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ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA ELIANA ALVES MOURA DOS SANTOS FARIAS ESTUDO DE CASO: EFEITO DA MOXABUSTÃO E ACUPUNTURA NA REDUÇÃO DE TUMOR HEMORRÁGICO NO FÍGADO SANTOS 2015 2 ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA ELIANA ALVES MOURA DOS SANTOS FARIAS ESTUDO DE CASO: EFEITO DA MOXABUSTÃO E ACUPUNTURA NA REDUÇÃO DE TUMOR HEMORRÁGICO NO FÍGADO Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Acupuntura apresentado à EBRAMEC - Escola Brasileira de Medicina Chinesa, sob orientação da Professora Cintia Akemi Sugahara e co-orientador Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho. SANTOS 2015 3 ELIANA ALVES MOURA DOS SANTOS FARIAS ESTUDO DE CASO: EFEITO DA MOXABUSTÃO E ACUPUNTURA NA REDUÇÃO DE TUMOR HEMORRÁGICO NO FÍGADO BANCA EXAMINADORA ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ Cintia Akemi Sugahara Co-orientador Dr. Reginaldo de C. Silva Filho Eliana Alves Moura Dos Santos Farias São Paulo, _____ de _____________de _____ 4 DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa em memória do meu querido pai, exemplo de fé, esperança e força e que me fez conhecer através da sua doença a Acupuntura. Em especial a minha amiga e paciente Elza Florido, pelo imensurável apoio e confiança depositados em todos esses meses de estudos e dedicação para que essa pesquisa se realizasse. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por estar sempre presente em minha vida, sem o qual nada teria feito. A minha família, que sempre incentivaram meus sonhos e estiveram ao meu lado nesta jornada de estudos. Ao Lar Assistencial Rubataiana, que me deu a oportunidade de fazer parte do quadro de voluntariados e por em prática meus conhecimentos na área da Acupuntura e poder ajudar o meu próximo. Em especial quero agradecer a minha orientadora Cintia Akemi Sugahara, que me orientou neste projeto, a escola EBRAMEC e aos professores que me incentivaram e fizeram eu me apaixonar pela ACUPUNTURA. 6 RESUMO A Acupuntura foi aprovada pela Organização Mundial de saúde, em 1970, como método de tratamento e prevenção para diversas doenças, e pelos resultados clínicos alcançados, vem se tornando, a cada dia, como uma opção de tratamento médico em todo o mundo. Segundo a medicina ocidental o Fígado (Gan) é o maior órgão sólido humano e localiza-se no abdome superior, sob as costelas, do lado direito do corpo. É responsável pelo aproveitamento de um grande número de substâncias absorvidas pelo intestino e pela produção de várias proteínas que desempenham as mais diferentes funções no organismo, tais como a coagulação sanguínea e a defesa contra infecções. Os tumores hepáticos se dividem em benignos e malignos. Dentre os tumores benignos, destacam-se os hemangiomas. Os cistos são outro tipo de lesões hepáticas comuns e de comportamento benigno. A paciente além do tumor no Fígado (Gan) apresentou alguns sintomas decorrente da alteração energética do Fígado (Gan) como: enxaqueca, bursite em ombro, insônia, estresse, irritabilidade entre outros decorrentes de fatores emocionais. O objetivo deste TCC é melhorar a qualidade de vida da paciente, reduzindo o tumor, fortalecendo os vasos sanguíneos para que não ocorra uma hemorragia e equilibrando a energia do Fígado (Gan). Os resultados do estudo fornecem perspectivas de que a Moxabustão e a Acupuntura podem reduzir significativamente os tumores benignos no fígado. Palavras-chave: Hemangioma Hepático, Moxabustão, Acupuntura, Tumor Benigno. 7 ABSTRACT Acupuncture was approved by the World Health Organization in 1970 as a method for the treatment and prevention of various diseases and the clinical results achieved, is becoming every day as a treatment option worldwide. According to Western medicine the liver is the largest human solid organ and is located in the upper abdomen, under the ribs on the right side of the body. It is responsible for the use of a large number of substances absorbed from the gut and production of various proteins which play the most different functions in the body such as blood clotting and to protection against infections. The hepatic tumors are divided into benign and malignant. Among the benign tumors, stand out hemangiomas. Cysts are another common type of liver injury, and are benign. The patient beyond the liver tumor had some symptoms resulting from the energy of the liver change as migraine, bursitis in shoulder, insomnia, stress, irritability and others due to emotional factors. The purpose of this is to improve the TCC patient's quality of life, reducing tumor strengthening blood vessels so that there is bleeding and balancing the energy of the liver. The study results provide insights that moxibustion and acupuncture can significantly reduce the benign tumors in the liver. Key-words: Liver hemangioma, moxibustion, Acupuncture, Benign Tumor. 8 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO............................................................................................................... 09 1.1 – Segundo a Medicina Ocidental................................................................................... 09 1.2 – Na Visão da Medicina Chinesa (MC)......................................................................... 10 1.3 – A Moxaterapia Japonesa............................................................................................. 13 1.4 – Técnica Tradicional KI-TIKU-BA-NO KETSU-HO (Montando no Cavalo de Bambu)........ 14 1.5 – Acupuntura.................................................................................................................. 15 2 – APRESENTAÇÃO DO CASO...................................................................................... 18 2.1- Caso Clínico.................................................................................................................. 18 2.2- Materiais e Método..................................................................................................... 18 2.2.1 – Principais Funções dos Pontos Selecionados............................................................ 19 2.2.2 – Materiais Utilizados................................................................................................. 22 2.2.3 – Avaliação através do Ryodoraku............................................................................. 22 2.2.4 – Etapas do Tratamento............................................................................................... 23 2.2.5 – Evolução do Quadro Clínico.................................................................................... 25 3 – DISCUSSÃO.................................................................................................................. 27 3.1 – Moxabustão Direta em Grãos...................................................................................... 27 4 – CONCLUSÃO................................................................................................................ 