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Gestão Escolar - percursos e percalços

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 Pré-Projeto de Investigação realizado no âmbito do Seminário de Especialização, Mestrado em Ciências da Educação/Área de Especialização em Administração e Políticas Educativas, sob orientação do Professor Alexandre Ventura na respectiva UC e da Professora Dora Fonseca como orientadora.
	Universidade de Aveiro – UA - Portugal
As cotas e eu 
 Após a histórica decisão do STF que declarou a constitucionalidade das cotas nas universidades federais, fiquei pensando sobre o seu significado para o país, para a população negra (...) e óbvio, qual o significado para minha própria história pessoal. Eu e as cotas? Muda alguma coisa? (Rodrigues, C. 2012) 
Índice do pré-projeto
Estrutura da Dissertação
Introdução										
Corpo do trabalho										
Considerações finais								
Estrutura do Trabalho								
Protocolo 										
Formulação do Problema							
Enquadramento teórico conceitual					
Objetivos propostos	 e palavras-chave
Cronograma/Etapas de Implementação do Estudo			
Bibliografia									
A - Estrutura da Dissertação
1 - Introdução
2 - Corpo do trabalho
3 - Considerações finais
4 - Bibliografia
1 - Introdução - O presente trabalho está delimitado no tema Cotas Raciais no Brasil. O método de trabalho proposto é o de Revisão Bibliográfica Sistemática, pela melhor abrangência, objetividade e validação do estado da arte das Cotas raciais, no período de 2015 a 2020. O enquadramento teórico abrange Cotas raciais, Exclusão social, período escravagista no Brasil, Políticas públicas inclusivas, Ações Afirmativas, Equidade em educação, todos intimamente interligados e inseparáveis do tema proposto. Objetiva-se, além de revelar o estado da arte do tema, fazer uma análise crítica da literatura pesquisada quanto aos resultados efetivos das cotas raciais na promoção de equidade em Educação, em resposta à pergunta inicial: As cotas raciais promovem equidade na educação? A importância deste estudo fundamenta-se no fato de que:
as questões raciais são estruturantes porque fazem parte da construção das nossas sociedades. As subjetividades que nos compõem — os nossos preconceitos, por exemplo — acabam construindo as relações sociais que estabelecemos. E essas relações estão impregnadas de uma construção histórica equivocada, que mantém a população negra em posição de subalternidade. (Jurado, M. T. 2019. Seção Enfrentamento ao Racismo). 
Vivemos o momento presente numa atmosfera de reivindicações e conflitos, de mudanças radicais e consequentes instabilidades advindas, a nível global e nacional. O que já era conflitivo e carente de ações políticas e sociais imediatas, tornou-se, emergencial, urgente e incontornável, no surgimento de um quadro global jamais imaginado de pandemia, frente ao Corona vírus. Mas, de algum modo, surpreendentemente, isto tudo parece estar mexendo com valores, ideais e visão de mundo, ao se vislumbrar um processo em que emerge uma conscientização crescente, coletiva e singularmente. Muito talvez por terem ficado ainda mais evidentemente expostos os problemas de exclusão social, em desigualdades de direitos, entre cor, gênero ou classe social e também frente a incongruências políticas. Encontramos em Xavier (2021), ativista no enfrentamento ao racismo, que “Negacionismo, desinformação, falta de oxigênio e compra inadequada de vacinas compõem a trajetória de erros que levaram à morte 330 mil brasileiros, em sua maioria negros e negras” (seção Enfrentamento ao Racismo. 2021). Continua a autora, informando sobre a situação de calamidade dos negros, na pandemia, uma vez que:
A vacina, símbolo da esperança no enfrentamento definitivo da pandemia de Covid-19, não está chegando à população negra no mesmo ritmo em que chega aos brancos no Brasil. Dados recentes do Ministério da Saúde divulgados pela imprensa mostram que, até 22 de março de 2021, os brancos (38%) representavam quase o dobro dos pardos ou pretos (21%) entre os vacinados. Os números refletem uma dura realidade relacionada às desigualdades decorrentes do racismo (Xavier, 2021. Seção Enfrentamento ao Racismo).
