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01 DOL 01 - Centro Cirúrgico e CME

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DOL 01 - Centro Cirúrgico e CME 
ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO 
OLÁ! 
Você está na unidade Enfermagem em centro cirúrgico. Conheça aqui um ambiente social e técnico estruturado com 
ações administrativas e biopsicossocial, localizado no âmbito hospitalar, com o objetivo de prestação de serviço seguro 
para a assistência prestada ao paciente, à família e a uma equipe multiprofissional. Procuramos englobar aspectos, desde 
conceitos simples, planejamento e estrutura física, materiais, equipamentos, recursos humanos do centro cirúrgico e da 
SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), bem como a formação cientifica continuada de uma equipe médica e de 
enfermagem para as boas práticas cirúrgicas. Com isso, a intenção é minimizar ou eliminar os riscos potenciais para as 
infecções hospitalares. Entenda que a assistência multiprofissional é considerada vital para a realização e para o sucesso 
de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das atribuições do enfermeiro. Compreender a estrutura e o funcionamento desse 
ambiente, é de extrema importância para as pessoas envolvidas no gerenciamento e assistência dos procedimentos e 
intervenções cirúrgicos, uma vez que facilita o entendimento de toda uma equipe comprometida com a qualidade e 
segurança do paciente, desde a sua admissão, no âmbito hospitalar, até a sua alta do ato anestésico-cirúrgico. 
Bons estudos! 
 
1 Noções preliminares 
A unidade de Enfermagem em centro cirúrgico apresentará o CC (centro cirúrgico) ou BC (bloco cirúrgico), 
e a SRA (sala de recuperação anestésica) como um desafio para os profissionais da saúde, principalmente, 
para o enfermeiro, por se tratar do campo prático de um dos setores mais complexos de organização no 
ambiente hospitalar. Encontramos nesse setor estruturas de alta complexidade e tecnologia avançada, capazes 
de prestar atendimento humanizado, levando em consideração diagnóstico, reparação e intervenções cirúrgicas 
para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 
No hospital, o centro cirúrgico é considerado um setor complexo, de grande importância, por ser composto de 
áreas interdependentes, que visa proporcionar condições favoráveis para o ato anestésico-cirúrgico, bem como 
promover condições seguras e confortáveis para o paciente e para as equipes médica e de enfermagem. 
Compreender essa área se faz necessário para o enfermeiro entender o funcionamento, infraestrutura e a 
importância de um setor inovador, tecnológico e complexo para o hospital. É preciso também ficar claro para 
o profissional da enfermagem por que deve haver uma integração com as demais áreas hospitalares para a 
prestação de um serviço ou assistência adequada de acordo com as normas e protocolos de gerência e 
assistência à saúde. 
Estudar enfermagem em centro cirúrgico é aprender a promover assistência integral ao paciente, cliente ou 
usuário, que busca o serviço cirúrgico de prestação à saúde. É tentar minimizar o medo, a ansiedade, 
prevenindo as complicações inerentes ao procedimento anestésico cirúrgico. Por meio do ensino, o enfermeiro 
deve propor protocolos educativos periódicos, que tenham o objetivo de conscientizar toda a equipe 
multiprofissional do bloco cirúrgico, gerenciando e aplicando medidas preventivas de infecção do sítio 
cirúrgico, que possibilitem a melhoria da assistência prestada ao paciente, cliente ou usuário, no âmbito 
hospitalar. 
O entendimento desta disciplina é de suma necessidade diante do avanço da tecnologia, associado à 
globalização, e faz com que, os enfermeiros da era moderna, estejam cada vez mais direcionados ao saber-
fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para um gerenciamento e assistência de 
enfermagem cirúrgica com qualidade no cenário de saúde atual. 
1.1 Estrutura do bloco cirúrgico e da sala de recuperação anestésica 
O ambiente hospitalar ou hospital é uma organização complexa para prestação de serviços de saúde, esse termo 
deriva do latim hospe, que significa “aquele que recebe”, e conceitua esse estabelecimento para internação, 
tratamento, e recuperação de doentes e feridos. 
Existe nesse ambiente hospitalar, um setor onde encontramos estruturas de alta tecnologia e complexidade, 
tanto em relação aos recursos materiais quanto aos recursos humanos direcionados para a realização e 
recuperação de cirurgias, que iremos chamar de UCC (unidade de centro cirúrgico) (CARVALHO, 2016). 
A UCC é um conjunto de elementos destinados aos procedimentos e intervenções cirúrgicas, também chamado 
de bloco cirúrgico, e é constituída de sala de recuperação pós-anestésica e central de material e esterilização. 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra uma sala de operação que se localiza no centro ou bloco cirúrgico. Essa sala 
é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a realização das intervenções gerenciais e 
assistenciais da equipe médica, formada pelo anestesiologista e cirurgiões, e pela equipe de enfermagem 
(enfermeiro e técnicos em enfermagem), para garantir a segurança do paciente e da equipe de saúde que 
compõe o centro cirúrgico. 