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................31 APÊNDICE A – Protocolo de Consentimento.................................................................... 32 APÊNDICE B – Tabela de Ryodoraku................................................................................ 33 APÊNDICE C – Resultados de Exames.............................................................................. 35 ANEXO A – Protocolo de Avaliação Geral........................................................................ 38 9 1– INTRODUÇÃO 1.1– Segundo a Medicina Ocidental Os Hemangioma Hepático Benigno (Tumor Hemorrágico no Fígado) são pequenos tumores formados por vasos sanguíneos enovelados. Surgem durante a formação do embrião antes do nascimento podendo ocorrer em diversos órgãos entre eles a pele e o fígado. Em geral o Hemangioma permanece inalterado após o nascimento, podendo crescer mais raramente causando algum sintoma principalmente quando está localizado no Fígado. Esse tumor é encontrado por acaso, por algum exame (ultrassonografia, tomografia ou ressonância) realizado por outro motivo. Os Hemangiomas são os tumores benignos do Fígado (Gan) mais comuns. Geralmente encontrados em mulheres jovens pelos exames de ultrassonografias ginecológicas de rotina. Acometem de 0,4 a 7% de toda a população e são múltiplos (mais de um) e 70% dos casos, geralmente as lesões são pequenas, mas em 10% dos casos podem ultrapassar 5 cm de diâmetro sendo chamados gigantes. Sintomas são comuns e mesmo nas pessoas com sintomas tipo (dor abdominal, empachamento após alimentação, febre, náusea e vômitos), muitas tem outra doença (como dispepsia que é a dificuldade de digestão) e acabam descobrindo o Hemangioma por acaso. No entanto se o Hemangioma é muito grande (alguns chegam a ocupar quase todo o fígado), há risco de que se rompa (após trauma é raro que se rompa sozinho). Geralmente hemorragia interna ou que forme coágulos no seu interior, que consomem plaquetas e fatores da coagulação e provocam hemorragias em outros órgãos (síndrome de Kasabach –Mert). A comparação diagnóstica se faz por exames de imagem. Na ultrassonografia o aspecto típico é de uma lesão arredondada hiperecogênica (mais branca), com bordas bem definidas e fluxo sanguíneo ao Doppler. A tomografia mostra a lesão captando contraste, geralmente de modo uniforme e a ressonância magnética mostra uma lesão com 1hipersinal (mais branca) na fase T2 e hipossinal (mais escuro) na fase T1. (Danton Corrêa – Cirurgia oncológica) Cemad – Centro Médico do Aparelho Digestivo / Florianópolis – SC. Ano da pesquisa Setembro 2014. 1 Lesão Hipersinal (mais branca) na fase T2 - Tecido Tumoral que mostra a presença de edemas ou hemorragias. Lesão Hipossinal (mais escura) na fase T1- Tecido Tumoral que mostra a presença de manchas escuras, formando grande massa. 10 Apesar de a lesão ser tipicamente uniforme e o padrão de “enchimento” com contraste pode ajudar a diagnosticar e descartar a possibilidade de câncer. Como um novelo de vasos sanguíneos, o hemangioma torna-se completamente cheio de contraste logo após a sua aplicação. Lesões menores “enchem” rapidamente enquanto que lesões maiores “enchem” mais devagar a partir do centro com possibilidade de “falhas de enchimento”, causadas por trombose e focos de fibrose. Geralmente não é necessário nenhum tratamento apenas observação clínica com exames (geralmente ultrassonografia anual ou a cada dois anos é suficiente). Hemangiomas sintomáticos são incomuns, mas gigantes sintomáticos podem exigir tratamento. As principais opções terapêuticas são ressecção cirúrgica (retirada em percentagem do órgão com um tumor benigno), transplante hepático, ligadura da artéria hepática, embolização (técnica terapêutica que consiste em parar uma hemorragia ou diminuir o fluxo de sangue de um tumor), radioterapia e corticoterapia. A escolha do tratamento dependerá de particularidades de cada caso e da experiência e possibilidades do serviço. (Danton Corrêa – Cirurgia Oncológica – CEMAD (Centro Médico do Aparelho Digestivo / Florianópolis – SC. Ano da pesquisa Setembro/ 2014. As perspectivas do hemangioma são ótimas. A maioria dos casos é descoberta ao caso e a pessoa permanece assintomática por toda a vida. Apenas uma minoria necessita de tratamento que geralmente é cirúrgico e com mortalidade quase zero. 1.2- Na Visão da Medicina Chinesa (MC) O Fígado (Gan), do ponto de vista energético, está estreitamente envolvido com a Vesícula Biliar (Postura e Decisões), mas também com os Olhos (Sentido da Visão), Ombros, Joelhos e Tendões (Flexibilidade), Unhas, Seios e todo o Aparelho Reprodutor Feminino. Na Medicina Chinesa (MC) se diz que o Fígado (Gan) é o órgão mais importante para a mulher, assim como o Rim (Shen) é para o homem. Praticamente todo o sistema reprodutor feminino é regido pelo Fígado, responsável por alterações no ciclo menstrual, presença de cistos de ovários, miomas uterinos, corrimento ou prurido vaginais, alterações da libido como frigidez e impotência. O Fígado (Gan) é responsável por manter o Livre Fluxo da Energia total do corpo. Como o movimento do Sangue (Xue) segue o movimento da Energia, dizemos que o Fígado (Gan) direciona a Circulação do Sangue (Xue) e regula também o ciclo menstrual. 11 Mas seu papel mais importante é sem dúvida, sobre o equilíbrio emocional. É o Livre Fluir da energia do Fígado (Gan) que vai nos permitir responder vitoriosamente aos desafios da vida, aos estímulos emocionais e efetivos. O Fígado (Gan) desempenha um importante papel na MC. Como é ele que comanda o Fluxo Suave do Qi por todo o corpo, qualquer desequilíbrio em suas funções, geralmente afeta outro órgão. A Estagnação do fluxo do Qi do Fígado (Gan) freqüentemente desequilibra o fluxo emocional, produzindo sentimentos de frustração e ira. Contrariamente, essas mesmas emoções podem levar a uma disfunção no Fígado (Gan), resultando em um ciclo interminável de causa e efeito. Quando o Fígado (Gan) está desequilibrado, os seguintes sintomas podem ocorrer: problemas emocionais, dor ou sensação de estufamento nas costelas, vertigem, cefaléia, cólicas, problemas nos tendões, bursites, insônia, câimbras, problemas menstruais, TPM, Hipertensão, icterícia, visão fraca ou borrada e desordens digestivas, formação de massas (tumores). Os problemas ligados ao Fígado (Gan) podem ser por Falta ou por Excesso de Energia Circulante. Um bom exemplo de Excesso é a raiva, mais exatamente a raiva reprimida e, num quadro de Vazio Energético, temos o medo paralisante ou síndrome de pânico. A Estagnação do Fluxo de Energia do Fígado (Gan) freqüentemente desequilibra o emocional, produzindo sentimentos de frustração e ira. Essas mesmas emoções podem levar a uma disfunção no Fígado (Gan), resultando em um ciclo interminável de causa e efeito. (Trucom, 2014). Como todas as emoções, boas ou más, passam pelo Fígado (Gan), não devemos reprimi-las infinitamente. A repressão das emoções provoca um bloqueio da energia que leva ao Excesso de Calor no Fígado (Gan). Cabe uma distinção entre sentimento e emoção. Os sentimentos