Buscar

Adaptação celular as células também se ajustam

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 193 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 193 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 193 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ciências 
Morfofuncionais dos 
Sistemas Imune e 
Hematológico
Adaptação celular: as células 
também se ajustam
Profa. Dra. Cristiane M. Leite
• Unidade de Ensino: 1
• Competência da Unidade: Conhecer os processos de adaptações celulares frente a estímulos 
físicos, químicos ou fisiológicos em excesso; conhecer os possíveis resultados do processo de 
lesões celulares reversíveis e irreversíveis, compreendendo como essas podem ser originadas; 
definir como o oxigênio pode estar relacionado à lesão celular; definir as vias de morte celular 
por apoptose e por necrose.
• Resumo: Adaptações celulares: atrofia, hipertrofia, hiperplasia e metaplasia; patogenia das 
lesões celulares; degeneração gordurosa; hipóxia e isquemia em degeneração hidrópica ou 
tumefação turva e da lesão celular irreversível; aspectos morfológicos e fisiopatológicos que 
levam à necrose ou apoptose.
• Palavras-chave: Adaptações celulares; lesões reversíveis; lesões irreversíveis; morte celular.
• Título da Teleaula: Adaptação celular: as células também se ajustam
• Teleaula nº: 1
Abertura
• Saúde, homeostasia e resposta celular;
• Adaptação celular:
• Hipertrofia
• Hiperplasia
• Atrofia
• Metaplasia
• Causas da lesão celular;
• Mecanismos de lesão celular;
• Lesão irreversível:
• Necrose
• Apoptose
Saúde, homeostasia e 
resposta celular
Paciente fumante há 36 anos, que fazia ingestão de bebida 
alcoólica diariamente.
Fonte: Avatar Maker.
Que outro processo 
patológico poderia ser 
acrescentado no 
diagnóstico clínico do 
paciente?
Qual a relação da 
ingestão de álcool com 
a lesão celular?
Saúde x Doença
Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e 
não, simplesmente, a ausência de doenças ou enfermidades.
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/6yqTy8m e https://cutt.ly/syqTs8P . 
Homeostase
Estado 
dinâmico
O corpo monitora seu estado interno e toma medidas para 
corrigir perturbações que ameacem a sua função normal.
Regulação do meio interno do corpo, mantendo-o em equilíbrio.
Fonte: SILVERTHORN, D.U. 
Fisiologia humana: uma 
abordagem integrada. 5.ed. 
São Paulo: Artmed, 2010.
Esteatose hepática (degeneração gordurosa)
• Acúmulo anormal de lipídios dentro das células parenquimatosas.
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: patologia geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
Esteatose hepática
Associada a:
• Ingestão de dietas hiperlipídicas;
• Ingestão de grandes quantidades de álcool.
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. 
Bogliolo: patologia geral. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Esteatose hepática
Esteatose
Cirrose
Câncer
Fonte: CURI, R.; PROCÓPIO, J. 
Fisiologia humana. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Tipos de adaptação 
celular
Hipertrofia
• Síntese e incorporação de novos componentes 
estruturais;
Pode ser:
• Fisiológica
• Patológica
Aumento do tamanho das células que resulta no 
aumento do tamanho do órgão afetado.
Célula 
normal
Hipertrofia
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/mywastP .
Aumento da demanda funcional ou 
por estimulação de hormônios e 
fatores de crescimento.
Hipertrofia fisiológica
• Aumento da massa muscular associado à prática de exercícios.
Fonte: https://cutt.ly/IywdBd5 e BARBIN, I. C. C. Ciências 
morfofuncionais dos sistemas imune e 
hematológico. Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A. 2015
Miócito normal Miócito hipertrofiado
Aumento do tamanho das fibras musculares 
em resposta ao aumento da demanda.
Hipertrofia patológica
Fonte: GROSSMAN, Sheila C & 
PORTH, Carol M. Fisiopatologia. 9. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016.
Sobrecarga hemodinâmica crônica
Hipertrofia celular
Aumenta a força e capacidade de 
trabalho do músculo.
• Hipertrofia do miocárdio: 
resultado de doença cardíaca.
Hiperplasia
• Só ocorre em células com capacidade de divisão;
Pode ser:
• Fisiológica
• Patológica
Aumento no número de células em um órgão ou 
tecido em resposta a um estímulo
Célula 
normal Hiperplasia
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/mywastP .
Aumento do número de células 
induzido por hormônios, fatores de 
crescimento ou por células-tronco.
Hiperplasia
Próstata normal Próstata hiperplásica
Fonte: Laminário digital.
Atrofia
Redução do tamanho de um órgão ou tecido devido 
diminuição do tamanho e número de células.
Célula 
normal Atrofia
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/mywastP .
Pode ser:
• Fisiológica
• Patológica
Atrofia
Causas:
• Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso).
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/0ywh4Rg e BARBIN, I. C. C. 
Ciências morfofuncionais dos sistemas imune e hematológico.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2015Músculo 
normal
Músculo 
atrofiado
Atrofia
• Perda da inervação (atrofia por denervação).
Medula espinal
Fibras musculares
Junção 
neuromuscular
Motoneurônios
Fonte: Modificado de TORTORA, G.J.; 
DERRICKSON, B. Pricípios de anatomia e 
fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019.
Sem comando nervoso 
(motoneurônios) não há 
contração muscular.
Atrofia
Atrofia
• Diminuição do suprimento sanguíneo;
• Nutrição inadequada;
• Perda da estimulação endócrina;
Endométrio mulher jovem Endométrio mulher senil
Fonte: GROSSMAN, Sheila C & 
PORTH, Carol M.
Fisiopatologia. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 
2016.
Metaplasia
• Muitas vezes é uma resposta adaptativa de uma 
célula sensível a um estímulo nocivo, sendo 
substituída por um tipo celular capaz de suportar 
o ambiente adverso.
Alteração reversível no qual um tipo celular 
diferenciado é substituído por outro tipo 
celular.
Célula 
normal Metaplasia
Fonte: Adaptado de https://cutt.ly/mywastP .
• Resultado de um reprogramação de 
células-tronco presente nos tecidos 
normais ou de células mesenquimais 
indiferenciadas do tecido conjuntivo.
Fonte: Adaptado de 
https://cutt.ly/qywxyKI .
Cérvix uterino 
Metaplasia de epitélio 
colunar para epitélio 
escamoso.
METAPLASIA
Causas e mecanismos da 
lesão celular
Na consulta com o neurologista, a esposa relatou que o paciente 
era fumante há 36 anos, que fazia ingestão de bebida alcoólica 
todos os dias e que era hipertenso, porém não tomava o 
medicamento todos os dias como recomendado pelo médico.
Fonte: Avatar Maker.
Qual a relação das 
informações ao médico 
com o estado 
patológico do 
paciente?
Causas de lesão celular
1. Privação de oxigênio
Causas:
• Isquemia;
• Redução da capacidade de transporte de O2 no sangue;
• Oxigenação inadequada do sangue devido insuficiência 
cardiorrespiratória.
HIPÓXIA
Causas da lesão celular
2. Agentes físicos
• Trauma mecânico;
• Extremos de temperatura (queimaduras e frio intenso);
• Alterações bruscas da pressão atmosférica;
• Radiação;
• Choque elétrico.
Causas da lesão celular
3. Agentes químicos
• Glicose e NaCl em concentrações hipertônicas;
• O2 em altas concentrações;
• Venenos (arsênico, cianeto e sais de mercúrio);
• Poluentes do ar;
• Inseticidas e herbicidas;
• Riscos industriais e ocupacionais (asbesto);
• Drogas sociais (álcool, cocaína etc).
Causas da lesão celular
4. Reações imunológicas
• Reações lesivas aos autoantígenos endógenos são 
responsáveis por diversas doenças autoimunes;
• Reações imunes a vários agentes externos podem 
também lesão celular e tecidual.
Causas da lesão celular
5. Defeitos genéticos
• Causam lesão celular devido a deficiência de proteínas 
funcionais;
• Variações na sequência do DNA também podem deixar 
as células mais susceptíveis à lesão por substâncias 
químicas e outros agressores ambientais.
Causas da lesão celular
6. Desequilíbrios nutricionais
• Deficiência proteico-calórica;
• Deficiência de vitaminas específicas;
• Excessos nutricionais, como o excesso de colesterol;
• Composição da dieta.
Mecanismos de lesão celular
Que alterações podem ocorrer? 
• Depleção de ATP e danos mitocondriais;
• Alteração nas membranas celulares e influxo de Ca+2;
• Alterações nasíntese proteica e lesões genéticas.
• Alterações intracelulares
Acúmulo de substâncias 
intracelulares:
Água, lipídios, proteínas, pigmentos
Degenerações ou pigmentações
Acúmulo de 
lipofuscina
Fonte: GROSSMAN, S.C., 
PORTH, C.M. Porth:
fisiopatologia. 9. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Depleção de ATP
Atividade bomba Na+-K+
ATP
Tumefação celular
Entrada de Na+ e saída de K+ na célula
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. 
Bogliolo: patologia geral. 6. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Lesão irreversível: 
necrose e apoptose.
Necrose
Morte celular em organismo vivo e seguida de autólise.
Fonte: Modificado de NIAAA/Wikimedia Commons.
Célula normal
Núcleo
Organelas
Bolhas
Bolhas
• Rompimento da membrana 
plasmática, organelas e núcleo;
• Extravasamento do conteúdo.
Necrose de coagulação
• Principal causa: isquemia;
• Alterações nucleares: cariólise, picnose e, eventualmente, cariorrexe;
• Citoplasma eosinófilo. 
Fonte: Laminário digital.
Necrose caseosa
• Lesão presente na tuberculose;
• Material esbranquiçado na área de necrose, células lesionadas e restos 
granulares circundados por uma borda inflamatória (granulomas).
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. 
Bogliolo: patologia geral. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Necrose gomosa
• Típica de lesões tardias ou terciárias da sífilis (goma sifilítica).
Fonte: 2Flickr.
Fonte: 1Flickr.
Apoptose
• Via de morte celular na qual as células ativam enzimas que degradam o DNA 
nuclear das células, bem como as proteínas nucleares e citoplasmáticas.
Fonte: GROSSMAN, S.C., PORTH, C.M. Porth:
fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Apoptose
• Ocorre ativação das enzimas caspases, sendo dividida 
em 2 fases: fase de iniciação (ativação das caspases) 
e fase de execução (degradação celular pelas 
caspases);
• Ativação das caspases: pode ocorrer pela via 
intrínseca (mitocondrial) e via extrínseca (via do 
receptor de morte). 
VIA INTRÍNSECA
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. 
Bogliolo: patologia geral. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
VIA EXTRÍNSECA
Fonte: BRASILEIRO FILHO, G. 
Bogliolo: patologia geral. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
Fechamento
• Saúde, homeostasia e resposta celular;
• Adaptação celular:
• Hipertrofia
• Hiperplasia
• Atrofia
• Metaplasia
• Causas da lesão celular;
• Mecanismos de lesão celular;
• Lesão irreversível:
• Necrose
• Apoptose
Ciências 
Morfofuncionais dos 
Sistemas Imune e 
Hematológico
Tecido sanguíneo e sistema imune: 
defensores do organismo!
Profa. Dra. Cristiane M. Leite
• Unidade de Ensino: 2
• Competência da Unidade: Conhecer o tecido sanguíneo, seus componentes e funções; compreender os 
mecanismos fisiopatológicos dos principais tipos de anemias; compreender os tipos, funções e aspectos 
morfológicos dos leucócitos; conhecer os órgãos e tecidos do sistema imune e suas funções; compreender 
a resposta imune inata e as linhas de defesa do sistema imune; compreender os mecanismos da resposta 
inflamatória aguda e mecanismos do sistema complemento.
• Resumo: sangue, componentes e funções; sistema imune; sistemas de defesa do organismo.
