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U N I D A D E 3 D I R E I T O A P L I C A D O À G E S T Ã O DIREITO EMPRESARIAL Fernanda Passos Jovanelli de Oliveira AUTORA Seja bem-vindo! O novo Código Civil Brasileiro adota o modelo italiano de 1942, unificando parcialmente, como já afirmamos, o Direito Civil e o Direito Comercial, consagrando, como se fez na Itália, o Direito de Empresa. Com isso, afasta-se do modelo francês (Código comercial de 1808, conhecido como Código Napoleônico) que se alicerçava na teoria dos atos de comércio, cuja definição e natureza sempre foram objeto de sérias controvérsias (não menciona o prestador de serviço, nem o industrial). Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: - Compreender o conceito de empresário e empresa; - Conhecer história do direito empresarial; - Identificar as principais características do conceito de empresário. APRESENTAÇÃO 01 CONHEÇA O CONTEUDISTA Meu nome é Fernanda. Sou advogada especialista em Direito Público, com ênfase em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade Projeção (2007). Possuo graduação em Administração Pública pelo Centro Universitário do Distrito Federal - UDF (2012) e graduação em Direito pela Universidade Católica de Brasília - UCB (2006). Tenho experiência em docência no Ensino Superior no curso de Direito, tendo atuado em várias disciplinas, tais como Direito Constitucional, Direito Civil (Parte Geral, Contratos, Coisas, Família, Sucessões e Responsabilidade Civil), Teoria Geral do Processo, Processo Civil (Conhecimento, Recursos, Execução e Procedimentos Especiais), Empresarial (Sociedades Anônimas, Títulos de Crédito e Falência), Metodologia Científica, Trabalho de Conclusão de Curso, Prática Jurídica Real e Simulada, Prática em Processo Civil e Ética Profissional. Fernanda Passos Jovanelli de Oliveira 02 Introdução Com o advento do Código Civil (CC) de 2002 e a revogação de parte do Código Comercial de 1850, no Brasil tem-se usado a expressão “Direito Empresarial” em vez de “Direito Comercial”, o que ensejou até a mudança de nomenclatura das disciplinas de grande parte dos cursos jurídicos. Podemos afirmar que Direito Empresarial é o mesmo que Direito Comercial, mas o Direito Empresarial é mais extenso e amplo do que o Direito Comercial, pois, alcança todo exercício profissional de atividade econômica organizada para produção e/ou circulação de bens ou de serviços, com exceção do intelectual. Não obstante, o Direito Comercial alcançava, inicialmente, apenas os comerciantes que compravam para depois revender e algumas atividades. O Direito Comercial é um ramo histórico do Direito, que surgiu pelas necessidades dos comerciantes. Origem e evolução histórica do direito empresarial Ao estudarmos a história do direito comercial, logo observamos que o comércio é muito mais antigo do que ele. De fato, o comércio existe desde a Idade Antiga. As civilizações mais antigas de que temos conhecimento, praticavam atividades mercantis. Nesse período histórico, berço das primeiras civilizações, a despeito de até já existirem algumas leis esparsas para a disciplina do comércio, ainda não se pode falar na existência de um direito comercial, entendido este como um regime jurídico sistematizado com regras e princípios próprios. Obviamente que a troca de bens era pequena nos tempos primitivos entre os membros da mesma comunidade. O seu crescimento se deu em razão da intervenção do intermediário (comerciante estrangeiro), o qual excitava e satisfazia o sentido estético das pessoas, o que implicava novas necessidades, consequentemente levando as pessoas a importarem bens desejados. Resumidamente, o Direito Comercial, pode ser dividido em 3 fases: 1ª dos usos e costumes, consolidando-se fundamentalmente na Idade Média, indo até 1807, ano da edição do Código Comercial francês); 2ª da teoria dos atos de comércio, ano marcado pela edição do Código Civil italiano; 3ª da teoria da empresa, fase moderna, a partir de 1942 até o presente momento. UNIDADE 3 03 04 D I R E I T O A P L I C A D O À G E S T Ã O Quanto às pessoas: conforme já visto, estas podem ser: natural, física ou individual, ou seja: o homem; ou, jurídica, moral ou coletiva, ou seja, o agrupamento humano visando fins e interesses comuns. Quanto à personalidade: podem ser estas: jurídica, que é igual para todos os homens, todos a têm na mesma medida; ou, natural, que irá variar de indivíduo para indivíduo, assim, teremos tantas personalidades naturais quantos foram os seres humanos existentes. Quanto à capacidade: que pode ser natural ou jurídica e, esta, de direito ou de fato. A capacidade natural está vinculada à área psíquica, já a capacidade jurídica corresponde à medida jurídica das atribuições da personalidade jurídica. Esta pode variar em capacidade de direito, advém da personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações, e, a capacidade de fato, que