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Direito Aplicado à Gestão - MOD1 - UA3

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U N I D A D E 3
D I R E I T O A P L I C A D O
À G E S T Ã O
DIREITO EMPRESARIAL
Fernanda Passos Jovanelli de
Oliveira
AUTORA
Seja bem-vindo!
 
O novo Código Civil Brasileiro adota o modelo italiano de 1942, unificando
parcialmente, como já afirmamos, o Direito Civil e o Direito Comercial,
consagrando, como se fez na Itália, o Direito de Empresa. Com isso, afasta-se do
modelo francês (Código comercial de 1808, conhecido como Código Napoleônico)
que se alicerçava na teoria dos atos de comércio, cuja definição e natureza
sempre foram objeto de sérias controvérsias (não menciona o prestador de
serviço, nem o industrial).
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: 
- Compreender o conceito de empresário e empresa; 
- Conhecer história do direito empresarial; 
- Identificar as principais características do conceito de empresário.
APRESENTAÇÃO
01
CONHEÇA O 
CONTEUDISTA
Meu nome é Fernanda. Sou advogada especialista em Direito Público, com ênfase
em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade Projeção (2007). Possuo
graduação em Administração Pública pelo Centro Universitário do Distrito Federal
- UDF (2012) e graduação em Direito pela Universidade Católica de Brasília - UCB
(2006). Tenho experiência em docência no Ensino Superior no curso de Direito,
tendo atuado em várias disciplinas, tais como Direito Constitucional, Direito Civil
(Parte Geral, Contratos, Coisas, Família, Sucessões e Responsabilidade Civil),
Teoria Geral do Processo, Processo Civil (Conhecimento, Recursos, Execução e
Procedimentos Especiais), Empresarial (Sociedades Anônimas, Títulos de Crédito e
Falência), Metodologia Científica, Trabalho de Conclusão de Curso, Prática Jurídica
Real e Simulada, Prática em Processo Civil e Ética Profissional.
Fernanda Passos Jovanelli de Oliveira
02
Introdução
Com o advento do Código Civil (CC) de 2002 e a revogação de parte do Código
Comercial de 1850, no Brasil tem-se usado a expressão “Direito Empresarial” em
vez de “Direito Comercial”, o que ensejou até a mudança de nomenclatura das
disciplinas de grande parte dos cursos jurídicos. Podemos afirmar que Direito
Empresarial é o mesmo que Direito Comercial, mas o Direito Empresarial é mais
extenso e amplo do que o Direito Comercial, pois, alcança todo exercício
profissional de atividade econômica organizada para produção e/ou circulação de
bens ou de serviços, com exceção do intelectual. Não obstante, o Direito
Comercial alcançava, inicialmente, apenas os comerciantes que compravam para
depois revender e algumas atividades. O Direito Comercial é um ramo histórico
do Direito, que surgiu pelas necessidades dos comerciantes. 
Origem e evolução histórica do direito empresarial
 
Ao estudarmos a história do direito comercial, logo observamos que o comércio é
muito mais antigo do que ele. De fato, o comércio existe desde a Idade Antiga. As
civilizações mais antigas de que temos conhecimento, praticavam atividades
mercantis. Nesse período histórico, berço das primeiras civilizações, a despeito
de até já existirem algumas leis esparsas para a disciplina do comércio, ainda não
se pode falar na existência de um direito comercial, entendido este como um
regime jurídico sistematizado com regras e princípios próprios. 
 
Obviamente que a troca de bens era pequena nos tempos primitivos entre os
membros da mesma comunidade. O seu crescimento se deu em razão da
intervenção do intermediário (comerciante estrangeiro), o qual excitava e
satisfazia o sentido estético das pessoas, o que implicava novas necessidades,
consequentemente levando as pessoas a importarem bens desejados.
 