• Palavras-chave: hemácias; plaquetas; leucócitos; hematopoese; anemia; sistema imune; neutrófilos; 
eosinófilos; basófilos; linfócitos; monócitos; anticorpos; antígenos; medula óssea; timo; baço; linfonodos; 
tonsilas; resposta imune inata; barreiras naturais; inflamação aguda; sistema complemento.
• Título da Teleaula: Tecido sanguíneo e sistema imune: defensores do organismo!
• Teleaula nº: 2
Abertura
• Sangue;
• Principais características dos eritrócitos;
• Tipos de anemia;
• Leucócitos: tipos e funções;
• Órgãos linfoides: características e funções;
• Imunidade inata;
• Mediadores químicos da imunidade inata;
• Inflamação aguda.
Sangue, eritrócitos e 
anemia
Mulher, 56 anos, apresentava constipação e mal-estar gástrico há dois anos. A 
endoscopia revelou presença de nódulos no estômago e metaplasia intestinal 
nos segmentos do intestino delgado. Os exames laboratoriais mostraram baixo 
nível de hemoglobina, de plaquetas e de glóbulos brancos no geral. Foi 
concluído que a paciente era portadora de gastrite autoimune, sendo solicitado 
exame de sangue para avaliar níveis de vitamina B12.
Fonte: Avatar Maker.
Qual a associação 
da patologia com as 
doenças 
hematológicas?
COMPOSIÇÃO SANGUÍNEA
Plasma (55%)
Leucócitos e 
plaquetas
Hemácias ou 
eritrócitos
Elementos 
celulares 
(45%)
PLASMA + ELEMENTOS CELULARES
Fonte: Adaptado de Alan Sved/Wikimedia Commons. 
• Eritrócitos ou hemácias 
• Leucócitos 
• Plaquetas
ELEMENTOS CELULARES
Resposta imune.
Coagulação sanguínea.
Transporte de O2 para os tecidos e CO2 
para os pulmões.
Eritrócitos ou hemácias
• Elementos figurados mais numerosos;
• Discos bicôncavos - contêm o pigmento hemoglobina (transporte de O2).
α β
Eritrócito
Hemoglobina
Fonte: Adaptado de VANPUTTE, C.; 
REGANM, J.; RUSSO, A. Anatomia e 
fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH Editora, 2016. 
Produção de eritrócitos
Eritropoetina 
aumentada
Medula óssea 
vermelha
O2
sanguíneo 
diminuído
O2 sanguíneo 
aumentado
Aumento da produção 
de hemácias
Hemácias
Fonte: Adaptado de 
VANPUTTE, C.; REGANM, 
J.; RUSSO, A. Anatomia 
e fisiologia de Seeley. 
10. ed. Porto Alegre: 
AMGH Editora, 2016. 
Anemia por deficiência de ferro (ferropriva)
• Causas: absorção inadequada de ferro, perda 
excessiva ou aumento da demanda de ferro ou, ainda, 
ingestão insuficiente de ferro;
• Resultado: síntese 
insuficiente de 
hemoglobina.
Fonte: Ed Uthman/Wikimedia Commons.
• Dispneia;
• Taquicardia;
• Atrofia epitelial.
Coiloníquia Queilite angular
Fadiga
Fonte: HOFFBRAND, A. V. Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 7. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2017; Shanghai killer 
whale/Wikimedia Commons.
Anemia megaloblástica
• Causas: ingestão ou absorção inadequada de vitamina B12 ou de ácido 
fólico;
• Produção de hemácias grandes e anormais.
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2017.
Anemia falciforme
• Defeito genético hereditário na molécula da hemoglobina;
• Hemoglobina anormal que se cristaliza quando libera o O2 (eritrócito 
em forma de foice).
Fonte: Pkleong/Wikimedia Commons.
Fonte: Keith Chambers/Wikimedia Commons.
Hemácia normal Falciforme
Bloqueando 
o fluxo 
sanguíneo
Fonte: Adaptado de NHGRI/Wikimedia Commons.
Promove danos nos 
tecidos e dor por 
hipóxia.
Características gerais 
dos leucócitos e dos 
órgãos linfoides
Leucócitos ou glóbulos brancos
• Granulócitos: apresentam grânulos no citoplasma e 
núcleo lobulado.
(Neutrófilos, eosinófilos e basófilos)
• Agranulócitos: apresentam grânulos no citoplasma, 
porém pequenos e de difícil visualização; núcleo não 
lobular.
(Linfócitos e monócitos)
Neutrófilos
• 60 a 70% dos leucócitos;
• Núcleo lobular (2 a 5 lobos);
• Citoplasma pálido com 
contorno irregular;
• Secretam lisozimas;
• Geralmente, primeiros a 
responder a uma infecção.
Neutrófilo
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2017; Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia Commons.
Eosinófilos
• Correspondem a 1-3% dos 
leucócitos;
• Grânulos citoplasmáticos se 
coram de vermelho-claro com 
eosina (corante ácido);
• Núcleo bilobulado; 
• Importantes nas reações 
alérgicas e infecções 
parasitárias.
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2017; 2Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia Commons.
Eosinófilo
Basófilos
• 0,3 a 0,5% dos leucócitos;
• Grânulos citoplasmáticos 
escuros que encobrem o 
núcleo;
• Grânulos contém heparina e 
histamina;
• Envolvidos em processos 
associados a reações 
alérgicas e de 
hipersensibilidade.
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed,2017; 3Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia Commons.
Basófilo
Linfócito
• 20 a 30% dos leucócitos totais;
• Principais células funcionais do 
sistema imune
• Citoplasma consiste em anel 
estreito, quase imperceptível ao 
redor do núcleo.
• Tipos: linfócitos B, linfócitos T e 
células natural killer.
Linfócito
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2017; 4Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia Commons.
Monócito
• 3 a 8% dos leucócitos totais;
• Citoplasma grande com núcleo em 
forma de rim;
• Ao deixar a circulação se 
transformam em macrófagos;
• Fagocitam bactérias, células mortas, 
fragmentos celulares e outros 
debris;
• Promovem ativação de linfócitos.
Monócito
Fonte: HOFFBRAND, A. V. 
Fundamentos em 
hematologia de Hoffbrand. 
7. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2017; 4Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia Commons.
• Primários
• Medula óssea e timo.
• Secundários
• Linfonodos, baço, nódulos 
linfáticos e tecido linfoide 
associado à mucosa 
(MALT).
TECIDOS LINFOIDES
Fonte: Modificado de OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
Timo
• Órgão bilobulado;
• Localizado no 
mediastino;
• Grande no recém-
nascido, mas diminui 
com o crescimento;
• Local de maturação de 
linfócitos T: timosina.
TimoTireoide
Traqueia
Fonte: Adaptado de Siverthorn, D.U. Fisiologia 
humana: uma abordagem integrada. 7. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2017.
Medula 
óssea 
vermelha
Circulação
Circulação
Circulação
Timo
Linfonodo
ORIGEM E MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS
Fonte: VANPUTTE, C. L. et 
al. Anatomia e fisiologia 
de Seeley. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2016.
Baço
• Maior dos órgãos linfáticos;
• Apresenta:
• Linfócitos T e B (funções 
imunes);
• Macrófagos (destroem 
patógenos).
Fonte: Modificado de Public
domain/Wikimedia Commons.
Detecta e responde a substâncias estranhas 
no sangue.
Linfonodos
• Pequenos, redondos ou ovais;
• Localizados ao longo dos 
vasos linfáticos;
• Presença de linfócitos e 
macrófagos.
•
•
•
Fonte: Modificado de Marieb & Hoehn (2009).
Filtram a linfa, 
eliminando bactérias e 
outros materiais.
Nódulo linfático
• Massas ovaladas de tecido linfático que não são 
cercadas por uma cápsula.
• Presentes na túnica mucosa que reveste os sistemas 
digestório, urinário e genital, e vias respiratórias.
MALT
(tecido linfoide associado à mucosa)
• Agregados de células 
linfáticas e matriz extracelular 
não envoltos por cápsula;
• Participam da resposta imune 
contra substâncias estranhas 
inaladas ou ingeridas;
• Palatinas, linguais e faringeal.
Palato mole
Tonsila 
palatina
Tonsila faringeal
Úvula
Língua
Fonte: Modificado 
6Blausen.com staff 
(2014)/Wikimedia
Commons.
Fonte: अं ेज़ी Wikipedia पर
Michaelbladon/Wikimedia
Commons.
TONSILAS
Imunidade inata
Imunidade inata ou natural
• Principal característica: você já nasce com ela.
• Imunidade Inespecífica: As linhas de defesa não 
reconhecem o que estão combatendo (vírus, 
bactérias, protozoários, entre outros);
• Tempo de resposta: atua nas primeiras 12h após a 
infecção;
• Composta por: barreiras físicas, químicas e 
celulares. 
Primeira linha de defesa do organismo
Fonte: Adaptado de SIVERTHORN, D.U. Fisiologia 
humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2017.
• Barreiras físicas: pele e mucosas 
(epitélio).
• Barreiras químicas: muco, saliva, 
ácido estomacal.
Patógeno e PAMPs
associados
PAMP PRR 
associados à 
células
DAMP
Lesão grave
Necrose
Liberação de DAMP
(sinais de perigo)
PRR associados à 
células
Resposta imune
RECONHECIMENTO DE SUBSTÂNCIAS ESTRANHAS
Fonte: Adaptado de DELVES, P. J. et al. 
Fundamentos de imunologia. 13. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
Fagocitose
Fonte: Adaptado de Mango Slices/Wikimedia Commons.
Mediadores químicos 
• Presentes nas membranas celulares: lisozima, sebo e 
muco;
• Histamina, complemento e eicosanoides (leucotrienos 
e prostaglandinas);
• Citocinas (interferons, interleucinas e linfocinas).
SISTEMA COMPLEMENTO
Complexo 
antígeno-
anticorpo
C1
Complexo antígeno-
anticorpo-C1
C4
Complexo C4 + C2C2
C3
C5 C6 C7 C8 C9
Substâncias estranhas e 
fatores B, D e P
Via clássica
Via alternativa
IMUNIDADE INATA
• Formação de complexo de 
ataque à membrana (MAC);
• Opsonização;
• Inflamação.
Interferons
Vírus
Interferon
Ativação de células do sistema imune 
(macrófagos e células natural killer).
Indução de apoptose em células 
vizinhas infectadas.
Células não infectadas alteram sua expressão 
gênica (aumenta resistência à infecção).
Fonte: Adaptado de CNX OpenStax/Wikimedia Commons.
Inflamação aguda
Mulher, 56 anos, apresentava constipação e mal-estar gástrico há dois anos. 
A endoscopia revelou presença de nódulos no estômago e metaplasia 
intestinal nos segmentos do intestino delgado. Foi concluído que a paciente 
era portadora de gastrite autoimune, ou seja, um processo inflamatório da 
mucosa do estômago.
Fonte: Avatar Maker.
Qual a relação dos 
sintomas de 
desconforto com o 
processo 
inflamatório?
Inflamação aguda
• Curta duração;
• Exsudação de líquidos e componentes do plasma;
• Migração de leucócitos.
Sinais cardinais da inflamação:
• Calor;
• Rubor;
• Edema;
• Dor;
• Perda da função.
Inflamação aguda – fase vascular
• Vasodilatação de 
arteríolas e vênulas;
• Aumento da 
permeabilidade 
vascular.
Normal Inflamação
Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., PORTH, C.M. (2019, p. 311).
Inflamação aguda – fase celular
• Marginação, adesão e 
transmigração dos 
leucócitos;
• Quimiotaxia;
• Ativação e fagocitose.
Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., 
PORTH, C.M. (2019, p. 311-312).
Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., 
PORTH, C.M. (2019, p. 317).
Fechamento
• Sangue;
• Principais características dos eritrócitos;
• Tipos de anemia;
• Leucócitos: tipos e funções;
• Órgãos linfoides: características e funções;
• Imunidade inata;
• Mediadores químicos da imunidade inata;
• Inflamação aguda.
Ciências 
Morfofuncionais dos 
Sistemas Imune e 
Hematológico
Resistência e reparo do organismo
Profa. Dra. Cristiane M. Leite
• Unidade de Ensino: 3
• Competência da Unidade: Conhecer as reações e os mecanismos de defesa e 
patológicos do organismo, oriundos dos embates com diversos agentes agressores 
do meio ambiente.
• Resumo: Resposta imune adquirida, inflamação aguda e crônica, interação antígeno-
anticorpo, mediadores pró e anti-inflamatórios, reações de hipersensibilidade, 
mecanismos de imunização e reparo tecidual.
• Palavras-chave: Sistema imune; inflamação; hipersensibilidade; reparo.
• Título da Teleaula: Resistência e reparo do organismo.
• Teleaula nº: 3
Abertura
• Imunidade adquirida
• Anticorpos e suas funções;
• Hipersensibilidade;
• Imunização;
• Inflamação crônica;
• Principais mediadores químicos inflamatórios e 
fármacos anti-inflamatórios;
• Reparo tecidual.
• Humoral 
• Celular
Resposta adquirida: 
humoral e celular
