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Aula 02 - 17-08

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TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
Prof. Ricardo Cardoso
CONSTITUCIONALISMO
Teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. 
“Técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos.” (J. J. Gomes Canotilho)
“Movimento histórico com a afirmação da Constituição como um documento jurídico central de um País.” (Kildare Gonaçalves Caravalho)
CONCEITOS DE CONSTITUCIONALISMO
Característica: Limitação do poder político pelo Direito.
Limitação do poder público e afirmação da esfera de autonomia dos indivíduos frente ao Estado, por um lado, e frente à outros indivíduos, por outro lado.
Pretensão de liberdades individuais normativamente garantidas pela Constituição (a Constituição como documento jurídico surge depois do constitucionalismo ou movimentos constitucionais).
CONSTITUCIONALISMO
Dois aspectos na relação entre Estado e sociedade:
Prestações negativas: Negação da atuação do Estado (limita-se a atuação do Estado, para que se garanta a liberdade individual)
Prestações positivas: Ação por parte do Estado para que se garanta ou se concretize a coletividade, para que se construa a unidade política que representa o Estado.
CONSTITUCIONALISMO
Garantia da liberdade individual e concretização do bem comum (estruturação do Estado, políticas públicas, etc).
SÍNTESE DO CONSTITUCIONALISMO
É possível se falar em constitucionalismo na antiguidade clássica (greco-romana)? 
Não. Constitucionalismo como movimento que conhecemos hoje está vinculado ao surgimento do Estado moderno. (José Melo Alexandrino)
Sim. Estado teocrático dos Hebreus (profetas fiscalizavam os governantes que extrapolassem os limites bíblicos). Cidades-Estados Gregas tinham sistema político de democracia direta. (Karl Loewenstein) 
Evolução histórica do constitucionalismo
Magna Carta Inglesa de 1215 (“Constitucionalismo medieval”)
Resultou de desentendimentos entre o rei João “sem terra”, o Papa e os barões ingleses acerca das prerrogativas do soberano.
Evolução histórica do constitucionalismo
Segundo os termos da Magna Carta, o rei João “sem terra” deveria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a sua vontade estaria sujeita à lei.
A Magna Carta é muito mais um conjunto de direitos do que uma constituição propriamente dita. Ela trouxe direitos de circulação, ideia de proporcionalidade da pena, dentre outros direitos que hoje consideramos como direitos fundamentais. É um documento histórico importante para o constitucionalismo ocidental. 
Considera-se a Magna Carta o primeiro capítulo de um longo processo histórico que levaria ao surgimento do constitucionalismo.
Evolução histórica do constitucionalismo
Constitucionalismo na Idade Moderna :
1) Constitucionalismo das origens: Século XIV ao XVIII
2) Constitucionalismo das revoluções: Século XVIII ao XIX (processo de independência dos Estados Unidos e revolução Francesa)
3) Constitucionalismo Liberal: Século XIX e início do século XX (primeira guerra mundial e revolução russa).
4) Constitucionalismo da democracia constitucional (contemporâneo): a partir da segunda guerra mundial. 
Evolução histórica do constitucionalismo
 
Evitar crises, garantir a estabilidade da sociedade
evitar os problemas típicos da idade média (ausência de poder centralizado)
ideia de um governo misto (presença de pessoas dos mais variados estamentos) 
Constitucionalismo das origens
(Séculos XIV até XVII)
Processo de independência dos Estados Unidos
Contratos de colonização - Compact (1620)
Declaration of Rights do Estado de Virgínia (1776)
Constituição da Confederação dos Estados Americanos (1781)
Constituição norte-americana de 1787
Os Americanos optaram por uma Constituição escrita.
A ruptura Americana com a Inglaterra também se revela com a ideia do controle de constitucionalidade (a lei pode ser revista pelo Judiciário).
Constitucionalismo das revoluções (Século XVIII ao XIX)
Revolução Francesa (fundamentação na igualdade dos indivíduos) Constituição francesa de 1791
Os direitos naturais deixam de ser metafísicos, como ideias, e passam a ser direitos morais na Constituição.
Constitucionalismo das revoluções (Século XVIII ao XIX)
Não é um período de supremacia do Estado, mas sim do primados das leis.
O judiciário se limita a aplicar a legislação, sem interpretação, na solução de conflitos. 
Na Europa, no século de XIX, não há a ideia de controle de constitucionalidade. Neste momento, a constituição é apenas uma outra lei, com o qualquer outra, não há hierarquia. 
Constitucionalismo liberal
(Séculos XIX até começo do século XX)
Existe um hiato entre o fim da primeira guerra mundial e o fim da segunda guerra mundial: Este interregno é um período em que alguns autores chamam de “Estado de não direito”, um momento de ascensão dos totalitarismos na Europa. Trata-se um período em que não se fala em movimentos constitucionais ou constitucionalismo.
CONSTITUCIONALISMO
Conceito de democracia passa estar presente na Constituição.
Controle de constitucionalidade.
Após segunda guerra, surge na Europa Tribunais Constitucionais.
Constituição hierarquicamente superior a todas as demais leis. (Teoria de Kelsen)
Constitucionalismo da democracia constitucional
Totalitarismo constitucional
Dirigismo comunitário
Constitucionalismo globalizado
Direitos de segunda dimensão
Direitos de terceira dimensão
Constitucionalismo contemporâneo
Busca-se a eficácia da Constituição.
Expectativa de concretização dos Direitos Fundamentais.
Concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade.
Onipresença dos princípios e das regras.
Inovações hermenêuticas.
Modelo normativo não é apenas descritivo (deontológico), mas valorativo (axiológico).
NEOCONSTITUCIONALISMO
Centro do sistema
Norma jurídica – imperatividade e superioridade
Carga valorativa – axiológica – dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais.
Eficácia irradiante em relação ao Poderes e mesmo aos particulares.
Concretização dos valores constitucionalizados
Garantia de condições dignas mínimas
Pontos marcantes do neoconstitucionalismo
HISTÓRICO:
Estado Constitucional de Direito
Documentos a partir da 2ª Guerra
Redemocratização
Marcos fundamentais do neoconstitucionalismo
FILOSÓFICO:
Pós-positivismo
Direitos Fundamentais
Direito-Ética
MARCOS FUNDAMENTAIS DO NEOCONSTITUCIONALISMO
TEÓRICO:
Força normativa (Konrad Hesse)
Supremacia da Constituição (constitucionalização dos Direitos Fundamentais)
Nova dogmática da interpretação constitucional (regras e princípios)
MARCOS FUNDAMENTAIS DO NEOCONSTITUCIONALISMO

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