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Ação de Interdição - Resumo 04

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Ação de Interdição 
• Nem toda pessoa que tem aptidão para contrair direitos e obrigações tem capacidade para exercê-
los. A capacidade jurídica ou de gozo não se confunde com a dinâmica da ação; 
• A incapacidade impede “ser parte” por si em juízo; 
• Para integralizar esta capacidade, deverá a parte ser representada ou assistida por outra pessoa 
que exercerá esta função; 
 
• O índio que não for integrado à comunhão nacional fica sob tutela – independentemente de 
procedimento judicial – da União, que exercerá através do competente órgão federal de assistência, 
no caso a FUNAI; 
• Legitimidade para promover a ação de interdição: o cônjuge ou companheiro, os parentes 
consanguíneos ou afins, os tutores, o representante da entidade em que se encontra abrigado o 
interditando e o MP; 
- Nos três primeiros casos, a petição inicial deverá conter documentação que demonstre a condição 
de legitimado do recorrente; 
- A possibilidade de interdição a requerimento do MP é mais restrita, subsidiária à atuação dos 
demais, cabendo aos casos em que não existir ou não promover a interdição nenhum dos outros 
legitimados, ou, existindo, for incapaz o cônjuge, o companheiro ou o parente consanguíneo ou afim; 
• Petição inicial: será endereçada ao juízo da vara da família, onde houver, do domicílio do 
interditado; 
- Deverá descrever de forma especificada os fatos que indiquem a incapacidade do interditando 
para praticar os atos para as quais se pretende nomear lhe curador, assim como o momento em que 
se revelou a incapacidade; 
- Bem como deverá constar laudo médico que comprove o alegado, salvo quando informado a 
impossibilidade de fazê-lo. Sendo caso de urgência, poderá haver pedido justificado para nomeação 
de curador provisório, que poderá ser concedida pelo juiz para a prática de determinados atos; 
• Procedimento: 
- Recebida a petição inicial, o interditando será citado para realizar entrevista com o juiz, momento 
em que este poderá tomar conhecimento pessoalmente daquele que se pretende interditar e suas 
condições mentais; 
- É possível que esse diálogo ocorra no local onde esteja o interditando, caso não possa se locomover; 
- O juiz buscará saber minuciosamente sobre a vida, seus negócios, seus bens, suas vontades, suas 
preferências, seus laços familiares e afetivos, sobre o que mais lhe parecer necessário, a fim de 
identificar uma situação de falta ou prejuízo de discernimento; 
- É procedimento de jurisdição voluntária (todos os esforços vão no sentido do interesse na 
proteção daquele que poderá ser interditado; 
- Existe a possibilidade do juiz proceder a oitiva de parentes e pessoas próximas; 
- Após essa audiência, o interditado poderá se defender nos autos, opondo-se à sua interdição, 
impugnando o pedido. 
- A contestação será apresentada em até 15 DIAS, contados da audiência de interrogatório; 
Os tutores são nomeados em favor dos menores e os curadores nos demais casos. 
 
 
- Haverá participação do MP como fiscal da ordem; 
- Serão, também, tomadas providências para se viabilizar a defesa do interditando, que poderá 
ocorrer por advogado constituído ou, na ausência deste, por curadoria especial, que será exercida 
pela DP; 
- Na ausência de resposta não há de se falar em incidência dos efeitos da revelia; 
- No caso de não constituição de advogado, pelo interditando, poderá o cônjuge, companheiro ou 
qualquer parente suscetível ingressar no feito, na qualidade de assistente; 
- Somente após o prazo para impugnação é que haverá perícia para se investigar se o interditando 
se de fato incapaz para a prática de atos da vida civil; 
- Essa perícia, quando não dispensada, poderá ser elaborada por equipe profissional com formação 
multidisciplinar; 
- A interdição parcial tem espaço, por exemplo, no caso dos excepcionais sem desenvolvimento 
mental completo e pródigo; 
- Em seguida o juiz decidirá sobre a interdição; 
- No caso de sentença que imponha interdição, será nomeado curador, o prazo e os limites da 
curatela, de acordo com o estado e o desenvolvimento mental do incapaz, levando em conta suas 
características pessoais, suas potencialidades, habilidades, vontades e preferências; 
- A curatela será exercida: 
 Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de 
direito, curador do outro, quando interdito. 
§1 o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, 
o descendente que se demonstrar mais apto. 
§ 2 o Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos. 
§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador. 
- O curador poderá ser o requerente da interdição e a curatela será conferida àquele que melhor 
atenda o interesse de ambos; 
- Caso o interdito tenha sob guarda e reponsabilidade pessoa incapaz, a curatela será atribuída a 
quem melhor ao interesse de ambos; 
- A autoridade do curador estende-se a quem melhor atenda ao interesse de ambos; 
- A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado; 
- É possível, ainda, pleitear-se a anulação, por meio de ação própria, de negócio jurídico realizado 
pelo interdito antes da decretação da interdição, fundamentando-se a incapacidade no momento da 
celebração, demonstrada pela sentença da ação de interdição; 
- Caso não se possa fixar seu termo inicial, será considerado o momento da propositura da ação; 
- À sentença deve se dar ampla publicidade, como divulgação na imprensa local e disponibilizada no 
sítio do respectivo tribunal e na plataforma do CNJ, onde deve ficar por 6 MESES; bem como 
divulgada no órgão oficial, por três vezes, com intervalo de 10 DIAS; 
- Deverá ser inscrita no registro de pessoas; 
- Da sentença de interdição cabe recurso de apelação; 
 
 
• Levantamento: encerrado procedimento e imposta a curatela, poderá haver seu levantamento 
quando cessar a causa que a determinou, mediante requerimento do interdito, do curador ou do MP, 
que será apensado aos autos da interdição; 
- Será nomeado perito ou equipe multidisciplinar que realizará o exame do interdito a fim de 
verificar se há a superação da situação de incapacidade; 
- Ao acolher o pedido o juiz ordenará o levantamento da interdição e a sentença será publicada nas 
mesmas condições da sentença que impôs a medida. 
- Nota-se que o levantamento da interdição pode ser parcial, se demonstrada a capacidade do 
interdito para praticar alguns atos da vida civil; 
- O procedimento de levantamento da interdição é diferente do de interdição, que não exige 
audiência de instrução e julgamento obrigatória e tem rol de legitimado a requerê-la mais amplo que 
o primeiro.

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