 Os movimentos sociais e políticos, nestas circunstâncias, buscam assim maior congruência de objetivos, e efetivos resultados nas suas reivindicações. Preconceitos, racismo e exclusão social, se antes já ocupavam em largas manifestações os grupos ativistas, agora parecem sobressair e fortalecerem-se ainda mais. Nada justifica violência, segregação despotismo hierárquico social, político e cultural, sendo absolutamente urgente e necessário buscar justiça e equanimidade social. Este momento histórico profundamente conturbado que estamos vivendo global e localmente, justifica em si mesmo uma pesquisa em Cotas Raciais e um estudo sistemático dos dados quanto à situação dos negros no acesso à educação. É inquestionável que a Educação é condição sine qua non para a conscientização dos sujeitos. 
O recente episódio com George Floyd, nos Estados Unidos, impactou o mundo todo e acende indignação e revolta, impulsionando a busca urgente de providências legais, incluindo a educação dos indivíduos para o senso coletivo de respeito mútuo às diferenças, e a construção da cidadania sob a égide dos Direitos Humanos. Vemos em Santos (1997) que os direitos humanos são inegavelmente ligados à cultura, que é em si mesma única, idiossincrática, mas que o respeito às diferenças deve ser universal, porque o humano se funde, nas mesmas buscas de respeito e de liberdade, numa política local ou global, sendo esta caminhada cada vez menos conflituosa e ameaçadora. 
No Brasil não temos ainda questões migratórias étnicas, como acontece na Europa, por exemplo, na atualidade, embora a diversidade cultural seja fator marcante na identidade do país. Mas fator relevante a destacar seria quanto à imigração, especialmente de alemães e italianos, na região Sul do Brasil. Em Santos, M. O. (2017) destaca-se que “no final do século XIX, observamos disputas entre os chamados ‘colonos de origem’, mas também alianças contra ‘brasileiros’ (negros e índios) e luso‐brasileiros” (Santos M. O. 2017. P 231). Complementando, diz-nos a autora que no Sul, há diferentes afirmações de identidades: quilombolas, açorianas, italianas e alemães que se contrapõem.  Em Lazzarotto (1981) destaca-se também, sobre estas questões imigratórias e migratórias, que “Este era o nome dado aos pretos: os brasileiros. Termo que trazia muito de pejorativo e muito de um racismo que o descendente italiano cultivou em favor da sua superioridade” (LAZZAROTTO, 1981. P 92, in: Santos, M. O. 2017. P 239). 
A princípio, parece não haver também no Brasil, pelo menos tão evidente, a violência racista explícita nos Estados Unidos, ou pelo menos, não tão assumida, veiculada e publicamente. Entretanto, com relação à dimensão de violência, encontramos em (LEAL, 2007) que “as fronteiras entre identidade, xenofobia e violência são muito frágeis” (LEAL, 2007, P186 in: Santos, M.O. 2017, p 233). Olhando para a violência velada implícita em certos comportamentos sociais e políticos, temos, inequivocamente, questões históricas advindas da escravização dos negros africanos, para as quais, ainda que tardiamente, é urgente e necessário buscar equanimidade de direitos, por meio de políticas públicas que, entre outros âmbitos, contemplem e minimizem as consequências danosas sofridas pelos negros. 
Questões significativas a considerar nestas reflexões, encontramos nas autoras (Bento, A., Justino, E., Gusso, F., Oliveira, F., & Silva, J. 2016. P. 4-5), quando destacam que:
 A sociedade brasileira do século XXI ainda é cruzada por desigualdades e exclusão social. No âmbito escolar, e em particular nas Universidades, (...) os indicadores mostram persistência de desiquilíbrios quanto ao acesso e à permanência desses indivíduos não brancos. Portanto, as políticas educacionais de configuração tradicional não pareceram eficazes em abranger amplos segmentos de brasileiros mais pobres, negros, mulatos e índios em seu contexto. As ações afirmativas, em especial as políticasde cotas, foram exibidas como possível resposta a graves defeitos averiguados. O tema, todavia, é polêmico e tem gerado debates impetuosos. 