Homem, 55 anos, encontra-se em crise de dores abdominal, 
diarreia e vômito devido às doenças crônicas do fígado e do 
pâncreas causadas pela hepatite C e pelo câncer do pâncreas.
v
Fonte: Avatar Maker.
Qual o tipo de 
resposta imune 
presente?
Qual o tipo 
celular 
predominante 
nesta fase?
Imunidade adquirida ou adaptativa
• Imunidade desenvolvida mediante exposição prévia a agentes 
infecciosos e outras substâncias estranhas ao organismo;
• Tipos: humoral e mediada por células.
ANTÍGENOS
Substâncias estranhas ao organismo que, quando 
introduzidas nele, desencadeiam a produção de 
anticorpos pelos linfócitos B, o que conduz à destruição 
do agente invasor.
Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., PORTH, 
C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
Células-tronco pluripotentes
Timo
Célula-
tronco 
linfocítica
Célula B
Célula T
Tecido linfoide
Célula T citotóxica
Célula T auxiliar
Célula T reguladora
Medula 
óssea
IMUNIDADE ADAPTATIVA HUMORAL
Fonte: Adaptadode GROSSMAN, S.C., 
PORTH, C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
Imunidade adquirida celular
• Não está necessariamente presente ao nascimento;
• Resposta das células T auxiliares (CD4+) e T citotóxicas 
(CD8+);
• Mecanismo intracelular.
Muitos microrganismos vivem 
dentro das células o que torna 
impossível a ação de anticorpos 
humorais.
IMUNIDADE ADAPTATIVA CELULAR
Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., 
PORTH, C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
Anticorpos, reação de 
hipersensibilidade e 
imunização
Anticorpos
• São glicoproteínas fabricadas pelos plasmócitos com função de: 
1) Auxiliar o processo de fagocitose pela criação do complexo 
antígeno-anticorpo;
2) Realizam a tentativa de inativar microrganismos invasores.
Os anticorpos 
não destroem os 
agentes 
invasores!
Temos 5 classes:
• IgM;
• IgG;
• IgA;
• IgD;
• IgE.
• Forma de pentâmero;
• Relacionados a defesa de patógenos apenas no sangue;
• Maiores anticorpos que possuímos e de produção mais 
rápida;
• São os primeiros anticorpos produzidos em caso de infecção. 
(Contato primário com o antígeno) 
Imunoglobulina M - IgM
Aumento em sua quantidade no sangue 
significa exposição recente ao microrganismo e 
fase aguda de uma doença.
Fonte: Modificado de 2OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
• Forma monomérica e estrutura pequena;
• Relacionados a defesa de patógenos no sangue;
• Produzidos por linfócitos de memória (indicam 
exposição tardia ao agente invasor (contato secundário 
com o antígeno).
Imunoglobulina G - IgG
Fonte: Modificado de 2OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
Aumento em sua quantidade no sangue 
significa exposição tardia ao microrganismo 
e conferência de imunidade permanente.
• Forma de dímero;
• Segundo tipo mais comum encontrado no soro;
• Encontrada na saliva, lágrimas, colostro e em 
secreções brônquicas, gastrointestinais, prostáticas e 
vaginais.
Imunoglobulina A - IgA
Fonte: Modificado de 2OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
Componente secretório
Principal função: imunidade local em superfícies 
mucosas.
Impede a ligação de vírus e bactérias às células 
epiteliais.
• Menos comum, ligando-se fortemente em basófilos e 
mastócitos;
• Envolvida em processos inflamatórios, reações alérgicas e 
infecções parasitárias.
Imunoglobulina E - IgE
Fonte: Modificado de 2OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
Imunoglobulina D - IgD
Fonte: Modificado de 2OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
• Atua como receptor para antígenos 
nas membranas celulares de linfócitos 
B.
1. Imediata ou tipo I:
• Ocorre minutos após a exposição aos 
antígenos (alérgenos).
• Mediada por IgE, que em contato com o 
alérgeno induz a liberação de mediadores 
químicos.
• É uma resposta imune exacerba à antígenos 
que não nos fariam mal, como: pigmentos, 
pólen, camarão, etc.
Receptor 
Fc para IgE
Alérgeno
IgE
Degranulação de mastócitos, 
liberação de mediadores
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE 
Fonte: Modificado de 3OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
2. Tipo II:
• Ocorre em até 8 horas 
após a exposição;
• Mediada por anticorpos 
ativando o complemento, 
citotoxicidade promovida 
por IgG;
• Exemplo: transfusão 
incompatível de sangue –
A para B.
Célula T 
citotóxica
Receptor 
para IgG
Antígeno
Célula-alvo
Citotoxicidade dependente de IgG
Antígeno
Complexo 
imune
Ativação do complemento
Fonte: Modificado de 3OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
• Ocorre até 10 horas após exposição;
• Mediado pelo acúmulo de 
imunocomplexos formados por grande 
quantidade de antígenos no corpo;
• Atingem locais específicos e destroem 
o tecido próximo pois causam 
inflamação e atração de neutrófilos e 
monócitos.
• Mediada por IgG e MAC.
3. Tipo III: 
Neutrófilo
Ativação do 
complemento
Imunocomplexos
Fonte: Modificado de 
3OpenStax 
College/Wikimedia
Commons.
• Mediada por células;
• Após 24h de contato com o 
antígeno;
• Mecanismos de doenças 
autoimunes;
• Mediada por linfócitos T 
citotóxicos que reconhecem 
células normais e induzem a 
eliminação destas pela ativação de 
macrófagos.
4. Tipo IV ou tardia: Antígeno
Citocinas
Célula T 
citotóxica
Macrófago 
ativado
Célula T auxiliar 
sensibilizada
Fonte: Modificado de 3OpenStax 
College/Wikimedia Commons.
1. Imunização ATIVA
TIPOS DE IMUNIZAÇÃO
Ocorre quando o sistema imune responde à investida de um 
patógeno por ambos mecanismos de imunidade 
adaptativa, ou seja:
Humoral
Celular Linfócitos T 
de memória
Linfócitos B de 
memória Produção de ambos 
indica memória 
imunológica para vida 
ou durante longo 
período.
2. Imunização PASSIVA
Ocorre quando o indivíduo recebe anticorpos prontos e 
ativos, mas, que foram produzidos por outro 
organismo.
Humoral
Celular
Não ocorre: 
• A estimulação do sistema imune;
• O contato com o antígeno;
• Sem memória imunológica linfócito 
B/T.
Imunidade 
adquirida
Imunidade 
ativa
Imunidade 
passiva
Natural Artificial Natural Artificial
Inflamação crônica, 
mediadores 
inflamatórios e fármacos 
anti-inflamatórios 
Homem, 55 anos, encontra-se em crise de dores abdominal, diarreia 
e vômito associados à perda de peso no último mês sem restrição 
alimentar. Com a investigação, o médico diz ao paciente que os 
sintomas são causados pela pancreatite crônica.
v
Fonte: Avatar Maker.
Qual medicamento 
deveria ser receitado para 
amenizar os sintomas do 
processo inflamatório?
Inflamação crônica
• Geralmente é resultado de processo inflamatório agudo recorrente ou 
progressivo; exposição prolongada ao agente agressor ou resposta 
persistente envolvendo mecanismos imunológicos.
• Características:
• Longa duração;
• Geralmente sem sinais cardinais da inflamação;
• Infiltração de células mononucleares;
• Proliferação vascular e fibroblástica.
Células da inflamação crônica
• Linfócitos:
• Recrutamento de linfócitos T e B para o local da 
lesão;
• Amplificam e propagam a inflamação. 
Fonte: Adaptado de Flickr. 
Produção de 
citocinas
Produção de 
INF gama
Células da inflamação crônica
• Macrófagos:
• Originam de monócitos do sangue e 
migram para o espaço intersticial no local 
afetado;
• Secretam citocinas e fatores de 
crescimento, que atuam em diferentes 
células, promovendo a eliminação do 
agente agressor e ativando células como os 
linfócitos T.
Fonte: Adaptado de 
Librepath/Wikimedia commons. 
Vias de ativação dos macrófagos
VIA CLÁSSICA: macrófagos M1
• Atuam na destruição tecidual e de parasitas 
intracelulares, e em respostas adaptativas.
VIA ALTERNATIVA: macrófagos M2
• Atuam no reparo tecidual (removem neutrófilos 
apoptóticos, ajudam na formação do tecido de 
granulação e produzem mediadores pró-fibróticos) .
Células da inflamação crônica
• Plasmócitos:
• Responsáveis pela produção de anticorpos contra 
antígenos persistentes ou componentes teciduais 
alterados.
• Eosinófilos:
• Presentes em reações imunes mediadas por IgE ou em 
infecções parasitárias. 
• Mastócitos:
• Promovem a secreção de diferentes citocinas. 
• Mediadores derivados do ácido araquidônico 
(formado após uma lesão celular / inflamação aguda): 
• Prostaglandinas H2: potencialização da dor/febre e 
vasodilatação.
• Prostaciclina: mediador vasodilatador.
• Tromboxano: mediador vasoconstritor.
• Leucotrienos: aumento da permeabilidade vascular, 
favorece o edema.
MEDIADORES QUÍMICOS
• Interleucinas: 
1. Citocinas pró-inflamatórias: (IL-1, IL-2, IL-6, IL-7 e 
FNT)
• Atuam na proliferação, quimiotaxia, diferenciação de 
leucócitos e produção de anticorpos.
2. Citocinas anti-inflamatórias: (IL-4, IL-10, IL-13)
• Atenuam a resposta inflamatória.
Produzidas principalmente por linfócitos T auxiliares, macrófagos e 
eosinófilos e estão envolvidas na ativação ou supressão do sistema imune. 
• Atuam na amenização dos sinais inflamatórios (dor, 
rubor, calor e edema);
• Inibem as cascatas químicas e substâncias que 
causam os efeitos cardinais; 
• Existemdois tipos de anti-inflamatórios:
• Não esteroides (AINEs) ou Não hormonais;
• Esteroides (AIEs);
MEDICAMENTOS ANTI-INFLAMATÓRIOS
• Diminuem a produção dos precursores dos mediadores 
químicos (Prostaglandinas, Prostaciclinas);
Lesão celular 
Liberação 
fosfolipídios de 
membrana
Degradados
Enzima Fosfolipase A2
Originando
ÁCIDO 
ARAQUIDÔNICO
Degradado
Enzima COX1 e COX2
Originando
Anti-inflamatórios 
não esteroidais
Inibem as
COX1 e COX2
Ibuprofeno, 
nimesulida e 
celecoxib
Diminui rubor, dor, calor e vasodilatação.
• Baixa ou nenhuma produção do ácido araquidônico. Não 
há produção de mediadores químicos 
(Prostaglandinas/prostaciclinas)
• A diminuição de rubor, dor, calor e vasodilatação é mais 
acentuada!
Lesão 
celular 
Liberação 
fosfolipídios 
de membrana
Degradados
Enzima 
Fosfolipase A2
Anti-inflamatórios 
esteroidais
Inibem a
Fosfolipase A2
Cortisona e a 
betametasona
Reparo tecidual
Regeneração
• Tecido danificado é substituído por células do mesmo tipo, retomando sua 
normalidade funcional;
• Depende: 
• Tipo de células residuais presentes (lábeis, estáveis ou permanentes);
• Extensão da lesão.
• Proliferação celular é regulada pelo ciclo celular e 
estimulada por fatores de crescimento e interações 
entre as células no local da lesão e a matriz 
extracelular.
Cicatrização
• Tecido danificado é substituído por tecido conjuntivo altamente 
vascularizado, e como resultado se observa a formação de cicatrizes. 
Ocorre quando o tecido danificado não consegue se 
restabelecer completamente ou caso as estruturas de 
suporte tecidual estejam severamente comprometidas. 
• Processo controlado por mediadores químicos 
liberados no local da lesão e por fatores de 
crescimento.
Fases da cicatrização
Fase Inflamatória
Epiderme
Derme
Artéria
Resposta vascular
Coágulo
Migração celular Fonte: Adaptado de 3Wikimedia Commons/WikimediaCommons.
Fases da cicatrização
Fase Proliferativa
Fibroblasto
Macrófago
Formação de crosta e 
migração de células epiteliais
Formação de tecido de granulação
Fonte: Adaptado de 3Wikimedia Commons/Wikimedia
Commons.
Fases da cicatrização
Fase de Maturação e Remodelação
Restabelecimento da espessura 
do tecido epitelial
Remodelação tecidual
Fonte: Adaptado de 3Wikimedia 
Commons/Wikimedia Commons.
Fechamento
• Imunidade adquirida
• Anticorpos e suas funções;
• Hipersensibilidade;
• Imunização;
• Inflamação crônica;
• Principais mediadores químicos inflamatórios e 
fármacos anti-inflamatórios;
• Reparo tecidual.
• Humoral 
• Celular
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 1 of 6 
 
