Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Indaial – 2022 Imagem Prof.ª Fernanda do Nascimento 1a Edição DIagnóstIco por Elaboração: Prof.ª Fernanda do Nascimento Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: N244d Nascimento, Fernanda do Diagnóstico por imagem. / Fernanda do Nascimento – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 163 p.; il. ISBN 978-85-515-0498-7 1. Biomedicina. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Diagnóstico por imagem. A Biomedicina é uma das áreas da saúde que está em grande expansão. Voltada para a pesquisa e a análise de doenças humanas, a Biomedicina tem como objetivo compreender as causas, os efeitos, os fatores ambientais e epidemiológicos que influenciam na ocorrência de patologias, assim como desenvolver ou aprimorar diagnósticos e tratamentos. A imagenologia é uma especialidade que estuda os órgãos e os sistema do corpo humano através de exames de imagem, auxiliando no diagnóstico médico. O biomédico que escolher a habilitação em imagenologia, poderá trabalhar com todas as modalidades de diagnóstico por imagem e terapia. Para melhor entendermos esses pontos, a Unidade 1 abordará a Legislação relacionada ao biomédico imagenologista, proporcionando o conhecimento das leis que regem o profissional biomédico no setor de diagnóstico por imagem, em quais serviços o profissional é habilitado, suas responsabilidades no setor, manipulação de protocolos e operação de equipamentos. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos os procedimentos para identificação de alterações anatômicas e estruturais, como as bases e as aplicações em todo o setor de radiodiagnóstico e terapia, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, medicina nuclear, radioterapia e radiologia. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a interpretação de exames de imagem, visto que é de extrema importância saber interpretar os laudos e imagens corretamente, para um diagnóstico preciso dos exames de tomografia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear e radiologia e das técnicas de tratamento em radioterapia. Esperamos que o estudo deste livro didático seja capaz de agregar mais valor ao seu conhecimento. Bons estudos! Prof.ª Fernanda do Nascimento APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! SUMÁRIO UNIDADE 1 - LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA ...................................................................................................1 TÓPICO 1 - LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA SOBRE IMAGENOLOGIA ........................... 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 LEI FEDERAL Nº 6.684/1979 ..............................................................................4 3 LEI FEDERAL Nº 7.394/1985............................................................................... 7 4 RESOLUÇÃO CFBM Nº 78/2002 .........................................................................8 5 RESOLUÇÃO Nº 234/2013 ................................................................................ 10 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 12 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 13 TÓPICO 2 - ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA ................................. 15 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ................................................................. 15 3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................................................................. 16 4 MEDICINA NUCLEAR ..........................................................................................17 5 RADIOTERAPIA .................................................................................................. 18 6 RADIOLOGIA GERAL .........................................................................................20 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................22 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................23 TÓPICO 3 - PROCEDIMENTOS DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA ...................25 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................252 OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO ................25 3 MANIPULAÇÃO DE PROTOCOLOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ...............26 3.1 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RADIOGRAFIA CONVENCIONAL ............................ 26 3.2 PROTOCOLOS DE EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .....................27 3.3 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ...................................27 3.4 PROTOCOLOS DE EXAMES DE MEDICINA NUCLEAR ...............................................28 3.5 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RADIOTERAPIA .........................................................28 4 COORDENAÇÃO E GESTÃO DE SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS ......................29 5 ANAMNESE, PREPARO DO PACIENTE E REALIZAÇÃO DE PROTOCOLO ..........30 5.1 CONTRAINDICAÇÕES AO EXAME .................................................................................. 32 5.2 PREPARO DO PACIENTE E REALIZAÇÃO DE PROTOCOLO ..................................... 33 6 PREPARO DE LAUDOS E LIBERAÇÃO DE IMAGENS ........................................33 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................35 RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................... 40 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS .......................................................................................................43 UNIDADE 2 — PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E ESTRUTURAIS .................................................... 47 TÓPICO 1 — TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ................................................49 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................49 2 NOÇÕES TÉCNICAS SOBRE A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ...............50 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS TOMÓGRAFOS ............................................................................50 2.2 PRINCÍPIOS DE RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM .......................................................... 52 3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO .................................................................53 4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................................54 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................56 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 57 TÓPICO 2 - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .............................................................59 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................59 2 NOÇÕES TÉCNICAS SOBRE A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................60 3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO ................................................................. 61 4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................................62 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................64 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................65 TÓPICO 3 - MEDICINA NUCLEAR ......................................................................... 67 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 67 2 NOÇÕES TÉCNICAS SOBRE A MEDICINA NUCLEAR ........................................ 67 2.1 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM EM MEDICINA NUCLEAR ......................68 2.2 TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE FÓTON ÚNICO (SPECT) ........................................ 69 2.3 TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS (PET/CT) .......................................... 69 3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO .................................................................70 4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................................70 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 73 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 74 TÓPICO 4 - RADIOTERAPIA .................................................................................. 77 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 77 2 NOÇÕES TÉCNICAS SOBRE A RADIOTERAPIA ................................................78 2.1 RAIOS X: SUPERFICIAL E DE ORTOVOLTAGEM ........................................................... 78 2.2 TELECOBALTOTERAPIA ....................................................................................................79 2.3 ACELERADOR LINEAR ......................................................................................................79 2.4 SIMULADORES DE TRATAMENTO ................................................................................80 2.5 SIMULADOR CONVENCIONAL .......................................................................................80 2.6 TOMÓGRAFO SIMULADOR ...............................................................................................81 3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO ................................................................. 