2 - Corpo do trabalho – esboço - (enquadre teórico conceitual) a complementar os tópicos, posteriormente.
Análise teórica (a desenvolver)
Racismo, Cotas raciais, equidade na Educação, Ações Afirmativas, e Políticas Públicas Inclusivas. 
Em Rozas (2009) constata-se que “Durante o decorrer da História do Brasil, os negros passaram por vários períodos difíceis, não eram reconhecidos como seres humanos, mas sim como objetos, sofrendo todos os tipos de abusos e discriminações, dessa forma, não eram reconhecidos como indivíduos dotados de capacidade (P 10). Destaca a autora que:
 Sabe-se que com o advento da abolição da escravatura, inúmeras foram as mudanças na vida dos escravos, não se tratando somente da tão sonhada libertação, mas sim, devido às condições precárias que enfrentaram após esse período. Vale ressaltar, que o Poder Público não intervinha em questões desse cunho, de certa forma, deixando esses seres humanos abandonados e sem nenhum tipo de amparo (Rozas 2009. P10).
 Segundo Guarnieri & Silva (2017) “No Brasil a Lei das Cotas (nº 12.711) foi aprovada em agosto de 2012, como política pública de ação afirmativa na Educação Superior, após mais de uma década de debate e com muitas controvérsias” (P 2). É destacado ainda pelas autoras que:
 O primeiro Programa de Cotas brasileiro foi implementado em 2003 pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro- UERJ, (e) apesar de as cotas raciais suscitarem controvérsias no cenário mestiço-brasileiro e serem constantemente alvo de críticas, por que tantos Programas de Cotas foram implementados nas universidades antes mesmo de se tornarem lei federal? (Guarnieri & Silva 2017. P 2).
 Com respeito à legislação, acrescentam ainda os autores que a lei 12.711/2012, referente a cotas: 
 Colocou em discussão temas polêmicos e por tanto tempo relegados ao ostracismo na realidade brasileira. Não somente o racismo, como também a desigualdade social e de oportunidades entre estudantes provenientes de diferentes estratos sociais. Para os apoiadores, as mudanças no acesso ao ensino superior refletem em benefícios em outras esferas: desde direitos humanos, até razões mais práticas, de tipo econômico e de novas possibilidades de desenvolvimento social, sem falar, na superação e prevenção da pobreza e marginalização” (Guarnieri & Silva 2017. P 5).	
I - (Racismo e Racismo Estrutural)
 Detidos social e culturalmente por um longo período de escravização, e por uma ‘abolição’ mais formal do que efetiva, os negros assumem-se e crescem atualmente em seus movimentos de reivindicação de direitos à equidade, em todas as esferas. Segundo Silvério (2003) “a construção social de que no Brasil não há negros, (mas) somente mestiços, teve entre outras consequências nefastas banalizar as práticas discriminatórias cotidianas e reforçar a invisibilidade deste mesmo negro perante a sociedade” (Silvério 2003 in: Naiff et All 2009. P. 217).
Quanto aos efeitos deste discurso manipulativo, encontramos na autora Jurado, M.T. (2019), que esta banalização, ou naturalização de pensamentos e situações discriminatórias rotineiras promovem a discriminação racial e formam o racismo estrutural. É preciso, entretanto, segundo a autora, entender primeiro o significado de racismo, que no seu entendimento é o elemento que sustenta a estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira, pelo fato do Brasil ter uma história de mais de 300 anos de escravidão, deixando enraizado no inconsciente coletivo da sociedade brasileira um pensamento que marginaliza as pessoas negras, e as impede de se constituírem como cidadãs plenas. Esclarece a autora que esse equívoco de narrativa resulta na desvalorização da cultura, intelecto e história da população negra. Mina suas potencialidades e, principalmente, aumenta o abismo criado por desigualdades sociais, políticas e econômicas. Especifica a autora que este é um problema evidenciado por números. No Brasil, pessoas negras são mortas com mais frequência que pessoas não negras: os negros representam 75% das vítimas de homicídio, segundo o Atlas da Violência de 2019. São maioria, também, em meio à camada mais pobre da população: dos 10% de brasileiros mais pobres, 75% são negros, segundo o IBGE. (Jurado, M. T. 2019. Seção Enfrentamento ao racismo).