 CIÊNCIAS BÁSICAS Tutorial 328 
Pontos Chaves 
 
• Hipersensibilidade é um processo de 
dano tissular secundário a uma 
reação inflamatória. 
 
• Reações de hipersensibilidade são 
classificadas de I a IV pela 
Classificação de Gell e Coombs. 
 
• Anafilaxia é uma forma extrema de 
reação do tipo I que ocorre devido a 
uma degranulação disseminada de 
mastócitos interagindo com IgEs 
ligadas ao antígeno. 
 
• A patogênese das reações de 
hipersensibilidade geralmente deve-
se a mais de que uma classe de 
reação de hipersensibilidade 
ocorrendo concomitantemente. 
hypersensitivity occurring 
concurrently. 
 
IMUNOLOGIA PARA ANESTESISTAS 
Parte 2 – Reações de Hipersensibilidade 
 
Dr. Katharine Kennedy 
Anaesthetics Registrar, Mersey Deanery, UK 
Dr. Tushar Dixit 
Consultant Anaesthetist, St Helens and Knowsley NHS Trust, UK 
Escrever à atotw@wfsahq.org 
Tradução autorizada para o português por Gisele Sachet Ghisi, 
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopólis, Brasil 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No primeiro tutorial de imunologia nós tratamos da imunologia básica 
que ajudaria o entendimento do que pode dar errado, que é o foco deste 
tutorial. Como anestesistas, nós sabemos do risco de reações de 
hipersensibilidade dos nossos pacientes e de forma compreensível 
somos particularmente temerosos às reações anafiláticas. A anafilaxia é 
abordada durante o treinamento em anestesiologia e os protocolos para 
seu manuseio são familiares aos anestesistas. 
 
Neste tutorial nós discutiremos os princípios imunológicos ressaltando os 
quarto tipos de reações de hipersensibilidade. 
 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE 1,2 
 
Durante uma reação imune, a liberação de mediadores inflamatórios 
resulta em um aumento da permeabilidade vascular e recrutamento de 
células inflamatórias que causarão inflamação do tecido local. A 
hipersensibilidade causa um dano tissular secundário a uma resposta 
inflamatória exagerada. Estas reações podem ser em resposta a um 
7 DE ABRIL DE 2016 
QUESTÕES 
 
Antes de continuar, tente responder as seguintes perguntas. As respostas estão no final do artigo, juntamente de sua 
justificativa. Por favor, responda Verdadeiro ou Falso: 
 
1. Sobre as reações de hipersensibilidade do tipo I: 
 
a. ‘Indivíduos atópicos’ possuem maior chance de desenvolver uma reação de hipersensibilidade do tipo I 
b. É necessário uma sensibilização prévia ao antígeno 
c. Incluem reações anafiláticas 
d. São mediadas por IgG 
e. Possuem apenas uma fase de reação 
 
2. Reações Anafilactóides: 
 
a. Ocorrem devido a degranulação de mastócitos 
b. São resultado de uma reação cruzada entre IgE e mastócitos 
c. São induzidas em todos os indivíduos expostos a substâncias anafilactóides 
d. Diferenciam-se das reações anafiláticas pela ausência da triptase de mastócitos 
e. Pode levar a hipotensão durante a indução da anestesia 
 
3. Sobre reações de hipersensibilidade tardias: 
 
a. Também são conhecidas como reações de hipersensibilidade tipo IV 
b. Ocorrem dentro de 2 horas após a exposição ao antígeno 
c. Compreendem um infiltrado de células T helper e macrófagos 
d. Podem resultar na formação de um granuloma 
e. São mais comumente vistas em reações cutâneas 
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 2 of 6 
antígeno externo, como pólen, ou uma resposta inapropriada a um patógeno ou ainda contra o tecido do próprio 
individuo. 
 
Reações de hipersensibilidade podem ser classificadas de segundo. A primeira vez que isto foi apresentado como uma 
classificação foi em 1963 pelos imunologistas Phillip Gell e Robin Coombs e ainda permanece como a classificação de 
hipersensibilidade mais utilizada. Ela classifica as reações de acordo com o tempo e a etiologia em quarto grupos 
separados. Embora as classes pareçam ser independentes umas das outras, as reações de hipersensibilidade em geral 
envolvem mais de um tipo de reação ao mesmo tempo. 
 