81 4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................................82 RESUMO DO TÓPICO 4 ......................................................................................... 84 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................85 TÓPICO 5 - RADIOLOGIA ......................................................................................87 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................87 2 NOÇÕES TÉCNICAS SOBRE A RADIOLOGIA .....................................................88 3 COMPONENTES DO EQUIPAMENTO .................................................................89 4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) ............................................90 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................92 RESUMO DO TÓPICO 5 ..........................................................................................99 AUTOATIVIDADE .................................................................................................100 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 101 UNIDADE 3 — INTERPRETAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM ...............................103 TÓPICO 1 — TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ..............................................105 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................105 2 ESCALA DE HOUNSFIELD ...............................................................................105 3 DOSIMETRIA .................................................................................................... 107 4 APLICAÇÕES MÉDICAS ...................................................................................109 5 IMAGENS DIAGNÓSTICAS ................................................................................ 111 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 114 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................115 TÓPICO 2 - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................................................117 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................117 2 GERAÇÃO DE DADOS ........................................................................................117 3 SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CORTE .................................................... 118 4 LOCALIZAÇÃOESPACIAL DO SINAL ..............................................................120 5 APLICAÇÕES MÉDICAS .................................................................................. 121 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 123 AUTOATIVIDADE .................................................................................................124 TÓPICO 3 - MEDICINA NUCLEAR ....................................................................... 125 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 125 2 APARELHOS DE TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE FÓTON ÚNICO (SPECT) ........ 125 3 APARELHOS DE TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PRÓTONS (PET) ............. 127 4 APARELHOS COMPOSTOS ..............................................................................128 5 APLICAÇÕES CLÍNICAS ................................................................................... 129 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 132 AUTOATIVIDADE .................................................................................................133 TÓPICO 4 - RADIOTERAPIA ................................................................................ 135 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 135 2 TELETERAPIA .................................................................................................. 135 2.1 IMOBILIZADORES RADIOTERÁPICOS ...........................................................................137 3 BRAQUITERAPIA.............................................................................................. 139 3.1 TÉCNICAS DE IMPLANTES .............................................................................................. 141 3.2 TAXA DE DOSE .................................................................................................................. 141 3.3 EFEITOS ADVERSOS ...................................................................................................... 142 4 INDICAÇÕES DA RADIOTERAPIA ....................................................................144 RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................145 AUTOATIVIDADE .................................................................................................146 TÓPICO 5 - RADIOLOGIA ....................................................................................149 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................149 2 O FILME RADIOGRÁFICO .................................................................................150 3 SISTEMAS DIFUSORES ....................................................................................151 4 IMAGENS DIAGNÓSTICAS ...............................................................................151 5 RADIOGRAFIA DIGITAL ................................................................................... 152 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 155 RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................160 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................161 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 163 1 UNIDADE 1 - LEGISLAÇÃO RELACIONADA AO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer a legislação vigente da Biomedicina no que cerne a imagenologia; • identificar como e quando o biomédico pode atuar em imagem; • ter embasamento sobre os procedimentos que podem ser realizados e acompanhados por biomédicos; • entender sobre a emissão de laudos e as perspectivas futuras. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA SOBRE IMAGENOLOGIA TÓPICO 2 – ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA TÓPICO 3 – PROCEDIMENTOS DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA SOBRE IMAGENOLOGIA 1 INTRODUÇÃO A Biomedicina é uma área dedicada ao estudo e à pesquisa voltados ao apoio ao diagnóstico em vários tipos de doenças, incluindo patologias, até então, desconhecidas, contribuindo na prevenção e no desenvolvimento de tratamentos a novas doenças. Tem uma ampla atuação no mercado, com papel fundamental na prevenção e no controle de doenças. O biomédico é regulamentado, podendo exercer a profissão apenas com o porte da carteira de identidade profissional, expedida pelo Conselho Regional de Biomedicina. São totalmente capacitados para trabalhar em vários setores, como em pesquisas em desenvolvimento e no desempenho prático do conhecimento, para enfrentar as diversas situações de novas epidemias que são apresentadas no dia a dia. A Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 (BRASIL, 1961), elaborava as Diretrizes e Fundamentos Nacionais da Educação (LDB) e definia a organização dos cursos de graduação e pós-graduação em Biomedicina nos Capítulos III e IV. Em julho de 1965, foi aprovado um novo regimento e a federalização da Escola Paulista de Medicina. A Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979 (BRASIL, 1979a), regulamenta, conjuntamente, os biólogos e a profissão biomédica, seguida pela Lei nº 6.686, de 11 de setembro de 1979 (BRASIL, 1979b), que regulamenta as análises biomédicas em laboratórios clínicos. O Decreto nº 88.439, de 28 de junho de 1983 (BRASIL, 1983), passou a regulamentar a indústria biomédica. O Capítulo de Regulamentações Provisórias estabelece as restrições impostas pela Lei nº 6.686/1979 às análises laboratoriais clínicas. A aplicação e a perpetuação dessa disposição prejudica injustamente os interesses e a competência profissional da classe. Em busca de uma solução, foi aprovada a Lei nº 7.135, de 26 de outubro de 1983, que previa apenas uma solução para esse problema. A Lei nº 1.256-5 DF, de 20 de novembro de 1985, é inconstitucional. A Lei nº 7.017, de 30 de agosto de 1982, desmembrou as categorias de biólogos e biomédicos, autorizando a criação dos Conselhos Federais e Regionais de cada profissão e revogando o limite imposto aos biomédicos. O Senado Federal editou a Resolução nº 86, de 24 de junho de 1986: TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 É suspensa, por inconstitucionalidade, nos termos do artigo 42, inciso VII, da Constituição Federal e, em face da decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, proferida em sessão plenária de 20 de novembro de 1985, nos autos da Representação nº 1.256-5, do Distrito Federal, a execução da expressão atuais e das expressões bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular realização até julho de 1983, todas contidas no artigo 1º da Lei nº 6.686, de 11 de setembro de 1979, na redação que lhe deu o artigo 1º da Lei nº 7.135, de 26 de outubro de 1983 e a execução do artigo 2º desta última Lei. O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e os Conselhos Regionais de Biomedicina (CRBMs) são de natureza legalmente autoritária federal, com o objetivo de dirigir, regular e examinar o trabalho da profissão biomédica. Posteriormente, com a promulgação da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, o CFBM e o CRBM tornaram-se pessoas jurídicas de direito privado sob a alçada do poder público, continuando a exercer o trabalho de examinar a profissão biomédica e fiscalizar os profissionais responsáveis,resguardando-os direitos e, quando necessário, punir abusos e violações cometidos no trabalho profissional para preservar a comunidade. As atividades biomédicas são regulamentadas pelas Resoluções nº 78 e nº 83, de 29 de abril de 2002, nº 135, de 3 de abril de 2007, nº 140, de 4 de abril de 2007, e nº 145, de 8 de abril de 2007. O CFBM 30/07 regulamenta a Lei da Profissão Biomédica, define áreas de atuação e cria normas de responsabilidade técnica. Neste tópico, estudaremos a Lei Federal nº 6.684/1979, a Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, a Resolução nº 78, de 29 de abril de 2002, e a Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013. 