II - Equidade na educação - Com relação à equidade, seu conceito e relevância para a educação, vemos em Rodrigues (2011) que “A procura da equidade está intimamente ligada às preocupações dos sistemas educativos. A criação das escolas públicas (obrigatórias, laicas, gratuitas) em quase todos os países europeus, no século XIX, foi certamente influenciada pela necessidade (entre outras) de promover a equidade” (seção página da Educação). Diz-nos ainda o autor que:
Os estudos disponíveis sobre o sucesso e abandono escolar mostram-nos que a Escola não conseguiu abolir a avassaladora importância das origens sociais, económicas e culturais dos alunos. A equidade continua pois na ordem do dia, e a pergunta permanece: como é possível dar a (todos) oportunidades de educação efetivamente semelhantes, independentemente do meio de que provêm?
Os movimentos ativistas, as lutas dos negros, pardos, índios, e excluídos sociais, como um todo, legitimam suas ações, no âmbito de uma justiça social, como promovedoras de conscientização e de enfrentamento ao racismo. Esta equidade, clamada por estes movimentos é reconhecida internacionalmente, onde o autor ressalta que: 
A equidade, o desenvolvimento e a sustentabilidade, formam o triângulo de valores que, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2011), deve guiar o desenvolvimento das sociedades. Este triângulo é, certamente, um bom modelo para inspirar o desenvolvimento da Educação e sublinhar o carácter fundamental e estruturante das políticas de excelência para todos – isto é, de equidade. (Rodrigues, D. 2011. Seção A Página da Educação).
Nestas considerações postas, é importante entender que, para uma consciência efetiva se desenvolver entre todos os cidadãos, a educação é fator fundamental, e as cotas raciais para ingresso no ensino superior é um quesito deveras importante a ser pesquisado e analisado, levando em conta debates acirrados e polarizados, a favor ou contra, desde sua proposição em 2002. É nesta arena que modestamente o presente trabalho intenta contribuir na atualização do tema, dentro da concepção de que “Seja como for, o importante é não reduzir o realismo ao que existe, pois, de outro modo, podemos ficar obrigados a justificar o que existe, por mais injusto ou opressivo que seja” (Santos 1997, P122).
III - Ações Afirmativas – Vemos em (Naiff, D. G., Alves, L., & Souza, M. 2009 P. 217), que uma das razões alegadas para certo atraso na reivindicação, quando comparamos o Brasil com os Estados Unidos da América, onde ações afirmativas acontecem desde a década de 1960, foi a predominância ao longo do século XX do ‘mito da democracia racial’ no imaginário brasileiro. 
Nesta realidade falsificada pelo discurso, submergem preconceitos, segregação e exclusão social, sobre o que podemos inferir, segundo Sawaia,B. (2001. P 1) que: 
 Grande parte dessas desigualdades sociais enfocam apenas uma de suas características em detrimento das demais, como as análises centradas no econômico, que abordam a exclusão como sinônimo de pobreza, e as centradas no social, que privilegiam o conceito de discriminação, minimizando o escopo analítico fundamental da exclusão, que é o da injustiça social. 
		Com respeito às Ações afirmativas no Brasil, importantes considerações, segundo (Poletto, D. B, Efron, C. & Rodrigues, M. B. 2020. P. 3) nos mostram que as cotas “nas universidades públicas são reservadas a estudantes em situação socioeconômica desfavorecida, negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. O Brasil tem sido historicamente marcado pela falta de acesso em várias esferas da vida social”. Talafirmação suscita uma importante questão a respeito destas Ações afirmativas, uma vez que:
É sabido que o déficit educacional brasileiro necessitará de mais tempo para ser equacionado, a despeito dos melhores índices de acesso atingidos nos últimos anos, segundo IBGE, (e) não é somente a aprovação de uma lei ou a colocação em prática de uma decisão que impacta a sociedade, mas, acima de tudo, as acomodações necessárias após a operacionalização da lei ou decisão. A alocação dos limitados recursos públicos é muito disputada e cria tensões e lutas por espaços entre diferentes grupos em uma dada realidade. Entender o processo de formulação e aprovação de políticas públicas é imprescindível para a abordagem do tema. (Poletto, D. B, Efron, C. & Rodrigues, M. B. 2020. P 3-4).
