3 e 4 SEMANA DO DESENVOLVIMENTO

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O final da 2° semana é marcado pelo espessamento do 
hipoblasto, formando a membrana bucofaríngea/placa 
pré-cordal e a membrana cloacal. 
• Membrana orofaríngea/ bucofaríngea - união forte do 
epiblasto com o hipoblasto para futura a formação da 
região da boca. É no sentido cefálico. 
• Membrana cloacal - união forte do epiblasto com o 
hipoblasto para a futura formação do ânus. É no sentido 
caudal. 
 
 
 
O marco do início da 3° semana é o surgimento da estrutura 
chamada de linha primitiva. 
 
Linha primitiva 
Corresponde à proliferação e migração de células do 
epiblasto para o mediano do disco embrionário, entre o 
epiblasto e o hipoblasto, sentido caudal cefálico, formando 
uma elevação na cavidade amniótica. 
• É formada pelas seguintes estruturas: nó primitivo, 
fosseta primitiva e sulco primitivo. 
• As células da região circular (nó primitivo) irão se 
migrar para a região cranial/cefálica, enquanto o 
restante das células migram para povoar o restante do 
disco. 
• O ponto escuro dentro do nó primitivo se chama fosseta 
primitiva (as células saem do nó primitivo para a fosseta 
e migram em direção cefálica, formando o processo 
notocordal). 
• Sulco primitivo - formado pela migração das células do 
epiblasto para dentro, sendo ele a linha que está no 
centro da linha primitiva. 
 
A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AS CÉLULAS DO EPIBLASTO 
MIGRAM PARA DENTRO, ELAS PASSAM A SER CHAMADAS DE 
CÉLULAS MESENQUIMAIS INDIFERENCIADAS (TECIDO DE 
RECHEIO) FORMANDO OS 3 FOLHETOS EMBRIONÁRIOS. 
 
• Quando a linha primitiva é formada, conseguimos 
identificar: eixos cranial e caudal, parte ventral e parte 
dorsal e o lado direito e esquerdo. 
• Começa a regredir a partir dos 21 dias 
 
CLÍNICA 
Quando há falhas em que a linha primitiva persiste, há a 
formação de tumores, como por exemplo, o teratoma 
sacrococcígeo, caracterizado como um tumor benigno de 
origem embrionária por falha na regressão da linha 
primitiva, causando um tumor na região caudal do neonato. 
Esse tumor pode apresentar dentes, cabelos e até unhas. 
 
FORMAÇÃO DOS DISCO TRILAMINAR – 
GASTRULAÇÃO 
 
GASTRULAÇÃO – PROCESSO EM QUE O DISCO EMBRIONÁRIO 
BILAMINAR (EPIBLASTO E HIPOBLASTO) É CONVERTIDO EM 
UM DISCO EMBRIONÁRIO TRILAMINAR (ENDODERMA, 
MESODERMA E ECTODERMA). 
 
O disco trilaminar é composto por 3 folhetos embrionários 
que são formados a partir das células do epiblasto. São 
eles: 
• Endoderma intraembrionário - são as células 
epiblásticas que migraram para a região mediana e 
deslocam o hipoblasto se misturando ao mesmo. 
• Mesoderma intraembrionário ou embrionário - são as 
células que repousam entre o endoderma e o epiblasto 
(células mesenquimais indiferenciadas). Podem formar 
precursores ósseos, dando origem a células troncos, 
formando diversos tecidos. 
• Ectoderma - são as células remanescentes (que não 
migraram) do epiblasto, ou seja, são as células que 
permaneceram no epiblasto. 
 
 
Mesoderma intraembrionário 
É formado a partir da migração das células do epiblasto 
para o meio do disco bilaminar, ou seja, são as células 
mesenquimais indiferenciadas. 
• As células mesenquimais quando se misturam com o 
hipoblasto faz com que o hipoblasto passe a ser 
chamado de endoderma embrionário. 
 
 
NÃO HÁ FORMAÇÃO DE MESODERMA INTRAEMBRIONÁRIO 
NA MEMBRANA BUCOFARÍNGEA E NEM NA MEMBRANA 
CLOACAL POIS O EPIBLASTO (ECTODERMA) E HIPOBLASTO 
(ENDODERMA) E ESTÃO GRUDADOS. 
 
ESPALHAMENTO DO MESODERMA 
O mesoderma se espalha entre o epiblasto e o hipoblasto, 
não invadindo a membrana cloacal, membrana 
bucofaríngea e o processo notocordal (no plano mediano). 
 
Processo notocordal 
Evento formado por células da fosseta primitiva que 
migram em direção cefálica, formando um cordão celular 
mediano, o processo notocordal. 
• Esse processo logo adquire uma luz, o canal notocordal. 
• O processo notocordal cresce cefalicamente entre o 
ectoderma e o endoderma até alcançar a placa pré-
cordal, uma pequena área circular de células 
endodérmicas colunares, onde o ectoderma e o 
endoderma estão em contato. 
 