consiste na aptidão de exercer por si os atos da vida civil (NUNES, 2003) No ano de 2002, com a entrada em vigor do novo CC, ocorre a total transição da Teoria Objetiva (francesa) para a Teoria da Empresa (italiana) revogando grande parte do Código Comercial brasileiro e unificando, ainda que no plano formal, o direito privado nacional (direito civil e comercial). Nesse sentido, Ramos (2008, p. 48) esclarece que Ao disciplinar o direito de empresa, o direito brasileiro se afasta, definitivamente, da ultrapassada teoria dos atos de comércio, e incorpora a teoria da empresa ao nosso ordenamento jurídico, adotando o conceito de empresarialidade para delimitar o âmbito de incidência do regime jurídico comercial. Pessoas ou Sujeitos de Direito No campo estrito do Direito, cabe ressaltar que o ser humano não é o único ente a integrar a noção jurídica de pessoa, não estando esta reduzida naquele, ou melhor, não se encerra a noção de pessoa na concepção de ser humano. Este, pelo contrário, é uma espécie daquela, que é o gênero. Nesse sentido, a pessoa, enquanto destinatária final das regras jurídicas, chama-se sujeito de direito, que pode ser tanto uma pessoa física, individual ou natural (ser humano), quanto uma pessoa jurídica, moral ou coletiva (empresa) (REALE, 2004). Desse modo, noções que envolvem as concepções de pessoa, personalidade e capacidade, não se excluem, pelo contrário, completam-se. Breve classificação, podemos observar espécies distintas de pessoas e diferentes formas de capacidade e personalidade. Pessoas Jurídicas de Direito Público Externo (países soberanos, Santa Sé e organizações internacionais: Organizações das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados Americanos (OEA) etc.); e Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno (representada pela Administração Pública direta: União, Distrito Federal, Estados, municípios; e, pela Administração Pública indireta: autarquias, fundações públicas, Agências reguladoras e Agências executivas). Pessoas Jurídicas de Direito Privado apresentam-se divididas em Fundações particulares, Associações, Organizações religiosas, Sociedades civis ou simples, Sociedades comerciais ou empresariais, Partidos Políticos (artigo 44 do Código Civil) e entidades estatais, representadas, estas, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Pessoas Jurídicas de Direito Público X Pessoas de Direito Privado Na ordem jurídica nacional temos as Pessoas Jurídicas de Direito Público e as Pessoas de Direito Privado. Vamos às diferenças entre elas. Direito de Empresa Da simples questão atinente à nomenclatura, em especial, Direito Comercial versus Direito Empresarial, percebemos uma profunda implicação de ordem prática e jurídica. O CC de 2002 trata do “Direito de Empresa”. Desaparece a figura do comerciante, e surge a figura do empresário (da mesma forma, não se fala mais em sociedade comercial, mas em sociedade empresária). Desta feita, a partir da vigência do novo Código Civil, de 10 de janeiro de 2002, que revogou toda a primeira parte do Código Comercial de 1850, o comércio passou a representar apenas uma das várias atividadesreguladas por um Direito mais amplo, o Direito Empresarial, que abrange o exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou para a circulação de bens ou serviços, por exemplo: indústria, bancos, prestação de serviços, atividade rural e outras. Os princípios do direito empresarial Podemos afirmar que o direito empresarial, enfim, é o direito da empresa, isto é, o regime jurídico especial de direito privado que disciplina o exercício de atividade econômica organizada. É no direito empresarial que iremos encontrar as regras jurídicas especiais para a disciplina do mercado, e, nas quais as bases do capitalismo: livre iniciativa, propriedade privada, autonomia da vontade e valorização do trabalho humano, já estão enraizadas e solidificadas como valores inegociáveis de uma sociedade livre. 05 DIREITO APLICADO À GESTÃO Liberdade de iniciativa A livre-iniciativa é o princípio fundamental do direito empresarial. Em nosso ordenamento jurídico, constitui princípio constitucional da ordem econômica, conforme previsão expressa do art. 170 da Constituição Federal de 1988 (CF/88): “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios”. No entanto, o princípio da livre-iniciativa vem sendo relativizado progressivamente, muito em função de uma mentalidade anticapitalista que incrivelmente se desenvolve em muitas pessoas, sobretudo entre os intelectuais e os burocratas do Estado. Liberdade de concorrência Outro princípio importante do direito empresarial é a livre concorrência, também prevista expressamente na CF/88 como princípio constitucional da ordem econômica: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IV – livre concorrência; (...)”