De acordo com a organização hospitalar, além SRPA, podemos encontrar no CC: 
✓ vestiários (masculino e feminino); 
✓ área de conforto (descanso); 
✓ sala de enfermagem (gerencia e assistência); 
✓ sala médica (gerencia e assistência); 
✓ sala de admissão dos pacientes; 
✓ sala de material de higienização; 
✓ sala de equipamentos; 
✓ sala para armazenamento dos PPS esterilizado; 
✓ sala de gases medicinais; 
✓ expurgo (área suja); 
✓ sala para os técnicos administrativos do centro cirúrgico; e 
✓ sala de operação. 
Segundo a Anvisa (agência de vigilância sanitária), a capacidade de lotação do CC é direcionada segundo a 
proporção de leitos e sala de operação. A resolução da diretória colegiada n. 307/2002, do ministério da saúde, 
determina uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos (ANVISA, 
2002). 
A Anvisa (2002) estabelece que, dependendo dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem 
realizadas, as salas operatórias devem ter o formato retangular ou oval e, quanto ao tamanho, as salas são 
classificadas em: 
➢ Pequenas - 20m² - destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia, 
➢ Médias - 25m² - destinadas às especialidades de cirurgias do trato abdominal e geral. 
➢ Grandes - 36m² - destinadas às especialidades de cirurgias neurológicas, cardiovasculares e 
ortopédicas. 
1.2 Estrutura física e equipamentos do bloco cirúrgico 
A estrutura física do CC pode ser metálica ou de concreto, normalmente é um conjunto de salas organizadas 
para fins cirúrgico e de recuperação do ato anestésico-cirúrgico. Geralmente, a unidade de centro cirúrgico é 
localizada, no âmbito hospitalar, em uma área que possa oferecer segurança aos procedimentos e técnicas 
assépticas, distante de aglomerados da circulação de pessoas e de contaminações externas a este setor 
hospitalar. 
Órgãos e legislações de saúde recomendam que essa estrutura física da UCC, preferencialmente, esteja 
próxima aos setores ou unidades hospitalares emergências clínicas, emergências traumáticas, unidade de 
terapia intensiva, e de setores como o internato, de modo a contribuir com a assistência imediata ao paciente 
que necessite de intervenções emergências do setor de CC. 
A UCC é uma área hospitalar interligada a diversas outras áreas, com a finalidade de proporcionar condições 
para a realização das intervenções cirúrgicas, e tem como objetivo proporcionar assistência, recuperação ou 
melhora do paciente por meio de procedimentos cirúrgicos, oferecendo segurança e bem-estar ao paciente. 
Com a finalidade de assistência integral, a UCC pode ser dividida em: 
✓ pré-operatório (antes da cirurgia); 
✓ transoperatório (durante a cirurgia); e 
✓ pós-operatório (após a cirurgia). 
Essa divisão visa identificar as necessidades e problemas do paciente, verificando medidas de promoção e 
prevenção defuturas complicações ou acidentes no pré-operatório, transoperatório e pós-operatório. Além 
disso, é necessário nos responsabilizar pela previsão e controle de materiais, medicamentos e equipamentos 
nas salas operatórias ou cirúrgicas. 
Para a intervenção cirúrgica é de extrema importância ser ético, proporcionando segurança, agilidade, 
percepção rápida, eficiência, foco, qualidade e humanização para com o nosso cliente, usuário ou paciente. 
Para Carvalho (2016), o CC é área complexa e crítica, com risco imediato de transmissão de infecções, em 
virtude das exposições dos pacientes para a realização das técnicas cirúrgicas. Diante disso, considera 
fortemente ações técnicas, assépticas e antissépticas, padronizadas, com o objetivo de assegurar maior controle 
do ambiente e reduzir os possíveis riscos de transmissão de contaminação para o paciente. O CC pode ser 
dividido em três áreas: 
• Irrestritas ou não restritas - São áreas consideradas de circulação livre de pessoas; não exigem cuidados 
especiais e nem uso de paramentação específica. Podemos citar como exemplo: elevadores, corredores 
externos que direcionam ao CC, vestiários, local de transferência de macas. 
• Semi-restritas - São áreas consideradas de circulação livre de pessoas e de equipamentos, de modo que 
não interfira no controle e na manutenção da assepsia no ato cirúrgico. É necessário o uso de 
paramentação específica e privativo do setor, de propés ou calçados adequados. Podemos citar como 
exemplo: secretaria, copa, salas de conforto e de guarda de equipamentos do CC. 
• Restritas - São consideradas de circulação de pessoas e de equipamentos, privativos e exclusivos dessa 
área hospitalar, onde se deve empregar rotinas próprias para controlar e manter a assepsia local. Além 
da paramentação, é necessário o uso de máscaras que cubram a boca e o nariz. Podemos citar como 
exemplo: salas cirúrgicas, antessalas, lavabos e corredores internos. 
É importante que o enfermeiro do BC conheça o objetivo e finalidade de cada elemento estrutural e 
organizacional que compõe essas áreas, bem como das características físicas - arquitetônicas e de 
bioengenharia, as quais são previstas na Resolução da diretoria colegiada n. 50/2002 e Resolução da diretoria 
colegiada n. 307/2002, no sentido de embasar e complementar a assistência de enfermagem perioperatória, 
proporcionando um ambiente seguro para pacientes e profissionais desse setor. 