PLACA PRÉ-CORDAL = PRIMÓRDIO DA MEMBRANA 
BUCOFARÍNGEA/OROFARÍNGEA. 
 
• Seu propósito é formar a notocorda, uma estrutura 
celular semelhante a um bastão, caracterizado tanto 
como um tecido de grande potencial de sinalização 
quanto como um tecido de sustentação, além de atuar 
como um tecido indutor na neurulação. 
• Esse processo para um pouco antes da membrana 
bucofaríngea. 
• Sinais instrutivos (indutores que ocorrem naturalmente) 
da região da linha primitiva induzem as células 
precursoras notocordais a formarem a notocorda, uma 
estrutura celular semelhante a uma haste. 
 
FORMAÇÃO DA ALANTÓIDE 
• Alantóide - evaginação (saída) do saco vitelínico para 
dentro do pedículo do embrião que surge na 3° semana 
do desenvolvimento embrionário. Aparece, 
aproximadamente, no 16° dia). 
 
Neurulação – formação do tubo neural 
A neurulação são os processos envolvidos na formação da 
placa neural e pregas neurais e fechamento dessas pregas 
para formar o tubo neural. 
• A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma 
(acima) a se espessar para formar a placa neural (toda 
área de espessamento do ectoderma). 
• Quando a placa neural ultrapassa a notocorda, essa 
placa afunda para formar o sulco neural com as pregas 
neurais (elevações mais proeminentes na extremidade 
cefálica do embrião e constituem os primeiros sinais do 
desenvolvimento do encéfalo) em ambos os lados. 
 
 
 
AO LONGO DE TODA PREGA NEURAL, LOCALIZADA NA 
LATERAL, ENCONTRAMOS CÉLULAS CHAMADAS DE CRISTAS 
NEURAIS, QUE ESTÃO ATRELADAS A UMA SÉRIE DE 
MALFORMAÇÕES. 
 
• No fim da 3° semana, as pregas neurais já começaram a 
se aproximar e a se fundir, convertendo a placa neural 
em tubo neural. 
• Quando o tubo neural se separa do ectoderma da 
superfície, as células da crista neural formam uma 
massa achatada irregular, a crista neural, entre o tubo 
neural e o ectoderma superficial. 
 
 
 
 
 
DIFERENCIAÇÃO DO MESODERMA 
INTRAEMBRIONÁRIO E DESENVOLVIMENTO 
DOS SOMITOS 
Possuem classificações porque cada tipo irá formar 
estruturas diferentes. Além da notocorda, as células 
derivadas do nó primitivos irão formar: 
1) Mesoderma para-axial - quando a notocorda influencia 
as células a se condensar, ou seja, é o mesoderma que 
está ao lado da notocorda. Cada vez mais que ele se 
condensa, ele irá se segmentar, dando origem a somitos 
(pequenos corpos cuboidais), que irão formar certas 
estruturas no nosso corpo bem segmentada, como a 
coluna vertebral. 
 
SOMITOS - CONSEQUÊNCIAS DA SEGMENTACAO DO 
MESODERMA PARAXIAL. 
(NÃO CAI EM PROVA) >>> NA 4° SEMANA OS SOMITOS SE 
DIFERENCIAM PARA FORMAR PRECURSSORES DA: 
- DERME E MUSCULOS - DERMOMIOTOMO 
- ESQUELETO - ESCLEROTOMO 
 
2) Mesoderma intermediário - mesoderma que está 
localizado no meio do disco. 
3) Mesoderma lateral - mesoderma que está localizado 
mais na ponta do disco. Possui um rasgo. 
 
Desenvolvimento do celoma 
intraembrionário 
À medida que o mesoderma vai se diferenciando, vai 
formando espaços no mesoderma, chamados de espaços 
celômicos, para posteriormente formarem uma cavidade 
única, em forma de ferradura, o celoma intraembrionário., 
que divide o mesoderma lateral em 2 camadas: 
a) Mesoderma somático ou parietal – responsável por 
recobrir o âmnio. O mesoderma somático e o ectoderma 
do embrião formam a parede do corpo do embrião ou 
somatopleura. 
b) Mesoderma esplâncnico ou visceral – responsável por 
recobrir o saco vitelino. O mesoderma esplâcnico e 
endoderma do embrião formam o intestino do embrião 
ou esplancnopleura. 
 
 
DURANTE O 2 MÊS DE VIDA, O CELOMA ESTÁ DIVIDIDO 
EM 3 CAVIDADES: CAVIDADE PERICÁRDICA, CAVIDADES 
PLEURAIS E CAVIDADE PERITONEAL. 
 
Desenvolvimento inicial do sistema 
cardiovascular 
A queda de vitelo (energia) desencadeia a formação de 
genes para a formação do sistema cardiovascular primitivo. 
• Vasculogênese - formação dos primeiros vasos.• Angiogêneses iniciais - formada a partir de mitoses 
sucessivas, formando vários novos vasos. 
 