geralmente fortalecem os órgãos e servem como mecanismos de defesa para o organismo, uma irritação que nos leva a reagir diante de um ataque ou quando nos sentimos lesados, é diferente da raiva que é cega e destrutiva. Os olhos são manifestação externa do Fígado (Gan). Em outras palavras, o Fígado (Gan) rege o sentido da visão. Assim, patologias da visão irão sinalizar alguma alteração no Fígado (Gan) As mais comuns são: conjuntivites, olhos vermelhos sem processo inflamatório, coceiras, “vista” seca, visão fraca, embaçada ou borrada, terçol, pontos brilhantes que aparecem no campo visual e outros. A lágrima é a secreção interna que ajuda a aliviar o Fígado (Gan). As unhas são manifestação externa das condições do Fígado (Gan), e as suasdeformidades ou a presença de micose sugerem algum comprometimento do Fígado (Gan) ou desequilíbrio prolongado da sua energia. (Trucom, 2014) 12 O Fígado (Gan) rege as articulações do ombro e joelhos e também os tendões de modo geral. Assim sendo, as bursite e dores nos joelhos sem causa aparente, as tendinites e os estiramentos frequentes são sinais de comprometimento da energia do Fígado. Todo Órgão está associado a uma Víscera que, no caso do Fígado (Gan), é a Vesícula Biliar (Dan). Resumidamente, a Vesícula Biliar (Dan) atua mantendo o equilíbrio postural. Todos os quadros de tonturas, vertigens, labirintites estão ligados a ela. Rege a articulação tempero mandibular (ATM). Todas as tensões que ficam retidas no Fígado (Gan) podem ser descarregadas nesta região e produzir o bruxismo, que é um quadro de ranger os dentes, que se manifesta mais frequentemente durante o sono. Metafisicamente a Vesícula Biliar (Dan) comanda a capacidade de tomarmos decisões assertivas. Uma Vesícula desequilibrada se manifestará na forma de indecisões ou mesmo desorientações, perda de rumo. Autora: Conceição Trucom – Editora Alaúde. WWW.docelimao.com.br. Setembro de 2014. O Fígado (Gan) tem como função armazenar o sangue (Xue). O Fígado (Gan) é considerado uma área de armazenamento para o sangue quando este não está sendo usado para atividade física. Esses períodos de descanso contribuem para os processos restauradores do corpo. Durante o exercício, o sangue é liberado para nutrir tendões e músculos. Essa função também está intimamente associada ao ciclo menstrual, pois o Fígado (Gan) mantém o suprimento de sangue adequado e regula o conforto da menstruação. Quaisquer disfunções no ciclo menstrual são quase tratadas regulando-se o Sangue do Fígado (Gan), Qi ou Yin. Quando o Qi do Fígado (Gan) está Estagnado (uma condição muito comum), uma pessoa apresenta os seguintes sintomas: irritabilidade, sensação de aperto no peito e, nas mulheres, sintomas de tensão pré-menstrual. Quando o Sangue (Xue) do Fígado (Gan) está Deficiente, sintomas como olhos e pele secos, palidez e falta de menstruação podem ocorrer. O Fígado (Gan) garante o Fluxo Suave do Qi. O Nei Jing refere-se ao Fígado (Gan) como um general no exército, coordenando o movimento das tropas. Quando o Fígado (Gan) funciona suavemente, a atividade física e emocional por todo o corpo também ocorre suavemente. Porém, quando a habilidade do Fígado (Gan) de Disseminar o Qi suavemente por todo o corpo é prejudicada devido a estresse ou opções de estilo de vida, o Qi do Fígado (Gan) pode se tornar Estagnado ou Hiperativo, causando danos em outros órgãos, como Pulmões, Estômago (Wei) e Baço (Pi) . Geralmente, problemas relacionados ao estresse, como Síndrome do Intestino Irritável ou Indigestão, podendo ser tratados com sucesso trabalhando-se a “Suavização do Qi do Fígado”. http://www.docelimao.com.br/ 13 1.3– A Moxaterapia Japonesa Conhecida como Artemísia Japonesa, o Yomogi é uma planta nativa do Japão. É encontrada em montanhas, campos e no mato. Conhecida como uma planta vigorosa é um arbusto, e suas folhas são aveludadas por baixo (Cunha, 2006). Yomogi é parte essencial da tradicional vida japonesa. O maior exemplo do uso do Yomogi é a Moxaterapia. Ela apareceu no livro de arte medicinal “Meiibetsuroku” publicado na China em 500 D.C. provavelmente introduzido pelos monges budistas chineses (Cunha, 2006). A Moxaterapia se tornou prática comum durante o período Edo. Na época, os tratamentos com Moxa faziam parte de um grande festival. Este evento anual era dedicado à manutenção da saúde. Outro nome comum para esta planta é a Mogusa (erva processada). Como fazia parte do costume de preservação da saúde durante o período Edo, havia reportagens contendo informação detalhada do seu cultivo, preservação e preparação do Yomogi para a prática da Moxaterapia em livros. Estes livros publicados traziam informações precisas dos pontos de tratamento e como produzir o estímulo terapêutico com Moxa (Cunha, 2006). Os japoneses inicialmente utilizaram a Moxaterapia para deter o sangramento em condições de menstruação irregular, hemorróidas, crises de tosse com sangue (Cunha, 2006). Há três tipos de Artemísia processada: Uma é chamada de Mogusa, de aspecto amarelo semelhante à lã, de cheiro agradável e cor amarelo claro bem definido, produz um calor agradável (Cunha, 2006). A outra de aspecto verde-escuro semelhante à lã, de cheiro forte chamada de Wakakusa que proporciona um calor mais forte. (Cunha, 2006) A do tipo Unryu fica na metade do tipo Mogusa e Wakakusa, geralmente usada na técnica ChinetsuKyu (Moxa de transferência de calor) (Cunha, 2066). A montanha Ibuki, famosa desde a Antigüidade, era reconhecida como um rico distrito especializado no plantio da erva Yomogi (Artemísia) e no fabrico da produção de M oxa. O termo MoxaIbuki ou Kamaya tem sido empregado desde a era Tokugawa como sinônimo de Moxa de alta qualidade (Cunha, 2006). O uso da Moxa (Artemísia processada) é tradicional no Japão, desde a Antigüidade, por monges budistas e religiosos sectários japoneses. Eles acreditavam que o seu uso afastava energias maléficas, causadora de doenças. (Cunha, 2006) 14 Portanto, concluímos que a aplicação de Moxa é indicada no tratamento de distúrbios psicossomáticos e psicogênicos. O paciente ao receber a aplicação de Moxa sente conforto e paz interior principalmente nas doenças associadas ao estresse. O povo Ainu (índios japoneses) creditava a erva Artemísia valores espirituais. Era de sua crença que os ramos de suas folhas os protegiam dos demônios (Oni) que causavam doenças. O motivo se baseava no tipo de cheiro exalado, proveniente da planta Artemísia, que desencorajava estes seres a permanecerem por perto de onde existia esta planta (Cunha, 2006) . A Moxaterapia sempre esteve ligada à saúde e longevidade. 