 
1.3 Estrutura física e equipamentos da sala de recuperação pós-anestésica 
A SRPA é área destinada aos cuidados intensivos do paciente, desde sua saída da SO até a recuperação da 
fisiologia orgânica da consciência, eliminação ou excreção de fármacos anestésicos e estabilização dos sinais 
vitais. Os objetivos e vantagens da SRPA incluem assistência preventiva do enfermeiro e equipe de 
enfermagem, bem como a do profissional médico anestesiologista, e detecção precoce das possíveis 
complicações do ato anestésico-cirúrgico (PORTES, 2019). 
Os cuidados dos profissionais que atuam nesse setor é especializado a pacientes submetidos a diferentes tipos 
de anestesias e cirurgias, dando uma maior segurança ao paciente, equipe médica (cirurgiões e 
anestesiologistas) e de enfermagem (enfermeiro e técnicos), racionalização de pessoal, eficiência dos recursos 
humanos e utilização de métodos terapêuticos assistenciais específicos, além de servir como uma área 
destinada à pesquisa de campo de aprendizagem para diversos profissionais e alunos da área da saúde. 
A localização da SRPA deve ser próxima ao CC ou BC, considerando os fatores temperatura, ventilação e 
iluminação adequados, segundo as normas e legislações vigentes ao setor do centro cirúrgico. É importante, 
também, que esse setor possua piso refratário à condutibilidade elétrica, facilidades de limpeza, suficiente 
espaço, não devendo sua área ser inferior a 25 m2. Os leitos devem estar organizados de forma que os pacientes 
possam ser vistos de qualquer ângulo do ambiente. É necessário que a estrutura do CC seja constituída por 
portas amplas, que permitam a entrada dos maquinários transportáveis como RX, carro de anestesia, 
aspiradores, fonte de oxigênio permanente e móveis, estantes e armários para armazenamento e procedimentos 
de medicamentosos, produtos para a saúde (PPS) e circulação adequada dos profissionais privativos deste setor 
(CARVALHO, 2016). 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra uma sala de recuperação pós-anestésica, que se localiza no centro ou bloco 
cirúrgico. A sala é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a realização das intervenções 
assistenciais pós-cirúrgicas. A equipe de profissionais atuante nessa sala é o médico anestesiologista, 
enfermeiro e equipe de enfermagem. Observamos a paciente sendo assistida pelo médico anestesista e pela 
enfermeira. 
Levando em consideração os recursos humanos do centro cirúrgico, este é um setor onde se faz necessário 
profissionais, enfermeiros e técnicos em enfermagem, com formação direcionada e específica para atender aos 
objetivos da intervenção imediata e cuidados intensivos ou semi-intensivos para o paciente. 
1.4 Critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos 
Em função do exercício profissional de promoção, prevenção, assistência, gerência e pesquisa, o enfermeiro 
está diretamente ligado ao processo de compras, e aquisição de PPS (produtos para a saúde). Pela qual é 
requisitado, recebido, preparado, utilizado e controlado incialmente pelo gestor hospitalar e enviado para 
gerência de enfermagem para poderem ser inseridos na assistência indireta ao paciente (CARVALHO, 2016). 
Fazendo parte da equipe técnica da comissão de compras ou como técnico de uma unidade assistencial 
cirúrgica, o enfermeiro deve estar consciente da importância de sua colaboração e atuar devidamente, pois 
participa do processo de aquisição, ainda que não haja nos manuais de PPS ou serviço e solicitações de 
compras qualquer referência à sua atuação. 
Se examinarmos o sistema de compras de um serviço de saúde, veremos que o início é dado pelo enfermeiro, 
quando faz a identificação dos PPS necessários para os procedimentos médico cirúrgico ao setor hospitalar ou 
a sua unidade de trabalho. E, se examinarmos o final do processo, observaremos que a experimentação e o uso 
do PPS adquirido pelos serviços de saúde são determinados também por esse profissional. 
2 Recursos humanos e educação continuada no centro cirúrgico 
O centro cirúrgico é organizado e composto por uma equipe multiprofissional, cujos esforços são direcionados 
para alcançar metas comuns por meio do trabalho qualificado em equipe. 
2.1 Profissionais 
O principal objetivo é prestar uma melhor sistematização da assistência em equipe possível a todo e qualquer 
paciente que necessite ser submetido a uma intervenção anestésico-cirúrgico. O trabalho em equipe deve ser 
fundamental, harmonioso, com dedicação, determinação e embasado no respeito multiprofissional e com todos 
os pacientes, para que se obtenha a segurança e eficácia necessária do ato anestésico-cirúrgico (CARVALHO, 
2016). 
Podemos considerar três equipes atuantes de forma gerencial e assistencial no CC, lembrando que cada uma 
dessa equipe exerce função privativa, mas atuam em conjunto para estabelecer melhor assistência de saúde. 
Então podemos citar a equipe médica cirúrgica, médicos anestesiologistas e equipe de enfermagem. É 
importante salientar que além desses profissionais, também, podem atuar no setor do CC técnicos em raio X, 
técnicos em laboratório, biomédico, farmacêuticos, perfusionistas, auxiliares administrativos e de 
higienização. 