3 - Considerações finais - (a elaborar, na finalização do Projeto, e na análise dos dados recolhidos). 
B - Estrutura do trabalho - (Organização das etapas) 
1 Protocolo
1.1 Método de trabalho com conceituação 
1.2 Ordem de seus procedimentos (etapas)
1.3 Tipos de abordagem
2 Formulação do problema (pergunta inicial) e problematização com perguntas complementares
3 Objetivos
4 Enquadramento teórico-conceitual (tópicos)
4.1 Cap. I 
4.2 Cap. II 
4.3 Cap. III
5 Mapeamento
6 Critérios de escolha do Material bibliográfico a recolher
7 Critério de inclusão e exclusão da recolha bibliográfica para análise
1 - Esboço do protocolo: Etapas da organização da pesquisa 
1.1 - Quanto ao método de trabalho e sua conceituação
(ainda a complementar) - I – O que é revisão da literatura? II - Tipos de revisão da literatura: √ Narrativa √ Sistemática √ Integrativa São definidas de acordo com o método de elaboração. 
Segundo Mattos (2015), define-se revisão de literatura (Narrativa, Sistemática ou Integrativa) como o processo de buscar, analisar e descrever respostas a uma determinada pergunta. Com relação específica a revisões sistemáticas de literatura, diz-nos o autor que:
São considerados estudos observacionais retrospectivos ou estudos experimentais de recuperação e análise crítica da literatura. Testam hipóteses e têm como objetivo levantar, reunir, avaliar criticamente a metodologia da pesquisa e sintetizar os resultados de diversos estudos primários. (Mattos, 2015. P 02).
Com respeito à forma ou ao modo de execução, relativo aos processos de revisão sistemática, encontramos em Galvão (2014) a afirmação de que:
 Devem ser abrangentes e não tendenciosas na sua preparação. Os critérios adotados são divulgados de modo que outros pesquisadores possam repetir o procedimento. Revisões sistemáticas de boa qualidade são consideradas o melhor nível de evidência para tomadas de decisão. (Galvão 2014. P 183).
 1.2 – Ordem de seus procedimentos – (etapas do método)
Revisão sistemática - segundo Nunes (2015), os métodos para elaboração de revisões sistemáticas preveem: (1) elaboração da pergunta de pesquisa; (2) busca na literatura: Pesquisa exploratória de início; (3) seleção dos artigos; (4) extração dos dados; (5) avaliação da qualidade metodológica; (6) síntese dos dados (metanálise); (7) avaliação da qualidade das evidências; e (8) redação e publicação dos resultados. Tais etapas, no presente estudo, estão previstas para serem desenvolvidas no Projeto de investigação em Cotas raciais e equidade em educação. A pesquisa bibliográfica sistemática, ou revisão sistemática de literatura, é um instrumento adequado e válido para a proposta do tema, e também pertinente e consoante com o momento atual de pandemia, fator bastante dificultante ou muitas vezes impeditivo de uma metodologia de pesquisa a ser cumprida presencialmente. 
 1.3 - Tipos de abordagem - constitui-se este estudo em cunho qualitativo e também quantitativo, pela pertinência intrínseca do tema em analisar não só a dimensão social, mas também considerar a mensuração dos resultados estatísticos de gráficos e tabelas que constarem no referencial como essenciais para análise, e conclusões dos dados recolhidos. Segundo Gerhardt & Silveira (2009. P34), “a pesquisa qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais (...) e não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Quanto à abordagem quantitativa, de acordo com (Fonseca 2002, P 20 in: Gerhardt & Silveira 2009. P35), “a pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. (Porém), a utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite conseguir mais informações do que se poderia conseguir isoladamente”. 