1.4-- Técnica Tradicional KI-TIKU-BA-NO KETSU-HO (Montando no Cavalo de Bambu) Descrição da técnica antiga de tratamento do câncer, utilizando o método do cordão. Segurando uma ponta do fio no centro da prega da articulação do cotovelo (Cunha, 2006). Nas mulheres usamos como medida o braço esquerdo, para os homens o braço direito, medindo a distância até a ponta do dedo médio (Cunha, 2006). Em seguida, adaptar uma das pontas do fio na ponta do cóccix e subimos o cordão pela linha mediana vertebral até encontrarmos a altura, onde bilateralmente distando uma polegada encontramos os pontos Ki-tiku-ba (Cunha, 2206). Sawada para encontrar os pontos Ki-tiku-ba, buscava a localização do Ponto Ganshu B 18 (Shu do Fígado) Ponto Shu Dorsal do Fígado, somava uma polegada acima e uma polegada ao lado da linha média vertebral. (Uma polegada corresponde a 25,4 mm, aproximadamente a 1,5 Cun). Aplicar 10, 30,50 até alcançar 100 cones de Moxa diariamente (Cunha, 2006). Esta técnica foi aplicada como tratamento principal para a redução do Tumor Hemorrágico no Fígado. 15 1.5- Acupuntura A Acupuntura é uma técnica importante da Medicina Chinesa (MC) que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo humano, sendo um dos maiores benefícios oriundos da China para a humanidade, cuja história remota há mais de três mil anos. Em 1970, a Acupuntura foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como método de tratamento e prevenção para diversas doenças, e pelos resultados clínicos alcançados, vem se tornando, a cada dia, como uma opção de tratamento médico em todo o mundo. O Chen-Chuí ou Acupuntura, como é conhecido no Ocidente, é um antigo método terapêutico chinês que se baseia na estimulação de determinados pontos do corpo com Agulha (Chen) ou com Fogo (CHUI), a fim de restaurar e manter a saúde (Yamamura, 2001). A Acupuntura foi idealizada dentro do contexto global da Fisiologia do Tao e das concepções fisiológicasque nortearam a Medicina Chinesa. A concepção dos Canais de Energia e dos pontos de Acupuntura, o Diagnóstico Energético e o tratamento baseiam-se nos preceitos do Yange do Yin, dos Cinco Movimentos, da Energia (QI) e do Sangue (Xue) (Yamamura, 2001). A Acupuntura é uma das mais antigas formas de tratamento que têm sobrevivido e evoluído não só no Extremo Oriente (China), mas em todo o mundo. Faz parte de um conjunto de técnicas com fins terapêuticos da Medicina Chinesa (MC), sendo, atualmente, praticada como terapia primária e adjuvante para uma variedade de doenças e condições crônicas. A técnica consiste na inserção de agulhas em vários níveis de profundidade da pele em pontos específicos chamados de “Acupontos”, podendo ser estimuladas manualmente ou com uma corrente de baixa tensão elétrica (Eletroacupuntura). Também pode ser utilizada pelo aquecimento de uma de suas extremidades com um incenso a base de Artemísia. Esta técnica chama-se Moxabustão (Cabanillas, 2012). As técnicas de inserção de agulhas (Acupuntura) têm a finalidade de promover a imobilização, a circulação e o fortalecimento das energias humanas, bem como a Expulsão de Energias Perversas que acometem o indivíduo (Yamamura, 2001). A Acupuntura pode ser praticada em conjunto com outras técnicas da MTC tais como: Gua- Sha (raspagem da pele), Fitoterapia (farmacoterapia por meio do uso de plantas, minerais e animais), Tui-na (massagem terapêutica manipulativa), Auriculoterapia (estímulo auricular por meio de agulhas ou sementes) e o Qi Gong (ginástica terapêutica) (Cabanillas, 2012). A base da MC fundamenta-se nas teorias do Yin-Yang e dos Cinco Movimentos, e sobre esses princípios, estão os outros grandes conceitos da MC: o do “Qi” e o do “Xue”, as patologias 16 ocasionadas pelo Calor, Frio, Excesso e Deficiência, e os princípios de tratamento, como também a determinação dos pontos Acupunturais (Wang, 2005). A Acupuntura baseia-se na busca e no princípio da manutenção ou recuperação da Homeostasia, que somente ocorrerá com a harmonia e Livre Fluxo de “QI”. Os antigos chineses tinham a convicção profunda da unidade orgânica, do universo e do corpo humano como um todo, onde o corpo orgânico reflete a existência de duas forças fundamentais, antagônicas e complementares. Estas forças fundamentais, o Yang, representando a luz, masculino, lado externo, ensolarado e seco e o Yin representando a escuridão, feminino, lado interno, sombrio e úmido. No organismo vivo, estas forças, trabalham juntas e em equilíbrio, com o Yang sendo a parte mais sutil e energética, e o Yin a mais densa, matéria. Por exemplo, a dualidade é expressa como Yang (QI) e Yin (XUE) como dois sistemas de circulação distinta. Enquanto o Sangue (YIN) é bombeado pelo Coração e circula através das Artérias, Veias e Capilares, o QI (YANG) é gerado pelos Pulmões e flui no corpo através de folhetos invisíveis “Jing-Luo” (Meridianos) e impulsiona o Sangue (Cabanillas, 2012). O Sangue e o Qi estão inter-relacionados, mutuamente equilibrando ou balanceando o Yin e o Yang. Estas duas forças (Yin e Yang), juntamente com os Meridianos (Jing-Luo), Cinco Movimentos (Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal) e a teoria dos Órgãos e Vísceras (Zang-Fu) são pilares fundamentais para a fisiologia, fisiopatologia, Semiologia e o tratamento na MC (Wen, 1998). Fazer uso da Acupuntura sem ter um entendimento de seus princípios filosóficos e de sua teoria é como administrar um medicamento sem conhecer a Anatomia, a Fisiologia e a Farmacologia no contexto da Medicina Ocidental, tendo como conseqüência resultados aquém do esperado, e até imprevisíveis (Firmino, 2009). A Acupuntura visa restabelecer a Circulação de Energia (Qi) nos Canais de Energia e nos Órgãos e Vísceras e com isso levar o corpo a uma harmonia de energia e de matéria. Assim, os efeitos combinados da ação de Qi nos Canais de Energia, que se faz de maneira primária, agem sobre o Sistema Nervoso Autônomo e sobre o Sistema Nervoso Central, assim como no Xue Sangue, difundindo o Qi e os substratos provocando as reações (Analgesia, Hipoalgesia, Hipo ou Hiperfunção das estruturas orgânicas) quando se estimulam os pontos de Acupuntura (Yamamura, 2001). Os Meridianos, como constelações estelares, conectam entre si todos os Acupontos espalhados pelo corpo. Assim, os Meridianos são as vias condutoras ou matrizes de rede de apoio a Circulação de Qi ao redor do corpo. Ao longo dos Meridianos existe um grande número de Acupontos na superfície do corpo. Até o primeiro século A.C., foram determinados 365 Acupontos 17 e mais 400 no final do século XX, mas para fins práticos, um pouco mais de 60 Acupontos são normalmente empregados (Cabanillas, 2012). A função do Sistema de Vias de Canais do corpo humano é promover uma Circulação normal do Sangue e do Qi, para que as Essências Vitais derivadas dos alimentos do homem possam nutrir o Yin e o Yang, sustentar os Músculos, Tendões e Ossos, e lubrificar as articulações (Cabanillas, 2012). 18 2 – APRESENTAÇÃO DO CASO Trata-se de um Estudo de Caso sobre os efeitos da Moxabustão e Acupuntura na Redução de Tumor Hemorrágico no Fígado, tratamento realizado em uma única paciente, com início dia 22 de Janeiro de 2014 a 16 de Janeiro de 2015, perfazendo um total de 12 meses. Foram realizadas 50 sessões de tratamento, variando de uma a duas sessões semanais, conforme a disponibilidade da paciente. 