A equipe médica é formada pelos profissionais médicos, cirurgiões e assistentes (equipe de cirurgiões), que 
trabalham diretamente com a equipe de médicos anestesiologistas (anestesistas) e assistentes de anestesia. A 
enfermagem é composta pelo enfermeiro (líder e assistencial) e seus técnicos de enfermagem, queexercem a 
função de circulante de sala operatórias e instrumentador cirúrgico (GALVÃO et al, 2004). 
2.2 Educação continuada 
A EC (educação continuada) é uma das práticas de se proporcionar e ofertar o desenvolvimento, conhecimento 
e o aperfeiçoamento dos profissionais das diversas funções e instituições trabalhistas. Na área de saúde, 
chamamos de ECS (educação continuada em saúde), cujo objetivo é capacitar diariamente os profissionais 
atuantes no âmbito hospitalar, para proporcionar melhor assistência e segurança ao paciente (SOUZA; 
CERIBELLI, 2004). 
A EC não é uma prática recente, surgindo no final do século passado, por necessidade das mudanças globais 
tecnológicas e capitalista, e do próprio desenvolvimento das diversas classes sociais, como sendo uma resposta 
de capacitar e aperfeiçoar os trabalhadores para as resoluções de problemas e desafios pertinentes na época. 
A ECE (educação continuada em enfermagem) é uma prática constante e permanente de treinamento, 
aperfeiçoamento e atualização. Envolve toda a equipe de enfermagem, objetivando atender as necessidades do 
crescimento pessoal e profissional, o que reflete na qualidade da assistência prestada a quem se encontra 
internado. 
O enfermeiro tem por função, enquanto líder, buscar instrumentos pertinentes para capacitar toda a sua equipe 
de enfermagem, oferecendo, desta forma, uma melhor assistência de saúde ao paciente que se encontra em um 
serviço de organização hospitalar. A enfermagem é uma profissão voltada para promoção, prevenção, 
reabilitação e recuperação da saúde da população. E requer constantes treinamentos inovadores, devido à 
evolução tecnológica e científica. Nesse sentido, o enfermeiro utiliza a ferramenta de EC para oferecer a sua 
equipe e a outros profissionais conhecimentos para uma atuação eficaz. 
 
 
3 Gerenciamento de enfermagem 
Podemos dizer que gerenciamento significa organizar, planejar e executar atividades ou tarefas que tenham 
como objetivo facilitar os diversos processos de trabalho, e deve ser realizado por um profissional 
administrador, gerente ou líder e que seja direcionado para a gestão de processos e de pessoas. 
O gerenciamento ou supervisão em enfermagem é uma atribuição complexa do enfermeiro, e direcionada para 
a liderança da equipe, planejamento, supervisão, controle e avaliação das ações que serão desenvolvidas junto 
aos pacientes que buscam os serviços para as suas necessidades de saúde. O enfermeiro exerce a sua função, 
na gerência ou na assistência, baseado nas atribuições legais do código de deontologia e da lei profissional da 
enfermagem (PEDROSO, 2015). 
Para complementar os estudos do gerenciamento ou supervisão em enfermagem, o COFEN (conselho federal 
de enfermagem), em 1986, em obediência à Lei n. 7. 498, determinou e destaca-se na íntegra que: 
O gerenciamento na equipe de enfermagem fosse uma atividade conferida privativa ao enfermeiro. O 
enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, no entanto são privativas à direção dos órgãos de 
enfermagem da instituição de saúde pública e privada e à chefia de serviço e de unidade de enfermagem, a 
organização e a direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas 
prestadoras desses serviços, o planejamento, a organização, a coordenação, a execução e a avaliação dos 
serviços de assistência de enfermagem (COFEN, 2017). 
Ser enfermeiro, líder ou gerente, no cotidiano atual de seu trabalho, é desenvolver ações fundamentadas para 
a promoção, prevenção e recuperação da saúde do ser humano. Para tal, é preciso envolver o ato de coordenar 
e avaliar o desenvolvimento do trabalho da equipe de enfermagem e da assistência prestada ao cliente. Para 
isso, é preciso se capacitar constantemente nas funções que envolva gerência - para desenvolver um trabalho 
com qualidade e segurança para o paciente (FREITAS, 2011). 
3.1 Gerenciamento de enfermagem na CME 
A CME (central de material e esterilização) é uma área destinada aos métodos de processo de limpeza, 
desinfecção e esterilização dos PPS. É um setor de apoio técnico do centro cirúrgico, que contribui com a 
segurança e controle dos PPS que serão distribuídos para o hospital, evitando e controlando as IRAS (infecções 
relacionadas à assistência à saúde). 
Atualmente, os utensílios médicos cirúrgicos utilizados nos diversos setores de um hospital são processados e 
reprocessados pela central de material e esterilização, o que indica a grande relevância da CME em administrar 
logisticamente estes materiais e retorná-los adequadamente para serem reutilizados nos procedimentos e 
intervenções clínico-cirúrgicas de todo o hospital. 