. Também é um princípio que não vem sendo respeitado no Brasil. E quem mais desrespeita a livre concorrência é justamente aquele ente que, em tese, deveria protegê-la: o Estado. Garantia e defesa da propriedade privada A propriedade privada também está prevista no art. 170 da CF/1988 como princípio constitucional da ordem econômica, formando, junto com a livre- iniciativa e a livre concorrência, a tríade que dá sustentação ao direito empresarial: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) II – propriedade privada; (...)”. Garantia de defesa da propriedade privada dos meios de produção é pressuposto fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade privada, não há também mercado, obviamente. Importante ressaltar que a garantia da propriedade privada também se trata de princípio que vem sendo relativizado progressivamente em nosso ordenamento jurídico, a partir do conceito de “função social”. 06 DIREITO APLICADO À GESTÃO Atividade: é o conjunto de atos coordenados para alcançar um fim comum, o que também se denomina “empresa”. Não é uma mera sequência de atos; é necessária a coordenação, como ocorre, por exemplo, com as linhas de produção de automóveis. Princípio da preservação da empresa Certamente é um dos princípios do direito empresarial mais difundido pela doutrina nos dias atuais é o princípio da preservação da empresa, o qual vem sendo amplamente difundido, inspirando alterações legislativas recentes, como a Lei 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação de Empresas), e fundamentando inúmeras decisões judiciais. O princípio da preservação da empresa também tem sido muito usado pelos tribunais pátrios para fundamentar decisões em matéria de dissolução de sociedades, falência, recuperação judicial. O princípio da preservação da empresa é uma construção importante, mas sua aplicação deve limitar-se às situações em que o próprio mercado. Do Empresário Conceito técnico/jurídico de empresário Conforme já apontamos, tendo o Código Civil de 2002 adotado a teoria da empresa em substituição à antiga teoria dos atos de comércio, suas regras não utilizam mais as expressões ato de comércio e comerciante, que foram substituídas pelas expressões empresa e empresário. O art. 966 do Código Civil brasileiro de 2002 é reflexo do art. 2.082 do Código Civil italiano de 1942, que dispõe: “É empreendedor quem exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para o fim da produção ou da troca de bens ou de serviços” (tradução livre). Do conceito de empresário estabelecido no art. 966 do Código Civil (“considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”) Caracterização do empresário Para melhor entender o conceito de empresário, bem como analisar os elementos que o caracterizam (atividade econômica, organização, profissionalidade e produção ou circulação de bens ou de serviços), divididos em cinco grupos: 1º) o exercício de uma atividade; 2º) a natureza econômica da atividade; 3º) a organização da atividade; 4º) a profissionalidade no exercício de tal atividade; 5º) a finalidade da produção ou da circulação de bens ou de serviços. 07 DIREITO APLICADO À GESTÃO Econômica: é a atividade que cria riqueza por meio da produção ou circulação de bens e de serviços. A atividade econômica tem como fim o lucro. Quem explora a atividade objetiva o lucro, ainda que às vezes experimente prejuízos. Profissionalidade: Significa que o empresário é um profissional/expert naquele ofício; faz do exercício da atividade econômica a sua profissão. Produção ou circulação de bens ou de serviços: para compreendermos melhor este ponto, ele será dividido em quatro possibilidades: 1ª) Produzir bens é sinônimo de fabricar/industrializar/produzir mercadorias. 2ª) Produzir serviços é prestar serviços, como acontece com bancos, seguradoras, locadoras, lavanderias, encadernadoras 3ª) Circular bens é adquirir bens para revendê-los (em regra, sem transformá-los). Normalmente é quem compra no atacado para revender no varejo. 4ª) Circular serviços é realizar a intermediação entre o cliente e o fornecedor do serviço a ser prestado, como o corretor de seguros e o agente de viagens. Empresário individual x sociedade empresária O art. 966 do CC, conceitua empresário como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada, não está se referindo apenas à pessoa física que explora atividade econômica, mas também à pessoa jurídica. Portanto, temos que o empresário pode ser um empresário individual (pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada) ou uma sociedade empresária (pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade cujo objeto social é a exploração de uma atividade econômica organizada). A grande diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a integram. Em nosso ordenamento jurídico, o empresário individual, além de responder diretamente com todos os seus bens pelas dívidas contraídas no exercício de atividade econômica, não goza de limitação de responsabilidade. Portanto, enquanto a responsabilidade do empresário individual é direta e ilimitada, a responsabilidade do sócio de uma sociedade empresária é subsidiária (seus bens só podem ser executados após a execução dos bens sociais) e pode ser limitada, a depender do tipo societário utilizado. Empresa e atividade empresarial A primeira impressão, o significado empresa nos remete à ideia de estabelecimento comercial. No entanto, constatamos que aquela expressão está vinculada a um sentido de atividade em especial, economicamente organizada. 