 
REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I 1,2,3 
 
Reações de hipersensibilidade do tipo I também são conhecidas como reações imediatas e são vistas na anafilaxia, 
asma alérgica e eczema. O indivíduo deve ter sido sensibilizado pelo antígeno previamente para correr o risco de 
desenvolver uma reação destas. A primeira exposição produziria imunoglobulinas E (IgE) específicas ao antígeno, 
então uma memória para esta IgE é guardada pelas células de memória. A hipersensibilidade acontece na exposição 
subsequente ao antígeno, em que induz-se grande produção de IgE, que por sua vez irá se ligar aos receptores Fcε 
dos mastócitos. A interação dos mastócitos ligados a IgE com o antígeno induz a sua degranulação e libera mediadores 
inflamatórios. 
 
Mastócitos contem histamina. Quando eles degranulam, a histamina liberada causa aumento da permeabilidade 
vascular e vasodilatação que contribuem para o efeito imediato visto em reações de hipersensibilidade do tipo I. Outros 
fatores liberados pela degranulação são quimiotáticos, responsáveis pelo aumento de eosinófilos e basófilos na 
circulação, assim como fatores de ativação plaquetária,que contribuirão para as mudanças vasculares vistas nestas 
reações. 
 
Embora descrita como reação de hipersensibilidade imediata, estas reações em geral possuem componentes mais 
lentos, que ocorrerem de 4 a 6 horas depois. Estas reações mais demoradas possuem duas etiologias: a síntese de 
leucotrienos e prostaglandinas, que possuem propriedades vasoativas semelhantes à histamina e a liberação de 
interleucina-4 pelas células T helper 2 (Th2), resultando em um recrutamento ainda maior de células inflamatórias. Este 
secundo pico da reação é conhecido como a fase tardia e pode durar até 24 horas após a exposição. O uso de 
corticosteroides na fase imediata irá reduzir ou eliminar esta reação secundária. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Diagrama representando a reação de hipersensibilidade tipo I 
 
 
1) Primeira exposição 
ao antígeno 
2) IgE para o antígeno é 
produzido e a memória para 
ele é guardada 
5) O mastócito ativado 
degranula, liberando histamina e 
outros compostos vasoativos 
4) O antígeno liga-se ao IgE do 
mastócito ativando-o 
	
3) Exposição 
subsequente ao antígeno 
resulta em uma produção 
maciça de IgE que liga-se 
ao receptor Fc dos 
mastócitos 
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 3 of 6 
Anafilaxia 1,3,5 
 
A maioria das reações do tipo I ocorrem localmente como resultado da produção de IgE por inalação ou ingestão de 
antígenos como pode ser visto em alergia a pólen ou alimentos. Anafilaxia é o exemplo mais dramático de uma reação 
de hipersensibilidade tipo I que resulta de uma disseminação sistêmica do antígeno. 
 
O tempo de curso para a anafilaxia depende da forma com que o antígeno foi recebido. Se for de forma sistêmica para 
um individuo sensibilizado, por exemplo, através uma picada de abelha ou droga endovenosa, anafilaxia ocorre 
rapidamente. Quando o antígeno é absorvido através da pele ou trato gastrointestinal, o inicio dos sintomas anafiláticos 
pode ser mais lento, como em uma alergia ao látex ou amendoim. 
 
Independente do tempo, o mecanismo subjacente das anafilaxias é os mesmo. A patologia deve-se a uma 
degranulação maciça seguida de uma disseminação da histamina liberada após a exposição ao antígeno em um 
indivíduo sensibilizado. A histamina causa contração dos músculos lisos, aumento da permeabilidade vascular e 
vasodilatação que resultam nos sinais clássicos vistos na anafilaxia como rash urticarial, broncoespasmo, inchaço facial 
e colapso cardiovascular. O uso de adrenalina pode antagonizar os efeitos da histamina ao agir nos receptores alfa e 
beta, causando respectivamente vasoconstrição e bronco dilatação. A adrenalina também ajuda a reduzir a 
permeabilidade vascular 
 
Reações anafilactóides 1,3 
 
Uma questão comum a ser apresentada em exames é a diferença entre as reações anafiláticas e anafilactóides. As 
reações anafilactóides são reações semelhantes às anafiláticas, também resultam da degranulação de mastócitos e 
disseminação da histamina liberada. Porém, nestas reações o estímulo inicial aos mastócitos não depende da interação 
com o IgE ligado ao antígeno. Ao invés disto, os mastócitos são estimulados diretamente por certas substâncias. 
Exemplos de substâncias anafilactóides incluem amidos dextranos, fluoresceína e contrastes radiopacos. Entretanto, 
estas reações não ocorrem em todos os indivíduos expostos a estes compostos. 
 
Reações anafilactóides podem ser responsáveis por casos de colapso cardiovasculares severos durante a anestesia; 
entretanto, o tratamento para ambas, reações de anafilaxia e anafilactóide, é o mesmo, e os protocolos para seu 
manuseio devem ser seguidos. O uso o teste de triptase de mastócitos irá apenas confirmar a degranulação dos 
mesmos, não mostrando nenhuma diferença entre as duas. Se há suspeita de ração anafilactóide, é preciso procurar 
ajuda de um expert em imunologia e excluir anafilaxia. 
 
Atopia1,4 
 
Alguns indivíduos são mais propensos a doenças alérgicas que outros devido a uma predisposição própria a atopia. 
Como discutido no tutorial anterior, células Th2 estão envolvidas na ativação de células B que produzirão 
imunoglobulina e podem aumentar a produção de IgE. Indivíduos atópicos possuem uma alteração no balanço de 
células T helper e predomínio da resposta Th2. Isto leva a uma tendência intrínseca a produção de IgE a antígenos 
externos comuns, portanto, estes indivíduos estão mais propensos a experimentar reações de hipersensibilidade tipo I 
como asma, eczema e até anafilaxia. 
 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO II 1,3 
 
Reações de hipersensibilidade tipo II são consideradas mediadas por anticorpos. Elas ocorrem quando um anticorpo ou 
imunoglobulina é produzida em resposta a um antígeno não danoso, resultando em uma reação imunológica 
indesejada. Como discutido no tutorial I, imunoglobulinas são vitais para proteção contra patógenos externos; elas 
opsonizam células para posterior destruição pelos leucócitos, além de recrutar mais células da resposta imune, 
resultando em uma reação inflamatória. 
 
Elas podem ocorrer quando as células B que produzem imunoglobulinas contra células nativas não são destruídas 
durante seu desenvolvimento. Quando isto ocorre, os indivíduos correm o risco de desenvolver alguma doença 
autoimune, podendo ser em um órgão específico ou anemia hemolítica autoimune. O exemplo de doença autoimune em 
órgão específico devido a reação de hipersensibilidade tipo II é a Síndrome de Goodpasture. Nesta condição, anticorpos 
são produzidos contra colágeno tipo IV, encontrado nas membranas dos pulmões e no glomérulo. A ligação do 
anticorpo ao colágeno induz a inflamação e subsequente dano a membrana basal, deixando-a não funcional. 
 
Outros exemplos de doenças autoimunes por reação do Tipo II são anemia hemolítica autoimune, em que há anticorpos 
específicos para antígenos de eritrócitos e miastenia graves, em que anticorpos são produzidos contra receptores de 
acetilcolina. A destruição de ambos os alvos ocorrem, acarretando em anemia e fraqueza neuromuscular, 
respectivamente. 
 
Algumas reações do tipo II ocorrem em resposta a antígenos externos ou células transfundidas ou transplantadas. 
Nestes casos, embora não desejada, esta reação ocorre devido a um sistema imunológico funcionante. O risco da 
rejeição em transplantes e transfusões é reduzido ao comparar o tecido do doador e do receptor. 
 
 
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 4 of 6 
 
 
 
Figura 2: Reação de Hipersensibilidade tipo II. A presença de antígeno estimula células B específicas. A células B 
passa por uma expansão clonal e produz uma grande quantidade de imunoglobulina contra o antígeno. Ao ligar-se ao 
antígeno, a imunoglobulina leva a célula a destruição pela NK ou complemento. 
 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO III 1, 3 
 
Reações de hipersensibilidade do tipo III ocorrem pelo depósito de complexos imunológicos, o que resulta em uma 
ativação complementar e inflamação. Por esta razão, elas também são conhecidas como reação de hipersensibilidade 
mediada por complexos imunes. Em um indivíduo saudável, os complexos antígeno:anticorpo são mantidos como 
complexes solúveis no sangue pelas proteínas C2 e C4 do sistema complemento. Estes complexos imunes ligam-se a 
receptores do complemento ou de células vermelhas, permitindo seu transporte até o baço, onde os complexos serão 
removidos e destruídos. A patologia pode ser percebida quando a produção de complexos é maior que o clearance. 
 
Quando há produção excessiva de complexos imunes, pode ocorrer precipitação. Isto leva a ativação do complemento, 
recrutamento de células imunológicas e dano tecidual pela liberação de mediadores inflamatórios e radicais livres. As 
áreas afetadaspela precipitação dos complexos costumam ser locais de filtração, como os glomérulos, sinóvias e a 
membrana basal epidermal. 
 
Alguns indivíduos são mais propensos a terem uma reação de hipersensibilidade tipo III; isto pode ser devido a 
tendências intrínsecas ou pelo processo de doenças prévias. Tendências inerentes devem-se a deficiência das 
proteínas C2 e C4 do complemento, o que aumenta a precipitação por diminuir a solubilidade dos complexos. Lupus 
Eritematoso Sistêmico (LES) é um exemplo de doença pré-existente com risco aumentado de reação de 
hipersensibilidade tipo III. Isto pode ser devido a redução de receptores de células complemento em suas células 
vermelhas, levando a uma diminuição do clearance. 
 
Em alguns casos de hipersensibilidade tipo III, a patologia é induzida por uma alta carga antigênica. Isto é visto em 
Alveolite Alérgica Extrínseca ou Pulmão de Fazendeiro, em que a inalação de partículas de lixo orgânico produzem uma 
grande quantidade de complexos imunes nos pulmões, causando inflamação alveolar. Como mencionado, os 
glomérulos são locais comuns para a reação de hipersensibilidade tipo III devido a sua função de filtrar o plasma. 
Existem inúmeras formas de o complexo imune danificar o glomérulo, porém a mais comum é a nefropatia por IgA ou 
doença de Berger. Esta é o resultado da deposição de complexos com IgA no mesângio dos glomérulos. A deposição 
de complexos imunes também é responsável pelo dano renal visto em glomerulonefrite pós-estreptocócica e LES. 
 