2 LEI FEDERAL Nº 6.684/1979 A Lei nº 6.684/1979 atua na regulamentação dos profissionais biomédicos e biólogos, trabalhando em conjunto nas duas profissões e fala sobre os Conselhos e suas condutas (BRASIL, 1979a). Para os profissionais de biomedicina, essa lei descreve sobre o exercício da profissão. Trata-se de uma legislação de extrema importância para o profissional de Ciências Biomédicas, pois, a partir dela, o profissional terá o conhecimento de suas atribuições legais. Para o biomédico, o Capítulo II descreve o exercício profissional: Art. 3º O exercício da profissão de biomédico é privativo dos portadores de diploma: I- Devidamente registrado, de bacharel em curso oficialmente reconhecido de Ciências Biológicas, modalidade médica. II- Emitido por instituições estrangeiras de ensino superior, devidamente revalidado e registrado como equivalente ao diploma mencionado no inciso anterior. 5 Art. 4º Ao biomédico compete atuar em equipes de saúde, a nível tecnológico, nas atividades complementares de diagnósticos. Art. 5º Sem prejuízo do exercício das mesmas atividades por outros profissionais igualmente habilitados na forma da legislação específica, o biomédico poderá: I- Realizar análises físico-químicas e microbiológicas de interesse para o saneamento do meio ambiente. II- Realizar serviços de radiografia, excluída a interpretação. III- Atuar, sob supervisão médica, em serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico e de outros para os quais esteja legalmente habilitado. IV- Planejar e executar pesquisas científicas em instituições públicas e privadas, na área de sua especialidade profissional. Parágrafo único. O exercício das atividades referidas nos incisos I a IV deste artigo fica condicionado ao currículo efetivamente realizado que definirá a especialidade profissional (BRASIL, 1979a). O Capítulo III descreve o trabalho dos Conselhos (CFBM e CRBM), com o objetivo de fiscalizar e dar orientações aos profissionais. Determina todo o processo que compete aos conselhos, desde seus membros e eleição até suas competências perante os profissionais, tendo como responsabilidade: • o Art. 7º fala sobre os membros do conselho e seus suplentes, prazos de mandato, seguido do Art. 8º, que descreve o mandato, com validade de quatro anos, sendo passível de multa se deixar de votar sem causa injustificada. O Art. 9º informa sobre perda ou extinção de mandato do membro do conselho, que poderá ocorrer devido alguns motivos (BRASIL, 1979); • o Art. 10º relata sobre a competência do Conselho Federal, que tem como responsabilidade: I- Eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e o Vice-Presidente, cabendo ao primeiro, além do voto comum, o de qualidade. II- Exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais. III- Supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional. IV- Organizar, propor instalação, orientar e inspecionar os Conselhos Regionais, fixar-lhes jurisdição, e examinar suas prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao restabelecimento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia da efetividade ou princípio da hierarquia institucional. V- Elaborar e aprovar seu Regimento, ad referendum do Ministro do Trabalho. VI- Examinar e aprovar os Regimentos dos Conselhos Regionais, modificando o que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade de ação. VII- Conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e prestar-lhes assistência técnica permanente. VIII- Apreciar e julgar os recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais. 6 IX- Fixar o valor das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidos pelos profissionais e empresas aos Conselhos Regionais a que estejam jurisdicionados. X- Aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais. XI- Dispor, com a participação de todos os Conselhos Regionais, sobre o Código de Ética Profissional, funcionando como Conselho Superior de Ética Profissional. XII- Estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e bom nome dos que a exercem. XIII- Instituir o modelo das carteiras e cartões de identidade profissional. XIV- Autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis. XV- Emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado. XVI- Publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades (BRASIL, 1979a). Os Conselhos Regionais são organizados a partir do CFBM e trabalham com auxílio ao profissional, exercendo função administrativa, na organização e na disciplina do registro do profissional. Os Conselhos Regionais são responsáveis pela criação das Câmaras Especializadas, que têm como objetivo tratar assuntos de fiscalização de profissionais e infrações ao Código de Ética. São articuladas pelos Conselhos Regionais, com a condição de que haja pelo menos três conselhos de uma mesma modalidade, tendo as responsabilidades de: I- Julgar os casos de infração à presente Lei, no âmbito de sua competência profissional específica. II- Julgar as infrações ao Código de Ética. III- Aplicar as penalidades e multas previstas. IV- Apreciar e julgar os pedidos de registro de profissionais, das firmas, das entidades de direito público, das entidades de classe e das escolas ou faculdades na Região. V- Elaborar as normas para a fiscalização das respectivas modalidades. VI- Opinar sobre os assuntos de interesse comum a duas ou mais modalidades, encaminhando-os ao Conselho Regional (BRASIL, 1979a). O Capítulo IV descreve o exercício da profissão, o qual só é permitido àquele que tem carteira profissional de habilitação expedida pelos órgãos de sua competência. É de extrema necessidade portar sempre a habilitação para que, em caso de fiscalização na instituição, seja possível apresentar a carteira profissional emitida pelo respectivo Conselho. O Capítulo V descreve ser obrigatório, para o profissional poder exercer a profissão legalmente, o pagamento da anuidade. O atraso de pagamento acarretará multa prevista no regulamento ao profissional, sendo passível de infração disciplinar nos seguintes casos: 7 I- Transgredir preceito do Código de Ética Profissional. II- Exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não registrados ou aos leigos. III- Violar sigilo profissional. IV- Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção. V- Não cumprir, no prazo assinalado, determinação emanada de órgãos ou autoridade do Conselho Regional, em matéria de competência deste, após regularmente notificado. VI- Deixar de pagar, pontualmente ao Conselho Regional, as contribuições a que está obrigado. VII- Faltar a qualquer dever profissional prescrito nesta Lei. VIII- Manter conduta incompatível com o exercício da profissão (BRASIL, 1979a). As penas disciplinares, perante os profissionais infratores, são: I- Advertência. lI- Repreensão. III- Multa equivalentea até dez vezes o valor da anuidade. IV- Suspensão do exercício profissional pelo prazo de até três anos, ressalvada a hipótese prevista no § 7º deste artigo. V- Cancelamento do registro profissional (BRASIL, 1979a). O Capítulo VII descreve as disposições gerais sobre gratificações por direito dos membros dos Conselhos, a aplicação dos servidores do Conselho sobre o regime jurídico das leis trabalhistas, a estimulação dos Conselhos perante os profissionais e classes, as realizações de natureza cultural e os estabelecimentos de ensino superior que têm, como obrigação, enviar ao Conselho Regional, até 6 meses da conclusão da graduação dos alunos, a ficha de cada aluno para a conferência do diploma e certificado. O Capítulo VIII descreve sobre a carteira profissional que terá prazo de efetiva- ção de 180 dias. Os Conselhos são instalados em um número capaz de dar suporte a todos os profissionais, em solicitação do Ministro do Trabalho, cabendo aos profissionais seguirem adequadamente o que é proposto pela Lei e pelos Conselhos, para que não ocorram infrações ao Código de Conduta e Ética profissional. 