Resumidamente, o Direito Comercial, pode ser dividido em 3 fases: 1ª dos usos e
costumes, consolidando-se fundamentalmente na Idade Média, indo até 1807,
ano da edição do Código Comercial francês); 2ª da teoria dos atos de comércio,
ano marcado pela edição do Código Civil italiano; 3ª da teoria da empresa, fase
moderna, a partir de 1942 até o presente momento. 
UNIDADE 3
03
04
D I R E I T O A P L I C A D O À G E S T Ã O
Quanto às pessoas: conforme já visto, estas podem ser: natural, física ou
individual, ou seja: o homem; ou, jurídica, moral ou coletiva, ou seja, o
agrupamento humano visando fins e interesses comuns. 
Quanto à personalidade: podem ser estas: jurídica, que é igual para todos
os homens, todos a têm na mesma medida; ou, natural, que irá variar de
indivíduo para indivíduo, assim, teremos tantas personalidades naturais
quantos foram os seres humanos existentes. 
Quanto à capacidade: que pode ser natural ou jurídica e, esta, de direito ou
de fato. A capacidade natural está vinculada à área psíquica, já a capacidade
jurídica corresponde à medida jurídica das atribuições da personalidade
jurídica. Esta pode variar em capacidade de direito, advém da personalidade,
para adquirir direitos e contrair obrigações, e, a capacidade de fato, que
consiste na aptidão de exercer por si os atos da vida civil (NUNES, 2003)
No ano de 2002, com a entrada em vigor do novo CC, ocorre a total transição da
Teoria Objetiva (francesa) para a Teoria da Empresa (italiana) revogando grande
parte do Código Comercial brasileiro e unificando, ainda que no plano formal, o
direito privado nacional (direito civil e comercial). 
 
Nesse sentido, Ramos (2008, p. 48) esclarece que
Ao disciplinar o direito de empresa, o direito brasileiro se afasta, definitivamente,
da ultrapassada teoria dos atos de comércio, e incorpora a teoria da empresa ao
nosso ordenamento jurídico, adotando o conceito de empresarialidade para
delimitar o âmbito de incidência do regime jurídico comercial.
Pessoas ou Sujeitos de Direito
No campo estrito do Direito, cabe ressaltar que o ser humano não é o único ente
a integrar a noção jurídica de pessoa, não estando esta reduzida naquele, ou
melhor, não se encerra a noção de pessoa na concepção de ser humano. Este,
pelo contrário, é uma espécie daquela, que é o gênero. Nesse sentido, a pessoa,
enquanto destinatária final das regras jurídicas, chama-se sujeito de direito, que
pode ser tanto uma pessoa física, individual ou natural (ser humano), quanto uma
pessoa jurídica, moral ou coletiva (empresa) (REALE, 2004). 
 
Desse modo, noções que envolvem as concepções de pessoa, personalidade e
capacidade, não se excluem, pelo contrário, completam-se. Breve classificação,
podemos observar espécies distintas de pessoas e diferentes formas de
capacidade e personalidade. 
Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo (países soberanos, Santa Sé
e organizações internacionais: Organizações das Nações Unidas (ONU),
Organização dos Estados Americanos (OEA) etc.); e 
Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno (representada pela
Administração Pública direta: União, Distrito Federal, Estados, municípios; e,
pela Administração Pública indireta: autarquias, fundações públicas, Agências
reguladoras e Agências executivas). 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado apresentam-se divididas em
Fundações particulares, Associações, Organizações religiosas, Sociedades civis
ou simples, Sociedades comerciais ou empresariais, Partidos Políticos (artigo
44 do Código Civil) e entidades estatais, representadas, estas, pelas empresas
públicas e sociedades de economia mista.
Pessoas Jurídicas de Direito Público X Pessoas de Direito Privado
Na ordem jurídica nacional temos as Pessoas Jurídicas de Direito Público e as
Pessoas de Direito Privado. Vamos às diferenças entre elas.
Direito de Empresa
 
Da simples questão atinente à nomenclatura, em especial, Direito Comercial
versus Direito Empresarial, percebemos uma profunda implicação de ordem
prática e jurídica. O CC de 2002 trata do “Direito de Empresa”. Desaparece a
figura do comerciante, e surge a figura do empresário (da mesma forma, não se
fala mais em sociedade comercial, mas em sociedade empresária). 
 