A púrpura de Henoch-Schönlein é uma doença sistêmica caracterizada por vasculite, rash, dor nas articulações, dor 
abdominal e ocasionalmente glomerulonefrite. Esta condição também é resultado de reações de hipersensibilidade tipo 
II e aparece pela deposição disseminada de IgA contendo complexos. 
 
Outras doenças cujas condições devem-se a reações de hipersensibilidade tipo III incluem artrite reumatoide, na qual os 
complexos imunes se depositam na sinóvia das articulações e dermatite herpetiforme, a qual causa bolhas na pele 
devido a deposição de IgA com complexo na derme. 
Antígeno Plasmócitos 
Célula	
Expan-
são	da	
célula	
B 
Célula 
lisada 
A imunoglobulina liga-se ao 
antígeno para destruição da célula 
mediada pelo complemento ou 
pela citotoxicidade da NK 
Célula NK 
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 5 of 6 
 
 
Figura 3: Patogênese da reação de hipersensibilidade tipo III. 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV 3,4,5 
 
As reações de hipersensibilidade tipo IV surgem através de reações estimuladas por antígenos específicos de Células 
T. Estas reações podem levar mais de 12 horas para se desenvolver e, portanto também são conhecidas como reações 
de hipersensibilidade tardias. Tipicamente estas reações ocorrem após o contato de um antígeno sensibilizante com a 
pele, em que os efeitos são visualizados como dermatite de contato. O antígeno é pego no local por células da resposta 
inata, como macrófagos, que então agem como apresentadoras de antígenos e ativam células T CD4+ específicas para 
os antígenos. As células T ativadas desta forma tendem a adotar um perfil de Th1 e migrar para a área com alta 
concentração de antígenos, onde liberam citocinas inflamatórias como interferon-γ (IFN-γ), IL-1, IL-2 e IL-6. O resultado 
das citocinas é inflamação local pelo aumento da permeabilidade vascular e pela migração e ativação de outras células. 
 
Se o contato não for persistente, o pico da reação tende a ser em 24-48 horas. Se for prolongada, o processo 
inflamatório em andamento pode resultar na formação de um granuloma caracterizado por células gigantes 
multinucleadas vindas da fusão de macrófagos. Reações granulomatosas levam semanas para serem resolvidas. Nem 
todas as reações do tipo IV ocorrem de forma cutânea. O mesmo mecanismo parece contribuir para o desenvolvimento 
de diabetes tipo I e esclerose múltipla, nas quais atacam-se células β do pâncreas e a mielina. Como doenças 
granulomatosas, é comum que estas reações estejam envolvidas na doença de Crohn. 
 
Figura 4: Patologia da reação de Hipersensibilidade IV cutânea. 4 
1) Imunocomplexos formados 
por antígenos solúveis e 
imunoglobulinas livres 
2) Imunocomplexos são 
depositados no endotélio 
resultando em recrutamento 
de células imunes 
3) Deposição dos 
complexos resulta em 
inflamação local 
Antígeno na 
circulação 
Endotélio 
Célula B 
Plasmócito 
Imunoglobulina 
livre 
Complexo 
imunoglobulina:anticorpo 
Complexo 
imunológico 
Célula 
Inflamatória 
Necrose 
fibrinóide 
Complemento 
Neutrófilo 
horas 
1) 1) O antígeno 
passa o tecido 
subcutâneo, é 
processado e 
então apresentado 
por células como 
macrófagos	
2) Células Th1 
reconhecem o antígeno 
apresentado e liberam 
citocinas inflamatórias 
3) A liberação de 
citocinas resulta no 
aumento da 
permeabilidade vascular 
e recrutamento de 
fagócitos e células T para 
o local. É o que causa a 
inflamação vista 
localmente 
 
Escrever a ATOTW tutoriais visitando www.wfsahq.org/resources/anaesthesia-tutorial-of-the-week 
 
ATOTW 328 – Imunologia para Anestesistas Parte 2: Reações de Hipersensibilidade (7 de abril de 2016) Pag 6 of 6 
SUMÁRIO 
 
Um entendimento básico do processo imunológico das reações de hipersensibilidade não irá apenas ajudar na 
preparação para os exames, mas também na prática diária. Estas reações podem se manifestar como uma pequena 
reação do tipo IV por um curativo adesivo, ou uma reação anafilática severa a drogas administradas sistemicamente. 
 
A Classificação de Gell e Coombs é uma descrição útil das quadro etiologias diferentes subjacentes as patologias vistas 
nas reações de hipersensibilidade. Estes processos nem sempre se devem a uma desordem do sistema imunológico e, 
portanto algumas reações necessitam de prevenção com agentes imunossupressores – por exemplo, doença 
autoimune ou prevenção de rejeição em um transplante. Embora a classificação descreve-as como entidades 
separadas, na realidade múltiplas etiologias podem contribuir para a apresentação clinica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MCQ RESPOSTAS 
 
1. 
a) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tipo I são mais comuns em indivíduos atópicos 
b) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tipo I necessitam de sensibilização prévia ao antígeno 
c) Verdadeira: Anafilaxia é bem descrita como uma reação de hipersensibilidade tipo I 
d) Falsa: Reações de hipersensibilidade tipo I são mediadas por IgE 
e) Falsa: Reações de hipersensibilidade tipo I possuem uma fase imediata e uma tardia 
 
2. 
a) Verdadeira: Reações anafilactóides ocorrem devido a degranulação de mastócitos 
b) Falsa: Reações anafilactódies não dependem de IgE 
c) Falsa: Reações anafilactódies só ocorrem em indivíduos expostos a certos gatilhos 
d) Falsa: O aumento da triptase dos mastócitos confirma que houve degranulação e pode ocorrer tanto em uma reação 
anafilática quanto em uma reação anafilactóide 
e) Verdadeira: Reações anafilactóide podem ser a causa de hipotensão severa na indução da anestesia 
 
3. 
a) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tardias também são chamadas de reações de hipersensibilidade tipo IV 
b) Falsa: Reações de hipersensibilidade tardias atingem seu pico de 24 a 48 após a exposição 
c) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tardias compreendem um infiltrado de células T helper e macrófagos 
d) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tardias podem resultar na formação de um granuloma 
e) Verdadeira: Reações de hipersensibilidade tardias são mais comumente vistas como reações cutâneas 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1) Chapel H, Haeney M, Misbah S, Snowden N; Essentials of Clinical Immunology, 6th Ed. Oxford, Wiley-
Blackwell, 2014 
2) Male, D; Immunology: An Illustrated Outline, 3rd Ed. London, Mosby-Wolfe, 1998. 
3) Todd I, Spickett G; Lecture Notes Immunology, 6th Ed. Oxford, Wiley-Blackwell,2010 
4) Murphy K, Travers P, Walport M; Immunobiology, 7th Ed. New York, Garland Science, 2008. 
5) Male D, Brostoff J, Roth D, Roitt I; Immunology, 7th Ed. Philadelphia, Mosby Elsevier, 2006. 
 
 
This work is licensed under the Creative Commons Attribution-NonCommercial 3.0 Unported License. To view a copy of 
this license, visit http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/ 
 