2 - Formulação do problema - No presente estudo, busca-se contribuir para o conhecimento sistematizado sobre cotas raciais, formulando a questão de início: As cotas raciais promovem equidade na educação? Em sequência, complementando com questões mais específicas, interroga-se: O que são cotas raciais? Qual a relevância das cotas raciais na promoção da equidade na Educação? Houve efetivo aumento no ingresso dos alunos negros no ensino superior, depois do implemento das cotas raciais? Que resultados foram observados no desempenho acadêmico dos alunos negros, com ingresso através de cotas, em relação aos brancos? Qual o índice de alunos negros que concluíram os estudos no ensino superior após o implemento das cotas raciais, entre 2015 e 2020? O que pensam os alunos, no âmbito geral, sobre as cotas raciais? 
- Objetivos propostos: Geral - Pesquisar sobre o estado da arte das cotas raciais no Brasil, entre 2015 e 2020. Fazer uma análise crítica da literatura pesquisada quanto aos resultados efetivos das cotas raciais na promoção de equidade na Educação. Específico - Contextualizar as cotas raciais no Brasil quanto ao seu histórico escravagista. Pontuar a política pública inclusiva em ações afirmativas e sua função nas cotas raciais.
4 - Enquadramento teórico-conceptual (conceitos e contextos): Racismo, Escravidão, Exclusão social, Ações Afirmativas e Cotas raciais (no Brasil)
I A imigração no Sul do Brasil e o racismo.............................................
II - Histórico escravagista no Brasil...........................................................
III – Uma abolição pró forma da escravidão..............................................
IV – Fatores de exclusão social dos negros..............................................
V – A Necropolítica e o racismo estrutural................................................
VI – Movimentos de grupos ativistas antirracistas na luta pela equidade
VII – Ações Afirmativas, políticas Públicas e as cotas raciais ..................
4.1 - Capítulo I – As cotas raciais enquanto fenómeno de equidade em educação
 1. Caracterização geral do fenómeno das cotas raciais 
 2. As cotas raciais enquanto fenómeno local brasileiro 
 3. O impacto das cotas raciais
3.1 A nível social e educacional 
3.2 A nível socioeconómico 
3.3 A nível académico 
 4. Políticas governamentais face às cotas raciais (critérios de enquadramento, percentagem, abrangência de Instituições, etc)
4.2 - Capítulo II – Enquadramento metodológico 
 1. Metodologia de investigação 
 1.1 Revisão bibliográfica sistemática
 1.2 Técnicas utilizadas para a consulta bibliográfica:
4.3 - Capítulo III – Revisão sistemática 
 1.Tratamento de dados 
 1.1 Caracterização do contexto de investigação - (tratar em blocos, ou sequencialmente, quanto a Dissertações, Teses e publicações periódicas?) Poderá ser decidido durante a investigação. 
 1.2 Caracterização das plataformas de pesquisa (Scielo, Google Schooler e periódicos científicos constantes em seus critérios de apresentação.
2 Caracterização do objeto de estudo 
 2.1 Corpus de informação sobre o qual irei usar (Instituição, documentos encontrados: quanto ao tipo de documento (dissertação, tese, publicação periódica), quanto ao local da instituição (região, cidade no país) e quanto à categoria da instituição (privada, pública, estadual, federal,ONG, etc)
 2.2 As políticas Públicas de inclusão em educação quanto ao tipo de legislação (lei, decreto), ao assunto (cotas raciais, sociais) e à data de promulgação, considerando o tempo decorrido entre as propostas e práticas experimentais e o reconhecimento legal.
3 - Vantagens e (des) vantagens das cotas raciais, a nível do aluno negro e dos demais alunos 
 3.1 Análise da legislação sobre as cotas raciais quanto a seus dispositivos específicos
 3.2As principais razões que levam os estudantes a recorrerem a cotas raciais 
 3.3 A oferta das cotas: perspectivas dos alunos negros face ao uso das cotas raciais
 3.4 Interferência das cotas raciais nos resultados acadêmicos.
5 - Mapeamento - inclui a seleção das plataformas Scielo e Google Schooler, e/ou alguma outra plataforma a incluir, que se fizer necessária, conforme o resultado quantitativo inicial, quanto ao período de tempo estipulado de 5 anos (2015-2020), caso seja insuficiente, cujo critério é de 30 a 50 referências, aproximadamente, a serem recolhidas. 