2.1 – Caso Clínico E. F., sexo feminino, 60 anos, funcionária pública (Guarda Civil Municipal), viúva, com dois filhos. Em 2001 a paciente foi diagnosticada portadora de Tumor Hemorrágico no Fígado, medindo 5 cm sendo considerado gigante (Hemangioma Hepático). Desde então iniciou tratamento no Hospital das Clínicas em São Paulo. Em 2005 a paciente passou a fazer parte do grupo de pesquisa do hospital (Disciplina de Topografia Estrutural Humana – Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – Estudos da Ciência). Durante o tratamento fez uso de vários medicamentos importados, inclusive a base de veneno de cobra para diminuir o tamanho do tumor, tramal, albumina, ácido fólico, castanha da índia para a circulação, cloreto de magnésio para deixar o sangue alcalino, entre outros. Desde então vinha sofrendo os transtornos causados pela doença e pelos vários tipos de medicamentos ministrados em seu tratamento como: náuseas, diarreia - seguida de vômito, aumento de tamanho do fígado, gases, hepatite A, emagrecimento, Xistossoma, imunidade baixa, gastrite, pensamentos suicidas, depressão, melancolia, opressão torácica, irritabilidade, sensação de obstrução na garganta, dores nas costelas, distensão abdominal, gosto amargo na boca pela tarde e noite, entre outras. 2.2 – MATERIAIS E MÉTODO A paciente foi esclarecida sobre a pesquisa e aceitou participar da mesma, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 19 Para o diagnóstico na Medicina Chinesa, foi utilizada a Ficha de Diagnóstico Energético, empregada no Centro de Estudos de Terapias Naturais. A avaliação em Medicina Chinesa (MC) ocorreu em 22/01/2014, onde o Diagnóstico da paciente apresentou um quadro de desarmonia energética do Fígado (Gan), que ao longo dos anos, transformou-se em um tumor no Fígado (Gan), gerando vários sintomas desagradáveis oriundo do Fígado (Gan) como: dores e distensão do abdome, depressão, insônia, explosões de raiva, bursite, tensão cervical, cefaléias e outros, que são citados detalhadamente no Anexo A. Todo o detalhamento do Diagnóstico Energético encontra-se no anexo A – Ficha de Diagnóstico na Medicina Chinesa. A voluntária foi submetida a um tratamento envolvendo a Técnica tradicional Japonesa de MoxabustãoKi-tiku-ba-no-Ketsu-Ho (Montando no Cavalo de Bambu) e técnicas de Acupuntura, durante 12 meses, com frequência de uma a duas vezes por semana, perfazendo um total de 50 sessões e utilizados cones de Moxa queimados no ponto Ki-tiku-ba, próximo ao ponto Ganshu (B 18). Os pontos de Acupuntura foram selecionados com o objetivo de harmonizar de um modo geral os sintomas apresentados. Os pontos utilizados foram: F3 (Taichong), F14 (Quimen), B17 (Geshu), B18 (Ganshu) e P9 (Taiyuan). 2.2.1 – Principais funções dos pontos selecionados: F3 (Taichong) – Grande precipitação: Ponto Shu riacho, Ponto Yuan Fonte e Ponto Terra do canal do Fígado (Gan). Ponto Estrela Celestial de Ma Dan-yang. Localiza-se no dorso do pé, na depressão abaixo da junção do primeiro e segundo ossos metatársicos. Ações: - Dispersa o Qi do Fígado (Gan). - Domina o Yang do Fígado (Gan) e extingue vento. - Nutre o sangue do Fígado (Gan) e o Yin do Fígado (Gan). - Clareia a cabeça e os olhos. - Regula a menstruação; - Regula o Jiao inferior. 20 Indicações: Dor de cabeça, tontura, entorpecimento da cabeça, contração dos tendões das mãos e dos pés, desvio da boca, hipertensão, distensão e dor da região costal lateral, dor do Fígado (Gan) e do Coração (Xin), dor no Coração (Xin) com pulso em corda, dor na mama, dor e plenitude do hipogástrio, insônia, visão turva, visão nublada, dor nos olhos, dor na garganta, garganta seca, amenorréia, menstruação irregular, hemorragia uterina incessante, prolapso uterino, micção difícil, retenção de urina, icterícia, vômito, náusea, constipação, emagrecimento, dor lombar que se irradia para a parte inferior do abdome (Deadman, 1981). F14 (Quimen) - Portão do ciclo: Ponto Mu do Fígado (Gan), ponto de encontro dos canais do Fígado (Gan) e do Baço(Pi) com vaso de ligação do Yin. Localiza-se na linha do mamilo, no sexto espaço intercostal, 4 cun laterais à linha média. Ações: - Espalha-se para o Fígado (Gan) e regula o Qi. - Revigora o sangue e dispersa as massas. - Harmoniza o Fígado (Gan) e o Estômago (Wei). Indicações: Dor, distensão e plenitude no peito, massas na região costal lateral, dor na região costal lateral, distensão e dor na mama, distensão epigástrica e dor, vômito, sangramento uterino, icterícia, rigidez e dor de cabeça e no pescoço (Deadman, 1981). B17 (Geshu) – Shu do Diafragma: Ponto Hui de encontro do Sangue (Xue). Localiza-se 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da sétima vértebra torácica (T7). Ações: - Revigora o Sangue (Xue) e dispersa a estase. - Esfria o calor no Sangue (Xue) e cessa a hemorragia. - Nutre e harmoniza o sangue. - Harmoniza o diafragma e descende o Qi rebelde. Indicações: Opressão no tórax, dor epigástrica, plenitude do abdome e da região costal lateral, vômito, refluxo no Estômago (Wei), urticária, tontura, peso no corpo, inchaço, distensão e dor no corpo todo, dor nas costas e rigidez da coluna, incapacidade de comer, icterícia, todas as doenças hematológicas, é um importante 21 ponto para muitos tipos de distúrbios hemorrágicos decorrentes de estase de Sangue (Xue) (Deadman, 1981). B18 (Ganshu) – Shu do Fígado: Ponto Shu dorsal do Fígado(Gan), localiza-se 1,5 cun do lado da borda inferior do processo espinhoso da nona vértebra torácica (T9). Ações: - Dispersão Qi do Fígado (Gan). - Regula e nutre o sangue do Fígado (Gan). - Pacifica o Vento. - Esfria o fogo e dispersa umidade-calor. - Beneficia os olhos e os tendões. Indicações: Distensão e dor da região costal lateral, dor epigástrica, massas abdominais, dor na parte inferior do abdome, cólicas abdominais, icterícia, plenitude do tórax, muita raiva, visão turva, vermelhidão dos olhos, cegueira noturna, tontura, rigidez no pescoço e da coluna, dor na coluna,dor lombar, dor no pescoço e nos membros, dor nos ombros, câimbras e dor nos tendões (Deadman, 1981). P9 (Taiyuan) – Supremo abismo: Ponto Shu Riacho, Yuan fonte e terra do canal do Pulmão (Fei), ponto Hui de encontro dos vasos. Localiza-se na articulação do punho, na depressão entre a artéria radial e o tendão do abdutor longo do polegar, no mesmo nível de Shenmen C7, a borda proximal do osso pisiforme. Ações: - Tonifica o Pulmão (Fei) e transforma fleuma. - Promove a função de descensão do Pulmão (Fei). - Regula e harmonizam os cem vasos. - Ativa o canal e alivia a dor. Indicações: Tosse, tosse com fleuma aquosa, respiração curta, opressão e agitação no tórax com dificuldade de respirar, rebelião do Qi do Estômago (Wei), eructação, obstrução visual superficial, vermelhidão e dor nos olhos, inchaço da face, fraqueza ou dor no punho, dor no ombro e nas costas, dor supra-clavicular, dor no aspecto interno do braço e, dor na mama (Deadman, 1981). 22 2.2.2 – Materiais Utilizados Moxa lã amarela tipo Gold, incenso tipo japonês, para possíveis queimaduras foi utilizado pó de pérola com creme nívea ou pomada anti-queimadura para aplicação posterior, lápis dermográfico para marcar os pontos, isqueiro e água para aderir o cone à pele e cinzeiro com um pouco de água no seu interior; Agulha Dong Bang, 0,25x30mm, filiforme, em aço inoxidável, esterilizada e descartável; Maca, travesseiro, rolo de posicionamento e cadeira Quick para aplicação das moxas devido a paciente ter dificuldade de deitar-se em decúbito ventral; Algodão e álcool 70%. 