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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ELIEZER LIMA SILVA PESQUISA UM AUTOR DA IGREJA ANTIGA São Bernardo do Campo – outubro de 2022 ELIEZER LIMA SILVA AURÉLIO AGOSTINHO Trabalho Acadêmico entregue ao Prof. Dr. Luiz Carlos Ramos referente à disciplina Literatura Patrística, 2º Semestre, Período Matutino, do Curso de Bacharel em Teologia da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista — Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo – outubro de 2022 BIOGRAFIA Aurélio Agostinho, em latim Aurelius Augustinus, nasceu em Tagaste, atualmente Suk Ahras, na Argélia, em 13 de novembro de 354, era membro da burguesia, filho de Patrício, homem pagão e de posses, que no final da vida se converteu, e da cristã Mônica, mais tarde canonizada, de quem herdou ensinamentos religiosos e contribuiu na sua conversão anos depois. Agostinho estudou retórica em Cartago, onde aos 17 anos passou a viver com uma concubina, da qual teve um filho, Adeodato. A leitura do Hortensius, de Cícero, despertou-o para a filosofia. Aderiu, nessa época, ao maniqueísmo, que pregava a regência do mundo através de duas forças, o bem e o mau. Durante a juventude e início da vida adulta viveu uma vida desregrada. Entre 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago para dirigir uma escola de retórica e lá permaneceu pelos nove anos seguintes. Seus amigos maniqueístas o apresentaram ao prefeito urbano, Símaco, que tentava conseguir um professor de retórica para servir na corte imperial em Mediolano (Milão). Agostinho conseguiu a posição e viajou para o norte para assumi-la no final de 384. Então começou a ensinar retórica em Milão, recebeu a visita de sua mãe, logo que viu a situação do filho, o incentivou a ouvir as pregações de Santo Ambrósio, bispo da cidade e passou admirar sua sabedoria e começou a ser influenciado a se converter ao cristianismo. Cada vez mais interessado pelo cristianismo, Agostinho viveu longo conflito interior, voltou-se para o estudo dos filósofos neoplatônicos, renunciou aos prazeres físicos e em 387 foi batizado por santo Ambrósio, junto com o filho Adeodato. Tomado pelo ideal da ascese, decidiu fundar um mosteiro em Tagaste, onde nascera. Em 388, ele retornou à África, embora sua mãe tenha morrido no caminho para lá, e seu filho Adeodato morreu logo depois, deixando-o sozinho no mundo, sem família. Ele vendeu seu patrimônio, dando o dinheiro aos pobres, e converteu a casa da família em uma fundação monástica para ele e um grupo de amigos. Em 391, ele foi ordenado sacerdote (e mais tarde bispo) em Hippo Regius, na costa mediterrânea da Argélia, e se tornou um pregador famoso, especialmente conhecido por se opor ao maniqueísmo e a heresias como donatismo e pelagianismo. Ele permaneceu nesta posição em Hipona até sua morte em 430, trabalhando incansavelmente para converter os diversos grupos raciais e religiosos locais à fé católica. PRINCIPAIS OBRAS Agostinho sempre foi um grande estudioso, que se dedicava a escrita e deixou um legado de obras escritos de grande importância, e influência na sociedade, a exemple de pessoas alcançadas e influenciadas por suas obras estão grandes homens reformadores do século XVI, Lutero, Calvino. Entretanto, há algumas que recebem maior destaque por seu impacto na filosofia e na teologia: Confissões de Santo Agostinho, Cidade de Deus, O Livre Arbítrio e A Doutrina Cristã. Confissões de Santo Agostinho: Composta por 13 livros, é autobiográfico, contando especialmente o processo de sua conversão. Assim, é nessa obra também que o papel de sua mãe é ressaltado; De Civitate Dei: também traduzido como “Cidade de Deus”, é uma obra em que o autor expõe as suas ideias sobre a separação entre a cidade de Deus e a cidade terrena, sendo a primeira habitada pelos cristãos; O livre-arbítrio: o livre-arbítrio é uma das questões caras à teologia até hoje, e é um tema de debate que foi promovido por Agostinho desde a sua época; De Trinitate: é nesse contexto que o autor expõe sua filosofia moral e, ao mesmo tempo, apresenta uma parte da doutrina ortodoxa cristã; A Doutrina Cristã: manual de exegese e formação cristã, essa é uma obra que mais explicitamente contribui para as regras e as doutrinas do cristianismo ortodoxo. As obras de Santo Agostinho contribuíram