Ciências 
Morfofuncionais dos 
Sistemas Imune e 
Hematológico
Enigmas do câncer
Profa. Dra. Cristiane M. Leite
• Unidade de Ensino: 4
• Competência da Unidade: Compreender e compreender as características de crescimento, de 
metástase e principais vias de disseminação do câncer; conhecer a nomenclatura das neoplasias, 
bem como seus aspectos epidemiológicos, métodos de diagnóstico e de tratamento.
• Resumo: Conceitos sobre as neoplasias; aspectos macro e microscópicos das neoplasias 
benignas e malignas; características de crescimento, de metástase e vias de disseminação; 
nomenclatura dos tumores e aspectos epidemiológicos; carcinogênese; métodos de diagnóstico 
e de tratamento das neoplasias.
• Palavras-chave: neoplasia benigna, neoplasia maligna, agente carcinogênico, carcinogênese, 
metástase.
• Título da Teleaula: Enigmas do câncer
• Teleaula nº: 4
Abertura
• Neoplasias: tipos e características gerais;
• Nomenclatura das neoplasias;
• Metástase;
• Agentes carcinogênicos;
• Carcinogênese;
• Epidemiologia do câncer;
• Rastreamento e estadiamento das neoplasias;
• Diagnóstico e tratamento das neoplasias.
Características e 
nomenclatura das 
neoplasias
Neoplasia
• Não obedece às leis de crescimento celular normal;
• Não tem nenhum propósito útil, não ocorre em 
resposta a um estímulo adequado e continua a crescer 
à custa do hospedeiro.
Distúrbio do crescimento celular desencadeado por uma 
série de mutações adquiridas que afetam uma única 
célula e sua progênie clonal.
• Lento e localizado;
• Sem infiltração nos 
tecidos adjacentes;
• Ocorre compressão 
do órgão afetado.
• Crescimento rápido e 
autônomo;
• Com infiltração nos tecidos 
adjacentes;
• Infiltração pode gerar 
metástase.
Tipos de tumores
Fonte: Adaptado de BARBIN (2015)
Benigno Maligno
Câncer in situ e câncer invasivo
Câncer não invasivo ou carcinoma in situ: 
• Primeiro estágio de classificação do câncer;
• As células cancerosas localizam-se somente na 
camada de tecido na qual se desenvolveram;
• Maioria desse tipo de câncer é curável, se tratada 
antes de progredir para o câncer invasivo.
Câncer in situ e câncer invasivo
Câncer invasivo:
• Células cancerosas 
invadem outras 
camadas celulares do 
órgão, ganham a 
corrente sanguínea ou 
linfática e se 
disseminam para outras 
partes do corpo.
Fonte: Adaptado de INCA (2011).
Nomenclatura para tumores benignos
• Acrescentar o sufixo –oma ao termo que caracteriza o tecido no 
qual a neoplasia se iniciou.
Nomenclatura para tumores malignos
1. Tumores originados de epitélios de revestimento: 
• Utilizar carcinoma.
Ex: carcinoma de células escamosas.
Varia de acordo com a origem embrionária dos tecidos no qual 
se iniciou a neoplasia.
Nomenclatura para tumores malignos
2. Tumores de origem mesenquimal: 
• Utilizar sarcoma, após a indicação do tecido mencionado.
Nomenclatura para tumores malignos
3. Tumores de origem em linfócitos ou seus 
precursores: 
• Utilizar linfoma.
4. Tumores em células hematopoiéticas: 
• Utilizar leucemia.
Nomenclatura para tumores malignos
ATENÇÃO
Também é possível complementar a 
nomenclatura das neoplasias acrescentando as 
indicações topográficas de sua localização.
• Exemplos:
• Adenocarcinoma de pâncreas
• Osteossarcoma de fêmur
Nomenclatura para tumores malignos
ATENÇÃO
Em alguns casos, alguns cânceres podem ser 
nomeados com o nome do cientista que o 
descreveu.
• Exemplos:
• Sarcoma de Kaposi
• Linfoma de Burkitt
Metástase
Desenvolvimento de uma neoplasia secundária, em uma região 
distante da neoplasia primária.
Disseminação 
linfática
Disseminação 
hematogênica
Canais linfáticos Vasos sanguíneos
Agentes 
carcinogênicos e 
carcinogênese
Paciente, 42 anos, diagnosticada com câncer de mama, relatou que 
sua mãe havia falecido de câncer de mama aos 49 anos e que sua tia 
também estava tratando da doença. Afirmou ser tabagista (fuma 20 
cigarros por dia), consumir moderadamente bebida alcóolica e ter 
boas condições alimentares e de higiene.
Fonte: Avatar Maker.
Qual a relação das 
informações relatada 
pela paciente e o 
carcinoma de mama?
Agente carcinogênico
Tipos:
• Químicos;
• Físicos;
• Biológicos.
Toda e qualquer substância com capacidade de causar câncer.
Mutação
Danos no DNA
Fonte: Modificada de https://cutt.ly/Ut7FCTp. 
Agente carcinogênico químico
• Toda substância química, natural ou sintética, que atue sobre o DNA 
das células, causando mutações nas mesmas;
• Podem ser de ação direta ou de ação indireta.
Exemplos:
• Hidrocarbonetos policíclicos (fuligem, alcatrão, 
fumaça do cigarro);
• Inseticidas e fungicidas;
• Corantes;
• Benzeno, entre outros.
Agente carcinogênico físico
• Radiações ionizantes
• Raios X e raios gama
• Radiação não-ionizante
• Raios ultravioleta
• Radiação infravermelha
Efeitos dependem:
• Dose;
• Tempo de exposição;
• Predisposição genética;
• Idade, entre outros.
Agente carcinogênico biológico
• Engloba diferentes microrganismos que podem causar alterações 
no DNA.
Vírus Bactéria
• Papiloma vírus 
humano (HPV);
• Vírus Hepatite B;
• Vírus Epstein-Barr.
• Helicobacter pylori.
Carcinogênese
Etapas:
• Iniciação;
• Promoção;
• Progressão.
Processo pelo qual agentes carcinogênicos transformam células 
normais em células cancerígenas.
Fonte: GROSSMAN, Sheila C & 
PORTH, Carol M.
Fisiopatologia. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 
2016.
Epidemiologia, 
rastreamento e 
estadiamento das 
neoplasias
OMSOMS
• 7,6 milhões de pessoas no 
planeta morrem em 
decorrência da doença a 
cada ano.
• 18 milhões de casos novos de câncer no mundo.
Segunda doença que mais mata no mundo
No Brasil, estima-se a 
ocorrência de cerca de 625 mil 
casos novos por ano.
Fonte: Adaptado de INCA (2019).
Fonte: https://cutt.ly/Tt7WHQu. 
Aumento na incidência e mortalidade por câncer estão 
relacionadas com:
• Envelhecimento da população;
• Crescimento populacional;
• Mudança na distribuição e prevalência dos fatores de risco 
para o câncer.
Incorporação de hábitos e atitudes 
associados à urbanização (sedentarismo, 
alimentação inadequada, entre outros).
Rastreamento
Pode ser feito por meio de:
• Observação (pele, boca, genitália externa);
• Palpação (mama, tireoide, linfonodos);
• Exames e procedimentos laboratoriais (Papanicolau, 
colonoscopia, mamografia).
Medida de prevenção secundária para o reconhecimento precoce do 
câncer em uma população assintomática.
Estadiamento
• Utilizado para classificar e avaliar a evolução do 
câncer;
• Ajuda a determinar a escolha do tratamento para 
indivíduos específicos, estimando o prognóstico e 
comparando os resultados de diferentes regimes de 
tratamento;
• Sistema TNM é o mais empregado.
Critérios do estadiamento (sistema TNM)
Tamanho do tumor primário (T):
Critérios do estadiamento (sistema TNM)
Propagação para linfonodos regionais (N):
Critérios do estadiamento (sistema TNM)
Metástase a distância (M):
Diagnóstico e 
tratamento das 
neoplasias
Métodos diagnóstico
• Determinados em grande parte pela localização e pelo tipo de câncer 
suspeito;
• Diversos procedimentos podem ser empregados no diagnóstico do 
câncer:
Marcadores tumorais
• São antígenos expressos na superfície das células tumorais ou 
substâncias liberadas pelas células normais em resposta à 
presença de neoplasia;
• Utilizados para rastreamento, estabelecimento de prognóstico, 
monitoramento da terapia e detecção de recidiva.
• PSA (antígeno prostático específico);
• CA-125 (antígeno do câncer 125);
• Beta-2-microglobulina, entre outros.Métodos citológicos e histológicos
Exame de Papanicolau: método citológico para detecção de 
células cancerígenas.
Fonte: https://cutt.ly/8t5y8Z4. Fonte: https://cutt.ly/Jt5uh4E. 
Métodos citológicos e histológicos
2. Biópsia do tecido: remoção de uma amostra de tecido para estudo 
microscópico.
• Biopsia com agulha de aspiração
• Por métodos endoscópicos ou métodos laparoscópicos.
• Biópsia por excisão.
Fundamental no diagnóstico correto e na 
histologia do câncer.
Métodos citológicos e histológicos
3. Imuno-histoquímica: uso de anticorpos para facilitar a 
identificação de produtos ou marcadores de superfície 
celular.
Também pode ser usada para:
• Determinar o local de origem de neoplasias metastáticas;
• Detectar moléculas com significado prognóstico ou 
terapêutico.
Métodos citológicos e histológicos
4. Microarranjos (Microarray): detectam e quantificam a 
expressão de um grande número de genes.
• Identificação do tipo neoplasia;
• Possível prever o prognóstico e reposta terapêutica.
Tratamento do câncer
1. Cirúrgico:
• Utilizado para diagnóstico, estadiamento, remoção da 
neoplasia e como paliativos (alívio dos sintomas) 
quando a cura não pode ser alcançada.
2. Radioterapia:
• É o método mais utilizado;
• Pode ser empregada como método primário ou como 
tratamento adjuvante.
Tratamento do câncer
• Utiliza partículas ou ondas de alta energia para 
destruir ou danificar as células cancerígenas;
• A dose de radiação escolhida para o tratamento é 
determinada por fatores como: radiossensibilidade do 
tipo de neoplasia, tamanho da neoplasia e a 
tolerância dos tecidos circundantes.
Tratamento do câncer
Efeitos adversos da radioterapia:
• Danos à células normais localizadas na área de 
tratamento;
• Fadiga;
• Pode ocorrer anorexia, náuseas, vômitos e diarreia;
Supressão da medula óssea, causando redução do 
número de leucócitos, plaquetas e hemácias;
• Reações cutâneas.
Tratamento do câncer
3. Quimioterapia:
• É um tratamento sistêmico, que contribui para que os 
medicamentos alcancem o local da neoplasia e outras 
áreas distantes.
Ação dos quimioterápicos:
• Impedem o crescimento e a replicação das células.
Tratamento do câncer
Efeitos adversos da quimioterapia:
• Supressão da medula óssea, levando à neutropenia, 
anemia e trombocitopenia;
• Anorexia, náuseas e vômitos;
• Alopecia, geralmente temporária;
• Alterações no fluxo menstrual e/ou amenorreia;
• Oligospermia e azoospermia;
• Efeitos teratogênicos ou mutagênicos.
Fechamento
• Neoplasias: tipos e características gerais;
• Nomenclatura das neoplasias;
• Metástase;
• Agentes carcinogênicos;
• Carcinogênese;
• Epidemiologia do câncer;
• Rastreamento e estadiamento das neoplasias;
• Diagnóstico e tratamento das neoplasias.
Rev Bras Med Trab. 2019;17(2):254-9
254
Recebido: 11/07/2018
Aceito: 26/06/2019
Fonte de financiamento: nenhuma 
COMUNICAÇÃO 
BREVE
RESUMO | Os objetivos do artigo são apresentar uma lista de agentes carcinogênicos selecionados como prioritários para as ações 
de saúde do trabalhador no Brasil e descrever seu processo de validação. Foi realizada revisão bibliográfica sobre o tema, com o levan-
tamento dos principais agentes carcinogênicos utilizados nas atividades ocupacionais no Brasil, a classificação de carcinogenicidade 
segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) e respectivos tipos de câncer, considerando o contexto brasileiro, 
com validação e revisão final por especialistas. A lista final inclui agentes carcinogênicos, estabelecidos ou prováveis, presentes nos 
processos produtivos de algumas atividades econômicas no Brasil e fornece orientação para futuros estudos da carga do câncer por 
atividades econômicas.
Palavras-chave | exposição ocupacional; câncer ocupacional; vigilância; carcinógenos.
ABSTRACT | The aims of the present study were to assemble a list of carcinogens considered as having high priority for occupational 
health actions in Brazil and to describe the process followed to validate it. Through a literature review we retrieved the main carcin-
ogens used in production activities in Brazil, the carcinogenicity classification developed by the International Agency for Research 
on Cancer (IARC) and corresponding types of cancer relevant within the Brazilian context. The list thus assembled was reviewed 