2.2.3 – Avaliação através do Ryodoraku Durante o tratamento foi empregado o sistema de avaliação Ryodoraku, com o intuito de se obter uma escala energética. Antes da medição, o aparelho de Ryodoraku foi aferido em 200 microamperes, que corresponde à resistência elétrica da pele. As medidas foram realizadas sempre com a paciente em repouso por 15 minutos, sem objetos ou vestimentas comprimindo os membros e foram feitas da seguinte forma: a paciente segurava o eletrodo metálico numa das mãos e o Acupunturista segurava o eletrodo explorador (com uma bucha de algodão prensada, molhada com solução salina saturada, de temperatura ambiente a morna) e o colocava de forma perpendicular nos pontos do Ryodoraku por 3 segundos. Após cada medição o algodão era umidificado. O valor no meridiano e a lateralidade efetuada eram anotados. Depois de realizada a medição nos 24 pontos (12 de cada lado do corpo), somava-se o valor destes e dividia-se por 24, resultando em uma média. Caso essa média fosse um número fracionado, era feito o arredondamento para um número inteiro. Utilizando o gráfico do Ryodoraku, esta média era apontada nas duas réguas laterais do gráfico e era feito um traço contínuo ligando-as. A partir dessa linha media-se 7mm para cima e 7mm para baixo e traçava-se duas paralelas. De acordo com a técnica de Ryodoraku, os pontos contidos entre a linha superior e a inferior (faixa de normalidade) são considerados energeticamente equilibrados. Os pontos que se encontram acima da linha superior são considerados em excesso e os pontos encontrados abaixo são 23 considerados em deficiência. O gráfico dos pontos do Ryodoraku será anexado no final deste trabalho. 2.2.4 – Etapas do Tratamento Da primeira sessão até a última foi seguido à mesma sequência de tratamento, iniciando com a Moxabustão e depois com a Acupuntura Sistêmica. O primeiro período de tratamento iniciou dia 22/01/2014 e foi até dia 29/04/2014. Em Maio houve um recesso para a paciente fazer novos exames no Hospital das Clínicas, retornando em 20/06/2014 para o segundo período de tratamento que foi até 16/01/2015. 1ª Sessão: Foram utilizados 20 cones de Moxa em grãos, 10 cones de cada lado e 10 agulhas 0,25x30mm, nos pontos de Acupuntura selecionados. Manuseio da Moxabustão: 1. Foi encontrado o ponto Ki-tiku-ba-no-Ketsu-Ho e marcado com lápis dermográfico bilateral.2. Com a paciente sentada em uma cadeira de Quick Massage, foi aceso um cone usando um incenso previamente aceso encostando o mesmo na ponta do cone acendendo-o. Foram usados inicialmente 20 cones de Moxabustão, 10 em cada lado para acostumar o corpo ao estímulo. Após aceso o cone irá queimar e será apagado a 1mm da pele. 3. No final das aplicações, foram retirados os carvões acumulados e foi limpo o local da aplicação com algodão seco. 4. Foi aplicado pomada anti-queimadura no local da aplicação para evitar manchas na pele. 5. A paciente no final da aplicação foi informada sobre os procedimentos após o uso da Moxabustão. 2ª Sessão: Foram utilizados 40 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 20 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 24 3ª Sessão: Foram utilizados 60 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 30 cones de Moxabustão em grãos em cada lado ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 4ª Sessão: Foram utilizados 80 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 40 cones de Moxabustão em grãos em cada lado ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 5ª Sessão: Foram utilizados 100 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 50 cones de Moxabustão em grãos em cada lado ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 6ª Sessão: Foram utilizados 120 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 60 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 7ª Sessão: Foram utilizados 140 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 70 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 8ª Sessão: Foram utilizados 160 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 80 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 25 9ª Sessão: Foram utilizados 180 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 90 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. 10ª Sessão: Foram utilizados 200 cones de Moxabustão em grãos e 10 agulhas 0,25x30mm. Foi seguido o mesmo procedimento descrito anteriormente, sendo queimados 100 cones de Moxabustão em grãos em cada lado do ponto e aplicados os pontos de Acupuntura selecionados. No final das 10 sessões foram utilizados 1100 cones de Moxabustão em Grãos e 100 agulhas 0,25x30mm. No total foram efetuados Cinco ciclos de 10 sessões. Sendo utilizados 11.000 cones de Moxabustão em grãos e 1000 agulhas 0,25x30mm, nos pontos de Acupuntura selecionados. 2.2.5 – Evolução do quadro clínico da paciente Data do exame: 13/12/2013 Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina Da Universidade De São Paulo (anterior ao tratamento de Acupuntura e Moxabustão) Fígado (Gan) - Dois cistos de paredes finas e conteúdo anecogênico no segmento hepático VII medindo 2,1 x 2,1 x 2,1 cm e 1,1 x 0,6 x 0,5 cm. Imagem hiperecogênica no parênquima hepático, contornos bem definidos no segmento VIII, medindo 3,6 x 2,8 x 3,0 cm. Data do exame: 15/05/2014 – Clínica CRM – Centro de Referência Médica da Baixada Santista (Após 4 meses de tratamento com Acupuntura e Moxabustão) Fígado (Gan) – Apresenta-se com contornos regulares, volume conservado, ecotextura típica, exceto por observarmos imagem ovalada, regular, hiperecogênica, sem sombra acústica posterior, medindo 1,9 x 2,5 cm de diâmetro e duas imagens ovaladas, com bordos bem evidentes, regulares, conteúdos anecóicos e reforços acústicos posteriores, a maior medindo 1,8 x 2,2 cm. - dois cistos simples no parênquima hepático. 26 Data do exame: 20/01/2015 – Clínica CRM – Centro de Referência Médica da Baixada Santista. Após ter completado 12 meses de tratamento com Acupuntura e Moxabustão. Fígado (Gan) – Apresenta-se com contornos regulares, volume conservado, ecotextura típica, sendo que observamos imagem ovalada, com bordos bem evidentes, regulares, conteúdo anecóico e reforço acústico posterior, medindo 1,4 x 1,8 cm e imagem ovalada, regular hiperecogênica, sem sombra acústica posterior, medindo 1,8 x 2,1cm. O parênquima exibe ecogenicidade habitual. - Um cisto simples no Fígado (Gan) Após 4 meses de aplicações de Moxaterapia e Acupuntura, a paciente fez uma nova ultrassonografia do abdome total e teve uma redução considerável do tumor no Fígado (Gan), bem como a redução da dor no ombro (bursite), na cervical e as enxaquecas. Houve uma pausa no tratamento no mês de Maio/14, onde a paciente se internou no Hospital das Clínicas em São Paulo para fazer novos exames e obteve este primeiro resultado. A paciente retornou ao tratamento com Moxabustão e Acupuntura em Junho/14 e recebeu mais 8 meses de aplicações até Janeiro/15, onde a paciente se submeteu a uma nova ultrassonografia do abdome total e teve uma grande redução do tumor hemorrágico no Fígado (Gan) e um cisto hepático sumiu, restando apenas um cisto. 