do art. 104 da Lei 8.213/91: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. Vamos às assertivas: a) dez anos, contados da data do acidente, quando dele resultar incapacidade temporária, verificada em perícia médica a cargo da Previdência Social. Incorreto, o prazo é de 5 anos conforme podemos ver no artigo transcrito acima. b) cinco anos, contados da data do indeferimento do pedido junto ao órgão previdenciário. Incorreta, pois o prazo começa a ser contado da data do acidente ou em que for reconhecida a incapacidade permanente ou agravamento das sequelas pela Previdência Social, conforme podemos ver no artigo transcrito acima. c) cinco anos, contados da data em que for reconhecida pela Previdência Social a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. Correta, conforme podemos conferir no artigo transcrito acima. d) dois anos, contados da data do acidente, seja em caso de incapacidade temporária ou permanente. Incorreta, o prazo é de 5 anos. e) cinco anos, contados da data do acidente em caso de incapacidade temporária, e dez anos, contados da data do acidente emcaso de incapacidade permanente. Incorreta, o prazo é de 5 anos em ambos os casos. Gabarito: C. 37 147 (FCC - Procurador de Contas - TCE-CE – 2015). A prescrição e a decadência são institutos que tratam dos efeitos gerados pelo decurso de tempo nas relações jurídicas em geral. No que tange a sua aplicação na Seguridade Social, nos termos da legislação pertinente, tem-se que o: a) segurado ou dependente, como regra, tem o prazo de dez anos, para pleitear a revisão do ato de concessão de benefícios. b) contribuinte terá o prazo de dez anos para pleitear a restituição ou compensação, sempre contado da data do pagamento do recolhimento indevido. c) prazo de prescrição das ações referentes a prestações previdenciárias por acidente de trabalho será de quinze anos, contados da data do acidente quando dele resultar a morte. d) direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis a seus beneficiários prescreve em cinco anos, sem qualquer exceção. e) prazo prescricional das ações referentes a prestações por acidente de trabalho será contado da data em que for reconhecida pela Previdência Social a incapacidade temporária e neste caso o prazo será reduzido para dois anos. COMENTÁRIOS: Vamos às assertivas, avaliando as peculiaridades dos prazos de decadência e prescrição, bem como os embasamentos legais: a) segurado ou dependente, como regra, tem o prazo de dez anos, para pleitear a revisão do ato de concessão de benefícios. Correta, conforme podemos ver no art. 103 da Lei 8.213/91: Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. (Destaques Nossos). PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 38 147 b) contribuinte terá o prazo de dez anos para pleitear a restituição ou compensação, sempre contado da data do pagamento do recolhimento indevido. Incorreta, pois o prazo é de cinco anos e não dez anos. Além disso, o prazo não será sempre contado da data do pagamento do recolhimento indevido, conforme podemos verificar no art. 253 do Regulamento da Previdência Social – RPS abaixo: Art. 253. O direito de pleitear restituição ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extingue-se em cinco anos, contados da data: I - do pagamento ou recolhimento indevido; ou II - em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória. c) prazo de prescrição das ações referentes a prestações previdenciárias por acidente de trabalho será de quinze anos, contados da data do acidente quando dele resultar a morte. Incorreta, conforme podemos ver no Art. 104 da Lei 8.213/91: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. (Destaques Nossos) d) direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis a seus beneficiários prescreve em cinco anos, sem qualquer exceção. Incorreta, conforme podemos ver no art. 103 da Lei 8.213/91: Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (...) (Destaque Nosso). 39 147 Como podemos perceber, a presente assertiva apresenta três erros, conforme segue: Primeiro erro: o prazo em questão não é de prescrição, mas de decadência; Segundo erro: o prazo decadencial em questão não é de 5 anos, mas de 10 anos; Terceiro erro: Existe exceção para a regra da presente assertiva, no caso de comprovada má-fé. e) prazo prescricional das ações referentes a prestações por acidente de trabalho será contado da data em que for reconhecida pela Previdência Social a incapacidade temporária e neste caso o prazo será reduzido para dois anos. Incorreta, pois temos duas datas para início da contagem do prazo prescricional, nas ações referentes à prestação por acidente do trabalho, além de não ter previsão de redução para dois anos em caso de incapacidade temporária, conforme podemos ver no Art. 104 da Lei 8.213/91: Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas do acidente. (Destaque Nosso). Gabarito: A. (FCC - Procurador Judicial – Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco – 2014). Considerando os prazos decadenciais e prescricionais relacionados aos benefícios previdenciários, é correto afirmar: PAULO Realce 40 147 a) As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 10 anos, contados da data do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social. b) No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. c) Prescreve em dez anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. d) O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. e) É de cinco anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. COMENTÁRIOS: Vamos às assertivas, bem como suas peculiaridades no que tange este tema e suas bases legais: a) As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 10 anos, contados da data do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social. Incorreto, pois conforme podemos verificar no Art. 104 da Lei 8.213/91, o prazo é sempre de 5 anos. Art. 104. As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente. (Destaques Nossos). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce PAULO Realce 41 147 b) No caso de efeitos patrimoniais
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