08 DIREITO APLICADO À GESTÃO Para Ramos (2008,p.62) [...] empresa é uma atividade econômica organizada com a finalidade de fazer circular ou produzir bens ou serviços. Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quem exerce a empresa. Assim, a empresa não é sujeito de direito. Quem é sujeito de direito é o titular da empresa. Melhor dizendo, sujeito de direito é quem exerce empresa, ou seja, o empresário, que pode ser pessoa física (empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresarial). O conceito de atividade empresarial está diretamente relacionado com o conceito de empresário, previsto no caput do art. 966 do CC. A atividade desenvolvida pelo empresário é empresarial, pois é exercida profissionalmente na busca de lucro. Pode-se afirmar que a atividade é uma organização profissional para produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade de lucro. A empresa é justamente a atividade econômica organizada, exercida profissionalmente. A empresa envolve a produção ou a circulação de bens ou de serviços (exceto os de natureza intelectual), sem prejuízo do que foi considerado anteriormente sobre os elementos que compõem o conceito de empresário, à luz do art. 966 do Código Civil. Exercício de Empresa A atividade empresarial pode ser exercida pelo empresário individual, pessoa física que desenvolve atividade econômica organizada para produção e/ou circulação de bens e prestação de serviços; ou pela sociedade empresarial, pessoa jurídica de direito privado, constituída por meio de contrato celebrado entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a combinar esforços e recursos para atingir fins comuns, e que tem por objetivo social a exploração de atividade econômica. No que tange à capacidade civil, em regra, para o exercício de empresa é necessário que o indivíduo possua idade igual ou superior a 18 anos e seja mentalmente são, ou seja, apresente capacidade de compreender e autodeterminar-se (RESTIFFE, 2006). Ademais, a legislação prevê hipóteses que possibilitam o exercício de empresa independentemente de reunir a pessoa tais requisitos: idade e/ou sanidade mental, nesses casos pode o incapaz, em razão de menoridade e/ou insanidade mental, ser representado (incapacidade absoluta) ou assistido (incapacidade relativa), conforme previsto no artigo 974 do Código Civil: “[...] poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”. 09 DIREITO APLICADO À GESTÃO No que concerne às proibições, expressamente previstas em lei para o exercício de atividade empresarial, devem ser observados diversos casos de impedimento legal, dentre os quais destaco esses 07 (sete): 1) falidos não reabilitados; 2) leiloeiros e corretores; 3) servidores públicos no exercício de atividade pública; 4) estrangeiros e sociedades sem sede no Brasil para algumas atividades como a empresa jornalística e de radiodifusão; 5) devedores do INSS; 6) médicos, no exercício simultâneo de farmácia; e 7) cônjuges casados sob o regime de comunhão universal de bens ou da separação obrigatória. 10 DIREITO APLICADO À GESTÃO Como vimos, o conhecimento do Direito é imprescindível não apenas para o profissional do direito, mas, também para o administrador de empresas, gestores, enfim, de todos aqueles profissionais do mundo corporativo, pois, é através dele que se tem a base das normas e regras que norteiam a administração das empresas em geral, tanto privadas, quanto públicas. Na administração são as leis que vão direcionar a empresa e as pessoas. CONCLUINDO A UNIDADE 1 1 https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor Para um melhor entendimento do conteúdo, assista o vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=UQxq-z73S5M – Evolução histórica do direito empresarial https://www.youtube.com/watch?v=29c2orT_YiQ – Fontes do direito empresarial O Direito Empresarial é relevante para as organizações, sobretudo, por propiciar uma oportunidade de análise dos negócios antecipadamente, de maneira que as empresas pensem em soluções preventivas e, com isso, evitem problemas legais. O principal dispositivo legal deste campo do direito é o Código Civil. Para um conhecimento mínimo da legislação empresarial, faz-se necessário um aprofundamento nos estudos, para um conhecimento mais amplo, largo e profundo, leitura constante e atualizada são imprescindíveis. DICA DA PROFESSORA 12 