27 3. DISCUSSÃO Antes de iniciar o tratamento com a Moxabustão e Acupuntura, a paciente deste estudo ficou internada várias vezes, submetendo-se a exames e medicamentos para tentar manter estável o tumor e os sintomas existentes. No decorrer dos doze meses de tratamento com Moxabustão e Acupuntura, foi utilizada a mesma técnica no intuito de saber se este tratamento é eficaz na redução do tumor hepático. A Moxabustão foi usada específica para a redução do tumor e os pontos de Acupuntura, foram usados com o objetivo de amenizar os efeitos desagradáveis surgidos com o descontrole energético do Fígado (Gan). Foi estudando a Técnica de Tratamento do Câncer usando Moxabustão Direta com cone de Moxabustão em grãos da Professora Dra. Wang Lingling e a Técnica Tradicional Ki-TiKu-Ba- NoKetsu-Ho (Montando no Cavalo de Bambu), técnica antiga de tratamento do câncer. A Dra. Wang Lingling usa moxabustão direta em cones do tamanho de 1 grão de arroz cateto na Nanjing University of Chinese Academy durante o tratamento com Acupuntura em pacientes com câncer em metástase como forma de eficiente terapia preventiva. A Moxabustão direta na pele utilizando cones do tamanho de 1 grão de arroz amplia a imunidade interferindo na atuação do câncer impedindo a sua circulação na forma de metástase, como um anticâncer provocando uma mudança no quadro geral da doença (Dra. Lingling, 1999). A Medicina Chinesa já utilizava a Moxabustão como um método eficaz na cura e prevenção do Câncer. Já faziam tratamentos de câncer desde a antiguidade, há registros em livros clássicos. 3.1 – Moxabustão direta em grãos A técnica do uso de Moxabustão direta na pele usando cones de Moxabustão do tamanho de um grão de arroz cateto é especialidade do estilo japonês de Acupuntura. Desde a antiguidade tanto na China como no Japão houve melhorias na tecnologia na busca por um melhor método de aplicação da Moxabustão direta sem lesionar muito a pele. Desde então a China começou a adotar o método japonês de aplicação de Moxabustão direta em suas clínicas como um modo de reverter o estado das doenças crônicas e graves. No Japão, a Moxabustão direta 28usando pequenos cones é tradicional sendo utilizada em famílias como um tratamento caseiro assim como em hospitais e clínicas privadas (Dra.Lingling, 1999). Moxabustão direta é um estímulo de calor considerado mais forte e rápido do que o uso da moxa bastão que leva 8 a 10 minutos para aquecer o ponto superficialmente. A moxa cone direta gera um estímulo de vermelhidão e pequena escara devido à micro queima da pele pelo cone de moxa lã amarela em pontos específicos de tratamento. O estímulo é semelhante a aplicação de uma agulha de punção profunda em seus pontos. Este tipo de moxabustão atua diretamente sobre o sistema imunológico podendo gerar uma produção purulenta (pus e fluido amarelado) desintoxicando o sistema imunológico de substâncias tóxicas de uma maneira mais forte do que o uso de agulhas (Dra. Lingling, 1999). Em paciente com câncer o uso da Moxabustão direta em grão segundo a orientação da MTC deve ser aplicado também em casa pelos parentes próximos como uma prevenção gerando um grande efeito terapêutico (Dra. Lingling, 1999). Pacientes com câncer são tratados ativamente com este tipo de Moxabustão e tem uma grande resposta em seus casos de câncer. Este tratamento foi utilizado em pacientes com estado de câncer na Cabeça, Pulmão (Fei), Fígado (Gan), tanto no Hospital como em pacientes particulares, utilizando esse tipo de Moxabustão. Aliviando a dor após o tratamento, e aliviando o inchaço e estado geral, dando uma melhor qualidade de vida a estes pacientes, mesmo em casos especiais antes da cirurgia (Dra. Lingling, 199). O tratamento do Câncer com Moxabustão exige o uso de pontos especiais tradicionais pela MC além do uso de pontos em várias partes do corpo relacionadas tornando este tratamento apropriado a cada caso. A Dra. Wang Lingling indica como principal ponto o VG 14 (Dazhui / Grande Vértebra – Ponto de encontro do Vaso Governador com os seis Canais Yang da mão e do pé e Ponto do Mar de Qi). Ativa a circulação sangüínea e melhora a imunidade. Ponto E36 (Zusanli / Três Milhas da perna – Ponto He Mar e Ponto Terra do Canal do Estômago. Ponto de Comando de Gao Wu. Ponto Estrela Celestial de Ma Dan-Yang. Ponto Mar de Água e grão). Ativa a imunidade, alivia a dor. Ativa a Energia Qi em todos os Meridianos (Dra. Lingling, 1999). Pode ser aplicado em outras partes do corpo, como pontos no Meridiano do Pulmão, Estômago, Intestino para câncer cólon-retal, buscar no Meridiano VG (Vaso Governador) na coluna e aplicar nestes pontos a Moxabustão (Dra. Lingling, 1999). 29 Utiliza-se a Moxabustão apenas nos pontos necessários ao tratamento, e são utilizados de 7 a 9 cones de Moxa em cada ponto geral. Aumento de apetite, aumento da imunidade, alívio das dores, não apresenta efeitos colaterais. Aplicar uma semana antes da radioterapia, os efeitos secundários da radioterapia ficarão diminuídos, aplicar também uma semana antes da cirurgia. Evitar queimaduras na pele (Dra. Lingling, 1999). A Moxabustão em grãos é conhecida pelo seu efeito lendário no Japão de estimular o anti- envelhecimento devendo ser aplicado diariamente em pessoas após 40 anos de idade para evitar os efeitos do envelhecimento e prevenir o corpo contra todas as doenças, mantendo-a forte, dinâmica e resistente (Dra. Lingling, 1999). Esta técnica de tratamento serviu de parâmetro para realizar a pesquisa de uso de Moxabustão e Acupuntura na redução do Tumor de Fígado (Gan) Hemorrágico. Assim como também foi estudado a técnica Ki-tiku-ba-no-Krtsu-Ho Montando no Cavalo de Bambu, técnica antiga para tratamento de câncer, utilizando o método do cordão do Livro do Prof. Antonio Augusto Cunha. Pensando que a Moxabustão pode tratar câncer, então poderia ajudar também em tumores, daí resolvi usar a Moxabustão e alguns pontos de Acupuntura para tratamento de redução de tumor no Fígado (Gan) (Gan) bem como seus sintomas. E o resultado foi surpreendente, proporcionando uma melhor qualidade de vida para a paciente com um tumor hemorrágico no Fígado (Gan). Após a última sessão, foi observada uma grande melhora no quadro geral da paciente. Os maiores benefícios foram: a redução do tumor hemorrágico, o desaparecimento de um cisto hepático e redução do outro cisto. A paciente não reclamou mais de dor nos ombros, cervical e cefaléia. A taxa de colesterol normalizou, e o mais importante a paciente se encontra mais equilibrada energeticamente. Pesquisas sobre o efeito da Acupuntura no tratamento de diversas doenças têm aumentado de forma significativa nos últimos anos e muitos países como nos EUA, onde existe