3 LEI FEDERAL Nº 7.394/1985 A Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985 (BRASIL, 1985), atua na regulamentação dos profissionais técnicos em Radiologia, tendo como responsabilidade sancionar o exercício da profissão nos setores de radiodiagnóstico e terapia. Os artigos descritos na lei têm como objetivo orientar acadêmicos e profissionais em relação à escolaridade mínima permitida para o exercício da profissão, indicando a qual conselho o profissional deverá se reportar. Para os profissionais de Radiologia, existem dois conselhos: o Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) e 8 Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CRTR). Essa lei também esclarece os requisitos que as escolas técnicas precisam oferecer aos acadêmicos, os programas de ensino permitidos pelo Ministério da Educação (MEC). Para que o acadêmico possa concluir o curso e se habilitar, é obrigatória a conclusão do estágio prático supervisionado, indispensável para a prática profissional. Para a criação de escolas técnicas, é necessário passar por um processo de legalização, para que possam atuar de acordo com o que a lei determina, sendo que os diplomas precisam ser reconhecidos pelo MEC. Além de descrever as instituições que fornecem o curso técnico, a lei fala também sobre as obrigações e os deveres profissionais dos operadores de raios X, sobre a competência do técnico como supervisor de aplicações de técnicas radiológicas. De acordo com a lei, são decretados os direitos dos técnicos de raios X: 1º Os profissionais que se acharem devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos – DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em nível de 2º Grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das Escolas de Radiologia. 2º Os dispositivos desta Lei aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que trabalham com câmara clara e escura (BRASIL, 1985). A jornada de trabalho, decretada pela lei, é de 24 horas semanais, com salário- base de dois salários-mínimos, com adicional de 40% de insalubridade aos profissionais que atuam nas radiações ionizantes. 4 RESOLUÇÃO CFBM Nº 78/2002 A Resolução nº 78/2002, atua na regulamentação do exercício profissional do biomédico, no que tange as responsabilidades perante a profissão e seus campos de atuação; suas atribuições referidas de acordo com o CFBM: CONSIDERANDO que, através da Resolução nº 287, de 8 de outubro de 1998, do Conselho Nacional de Saúde, o biomédico foi oficialmente reconhecido como profissional da área de saúde; CONSIDERANDO os avanços tecnológicos na área de saúde, bem como da existência de várias profissões regulamentada na referida área; CONSIDERANDO a necessidade de fixar o campo das atividades que o biomédico possui legitimidade para atuar; CONSIDERANDO a necessidade de normatizar a Responsabilidade Técnica dos biomédicos em estabelecimentos inerentes às suas atividades; 9 CONSIDERANDO a efetiva necessidade de dar a devida interpretação jurídica à Lei nº 6.684/1979 e Decreto nº 88.439/1983, mantendo-se atualizada sua regulamentação (CBFM, 2002, p. 1). O Capítulo I trata do ato do profissional de biomedicina, sendo definido que necessita ser realizado por um profissional biomédico habilitado e capacitado em atividades como: “§1º Atividades que envolvam procedimentos de apoio diagnóstico. §2º Atividades de coordenação, direção, chefia, perícia, auditoria, supervisão e ensino. §3º Atividades de pesquisa e investigação” (CBFM, 2002, p. 1). O Capítulo II descreve o campo para atuação do profissional, ficando decretado que: §1º O biomédico, poderá, desde que comprovado a realização de Estágio com duração igual ou superior a 500 (quinhentas) horas, em instituições oficiais ou particulares, reconhecidas pelo órgão competente do Ministério da Educação ou em laboratório conveniado com Instituições de nível superior ou cursos de especialização ou pós-graduação, reconhecidos pelo MEC (CBFM, 2002, p. 1). O exercício da profissão dos biomédicos habilitados em imagenologia é amplo, abrangendo desde o serviço de diagnóstico até serviço de terapia sob supervisão médica, ficando considerado perante a lei que: §1º Considera-se como atividades em Radiodiagnóstico, os profissionais que atuarem, sob supervisão médica, na operação de equipamentos e sistemas médicos de diagnóstico por imagem, nas seguintes modalidades: I- tomografia computadorizada; II- ressonância magnética; III- Ultrassonografia; IV- Radiologia Vascular e Intervencionista; V- Radiologia Pediátrica; VI- Mamografia; VII- Densitometria Óssea; VIII- Neuroradiologia; IX- Medicina Nuclear; X- Outras modalidades que possam complementar esta área de atuação. 2º Poderão exercer as atividades descritas acima, os profissionais legalmente habilitados em Radiologia, Imagenologia, Biofísica e/ou Instrumentação Médica. 3º Considera-se como atividade em Radioterapia, os profissionais que atuarem, sob supervisão médica, na operação de equipamentos de diferentes fontes de energia, para tratamentos que utilizam radiações ionizantes (CBFM, 2002, p. 3). A responsabilidade técnica do profissional precisa estar inscrita no Conselho Regional de Biomedicina, preenchendo o Termo de Responsabilidade Técnica. A emis- são do certificado profissional é de responsabilidade do Conselho Regional de Biomedi- cina e, no local de trabalho, precisa estar visível. O profissional biomédico tem como res- ponsabilidade manter o bom funcionamento perante o local de trabalho, sob supervisão e coordenação dos serviços que são subordinados pela hierarquia do estabelecimento. 10 Sobre a responsabilidade técnica do biomédico e da instituição, o profissional poderá ser responsável por, no máximo, duas instituições, independentemente de serem filiais ou não. Se, no caso, o profissional deixar de ser o responsável técnico da instituição, é de responsabilidade dele comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina, no prazo máximo de 15 dias. Em alguns casos, pode ocorrer a extinção do responsável técnico, quando (CBFM, 2002): • for requerido por escrito pelo profissional ou pela pessoa jurídica ao CRBM a extinção ou a substituição da responsabilidade técnica; • o profissional for suspenso do exercício da profissão; • mudar o profissional de residência para local que, a juízo do CRBM, torne impraticável o exercício. O código de ética é uma ferramenta de realização da filosofia do profissional, de sua visão, missão e valores. A Resolução nº 198, de 21 de fevereiro de 2011, regulamenta sobre o novo Código de Ética para o Profissional biomédico, sendo essencial para o profissional ter uma base de suas missões. Acesse o link a seguir e aperfeiçoe os seus valores perante a profissão: https://cfbm.gov.br/codigo-de-etica-da-profissao-de-biomedico/. INTERESSANTE 5 RESOLUÇÃO Nº 234/2013 A Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013, atua na regulamentação das aptidões dos biomédicos habilitados em imagem, nos setores que compõem o diagnóstico e a terapia, tendo como responsabilidade estabelecer normas, com o objetivo de acompanhar os avanços da tecnologia no diagnóstico por imagem e do profissional biomédico habilitado em imagem, ficando considerado que: CONSIDERANDO que através da Resolução nº 287, de 8 de outubro de 1998, do Conselho Nacional de Saúde, o biomédico foi oficialmente reconhecido como profissional da área de saúde; CONSIDERANDO a necessidade de fixar o campo das atividades que o biomédico possui legitimidade para atuar; CONSIDERANDO os avanços tecnológicos na área de saúde, em especial no diagnóstico por imagem e terapia, bem como da existência de profissões regulamentada na referida área; CONSIDERANDO a necessidade de normatizar a Habilitação de imagenologia, radiologia, biofísica, instrumentação médica, dos biomédicos em estabelecimentos inerentes às suas atividades; https://cfbm.gov.br/codigo-de-etica-da-profissao-de-biomedico/ https://cfbm.gov.br/codigo-de-etica-da-profissao-de-biomedico/ 11 CONSIDERANDO a mudança de nomenclatura decorrente da evolução tecnológica que sofreu o diagnóstico por imagem e terapia nos últimos vinte anos; CONSIDERANDO a efetiva necessidade de dar a devida interpretação jurídica à Lei nº 6.684/79 e Decreto nº 88.439/83, mantendo-se atualizada sua regulamentação (BRASIL, 2013, p. 1). São diversas as atribuições do profissional biomédico habilitado em imageno- logia nas funções do diagnóstico e terapia, tendo como responsabilidade os setores: • tomografia computadorizada: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão; • ressonância magnética: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão; • ultrassonografia: o biomédico está habilitado a operar equipamentos de ultrassonografia sob supervisão médica, até atuar como aplication (profissional que demonstra, aos operadores de equipamentos médicos, o funcionamento de um equipamento, sistema etc.); • radiologia geral e especializada: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão; • densitometria óssea: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão; • medicina nuclear: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão; • radioterapia: o biomédico estará habilitado desde a operação de equipamentos de tomografia computadorizada até em cargos de gestão e supervisão. No Tópico 2, conheceremos detalhadamente cada atribuição em que o biomédico imagenologista está habilitado. ESTUDOS FUTUROS 12 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: RESUMO DO TÓPICO 1 • A Biomedicina é uma profissão regulamentada, que somente é permitida ao portador da carteira de identidade profissional, expedida pelo Conselho Regional de Biomedicina. • A Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979, tem como responsabilidade regulamentar em conjunto os profissionais biomédicos e biólogos, descrevendo os conselhos e suas condutas. • A Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, tem como responsabilidade regulamentar o exercício da profissão para os técnicos em Radiologia, descrevendo-os como os operadores de raios X. • A Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013, trata das aptidões dos biomédicos habilitados em imagem nos setores que compõem o diagnóstico e terapia. