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Prova N1 Filosofia do Direito 2021 2 manhã- Giovanna Quagliotto

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CESUSC – Curso de Direito 
Filosofia do Direito 
Prova N1 – semestre 2021.2 
Prof. Me. Rodrigo A. Sartoti 
Aluna: Giovanna Quagliotto 
A prova é composta de 5 (cinco) questões dissertativas, cada uma valendo 2 (dois) pontos e totalizando no máximo 10 (dez) pontos. Responda indicando o número exato da pergunta. 
As respostas deverão ser enviadas pelo Google Classroom, neste tópico, em formato pdf, até o dia 30/09/2021, às 23h59min. 
Questão 01 
O que é a Filosofia do Direito? Por que a Filosofia do Direito é importante para o Direito? Explique utilizando um exemplo prático. 
Resposta da questão 01
A Filosofia do Direito é um âmbito da filosofia que tem como objeto o Direito. Assim, utiliza-se do método filosófico para pensar e questionar a validade dos vários aspectos do direito, com o objetivo de pesquisar e avançar sobre a atuação da longa tradição histórica jurídica frente à sociedade. 
Nesse prisma, a filosofia é essencial, pois é "instrumento" para compreensão mais crítica do mundo jurídico, ou seja, a filosofia é um ponto de partida para as indagações no âmbito da ciência do direito. Um exemplo prático dessa indagação é: O que é a justiça? O Direito faz essa justiça? É com essas perguntas, que o operador do direito deixa de ser um reprodutor inconsciente, e passa a contribuir de forma ativa para o dinamismo do ordenamento e nas produções jurídicas. 
Questão 02
Thomas Hobbes usa a alegoria do Leviatã, um monstro mitológico do Antigo Testamento, para se referir à figura do Estado. A partir da compreensão das ideias do referido filósofo, estando o povo sob a tutela desse “monstro”, é possível dizer que se está diante de um estado de direito? Por quê? 
Resposta da questão 02
A partir das ideias hobbesiana, não é possível dizer que o povo sob a tutela desse “monstro” está em um estado de direito. Para o defensor do absolutismo, Thomas Hobbes, o poder do soberano, além de ser o poder do Estado, é absoluto, em outro termo, acima da lei. Nesse sentido, o soberano por representar os súditos e ter monopólio do poder, estão justificados todos os atos e decisões, como também, a utilização da “força da espada”, quando achar mais conveniente, para obter a sociabilidade tranquila. Desse modo, pode-se concluir que não existe estado de direito perante às ideias de Hobbes. 
 
Questão 03 
“Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la, apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do governo como nas suas dependências administrativas.” (Trecho do preâmbulo do Ato Institucional n. 1). 
O golpe civil-militar de 1964 implantou uma ditadura no Brasil, colocando-se como poder soberano acima da Constituição de 1946. Como o preâmbulo do Ato Institucional n. 1 pode ser explicado a partir do pensamento de Thomas Hobbes?
Resposta da questão 03
A partir de uma visão Hobbesiana, o golpe civil-militar de 1964 assumiria a função do Leviatã, ou seja, os militares seriam a figura do soberano, portanto, a representação do Estado, que tutelou a sociedade brasileira entre os anos de 1964- 1984.
Nessa sequência, os militares eram detentores de todo o poder, haja visto, que estavam acima da Constituição Federal, ao ponto de passar por “cima”, e modificar a competência do Presidente da República, como citado no trecho do preâmbulo do Ato Institucional n. 1. 
Desse modo, a ditadura – soberano- era inquestionável e a dominação foi através monopólio do poder o e pela “força da espada”, com o objetivo de cessar o retrocesso do Brasil, e acabar com os infiltrados da cúpula do governo. Esse ambiente “seguro” seria propício para o desenvolvimento do país, que em contrapartida, analogamente, não seria possível no “estado de natureza” com a defasagem da economia brasileira e o perigo comunista. 
Questão 04 
A Constituição da República de 1988, no caput do art. 1º., assim determina: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito” 
Explique o que é um estado democrático de direito segundo John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Resposta da questão 04
Na visão de John Locke, o estado democrático de direito nasce com o contrato social, que seria a renúncia do direito de executar as leis da natureza. Nesse prisma, no estado democrático o poder do soberano está submetido pela lei, a qual é soberana e aplicada igualmente para todos. Em outras palavras, Locke propõe que o estado de direito democrático não pode ser arbitrário, mas submetido à lei. Além disso, a produção das normas também é estabelecida pela lei.
Já para Rousseau, o estado democrático de direito nasce com a república, que por meio do contrato social, a lei da razão poderá ser garantida. Para isso, os homens da sociedade civil aceitaram a se submeter às leis comuns e à autoridade do Estado, a fim de garantir a vontade geral. Nesse meando, o estado de direito de Rousseau é livre e igualitário, pois é unânime que todos e. até mesmo o soberano devem cumprir a lei. Logo, no estado democrático de direito de Rousseau, a obediência à lei leva o homem à uma sociedade livre, igualitária e justa. 
Questão 05 
Segundo as narrativas de Homero, a Deusa Themis, esposa de Zeus, criou o nomos. Já a Deusa Diké, filha de Themis e Zeus, era a responsável pela garantia da justiça. A partir das narrativas de Homero, é possível perceber que o tema justiça era muito importante para os gregos antigos, marcando a filosofia deste período. Considerando isto, responda: 
Resposta da questão 05
a) O que era o nomos para os gregos antigos? 
Resposta: 
Para os gregos antigos, nomos era ordem jurídica/ordem social que regia a cidade, ou seja, era o positivismo da lei, o direito. 
b) Qual a concepção de justiça em Platão e Aristóteles?
Resposta:
Na concepção de Platão a justiça está entrelaçada com o direito, ao ponto do direito e o justo se confundirem. Entretanto, o justo ocorre dentro da sociedade da pólis, por conseguinte, um homem justo resulta em uma sociedade justa. Assim, para Platão, a justiça é social, e não individual.
Em contrapartida, para Aristóteles a justiça está interligada com as virtudes, que são um tipo de “teoria ética". A vista disso, a justiça se encontraria no meio termo da busca do prazer e da fuga da dor, consequentemente, a justiça irá orientar nossas ações. 
Nesse prisma, divide a justiça em universal, particular e material. Primeiramente, a justiça universal é uma virtude que vai está dentro de outras virtudes, inclusive da particular. Já a particular, o filósofo divide em justiça distributiva, corretiva e reciprocidade, que seria a justiças em sentido estrito, nas relações da sociedade da pólis. Por fim, a justiça material que seria o conceito de fato da justiça, na qual a justiça é justamente tratar igualmente os iguais, e tratar desigualmente os desiguais, na medida dessa desigualdade. 
Aliado a isso, define que uma parte da justiça é natural advinda da physis, que irá ditar as leis, e a outra legal que surge da polis, na qual seria as leis para governar os homens. Sendo assim, Aristóteles foi o primeiro filósofo a diferenciar entre o direito positivo e natural

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