O enfermeiro deve ser treinado e capacitado para o gerenciamento dos controles dos métodos e processos das 
técnicas hospitalares, garantindo a segurança e a eficácia do processo de limpeza, desinfecção e esterilização 
adequados para os PPS específicos, exercendo uma funcionalidade adequada nas rotinas que garantem a 
qualidade dos métodos de processamento dos PPS. Além disso, é preciso exercer atividades técnico-
administrativas privativas, realizadas nesse setor como planejar, organizar, orientar, supervisionar, realização 
de funções que envolvam recursos humanos, fazer educação permanente e organizar escalas mensais de 
trabalho e solicitar aos gestores hospitalares, de acordo com a necessidade e demanda dos diversos setores, 
materiais para a saúde ou PPS (DAMASIO; VASQUES, 2016). 
3.2 Gerenciamento de enfermagem no centro cirúrgico 
Partindo que o CC deve estar sempre equipado e preparado para as intervenções, é importante que todos os 
materiais, instrumentais cirúrgicos e equipamentos estejam organizados e nos seus devidos lugares, evitando 
erros que possam levar ao paciente contaminações e evoluções para o óbito. Para quem está participando do 
transoperatório, é estressante a falta dos produtos para saúde, pois denota desqualificação do profissional que 
exerce a função de organizar este setor para o ato cirúrgico. O enfermeiro é responsável por gerenciar e 
coordenar a equipe de enfermagem que realiza esse trabalho (AKAMINE, 2013). 
Salientamos que o profissional enfermeiro que executa a função de líder do CC, exerce uma relação conjunta 
com toda a organização e gestão hospitalar, por se de tratar de uma área fechada e exclusiva para a equipe 
multiprofissional que ali trabalha, e para os pacientes submetidos a procedimento cirúrgico. O líder da 
enfermagem, do CC, tem que estar em constante comunicação com a área ou SRPA, CME e com a UTI 
(unidade de terapia intensiva), e com outros setores como, por exemplo, as enfermarias do pós-operatório, 
para se ter uma visão global de todo o setor e planejar as ocorrências e cuidados adequados. 
Podemos dizer que planejar, coordenar, orientar, supervisionar e treinar são atribuições privativas do 
enfermeiro quanto líder ou gerente do centro cirúrgico. 
3.3 Gerenciamento de enfermagem na SRPA 
A sala de recuperação pós-anestésica é um setor do CC de extrema importância no âmbito hospitalar. É o local 
de repouso para os pacientes em estado crítico, que acabaram de sair do procedimento cirúrgico e estão sobre 
o efeito terapêutico dos medicamentos anestésicos, e vigilância permanecente da equipe médica e de 
enfermagem. 
• Podemos dizer que a SRPA recebe pacientes de pós-operatório imediato, que se encontram induzidos 
por anestesias geral e/ou regional, nas quais são implementadas assistências de saúde intensivas até o 
momento em que o paciente se encontrar consciente e com os reflexos presentes e sinais vitais estáveis. 
• Para isso, é necessário recursos técnicos e humanos direcionados e especializados para suporte 
imediato, levando em consideração a prevenção, a detecção e a implementação precoce da 
sistematização da assistência e cuidados específicos. 
• É preciso recordar que a equipe de trabalho é multiprofissional, formada pelo médico anestesiologista,enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, que exercem as suas funções de acordo com suas 
competências legais. 
Partindo desse pressuposto e, de acordo com as práticas recomendadas pela SOBECC (sociedade brasileira de 
enfermeiros de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização), o 
dimensionamento e a gerência da equipe de enfermagem na SRPA devem ser realizados em função das 
características do paciente. E planejar, coordenar, orientar, supervisionar e treinar continuam sendo atribuições 
privativas do enfermeiro enquanto líder ou gerente deste setor crítico e de vigilância permanente (SOBECC, 
2017). 
4 Perigos para a saúde associados ao ambiente cirúrgico 
Por se tratar de uma área de alta complexidade e por ser um setor crítico, o ambiente cirúrgico é alvo de estudos 
sobre a exposição dos seus profissionais a riscos laborais ou ocupacionais. No entanto, é preciso investir, cada 
vez mais, na promoção de um ambiente seguro, que favoreça a redução ou total eliminação desses riscos para 
um profissional saudável. E deve-se ainda ter foco constante de educação continuada e permanente para 
investir nas ações preventivas de saúde, evitando, com isso, as contaminações do ambiente e do profissional 
de saúde. 
As IH (infecções hospitalares) são consideradas problemas de saúde pública mundial, e são enquadradas como 
um risco à saúde dos pacientes e profissionais das unidades e serviços hospitalares. As IH que ocorrem após 
as cirurgias, designadas como ISC (infecções do sítio cirúrgico), são consideradas a segunda principal causa 
das IH. Investir em promoção, prevenção e controle dependem, exclusivamente, da adesão da equipe 
profissional da área da saúde para que as ISC sejam eliminadas ou reduzidas, garantindo, desta forma, melhor 
segurança para todos do CC. 
Para que ocorra uma diminuição ou eliminação das ISC, é preciso investir cada vez mais na prevenção dos 
fatores infecciosos e envolver medidas fiscalizadoras no setor de pré-operatório na unidade de internação. No 
CC, as medidas preventivas adotadas se relacionam à preparação do ambiente, equipe cirúrgica e paciente. 