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 6.684-1979?OpenDocument 13 1 O biomédico é um profissional que se dedica a vários setores da área da saúde, entre elas a área de imagenologia. Existem várias leis que regulamentam esse serviço. Os profissionais estão plenamente capacitados para atuar tanto no desenvolvimento de pesquisas quanto para o desempenho prático do conhecimento no enfrentamento das diversas situações apresentadas no cotidiano da saúde. Entre as leis existentes para o profissional biomédico, quanto àquela que tem como responsabilidade descrever as aptidões do biomédico imagenologista, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Lei Federal nº 4.024/1961. b) ( ) Resolução nº 78/2002. c) ( ) Resolução nº 234/2013. d) ( ) Lei Federal nº 6.684/1979. 2 A Lei Federal nº 6.684/1979, que tem como responsabilidade regulamentar, em conjunto, os profissionais biomédicos e biólogos, é voltada aos Conselhos Federal e Regional, que são apoio aos profissionais. Com base no exercício da profissão, analise as afirmativas a seguir: I- Atuar em serviços de radiodiagnóstico e terapia, podendo liberar laudos sem a supervisão médica. II- Realizar serviços de radiografia, excluindo a interpretação. III- Atuar sob supervisão médica em serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico e outros, desde que esteja legalmente habilitado. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Somente a afirmativa I está correta. b) ( ) As afirmativas I e III estão corretas. c) ( ) As afirmativas II e III estão corretas. d) ( ) Somente a afirmativa III está correta. 3 A Lei nº 7.394, de 29 de outubro de 1985, regulamenta a profissão do técnico em Radiologia, descrevendo o processo de exercício profissional nos setores de radiodiagnóstico, radioterapia, radioisotópica e industrial. De acordo com o Art. 2º dessa lei, quanto ao profissional e à execução de suas responsabilidades, assinale a alternativa CORRETA: AUTOATIVIDADE 14 a) ( ) Deve possuir diploma e habilitação profissional expedido por escola técnica e registrado no Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CRTR). b) ( ) Deve estar cadastrado no Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e ter diploma de 2º grau. c) ( ) Deve ser habilitado em radiodiagnóstico no Conselho Regional de Técnicos em Radiologia (CRTR), mesmo sem ter o diploma de conclusão. d) ( ) Deve estar formado no 2º grau e ter habilitação para auxiliar de Radiologia. 4 A Biomedicina é uma profissão regulamentada, que capacita o profissional para atuar tanto no desenvolvimento profissional de pesquisas quanto na operação de equipamentos de diagnóstico por imagem, e representada pelos Conselhos Federal e Regional. Qual é o objetivo desses Conselhos para o profissional? 5 A Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013, descreve as atribuições do profissional biomédico na imagenologia, nos setores de diagnóstico por imagem e terapia. Segundo o Conselho Federal de Biomedicina, existem algumas considerações importantes na lei. Quais considerações estão previstas perante a lei? 15 ATUAÇÃO DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA 1 INTRODUÇÃO O campo de atuação para o profissional biomédico é amplo, podendo-se destacar a Imagenologia, que é uma especialidade médica que utiliza o estudo dos órgãos e sistemas do corpo humano, através de diversas modalidades de exames por imagem, que auxiliam o médico no diagnóstico do paciente. De acordo com a Resolução nº 234/2013, o biomédico, que está habilitado/ capacitado em Biofísica, Radiologia ou em Imagenologia, pode exercer as seguintes atividades no diagnóstico por imagem e terapia: serviços de radiologia diagnóstica, como operações com equipamentos e sistemas de diagnóstico por imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia, radiologia vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, neurorradiologia e medicina nuclear e radioterapia (operação de diferentes energias utilizando fontes terapêuticas de radiação ionizante), administrar serviços de radiologia diagnóstica, administrar sistemas PACS/RIS (Picture Archive and CommunicationSystem [Sistema de Arquivamento e Compartilhamento de Imagens]/Radiology Information System [Sistema de Informação de Radiologia]), realizar radiografia de rotina e contraste, atuar em sistemas de informação em saúde, prontuário eletrônico, telemedicina, apoio à decisão, processamento de sinais biológicos, internet da saúde, informação padronizada em saúde, processamento de imagens médicas, bioinformática, tomografia computadorizada, ressonância magnética, medicina nuclear, radioterapia e radiologia médica. De acordo com a RDC Anvisa nº 38, de 4 de junho de 2008, e com as normas da Comissão de Energia Nuclear, na medicina nuclear, o biomédico pode executar como atividades: procedimentos de radiofarmácia, administrar doses de radiofármacos para diagnóstico e terapia sob a supervisão de médico nuclear, solicitação e controle de estoque dos reagentes liofilizados, radioisótopos e demais insumos para a radiofarmácia, preparação e controle de qualidade (BRASIL, 2008). UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA A tomografia computadorizada é um método diagnóstico não invasivo, que combina o uso de raios X com computadores especialmente adaptados. É utilizado para criar imagens detalhadas dos mais variados tecidos do corpo humano. 16 Para que o exame de tomografia seja realizado de forma correta e eficaz, é necessário seguir alguns protocolos, a fim de garantir a segurança e a qualidade do procedimento, contando com a presença do biomédico nesse momento. O profissional observará o questionário e as autorizações desde o primeiro contato com o paciente até o final do exame, inclusive aplicando contraste, se necessário. Por isso, o biomédico habilitado em imagenologia deve estar apto para operar o equipamento de tomografia computadorizada, com grande conhecimento nas áreas relacionadas como Anatomia, Fisiologia Humana e também em Radiologia, campo que abrange a tomografia com atenção aos protocolos do exame (CRMB5, 2019). O profissional pode se tornar importante na equipe, na medida em que estabelece metas e avalia as melhores formas de realizar um exame de imagem, assim como disponibilizar à equipe a execução de medidas padronizadas, que facilitem o processo de trabalho. Poderá ter papel fundamental, ficando responsável por (CFBM, 2013): • operar os equipamentos de tomografia computadorizada; • definir os protocolos de tomografia computadorizada corretamente para cada tipo de exame solicitado; • administrar os meios de contraste; • realizar a anamnese do paciente; • realizar o pós-processamento de imagens; • documentar os exames; • gerenciar os sistemas de armazenamento de informação nos sistemas PACS, HIS (Hospital Information System) e RIS; • atuar nas diversas atualizações tecnológicas em tomografia computadorizada; • atuar no segmento de informática médica; • atuar na área de pesquisa utilizando a tomografia computadorizada; • trabalhar na função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem; • atuar na área de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados à tomografia computadorizada; • oferecer programas de treinamento para equipes de saúde, como application. 