https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor https://www.conjur.com.br/2021-nov-12/opiniao-administrador-judicial-informacoes-devedor Questão 1: Assinale a opção correta, a respeito do empresário e de seu regime jurídico. a) Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção de bens, excluída a prestação de serviços. b) Aquele que desempenha atividade intelectual ou artística pode ser considerado empresário, bastando que haja concurso de auxiliares ou colaboradores. c) O empresário que se tornar incapaz não poderá continuar sua empresa, ainda que assistido ou representado. d) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à jurisdição de outro registro público de empresas mercantis deverá inscrevê-la também neste lugar, com a prova da inscrição originária. Porém, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. e) A inscrição do empresário ou sociedade empresária é essencial para a sua caracterização. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 13 Questão 2: Sabe-se que empresário individual é a pessoa física que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou de serviços (Art. 966 do Código Civil). Assim, quanto aos empresários individuais, o Código Civil estabeleceu algumas vedações ao exercício individual de empresa. Essas vedações decorrem ou de proibições que a legislação estabelece ou da incapacidade do agente econômico. O Art. 972 do referido diploma legal assim estabelece “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”. Sobre o empresário individual, é correto afirmar que: a) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer não responderá pelas obrigações, sendo estas nulas de pleno direito. b) Só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no pleno gozo de sua capacidade civil, não podendo, em hipótese alguma, o incapaz ser empresário individual. c) O empresário individual pode, independentemente de prévia autorização conjugal, conferindo o imóvel ao patrimônio da empresa, alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa. d) A proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, que alguns impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica e não seus sócios, pessoas físicas. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 14 Questão 3: Quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a circulação de serviços é legalmente considerado a) comerciante. b) empresário. c) empreendedor. d) fornecedor. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 15 Questão 4: Em relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta. a) Esse estabelecimento é o local onde o empresário desempenha a sua empresa. b) Salvo disposição em contrário, a transferência do estabelecimento importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para sua exploração, a não ser que tenham caráter pessoal. c) A natureza do estabelecimento empresarial é necessariamente física, de modo que ambientes virtuais não recebem a proteção conferida. d) Esse estabelecimento pode ser sujeito ou objeto unitário de direitos e de negóciosjurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. e) O estabelecimento empresarial pode ser alienado mediante contrato oneroso, denominado trespasse, hipótese em que o alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente nos 10 anos seguintes ao negócio. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 16 Questão 5: NÃO pode ser considerado empresário por força do disposto no Código Civil Brasileiro de 2002. a) Clínica médica com trinta médicos contratados e setores de finanças, contábil e jurídico. b) Consultório Odontológico com um profissional de odontologia auxiliado por uma secretária. c) Indústria de produtos químicos. d) Loja de venda de roupas em Shoppings Centers. e) Salão de cabeleireiro com diversos barbeiros contratados. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 17 18 ANOTAÇÕES Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Há um livro de David Osborne e Ted Gaebler, chamado: Reinventando o Governo que trata da seguinte questão: é possível governar como quem administra uma empresa? que trata o assunto, e é leitura recomendada para quem está investido na função ou tem interesse em aprender mais sobre a eficiência no setor público. Como o espírito empreendedor está transformando o setor público. No livro podemos encontrar algumas explicações como estas: Enquanto a iniciativa privada busca o lucro, recebe seus recursos dos clientes e presta serviços em livre concorrência, necessitando melhorar processos, reduzir custos e treinar os funcionários para atender bem ao cliente, por estar em um ambiente de alta competitividade. Na administração pública, o foco é a popularidade do administrador, que recebe os recursos dos contribuintes e nem sempre a preocupação é a redução de custos. SAIBA MAIS 19 SAIBA MAIS 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 11.07.2022. ______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em 11.07.2022. ______. Lei n. 556, de 25 de junho de 1850. Código Comercial. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM556compilado.htm. Acesso em 11.07.2022. ______. Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em 11.07.2022. FRANÇA, Weliton Senna. Direito Aplicado à Gestão. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/direito-aplicado-a-gestao/65523. Acesso em: 13.07.2022. LACOMBE, Francisco José Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração: princípios e tendências. 2 ed. rev. e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008. MAMEDE, Gladston. Manual do direito empresarial. 16. ed. Barueri, São Paulo: Atlas, 2022. OSBORNE, David; GAEBLER,Ted. Reinventando o governo. Como o espírito empreendedor está transformando o setor público. Brasília: MH Comunicação, 1994. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial: o novo regime jurídico-empresarial brasileiro. 2.ed. Salvador: Editora JusPodium, 2008. REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2004. TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Teoria geral e direito societário – Volume 1. 13 ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. 21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM556compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm https://www.webartigos.com/artigos/direito-aplicado-a-gestao/65523 GABARITO 1- Gabarito: D Justificativa do gabarito: Alternativa em conformidade com o artigo 969 do Código Civil (Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.) 2- Gabarito: D Justificativa do gabarito: A) ERRADO. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer não responderá pelas obrigações, sendo estas nulas de pleno direito. (Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.) B) ERRADO. Só pode exercer empresa quem é capaz, quem está no pleno gozo de sua capacidade civil, não podendo, em hipótese alguma, o incapaz ser empresário individual. (Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.) C) ERRADA. O empresário individual pode, independentemente de prévia autorização conjugal, conferindo o imóvel ao patrimônio da empresa, alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa. D) CORRETA. A proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, que alguns impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica e não seus sócios, pessoas físicas. 22 GABARITO 3- Gabarito: B Justificativa do gabarito: A questão tem por objeto tratar da figura do empresário e do profissional intelectual. O conceito de empresário encontra-se no artigo 966, CC. (Art. 966 Considera-se empresário quem exerce, profissionalmente, atividade econômica e organizada para a produção ou circulação de bens e serviços.) 4- Gabarito: B Justificativa do gabarito: a) ERRADO: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. b) CERTO: Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. c) ERRADO: Art. 1.142, § 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual. § 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o endereço do empresário individual ou de um dos sócios da sociedade empresária. d) ERRADO: Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. e) ERRADO: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 23 GABARITO 5 - Gabarito: B Justificativa do gabarito: A questão tem por objeto tratar daquelas que não exercem atividade empresária. Para ser considerado empresário é necessário exercer profissionalmente a atividade econômica e organizada para produção ou a circulação de bens ou serviços. O exercício da atividade de forma esporádica, não configura atividade como empresária. Empresário pode circular um bem, circular um serviço, produzir um bem ou produzir um serviço. Algumas atividades estão excluídas da atividade empresarial, como por exemplo os profissionais intelectuais, as cooperativas e aqueles que exercem atividade rural. Letra A) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizadapara a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Letra B) Alternativa Correta. O art. 966, § único do Código Civil excluí do conceito de empresário o profissional intelectual de natureza artística, científica e literária, ainda que exerça a atividade com concurso de auxiliares ou com a ajuda de colaboradores. Ou seja, o exercício das atividades exclusivamente intelectual estará excluído do conceito de empresário. Letra C) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Letra D) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Letra E) Alternativa Incorreta. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Dica: A profissão intelectual somente será considerada empresário se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, ou seja, a profissão intelectual deixa de ser fator principal e passa a ser componente da atividade. 23
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