4.1 Lavagem e degermação das mãos: princípios de assepsia intra-operatória 
Podemos dizer que lavar significa limpar algo que pode ser alguma sujidade ou forma microscópica de vida, 
que esteja aderida ou não à alguma superfície. Considerando que os profissionais da saúde estão expostos aos 
diferentes riscos laborais, e sendo o risco biológico o mais comum de se propagar, faz-se necessário investir 
em um procedimento simples e barato que exige o uso da água, substância química (detergente) e um 
antisséptico para a lavagem das mãos, ou ainda, higienização das mãos. 
É importante dizer que os pacientes estão expostos a diferentes tipos de contaminações durante a prestação da 
assistência de saúde, sendo as IH decorrentes desta, um problema de saúde pública mundial. As infecções 
relacionadas à assistência à saúde induzem o aumento da resistência aos medicamentos antibióticos, 
prolongando, dessa forma, a hospitalização e elevando os custos para paciente, família, serviço de saúde e 
ainda pode causar a morte (FIGUEIREDO et al, 2014). 
Uma assistência de saúde limpa é sinônimo de assistência mais segura, com o objetivo de prevenir e reduzir 
casos novos das IRAS. Neste contexto, a lavagem das mãos é uma estratégia de extrema importância, que 
todos os serviços de saúde devem promover, incentivar e fiscalizar, por ser uma medida simples e efetiva. 
As mãos, sem dúvida, são estruturas corporais muito utilizadas, uma vez que facilitam a realização de inúmeras 
tarefas, e nos conectam, diretamente, com o paciente, sendo o principal meio de transmissão e contaminação 
dos microrganismos. Sabendo disso, a não adesão à lavagem das mãos ou à higienização das mãos compromete 
a eficácia e segurança da assistência prestada ao paciente no serviço de saúde. 
É de extrema necessidade que exista adesão de normas simples e básicas de higienização geral no âmbito 
hospitalar, considerando a lavagem das mãos, ou ainda, higienização das mãos, a de maior impacto para 
redução ou eliminação total das IRAS. Sendo assim, é recomendada a lavagem das mãos antes e após o contato 
com o paciente, antes dos procedimentos ou intervenções assépticas, após a elevação, exposição e contato com 
fluidos corporais, e após o contato com áreas próximas ao paciente (FIGUEIREDO et al, 2014). 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra a ilustração de duas mãos sendo lavadas com água. A técnica de lavagem 
das mãos, utilizada em centro cirúrgicos, funciona com a fricção de uma das mãos na outra e o uso de água 
corrente e sabão, preferencialmente, líquido, para eliminação de sujidade, contaminação e de possíveis 
microrganismos. 
Há vários tipos de técnicas de lavagem das mãos. Cada um depende do objetivo a que se destina. É possível 
lavar as mãos fazendo uso de substância antisséptica ou de água e sabão. Os profissionais que atuam em CC 
precisam conhecer e compreender que o método de assepsia é uma medida ou norma adotada nesse setor para 
impedir a contaminação de patógenos no organismo humano. E que a antissepsia é uma técnica voltada para 
a redução ou eliminação de patógenos fazendo o uso de produtos químicos (bactericidas ou bacteriostáticos) 
sobre a camada da pele ou mucosa. 
A degermação é uma técnica com finalidade antisséptica, direcionada para a redução ou remoção parcial ou 
total dos patógenos nas camadas da pele, ou outros tecidos e mucosas utilizando métodos químico-mecânicos. 
É considerado um procedimento de lavagem das mãos ou higienização das mãos usando água, sabão e escova 
e substância química específica e padronizada pelos órgãos legisladores de saúde. 
Toda equipe multiprofissional envolvida no ato cirúrgico deve ter precauções ao realizar a degermação 
cirúrgica das mãos e antebraços. Para isso preconizou-se a escovação com água morna ou temperatura 
padronizada pelo hospital e sabão neutro, seguida de sua imersão em solução química antisséptica e depois 
em álcool, mas é preciso seguir as recomendações do ambiente hospitalar a qual o enfermeiro e outros 
profissionais estão inseridos. 
A técnica de degermação das mãos é fácil e exige prática no ato da sua execução. É necessário abrir a torneira, 
com o cotovelo, em seguida molhar as mãos, antebraços e cotovelos. Com as mãos no formato de concha, 
recolher a substância antisséptica e espalhar nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada 
com antisséptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes. 
Durante a execução da técnica de antisséptica, pode ocorrer o desconforto e as possíveis lesões da pele, 
provocada pela escovação, levando o profissional a diminuir o tempo de escovação. Reduzindo esse tempo, 
pode gerar erros significativos na técnica, comprometendo o processo de redução da carga do patógeno. Com 
o avanço das soluções antissépticas, os efeitos indesejáveis da técnica de escovação puderam ser reduzidos. 
5 Paramentação cirúrgica 
Para qualquer procedimento anestésico-cirúrgico, do mais simples ao mais complexo, é prioridade os cuidados 
ou precauções para minimizar os riscos de contaminações biológicas na equipe de profissionais do CC. São 
inúmeras as condições que favorecem a transmissão de microrganismo para o pacientes e equipes de saúde, 
principalmente, procedimentos que possam envolver sangue e fluidos orgânicos. Para isso, faz-se necessário 
priorizar a observação rigorosa de protocolos de rotinas para reduzir os riscos de IH. 