de dois lados: na consolidação de uma filosofia que partia do lugar da teologia; e na formação de um pensamento religioso organizado pelo pensamento filosófico. TEOLOGIA Pode-se sustentar que o bispo de Hipona, de uma pequena localidade africana, por meio do seu pensamento filosófico/teológico, mudou a história da Igreja e do mundo ocidental, pois o seu pensamento cruzou o limiar de seu tempo (não se limitando a ele), na medida em que invadiu a Idade Média, para fruir como mentor espiritual. Por quase dois mil anos sua produção teológica tem pautado os grandes debates do cristianismo e influenciado o pensamento e cultura do Ocidente. A teologia de Agostinho não é fruto de uma mera meditação em coisas abstratas, mas desenvolvida como uma forma de resposta, reação as dificuldades e situações que ele teve que enfrentar durante sua vida, como a questão do ceticismo dos filósofos acadêmicos, os conceitos, ensinamentos do maniqueísmo, donatismo, pelagianismo, que estavam ameaçando o cristianismo no tempo de Agostinho. O contexto da vida de agostinho que levou ele a ter essas respostas e conclusões. A Unicidade de Deus; Existência do livre-arbítrio; Responsabilidade do homem a respeito do seu pecado; Universalidade do chamado de Deus para a salvação; A fé é um dom de Deus; A salvação e a condenação estão no mundo que virá; Continua procura pela verdade; Deus é o motivo do ser de todas as coisas; A busca de Deus; O mundo como criação de Deus. São alguns dos aspectos que baseiam a Teologia de Agostinho. CITAÇÕES 1.Agostinho faz referência ao consolo divino. Capítulo XIV do livro Cidade de Deus. “Mas cristãos foram levados cativos! Foi o cúmulo da infelicidade, se puderam levá-los para alguma parte onde não tenham, em absoluto, encontrado Deus. Apresentam-nos as santas Escrituras consolo também a tal adversidade. As três crianças, Daniel e outros profetas foram cativos, porém Deus jamais deixou de consolá-los. Não abandonou os fiéis sob a opressão dos bárbaros, que também eram homens, quem não abandonou o profeta nas entranhas mesmas do monstro. Aqui nossos adversários preferem rir a crer; entretanto, acreditam, fiando-se em seus autores, que o célebre músico Ario de Metimne, precipitado do navio no mar, foi recebido e levado à margem no dorso de um delfim. É, porventura, menos crível a história de nosso profeta? Sim, por ser mais maravilhosa; e é mais maravilhosa porque nela intervém mais poderosa mão. (AGOSTINHO,2017, p.51). 2. Esta citação traz uma resposta de Agostinho descrita no livro Cidade de Deus, referente a seguinte pergunta: Que deve responder aos infiéis a família de Cristo, quando lhe lançam em rosto não a haver Cristo livrado do furor dos inimigos? “Meu Deus está presente em toda parte, todo inteiro em toda parte. Ele, cuja presença é secreta e cuja ausência independe de movimento, não conhece limite. Quando me aguilhoa com o ferrão da adversidade, é que me põe a virtude à prova ou me castiga as ofensas e, porque sofro piedosamente esses males temporais, me destina recompensa eterna.Mas vós, quem sois para vos falarem mesmo que seja de vossos deuses, para vos falarem de meu Deus, Deus terrível e superior a todos os demais, por serem demônios todos os deuses dos gentios e Senhor quem fez os céus?” (Agostinho,2017, p.78). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PIRATELI, M. R. A teoria/teologia A Cidade de Deus da história de Santo Agostinho. Revista Cesumar – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 7, n. 1, p. 85–96, 2002. Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430 /A221c A Cidade de Deus: (contra os pagões) parte I/Santo Agostinho: introdução de Emmanuel Carneiro Leão; tradução de Oscar Paes Leme. Petrópolis, RJ; Vozes; São Paulo: Federação Agostiniana Brasileira; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2017 – (Vozes de Bolso). VAHL, M. SANTO AGOSTINHO Os Fundamentos Ontológicos do Agir. Universidade federal de Pelotas-RS, NEPFIL online, 2016. Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/files/2019/02/1-santo-agostinho.pdf>. Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. Confissões: volume 1/Santo Agostinho; [tradução Brian Gordon Lutalo Kibuuka]. 1. ed. --Londrina, PR: Livrarias Família Cristã, 2021.Título original: Confessiones.
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