3 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA A ressonância magnética usa campos magnéticos e ondas de rádio para adquirir imagens. É um método diagnóstico que avalia diferentes sistemas do tecido humano, tendo a capacidade de diferenciar tecidos e explorar aspectos anatômicos e funcionais e alcançar excelentes resultados sem emitir radiação. Para que o exame de ressonância magnética seja realizado de forma correta e eficaz, é necessário seguir alguns protocolos para garantir a segurança e qualidade do procedimento, contando com a presença do biomédico nesse momento. O profissional observará o questionário e as autorizações desde o primeiro contato com o paciente 17 até o final do exame, inclusive aplicando contraste, se necessário. Por isso, o biomédico habilitado em imagenologia deve estar apto para operar o equipamento de ressonância magnética, com grande conhecimento nas áreas relacionadas como Anatomia, Fisiologia Humana e também em Radiologia, campo que abrange a ressonância com atenção aos protocolos do exame (CRMB5, 2019). O profissional torna-se importante na equipe, considerando que ele pode estabelecer metas e avaliar as melhores formas de realizar um exame de imagem, assim como disponibilizar à equipe a execução de medidas padronizadas que facilitem o processo de trabalho, tendo papel fundamental e ficando responsável por (CFBM, 2013): • operar equipamentos de ressonância magnética; • definir os protocolos de ressonância magnética corretamente para cada tipo de exame solicitado; • atuar nas áreas de ressonância magnética funcional e espectroscopia por ressonância magnética; • administrar os meios de contraste; • realizar anamnese do paciente; • realizar o pós-processamento de imagens; • documentar exames; • gerenciar os sistemas de armazenamento de informação nos sistemas PACS, HIS e RIS; • atuar nas diversas atualizações tecnológicas em ressonância magnética; • atuar no segmento de informática médica; • atuar na área de pesquisa utilizando a ressonância magnética; • trabalhar na função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem; • manipular bobinas endocavitárias, desde que com supervisão médica; • atuar no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados à ressonância magnética; • oferecer programas de treinamento para equipes de saúde, como application. 4 MEDICINA NUCLEAR A medicina nuclear é uma especialidade médica que utiliza pequenas quantidades de substâncias radioativas em combinação com medicamentos para obter imagens de organismos vivos, permitindo avaliações funcionais e realizando estudos fisiológicos para diagnosticar ou tratar doenças, sendo o paciente a fonte de radiação. Para que o exame de medicina nuclear seja realizado de forma correta e eficaz, é necessário seguir alguns protocolos para garantir a segurança e qualidade do procedimento, contando com a presença do biomédico nesse momento. O profissional observará o questionário e as autorizações desde o primeiro contato com o paciente até o final do exame, inclusive aplicando radiofármaco, se necessário. Por isso, o biomédico habilitado em imagenologia deve estar apto para operar os equipamentos de medicina 18 nuclear, com grande conhecimento nas áreas relacionadas como Anatomia, Fisiologia Humana e também em Radiologia, campo que abrange a medicina nuclear com atenção aos protocolos do exame (CRMB5, 2019). O profissional torna-se importante na equipe, considerando que pode estabelecer metas e avaliar as melhores formas de realizar um exame de imagem, assim como disponibilizar à equipe a execução de medidas padronizadas, que facilitem o processo de trabalho, tendo papel fundamental e ficando responsável por (CBMF, 2013): • operar equipamentos de medicina nuclear, PET/CT (sigla do inglês positron emission tomography [tomografia por emissão de pósitrons]/tomografia computadorizada) e PET/RM; • realizar estudos in vivo e in vitro e auxiliar o médico nos procedimentos terapêuticos; • definir os protocolos de medicina nuclear corretamente para cada tipo de exame solicitado; • realizar os procedimentos da radiofarmácia; • solicitar e controlar o estoque dos reagentes liofilizados, radioisótopos e demais insumos para a radiofarmácia; • preparar e controlar a qualidade do eluato dos geradores e radiofármacos marcados no setor; • identificar, rotular e rastrear os radiofármacos e radioisótopos; • preparar as doses individuais dos radiofármacos; • realizar a administração dos radiofármacos, seguindo os protocolos estabelecidos para cada exame e a orientação do médico nuclear; • realizar anamnese do paciente; • atuar no pós-processamento de imagens; • documentar exames; • gerenciar os sistemas de armazenamento de informação nos sistemas PACS, HIS e RIS; • atuar nas diversas atualizações tecnológicas emtomografia computadorizada; • atuar no segmento de informática médica; • atuar na área de pesquisa, utilizando a tomografia computadorizada; • trabalhar na função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem; • atuar como application nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados à tomografia computadorizada. 5 RADIOTERAPIA A radioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza radiação ionizante para tratar tumores malignos e, ocasionalmente, benignos. O biomédico, operador de equipamentos radioterápicos, é um profissional que tem como responsabilidade verificar o posicionamento anatômico do paciente e entregar da dose de radiação, na parte de dosimetria e na supervisão. 19 O profissional torna-se importante na equipe, considerando que ele pode estabelecer metas e avaliar as melhores formas de realizar um tratamento radioterápico, assim como proporcionar à equipe a execução de medidas padronizadas que facilitem o processo de trabalho, tendo como responsabilidades, na operação de equipamentos (CFBM, 2013): • participar na fabricação de aparelhos geralmente utilizados para simular procedi- mentos e radioterapia, e participar dos procedimentos de simulação; • atuar nos equipamentos de tomografia voltados para a simulação de tratamento; • atuar nos equipamentos de radioterapia sob a supervisão de físicos médicos e radiologistas; • auxiliar no planejamento da qualidade do serviço de radioterapia, realizar exames e coletar dados, e no controle de qualidade diário e semanal; • obter imagens antes do tratamento do paciente, analisar imagens com radiologistas e físicos médicos e continuar a administrar doses de tratamento com o seu consentimento; • realizar processamento digital de imagens para verificar o posicionamento do pacien- te e fazer a fusão das imagens; • seguir as recomendações de segurança e a proteção radiológica para trabalhadores e pacientes; • atuar em pesquisa clínica e participar nos processos de melhoria da qualidade. Na atuação, o supervisor técnico em radioterapia terá como função (CFBM, 2013): • monitorar as etapas das simulações de radioterapia e todo processo de tratamento. Além de gerenciar a equipe técnica, também é responsável pelo treinamento da equipe para garantir a uniformidade e qualidade da radioterapia; • supervisionar: ◦ a fabricação e a simulação do imobilizador e o processo de radioterapia; ◦ analisar a aquisição de imagens e o posicionamento do paciente antes do tratamento na ausência de físicos médicos e radiologistas; ◦ os operadores na administração de doses de radioterapia; ◦ a atualização das agendas de pacientes no sistema de gestão; ◦ registrar equipamentos e não conformidades que ocorram durante o tratamento do paciente; • participar de reuniões de revisão e discussões de casos clínicos; • gerenciar os horários de férias do operador e horas de trabalho; • ser responsável pela formulação e melhoria da qualidade dos programas de educação continuada; • em empresas especializadas, poder atuar no treinamento de equipamentos e softwares radioterápicos, assim como vendedor de equipamentos e acessórios radioterápicos; • poder atuar em pesquisa clínica e publicação e artigos científicos. 20 Um dosimetrista é um membro da equipe de radioterapia, que realiza tarefas de simulação, planejamento computadorizado e cálculos de dose de radiação, auxi- liando em todo o processo antes do próprio tratamento. Tem como responsabilidade (CFBM, 2013): • auxiliar o operador de equipamentos na confecção de imobilizadores, em geral, utilizados no processo de simulação e tratamento radioterápico e participar dos procedimentos de simulação; • monitorar e acompanhar os pacientes durante tomografia, ressonância magnética e PET/CT e avaliar a aquisição de imagens a serem utilizadas no planejamento da radioterapia; • transferir as imagens para um sistema de planejamento computadorizado, fundir as imagens e definir os órgãos internos do paciente em cortes de tomografia e ressonância magnética; • realizar o planejamento computadorizado do tratamento do paciente em um sistema de planejamento correspondente à entrada do campo de radiação, o cálculo da dose e a avaliação da dose recebida em órgãos normais sob supervisão de médicos físicos e radiologistas. O dosimetrista também pode trabalhar em pesquisa clínica e produção científica. A presença de novos profissionais na área da saúde é de extrema importância na área do radiodiagnóstico e da radioterapia, e o biomédico tem papel fundamental nesse setor. O artigo Inserção do biomédico na Área da Imagenologia em Hospitais e Clínicas no Rio Grande do Sul mostra esse campo amplo para o profissional, acesse: https://bit.ly/3NHGZQ9. DICAS 6 RADIOLOGIA GERAL A radiologia é um método diagnóstico que utiliza radiação ionizante com finalidade de dar apoio ao diagnóstico médico. Para que o exame de radiologia seja realizado de forma correta e eficaz, é necessário seguir alguns protocolos que garantem a segurança e a qualidade do procedimento, contando com a presença do biomédico nesse momento. Por isso, o biomédico habilitado em imagenologia deve estar apto para operar o equipamento de radiologia, com grande conhecimento nas áreas relacionadas como Anatomia, Fisiologia Humana e também em Radiologia (CRMB5, 2019). 