Ainda que possa variar, de acordo com a unidade ou setor de saúde, a precaução mais utilizada e obrigatória 
nos estabelecimentos que prestam serviços de saúde é a PC (paramentação cirúrgica). Ela tem por finalidade 
única proteger os profissionais e pacientes que estejam em procedimentos cirúrgicos no ambiente hospitalar 
(LEITE; DUARTE, 2013). 
A PC é o ato de trocar as vestimentasde rotinas por outras consideradas adequadas e seguras no centro 
cirúrgico, criando barreiras contra a penetração de agentes microscópicos nos locais dos sítios cirúrgicos dos 
pacientes, além de servir de proteção para a equipe multiprofissional. 
Quando se fala em precaução no ambiente do centro cirúrgico ou em qualquer âmbito da área da saúde, é 
comum pensamos na PC, principalmente, para os profissionais de enfermagem, que estão prestando serviço 
de forma constante durante 24 horas e, com isso, contribuindo para a recuperação do paciente, com maior zelo, 
rigor e competência técnica. É importante destacar alguns desses EPIs (equipamentos de proteção individual). 
➢ Uniformes privativos - As vestes cirúrgicas são formadas pelo jaleco e pela calça, confeccionados, 
preferencialmente, com tecido de algodão grosso, não esterilizados e de multiuso. Uso restrito para 
setores fechados como o CC e devem ser trocados sempre que necessário. O jaleco precisa cobrir 
totalmente o tronco, pelve e membros superiores com o objetivo de servir de barreira de penetração ou 
saída de formas microscópicas de vida do profissional. A calça cirúrgica deve ser colocada da cintura 
aos tornozelos, cobrindo totalmente os membros inferiores e, nesse nível, deve ter um fechamento com 
elástico. Não podem tocar superfícies estéreis, porque não são esterilizados. Todo uniforme deve ser 
trocado no vestiário da área restrita do CC. 
➢ Propes - São tecidos no formato do pé e que devem ser colocados antes da área restrita do CC. Têm 
como objetivo a prevenção de contaminação do chão dessas áreas por formas microscópicas 
localizadas nas solas dos calçados dos profissionais. A eficácia é bem questionada em relação a evitar 
a contaminação microbiológica. 
➢ Gorros ou toucas - São peças de tecido ou substância semelhante, de tamanho variado, e tem a 
finalidade de evitar a contaminação da ISC por fios cabelos. São colocados antes da área restrita do 
CC. É de extrema importância e necessidade que fiquem bem adaptados na cabeça, não sendo 
necessário serem esterilizados, e evitar tocar em superfícies estéreis. 
➢ Máscaras cirúrgicas - Esses protetores respiratórios, por regra, devem cobrir toda a face, desde a base 
nasal, boca, mento, aderindo a pele e fixados nas laterais do rosto através do pavilhão externo da orelha. 
São descartáveis, não estéreis e não podem entrar em contato com superfícies estéreis. As máscaras 
cirúrgicas devem ser trocadas quando molhadas ou contaminadas ou após quatro horas de uso, quando 
reduz a sua eficácia. Nunca devem ficar penduradas no pescoço ou ser guardadas para a reutilização. 
➢ Protetores oculares ou óculos - Considerados, principalmente, para a proteção do profissional, 
evitando, dessa forma, o contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos. 
➢ Avental cirúrgico - Vestimenta de proteção, que deve ser colocada por cima do uniforme cirúrgico. 
Com finalidade evitar a propagação dos agentes microbianos do corpo do profissional aos locais da 
ISC, evitando, dessa forma, o contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos. 
➢ Luvas - Equipamento de proteção individual, com diversos modelos e tamanhos, não esterilizados, 
devem ser usados por profissionais que fiquem em contato com material ou substâncias contaminadas 
durante todo o tempo. Luvas esterilizadas devem ser usadas pelos profissionais que estejam realizando 
procedimentos cirúrgicos ou limpos, evitando contaminar a região da cirurgia. É importante dizer que 
pode ser recomendado o uso de luvas uma sobre a outra em cirurgias de longas durações, diminuindo 
o risco de perda de continuidade, ou podendo trocá-las nos procedimentos que perdurem mais de duas 
horas. 
5.1 Tempos cirúrgicos 
Em clínica cirúrgica chamamos de tempos cirúrgicos a sequência consecutiva de procedimentos utilizados na 
manipulação dos tecidos e órgãos durante o ato cirúrgico e, a partir dessa sequência, podemos classificar quatro 
tempos cirúrgicos: 
✓ diérese; 
✓ hemostasia; 
✓ exérese; e 
✓ síntese cirúrgica. 
O resultado positivo de um ato cirúrgico depende da experiência e habilidade do médico cirurgião, das 
condições do paciente, dos cuidados prestados pelo enfermeiro e sua equipe, e da visita do anestesiologista no 
período pré-operatório, bem como dos recursos materiais e equipamentos utilizados no procedimento 
cirúrgico. 