Desta feita, a partir da vigência do novo Código Civil, de 10 de janeiro de 2002,
que revogou toda a primeira parte do Código Comercial de 1850, o comércio
passou a representar apenas uma das várias atividadesreguladas por um Direito
mais amplo, o Direito Empresarial, que abrange o exercício profissional de
atividade econômica organizada para a produção ou para a circulação de bens ou
serviços, por exemplo: indústria, bancos, prestação de serviços, atividade rural e
outras.
Os princípios do direito empresarial
 
Podemos afirmar que o direito empresarial, enfim, é o direito da empresa, isto é,
o regime jurídico especial de direito privado que disciplina o exercício de
atividade econômica organizada. É no direito empresarial que iremos encontrar
as regras jurídicas especiais para a disciplina do mercado, e, nas quais as bases
do capitalismo: livre iniciativa, propriedade privada, autonomia da vontade e
valorização do trabalho humano, já estão enraizadas e solidificadas como valores
inegociáveis de uma sociedade livre.
05
DIREITO APLICADO À GESTÃO
Liberdade de iniciativa 
 
A livre-iniciativa é o princípio fundamental do direito empresarial. 
 
Em nosso ordenamento jurídico, constitui princípio constitucional da ordem
econômica, conforme previsão expressa do art. 170 da Constituição Federal de
1988 (CF/88): “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios”. 
 
No entanto, o princípio da livre-iniciativa vem sendo relativizado
progressivamente, muito em função de uma mentalidade anticapitalista que
incrivelmente se desenvolve em muitas pessoas, sobretudo entre os intelectuais e
os burocratas do Estado.
Liberdade de concorrência
 
Outro princípio importante do direito empresarial é a livre concorrência, também
prevista expressamente na CF/88 como princípio constitucional da ordem
econômica: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IV –
livre concorrência; (...)”. 
 
Também é um princípio que não vem sendo respeitado no Brasil. E quem mais
desrespeita a livre concorrência é justamente aquele ente que, em tese, deveria
protegê-la: o Estado.
Garantia e defesa da propriedade privada
 
A propriedade privada também está prevista no art. 170 da CF/1988 como
princípio constitucional da ordem econômica, formando, junto com a livre-
iniciativa e a livre concorrência, a tríade que dá sustentação ao direito
empresarial: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) II –
propriedade privada; (...)”. 
 
Garantia de defesa da propriedade privada dos meios de produção é pressuposto
fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade
privada, não há também mercado, obviamente. Importante ressaltar que a
garantia da propriedade privada também se trata de princípio que vem sendo
relativizado progressivamente em nosso ordenamento jurídico, a partir do
conceito de “função social”.
06
DIREITO APLICADO À GESTÃO
Atividade: é o conjunto de atos coordenados para alcançar um fim comum, o
que também se denomina “empresa”. Não é uma mera sequência de atos; é
necessária a coordenação, como ocorre, por exemplo, com as linhas de
produção de automóveis. 
Princípio da preservação da empresa 
 
Certamente é um dos princípios do direito empresarial mais difundido pela
doutrina nos dias atuais é o princípio da preservação da empresa, o qual vem
sendo amplamente difundido, inspirando alterações legislativas recentes, como a
Lei 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação de Empresas), e fundamentando
inúmeras decisões judiciais. 
 