4° SEMANA - FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL 
As células das cristas neurais (nas pregas neurais) estão se 
aproximando para fechar, ocorrendo a formação do tubo 
neural. Com isso, as células do ectoderma irão se complexar 
novamente, o tubo neural irá ser de forma individualizada, 
no qual as células da crista neural migram para o 
mesoderma, indo para as laterais do tubo neural para 
formar gânglios sensitivos (sistema nervoso simpático). 
 
A FUSÃO DAS PREGAS NEURAIS ACONTECE NO INÍCIO DA 4° 
SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO. 
Com a migração de algumas células do tubo neural para a 
lateral, irá dar origem ao sistema nervoso central, sendo 
constituído pelo encéfalo (3 vesículas: prosencéfalo, 
mesencéfalo e rombencéfalo) e pela medula. Caso o tubo 
neural não se feche na parte cefálica, irá ocasionar a má 
formação do tubo neural, gerando consequências para o 
embrião. 
 
ÁCIDO FÓLICO É IMPORTANTE PARA PREVENIR OS DEFEITOS 
DO TUBO NEURAL. 
 
Defeitos do tubo neural (DTN) 
São causados por falha no processo de fusão e/ou 
fechamento do tubo neural. 
• Anencefalia - não formação da borda craniana devido 
ao tubo neural não ter fechado corretamente. O 
indivíduo não apresenta cérebro e calota craniana. 
a) Anencefalia normal 
b) Anencefalia merocrania: quando o bebê apresenta 
tronco cerebral e também um cérebro desorganizado. 
c) Anencéfalo: não apresenta nenhuma massa cerebral, 
apenas o tronco cerebral. 
• Espinha bífida - não fechamento do tubo neural na 
parte caudal. 
a) Espinha bífida oculta: quando as pregas neurais se 
encostam parcialmente, comprometendo a formação do 
arco vertebral, não desenvolvendo o osso para guardar 
a medula. A criança pode apresentar apenas uma 
depressão na área sacral. Geralmente esse quadro não 
apresenta problemas motores e sensitivos. 
b) Espinha bífida cística com meningocele: encostamento 
das pregas neurais parcialmente comprometendo o arco 
vertebral, com presença de cavidade com meninges 
(líquido cefalorraquidiano), comprometendo algum grau 
a movimentação do paciente. 
c) Espinha bífida cística com mielomeningocele 
(raquisquise): deslocação do sistema nervoso para a 
cavidade com meninges. Se for da parte mais lombar, a 
criança nasce paralisada da parte lombar para baixo. É 
considerado o caso mais grave de espinha bífida e na 
maioria das vezes esse caso é incompatível com a vida. 
• Craniorraquisquise: desde a área cefálica até a parte 
mais caudal, ficou tudo aberto, ou seja, não houve 
nenhum fechamento do tubo neural, logo, a criança 
nasce com a região posterior toda aberta. 
 
 
• Encefalocele: é uma protusão do tecido nervoso e das 
meninges por um defeito no crânio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Período da organogênese 
E o período em que há a formação dos órgãos. Acontecem 
da 4a a 8a semana. Durante esse período, o embrião já se 
encontra com aspecto humano. 
 
FASES DO DESENVOLVIMENTO 
EMBRIONÁRIO 
1) Crescimento - quando a célula sofre diversas mitoses, se 
proliferando e crescendo. 
2) Morfogênese - as células recebem o comando para 
adquirir uma forma, tamanho e outras características 
de um órgão em particular ou parte do corpo. Ela se 
transforma de acordo com a função que vai receber. 
3) Diferenciação - quando a célula se converte devido a 
maturação dos processos fisiológicos. O término da 
diferenciação resulta na formação de tecidos e órgãos 
capazes de executar funções especializadas. 
 
Dobramento embrionário 
Um importante acontecimento no estabelecimento da 
forma do corpo e o dobramento do disco embrionário 
trilaminar em um embrião mais ou menos cilíndrico. 
• Decorre do rápido crescimento do embrião 
• O dobramento ocorre simultaneamente tanto nas 
extremidades cefálica e caudal quanto lateral 
• A junção do embrião e do saco vitelino sofre uma 
construção relativa 
Resumo dos principais eventos da 3° semana 
- Formação do mesoderma intraembrionário 
- Formação da notocorda 
- Neurulação inicial: placa neural + pregas neurais + cristas neurais 
(tubo neural é estabelecido no início da 4° semana) 
- Formação da(o) alantóide 
- Formação dos somitos (sua diferenciação ocorre no início da 4° 
semana) 
- Formação do celoma intraembrionário 
- Vasculogênese e angiogênese 
- Continuação do desenvolvimento das vilosidades coriônicas 
secundária e terciárias