a intervenção governamental direcionada para a pesquisa na área de medicina alternativa e complementar. No Brasil, a utilização da Acupuntura também está aumentando, mas com muitas limitações, relativas à adequação de estudo, a confiabilidade dos resultados apresentados, acrescidos das inúmeras particularidades inerentes a MC. 30 4. CONCLUSÃO Após doze meses de tratamento, um total de 50 sessões, a paciente obteve ótimos resultados com o uso da Moxabustão e Acupuntura para a redução do tumor no Fígado (Gan). Os resultados do estudo fornecem perspectivas de que a Acupuntura pode melhorar significativamente a qualidade de vida de portadores de Tumor Hepático bem como reduzi-los. Comparando o diagnóstico inicial com o final, percebe-se que a paciente está energeticamente mais equilibrada, tanto no que se refere à tabela do Ryodoraku, quanto do Diagnóstico energético. A princípio a paciente apresentou Fígado (Gan), Vesícula Biliar (Dan), Pericárdio (JueYin), Coração(Xin), IntestinoDelgado (XiaoXang), Intestino Grosso (Dachang), Baço (Pi) e Estômago (Wei) em Excesso e Pulmão (Fei), Triplo Aquecedor (San Jiao), Rin (Shen), Bexiga (Dang Guang) em Deficiência. No final do tratamento apresentou apenas Pericárdio (Jue Yin) e Intestino Delgado (Xiao Xang) em excesso e Fígado (Gan), Rins (Shen) Bexiga (Dang Guang), Vesícula Biliar (Dan) e Estômago (Wei) em deficiência, tendo que ser tonificado. Em relação às queixas citadas no Diagnóstico, a paciente teve seus sintomas amenizados e apresenta-se mais tranqüila e feliz. A paciente foi orientada a continuar com as sessões de Moxabustão e Acupuntura, mas com uma freqüência menor e estar sempre atenta para quaisquer sinais e sintomas. A Acupuntura, técnica integrante da MC, apresentada entre outras terapias complementares, têm-se mostrado bastante atrativa por, entre outros fatores, proporciona um reequilíbrio orgânico geral e ser praticamente isenta de fatores deletérios que normalmente acompanham os tratamentos convencionais. A Acupuntura pode trazer um grande benefício para a prevenção e o tratamento de um grande número de enfermidades, portanto deve estar numa prática integrada a Medicina Ocidental, visando o alívio de sofrimento causado pelas doenças e proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes. Termino esta pesquisa satisfeita com o resultado obtido. A paciente com este tratamento teve uma grande redução do tumor e no último rastreamento de tumores, constatou que ela não tem outros tumores e um cisto hepático desapareceu, restando apenas um e tendo seu tamanho reduzido. O melhor de tudo é saber que a paciente poderá após anos de tratamento, ter um acompanhamento anual e não mais periódico, pelos médicos do Hospital das Clínicas. Os resultados dos exames estão no Apêndice C – Exames de Ultrassonografia Abdominal. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEADMAN, PETER; AL-KHAFAJI, MAZIN; BAKER, KEVIN. Manual de Acupuntura. Gen / Roca. ROSS, J. Sistemas de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. Segunda Edição. Roca CUNHA, ANTÔNIO AUGUSTO AZEVEDO; HOGA, TERUYOSHI. A Moxaterapia Japonesa. Ícone editora. www.cirurgiadocancer.com (Câncer do Fígado (Gan) e Tumor Benigno) Danton Corrêa - Cirurgia Oncológica. LINGLING,DRA. WANG – Artigo: Tratamento do Câncer usando ¨Moxabustão Direta com cone de Moxa Arroz¨. CABANILLAS, J. G.Q. - Efeito da eletroacupuntura na qualidade de vida de pacientes com esclerose múltipla forma recorrente-remitente. Capinas, 2012. Citações. FIRMINO, E. M. – Aspectos epidemiológicos da demanda do ambulatório de acupuntura do Hospital da Clínicas da UFPE (período: 2005 a 2007). Recife, 2009. WEN, T. S. - Acupuntura Clássica Chinesa: São Paulo: Cultrix,1998 WANG, L.G. – Tratado Contemporâneo de Acupuntura e moxa. São Paulo: 2005. http://www.cirurgiadocancer.com/ 32 APÊNDICE A – Protocolo de Consentimento 33 APÊNDICE B – Tabela de Ryodoraku 34 35 APÊNDICE C – Resultados de Exames 36 37 38 ANEXO A – Protocolo de Avaliação Geral Para o diagnóstico na Medicina Tradicional Chinesa, foi utilizada a Ficha de Diagnóstico Energético, empregada no Centro de Estudos de Terapias Naturais. A avaliação em Medicina Tradicional Chinesa (MTC) ocorreu em 22/01/2014. Como queixa principal a paciente apresentou: Tumor Hemorrágico e dois cistos hepáticos. Como queixa secundária a paciente apresentou: - Dor e distensão abdominal, estufamento, (sugerindo Estagnação do Qi do Fígado (Gan) invadindo o Baço (Pi); - Gosto amargo na boca pela tarde e noite; - Depressão, melancolia, opressão torácica, irritação e dor nas costelas (sugerindo Estagnação do Qi do Fígado (Gan)); - Sensação de obstrução na garganta (sugerindo Estagnação do Qi do Fígado (Gan) com Fleuma); - Irritação, pequenas explosões de raiva, cefaléia (sugerindo Hiperatividade do Yang do Fígado (Gan)); - Bursite subacromiodeltóidea em ombro esquerdo; - Colesterol alto; - Tensão cervical; - Ansiedade (podendo ser causada por Deficiência de Yin do Coração (Xin)); - Insônia (podendo ser Ascendência do Yang do Fígado (Gan) ou Deficiência de Yin do Coração (Xin)); - Cansaço (Deficiência de Qi do Baço (Pi)). Como antecedentes de doenças a paciente apresentou: Hepatite A e Xistossoma (Verme), conhecido como “Barriga D’Água”. Na Inspeção foram observados: Língua: - Com Saburra Branca (Frio Interno); - Denteada (Umidade, Deficiência de Qi do Baço (PI)); - Arroxeada na lateral da língua (Estase de Xue). 39 Compleição Geral: Yang Cor da pele: Face amarelada (Estômago (Wei) e Baço (Pi)). Auscultação: - Fala alta (Síndrome de excesso, calor); - Fala muito (Deficiência de Yin do Coração (Xin)). Interrogatório: Transpiração: Sua pouco (normal) Sono: Insônia Emoções: Raiva/ Irritabilidade, Preocupação e tristeza Alimentação: Segue dieta hospitalar Sabores: Amargo (Deficiência de Qi do Coração (Xin)); Azedo/Ácido (Estagnação de Qi do Fígado (Gan)). Sede: Muita sede (Calor Interno) Disfunções Gastro-Intestinais: - Náuseas (enjôos) (Qi perverso calor–umidade em Estômago (Wei)); - Gastrite (Qi Perverso Calor em Estômago (Wei)); - Diarréia (Qi perverso calor ou frio/umidade). Fezes: Fezes finas com água (Qi perverso umidade/frio em Baço (Pi) e Estômago (Wei)). Urina: Muita e Clara Órgãos dos sentidos: Olhos e visão: Secura (Vazio de Yin Qi do Fígado (Gan)) 40 Síndrome dos olhos secos Boca e gosto: Boca amarga (Qi perverso calor/umidade em Fígado (Gan) e Vesícula Biliar (Dan)). Algias: Coluna Cervical. Algias periféricas: Tendinites e Bursites (Estagnação de Qi do Fígado (Gan)). Abdome: - Dores epigástricas (Qi perverso Frio no Estômago (Wei)); - Dor no hipocôndrio tipo pontada (Estase de Qi do Fígado (Gan)). Tórax: Opressão Torácica (Qi perverso Frio e Umidade no Pulmão (Fei)). Dores de Cabeça: Temporal (Hiperatividade de Yang Qi do Fígado (Gan), Calor/Umidade de Fígado (Gan) e Vesícula Biliar (Dan)). Pulsologia: O pulso encontrava-se superficial e em couro (Desarmonia do Fígado (Gan)). Os padrões de desarmonias foram baseados no livro de Jeremy Ross, 1994.
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