O princípio da preservação da empresa também tem sido muito usado pelos
tribunais pátrios para fundamentar decisões em matéria de dissolução de
sociedades, falência, recuperação judicial. O princípio da preservação da empresa
é uma construção importante, mas sua aplicação deve limitar-se às situações em
que o próprio mercado.
Do Empresário 
Conceito técnico/jurídico de empresário 
 
Conforme já apontamos, tendo o Código Civil de 2002 adotado a teoria da
empresa em substituição à antiga teoria dos atos de comércio, suas regras não
utilizam mais as expressões ato de comércio e comerciante, que foram
substituídas pelas expressões empresa e empresário. O art. 966 do Código Civil
brasileiro de 2002 é reflexo do art. 2.082 do Código Civil italiano de 1942, que
dispõe: “É empreendedor quem exerce profissionalmente uma atividade
econômica organizada para o fim da produção ou da troca de bens ou de
serviços” (tradução livre). Do conceito de empresário estabelecido no art. 966 do
Código Civil (“considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”)
Caracterização do empresário 
 
Para melhor entender o conceito de empresário, bem como analisar os
elementos que o caracterizam (atividade econômica, organização,
profissionalidade e produção ou circulação de bens ou de serviços), divididos em
cinco grupos: 1º) o exercício de uma atividade; 2º) a natureza econômica da
atividade; 3º) a organização da atividade; 4º) a profissionalidade no exercício de
tal atividade; 5º) a finalidade da produção ou da circulação de bens ou de
serviços.
07
DIREITO APLICADO À GESTÃO
Econômica: é a atividade que cria riqueza por meio da produção ou
circulação de bens e de serviços. A atividade econômica tem como fim o lucro.
Quem explora a atividade objetiva o lucro, ainda que às vezes experimente
prejuízos. 
Profissionalidade: Significa que o empresário é um profissional/expert
naquele ofício; faz do exercício da atividade econômica a sua profissão. 
Produção ou circulação de bens ou de serviços: para compreendermos
melhor este ponto, ele será dividido em quatro possibilidades: 1ª) Produzir
bens é sinônimo de fabricar/industrializar/produzir mercadorias. 2ª) Produzir
serviços é prestar serviços, como acontece com bancos, seguradoras,
locadoras, lavanderias, encadernadoras 3ª) Circular bens é adquirir bens para
revendê-los (em regra, sem transformá-los). Normalmente é quem compra no
atacado para revender no varejo. 4ª) Circular serviços é realizar a
intermediação entre o cliente e o fornecedor do serviço a ser prestado, como
o corretor de seguros e o agente de viagens.
Empresário individual x sociedade empresária 
 
O art. 966 do CC, conceitua empresário como aquele que exerce
profissionalmente atividade econômica organizada, não está se referindo apenas
à pessoa física que explora atividade econômica, mas também à pessoa jurídica.
Portanto, temos que o empresário pode ser um empresário individual (pessoa
física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada) ou uma
sociedade empresária (pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade cujo
objeto social é a exploração de uma atividade econômica organizada). A grande
diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por
ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos
sócios que a integram. Em nosso ordenamento jurídico, o empresário individual,
além de responder diretamente com todos os seus bens pelas dívidas contraídas
no exercício de atividade econômica, não goza de limitação de responsabilidade.
 
Portanto, enquanto a responsabilidade do empresário individual é direta e
ilimitada, a responsabilidade do sócio de uma sociedade empresária é subsidiária
(seus bens só podem ser executados após a execução dos bens sociais) e pode
ser limitada, a depender do tipo societário utilizado. 
Empresa e atividade empresarial 
 
A primeira impressão, o significado empresa nos remete à ideia de
estabelecimento comercial. No entanto, constatamos que aquela expressão está
vinculada a um sentido de atividade em especial, economicamente organizada. 
08
DIREITO APLICADO À GESTÃO
Para Ramos (2008,p.62) 
[...] empresa é uma atividade econômica organizada com a finalidade de fazer circular
ou produzir bens ou serviços. Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato.
Empresário, por sua vez, é quem exerce a empresa. Assim, a empresa não é sujeito de
direito. Quem é sujeito de direito é o titular da empresa. Melhor dizendo, sujeito de
direito é quem exerce empresa, ou seja, o empresário, que pode ser pessoa física
(empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresarial). 
O conceito de atividade empresarial está diretamente relacionado com o conceito
de empresário, previsto no caput do art. 966 do CC. A atividade desenvolvida pelo
empresário é empresarial, pois é exercida profissionalmente na busca de lucro.
Pode-se afirmar que a atividade é uma organização profissional para produção ou
circulação de bens ou de serviços com a finalidade de lucro. A empresa é
justamente a atividade econômica organizada, exercida profissionalmente. A
empresa envolve a produção ou a circulação de bens ou de serviços (exceto os de
natureza intelectual), sem prejuízo do que foi considerado anteriormente sobre
os elementos que compõem o conceito de empresário, à luz do art. 966 do
Código Civil.
Exercício de Empresa 
 