21 O profissional torna-se importante na equipe, considerando que ele pode estabelecer metas e avaliar as melhores formas de realizar um exame de imagem, assim como disponibilizar à equipe a execução de medidas padronizadas que facilitem o processo de trabalho, tendo papel fundamental e ficando responsável por (CFBM, 2013): • operar equipamentos de radiografias convencionais, computadorizadas e digitais; • definir os protocolos de radiologia corretamente para cada tipo de exame solicitado; • realizar anamnese do paciente; • realizar o pós-processamento de imagens; • documentar exames; • gerenciar os sistemas de armazenamento de informação nos sistemas PACS, HIS e RIS; • atuar nas diversas atualizações tecnológicas em radiografias convencionais, compu- tadorizadas e digitais; • atuar no segmento de informática médica; • atuar na área de pesquisa, utilizando a radiação ionizante; • trabalhar na função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem; • atuar no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados a radiografias convencionais, computadorizadas e digitais. 22 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • O campo de atuação para o profissional biomédico é amplo e dentro desses campos encontramos a imagenologia. • O biomédico torna-se importante parte na equipe, podendo estabelecer metas e avaliar as melhores formas de realizar um exame de imagem, como disponibilizar à equipe a execução de medidas padronizadas que facilitem o processo de trabalho. • O biomédico conta com várias atribuições no serviço de diagnóstico por imagem, sendo responsável desde a operação de equipamentos até a gestão do serviço de diagnóstico por imagem. • Na medicina nuclear, de acordo com a RDC Anvisa nº 38, de 4 de junho de 2008, e as normas da Comissão de Energia Nuclear, o biomédico é apto a atuar em várias atividades do setor. 23 1 A tomografia computadorizada é um método diagnóstico não invasivo, que combina o uso de raios X com computadores especialmente adaptados. O biomédico que está habilitado na imagenologia pode ter várias atribuições dentro do setor de tomografia. De acordo com as atribuições, analise as afirmativas a seguir: I- Gerenciar os sistemas de armazenamento de informação nos sistemas PACS, HIS e RIS. II- Realizar o laudo de tomografia computadorizada. III- Realizar o pós-processamento de imagens. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas. b) ( ) Somente a afirmativa I está correta. c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas. d) ( ) Somente a afirmativa II está correta. 2 A medicinanuclear é uma especialidade médica cuja fonte de radiação é o paciente. O profissional biomédico habilitado em imagenologia está apto a operar os equipamentos de medicina nuclear, entre outras funções. Quanto a uma das atribuições do biomédico na medicina nuclear, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Laudar exames de SPECT (Single photon emission computed tomography, ou tomografia computadorizada por emissão de fóton único). b) ( ) Realizar estudos in vivo e in vitro e auxiliar o médico nos procedimentos terapêuticos. c) ( ) Realizar laudos de PET-scan. d) ( ) Manipular medicamentos. 3 A radiologia é um método diagnóstico que utiliza radiação ionizante com finalidade de dar apoio ao diagnóstico médico. O biomédico tem um papel importante no setor de radiologia, pois tem muitas atribuições dentro do setor de radiodiagnóstico. Além da parte operacional, quanto a como o biomédico pode atuar, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Na liberação dos laudos. b) ( ) Na realização de testes de levantamento radiométrico. c) ( ) Trabalhar na função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem. d) ( ) Atuar na manipulação de medicamentos. AUTOATIVIDADE 24 4 A ressonância magnética usa campos magnéticos e ondas de rádio para adquirir imagens. É um método diagnóstico que avalia diferentes sistemas do tecido humano, tem a capacidade de diferenciar tecidos e explorar aspectos anatômicos e funcionais, e alcança excelentes resultados sem emitir radiação. Quais as responsabilidades do profissional biomédico perante o paciente na realização do exame? 5 A radioterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza radiações ionizantes no tratamento de tumores malignos e, ocasionalmente, benignos. Dentro do setor de radioterapia, são divididas as atribuições em três partes: operador de equipamento, supervisor e dosimetrista. O profissional dosimetrista tem qual responsabilidade dentro da radioterapia? 25 TÓPICO 3 - PROCEDIMENTOS DO BIOMÉDICO IMAGENOLOGISTA 1 INTRODUÇÃO Os equipamentos de diagnóstico por imagem estão em constante desenvolvi- mento tecnológico, o que permite avançar ainda mais no diagnóstico. O biomédico habilitado na imagenologia tem a capacidade para operar os equipamentos em serviços de diagnóstico por imagem, manipulando protocolos, atuando na gestão de pessoas gerenciando serviços e processos, e buscando trabalhar com excelência do serviço. Neste tópico, abordaremos o gerenciamento básico dos protocolos e sua manipulação, os serviços de gestão em imagem, a responsabilidade com a ficha de anamnese e o auxílio no preparo das imagens para laudo entre outros. UNIDADE 1 2 OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO Na operação de equipamentos, o biomédico tem como responsabilidade, dentro do setor, sempre verificar o bom funcionamento dos equipamentos que irá operar. Cada equipamento da radiologia tem a sua particularidade, porém, para o profissional, as atividades desenvolvidas serão as mesmas. O biomédico tem o conhecimento do manuseio do equipamento e de seus cuidados, tendo cada um sua particularidade; do princípio da imagem que a ser gerada; da prevenção de possíveis intercorrências no sistema; de como reduzir danos na imagem e no paciente exposto; e da redução de artefatos em imagens. Para cada tipo de especialidade e exame, os operadores dos equipamentos terão protocolos específicos para aquisição e reconstrução de imagens. Para que os profissionais que operam equipamentos tenham acesso aos planos de segurança, procedimentos e orientações, promoção e manutenção de rotina dos equipamentos, biossegurança, entre outros, é importante saber o momento em que terão que notificar. Os profissionais também podem atuar no treinamento especializado em riscos em serviços de diagnóstico por imagem. 26 O principal objetivo dos serviços de diagnóstico por imagem é a qualidade, ou seja, a segurança proporcionada pelo exame. Para isso, essa cultura conta com fatores e processos padronizados e tecnologias integradas que aumentam a credibilidade, reduzindo ou excluindo riscos para os pacientes. 3 MANIPULAÇÃO DE PROTOCOLOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Nos últimos anos, temos experimentado incríveis desenvolvimentos tecnológi- cos, muitos dos quais são notados pelo seu uso no campo da radiologia. Além do desen- volvimento de sistemas e redes dedicados à saúde, podemos citar o desenvolvimento de dispositivos com maior capacidade de detecção (CORREA, 2010). Esses avanços permitem que os médicos se comuniquem e acessem informações e exames do paciente a qualquer hora, em qualquer lugar (CORREA, 2010). Paralelamente a esses avanços tecnológicos, há a necessidade de padroniza- ção dos protocolos de inspeção para aquisição de imagens. O que isso significa? Os equipamentos de imagem precisam ser “ajustados” de forma diferente para cada pato- logia a ser estudada, a fim de avaliá-la adequadamente, caso contrário, o exame pode não ser útil para o seu estudo. Isso se aplica a todos os tipos de exames de imagem. 3.1 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RADIOGRAFIA CONVENCIONAL Na radiologia, as imagens são formadas pela interação dos feixes de raios X que saem do tubo e atingem a área de interesse. O feixe percorre o corpo do paciente, interage com seus átomos e chega a uma placa contendo filme radiográfico, criando uma imagem médica. A imagem também pode ser digital; nesse caso, o filme desaparece e a imagem vai direto para o computador. O feixe de raios X causa ionização quando interage com os átomos do corpo do paciente, ou seja, tem energia suficiente para retirar os elétrons das camadas eletrônicas dos átomos. A radiologia abrange diferentes áreas como: radiografia, mamografia, densitometria óssea, fluoroscopia e tomografia computadorizada. Todos esses tipos de inspeções envolvem o uso de um tubo de raios X, mas cada um é feito de maneira diferente. Essas áreas avaliam a anatomia do paciente (CORREA, 2010). É muito importante, para que uma imagem de raios X seja eficaz, que se escolha uma janela correta de kV e mAs, essa técnica varia em cada biotipo de paciente e de acordo com a patologia a ser estudada. Se esses parâmetros não forem ajustados corretamente, algumas patologias podem ser avaliadas de forma inadequada ou, até mesmo, não aparecer nas radiografias. 