and validated by an expert panel. It includes known and suspected carcinogens found in the production process of some industries 
in Brazil, and might serve as orientation for future studies on the burden of occupational cancer.
Keywords | occupational exposure; occupational cancer; surveillance; carcinogens.
1Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
2Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
DOI: 10.5327/Z1679443520190289
Estabelecimento de agentes e atividades 
ocupacionais carcinogênicas prioritárias 
para a vigilância em saúde no Brasil
High-priority carcinogenic occupational agents 
and activities for health surveillance in Brazil
Raphael Mendonça Guimarães1 , Daniela Buosi Rohlfs2 , 
Karla Freire Baêta2 , Renan Duarte dos Santos2 
http://orcid.org/0000-0003-1225-6719
http://orcid.org/0000-0001-6967-0852
http://orcid.org/0000-0002-9220-9324
http://orcid.org/0000-0001-9461-7594
Rev Bras Med Trab. 2019;17(2):254-9
255
Carcinógenos ocupacionais e vigilância no Brasil
INTRODUÇÃO
Nos países em desenvolvimento, as preocupações de saúde 
pública mais urgentes costumam ser as doenças transmissí-
veis, em função da sua prevalência na população e por servir 
de indicador da etapa da transição epidemiológica em que o 
país se encontra. Nesse processo, as doenças transmissíveis 
vão gradativamente dando espaço às não transmissíveis, e o 
avanço da transição é indicador do desenvolvimento social 
daquele lugar1. Entre aquelas não transmissíveis, o câncer 
tem demonstrado gradual crescimento, o que tem levado os 
estudiosos da área de saúde pública a procurar compreender 
melhor sua gênese e suas relações com o mundo do trabalho.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) 
avaliou, nos últimos anos, mais de 900 agentes e classificou mais 
de 400 como definitivamente carcinogênicos ou suspeitos de 
potencial cancerígeno. Destes, 168 agentes individuais e 12 situa-
ções de exposição (determinados empregos ou indústrias) são 
encontrados em ambientes ocupacionais2. Portanto, muitos 
estudos epidemiológicos sobre as propriedades carcinogênicas 
de vários agentes ocorrem em ambientes ocupacionais, onde as 
exposições costumam ser mais altas do que no ambiente geral. 
A despeito disso, um grande desafio na prevenção do câncer 
relacionado ao trabalho é a falta de conhecimento do local onde 
estão ocorrendo exposições cancerígenas e de quantos traba-
lhadores são afetados. No início dos anos 2000, Siemiatycki et 
al.3 realizaram uma ampla codificação e revisão de situações de 
exposição a carcinógenos ocupacionais. Além disso, a iniciativa 
CARcinogen EXposure (CAREX) foi criada, em colaboração 
com a IARC, para estimar o ônus dos fatores ocupacionais no 
câncer4. Nos últimos anos, essa iniciativa tem sido replicada em 
diversos países, atendendo também a especificidades locais, 
como a estratificação por sexo e a proposta de abordagens 
alternativas para estimar a exposição a agrotóxicos.
No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio de áreas técnicas 
especializadas, tem procurado dimensionar os fatores ocupa-
cionais e ambientais do câncer e intervir neles, gerando proce-
dimentos de vigilância em saúde. Nessa direção, um marco 
importante foi a elaboração de diretrizes sobre o câncer no 
que se refere ao trabalho que servissem de subsídios para 
o Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente para a 
Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador. 
A proposta das Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado 
ao trabalho surgiu de uma demanda do Ministério daSaúde, 
para apoiar as ações dos Centros de Referências Especializados 
em Saúde do Trabalhador nas questões associadas ao benzeno. 
Houve, desde então, expansão do escopo das diretrizes, que 
se tornaram um guia prático sobre o câncer, considerando a 
contribuição dos diversos agentes cancerígenos presentes nos 
ambientes e processos de trabalho, e de fácil aplicabilidade 
para fins de vigilância em saúde do trabalhador nos órgãos 
municipais, estaduais e federais5.
Do ponto de vista político, é importante estabelecer prio-
ridades de atuação por parte do Ministério da Saúde brasi-
leiro, com enfoque em ações de vigilância e prevenção para 
além da contribuição técnica, fornecidas por essas diretrizes. 
Destaca-se ainda a necessidade de orientar as ações desen-
volvidas no âmbito dos ambientes de trabalho para evitar 
a exposição a cancerígenos ocupacionais, igualmente rele-
vantes para o controle do câncer. No entanto, no universo 
de circunstâncias de exposição e de cânceres relacionados 
ao trabalho, faz-se relevante elencar prioridades nacionais, 
tendo em vista as especificidades do perfil das atividades 
produtivas no país e as peculiaridades dos processos de 
trabalho potencialmente perigosos aos trabalhadores. 
Nesse sentido, o objetivo deste artigo é apresentar uma lista 
de agentes carcinogênicos selecionados como prioritários 
para as ações de saúde do trabalhador no Brasil.
MÉTODO
A metodologia para escolha das circunstâncias de expo-
sição ocupacional prioritárias é uma adaptação do modelo 
CAREX4. Com base nisso, os critérios utilizados resumem-se 
a três aspectos: se há evidência de que a substância ou ativi-
dade é carcinogênica; se a substância ou atividade é classificável 
como ocupacional; e se a substância ou atividade é presente 
no Brasil. A etapa inicial consistiu em revisão conduzida por 
protocolo sistematizado, contudo não foi realizada revisão siste-
mática, uma vez que a orientação da revisão não é compatível 
a um objeto desse tipo de revisão (já que não se trata de uma 
única localização de câncer ou um único fator de risco). Nesses 
termos, para responder à primeira pergunta, considerou-se a 
lista de carcinógenos, com sua devida classificação, elaborada 
pela IARC. A IARC classifica, em suas monografias, agentes 
reconhecida ou potencialmente cancerígenos, além de mais 
12 atividades econômicas que por si só configuram o risco.
Foram então incluídos os agentes e atividades presentes 
nos grupos classificados como definitivamente (grupo 1), 
Guimarães RM, et al.
Rev Bras Med Trab. 2019;17(2):254-9
256
provavelmente (grupo 2a), e possivelmente (grupo 2b) carci-
nogênicos. Vale dizer que essa decisão foi considerada estra-
tégica, tendo em vista que há compostos estabelecidos como 
prioritários no âmbito da vigilância em saúde ambiental e saúde 
do trabalhador no Brasil, como os agrotóxicos, que, por sua vez, 
são incluídos, de acordo com o princípio ativo, nos grupos 2a 
ou 2b. Nesse caso, a fim de ir ao encontro da política em vigor, 
optou-se por tornar o critério de seleção mais sensível. 
Em seguida, foram considerados os agentes e atividades que 
tivessem relação direta com processos produtivos. Para isso, 
foi consultado um painel de especialistas a fim de validar as 
escolhas realizadas pelos autores. Esse painel foi constituído 
de um especialista em saúde do trabalhador, dois especia-
listas em oncologia e epidemiologia, dois especialistas em 
epidemiologia, um especialista em epidemiologia e saúde do 
trabalhador e um especialista nas três áreas. Foram levados 
em conta aspectos teórico-metodológicos que subsidiassem 
as classificações realizadas. Considerou-se, para a avaliação, 
o relato do perfil profissiográfico dos grupos ocupacionais, 
bem como a experiência prévia dos especialistas em situa-
ções específicas de distintos processos de trabalho, como o 
trabalho rural ou aquele desenvolvido com solventes. 
Os grupos formados e as substâncias incluídas foram 
aqueles em que houve concordância por todos os espe-
cialistas. Foram, portanto, excluídos fatores relacionados 
à dieta, à atividade física, à atividade hormonal e a agentes 
infecciosos. Finalmente, para considerar se a substância ou 
atividade era relevante no contexto brasileiro, consultou-
se a base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra 
de Domicílio (PNAD), bem como a Relação Anual de 
Informações Sociais (RAIS), de maneira que foram inseridas 
as atividades em que há prevalência maior que 1% no país. 
Dessa forma, elaborou-se a listagem final das prioridades 
de monitoramento para o câncer relacionado ao trabalho.
Enfim, ressalta-se que, por não se tratar de pesquisa que 
envolve seres humanos, este estudo fica isento de submissão 
ao Comitê de Ética em Pesquisa. 
RESULTADOS
O processo inicial para elaboração da lista proposta foi 
levantar o estado da arte do potencial carcinogênico nas mono-
grafias editadas pela IARC, bem como metanálises publicadas 
para esse fim. O resultado desse levantamento encontra-se 
descrito no Quadro 1. Essa lista aponta, com base no conheci-
mento atual, para as principais atividades em que há exposição 
a pelo menos uma substância potencial ou definitivamente 
cancerígena e as principais substâncias de exposição ocupa-
cional associadas a pelo menos uma localização de câncer.
Com essa informação, foi possível selecionar substân-
cias prioritárias, considerando dois principais fatores: o 
número de localizações associadas definitiva ou provavel-
mente a essa exposição; a potencial prevalência de traba-
lhadores expostos a essa condição. Em seguida, foi possível 
chegar a um consenso sobre como reagrupá-las, para que 
se pudesse avaliar a pertinência da criação de estratégias de 
monitoramento haja vista esses novos grupos. O Quadro 2 
descreve a lista final com os grupos criados com base nas 
substâncias ou circunstâncias carcinogênicas.
Ao final, o produto final dessa experiência de classificação 
sugere uma lista composta de sete grupos, contendo 43 ativi-
dades e substâncias com potencial carcinogênico presentes nos 
processos produtivos de maior prevalência no Brasil. Do ponto 
de vista da política, essa lista de prioridades permitirá melhor 
focalização das atividades regulatórias, como a definição de 
padrões de exposição, a aplicação de regulamentos e a imple-
mentação de proibições na importação ou no uso desses agentes.
DISCUSSÃO
A priorização e classificação de carcinógenos ocupacio-
nais são necessárias para uma série de objetivos, incluindo 
pesquisa, alocação de recursos e estimativas de carga de 
doença do câncer ocupacional, todas elas como parte dos 
esforços profissionais de prevenção do câncer e intervenção 
dos fatores de risco1. De fato, os cânceres ocupacionais e os 
fatores de risco associados são revisados em numerosos textos 
sobre medicina do trabalho, toxicologia, saúde ambiental e 
higiene ocupacional2,5, no entanto a maioria desses textos 
baseia-se na experiência das populações nos países desen-
volvidos3. Portanto, resumir informações sobre um campo 
tão amplo como o câncer relacionado ao trabalho nos países 
em desenvolvimento, para fins de políticas públicas, é uma 
tarefa ambiciosa, porém fundamental.
É importante perceber que a lista de prioridades não 
abrange todos os agentes nem todas as circunstâncias carci-
nogênicas ocupacionais. Em muitos casos, foram priori-
zados os agentes que estão individualmente presentes nas 
Rev Bras Med Trab. 2019;17(2):254-9
257
Carcinógenos ocupacionais e vigilância no Brasil
Potencial 
carcinogênico
Circunstâncias da exposição
Substâncias Atividades
Definitivamente
2-naftilamina; 
Cabeleireiros e barbeiros;
Carpintaria;
Cimenteiras;
Fabricação de auramina;
Fabricação de isopropanol;
Fabricação de magenta;
Fabricação de mobiliário e gabinete;
Fabricação e reparação 
de botas e calçados;
Fiação de juta;
Fundição de ferro e aço;
Gaseificação do carvão;
Indústria de borracha;
Indústria de refinamento de níquel;
Lavagem a seco;
Madeireira;
Mineração de

Continue navegando