A atividade empresarial pode ser exercida pelo empresário individual, pessoa
física que desenvolve atividade econômica organizada para produção e/ou
circulação de bens e prestação de serviços; ou pela sociedade empresarial,
pessoa jurídica de direito privado, constituída por meio de contrato celebrado
entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a combinar esforços e recursos para
atingir fins comuns, e que tem por objetivo social a exploração de atividade
econômica. 
 
No que tange à capacidade civil, em regra, para o exercício de empresa é
necessário que o indivíduo possua idade igual ou superior a 18 anos e seja
mentalmente são, ou seja, apresente capacidade de compreender e
autodeterminar-se (RESTIFFE, 2006). 
 
Ademais, a legislação prevê hipóteses que possibilitam o exercício de empresa
independentemente de reunir a pessoa tais requisitos: idade e/ou sanidade
mental, nesses casos pode o incapaz, em razão de menoridade e/ou insanidade
mental, ser representado (incapacidade absoluta) ou assistido (incapacidade
relativa), conforme previsto no artigo 974 do Código Civil: “[...] poderá o incapaz,
por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes
exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”. 
09
DIREITO APLICADO À GESTÃO
No que concerne às proibições, expressamente previstas em lei para o exercício
de atividade empresarial, devem ser observados diversos casos de impedimento
legal, dentre os quais destaco esses 07 (sete): 1) falidos não reabilitados; 2)
leiloeiros e corretores; 3) servidores públicos no exercício de atividade pública; 4)
estrangeiros e sociedades sem sede no Brasil para algumas atividades como a
empresa jornalística e de radiodifusão; 5) devedores do INSS; 6) médicos, no
exercício simultâneo de farmácia; e 7) cônjuges casados sob o regime de
comunhão universal de bens ou da separação obrigatória.
10
DIREITO APLICADO À GESTÃO
Como vimos, o conhecimento do Direito é imprescindível não apenas para o
profissional do direito, mas, também para o administrador de empresas, gestores,
enfim, de todos aqueles profissionais do mundo corporativo, pois, é através dele
que se tem a base das normas e regras que norteiam a administração das
empresas em geral, tanto privadas, quanto públicas. Na administração são as leis
que vão direcionar a empresa e as pessoas.
CONCLUINDO A 
UNIDADE
1 1
https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor
Para um melhor entendimento do conteúdo, assista o vídeo a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=UQxq-z73S5M – Evolução histórica do direito
empresarial
https://www.youtube.com/watch?v=29c2orT_YiQ – Fontes do direito empresarial
O Direito Empresarial é relevante para as organizações, sobretudo, por propiciar
uma oportunidade de análise dos negócios antecipadamente, de maneira que as
empresas pensem em soluções preventivas e, com isso, evitem problemas legais.
O principal dispositivo legal deste campo do direito é o Código Civil. Para um
conhecimento mínimo da legislação empresarial, faz-se necessário um
aprofundamento nos estudos, para um conhecimento mais amplo, largo e
profundo, leitura constante e atualizada são imprescindíveis.
DICA DA
PROFESSORA 
12
https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor
https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor
https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor
https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor
Questão 1: Assinale a opção correta, a respeito do empresário e de seu regime
jurídico.
a) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção de bens, excluída a prestação de serviços.
b) Aquele que desempenha atividade intelectual ou artística pode ser
considerado empresário, bastando que haja concurso de auxiliares ou
colaboradores.
c) O empresário que se tornar incapaz não poderá continuar sua empresa, ainda
que assistido ou representado.
d) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à jurisdição de outro registro
público de empresas mercantis deverá inscrevê-la também neste lugar, com a
prova da inscrição originária. Porém, a constituição do estabelecimento
secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede.
e) A inscrição do empresário ou sociedade empresária é essencial para a sua
caracterização.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
13
Questão 2: Sabe-se que empresário individual é a pessoa física que exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação
de bens ou de serviços (Art. 966 do Código Civil). Assim, quanto aos empresários
individuais, o Código Civil estabeleceu algumas vedações ao exercício individual
de empresa. Essas vedações decorrem ou de proibições que a legislação
estabelece ou da incapacidade do agente econômico. O Art. 972 do referido
diploma legal assim estabelece “podem exercer a atividade de empresário os que
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”.
Sobre o empresário individual, é correto afirmar que: 
a) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se
a exercer não responderá pelas obrigações, sendo estas nulas de pleno direito. 
b) Só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no pleno gozo de sua
capacidade civil, não podendo, em hipótese alguma, o incapaz ser empresário
individual.
c) O empresário individual pode, independentemente de prévia autorização
conjugal, conferindo o imóvel ao patrimônio da empresa, alienar ou gravar de
ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa. 
d) A proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, que alguns
impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que quem exerce a
atividade empresarial é a própria pessoa jurídica e não seus sócios, pessoas
físicas.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
14
Questão 3: Quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para
a circulação de serviços é legalmente considerado
a) comerciante.
b) empresário.
c) empreendedor.
d) fornecedor.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
15
Questão 4: Em relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta.
a) Esse estabelecimento é o local onde o empresário desempenha a sua
empresa.
b) Salvo disposição em contrário, a transferência do estabelecimento importa a
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para sua exploração, a não
ser que tenham caráter pessoal. 
c) A natureza do estabelecimento empresarial é necessariamente física, de modo
que ambientes virtuais não recebem a proteção conferida.
d) Esse estabelecimento pode ser sujeito ou objeto unitário de direitos e de
negóciosjurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua
natureza.
e) O estabelecimento empresarial pode ser alienado mediante contrato oneroso,
denominado trespasse, hipótese em que o alienante não poderá fazer
concorrência ao adquirente nos 10 anos seguintes ao negócio.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
16
Questão 5: NÃO pode ser considerado empresário por força do disposto no
Código Civil Brasileiro de 2002.
a) Clínica médica com trinta médicos contratados e setores de finanças, contábil e
jurídico.
b) Consultório Odontológico com um profissional de odontologia auxiliado por
uma secretária.
c) Indústria de produtos químicos.
d) Loja de venda de roupas em Shoppings Centers.
e) Salão de cabeleireiro com diversos barbeiros contratados.
EXERCÍCIOS DE 
FIXAÇÃO
17
18
ANOTAÇÕES
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as
sugestões do professor:
 
Há um livro de David Osborne e Ted Gaebler, chamado: Reinventando o Governo
que trata da seguinte questão: é possível governar como quem administra uma
empresa? que trata o assunto, e é leitura recomendada para quem está investido
na função ou tem interesse em aprender mais sobre a eficiência no setor público.
Como o espírito empreendedor está transformando o setor público. 
 