O profissional enfermeiro que atua no bloco cirúrgico deve conhecer e ter habilidade das suas funções nos 
diversos tempos cirúrgicos, levando em consideração, principalmente, a sua relação com os tipos de 
hemostasia cirúrgica. Os tipos de síntese são de vital importância independentemente de sua área de atuação. 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático dos tempos cirúrgicos. Ocorrem no 
transoperatório e na sequência do ato cirúrgico, iniciando pela diérese (ato de dividir, cortar e separar os tecidos 
vivos do organismo humano), seguido pela hemostasia (ato de deter o sangramento após a divisão dos tecidos), 
seguido pela exérese (ato cirúrgico propriamente dito) e, por fim, a síntese cirúrgica (ato de unir, aproximar 
as bordas da ferida ou lesão). 
Esses métodos ou procedimentos ordenados e consecutivos são realizados desde o início até o término da 
cirurgia, e dependem da habilidade da equipe multiprofissional para que o ato cirúrgico tenha o sucesso 
esperado. Não podemos esquecer que o profissional da enfermagem considerado habilitado para instrumentar, 
denominado instrumentador cirúrgico, deve ter o conhecimento pleno dos instrumentais ou materiais 
cirúrgicos, e da diérese, hemostasia, exérese e síntese cirúrgica, uma vez que auxilia diretamente o profissional 
médico cirurgião no transoperatório - durante todo ato anestésico-cirúrgico. 
5 .2 Instrumental cirúrgico e seu preparo 
A instrumentação cirúrgica é uma das áreas da clínica cirúrgica de extrema importância e necessidade para o 
sucesso do ato cirúrgico, e para eliminação parcial ou total das contaminações no sítio cirúrgico. A profissão 
é desempenhada pelo técnico em enfermagem, na qual esse profissional tem a função de ajudar o cirurgião 
desde a preparação dos instrumentos até a esterilização deles na CME. 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da posição da equipe profissional 
durante o ato cirúrgico. Cirurgião e segundo auxiliar direcionados para o lado esquerdo da mesa cirúrgica. 
Primeiro auxiliar e instrumentador, profissional da enfermagem, direcionados para o lado direito da mesa 
cirúrgica, e o profissional anestesiologia na região terminal superior da mesa. O paciente fica sobre a mesa 
cirúrgica com a cabeça voltada para a extremidade superior. 
A intervenção ou procedimento anestésico-cirúrgico se realiza através de quatro técnicas fundamentais: 
➢ diérese dos tecidos orgânicos; 
➢ hemostasia; 
➢ exérese; e 
➢ a síntese para possibilitar a cicatrização da lesão. 
Para cada etapa utilizam-se materiais ou instrumentos cirúrgicos diferentes para permitir que o médico 
cirurgião execute o procedimento com habilidade, precisão e rapidez. Por isso, faz-se necessário planejar e 
organizar o instrumental cirúrgico, específico para cada tipo de cirurgia, solicitando as caixas cirúrgicas, na 
central de material e esterilização, para que a equipe da CME prepare, com antecedência, e envie para o bloco 
cirúrgico para que ocorra a cirurgia, levando segurança para o paciente. É importante ressaltar que os 
instrumentais cirúrgicos devem ser dispostos ordenadamente sobre uma mesa (dos Instrumentais) cirúrgico, 
de forma padronizada e de acordo com as etapas e necessidade do cirurgião (MORIYA, 2011). 
 
#PraCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da arrumação correta da mesa do 
profissional instrumentador cirúrgico com a sequência e disposição ordenada dos instrumentais cirúrgicos que 
serão utilizados no ato anestésico-cirúrgico. Observamos os instrumentais dediérese, seguido pelo de 
preensão, hemostasia, de exposição, especiais e auxiliares e por último os de síntese. 
Enfim, conhecer o centro cirúrgico é um desafio para qualquer profissional que atue no ato anestésico-
cirúrgico. 
A instrumentação cirúrgica requer habilidade e conhecimento do ato cirúrgico, materiais e instrumentais 
cirúrgicos pelo profissional de nível técnico em enfermagem. Para compreender o tema leia o artigo 
“instrumental cirúrgico” (MORIYA; VICENTE; TAZIMA, 2011, p.18-32). 
É recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, normas, rotinas e protocolos 
atualizados deste setor complexo e crítico. O enfermeiro do CC compõe a equipe multiprofissional de saúde, 
e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e numa prática cientifica inovadora, que envolva a 
sistematização da assistência em enfermagem no ambiente cirúrgico. 
É ISSO AÍ! 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de: 
✓ conhecer as noções preliminares da enfermagem em centro cirúrgico, conceitos de centro cirúrgico, 
bloco cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica, bem como a estrutura física e os equipamentos 
do bloco cirúrgico e da sala de recuperação pós-anestésica; 
✓ compreender os critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos para o centro cirúrgico; 
✓ entender a função do enfermeiro quanto aos recursos humanos e educação continuada do centro 
cirúrgico; 
✓ aprender sobre o gerenciamento do profissional enfermeiro na CME, no BC e SRPA; 
✓ avaliar os perigos para a saúde dos profissionais associados à falta do uso dos EPIs e aos procedimentos 
de lavagem e degermação das mãos no ambiente cirúrgico; 
✓ assimilar os tempos cirúrgicos, bem como a importância do conhecimento da instrumentação cirúrgica 
para a equipe de enfermagem. 
REFERÊNCIAS 
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ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 307, de 14 de novembro de 2002. Dispõe sobre 
o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível: 
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20RDC%20ANVISA%20n%C2%BA%20
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n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível: 
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