6 – Critérios de escolha do Material bibliográfico a recolher - Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado e publicações periódicas acadêmicas científicas, provenientes de Universidades Públicas e Privadas convencionais, e EAD. 
7 - Critério de inclusão e exclusão da recolha bibliográfica para análise - o de maior número de palavras-chave coincidentes com as deste presente estudo. Porém, estas palavras-chave podem também estar contidas na introdução ou no resumo do material a ser recolhido, as quais são: Cotas raciais; Racismo; Exclusão social; Políticas públicas de inclusão; Ações afirmativas; Ensino superior; Equidade em educação;
Observações : Acrescenta-se ao fim deste trabalho, como anexo, (em arquivo separado) uma grelha com exemplos de indicações de título, autor, resumo, e ano de publicação, da recolha provisória. Esta visão condensada do material colhido definitivo pode facilitar a análise em conjunto de diferentes focos, e deixar a descoberto alguma lacuna, apontando para os próximos estudos e pesquisas uma nova abordagem do assunto. 
Cronograma/Etapas de Implementação do Estudo
	TAREFAS
	SET
	OUT
	NOV
	DEZ
	JAN
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	Negociação do projecto com orientador(a)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Recolha de bibliografia e leitura crítica/Enq. Teórico
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Recolha de bibliografia e leitura crítica/Enq. Metodológico
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Construção dos instrumentos de recolha da informação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Aplicação dos instrumentos de recolha da informação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Análise dos dados recolhidos
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Redacção da dissertação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Entrega da 1:ª versão ao/à orientador(a)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Referências Bibliográficas
(Bibliografia Exploratória para o pré projeto)
Bento, A., Justino, E., Gusso, F., Oliveira, F., & Silva, J. (2016). POLÍTICAS DE COTAS RACIAIS: CONCEITOS E PERSPECTIVAS. Ensaios Pedagógicos, 64-81. https://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n12/artigo6.pdf
Fonseca, J. J. S (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, Apostila. In: Gerhardt & Silveira (2009. P35).
Guarnieri, F. V., & Silva, L. L. (2017). Cotas Universitárias no Brasil: Análise de uma década de produção científica. Psicologia Escolar e Educacional, 21(2), 183-193. https://doi.org/10.1590/2175-3539201702121100
https://www.scielo.br/j/pee/a/4jyF7L8ncM6QTvKM3TzjdGj/?format=pdf&lang=pt 
Galvão, Taís Freire, & Pereira, Mauricio Gomes. (2014). Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 23(1), 183-184. Recuperado em 16 de junho de 2021, de http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742014000100018&lng=pt&tlng=pt.
Gerhardt, T. & Silveira D. 2009. (Org.). Métodos de Pesquisa.Série Educação à Distância – EAD. Editora UFRGS.
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/52806
Jurado, M. T. (2019, August 26). Enfrentamento ao racismo. Brasil de Direitos. https://www.brasildedireitos.org.br/noticias/488-o-que-racismo-estrutural?utm_source=google&utm_medium=ads&utm_campaign=search&gclid=CjwKCAjwt8uGBhBAEiwAayu_9d23hdTG2L9xx3U1W_BaF9P00SX8Aa_sTg3dL6KEfxvPB9RGaUhUdBoCnXUQAvD_BwE
Lazzarotto, Valentim. Pobres construtores de riqueza. Caxias do Sul: UCS, 1981. In: Santos, M. O. (2017. P.233). Reescrevendo a história: imigrantes italianos, colonos alemães, portugueses e a população brasileira no sul do Brasil. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis,    v. 9, n. 20, p. 230 ‐ 246. jan./abr. 2017. DOI: 10.5965/2175180309202017230 http://dx.doi.org/10.5965/2175180309202017230
LEAL, João. Cultura e identidade açoriana: o movimento açorianista em Santa Catarina. Florianópolis: Insular, 2007. In: Santos, M.O. (2017)
Mattos, P. d. C. (2015). Tipos de Revisão de Literatura. Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP. https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf
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