No livro podemos encontrar algumas explicações como estas: Enquanto a
iniciativa privada busca o lucro, recebe seus recursos dos clientes e presta
serviços em livre concorrência, necessitando melhorar processos, reduzir custos
e treinar os funcionários para atender bem ao cliente, por estar em um ambiente
de alta competitividade. Na administração pública, o foco é a popularidade do
administrador, que recebe os recursos dos contribuintes e nem sempre a
preocupação é a redução de custos.
SAIBA MAIS
19
SAIBA MAIS
20
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em
11.07.2022.
______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em
11.07.2022.
______. Lei n. 556, de 25 de junho de 1850. Código Comercial. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM556compilado.htm. Acesso em
11.07.2022.
______. Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em
11.07.2022.
FRANÇA, Weliton Senna. Direito Aplicado à Gestão. Disponível em:
https://www.webartigos.com/artigos/direito-aplicado-a-gestao/65523. Acesso em:
13.07.2022.
LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração:
princípios e tendências. 2 ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008.
MAMEDE, Gladston. Manual do direito empresarial. 16. ed. Barueri, São Paulo:
Atlas, 2022.
OSBORNE, David; GAEBLER,Ted. Reinventando o governo. Como o espírito
empreendedor está transformando o setor público. Brasília: MH Comunicação,
1994.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial: o novo regime
jurídico-empresarial brasileiro. 2.ed. Salvador: Editora JusPodium, 2008.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Teoria geral e direito
societário – Volume 1. 13 ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM556compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm
https://www.webartigos.com/artigos/direito-aplicado-a-gestao/65523
GABARITO
1- Gabarito: D
Justificativa do gabarito: Alternativa em conformidade com o artigo 969 do Código
Civil (Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à
jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também
inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a
constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público
de Empresas Mercantis da respectiva sede.)
2- Gabarito: D
Justificativa do gabarito: 
A) ERRADO. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de
empresário, se a exercer não responderá pelas obrigações, sendo estas nulas de
pleno direito. (Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria
de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.)
B) ERRADO. Só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no pleno gozo de
sua capacidade civil, não podendo, em hipótese alguma, o incapaz ser empresário
individual. (Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais
ou pelo autor de herança.)
C) ERRADA. O empresário individual pode, independentemente de prévia autorização
conjugal, conferindo o imóvel ao patrimônio da empresa, alienar ou gravar de ônus
real o imóvel utilizado no exercício da empresa. 
D) CORRETA. A proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, que
alguns impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que quem
exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica e não seus sócios, pessoas
físicas.
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GABARITO
3- Gabarito: B
Justificativa do gabarito: A questão tem por objeto tratar da figura do empresário
e do profissional intelectual. O conceito de empresário encontra-se no artigo 966,
CC. (Art. 966 Considera-se empresário quem exerce, profissionalmente, atividade
econômica e organizada para a produção ou circulação de bens e serviços.)
4- Gabarito: B
Justificativa do gabarito: 
a) ERRADO: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce
a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. 
b) CERTO: Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer
justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
c) ERRADO: Art. 1.142, § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde
se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. § 2º Quando o
local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço informado
para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário
individual ou de um dos sócios da sociedade empresária.
d) ERRADO: Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e
de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a
sua natureza.
e) ERRADO: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos
subsequentes à transferência.
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GABARITO
5 - Gabarito: B
Justificativa do gabarito: 
A questão tem por objeto tratar daquelas que não exercem atividade empresária.
Para ser considerado empresário é necessário exercer profissionalmente a
atividade econômica e organizada para produção ou a circulação de bens ou
serviços. O exercício da atividade de forma esporádica, não configura atividade
como empresária. Empresário pode circular um bem, circular um serviço,
produzir um bem ou produzir um serviço. Algumas atividades estão excluídas da
atividade empresarial, como por exemplo os profissionais intelectuais, as
cooperativas e aqueles que exercem atividade rural.
Letra A) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizadapara a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Letra B) Alternativa Correta. O art. 966, § único do Código Civil excluí do conceito
de empresário o profissional intelectual de natureza artística, científica e literária,
ainda que exerça a atividade com concurso de auxiliares ou com a ajuda de
colaboradores. Ou seja, o exercício das atividades exclusivamente intelectual
estará excluído do conceito de empresário. 
Letra C) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Letra D) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Letra E) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
 
Dica: A profissão intelectual somente será considerada empresário se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa, ou seja, a profissão intelectual
deixa de ser fator principal e passa a ser componente da atividade.
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