27 3.2 PROTOCOLOS DE EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Assim como a radiografia, a tomografia computadorizada utiliza tubos e de- tectores de raios X. A principal diferença é que o gantry no qual o detector e o tubo es- tão localizados, gira em torno do paciente, adquirindo múltiplas imagens de múltiplos ângulos possíveis, que são processadas computacionalmente, para gerar a imagem (na radiografia, o tubo e o detector de raios X são estáticos) (MOURÃO, 2015). Além da importância de utilizar parâmetros de voltagem e mAs adequados para cada tipo de exame e paciente, é importante empregar protocolos específicos para cada doença em estudo. Por exemplo, uma tomografia computadorizada de todo o abdome pode ser feita de diferentes maneiras: se está sendo estudada dor abdominal inespecífica, apenas a fase venosa portal é obtida; se tumor hepático hipotético, realiza- se protocolo trifásico, fase sem contraste, arterial, venoso portal e equilíbrio; já na avaliação pós-operatória recente de vísceras ocas, usa-se contraste oral, obtenção de estágios sem contraste e portal; ou uma variedade de outras possibilidades. Para cada tipo de exame de tomografia, existe um protocolo específico que serão mais detalhados nos estudos futuros. 3.3 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Atualmente, a ressonância magnética tem se mostrado um dos métodos diag- nósticos mais poderosos já desenvolvidos, permitindo a aquisição de imagens funcio- nais e anatômicas com alta precisão. Dada a amplitude de campos em que as resso- nâncias podem ser utilizadas, fica claro que protocolos específicos são necessários para cada patologia em estudo. Na ressonânciamagnética, as imagens são formadas por meio de um alto campo magnético, produzido por um dispositivo que orienta os átomos do corpo, geralmente o hidrogênio. Além do uso de campos magnéticos, pulsos de ra- diofrequência também são usados. A radiação envolvida nas inspeções não é ionizante. A característica dessa radiação é aumentar a energia interna dos átomos, pois a energia produzida não é suficiente para arrancar elétrons dos átomos (NASCIMENTO, 2018). No entanto, o desenvolvimento de protocolos para cada patologia cria a necessidade de implementação de critérios diagnósticos, em que localização, faixa de energia, tempo de eco, uso de meios de contraste e outras variáveis dependem do tipo de exame e da patologia. Para cada tipo de exame de ressonância magnética, existe um protocolo específico. 28 O raciocínio aqui é o mesmo que para tomografias computadorizadas. Existem várias opções para cada exame: a ressonância magnética de abdome pode ser realizada em mais de 20 formas diferentes, dependendo da indicação clínica em estudo, e, como outros exames, se o protocolo não funcionar para a doença em estudo, provavelmente terá pouca ou nenhuma utilidade para o paciente (NASCIMENTO, 2018). 3.4 PROTOCOLOS DE EXAMES DE MEDICINA NUCLEAR Na medicina nuclear, a captação ocorre de diferentes maneiras, dependendo do radiofármaco, da doença e da fisiologia do paciente. Como são utilizados diferentes radiofármacos, cada um atuando em órgãos específicos e com diferentes vias de eliminação, protocolos de aquisição específicos devem ser desenvolvidos. Na verdade, muitas vezes, o protocolo tem que ser adaptado à situação específica de cada paciente, ou ainda mais específico. Ainda na categoria de medicina nuclear, os exames de PET/CT exigem não apenas protocolos adequados à doença, mas também calibração precisa dos equipamentos, para que as medidas de captura não introduzam valores falsos. As avaliações dos exames pelos radiologistas são baseadas em sua formação acadêmica e experiência, entretanto, mesmo os radiologistas mais qualificados podem não conseguir diagnosticar e caracterizar determinadas doenças, quando os protocolos de exames utilizados são insuficientes para a investigação patológica. A escolha de protocolos padronizados, direcionados para cada paciente, cuja patologia está sendo investigada, é fundamental para que os exames realizados tenham uma maior utilidade, permitindo, assim, uma avaliação diagnóstica mais assertiva. 3.5 PROTOCOLOS DE EXAMES DE RADIOTERAPIA A radioterapia é a única área em que a radiação está envolvida e sua finalidade é causar efeitos biológicos, mas apenas na área ao redor do tumor. Esse tratamento utiliza feixes de radiação ionizante de alta energia (fótons ou elétrons) que destroem as células tumorais. Dependendo da condição do paciente, esse tratamento pode ser neoadjuvante, adjuvante, curativo e paliativo. Na terapia neoadjuvante, o objetivo é reduzir o volume tumoral, facilitar a cirurgia subsequente e reduzir sua agressividade. A terapia adjuvante, seja quimioterapia ou cirurgia, é administrada quando os tratamentos anteriores foram concluídos, com a radiação como forma de melhorar os resultados. Os curativos, por outro lado, são rádios considerados a principal modalidade de tratamento. Os agentes paliativos têm o efeito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo sintomas como dor e sangramento (BRASIL, 2020). 29 Atualmente, entre as diversas modalidades de radioterapias usadas, as mais importantes são: a braquiterapia, cuja fonte de radiação, que, geralmente, é semelhante a “sementes”, é inserida no paciente no local do tumor; e a teleterapia, cuja fonte fica distante da área a ser tratada. Para cada tipo de tratamento, são utilizados um protocolo específico e imobilizadores diferentes, que serão mais bem descritos nos estudos futuros. 4 COORDENAÇÃO E GESTÃO DE SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS No setor de imagenologia, o biomédico pode atuar na gestão de imagem, sendo como competência a organização do trabalho em Biomedicina. Dentro do serviço, o profissional terá como responsabilidade identificar as necessidades de organização do setor de radiodiagnóstico e terapia, organizar o processo de trabalho, articula o serviço de assistência ao cuidado integral à saúde, acompanhar e avaliar a organização do trabalho. O gestor terá as seguintes competências dentro do serviço de diagnóstico por imagem: • verificar o agendamento dos procedimentos que serão realizados no seu período de trabalho e priorizar os casos em que necessitam de urgência, buscando tomar decisões imediatas, pensando no melhor ao cliente/paciente e os recursos disponíveis no serviço, promovendo a gestão e a parametrização de agenda, sempre que necessário, com o objetivo do melhor atendimento possível às solicitações de exames ou terapias, por meio da otimização do uso dos equipamentos dos setores de trabalho de diagnóstico por imagem; • identificar obstáculos e oportunidades, no que se diz respeito à organização do trabalho na sua área de atuação, estimulando a participação da equipe de biomédicos na identificação de organização do trabalho, considerando as metas de produção da sua área, o contexto e características da unidade ou serviço, as prioridades identificadas, a missão e os valores da instituição (RIBEIRO, 2018); • organizar os processos e os planos de contingência, em caso de manutenção corretiva de algum equipamento, segundo as prioridades estabelecidas e as diretrizes do serviço, evitando atrasos, desperdícios, retrabalho e riscos desnecessários. Identificar, prontamente, falhas no agendamento e apoiar a construção de alternativas de superação, respondendo com eficiência, eficácia e efetividade, assegurando o uso racional e a disponibilidade de equipamentos para a otimização do trabalho, dos recursos utilizados e das condições do ambiente, auxiliando os setores de engenharia e de informática, no sentido de buscar por alternativas de solução; • elaborar escalas de colaboradores e o rodízio nos equipamentos, buscando alternativas com responsabilidade, diante de falhas e ausências, por meio do diálogo entre as necessidades dos profissionais e as do trabalho, favorecendo a participação 30 da equipe na tomada de decisão e observando, atentamente, o compromisso com os princípios ético-profissionais e da organização. Utilizar a criatividade, as melhores evidências e a tecnologia disponível para disseminar os valores da instituição, por meio de uma assistência de excelência em Biomedicina; • buscar a construção de um trabalho corresponsável, em equipe multiprofissio- nal, promovendo a atenção integral à saúde das pessoas, articulando as intervenções de Biomedicina aos cuidados promovidos por outros profissionais de saúde, promo- vendo o controle e a melhoria da qualidade e da segurança na realização de exames e terapêutica da área de Biomedicina, utilizando as melhores evidências, práticas e protocolos para a realização de exames diagnósticos e/ou tratamentos, favorecendo a racionalização no uso de recursos e tecnologias, o controle de eventos adversos e a redução de riscos e danos (RIBEIRO, 2018); • acompanhar e monitorar a produtividade e a qualidade da assistência dos profissionais de imagem, usando diferentes fontes de informação, produzindo indicadores orientados à análise de eficiência e efetividade realizadas; • acompanhar os processos de auditorias externas dos serviços de biomedicina, para verificar como está o serviço de qualidade ou ajustar o processo de trabalho, as metas e o orçamento, buscando a capacidade de ouvir e flexibilidade para lidar com a diversidade de opiniões e valores, identificando a natureza dos conflitos e buscando resoluções que estimulem e valorizem o envolvimento, o crescimento e as contribuições dos membros da equipe e de outros profissionais, discutindo a contribuição de cada um na construção e no fortalecimento do trabalho coletivo (RIBEIRO, 2018);
Compartilhar